A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS TECNOLÓGICOS COM ALUNOS
DEFICIENTES VISUAIS NO CURSO SUPERIOR A DISTÂNCIA DE
UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO DE CURITIBA-PR
RODRIGUES, Karina Gomes - Fatec
[email protected]
BARNI, Edí Marise - Fatec
[email protected]
Área Temática: Diversidade e Inclusão
Agência Financiadora: Não contou com financiamento
Resumo
O presente artigo apresenta os resultados da análise, da primeira etapa de uma pesquisa
descritiva que aborda o uso dos recursos tecnológicos e o ensino a distância para pessoas
cegas. O mesmo foi dividido em três etapas, a primeira o levantamento bibliográfico, a
segunda entrevista com os alunos cegos, a terceira a construção de um artigo e apresentação
dos resultados. Na segunda etapa foi realizada uma entrevista aberta com 12 alunos, do curso
superior tecnológico de uma instituição de ensino a distância da cidade de Curitiba. Na qual
os alunos relataram como a aprendizagem acontece para eles, ao estudar em uma faculdade de
ensino a distância com ajuda de recursos tecnológicos. Esse estudo terá continuidade através
de um acompanhamento em relação ao desempenho acadêmico desses alunos, utilizando
pesquisa descrita, relatando assim os sucessos e os insucessos da aprendizagem.
Palavras - chave: Inclusão escolar. Deficiência Visual. Educação a distância. Tecnologia.
Introdução
A presente pesquisa descritiva oferece depoimentos de alunos com deficiência visual,
de uma instituição de ensino superior de Curitiba - PR. A pesquisa foi realizada com 12
estudantes universitários, sendo 9 com deficiência visual e 3 com visão reduzida.
Os
depoimentos foram constituídos através de entrevistas com alunos em 6 cursos superiores
tecnológicos da modalidade de ensino a distância, com o objetivo de sistematizar as
informações sobre a aprendizagem com o uso de recursos tecnológicos no estudo a distância
para pessoas cegas.
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Deficiência visual e a utilização de recursos tecnológicos no ensino a distância
Os recursos tecnológicos no processo de ensino-aprendizagem passam por mudanças
rápidas na sociedade contemporânea, que vem afetando diretamente o papel da escola como
articuladora do conhecimento sistemático. Eles têm provocado diretamente e indiretamente as
mudanças educacionais e culturais na sociedade. Essa mudança tem provocado no sistema
educacional buscas e reflexões no processo ensino-aprendizagem.
A tecnologia na educação não é um sistema que se possa moldar sobre um sistema
convencional educacional, mas uma forma de combinar fatores de produção da educação
(construções, equipamento escolar, corpo docente, meios de comunicação, procedimentos de
aprendizagem e instrução, computadores, rádio web, televisores etc.). Para atingirmos os
objetivos específicos, a fim de se produzir uma educação eficaz, isto é, que provoque
aprendizagem.
Para Kenski (2007, p. 22) “estamos muito acostumados a nos referir à tecnologia
como equipamentos e aparelhos. Na verdade, a expressão tecnologia diz respeito a muitas
outras coisas além da máquina”. Tecnologia vai além de uma máquina. Permite individualizar
a aprendizagem, deixando cada aluno navegar sobre vastos repositórios de informação textual,
imagética e sonora, isolando os assuntos que lhe agradam, aprofundando-se nas categorias de
informação, as quais se afinam com o seu saber individual de aprendizagem.
A tecnologia está ligada, segundo Kenski (2007, p. 22), “à totalidade de coisas que o
cérebro humano conseguiu fazer em diferentes épocas, desde suas formas e utilizações. Se
refere à linguagem como uma tecnologia, que não necessariamente se apresenta através de
máquina”.
Perante essas questões vale à pena ressaltar a importância de um trabalho
pedagógico em que o professor tenha uma participação operante. Neste trabalho é
importante que o professor reflita sobre sua ação escolar e efetivamente elabore e
operacionalize projetos educacionais com a inserção das novas tecnologias da
informação e da comunicação [...] (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2006, p. 22).
Existe uma expectativa muito grande, segundo Brito e Purificação (2006, p. 22), “de
que as novas tecnologias nos trarão soluções rápidas para a melhoria da qualidade na
educação. Porém, se esta dependesse somente de tecnologias, já teríamos encontrado as
soluções há muito tempo”.
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Na perspectiva da educação inclusiva, os recursos tecnológicos são de fundamental
importância. É utilizado como instrumento facilitador da aprendizagem, busca na criatividade
uma alternativa para que o aluno realize o que precisa ou deseja, possibilita uma melhor
comunicação e permite assim, que o aluno cego ou com visão reduzida, construa
individualmente ou coletivamente novos conhecimentos.
São exemplos de recursos tecnológicos utilizados pelos alunos entrevistados: material
pedagógico ampliado ou em relevo; impressão em Braille, lupas, teclados especiais, software
com acessibilidade. Recebem todo o material didático e livros em CD digital, com os quais
realizam a leitura com a ajuda do Software Jaws e DOSVox.
Os alunos também utilizam o ambiente virtual de aprendizagem (AVA), é um recurso
tecnológico que permite a interação entre professores e alunos em diferentes localidades, e de
maneira síncrona e assíncrona. Dentre os mais utilizados atualmente pode-se citar o Moodle, o
Claroline, o Solar, o TelEduc. Porém os alunos cegos realizam a leitura através do leitor Jaws
e DOSVox no ambiente Claroline.
A disseminação dos AVAs, em termos de educação a distância, é relativamente
recente. Pode-se dizer que houve um aumento considerável em sua utilização, após o
surgimento da internet banda larga.
Esses ambientes possuem diversos recursos para mediar a relação do professor com o
aluno, tais como: acesso ao conteúdo das aulas, disponibilização de vídeos, testes, exercícios,
participação em fóruns, chat e dependendo da criatividade do professor essas possibilidades
se multiplicam.
Para que esses ambientes virtuais de aprendizagem tenham um foco na aprendizagem,
devem ser criados de acordo com a necessidade dos cursos oferecidos. Os profissionais, que
vão operacionalizar na linha de frente necessitam receber capacitação e serem informados das
possíveis mudanças no processo.
Uma importante característica da educação a distância é adoção de tecnologias que
permitem uma maior flexibilidade na apresentação de conteúdo, podendo ser interpretadas
pelos alunos com deficiência visual, através de dispositivos de interação especiais.
Segundo Carvalho (2001, p. 20) a educação a distância pode contribuir, de maneira
significativa, para minimizar a barreira da aprendizagem, quando oferecida de forma
assíncrona, permitindo ao deficiente visual o acompanhamento do curso no seu próprio ritmo.
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E acrescenta que a educação a distância somada às tecnologias de acesso à informação
voltada para os deficientes visuais, são alternativas viáveis para eliminar as barreiras de
acesso ao ensino superior, permitindo-lhe uma maior independência.
Educação a distância e a inclusão
Esse acesso trouxe mudança conceitual, e uma visão de mundo diferente. Nessa
mudança conceitual, a sociedade está se tornado cada vez mais complexa e diversificada. A
diversidade humana é um fato numa sociedade plural, compõe essa diversidade todos os
segmentos populacionais representados por etnias, raças, nacionalidades, naturalidades,
culturas, regiões e outras. Mas na questão inclusão de pessoas especiais temos muito que
avançar.
De acordo com Silva (2006, p. 149): “inclusão é uma tarefa complexa, que exige do
educador múltiplos saberes da prática educativa, principalmente porque pressupõe o respeito
às diferenças existentes entre os educandos, independentemente de sua capacidade ou
dificuldade [...]”.
A educação inclusiva se amplia com a participação da sociedade em geral, e com a
participação dos alunos especiais em escolas de ensino regular. Isso de certa forma modifica a
cultura, tendo uma sociedade mais democrática e humana. Permitindo ao aluno especial uma
inserção mais efetiva na sociedade.
Pode-se ressaltar que as pessoas com necessidades especiais são consideradas
diferentes pelas suas “deficiências”, “dificuldades” apresentadas, no contexto social. Nesse
aspecto vamos nos deparar com o “preconceito”, elas em muitas situações são rejeitadas na
essência, pelos familiares e colegas. Temos a afirmação:
Ao analisarmos o fenômeno da discriminação sofrida pelas pessoas com deficiência, no
seio da sociedade em que vivem, não se deveria decerto ignorar a marginalidade social
de que são vítimas essas pessoas, produzida pela ideologia da classe dominante, no que
respeita, nesse caso, à valorização do que se reputa um “corpo perfeito”.
Conseqüentemente, não se pode dissociar a condição de indivíduo com deficiência de
uma idéia exterior de capacidade produtiva e da concepção de corpo funcionalista, que
sustenta as relações sociais, políticas e econômicas. (FERREIRA; GUIMARÃES, 2003,
p. 77).
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A educação inclusiva atenta à diversidade inerente à espécie humana, busca perceber e
atender as necessidades educativas especiais de todos os alunos, em sala de aula comum, em
um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento
pessoal de todos.
Prática pedagógica coletiva, multifacetada, dinâmica e flexível requer mudanças
significativas na estrutura e no funcionamento das escolas, na formação humana dos
professores e nas relações família-escola. Com força transformadora, a educação inclusiva
aponta para uma sociedade inclusiva, mas é preciso a valorização da diversidade como fator
de enriquecimento do processo educacional.
Na educação o processo de inclusão se refere especificamente à inserção escolar de
alunos com deficiências, isso não significa apenas ser matriculado em uma escola;
compreende infraestrutura adaptada para locomoção, professores e corpo administrativo
qualificados, material didático adequado, ou seja, recursos que viabilizam um atendimento
diferenciado, apoiando o processo de inclusão educacional das pessoas com necessidades
educacionais especiais, respeitando a singularidade de cada indivíduo através de observação
de cada situação em particular (a expressão corporal e facial, as acomodações, os gestos, etc.).
Na mesma linha de raciocínio, Bersch, (2008, p. 132) afirma:
A inclusão trás consigo o desafio de não só acolhermos os alunos com deficiência,
mas de garantirmos condições de acesso e de aprendizagem em todos os espaços,
programas e atividades do cotidiano escolar. Por isso, o atendimento educacional
especializado aparece como garantia de inclusão.
A educação é um direito de todos, isso significa necessariamente contar com todos e
cada um dos componentes da sociedade, com suas formas variadas de ser, aprender, mover-se
ou de se socializar. As tecnologias podem contribuir para tornar efetivo o direito de participar
nos contextos sociais e culturais, escolares e profissionais, especialmente quando são
utilizados para dar respostas às diversidades.
O objetivo da educação é que cada pessoa desenvolva sua personalidade, suas
aptidões, respeitando a singularidade dos indivíduos, até o máximo de suas possibilidades e
esteja preparado para assumir uma vida responsável dentro da sociedade.
As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (2001, p.8)
comenta que a educação especial “ao longo dessa trajetória, verificou-se a necessidade de se
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reestruturar os sistemas de ensino, que devem organizar-se para dar respostas às necessidades
educacionais de todos os alunos. O caminho foi longo, mas aos poucos está surgindo uma
nova mentalidade [...]”.
Deficiência Visual e o processo de aprendizagem
A deficiência visual é em muitos casos uma situação sem volta. No quadro das
deficiências visuais estão incluídas a cegueira e a visão reduzida. A cegueira é a perda da
visão em ambos os olhos. No enfoque educacional a cegueira representa a perda total, ou o
mínimo de visão que o indivíduo necessite do método Braille e outros recursos didáticos, para
efetivar sua aprendizagem. A visão reduzida trata-se de que o aluno consegue ler impressos de
tinta, desde que tenha apoio dos materiais didáticos necessários para tal.
Boa parte dos recursos didáticos, com os alunos cegos ou com visão reduzida são
iguais aos utilizados com os demais alunos. No entanto, certos procedimentos devem passar
por algumas adaptações para atender as necessidades de aprendizagem desses alunos.
Portanto, cabe ao professor perceber se o aluno está sendo receptivo a estratégia de ensino
oferecida, como afirma Silva (2006, p. 150),
Sabemos que a aprendizagem ocorre quando uma série de condições é satisfeita,
tais como: quando o aluno é capaz de relacionar, de forma não arbitraria e
substancial, a nova informação com os conhecimentos e experiências prévias e
familiares que possuem em sua estrutura de conhecimentos; quando tem motivação
e disposição de aprender significamente; quando os materiais e conteúdos de
aprendizagem têm significado potencial lógico; quando existem materiais e
instrumentos apropriados, assim como uma adequada organização de tipos
específicos de atividades e estratégias de ensino oferecidos.
Para que a aprendizagem ocorra de forma efetiva e sistematizada, o ponto de partida
deve ser dialogar com o aluno, buscando conhecer quem é o aluno, conhecer as suas
principais dificuldades, ouvir suas sugestões, dessa forma iniciando a identificação dos
recursos educativos específicos que ele necessita.
No aspecto pedagógico, a pessoa com deficiência visual, mesmo possuindo visão
subnormal, tem acesso à aprendizagem, ele necessita de material didático adaptado as suas
necessidades para efetuar seus estudos, como livros e textos em Braille, livros e textos
ampliados, gravados ou digitalizados, para serem lidos via computador.
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A capacidade de aprendizagem dos alunos com deficiência visual total ou parcial
envolvidos nesse estudo pode ser nivelada com os demais alunos da classe. Todos os alunos
apresentam bom rendimento escolar. O principal fator está na escolha do curso, são cursos de
nível superior tecnológicos, que de certa forma são práticos e dirigidos ao mercado de
trabalho, como trabalham na área do objeto de estudo, tudo que é apreendido em sala de aula
é aplicado no ambiente de trabalho, onde o contrário também acontece.
Outro fator importante é a integração com os colegas de classe, que possibilita a troca
de experiências, já que os alunos ao fim de cada unidade temática precisam elaborar um
trabalho em equipe que geralmente trata de uma solução para um estudo de caso proposto.
Os critérios apontados nos fazem refletir sobre a relação entre ensino e a
aprendizagem que, segundo Silva (2006, p. 152), ao planejar a atividade de ensino e
aprendizagem para uma turma com alunos com deficiência visual incluídos, necessário se faz
considerar os estímulos a serem priorizados na apresentação das mesmas.
Na utilização de recursos audiovisuais, deve descrever as imagens de modo que,
tenham significado e sentido para o aluno com deficiência visual ou com visão reduzida,
contribuindo para a compreensão do conteúdo trabalhado, buscando assim, garantir os
objetivos propostos. Essa foi uma das críticas que surgiram no desenvolvimento da pesquisa,
os alunos têm dificuldades de interpretar, assimilar exemplos dados por meios de filmes ou
animações. Durante as aulas do curso de marketing, por exemplo, é comum o professor
apresentar cases como propagandas ou campanhas publicitárias. No curso de pedagogia,
geralmente são apresentados cartazes, cartilhas, e outros recursos audiovisuais. Em logística,
são apresentados vídeos institucionais que apresentam softwares simuladores, dentre outros
exemplos. Quando esses recursos são utilizados nas aulas a distância, o professor/tutor local
precisa explicar o que se passa para que o aluno com deficiência visual consiga compreender
o conteúdo ministrado, na íntegra.
Quanto aos alunos com visão reduzida, no ensino a distância as salas de aulas são
projetadas para que os alunos fiquem na direção do telão ou televisor, deve-se verificar qual a
melhor posição escolhida pelo próprio estudante, pois ele percebe a direção do som e leva em
consideração a questão da mobilidade.
O professor precisa ter conhecimento de que em sua aula tem alunos com necessidades
educacionais especiais participando, para utilizar recursos adequados como pincéis, os quais
devem possibilitar um contraste que atenda as necessidades do aluno com resíduo visual.
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Neste sentido, deve-se observar o comportamento do professor ou ledor escriba; é
importante que quando estiver trabalhando com gráficos, tabelas, mapas e outros, na aula ou
na aplicação das provas, deva ser direto, indicando ano, coluna, nome da localidade e o tipo
de objeto. Dessa forma o aluno não terá dificuldade para acompanhar a explicação do
conteúdo.
O sucesso de aprendizagem está em explorar talentos, atualizar possibilidades,
desenvolver predisposições naturais de cada aluno. As dificuldades e limitações são
reconhecidas, mas não conduzem/restringem o processo de ensino e aprendizagem,
como comumente acontece. Para ensinar a turma toda, independentemente das
diferenças de cada um dos alunos, temos de passar de um ensino transmissivo para
a pedagogia ativa, dialógica, interativa, conexional, que se contrapões a toda e
qualquer visão unidirecional, de transferência unitária, individualizada e
hierárquica do saber (MANTOAN, 2008, p. 62).
Encaminhamentos metodológicos
Esta pesquisa se caracteriza por ser um estudo descritivo, sendo a segunda etapa da
pesquisa que comporta a realização do objetivo de verificar a aprendizagem através da
utilização de recursos tecnológicos no estudo a distância para alunos cegos.
Segundo Cervo e Bervian (2002, p.138), explicam que a pesquisa descritiva observa,
registra, analisa e relaciona fatos e fenômenos sem os manipular. Busca conhecer as diversas
situações e relações que ocorrem na visão social, política, econômica e demais aspectos do
comportamento humano, tanto do indivíduo como coletivamente.
Nesta segunda etapa foi utilizado como instrumento de pesquisa a entrevista aberta,
onde os alunos foram entrevistados individualmente, colocando a partir dos questionamentos
realizados pelo pesquisador como aprendizagem acontece com o uso de recursos tecnológicos
no estudo a distância para alunos cegos.
Para Cervo e Bervian (2002, p.137) “recorre-se à entrevista quando não há fontes mais
seguras para as informações desejadas ou quando há necessidade de completar dados
extraídos de outras fontes”.
Resultados
De acordo com os alunos entrevistados, os pontos relevantes de estudar no ensino
superior a distância são: a redução de custos em relação ao sistema presencial de ensino, a
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flexibilidade de tempo, os horários das aulas presenciais, o material de aula adaptado ao aluno
com necessidade especial, acesso as tecnologias de informação e comunicação e as avaliações
no ambiente virtual de aprendizagem. Também apontam que os recursos tecnológicos
utilizados pela instituição, são de grande valia para que tenham sucesso na aprendizagem,
principalmente o CD digital, permitindo fazer a leitura dos livros através do Software Jaws e
DOSVox.
As críticas relatadas pelos alunos da educação a distância no ensino superior são: a
falta de infraestrutura adequada para o aluno com necessidade especial, as atividades
propostas têm o mesmo grau de dificuldade para todos os alunos, nem todos os materiais de
apoio ou bibliografias indicadas são adaptados ao aluno com deficiência visual, e a
necessidade de um vidente para estudar os conteúdos.
Considerações Finais
Nota-se, diante desta primeira etapa da pesquisa que constitui os depoimentos através
de entrevistas com alunos em 6 cursos superiores tecnológicos da modalidade de ensino a
distância, com o objetivo de sistematizar as informações sobre como os alunos aprendem com
o uso de recursos tecnológicos no estudo a distância, que apesar dos alunos afirmarem a sua
satisfação ainda existe um grande caminho a ser trilhado.
Trabalhar com a educação inclusiva de alunos cegos é um grande desafio, buscar
novas tecnologias, novas estratégias de ensino requer abertura, flexibilidade e investimentos.
Verificou-se no depoimento dos alunos, que apesar de se demonstrarem satisfeitos com o que
a instituição oferece, apontam alguns avanços que podem ser feitos, como ter todos os
materiais adaptados ou um professor vidente para fazer as leituras.
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