Índia pode ser o primeiro país a recorrer ao fundo de reserva do Brics
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Brasília em Tempo Real / Online - -- - ECONOMIA 10/09/2013
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Índia pode ser o primeiro país a recorrer ao fundo de reserva do Brics
Brasília em Tempo Real - DF - ECONOMIA - 10/09/2013
Situação da Índia foi o principal temor do G-20 na reunião da semana passada, em São
Petersburgo (Rússia). O país pode ser a primeira economia a recorrer ao fundo de reserva
de US$ 100 bilhões criado pelos membros do BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do
Sul). Dilma voltou preocupada e teme contágio da Índia.
Valor Econômico
Dilma e G-20 temem contágio da Índia
A situação da Índia foi a principal preocupação dos líderes do G-20 durante a reunião de
cúpula da semana passada, em São Petersburgo. O país asiático pode ser a primeira
economia a recorrer ao fundo de reserva, de US$ 100 bilhões, que os Brics (Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul) concordaram em criar para ajudar nações em crise.
A presidente Dilma Rousseff retornou do encontro do G-20, segundo apurou o Valor,
bastante preocupada com a Índia e com o possível contágio da situação naquele país em
outras economias emergentes, como a brasileira. Durante as conversas entre os líderes do
G-20 e dos Brics, ficou clara a inquietação generalizada com o país asiático, que está entre
as dez maiores economias do planeta.
No encontro de São Petersburgo, os Brics acertaram a criação de um fundo de reserva para
ser usado como instrumento de prevenção contra crises. O fundo será formado por recursos
das reservas internacionais de cada país do grupo, mas contabilmente o dinheiro só sairá
das reservas quando e se for utilizado. Brasil, Índia e Rússia vão aportar US$ 18 bilhões
cada um para o fundo, enquanto a China destinará US$ 41 bilhões, e a África do Sul, US$ 5
bilhões.
A princípio, a Índia poderá acessar US$ 18 bilhões. Mas a ideia é que o fundo funcione
como um mecanismo de salvaguarda. O exemplo mencionado foram os swaps de reserva
disponibilizados pelo Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, durante a crise
de 2008 - naquele arranjo, o Brasil poderia tomar US$ 30 bilhões, mas, no fim, não
precisou usar os recursos.
A crise de confiança que se abateu sobre a Índia já fez a rupia indiana perder 25,9% de
valor frente ao dólar desde o fim de abril. No mesmo período, a taxa de depreciação do real
foi de 19,1%. Em outros indicadores, a Índia exibe situação pior, quando comparada à de
outros emergentes que também têm sofrido com o aumento da aversão a risco, provocada
pela expectativa de mudança da política monetária americana.
Em estudo que acaba de sair do forno, a equipe de economistas do banco Brasil Plural ,
chefiada por Mário Mesquita, ex-diretor do Banco Central, comparou vários indicadores. Um
deles é o resultado em conta corrente atual comparado com a média histórica anual
registrada neste século. No caso da Índia, o déficit em conta corrente saltou para 5% do
PIB, face a uma média de 1,3%. No Brasil, o resultado também se deteriorou bastante -
déficit de 3,3% do PIB, diante de média de 1,02%.
A relação entre reservas cambiais e dívidas de curto prazo na Índia piorou muito nos anos
recentes. Passou de 706% em 2007 para 303% no primeiro trimestre deste ano - no Brasil,
essa relação está em 425%. Em outra medida - reservas versus M2 (conceito de base
monetária que inclui, além de moeda em poder do público e depósitos à vista, depósitos a
prazo e títulos do governo em poder do mercado) -, o quadro da Índia é ainda mais
preocupante: essa relação está em 19%, enquanto no caso brasileiro ela é de 43%.
Alguns fatores domésticos também colocam a Índia em situação mais frágil. Seu déficit
público, por exemplo, está acima de 8% desde 2010 (2,6% no caso do Brasil). A Índia
corre, ainda, o risco de perder o grau de investimento atribuído à sua dívida pelas agências
de classificação de risco - o Brasil Plural estima em mais de 33% a chance de isso ocorrer
dentro de dois anos.
Assim como o Brasil e outros emergentes, a Índia não conseguiu ancorar a inflação em
níveis baixos nos últimos anos, o que dificulta agora a adoção de medidas anticíclicas para
enfrentar ou suavizar os efeitos da mudança de patamar do dólar em relação a outras
moedas. A atividade econômica está sendo adicionalmente enfraquecida pela forte
desvalorização da rupia.
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