MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO:
Ensino de Enfermagem
RENATA MARTINS DA SILVA
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO:
Ensino de Enfermagem
RENATA MARTINS DA SILVA
Enfermeira Especialista em Enfermagem Obstétrica (UERJ)
e em Docência do Ensino Superior (UniFoa)
AGRADECIMENTOS
20
Profa. Ilda Cecília Moreira da Silva
Profa. Rosana Aparecida Soares Ravaglia
Profa. Valquíria Jorge Sepp
Profa. Bernadeth Dionísio da Silveira
Profa.Valéria da Silva Vieira
Profa. Maria Manuela Vila Nova Cardoso
Ao corpo docente do Curso de Enfermagem do UniFOA
MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO: Ensino de Enfermagem
Sumário
Mensagem ao Professor................................................................2
1.
O Estágio em Enfermagem...................................................3
2.
Contribuição de Paulo Freire.................................................4
2.1 exemplo de problematização.........................................6
3.
Normas a serem seguidas pelos professores.....................7
4.
Estratégias de Ensino..........................................................10
4.1
Estudo de caso...........................................................10
4.2
Discussão em grupo...................................................15
4.3
Demonstração............................................................15
4.4
Levantamento de hipóteses.......................................16
4.5
Visita comentada aos leitos........................................17
Referências...............................................................................................19
2
Mensagem ao Professor
5. Referências Bibliográficas
Este Manual é fruto do trabalho de Dissertação
apresentada ao programa de Pós-graduação Mestrado Profissional
em Ensino de Ciências e Meio Ambiente do UniFOA e tem como
motivação a prática docente no Estágio Supervisionado em
Enfermagem no Curso de Graduação em Enfermagem desta
instituição assim como outras experiências retratadas em periódicos
sobre o assunto.
Fica a interrogação, por que confeccionar um manual
destinado a professores na condução de seu trabalho como
supervisores de estágio? A preocupação é dar visibilidade às
práticas docentes já exitosas e favorecer o acompanhamento do
Estágio por professores menos experientes e interessados em
discutir mais este tema.
A prática docente crítica, implicante do pensar certo,
envolve o movimento dinâmico, dialético entre o fazer e o pensar,
sobre o fazer. É fundamental que o professor assuma que o
indispensável pensar certo não é presente dos Deuses nem se acha
nos guias de professores, mas pelo contrário, o pensar certo que
supera o ingênuo tem de ser produzido pelo próprio acadêmico em
comunhão com o professor formador (FREIRE, 1996, p.39)
Deste modo, pretende-se ao apresentar este manual que
este possa suscitar interesse por parte de professores de
Enfermagem sobre o pensamento crítico e criativo, que além de tudo
preserve a liberdade de alunos e professores, no grande desafio que
é estar em campos de prática acadêmica desvelando o cuidado em
suas particularidades.
ALVIN, Neide Aparecida Titonelli. FERREIRA, Márcia de
Assunção. Perspectiva problematizadora da educação popular em
saúde e a Enfermagem. Rev. Texto e Contexto Enferm,
Florianópolis, 2007 Abr-Jun; 16(2): 315-9.
BARROS, Sonia Maria O. MARIN, Heimar de Fátima. ABRÃO,
Ana Cristina F. V. Enfermagem obstétrica e ginecológica. Guia
para a prática assistencial. São paulo: Roca, 2002.
FERNANDES, J.D. A trajetória do ensino de graduação em
enfermagem no Brasil. In: TEIXEIRA, E., VALE, E.G.,
FERNANDES, J.D. et al. O ensino de graduação em enfermagem
no Brasil: o ontem, o hoje e o amanhã. Brasília: Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2006.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à
prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. p. 39
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 31.ed. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 2008.
HANDEM, P.C., MATIOLI, C.P., PEREIRA, F.G.C. Metodologia:
interpretando autores. In: FIGUEIREDO, Nebia Maria Almeida.
(org.) et al. Método e metodologia na pesquisa científica. São
Caetano do Sul, SP: Difusão, 2004.
HEIDGERKEN, LE. Enseñanza de la Enfermeria. In: GALDEANO,
Luzia Elaine, ROSSI, Lídia Aparecida, ZAGO, Márcia Maria
Fontão. Roteiro instrucional para a elaboração de um estudo de
caso clínico. Revista Latino- americana de Enfermagem 2003
maio-junho; 11(3): 371-5.
WALDOW, Vera Regina. Cuidado Humano: o resgate necessário.
3.ed. Porto Alegre: Sagra Luzzato, 2001. p. 162.
19
18
4. Apresentar os acadêmicos e explicar as atribuições dos mesmos
naquele setor;
5. Colocar-se a disposição para futuras explicações ou auxílio,
quando necessário;
6. Iniciar anamnese e exame físico em conjunto com os acadêmicos;
7. Explicar o que vem a ser a nomenclatura técnica da área de
saúde, tranqüilizando o paciente a respeito das indagações dos
acadêmicos;
8. Agradecer a disponibilidade do paciente e quando possível, sanar
suas possíveis dúvidas.
1.O Estágio em Enfermagem
Observa-se que as instituições de ensino têm dividido os
acadêmicos em pequenos grupos, que vão tendo a possibilidade de
estagiar em diversos setores da rede pública e privada de saúde,
tanto em atenção primária, como secundária e terciária.
Anteriormente ao desenvolvimento do estágio
supervisionado, os acadêmicos têm contato com as disciplinas do
ciclo básico das carreiras da saúde e posteriormente com disciplinas
que são específicas da profissão como: Atenção a Saúde do Adulto,
da Mulher e da Criança, entre outras.
O processo de supervisão dos acadêmicos no estágio
deve ser realizado por professores supervisores enfermeiros, além
da inclusão dos profissionais que atuam nas instituições onde o
estágio é desenvolvido.
O estágio supervisionado além de proporcionar
experiências de âmbito técnico-científico, também prepara o futuro
profissional para o desempenho de suas funções com
responsabilidade, ética, liderança, capacidade de comunicação e
tomada de decisões; todos aspectos importantes, visto que o futuro
Enfermeiro estará à frente da equipe de Enfermagem.
No Brasil o Estágio em Enfermagem está regulamentado
pela Lei nº 11.788 de 25 de Setembro de 2008, onde em seu Art.1º
define o Estágio como,
Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no
ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo
de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em
instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino
médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental,
na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.
Fernandes (2006, p.19) afirma que o desafio atual na
confecção do currículo dos Cursos de Enfermagem, através dos
Projetos Pedagógicos, está na mudança de paradigmas e crenças
internalizadas:
O grande desafio que é o de formar enfermeiras (os) com competência
técnica e política, como sujeitos sociais dotados de conhecimento, de
raciocínio, de percepção e sensibilidade para as questões da vida e da
sociedade, capacitando-as (os) para intervirem em contextos de
incertezas e complexidades para fortalecer o Sistema Único de Saúde.
A educação em enfermagem tem, senão o mais
importante, um dos papéis essenciais para a socialização do
cuidado humano. Não existem, no entanto, receitas, planos de
ensino ou manuais para ensiná-lo. O cuidado técnico pode ser
ensinado, porém o cuidado em sentido mais amplo, entendido como
um processo interativo, precisa ser vivido (WALDOW, 2001, p. 162).
3
4
A vivência do cuidado em campo prático de estágio está
intimamente ligada ao modo como professor e aluno vêem o
cuidado, que pode ser considerado a essência da Enfermagem
como prática social, histórica e profissional.
Mas como ensinar a cuidar? Existem formas prontas? De
acordo com Waldow (2001, p.182), para que o cuidado seja
privilegiado, os tipos de atividade ensino-aprendizagem precisam
ser diferentes, assim como o papel de docentes e discentes.
Infelizmente, docentes em enfermagem não discutem a forma de
abordagem dos conteúdos de ensino e não compartilham muito
suas experiências de ensino.
E ainda, segundo a autora, em geral as professoras são
conservadoras quanto às dinâmicas de ensino e quando se
aprimoram em cursos de mestrado ou doutorado, não tem muito
espaço para testar e programar novas abordagens e modelos no
grupo de docentes.
2. A contribuição de Paulo Freire
Com Freire aprendemos a contextualizar o ensino,
provocando no aluno o desejo de conhecer o mundo através de sua
experiência com a vida. Participando do aprendizado de outros e
modificando seu ambiente para atender suas expectativas.
“Como, porém, aprender a discutir e a debater numa escola que não
nos habitua a discutir, porque impõe? Ditamos idéias. Não trocamos
idéias. Discursamos aulas. Não debatemos ou discutimos temas.
Trabalhamos sobre o educando. Não trabalhamos com ele. Impomolhe uma ordem a que ele não se ajusta concordante ou
discordantemente, mas se acomoda. Não lhe ensinamos a pensar, por
que recebendo as fórmulas que lhe damos, simplesmente as guarda.
Não as incorpora, por que a incorporação é o resultado da busca de
algo, que exige, de quem o tenta, o esforço de realização e de procura.
Exige reinvenção.”
No estágio podemos ensinar com liberdade e promover a
autonomia do sujeito/discente sem desestruturar o sujeito/docente
que deve ser visto como comprometido e não como insuperável e
detentor de todo o saber.
De acordo com Freire (1996, p.39), a formação
permanente dos professores, tem como momento fundamental a
reflexão crítica da prática. É pensando criticamente a prática de hoje
ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. Portanto, é
preciso que tenhamos capacidade de adequação a novos
paradigmas históricos, sociais, culturais e educacionais para
estarmos frente ao ensino em campos de prática, visto ser este
espaço multifacetado e onde as possibilidades se tornam infinitas do
ponto de vista humano.
1º As hipóteses devem ser expressas numa linguagem clara,
simples.
2º As hipóteses devem ser específicas.
3º As hipóteses devem ter apoio da literatura.
4º As hipóteses não podem referir-se a um só fato, fenômeno ou
acontecimento no campo de estágio, devem ser abrangentes.
5º A hipótese deve ser uma proposta favorável da interrogativa
colocada pelo professor e/ou aluno. Isto é, toda hipótese que parte
de uma teoria ou literatura deve ter a possibilidade de ser
comprovada, verificada pela experiência e pela prática.
Exemplos:
Os pacientes da clínica médica têm infecção cruzada pela falta de
lavagem das mãos.
O banho no leito pode minimizar o desconforto de pacientes
acamados.
4.5 Visita comentada aos leitos
No decorrer dos dias determinados para o estágio em
cada clínica ou setor, os acadêmicos podem conviver com diversos
pacientes ou usuários dos serviços de saúde. A aproximação com os
pacientes muitas vezes não é tão fácil para acadêmicos
inexperientes, o que faz com que estes se sintam inseguros e com a
impressão de nunca estarem preparados para o atendimento global
do cliente.
Neste momento é que o professor deve exercitar sua
sensibilidade ao lidar com pacientes, acompanhantes e equipe de
saúde, facilitando o diálogo destes atores com os acadêmicos e
melhorando as relações interpessoais entre eles.
A visita aos leitos em conjunto com os acadêmicos deve
ser uma prática diária do professor que acompanha o estágio em
instituições hospitalares.
1. Fazer leitura dos prontuários escolhidos;
2. Priorizar, com a participação dos acadêmicos, os leitos que serão
visitados;
3. Abordar o paciente e apresentar-se;
17
16
como preparo de materiais, verificação de sinais vitais, exame físico,
punções venosas, sondagens gástricas ou vesicais, coleta de
materiais para exames, etc.
No estágio o professor deve, sempre que possível,
demonstrar as técnicas que farão parte do dia-a-dia da unidade de
saúde onde está sendo desenvolvido o estágio, para que o
acadêmico se aproprie com mais clareza e confiança daquilo que
será praticado.
Para Libâneo (1994, p.162) “a demonstração é uma forma
de representar fenômenos e processos que ocorrem na realidade.
Ela se dá através de explicações em um estudo do meio, através de
explicação coletiva de um fenômeno.”.
5.3.1. Etapas da demonstração:
1. Preparação. O professor deve separar todo o material
a ser utilizado e apreender a atenção dos alunos.
2 Apresentação. O professor mostra o material e como
deve ser seu uso. Faz perguntas aos alunos antes, durante e depois
de explicar a técnica, para ter certeza da atenção e participação de
todos. Prevê erros e reforça com os alunos como fazer para evitá-los
3. Aplicação. Agora os alunos devem realizar e repetir a
demonstração e a corrigir seus possíveis erros.
4. Verificação da aprendizagem. O professor observa
os alunos trabalhando por conta própria e assim, verifica se
conseguem executar a tarefa.
Obs: A demonstração só pode ser desenvolvida adequadamente em
pequenos grupos. O que reforça sua utilidade no estágio em
Enfermagem, onde os grupos são de seis ou sete alunos no máximo.
4.4 Levantamento de hipóteses
O interessante ao se levantar hipóteses no campo de
estágio é que logo após o seu estabelecimento é possível testá-la e
assim, concluir, com base na vivência, sua veracidade ou negação.
Segundo Triviños (2006, p.105), “A hipótese surge como
após a formulação do problema. Diante dela o investigador
vislumbra possíveis soluções. A hipótese envolve uma possível
verdade, um resultado provável”.
O autor ainda reúne algumas condições para que as
hipótese sejam formuladas corretamente, que no caso deste
material teve seu roteiro adaptado para ser utilizado no campo de
estágio.
Não podemos observar apenas, o modo de se fazer
educação baseado nas idéias libertadoras de Freire, pois em nosso
meio várias tendências pedagógicas permeiam a educação ao nível
superior. São elas a tradicional, a renovada, a pedagogia por
condicionamento e aquelas chamadas críticas (PEREIRA, 2003).
As diferenças entre elas estão no modo como aluno e
professor se relacionam e ainda como são vistos no cenário do
ensino-aprendizagem.
De acordo com Pereira (2003), na pedagogia tradicional,
“o professor assume funções como vigiar e aconselhar os alunos,
corrigir e ensinar a matéria. É visto como autoridade máxima, um
organizador dos conteúdos e estratégias de ensino e, portanto, o
único responsável e condutor do processo educativo”.
Desta maneira a pedagogia tradicional considera apenas o
conteúdo da disciplina a ser ensinado e não valoriza as relações
humanas, a problematização, o aspecto social, entre outros fatores
que devemos trabalhar em campos de estágio.
Já na pedagogia renovada, o centro da atividade escolar
não é o professor nem os conteúdos disciplinares, mas sim o aluno,
como ser ativo e curioso. O aluno é quem deve buscar conhecer, e
para isto o professor usa a estratégia de ensiná-lo aprender a
aprender. Esta pedagogia vem sendo utilizada na educação infantil,
utilizando jogos educativos e materiais lúdicos para facilitar a
aprendizagem (PEREIRA, 2003).
Existe ainda a pedagogia que busca normatizar a conduta
e a forma de resposta dos alunos a determinados estímulos, esta é a
pedagogia por condicionamento, que segundo Pereira (2003), “esta
pedagogia se concentra no modelo da conduta mediante um jogo
eficiente de estímulos e recompensas capaz de condicionar o aluno
a emitir respostas desejadas pelo professor”.
Neste tipo de ensino, o aluno só responderá a
determinados condicionamentos feitos pelo professor, não sendo
possível a expressão de suas idéias e de sua criatividade. Ficam
perdidas as oportunidades de criação e o pensamento crítico frente
às demandas do dia a dia com o cliente/paciente nos vários cenários
da prática de acadêmicos de enfermagem.
O educador Paulo Freire contribuiu com suas idéias de
modo muito expressivo para a educação brasileira, quando de sua
preocupação com os indivíduos que não tinham a oportunidade de
um aprendizado significativo para sua vida e o contexto onde
estavam inseridos.
Na década de 70, Freire põe em prática uma pedagogia
baseada nas vivências dos educandos, a que chama de libertadora
ou problematizadora.
5
6
É importante que a enfermeira na prática da educação em saúde
considere o modo de viver individual e coletivo das pessoas,
respeitando suas concepções e práticas de vida e saúde, incluindo todo
seu sistema simbólico. Essa forma de conduzir a ação é necessária para
que não fiquemos no discurso idealizado sem apresentar coerência com
reais expectativas, necessidades ou desejos. (ALVIN apud ALVIN e
FERREIRA, 2007)
Pereira (2003) diz que nesta pedagogia, “o método de
ensino é realizado na forma de trabalho educativo, através dos
grupos de discussão. O professor está no mesmo nível de
importância que o aluno, visto que seu papel é animar a discussão”.
No estágio supervisionado em enfermagem, a pedagogia
problematizadora de Freire pode ser utilizada para discussões de
casos clínicos, simulações de estados de saúde-doença e situações
gerenciais onde a comunicação e interação com indivíduos de
grupos distintos podem ser estimuladas.
2.1 Exemplo de problematização
Em Bordenave apud Alvin e Ferreira (2007), encontramos
esquematizado o processo de ensino-apredizagem baseado na
pedagogia problematizadora.
Primeira fase:
Observação de um aspecto selecionado da realidade.
Esta observação pode ser através dos próprios olhos ou
através de recursos audiovisuais. Nesta fase o aluno pode fazer uma
leitura ainda que superficial do problema ou realidade.
Segunda fase:
Separar da observação inicial o que é realmente
importante, identificando os pontos-chave do problema ou
assunto em questão.
Terceira fase:
Os alunos passam a teorização do problema ao
perguntar ao aluno o porquê das coisas observadas.
Desta forma o aluno pode procurar na literatura e discutir
com o professor conceitos e teorias que estão atrelados ao
problema.
Quarta fase:
Formulação de hipóteses de solução para o problema
em estudo.
Nesta fase o aluno se prepara para interferir na medida do
possível na realidade a fim de transformá-la.
2345678-
Diagnóstico da Internação / Pesquisa da Patologia /
Medicações Utilizadas
Exame Físico / Evolução de Enfermagem
Diagnósticos de Enfermagem em conformidade com
a anamnese e o exame físico
Plano de Cuidados de Enfermagem
Prescrição de Enfermagem
Plano de Cuidados para Alta Hospitalar
Bibliografia Utilizada nas normas da ABNT
4.2 Discussão em Grupo
Um dos itens fundamentais na condução do estágio é a
abertura para discussões em grupos. Muitos são os
questionamentos que os acadêmicos fazem a respeito do cotidiano
das unidades de saúde, seus profissionais, responsabilidades dos
enfermeiros, entre outros, portanto é através das discussões em
grupo que o futuro profissional vai apreendendo o seu papel como
membro da equipe de saúde.
Uma das formas de discussão em grupo que pode ser facilmente
aplicada no estágio em Enfermagem é o chamado fracionamento, onde
um grupo de quatro a seis alunos discute um tema por quatro ou seis
minutos respectivamente. Esta estratégia é útil para obter informação
rápida sobre expectativas, necessidades, problemas e propostas dos
alunos (GIL, 1997, p.88).
5.2.1 Etapas da discussão em grupo:
1. Escolher o momento adequado para iniciar a discussão;
2. Verificar se todo o grupo está presente;
3. Estabelecer contato com a equipe do setor, caso seja oportuno,
para que todos participem;
4. Colocar em evidência o tema a ser discutido;
5. Pedir a colaboração dos alunos/equipe para enumerar
características, dados de interesse, acontecimentos afins;
6. Favorecer a fala de todos, mediando o tempo e sintetizando as
falas;
7. Enumerar as idéias principais;
8. Fazer o fechamento do assunto.
4.3 Demonstração
A demonstração é realizada para evitar possíveis erros e
tranqüilizar o acadêmico antes da realização de procedimentos
15
14
Paladar: ( ) normal ( ) alterada
Problema:
_______________________________
Tato
: ( ) normal ( ) alterada
Problema:
_______________________________
Nutricional / metabólico
Altura: _________
Peso: _________ IMC: _________
No último ano houve mudança relevante de peso (mais ou menos
5 Kg)? ( )sim ( ) não
Por quê?
____________________________________________________
Número de refeições por dia: ( ) uma ( ) duas ( ) três
( ) quatro ou mais
Hábito alimentar:
_____________________________________________________
Quinta fase:
O aluno pratica e fixa as soluções encontradas como
sendo mais viáveis e aplicáveis.
Aprende a generalizar o aprendido para aplicá-lo em situações
diferentes.
Esse é o nosso desafio. Como docentes em campos de
estágio temos a responsabilidade de trazer uma prática significativa
para o acadêmico, facilitando sua leitura do mundo do trabalho que
está a sua frente. E por outro lado, temos a responsabilidade social
de cuidarmos de maneira ética e o mais próxima do ideal daqueles
que devem ser considerados sujeitos do cuidado – o
paciente/usuário.
3. NORMAS A SEREM SEGUIDAS PELO PROFESSOR
SUPERVISOR DE ESTÁGIO
HORÁRIO
Apetite: ( ) normal ( ) diminuído ( ) aumentado
Náuseas e vômitos: ( ) presente ( ) ausente
Uso de prótese: ( ) sim ( ) não Qual ?
________________________________________
Dificuldade de deglutição: ( ) sim ( ) não
Mucosa oral: ( ) íntegra ( ) monilíase ( ) estomatite
Ingesta hídrica diária: ( ) até 1 litro ( ) 1 a 2 litros ( ) mais 2
litros
Mucosas: ( ) coradas ( ) hipocoradas ( ) hidratadas
( ) desidratadas
Eliminações:
Vesical: ( ) normal ( ) disúria ( ) hematúria ( ) polaciúria
( ) anúria
( ) incontinência
( ) outros: _____________
Intestinal: ( ) normal ( ) diarréia ( ) constipação
Atividade e exercício:
Deambulação: ( ) sim ( ) não
Pratica algum exercício regularmente? ( ) sim ( ) não
Membros superiores : normais ( ) paresia ( ) plegia ( ) direita
( ) esquerda ( )
Membros inferiores : normais ( ) paresia ( ) plegia ( ) direita (
) esquerda ( )
Comentários:__________________________________________
1. Apresentar-se no portão de entrada do campo de estágio
pontualmente, seguindo a escala de horários fornecida pela
coordenação de estágio, sendo para cada turno os seguintes
horários:
Manhã: 8:00h.
Tarde: 13:30h.
Noite: 19:15h.
UNIFORME
1. Apresentar-se portando crachá da instituição e
uniformizado conforme o campo de estágio:
*Unidade Hospitalar:
Calça comprida ou saia branca e Blusa branca.
Calçado branco, fechado e com solado de borracha
(antiderrapante).
Jaleco.
*Unidade de Saúde Coletiva
Calça comprida ou saia azul marinho ou jeans escuro ou branca e
Blusa branca.
Calçado branco ou preto fechado com solado de borracha
(antiderrapante).
Jaleco.
7
8
Observações:
FR: ___________
-
Utiliza medicação em casa ?
_____________________________________________________
___
Cabelos longos devem estar presos
Não é permitido o uso de jóias (inclusive aliança)
Relógio com ponteiro de segundos
Unhas curtas e aparadas
Agasalho de frio de cor branca ou azul marinho
Tem alergias (medicação / alimentos / outros) ?
_____________________________________________________
___
FALTAS
1. Em caso de falta do professor é necessário contato com a
Coordenação de Estágio para justificativa;
2. Avisar aos acadêmicos do grupo sob sua responsabilidade que o
estágio não ocorrerá naquele dia, dando uma posição quanto ao
retorno do mesmo;
3. Caso a falta seja por licença médica, comunicar a Secretaria do
Curso de Enfermagem no primeiro dia de licença e após o retorno
encaminhar Atestado Médico e requerimento disponível no Site do
UniFOA – Área Restrita.
Antecedentes pessoais:
( ) Diabetes
( ) Hipertensão ( ) Cardiopatia ( ) Câncer
( ) Tuberculose
( ) Pneumonia ( ) AVE
( ) Úlcera gástrica ( ) Úlcera
por pressão
( ) Isquemia
( ) Trombose venosa profunda ( )________
Comentários:
_____________________________________________________
_____________________________________________________
RECEPÇÃO DOS ACADÊMICOS
o Recepcionar, orientar assistir o estagiário, quanto à conduta no
campo de estágio, programa do estágio, áreas de atuação, processo
de avaliação.
1. Esperar todo o grupo de estagiários na Porta Principal da
Instituição de Saúde;
2. Orientar, durante a reunião de início de cada período, os
acadêmicos sobre como chegar ao local de estágio;
3. Avisar ao grupo por contato telefônico quando do atraso por
qualquer motivo.
Antecedentes familiares:
( ) Diabetes
( ) Hipertensão ( ) Cardiopatia ( ) Câncer
( ) Tuberculose
( ) Doença genética
( ) _____________________________
Hábitos e comportamentos:
Tabagista ( ) sim ( ) não
Drogas ( ) sim ( )não
Sono e repouso:
Dorme ________ horas por noite
( ) não
Etilista ( ) sim ( ) não
Acorda descansado? ( ) sim
ORGANIZAÇÃO DE ATIVIDADES EM CAMPO
o Elaborar programa e escalonamento das atividades propostas
(assistência primaria, secundaria e terciária, atuação nos programas
de saúde preventivo e curativo público e privado, seminários,
pesquisa e estudos de casos.)
1. O professor deve liderar a equipe de estagiários no
desenvolvimento das atividades;
2. Fazer a distribuição de atividades pelos estagiários de forma
coerente;
Utiliza medicação para dormir? ( ) sim ( ) não
Qual?________________________________________________
Perceptivo:
Visão:
( ) normal ( ) alterada
Problema:
_______________________________
Audição: ( ) normal ( ) alterada
Problema:
_______________________________
Olfato: ( ) normal ( ) alterada
Problema:
_______________________________
13
12
entrevista, leitura do prontuário, familiares, etc.
(3) Resumo dos problemas ou alterações
identificados
Levantamento de problemas de Enfermagem; processo
de enfermagem.
(4) Fundamentação teórica
Aprofundamento da fisiopatologia, procurando buscar
informações que justifiquem as alterações ou problemas
identificados.
(5) Alternativas ou propostas
Busca na literatura de estratégias ou alternativas
existentes para resolução dos problemas identificados.
(6) Ações implementadas ou recomendadas
Essa etapa consiste em descrever a alternativa escolhida
para reverter ou amenizar os problemas identificados, justificando o
porquê da escolha.
(7) Discussão
Corresponde a apresentação e discussão do estudo de
caso com outros profissionais.
4.1.2 Exemplo de roteiro de estudo de caso
Neste exemplo de roteiro para confecção de estudo de
caso, foi feita uma adaptação do modelo encontrado em Barros
(2002, p.45) no que se refere a anamnese, buscando adequar o
modelo ao trabalho neste momento.
1 - Anamnese
1.1Identificação:
Nome: _________________________________
Idade: _________
Escolaridade: ________________________________________
Estado civil: __________________________________________
Naturalidade: __________________________________________
Profissão/ocupação:____________________________________
Trabalha atualmente: ( ) sim ( ) não
1.2-
Percepção e manutenção da saúde
O que sente no momento ?
_____________________________________________________
___
PA: ______________
FC: _________ Tax: ______________
3. Eleger as prioridades para cada dia de estágio;
4. Apresentar os estagiários para a equipe, paciente e
acompanhante;
5. Visitar os leitos a fim de conhecer o grau de dependência e
necessidades de cuidados dos pacientes (em caso de Unidade
Hospitalar);
6. Escalar os estagiários para prestar cuidados ou orientações aos
pacientes.
AVALIAÇÃO DIÁRIA DO ACADÊMICO
o Preencher fichas de presença, acompanhar desenvolvimento das
habilidades, avaliação o desenvolvimento teórico-prático do
estagiário.
1. Registrar parecer diariamente e ao final do horário de estágio na
Ficha de Atividade Diária;
2. Informar aos acadêmicos seus avanços e suas necessidades de
melhoria;
3. Registrar no livro de presença qualquer intercorrência ocorrida do
período de estágio;
4. Recolher as assinaturas dos acadêmicos diariamente para
comprovação da presença.
INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO
o Atuar como mediador no processo de integração entre as
instituições de ensino e de saúde.
1. Fazer visita prévia ao início do estágio à Unidade de Saúde onde o
mesmo será desenvolvido, buscando conhecer:
· a enfermeira responsável pelo setor;
· as características físicas e de atendimento do setor;
· o número de leitos (em caso de Unidade Hospitalar) e o número de
atendimentos e suas respectivas agendas (em caso de Unidade
Básica de Saúde);
· as outras Escolas de Cursos Técnicos e de Graduação em
Enfermagem que porventura utilizem o mesmo espaço, a fim de
formar parcerias;
· a organização do material, papeletas, etc.
2. Participar de atividades como Encontros, Cursos e Treinamentos
que ocorrerem no Setor ou Instituição de Saúde, quando solicitado
ou conveniente.
9
OUTROS PONTOS RELEVANTES
10
o Selecionar, acompanhar e orientar as atividades desenvolvidas
pelo estagiário , conforme programa de estágio de cada área de
atuação.
o Orientar o estagiário quanto à revisão de literatura relativa ao
conteúdo teórico-prático do estagio curricular.
o Estabelecer metodologia com finalidade de encontrar caminhos
mais racionais para atingir os objetivos propostos de maneira rápida
e eficiente.
o Atuar como orientador na execução do estagio e na metodologia
cientifica para a redação dos relatórios finais.
o Planejar as atividades a serem realizadas, com objetivo de
preparar o estagiário para a profissão, ajudando na formação de
cidadão e profissional aptos para desempenhar um papel digno na
sociedade.
o Apresentar relatório final de avaliação do desempenho e
desenvolvimento de cada estagiário.
4. Estratégias de ensino
Também são conhecidas como métodos ou técnicas de
ensino e estão inseridas num contexto global chamado de
metodologia de ensino. A metodologia de ensino deve estar baseada
nos objetivos a serem alcançados e no projeto político pedagógico
do curso.
Existem várias estratégias de ensino que podem ser
utilizadas em campos de prática, durante o desenvolvimento do
estágio curricular supervisionado, como: estudo de caso, discussão
em grupo, demonstração, levantamento de hipóteses e visita
comentada aos leitos.
4.1 Estudo de Caso
O estudo de caso pode ser utilizado como estratégia na
ampliação de conhecimentos do acadêmico de Enfermagem, visto
que aproxima de forma real o estudante do paciente/usuário,
fazendo com que o acadêmico possa exercitar seu pensamento
crítico e levantamento de hipóteses frente às necessidades de
atendimento do sujeito do estudo.
“O estudo de caso pode ser entendido como uma
modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências
biomédicas e sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de
um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e
detalhado conhecimento (HANDEN, MATIOLLI e PEREIRA, 2004)”.
O ponto de partida do estudo de caso deve ser a interação
e a curiosidade por parte do acadêmico a respeito de determinado
acontecimento, cuidado, patologia ou ação preventiva que se
sobressaia durante seu período de estágio.
Segundo Gil (1997, p.90) “o estudo de caso consiste em
apresentar fatos ou resumos narrativos de situações ocorridas em
empresas, órgãos públicos e em outras instituições com vistas à sua
análise pelos alunos. A situação é apresentada sem qualquer
interpretação [...]. Os alunos, individualmente ou em grupo, passam
a trabalhar, podendo consultar as fontes que desejarem. As
soluções, apreciações e críticas dos alunos são apresentadas à
classe e discutidas.”
4.1.1 Etapas do estudo de caso
1. Capa (cabeçalho, título, autor, local e data);
2. Folha de Rosto (cabeçalho, título, autor, local e data,
identificação do trabalho ESTUDO DE CASO
APRESENTADO A DISCIPLINA DE ESTÁGIO
SUPERVISIONADO SOB SUPERVISÃO DA PROFª
...COMO REQUISITO PARA APROVAÇÃO NO
MESMO, NOME DOS ACADÊMICOS);
3. Objetivos e justificativa;
4. Conceito da Patologia;
5. Anamnese e exame físico;
6. Levantamento de problemas de enfermagem, incluindo
o uso de medicações, sinais e sintomas, exames
diagnósticos e riscos potenciais;
7. Diagnóstico de enfermagem;
8. Plano de cuidados de enfermagem;
9. Prescrições de cuidados de enfermagem na internação
e na alta hospitalar;
10. Resultados esperados (alcance dos objetivos da
assistência?)
11. Conclusão;
12. Bibliografia
De acordo com Galdeano, Rossi e Zago apud Heidgerken
(2003), existem diversas formas de realizar o estudo de caso. As
autoras propõem um método que deve seguir as etapas a seguir:
(1) Questões norteadoras
As questões norteadoras irão nortear o estudo de caso.
Em geral, usamos as seguintes questões: quê? Quem? Como? Por
quê? e qual?
(2) Identificação
Coleta de informações que deve utilizar exame físico,
11
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