Histórico das Redes de
Computadores
Hermes Senger
Pós-Graduação “Lato Sensu” em Redes
de Computadores - DC - UFSCar
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Redes de Computadores - 1
Tópicos
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Histórico das comunicações
A rede ARPANET nos EUA
A rede NSFNET nos EUA
O surgimento da Internet mundial
O Brasil na Internet
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Redes de Computadores - 2
Breve histórico das comunicações
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1838  A invenção do telégrafo por Samuel F. B. Morse dá início à era das
comunicações modernas, baseadas em sinais elétricos. Cada caracter é composto
de um código binário (formado por pontos e traços).
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1858  O primeiro cabo telegráfico atravessa o atlântico, permanecendo
operacional por alguns dias.
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1861  A primeira linha telegráfica transcontinental atravessa os EUA da costa a
costa.
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1876  Alexander Graham Bell inventa o telefone. Alguns anos depois, o telefone
começa a ser utilizado comercialmente, criando-se as primeiras redes telefônicas.
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1946  Claude Shannon publica o livro “A mathematical theory of Communication”,
formulando processos da comunicação moderna.
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1969  A Arpanet, uma comissão do Departamento de Defesa norte-americano,
com mais 4 universidades (UCLA, UC Berkeley, SRI e Univ. Do Utah) tornam
operacional a primeira rede, que mais tarde daria origem à Internet.
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A rede ARPANET
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Meados da década de 60  Em meio à guerra fria, o DoD (Departamento da Defesa
dos EUA) resolve criar uma rede de controle e comando, bem mais robusta do que a rede
telefônica, que pudesse resistir a ataques nucleares, queda de links ou alguns
comutadores. Para isto, sua agência ARPA (Advanced Research Project Agency), uma
divisão científica do Pentágono, começou a financiar pesquisas em universidades, com a
finalidade de criar uma rede com essas características.
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Os primeiros direcionamentos foram no sentido de se criar uma rede baseada na
comutação de pacotes, composta de uma sub-rede interligando hosts.
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Para ser confiável, a sub-rede deveria ser formada por minicomputadores denominados
IMPs (Interface Message Processors), onde cada IMP deveria estar ligado a pelo menos
dois outros IMPs. Caso parte da rede fosse destruída, a rede deveria ser capaz de rotear
seus datagramas através de rotas alternativas.
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A ARPA, convocou durante o verão de 1969 os pesquisadores em redes, basicamente
formada de estudantes universitários, a desenvolverem o software do host.
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Em dezembro de 1969 a Arpanet começou a funcionar, com seus primeiros 4 nós
interligando universidades (UCLA, UC Berkeley, SRI e Univ. do Utah). Até 1972 mais a
rede cresceria para de 30 nós, entre universidades e empresas como Xerox-PARC, BBN
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Redes de Computadores - 4
A rede ARPANET
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A ARPA também financiou pesquisas em para o desenvolvimento de redes via satélite e
redes de pacotes móveis. Nessa época, foi realizada a primeira experiência onde um
caminhão atravessou o estado da Clifórnia com um computador a bordo, que
permaneceu conectado a outro computador na Universidade College of London, na
Inglaterra.
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Nessa época, verificou-se que os protocolos da ARPANET eram inadequados para
interligação de redes diferentes, e mais pesquisas foram feitas nesse sentido,
culminando no desenvolvimento do TCP/IP, em 1974, por Vinton Cerf e R. Khan.
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A ARPANET ofereceu um contrato para a UC em Berkeley, para desenvolver uma
interface de programação (sockets) que foi incorporada ao sistema operacional BSD
(UNIX). Isso incentivou o desenvolvimento de inúmeras aplicações, como o Domain
Naming System - DNS.
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Em 1983 a ARPA passou o controle da rede, com cerca de 200 IMPs, para a DCA
(Defense Communications Agency), que então criou a MILNET, uma sub-rede militar
para interligar bases militares em solo norte-americano e bases espalhadas pelo mundo.
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Durante a década de 80 diversas outras redes foram se ligando à ARPANET.
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Em 1990 a ARPANET foi desfeita, dando lugar a outras redes mais avançadas.
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A NSFNET
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No final dos anos 70, a NSF (National Science Foundation), vendo o enorme impulso
que a rede dava à pesquisa científica no país, resolveu criar uma rede paralela à
ARPANET, pois nem todas as universidades tinham acesso à ela.
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A rede criada pela NSF foi chamada de NSFNET, e oferecia linhas discadas a diversas
outras universidades, e conectava-se, por sua vez à ARPANET e outras redes.
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Em 1984 a NSF começou a planejar o sucessor da ARPANET. Para isto, ela:
– Interligou 6 centros de supercomputação do país
– ofereceu acesso a todas as universidades, laboratórios de pesquisa, museus e bibliotecas,
para que pudessem ter acesso aos recursos de supercomputadores, e comunicar entre sí.
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O crescimento acelerado:
– Inicialmente, a NSF tinha um backbone de 56 kbps, que ficou logo esgotado.
– Na versão 2 do backbone, a rede tinha canais de fibra ótica de 448 Kbps.
– Até 1990 a rede possuía canais de 1,5 Mbps.
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O governo dos EUA percebeu que não poderia mais financiar o crescimento da rede, e
resolveu torná-la comercial.
– Foi criada então a ANS (Advanced Networks and Services): consórcio entre a MERIT, MCI e
IBM, que assumiu a NSFNET em 1990, atualizando seu backbone para 45 Mbps.
– Em 1995 a rede foi vendida à America Online.
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O surgimento da Internet
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Em meados dos anos 80 as diversas redes existentes começaram a ser informalmente
chamadas de Internet.
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O crescimento:
– 1990: a Internet conectava cerca de 3 mil redes e 200 mil hosts.
– 1992: o número cresceu para 1 milhão de hosts.
– Em 1995: havia inúmeros backbones, centenas de redes regionais, dezenas de milhares de
LANs, milhões de hosts, dezenas de milhões de usuários, praticamente dobrando a cada ano.
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As aplicações principais da Internet no seu início foram:
– Correio eletrônico (e-mail)
– News: grupos ou fóruns de usuários interessados em assuntos específicos.
– Login remoto: para usuários estabelecerem login com máquinas remotas onde tenham conta.
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Até 1990 a Internet era povoada por pesquisadores das universidades, agências do
governo e militares.
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A criação da WWW atraiu milhões de novos usuários.
– Foi criada pelo físico Tim Barners-Lee, juntamente com o visualizados Mosaic
– A WWW possibilitou a criação de sites com inúmeras páginas de texto, imagens, sons e até
mesmo vídeo, além de links para
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A Internet no Brasil
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1988: já se formavam no Brasil alguns embriões independentes de redes, interligando
grandes universidades e centros de pesquisa do Rio de Janeiro, São Paulo e Porto
Alegre aos Estados Unidos.
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1989 : O MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia juntamente com CNPq, da FINEP Financiadora de Estudos e Projetos, a FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo, a FAPERJ - similar do Estado do Rio de Janeiro e a FAPERGS Estado do Rio Grande do Sul criaram a RNP - Rede Nacional de Pesquisa.
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A RNP se destinava (e ainda o faz) a :
– promover a implementação do backbone interligando as universidades Brasileiras à Internet,
– criar metas para a formação de recursos humanos em redes no Brasil,
– cuidar de assuntos estratégicos, coo segurança, planejamento de tráfego, Tc.
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Fase I (*) : (de 1991 a 1993) montagem da chamada Espinha Dorsal (backbone) Fase I
da RNP. Em 1993, a RNP já atendia a onze estados do país, com conexões dedicadas a
velocidades de 9.6 a 64 Kbps. Em paralelo à implantação de sua estrutura, a RNP
dedicou-se a tarefas diversas, tais como divulgar os serviços Internet à comunidade
acadêmica através de seminários, montagem de repositórios temáticos e treinamentos,
estimulando a formação de uma consciência de sua importância estratégica para o país.
*Os. Informações divulgadas pela RNP através do site: www.rnp.br
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A Internet no Brasil
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Em 1991 esta era a situação do backbone acadêmico no Brasil
(Fonte: RNP - publicação autorizada para fins educacionais)
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A Internet no Brasil
• Fase II : 1994 a 1996
• Aumento do número de instituições ligadas + novas aplicações exigem o
aumento da largura de banda  montagem da Espinha Dorsal Fase II da RNP.
– Maio de 1995: abertura da Internet comercial no Brasil.
• Neste período, a RNP passou por uma redefinição de seu papel, deixando de ser um
backbone restrito ao meio acadêmico para estender seus serviços de acesso a todos
os setores da sociedade.
• A RNP passa a oferecer apoio a consolidação da Internet comercial no Brasil.
– A RNP cria o Centro de Informações Internet/BR para apoiar o surgimento de
provedores e usuários da Rede. Já no seu primeiro ano de funcionamento atendeu a
mais de 3.000 questões relativas à Internet.
– Nesse mesmo ano a RNP passa a receber apoio direto das empresas fabricantes
de bens de informática como por exemplo, Compaq, Equitel, Philips, IBM, Tc, que
fornecem equipamentos, software e, mesmo, financiando atividades diretas do
projeto. A partir de 1995, o Brasil vem, então, registrando taxas extremamente altas
de crescimento no uso da Internet; taxas inclusive acima da média mundial.
– Janeiro de 1996: promovido pela RNP, através do GTRH, os primeiros curso de
formação de administradores de rede Internet no Brasil.
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Redes de Computadores - 10
A Internet no Brasil
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Em 1995, esta era a situação do backbone RNP no Brasil, servindo tanto à comunidade
acadêmica quanto para o uso comercial.
(Fonte: RNP - publicação autorizada
para fins educacionais)
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A Internet no Brasil
•
Fase III : de 1996 e 1998
– a RNP melhorou sua infra-estrutura, ampliando a capilaridade e velocidade de suas linhas.
– O backbone da RNP passou a ter um total de cinco conexões internacionais.
– A partir de outubro de 97, a RNP deu início à terceira fase do projeto, denominada RNP2, com
o objetivo de incentivar o desenvolvimento de uma nova geração de redes Internet,
interligando todo o país numa rede acadêmica de alto desempenho e conectando-se à
iniciativa norte-americana Internet2. Neste sentido, firmou-se um acordo de cooperação - MoU
- entre a RNP e a UCAID, entidade que coordena o desenvolvimento do projeto Internet2 nos
Estados Unidos.
•
Em maio de 2000, o ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Mota Sardenberg,
inaugurou o novo backbone RNP2, que conectará todo o Brasil ao backbone da
Internet2 até o final do ano, com velocidade de até 155 Mbps.
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A Internet no Brasil
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Em 1999, esta era a situação do backbone RNP no Brasil
(Fonte: RNP - publicação autorizada para fins educacionais)
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Backbones comerciais no Brasil
• Atualmente,
os
backbones
comerciais no Brasil são de
propriedade
de
empresas
provedoras
que
oferecem
serviços de IP dedicado/discado.
– A Embratel, por exemplo, possui
Pontos de Presença (dados de
Agosto de 2000) em 110
municípios do Brasil.
– Outras empresas provedoras de
Backboone IP : KDD Nethall,
Global One, Tc.
– O mapa ao lado mostra o
Backbone da Embratel, em
meados de 2000.
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Backbone Embratel: internacional
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A Internet2
• Internet2 é uma iniciativa norte-americana
• Objetivos:
– Desenvolvimento de tecnologias e aplicações avançadas de redes Internet para a
comunidade acadêmica e de pesquisa, como por exemplo :
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•
•
•
desenvolvimento de novas aplicações como telemedicina,
ensino a distância,
aplicações de teele-imersão,
bibliotecas digitais,
laboratórios virtuais,
outras que não são viáveis com a tecnologia Internet atual.
– Transferência das tecnologias desenvolvidas e testadas ao longo da execução
dos projetos, ao setor comercial
• Entidades envolvidas:
– 180 universidades norte-americanas,
– agências do governo
– indústria
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O projeto Internet2
• Investimentos de cerca de 500 milhões de dólares em equipamentos e
serviços num período de 3 anos:
– governo dos EUA
– empresas líderes de tecnologia como Cisco Systems e Nortel Telecom e Qwest
– Universidade de Indiana (através do Abilene Network Operations Center)
• O projeto:
– Foi lançado em 14 de abril de 1998 nos Estados Unidos.
– A rede Abilene (assim foi batizada inicialmente) deve ser pelo menos por um
período a mais rápida rede norte-americana, operando a 2,4 Gigabits por segundo,
numa rede de mais de 16 mil quilômetros de fibra ótica, sendo a mais
avançada rede de IP nativo disponível para as universidades que participam do
Projeto Internet2.
– O projeto foi desenvolvido pela UCAID (University Corporation for Advanced
Internet Development) e seu acesso feito através da rede nacional de fibras
ópticas da Qwest, com tecnologia da Cisco System e Nortel (Nortel Telecom).
– A rede deverá conectar-se, ainda, com redes avançadas de pesquisa e educação e
com o vBNS da National Science Foundation,
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Redes de Computadores - 17
O Brasil na Internet2
• Outubro de 1997: O Brasil fechou um acordo de participação, envolvendo
suas instituições de ensino superior e centros de pesquisa.
• Em março de 2000, a RNP e a University Corporation for Advanced Internet
Development (UCAID) assinaram o Memorandum of Understanding (MoU),
que formaliza o acordo de cooperação.
• A estratégia rumo à Internet2:
– Expansão da rede acadêmica brasileira, criando o novo backbone RNP2: com
tecnologias ATM - Asynchronous Transfer Mode, para os enlaces de maior tráfego
de dados, e FR - Frame Relay, para as áreas com menor tráfego. Iniciada em
maio de 2000 e com previsão de conectar-se à Internet2 norte-americana até o
final do ano.
– Criar as Redes Metropolitanas de Alta Velocidade - REMAV, em diversas regiões
do país.
– Capacitar recursos humanos para operar e apoiar o desenvolvimento de redes
baseadas em tecnologias de última geração: o Laboratório de Configuração e
Testes da RNP (LCT) possui frentes de trabalho para o estudo de novas
tecnologias.
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Redes de Computadores - 18
A Internet2
Backbone RNP2
“A última fase de implantação do
backbone RNP2 iniciou-se em
julho e conecta os PoPs de Goiás,
Paraíba, Alagoas, Sergipe, Piauí,
Maranhão, Tocantins, Espírito
Santo e Roraima. A conexão com
a rede norte-americana Internet2
acontece até o final do ano 2000,
com a entrada em operação do
cabo submarino Americas 2. “
(RNP)
(Fonte: RNP - publicação autorizada para fins
educacionais)
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Redes de Computadores - 19
Para saber mais ...
• Tanenbaum 96 - apresenta um histórico mais detalhado sobre o
início da rede mundial, na seção 1.5
• O site da RNP: www.rnp.br contém um histórico sobre o início da
Internet no Brasil
• O Comitê Gestor da Internet no Brasil, entidade que coordena a
implantação e evolução da Internet no Brasil mantém um site
onde se pode ver : www.cg.org.br
• www.internet2.edu
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