Ano II - Número 36
16 a 29 de outubro/2006
Cresce o interesse pela pesquisa
Fotos: Ricardo Lima
Estudante da Faculdade de Engenharia Elétrica Celso Dall'Orto investiga o Sistema de Posicionamento Global (GPS)
Número de universidades inscritas
no Programa Institucional de
Bolsas de Iniciação Científica (Pibic)
quase dobrou nos últimos quatro
anos; cerca de 18 mil alunos
atuam na área em todo o País
O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica
do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (Pibic/CNPq), o maior do segmento, registrou um aumento de 24% no número de alunos inscritos
em 2006 em comparação ao período de 2002. Este ano, 17,9
mil universitários integram a Iniciação Científica (IC) em
todo o Brasil. O número de instituições registradas nesse
programa quase dobrou nos últimos quatro anos. Além do
Pibic, outros órgãos fomentam a pesquisa no País. Na PUCCampinas 186 estudantes se dedicam à IC. Uma mostra
dos trabalhos desses universitários integra a programação
do 11º Encontro de Iniciação Científica, que acontece nos
dias 24 e 25 de outubro nos Campi I e II.
Página 05
Médico receita
dose de amor
O clínico geral Jamiro da Silva Wanderley acumula uma
história de dedicação no tratamento de pacientes e, com
certeza, integra a plêiade de homens que mantêm a esperança nesse mundo. Com 25 anos de carreira, o médico
consegue encontrar, em sua rotina pesada, tempo para fazer
mágicas que minimizam o sofrimento e ajudam na recuperação das doenças.
Página 04
Sebastian Marques, a filha Vitória e Natasha Faria na fachada lúdica do ateliê em Distrito de Joaquim Egídio
Família divulga mamulengo
Jamiro Wanderley faz solidariedade humana em um passe de mágica
O Ateliê & Teatro de Bonecos Inventor de
Sonhos, localizado no Distrito de Joaquim
Egídio, abriga uma verdadeira fábrica artesanal de sonhos produzidos e interpretados pelo casal, Natasha Faria e Sebastian
Marques, e a filha Vitória. A artesã e o pes-
quisador-artista se uniram com o objetivo
de divulgar e manter a tradição dos bonecos mamulengos, cuja origem data do século 13 na Península Ibérica, mas que ganharam movimentos e coloridos tupiniquins.
Página 08
Educadores debatem suas deficiências
A dramaturgia costuma popularizar temas
restritos aos debates segmentados, com isso
promove a polêmica na sociedade e aumenta a audiência. A história do deficiente auditivo Pedro Martins de Souza é similar ao
drama da personagem Clara (Joana
Morcazel) na novela Páginas da Vida, da Rede
Globo. Tanto na telinha como nos bancos
da escola real, o ensino regular ainda não se
adequou para educar as pessoas com necessidades especiais, apesar da determinação
por lei federal de 1996. Esse tema integra as
discussões do 1º Congresso Nacional sobre
Inclusão da Pessoa com Deficiência, promovido pelo Centro Interdisciplinar de
Atenção ao Deficiente (Ciad), que ocorrerá entre os dias 6 e 8 de novembro.
Página 06
Pedro de Souza dispõe de uma tradutora; despesa fica por conta da família
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Jornal da PUC-Campinas
Editorial
Datas significativas da vida humana
U
ma cultura que transforma tudo em mercadoria reduz cada vez mais
o âmbito do mistério experimentado em nosso cotidiano. Mistério não
como algo escondido, desconhecido, ignorado, mas como realidade em
processo, em busca de uma plenitude. Plenitude que carrega em si o passado:
somos o lugar em que nascemos, o mundo que apreendemos, a linguagem com
que o designamos, as relações que estabelecemos. Plenitude que se afirma como
tatear de passos vacilantes e de sílabas incompreensíveis. Pouco a pouco nossos
reflexos vão se apurando, nossos instintos se especializando. O mundo que nos
protege e nos vigia pouco a pouco vai se transformando em algo à nossa frente e
dentro de nós. Aparece como realidade a ser transformada, campo de exercício
da consciência e da liberdade. Mas também vive dentro de nós como experiência subjetiva, que passo a passo vai moldando nosso ser e nosso agir.
Mistério que aponta para o futuro, para o alargamento contínuo de horizontes através da humanização da realidade que nos cerca, doando a esta um
sentido. Sentido que se afirma na ação que empreendemos. Ação que é mais que
sobrevivência física. Mais que trabalho, graças ao qual criamos relações com os
que nos cercam. É transformação desse universo relacional, para que seja cada
vez mais expressivo do sentido que lhe damos. Mistério: passado e futuro, vividos no presente. No tempo e espaço que nos são dados. João Cabral fala da vida
como uma fábrica que a si mesma se fabrica. Como fio invisível que se desenrola e que também se chama vida.
A Igreja nos lembra esse caráter misterioso, essa plenitude vivida no provi-
sório, em duas festas litúrgicas, em dias sucessivos: Festa de Todos os Santos e
Dia de Finados. Reduzidas a "feriado prolongado", as datas significativas da
vida humana, parecem fadadas a esconder continuamente e cada vez mais o mistério que buscam "revelar". O tempo e o espaço significativos tornam-se espaço
da mercadoria, vendida como lazer, no interior de um processo que Certau chamava de culto à beleza do morto. O avanço da civilização destrói as culturas
locais para depois cultuá-las como peças de museu. E assim acontece com as festas religiosas, mesmo as que celebram as tradições mais caras.
Presentes no cotidiano histórico-cultural brasileiro os santos e as "almas" perdem espaço: o mundo urbanizado faz deles seres dotados de poderes mágicos para
resolver nossos problemas ou simples lembrança de que gostaríamos de nos livrar.
A Igreja nos lembra nessas datas uma só realidade, a comunhão dos santos:
nascidos para a plenitude, participantes de uma humanidade comum, capazes
de carregar as grandezas e misérias da condição humana, de ser solidários com
as dores e alegrias humanas, os santos nos lembram nossa condição. Somos seres
carnais, históricos. Peregrinos com toda a humanidade em busca de uma plenitude: a ressurreição!
Ressurreição como sentido radical de existência em sua dimensão temporal
plena. Agora e na hora de nossa morte, rezamos nós católicos na Ave Maria. A
resposta que damos a cada momento da vida carrega o sim definitivo que daremos a Deus.
Reitor da PUC-Campinas
Padre Wilson Denadai
HMCP faz cirurgia cardíaca pelo SUS
Dados da Associação Brasileira de Cardiologia
indicam que as doenças cardiovasculares são responsáveis por 1,2 milhão de mortes por ano no País.
Em Campinas, as doenças do coração causam 32%
dos óbitos, conforme informou o secretário
Municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva.
"A cidade possui uma demanda de 1,3 mil procedimentos cardíacos por ano, mas são feitos apenas 200.
Cerca de 70 campineiros são submetidos por mês
a intervenções cirúrgicas, sendo a maioria encaminhada para São Paulo, Jundiaí e Piracicaba", afirmou o cardiologista. Com objetivo de reverter essa
situação, o Hospital e Maternidade Celso Pierro
(HMCP) da PUC-Campinas, desde o dia 2 de outubro, foi credenciado pelo Sistema Único de Saúde
(SUS) para realizar as cirurgias cardíacas em adultos. Antes apenas o Hospital de Clínicas da Unicamp
oferecia esse procedimento. O credenciamento pelo
SUS para a realização da cirurgia cardíaca em crianças integra os planos do HMCP, que já oferece o
serviço pelos convênios privados e particulares e
HOMENAGEM - O coordenador do Centro de
Cultura e Arte (CCA) e da Coordenadoria Geral de
Atenção à Comunidade Interna (Caci), José Donizeti de
Souza, foi um dos contemplados pelo Diploma de Mérito
Educacional Professor Darcy Ribeito, concedido no dia 10
de outubro pela Câmara Municipal de Campinas. O evento
foi realizado no Salão Vermelho do Paço Municipal. Alusiva
ao Dia do Professor, 15 de outubro, a homenagem a Souza
foi em virtude dos seus trabalhos não só na PUC-Campinas
como docente da Faculdade de Teologia há 22 anos, mas
também na redes pública e privada de ensino da região.
Entre os 25 diplomados, estavam professores de todas as
etapas do ensino. "É um reconhecimento importante aos
profissionais que dedicam suas vidas a construir o
conhecimento junto à sociedade", disse Souza.
para usuários do SUS com risco de morte.
O HMCP tem capacidade para realizar 24 procedimentos por mês, sendo 12 cirurgias cardíacas e
12 angioplastias (procedimento utilizado para dilatação da artéria obstruída), totalizando 288 intervenções por ano. Segundo o médico responsável pela
cirurgia cardíaca no hospital, Gustavo Calado Aguiar
Ribeiro, a cirurgia é indicada para pacientes que têm
doenças nas válvulas do coração e artérias coronárias,
como o infarto, mais comum em pessoas acima dos
50 anos de idade. O hospital atende cerca de 120
pacientes com indicação cirúrgica e, de acordo com
Calado, eles serão contatados para o agendamento
conforme urgência do quadro clínico. Outros pacientes devem ter encaminhamento médico do próprio
hospital e das Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Para cada cirurgia cardíaca são necessários cerca de
30 doadores de sangue.
>> Serviços
Notas
Vestibular-2007 lança chat
A PUC-Campinas reservou uma novidade para a reta final de
inscrições para o Vestibular-2007. Um chat com especialistas de
diferentes áreas do conhecimento rolará na rede para que candidatos e interessados possam tirar dúvidas sobre a profissão, o
curso, o mercado de trabalho e curiosidades em geral. A nova
ferramenta segue o tom da campanha do Vestibular-2007, marcada pela agilidade e interatividade proporcionadas pela tecnologia. As provas ocorrerão nos dias 1º e 2 de dezembro.
Informações: Portal PUC-Campinas (www.puc-campinas.edu.br)
Excursão à Bovespa
Os alunos do Centro de Economia e Administração (CEA)
visitam hoje, 16 de outubro, a Bolsa de Valores de São Paulo
(Bovespa). A excursão, organizada pelos Consultores Júnior,
reúne 60 alunos e visita também o Mercado Municipal. De
acordo com o presidente da Consultores Júnior e aluno da
Faculdade de Administração, Rodrigo Freire Reyes, a intenção é proporcionar aos universitários a oportunidade de
entrar em contato direto com o mercado financeiro, já que
muitos ainda não conhecem a Bovespa.
Agenda
Hemocentro - Unidade PUC-Campinas
Informações: (19) 3729-8423
18/10
Ricardo Lima
1º Ciclo de Estudos de Propaganda, das 19h20 às 22h30, nas Salas 800
e 801 do Prédio H01, no Campus I. Informações (19) 3756-7384
20/10
Jornada de Nutrição e Treinamento Esportivo: uma atualização
teórico-prática, das 8h às 18h, no Auditório Dom Gilberto, Campus I.
Informações: (19) 3756-7025
25/10
Projeto Práticas de Integração, Oficina Artística, no Anfiteatro do CLC,
Prédio H01 na Sala 803, no Campus I. Informações: (19) 3756-7282
27/10
Simpósio sobre A Atenção do Idoso no Município de Campinas e
Região: Ação das Organizações Sociais. Informações: (19) 3756-7019
31/10
4ª Jornada de Promoção do Aleitamento Materno, no Auditório
Monsenhor Salim, no Campus II. Informações: (19) 3729-8393
Expediente
Reitor- Padre Wilson Denadai; Vice-reitora - Angela de Mendonça Engelbrecht; Conselho Editorial - Denise Tavares, Wagner José de Mello e Sílvia Regina Machado de Campos;
Coordenador de Departamento de Comunicação - Wagner José de Mello; Coordenador do Setor de Jornalismo - Aderval Borges; Editora - Eunice Gomes (MTB 21.390);
Repórteres - Aderval Borges, Adriana Furtado, Crislaine Gava, Du Paulino, Eunice Gomes e Renata Rondini; Revisão - Marly Teresa G. de Paiva; Fotografia - Ricardo Lima;
Tratamento de Fotos - Marcelo Adorno; Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica - Neo Arte Gráfica Digital; Impressão - Grafcorp; Redação - Campus I da PUC-Campinas,
Rodovia D. Pedro I, km 136, Parque das Universidades. Telefones: (19) 3756-7147 e 3756-7674. E-mail: [email protected]
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Jornal da PUC-Campinas
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Opinião
Iniciação Científica, universitário e sociedade
Isaac Roitman
A
Iniciação Científica (IC) é um programa que tem como principal finalidade despertar a vocação científica e incentivar novos talentos entre estudantes do Ensino Médio e do Ensino Superior.
O programa pressupõe um convívio entre
o estudante e um pesquisador qualificado
tendo como cenário um projeto de pesquisa. O programa proporciona ao estudante
a prática de conhecer o estado da arte no
assunto pesquisado. Também permite a
aprendizagem da metodologia científica, o
exercício do pensar cientificamente e o estímulo à criatividade.
No Brasil, o programa teve início em
1950 quando da criação do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), que concedia um
pequeno número de bolsas para estudantes universitários. Os principais critérios para
a concessão da bolsa que é feita hoje por
edital público é a experiência do orientador,
a qualidade do projeto de pesquisa e o potencial do estudante. Atualmente, 21 mil bolsas são concedidas pelo CNPq - 18 mil atra-
Espaço leitor
“...existe uma
correlação entre
a capacitação
científica e a
tecnológica e o
bem-estar
da sociedade”
vés do Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Científica (Pibic) e 3 mil através de
editais específicos. Participam do Pibic, atualmente, 217 instituições de Ensino Superior e
institutos de pesquisas. Cerca de 20 mil bolsas são também concedidas pelas IES e por
Fundações Estaduais. Cerca de 24 mil estudantes voluntários também participam do programa. Esses estudantes não recebem bolsas
mas participam de todas as etapas do programa.
Em 2003, foi criado o Programa de
Iniciação Científica Júnior (IC Júnior), que
estende o programa para estudantes do
Ensino Médio e profissional. Esse programa
Galeria
permite que esses estudantes possam se
inserir em um ambiente científico antes de
ingressarem no Ensino Superior. As bolsas
são concedidas pelo CNPq e tem a parceria das fundações estaduais. Atualmente,
são concedidas cerca de 5 mil bolsas para
todos os Estados do Brasil.
O Pibic é avaliado semestralmente nas
217 instituições do programa por um comitê
externo constituído por pesquisadores qualificados. As avaliações do Pibic demostraram
que a maioria dos estudantes de pós-graduação são egressos do programa de IC. O tempo de titulação dos egressos da IC é menor
que o dos pós-graduandos que não participaram do programa. Com bastante freqüência
os egressos da IC, após alguns meses no programa de mestrado, são transferidos para o
de doutorado ou são matriculados diretamente no doutorado.
Não há dúvidas que a IC desempenhou
e desempenha um papel fundamental na
pujança do sistema de pós-graduação brasileira que anualmente forma cerca de 10
mil doutores. Foi também demonstrado que
o desempenho profissional de egressos da
IC, que não optaram em seguir a carreira aca-
dêmica, é diferenciado. É unanimidade na
comunidade científica a importância da
IC na estratégia para formação de recursos humanos que permitam ao País um
adequado desenvolvimento científico e
tecnológico.
Estamos em plena era da Sociedade do
Conhecimento e existe uma correlação entre
a capacitação científica e a tecnológica e o
bem-estar da sociedade. O programa de
IC está voltado para o futuro e juntamente
com outras ações de bom senso, pode
desempenhar um papel importante para
termos um País cada vez melhor.
Isaac Roitman,
presidente da Comissão Nacional de Avaliação
de Iniciação Científica ( CONAIC/CNPq)
QUAL A IMPORTÂNCIA DA REALIZAÇÃO DAS
PESQUISAS CIENTÍFICAS PARA A SOCIEDADE?
Fotos: Marília Gabriela
"Se as pesquisas estivessem
vinculadas a um retorno ao
meio pesquisado, acredito
que elas atrairiam mais a
atenção das pessoas. As
pesquisas na área de saúde
são as que mais interessam à
população."
Márcia Gozzi, professora
da Faculdade de
Educação Física
Qual sua opinião sobre o
Jornal da PUC-Campinas?
Quer sugerir uma pauta? Divulgar o que
você está fazendo? Participe! Mande uma
mensagem para a redação.
@
[email protected]
MESTRE
O mês de outubro nos leva como
um todo a refletir sobre o papel do
professor, desde a pré-escola até os
nossos mestres na graduação! Sou
aluna do curso de Pedagogia da PUCCampinas (6º período) e cada dia que
passa meu sonho de ser professora é
sempre revitalizado pelo aprendizado
que tenho aqui na Universidade.
Adorei o artigo do Moacir Gadotti, na
Faculdade de Educação estamos
trabalhando com publicações desse
importante educador.
Josiane da Silva, aluna
da Faculdade de Educação
"Algumas pesquisas não têm
aplicação prática, ficam no
teórico, então sua importância
no cotidiano é reduzida.
As pesquisas que se aplicam ao
nosso dia-a-dia têm mais
validade."
Luis Alexandre Amaral,
funcionário do Centro de
Ciências Exatas, Ambientais
e de Tecnologias (Ceatec)
"Todas as pesquisas sempre são
importantes para informar e esclarecer
a sociedade. Nós, na Universidade,
estamos em contato com o que há de
mais novo, então, temos a
oportunidade de passar isso
adiante através das pesquisas."
Dinah Rodero, estudante da
Faculdade de Psicologia
Imagem
Fotos: Ricardo Lima
SAÚDE NA PRAÇA - Alegria, gincanas, corre-corre de crianças, música e muita orientação sobre higiene e prevenção de doenças
transformaram o Largo do Rosário, nos dias 3 e 4 de outubro, em uma praça ainda mais democrática. Cerca de 1,2 mil universitários,
coordenados por 30 professores de onze faculdades da PUC-Campinas, orientaram cerca de 5 mil pessoas, entre crianças de escolas
previamente cadastradas e transeuntes. Um dos maiores eventos extramuros da Universidade contou com as visitas do reitor,
padre Wilson Denadai (à dir.), da vice-reitora, Angela de Mendonça Engelbrecht, e do pró-reitor de Administração, Marco Antonio Carnio.
“ TODA A
nossa CIÊNCIA,
COMPARADA
com a REALIDADE,
é primitiva E
infantil e,,
no ENTANTO,
É a COISA mais
preciosa que
TEMOS. ”
Albert Einstein
(1879-1955), físico alemão
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Jornal da PUC-Campinas
Entrevista
Amor LÚDICO
AJUDA a curar
S
Fotos: Ricardo Lima
Adriana Furtado
[email protected]
Se dividir entre atender os pacientes em consultórios e hospitais integra a rotina de qualquer médico. Mas para o clíMédico
nico geral Jamiro da Silva Wanderley, a administração de
Jamiro
seus horários extrapola o ambiente hospitalar, já que
ministra palestras em associações de moradores e escoda Silva
las sobre os mais diferentes assuntos relacionados à saúWanderley
de e à qualidade de vida. O diferencial é que o profisdoa
sional se transforma no médico-mágico. A paixão pela
medicina e o desejo de aliviar o sofrimento dos pacien- solidariedade
tes, que muitas vezes necessitam de um tratamento
em forma
contínuo, motivaram Wanderley, ainda na residência
de mágicas
médica, a aprender alguns truques e a mesclá-los nas
consultas. Formado em 1980 pela Faculdade de
para
Medicina da Unicamp, Wanderley buscou especialipacientes;
zação nas duas atividades, e hoje, com mais de 25 anos
experiência
de profissão, o médico já foi presidente da Associação
Brasileira de Mágicos e conquistou o respeito de coleserá
gas e até contagiou alguns para trilharem seus camicontada em
nhos. Motivo pelo qual foi escolhido para fazer uma
palestra
palestra no Hospital e Maternidade Celso Pierro
(HMCP) no dia 18 de outubro, Dia do Médico, às 13h,
no dia
no Anfiteatro Prof. Dr. Silvio Carvalhal. A palestra será
18 de
sobre Relacionamento Humano seguida de um wokshop
de mágicas. Abaixo você pode conhecer um pouco mais outubro
do trabalho desse profissional que conseguiu aliar o amor
que tem pelas duas atividades e o desejo de ajudar o próximo.
Jornal da PUC-Campinas - O que o levou a aprender a fazer mágica e a utilizála em suas consultas e palestras?
Jamiro Wanderley - Ainda na faculdade, por volta de 1977, entrei em um grupo
de teatro e quando fiz residência médica na Ala Pediátrica um paciente me ensinou algumas mágicas e comecei a utilizá-las nos meus atendimentos. Ainda nessa época, eu já fazia algumas palestras de orientações sobre saúde à população e
passei a inserir as mágicas em minhas apresentações.
Jamiro Wanderley nunca sofreu preconceito por causa de sua atividade paralela
gas já estavam habituados com o meu estilo de trabalho, desde a época da faculdade. Isso ajudou bastante. Ao longo desses meus anos de trabalho, até já incentivei alguns desses amigos a aprenderem algumas mágicas e a utilizá-las em seus
trabalhos. É como se fosse uma epidemia, um contágio de coisas boas.
JP - Suas palestras são sobre quais assuntos? Quais os recursos que você utiliza
para atrair a atenção do público?
Wanderley - As palestras são de variados assuntos, depende do público a que se
destinam. Faço palestras sobre tabagismo, alcoolismo, doenças sexualmente
transmissíveis, convivência com idosos, entre tantas outras. Para cada uma delas
tenho um repertório específico de mágicas que prendem a atenção do público
e assim, vou intercalando os assuntos com os números. Isso torna a aridez dos
temas mais suave.
JP - É possível notar a melhora no quadro clínico dos pacientes que atende utilizando a mágica?
Wanderley - Não é só isso. Você consegue mudar primeiro a maneira de trabalho
dos profissionais, na forma de atendimento aos pacientes. Quanto aos pacientes,
você consegue com que eles voltem ao hospital e dêem continuidade ao tratamento de forma mais leve. É uma maneira de minimizar o sofrimento. Assim, o tratamento fica mais fácil e as chances de obter uma resposta melhor também aumentam. Já tive casos de crianças que respondiam mal aos estímulos neurológicos e
que no tratamento, utilizando na mágica apenas uma bolinha colorida, conseguia
uma evolução nas respostas. Também houve ocasiões em que após uma palestra
em um presídio recebi agradecimentos por ter levado esperança e alento.
JP - Quando você decidiu usar a mágica em suas atividades de médico como foi
a reação de seus colegas? Você sofreu algum tipo de preconceito?
Wanderley - Nunca sofri preconceito. Muito pelo contrário. Todos os meus cole-
JP - O que um profissional da área da saúde deve ter para ser bem-sucedido?
Wanderley - Cada um tem de procurar fazer as coisas com amor. O trabalho deve
ser uma gratificação e o reconhecimento acaba se concretizando.
Ped-Riso faz a alegria de pacientes e universitários
Integrantes do grupo descontraem equipe de TV antes da gravação no Largo do Rosário
Esse mesmo amor à profissão e a vontade de minimizar o sofrimento dos
pacientes levou 25 alunos das Faculdades
de Fisioterapia, Enfermagem, Psicologia
e Medicina a se unirem e criarem o PedRiso. Norteados por uma frase da psicóloga do Doutores da Alegria Morgana
Mazetti: "Não se sabe quem brinca com
quem. É tão intenso que, nesse cenário
brincar é sinônimo de viver"; o grupo buscou a inspiração também em Pátch Adams.
Caracterizados com roupas de palhacinhos, fadinhas e outros personagens, o
Ped-Riso visita pacientes dos blocos pediátrico e psiquiátrico do Hospital e
Maternidade Celso Pierro (HMCP), duas
vezes por semana, levando alegria aos
pacientes. "Ficamos uma hora em cada
bloco e, nesse período, há uma mudança no comportamento dos pacientes e de
seus acompanhantes", afirma Fernando
Delgado Galibert, aluno da Faculdade de
Enfermagem. Também despertando o
lado lúdico dos hospitalizados, os contadores de histórias, Griots, que há um ano
e três meses desenvolvem atividades no
HMCP, não têm a chance de passar despercebidos. As seis voluntárias, que se
revezam para, todos os dias, estarem na
ala pediátrica do hospital, contagiam a
todos com seu arsenal de livros e histórias infantis, além de chamarem a atenção devido aos jalecos coloridos e cheios
de bichinhos de pelúcia que usam.
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Jornal da PUC-Campinas
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Pesquisa
Busca de conhecimento,
interesse pela carreira
acadêmica e diferenciação
no mercado de trabalho
justificam a escolha dos
estudantes; temática norteia
debate no 11º Encontro de
Iniciação Científica
Jovens apostam na
Iniciação CIENTÍFICA
Fotos: Ricardo Lima
O
Renata Rondini
[email protected]
O incessante desejo pelo conhecimento, a oportunidade de trilhar a formação de pesquisador e a diferenciação dos milhares de concorrentes no
mercado de trabalho despertam a atenção dos jovens para a Iniciação Científica
(IC). Em 2002, por exemplo, havia no
País 14,5 mil bolsistas de 121 instituições de Ensino Superior inscritas pelo
Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Científica do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Pibic/CNPq), maior
programa do Brasil de IC. Este ano, são
17, 9 mil estudantes de 217 instituições,
ou seja, o número de alunos aumentou
24% e das instituições quase dobrou. A
temática será discutida no 11º Encontro
de Iniciação Científica, que acontece
nos dias 24 e 25 de outubro nos Campi
I e II, respectivamente, com objetivo
de socializar as atividades desenvolvidas na Universidade.
"As transformações e as exigências
do mundo do trabalho, e a consciência
de que o conhecimento é um proces-
seu espírito investigativo, fortalece o
desejo por conhecimento, aprende a
metodologia científica e, principalmente, desenvolve uma postura interrogativa da realidade, relacionando a teoria
e a prática de uma forma que foge do
senso comum. A IC continua a ser um
passaporte para o ingresso na carreira da
pesquisa acadêmica, além de representar um diferencial curricular.
"A formação do pesquisador só se
fecha com o doutorado, sendo a IC a
primeira etapa. E mesmo que o estudante não objetive seguir a carreira acadêmica como pesquisador, sua formação permitirá que atue como um profissional questionador, criativo e pró-ativo, características que auxiliam no
desenvolvimento da carreira", argumentou Dulce.
>> Serviços
Coordenadora de Iniciação Científica (Propesq), professora Dulce Maria Pompêo de Camargo
so continuado motivam os estudantes
a se envolverem com a pesquisa", afirmou a coordenadora de Iniciação
Científica, Dulce Maria Pompêo de
Camargo. Segundo especialistas e os
próprios universitários, atuar em um
projeto de IC proporciona resultados
positivos. O aluno desde cedo aguça
11º Encontro de Iniciação Científica24 e 25 de outubro
Local: Auditório Dom Gilberto
(Campus I- dia 24); Auditório Monsenhor
Salim (Campus II- dia 25)
Horário: A partir das 8h
Informações: (19) 3756-7348 e
[email protected]
CONSTRUINDO O SABER - A afinidade com
o tema Indicadores Emocionais e Desenvolvimentais
no Desenho Infantil, encaminhou a aluna do 3º ano da
Faculdade de Psicologia Camila de Moraes Prado à
Iniciação Científica (IC). "Não tinha idéia de participar,
assim como muitos da minha turma. Porém, quando
ouvi a professora falar sobre o tema e o grupo de
pesquisa, decidi integrar o projeto. Na aula,
aprendemos a formatar o teste, o que é pesquisa, mas
tudo muito teórico. A IC é prática pura, a gente bate
muita cabeça, mas é algo construtivo. O resultado não
está certo, tem de recomeçar e executar as etapas
corretamente. É uma experiência valiosa para a minha
formação", comentou.
O projeto que a estudante integra visa por intermédio
do desenho da figura humana realizar uma avaliação
psicológica, enfocando o desenvolvimento cognitivo, ou
então uma possível problemática emocional de crianças
entre seis e 11 anos. "Essa atuação me aguçou o gosto
pela pesquisa, tanto que penso em um processo
continuado de educação, com a pós-graduação depois
da formatura. Por enquanto, meu interesse é a pesquisa,
porém a vida profissional pode ser muito diversificada",
confessou Camila.
APRENDIZADO AMPLIADO -
Por intermédio de um amigo, o
aluno do 5º ano de Engenharia Elétrica Celso Dall'Orto conheceu o
projeto Correlação entre Sinais GPS e a Emissão de Raios X e Conteúdo
Eletrônico Total da Ionosfera, que pesquisa as influências na precisão do
Sistema de Posicionamento Global (GPS), e garante que a IC amplia
significativamente o aprendizado do universitário.
"Você tem de pesquisar muito e é um sistema de aprendizado diferente da
sala de aula. Você não apenas ouve o que as pessoas falam e aceita como
verdade. Tem de investigar e comprovar suas observações. Essa
experiência acadêmica combinada com a prática é bem avaliada pelas
grandes empresas", afirmou Dall'Orto.
A participação em congressos, o intercâmbio de pesquisas e o contato
com outras instituições são apontadas pelo universitário como outros
pontos positivos de sua integração em um grupo de pesquisa. Dall'Orto
iniciou sua participação como voluntário há dois anos e com a
desistência de um colega de projeto conquistou a bolsa. Ele acredita que
muitos jovens ainda não descobriram a IC por falta de informação. "Há
muitos colegas que nem sabem como se envolver em projeto de
pesquisa ou até mesmo acreditam que é apenas para universitários que
querem ser acadêmicos", analisou Dall'Orto.
Raio X da PUC-Campinas
105 bolsistas Fapic/Reitoria
62 bolsistas Pibic/CNPq
5 bolsistas CNPq/Edital
14 bolsistas Fapesp
Fonte: Pró-Reitoria de PósGraduação e Pesquisa (Propesq).
Dados referentes a 2006/2007.
16 a 29 de outubro/2006
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Jornal da PUC-Campinas
Educação
Fotos: Ricardo Lima
Embora o acesso à
rede regular de
ensino esteja
previsto por lei desde
1996, instituições e
professores ainda
não se adequaram
às alterações
A
Du Paulino
[email protected]
Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB)
garante o "atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino". Desde que a lei foi promulgada, em
1996, aumentou a preocupação de educadores e responsáveis pela inclusão da
pessoa com deficiência nas salas de aula.
Dados do Ministério da Educação
(MEC) revelam que vem crescendo o
número de alunos com algum tipo de
deficiência nas escolas regulares. Em
2005, houve um aumento de cerca 34%
na procura dos deficientes pela escola
regular em comparação a 2004. A inclusão na sala de aula e em todos os ambientes da sociedade permeará as discussões
do 1º Congresso Nacional sobre Inclusão
da Pessoa com Deficiência que ocorre
entre os dias 6 e 8 de novembro na PUCCampinas.
Embora os números indiquem um
cenário positivo, a inclusão na sala de
aula ainda é um assunto espinhoso.
Professores despreparados que não
sabem como lidar com o deficiente, escolas sem infra-estrutura para recebê-los,
pais e alunos que se sentem desamparados na hora de cobrar seus direitos são
ingredientes de uma história digna de
novela, mas que é bem real. Deficiente
auditivo, o estudante da 8ª série do
Ensino Fundamental Pedro Martins de
Souza viveu experiência semelhante ao
da personagem Clara (Joana Morcazel)
da novela global Páginas da Vida. Sua mãe,
Ao lado, coordenadora do Ciad,
Roberta Puccetti: deficiência não é doença;
acima, educadora Cássia Geciauskas
Sofiato defende a inclusão na rede regular
Escola deficiente
resiste à inclusão
Marisa Martins de Souza, conta que ao
visitá-lo na escola regular em que cursava a 1ª série encontrou-o montando
um jogo, enquanto as outras crianças
copiavam a lição do quadro. Ao ser questionada, a professora demonstrou despreparo para lidar com o estudante. "Era
mais fácil para ela não lidar com a diferença do meu filho", desabafou.
A professora da Faculdade de
Pedagogia Cássia Geciauskas Sofiato disse que a inclusão do deficiente é um
fenômeno relativamente recente e que
ainda pode demorar um pouco até que
escolas e profissionais estejam totalmente preparados para essa nova realidade.
Especialista em educação especial, Cássia
acredita ser imprescindível a inclusão
para que o deficiente se desenvolva em
todas as suas potencialidades. Entretanto,
segundo ela, caberia ao Estado oferecer
um ambiente preparado para atender às
necessidades desses alunos. Para a coor-
denadora do Centro Interdisciplinar de
Atenção ao Deficiente (Ciad) da PUCCampinas, Roberta Puccetti, mais
importante que a estrutura das instituições de ensino é o olhar para a deficiência. "A deficiência não é doença. É uma
limitação e todos nós temos limitações.
Então, temos de aprender a respeitar
esses limites e explorar as potencialidades de cada um", sugeriu.
Depois de alternar entre escolas especiais e regulares, Marisa optou pela regular por considerar o ensino mais forte.
Para que o filho consiga acompanhar as
disciplinas, ela arca com as despesas de
uma tradutora da Língua Brasileira de
Sinais (Libras). "Eu preferiria que ele
estudasse em uma escola especial onde
seria instruído na linguagem dele porque o aproveitamento seria melhor. Mas
infelizmente o conteúdo das escolas
especiais fica muito aquém do das regulares", justificou.
Pedro concorda com a mãe em relação à qualidade de ensino da escola regular. "Dá para se preparar melhor para o
futuro", disse por meio de Libras.
Usuário do Ciad, onde pratica futebol
e tem aulas de informática com outros
jovens, o garoto circula entre surdos e
ouvintes, com um sorriso maroto próprio dos seus 16 aninhos, sem dificuldades. Nos dois universos paquera e
namora como qualquer garoto dessa
idade. O único problema surge quando tenta deixar de fazer as lições de casa,
no que é delatado aos professores pela
intérprete de Libras Paula Michelle da
Silva Pereira.
>> Serviços
1º Congresso Nacional sobre Inclusão da
Pessoa com Deficiência
Data : 6,7 e 8 de novembro
Local: Campus I
Inscrições: até 6 de novembro
Informações: Portal PUC-Campinas
(www.puc-campinas.edu.br)
Comitê de Ética em Pesquisa amplia atuação
da ao Centro de Ciências da Vida (CCV), Karina
A pluralidade deu o tom para a constituição
Magalhães Brasio, foi eleita por aclamação a nova
do novo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres
presidente do comitê, dando continuidade ao
Humanos da PUC-Campinas, ocorrida no dia
trabalho que já vinha sendo realizado estando a
10 de outubro durante uma reunião no Auditório
frente da coordenação. Também por aclamação
do Conselho Universitário no Prédio Adminisforam eleitos o primeiro vice-presidente, padre
trativo-Reitoria, no Campus I. Com a presença
Paulo Sérgio Lopes Gonçalves, diretor do Centro
do reitor da PUC-Campinas, padre Wilson
de Ciências Humanas (CCH), e para segundo
Denadai, da vice-reitora, Angela de Mendonça
vice-presidente, o professor da Faculdade de
Engelbrecht, do secretário-geral, padre José
Jornalismo, ligada ao Centro de Linguagem e
Benedito de Almeida David e do diretor do
Comunicação (CLC), Carlos Alberto Zanotti.
Gabinete da Reitoria, Anis Carlos Fares, foram
"É um momento importante para os trabalhos na
empossados os componentes do comitê. O RegUniversidade. Espero que o novo comitê funimento Interno da Universidade determina que
cione de forma proveitosa para toda a Univeros 60 integrantes sejam divididos entre 30 titula- Da esq. à dir., padre Paulo Sérgio Gonçalves, Karina Brasio e Carlos Zanotti
sidade", declarou Karina. Os eleitos têm manres e 30 suplentes. O desejo de ter um comitê
datos
de três anos e os reconduzidos ficam por dois
que olhasse para as pesquisas de forma a entender e
Universidade e que esteja em harmonia com o novo
anos.
Na próxima edição, o Jornal da PUCcontemplar as particularidades de cada uma das áreas
regimento interno que rege seu funcionamento", afirCampinas publica uma entrevista com a presidente
do conhecimento da Universidade se refletiu em sua
mou o reitor durante a reunião.
sobre as áreas de atuação e a importância dos trabalhos.
composição. Já que todos os Centros da Universidade
Na seqüência, devidamente constituído, o comiConfira os integrantes do Comitê de Ética em Pesquisa
contam com representantes, além de um integrante
tê realizou sua primeira reunião de trabalho, na qual
com Seres Humanos no Portal PUC-Campinas
da sociedade civil, Cristina Rodrigues da Silva, indiforam eleitos o presidente e os dois vice-presidentes,
(www.puc-campinas.edu.br).
cada para a composição do quadro. "Queremos ter um
funções anteriormente desempenhadas por um coorAdriana Furtado ([email protected])
comitê amplo, abrangente e participativo para toda a
denador. A professora da Faculdade de Psicologia, liga-
Jornal da PUC-Campinas
Trio de Biológicas
cria HQ As alunas da
Exagero
MURAL
compõe caricaturas
Aderval Borges
[email protected]
D
Academia de
Letras O gravurista e
classificados
professor da Faculdade de Artes
Visuais Paulo Cheida Sans
tomou posse da cadeira nº 14 da
Academia Campineira de Letras
e Artes, no dia 30 de setembro,
tendo como patrono o pintor
Lasar Segall. Artista plástico com
mais de 400 mostras e 40
prêmios no Brasil e três no
exterior, o principal motivo da
indicação, no entanto, foi sua
obra escrita: os livros Pedagogia
do Desenho Infantil e
Fundamentos para o Ensino das
Artes Plásticas, ambos pela
Editora Alínea, e A Criança e O
Artista, pela Editora Papirus. Sem
contar outros oito livros sobre
artes plásticas que ajudou a
organizar e dos quais é co-autor.
ario Carvalho Júnior, o DJota, é trabalhador e persistente. Divide o dia-a-dia entre as aulas na
Faculdade de Jornalismo, envia textos e tiras
humorísticas para vários veículos de comunicação e está
sempre envolvido com novos projetos editoriais. A labuta para administrar o tempo não é fácil. Mas quando o
assunto são Histórias em Quadrinhos (HQs), interrompe o que estiver fazendo para uma boa conversa.
As HQs permeiam tudo o que ele faz: as aulas, as pesquisas, o trabalho na imprensa e os livros que escreve. O
mais recente - Escola de Sacis -, para o público infanto-juvenil, será lançado no dia 31, às 19h30, no Campinas
Shopping. O próximo, sobre as HQs e sua relação com
a educação, já está quase no prelo e deve chegar às livrarias em novembro.
Ele não só defende a função das HQs como educação não-formal, como aposta que podem se constituir
em importantes instrumentos para o ensino nas salas
de aula. "O fato de utilizarem uma linguagem que sobrepõe imagem e texto mexe com os dois lados do cére-
Professor,
desenhista e
escritor, Dario
Carvalho Júnior,
o DJota, dá dicas
para quem
quer participar do
concurso sobre
Eleições-2006
bro, possibilita que as crianças interpretem tanto regências da gramática quanto da estética e, como uma complementa a outra, facilita a leitura e a absorção de conceitos", explicou.
Sobre caricatura, gênero das HQs sobre o qual o Jornal
da PUC-Campinas realiza concurso (leia mais na nota
abaixo), DJota explica que o vocábulo vem da palavra italiana caricare, que quer dizer "exagerar" e está também
relacionado ao nome do frade Agostinho Caracci, do
século 17, que fazia desenhos das pessoas em praças públicas. "É ligada a rostos, mas precisa ser exagerada, senão
não é caricatura: é retrato ou ilustração".
Para a turma que não é experiente no gênero e pretende inscrever trabalhos para o concurso do JP, ele deu
algumas dicas. A primeira é não ter preguiça de começar
de novo, se o resultado não ficar bom. "Se possível, mostre a caricatura para alguém e veja se a pessoa reconhece
quem foi caricaturado", sugeriu. Outro toque: utilize
algumas formas geométricas como base para o desenho
da cabeça. Mas, acima de tudo, é um gênero que requer
ousadia. "O caricaturista não deve ter medo de ousar no
exagero, pois essa é a essência da sua arte", ressaltou.
CON >Caricaturas: Eleições-2006
CUR
SO
O JORNAL DA PUC-CAMPINAS ESTÁ COM AS INSCRIÇÕES ABERTAS PARA O CONCURSO DE CARICATURAS SOBRE O TEMA ELEIÇÕES-2006.
AS PARTICIPAÇÕES DE ALUNOS, EX-ALUNOS, PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS DA PUC-CAMPINAS E DA SOCIEDADE EM GERAL SÃO BEM-VINDAS. AS CARICATURAS PODEM SER COLORIDAS OU EM BRANCO E PRETO. A ÚNICA EXIGÊNCIA É QUE SEJAM DESENHADAS NO TAMANHOA4.
OS PARTICIPANTES DEVEM ENVIAR OS TRABALHOS POR E-MAIL ([email protected]) OU PARA A REDAÇÃO DO DEPARTAMENTO
DE COMUNICAÇÃO (DCOM), QUE FUNCIONA NO PRÉDIO ADMINISTRATIVO -REITORIA, CAMPUS I DA UNIVERSIDADE. A CARICATURA VENCEDORA SERÁ PUBLICADA NA PRIMEIRA EDIÇÃO DE NOVEMBRO E RECEBERÁ UM PRÊMIO. INFORMAÇÕES: (19) 3756-7248.
FAU nos esportes Não é de
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hoje que a turma da Fac
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Campinas mostra sobre as
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Cinema nos campi Você já foi à 1ª Mostra de Cinema
Inter'Arte? É sobre a produção cinematográfica iraniana. Ocorre
em outubro no Campus I e em novembro no Campus II. As exibições no Campus I são na Sala 900, a partir das 17h30, e no Campus
II, no Auditório da Biblioteca Setorial, a partir das 18h. No dia 17
de outubro, será exibida a comovente história do menino cego
Mohammad, em A Cor do Paraíso, dirigido por Majid Majidi. No dia
24 de outubro, o filme A Maçã, primeira obra da jovem diretora
Samira Makhmalbaf. Os filmes dos dias 25 e 26 de outubro, respectivamente, A Caminho de Kandahar e Salve o Cinema, são ambos do
pai de Samira, o cineasta Mohsen Makhmalbaf.
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Fotos: Ricardo Lima
Faculdade de Ciências
Biológicas Bruna Palermo,
Débora Carneiro e Maria
Gutierrez apresentaram
durante o 1º Encontro de
Licenciaturas, em setembro,
uma HQ didática sobre a
importância das vitaminas A,
D, E e K para o corpo
humano. É a segunda
historinha que produzem
com esse objetivo. A
primeira, foi sobre biologia
celular. Elas já trabalham em
uma terceira sobre genética.
"O próximo passo é levar os
três gibis para as escolas e
testar sua eficiência na
aprendizagem das crianças",
contou Bruna. O trabalho
integra as atividades da
disciplina Prática Integrada
de Bioquímica, orientada
pela professora Celene
Bernardes.
16 a 29 de outubro/2006
07
08
16 a 29 de outubro/2006
Jornal da PUC-Campinas
Fotos: Ricardo Lima
Cultura Popular
Família de artistas
trabalha para
divulgar e garantir
a história dos
mamulengos no
Distrito de Joaquim
Egídio em Campinas
O
Aderval Borges
[email protected]
O Ateliê & Teatro de Bonecos
Inventor de Sonhos contrasta com as
residências, restaurantes e bares do
Distrito de Joaquim Egídio, em
Campinas. Tem colorido intenso, proveniente do jardim sempre bem-cuidado e dos bonecos de papel machê
expostos na fachada. No local, a artesã
Natasha Faria produz e vende seus trabalhos e o mestre de mamulengo
Sebastian Marques "brinca" com seus
personagens. O espetáculo em cartaz,
todos os fins de semana é Bendito - Os
Beneditos, por ele escrito e interpretado.
O entra-e-sai de pessoas é intenso. Além
do público, sobretudo de crianças, o
endereço é ponto de referência para
artistas populares em visita à cidade, que
procuram o casal para discutir alternativas de manterem vivas as tradições ou
simplesmente para ter onde ficar. No
dia da reportagem, estavam por lá o mestre de mamulengos Vadeck de
Garanhuns (PE) e sua família.
"Cultura popular é nossa missão de
vida", resumiu Sebastian. Ex-aluno de
Filosofia da PUC-Campinas e formado em Artes Cênicas pela Unicamp,
pesquisa os mamulengos há 14 anos.
"Considero pouco tempo de estudos
para uma arte que tem mais de 400 anos",
brincou. De fato, a arte à qual se dedica vem do século 13, da Península
Ibérica. Teria sido introduzida no País
pelos jesuítas, que a utilizavam como
instrumento de educação e catequese.
"Mas o modo de fazer os bonecos do
mamulengo, de caracterizá-los como
pessoas e discursar com ventriloquia é
nacional", observou.
Ele e Natasha compartilham o mesmo "sonho" há quase uma década. Os
dois estão empenhados em formar
sucessores, oferecem oficinas no local
e pretendem também ensinar suas técnicas nas escolas de Sousas e Joaquim
Egídio. Pelo menos uma seguidora já
está garantida: a filha Vitória, 8 anos,
que toca acordeom e ajuda o pai nos
espetáculos.
>> Serviços
Ateliê & Teatro de Bonecos Inventor de Sonhos
Endereço: Rua Valentin dos Santos Carvalho,
75, Distrito de Joaquim Egídio, Campinas
Apresentações: sábados e domingos, às 16h
Ingressos: R$ 5,00
Informações: (19) 3298-6841 e
www.inventordesonhos.com.br
BONECOS
constroem sonhos e
abrigam tradição
Artesã
Natasha Faria
(acima, à dir.)
confecciona os
personagens
com papel
machê; alguns
ganham vida
nas mãos do
pesquisador
e artista
Sebastian
Marques no
palco do
teatro do
casal, que
funciona ao
lado do ateliê
Originária da
Península Ibérica,
alegoria chega ao
Brasil pelas mãos
dos jesuítas
para ganhar
caracterização,
voz e colorido
tupiniquins
Vitória,
8 anos,
ratifica a
genética
artística e toca
acordeom nos
espetáculos
abertos ao
público
nos fins de
semana
Caminhada: prepare o fôlego para o dia 22
Uma boa notícia para esportistas, atletas de fim de semana
e todos que quiserem participar das comemorações
da Universidade. A Caminhada dos 65 anos da PUCCampinas acontece no dia 22 de outubro, a partir das
9h30, na Lagoa do Taquaral. O evento, que estava
agendado para o dia 17 de setembro, foi cancelado
devido às más condições climáticas. Mas, agora, a atividade ocorrerá, faça sol ou faça chuva, garantem os
organizadores. O percurso de 5 km tem início no
estacionamento do Portão 1 da Lagoa do Taquaral e
será animado por um trio elétrico. Os caminhantes
receberão orientações sobre postura, preparação corporal, alimentação, vestuário, entre outros, durante
a caminhada e nas tendas locadas na entrada principal. Ao término da atividade, os participantes terão
ainda a oportunidade de conferir atividades culturais.
O evento é aberto ao público em geral. Os participantes que contribuírem com um quilo de alimento nãoperecível ganharão um brinde. As doações serão encaminhadas para o Grupo de Ação Solidária (GAS).
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