Dr. Luiz Antonio Santini R. Da Silva
Diretor-Geral
INCA Instituto Nacional de Câncer
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Brasil
14 de setembro de 2010
Re: RINC e UNASUR – Encontro sobre Doenças Não Comunicáveis das Nações Unidas
de Setembro de 2011
Antes de qualquer coisa, gostaríamos de parabenizar o senhor e os demais presentes
na Argentina, na semana passada, pela magnífica conquista da criação da nova Aliança dos
Institutos Nacionais do Câncer (RINC) da UNASUR, conforme anunciado na Declaração de
Buenos Aires.
Este é claramente um importante passo para as organizações similares à NCI na
região da UNASUR para estabelecer uma rede de grupos com o objetivo comum de
combater o câncer. Sem dúvida, o intercâmbio das melhores práticas, o alinhamento de
estratégias e a distribuição de recursos-chave e outros benefícios nascerão deste
empreendimento único e necessário. Em nome da União Internacional de Controle do
Câncer (UICC), desejamos o melhor ao senhor e a seus colegas na criação do secretariado
RINC no Brasil. Conte sempre com o apoio dos membros da UICC de todo o mundo para
ajudá-lo a tornar-se eficaz rapidamente.
Ficamos particularmente contentes em ver a Declaração de Buenos Aires adotar a
Declaração Mundial do Câncer como quadro orientador para as discussões que acontecerão
na RINC para definir suas metas estratégicas de longo prazo. Faz-se importante para a
entrega da Declaração observar os países da UNASUR que genuinamente procuram
traduzir os objetivos da Declaração em ações concretas, podendo ser coordenadas por toda
região – um verdadeiro modelo regional que poderia ser respeitado e potencialmente
aplicado em outras regiões.
Nós também nos inspiramos no desejo dos signatários da Declaração de Buenos
Aires em assegurar que a nova Aliança dos Institutos Nacionais de Câncer esteja focada em
ações que façam a diferença e que evitem a armadilha de se tornar "talk shops"
burocráticas, não produzindo impacto em curto e médio prazo. Neste sentido, nós
incentivamos o RINC a exercer uma grande liderança ao fazer de imediato uma declaração
conjunta sobre a sua posição em relação ao Encontro sobre Doenças Não Comunicáveis,
prevista para setembro de 2011. Conforme Cary Adams explicou em sua apresentação na
semana passada, existe pressão de alguns países desenvolvidos a limitar o Encontro sobre
Doenças Não Comunicáveis a apenas um dia, o qual é inadequado, dada a amplitude e
diversificação de questões relacionadas às Doenças Não Comunicáveis e o fato que o
similar Encontro sobre HIV/AIDS em 2001 durou 3 dias.
Os países têm de avançar rapidamente nesta questão, uma vez que o único
argumento contrário aos três dias desejados de duração do encontro que nos foi
apresentado é o do custo. A oferta de mais consultas regionais realizadas para compensar o
número de dias em Nova Iorque é bem-vinda, mas não a substitui.
Exigimos que os Chefes de Estado e de Governo despendam tempo suficiente para
discutir sobre um grupo de doenças que mata 60% da população do mundo anualmente.
Com isso em mente, nós pedimos ao RINC que aproveite a oportunidade para
iniciar diálogo imediatamente com os Chefes de Estado e de Governo da UNASUR e emitir
uma carta conjunta à ONU declarando o desejo de que se realize um encontro de três dias
em Nova York em 2011. Tal carta pode exercer grande impacto e incentivar países com
pequena e média renda ao redor do mundo a seguirem o seu exemplo.
Devemos salientar que a decisão sobre a duração do Encontro sobre Doenças Não
Comunicáveis das Nações Unidas e seu formato será tomada nas próximas semanas.
Portanto, há certa urgência para que os países que desejam um encontro de três dias
tomem as medidas cabíveis. Nós não temos muito tempo.
Por favor, comunique-nos caso você consiga levar adiante esta grande iniciativa e
informe-nos também sobre como a UICC pode apoiar a RINC e os países da UNASUR para
fazer o que parece ser um pequeno feito, mas temos a certeza de que gerará importantes
frutos no futuro.
Continuamos à sua disposição.
Atenciosamente
Eduardo Cazap
Presidente da União Internacional de
Controle de Câncer (UICC)
Cary Adams
CEO da UICC
Copiado para:
Dr. Juan Manzur, Ministro da Saúde da Argentina
Dra. Cristina Fernandez de Kirchner, Presidente da Argentina