PRODUÇÃO DE LEITE E SEUS DERIVADOS NO ESTADO DE GOIÁS
Thaysa dos Santos Silva ¹*; Edmar Soares Nicolau ²; Antonio Nonato de Oliveira2;
Albenones José de Mesquita2; Marcius Ribeiro de Freitas3, Sarah Rozette Teixeira4;
Nayana Ribeiro Soares4; Fernanda Antunha de Freitas5.
¹Mestranda, UFG, Escola de Veterinária, Programa de Pós-graduação em Ciência
Animal, Goiânia, Goiás. ²Doutor, UFG, Escola de Veterinária, Departamento de
Medicina Veterinária, Goiânia, Goiás. 3Fiscal Federal Agropecuário, Mestre, Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA/GO). 4Graduanda, Engenharia de
Alimentos, UFG, Goiânia, Goiás. 5Graduanda, Medicina Veterinária, UFG, Goiânia,
Goiás. *Endereço para correspondência: [email protected]
INTRODUÇÃO
O leite é considerado um dos alimentos mais ricos em termos nutritivos, sendo
composto por proteínas, vitaminas e sais minerais. Pode ser consumido tanto in natura
quanto na forma de derivados, produtos estes obtidos mediante transformação de apenas
um dos seus componentes ou por profundas alterações de todos os
constituintes, como no caso dos queijos. Estas transformações podem ser
decorrentes da fermentação (iogurte), da coagulação (queijos), do tratamento térmico
com ou sem adição de outros elementos (doce de leite, leite condensado) ou da
utilização de um componente, como o creme de leite e a manteiga (REIS et al.,1999).
A pecuária leiteira nacional vem ganhando espaço considerável nos últimos
anos visto seu crescimento em produção e requisitos para a melhoria da qualidade do
leite produzido (SIQUEIRA & ALMEIDA, 2010). O setor de lácteos no Brasil
apresenta-se voltado para o mercado interno, porém com o crescimento contínuo da
produção tende a se tornar um grande exportador de lácteos. A demanda por leite e
derivados vem ganhando espaço no cenário nacional, talvez pelo aumento de população,
maior renda per capita, redução dos valores agregados dos produtos e principalmente
por mudanças nos hábitos alimentares (LEITE, 2009).
Sabe-se que o Brasil destaca-se no agronegócio visto sua produtividade, porém
faltam informações estatísticas sobre a atual produção de lácteos segmentados por cada
tipo de produto, como é o caso dos queijos, leite longa vida, leite pasteurizado, leite em
pó, doces, manteiga e outros derivados (ROSOLEN, 2008). Diante do exposto,
objetivou-se com este estudo caracterizar a produção de derivados lácteos fabricados no
estado de Goiás, por empresas de laticínios fiscalizadas tanto pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), quanto pela Agência Goiana de Defesa
Agropecuária (AGRODEFESA) de Goiás, estabelecendo os serviços de inspeção
federal (SIF) e estadual (SIE), respectivamente.
MATERIAL E MÉTODOS
Para a fundamentação, caracterização e identificação da proposta, a
Superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Goiás
(MAPA-GO) e a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (AGRODEFESA)
repassaram as informações necessárias sobre a produção de leite e seus derivados das
empresas de laticínio (sendo estas postos de refrigeração, fábrica de laticínio e usina de
beneficiamento).
Os dados foram coletados no período compreendido entre o segundo semestre
de 2009 e primeiro semestre de 2010 (parcial de julho). No que se refere aos dados das
empresas sob fiscalização do SIF, as informações necessárias foram obtidas por meio
dos mapas estatísticos referentes ao mês de maio de 2010, constando dados de 87
empresas de um total de 109 em atividade no estado de Goiás no ano de 2010. Com
relação às empresas sob fiscalização do SIE, os dados obtidos foram referentes à 161
estabelecimentos, assim, foram avaliadas 248 empresas sob fiscalização do SIF e SIE.
Empregou-se a estatística descritiva, com distribuição de freqüências para as variáveis.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos estão dispostos no Quadro 1. Observa-se que uma grande
variedade de produtos lácteos é fabricada pelas empresas de laticínio no estado de
Goiás, podendo destacar os queijos, leite pasteurizado, UHT, doces, iogurtes, bebidas
lácteas, manteigas, leite em pó, leite condensado, soro, creme, coalhada, leite
concentrado e também leite de búfala.
QUADRO 1: Produtos fabricados nas empresas de laticínio no estado de Goiás (2009/10)
PRODUTOS
SIF
SIE
TOTAL
Item
Descrição
Qnt.
%
Qnt.
%
Qnt.
%
Queijo
Todos os queijos
68
78
122
75,8
190
76,6
produção total
Mussarela
47
54,02
98
60,87 145
58,47
Queijo Minas Frescal
10
11,49
25
15,53
35
14,11
Provolone
10
11,49
13
8,07
23
9,27
Queijo Prato
15
17,24
15
6,05
Ricota
9
10,34
5
3,10
14
5,64
Parmesão
6
6,90
3
1,86
9
3,63
Queijo Minas Padrão
6
6,90
3
1,86
9
3,63
Requeijão
5
5,75
3
1,86
8
3,23
Queijo Ralado
2
2,30
6
3,73
8
3,23
Queijos
Queijo Coalho
4
5,60
1
0,62
5
2,02
Requeijão Cremoso
4
4,60
1
0,62
5
2,02
Queijo Parmesão Ralado
2
2,30
2
1,24
4
1,61
Queijo Trança
3
1,86
3
1,21
Queijo Trança
3
1,86
3
1,21
Outros Queijos
2
2,30
2
0,81
Queijo Tipo Reino
2
2,30
2
0,81
Queijo Minas Magro
1
0,62
1
0,40
Ariche
1
0,62
1
0,40
Queijo Cremoso
1
1,15
1
0,40
Leite Cru
Resfriado Tipo C
52
59,77
13
8,07
65
26,21
(Integral e desnatado)
Leite
Integral e desnatado
6
6,90
51
31,68
57
22,98
Pasteurizado
Iogurte
Todos os sabores
4
4,60
20
12,42
24
9,68
Bebida Láctea
Vários sabores
11
12,64
1
0,62
12
4,84
Doce de leite
Todos os tipos
6
6,90
3
1,86
9
3,63
Comum c/ e s/ sal
6
6,90
7
4,35
13
5,24
Manteiga
Prim. Qualidade c/ e
10
11,49
10
4,03
s/sal
Extra c/ e s/sal
2
2,30
2
0,81
Integral
6
6,90
6
2,42
Leite UHT
Desnatado
5
5,75
5
2,02
Leite em pó
Semi-desnatado
3
3,45
-
-
3
1,21
Integral e Desnatado
5
5,75
-
-
5
2,02
PRODUTOS
SIF
SIE
Item
Descrição
Qnt.
%
Qnt.
%
Leite
5
5,75
condensado
Coalhada
1
1,15
2
1,24
Creme de leite
Industrial/ Esterilizado e
34
39,08
1
0,62
Pasteurizado
Leite Pasteurizado/
14
16,09
Soro
Concentrado e Resfriado
Leite
Resfriado
2
2,30
Concentrado
(Desnatado/ Tipo C)
Leite de Búfala
1
0,62
Outros produtos
Mistura para sorvete
1
1,15
Composto Lácteo
1
1,15
Fonte: MAPA (Maio de 2010) e AGRODEFESA (2009/2010)
TOTAL
Qnt.
%
5
2,02
3
35
1,21
14,11
14
5,64
2
0,81
1
1
1
0,40
0,40
0,40
Os queijos enquadram-se como os mais produzidos no Estado, com um
percentual de 76,6%, onde a mussarela se destaca com 58,47%, e os queijos minas
frescal e o provolone. Esta alta produção pode ser explicada pela boa aceitação do
produto pelo consumidor goiano e pelo fato da mussarela e do provolone serem queijos
de preparo fácil. O segundo produto que se destaca em produção no estado é o leite cru
refrigerado, que após ser processado pode ser consumido in natura (pasteurizado e/ou
UHT) ou na forma de derivados lácteos, em terceiro o leite pasteurizado e quarto o
iogurte.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No estado de Goiás as empresas de laticínio produzem uma grande variedade de
derivados lácteos, destacando-se a produção de queijos, (como a mussarela, minas
frescal e provolone) o leite cru refrigerado, pasteurizado e iogurte.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do estado
de Goiás e a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (AGRODEFESA) pela
colaboração e disponibilização dos dados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LEITE, J. L. B. Comércio Internacional de Lácteos. 2. ed. rev. e ampl. – Juiz de Fora:
Embrapa Gado de Leite, 2009. 350 p.
REIS, J. S., MIYAGI, E. S., CHANDELIER, R. A, BERGAMASCO, A F., LOBATO, V.,
MOURA, C. J. Fabricação de Derivados do Leite como uma Alternativa de Renda ao
Produtor Rural. Boletim de extensão da Universidade Federal de Lavras. Lavras: UFLA,
v. 49, 1999. Disponível em: http://www.editora.ufla.br/BolExtensao /pdfBE/bol_49.pdf .
Acesso em 05 de julho de 2010
ROSOLEN, J. E. Produção de Lácteos no Brasil. 2008. Disponível em:
http://www.milkpoint.com.br/producao-de-lacteos-nobrasil_noticia_47940_50_128_.as px .
Acesso em 05 de julho de 2010.
SIQUEIRA, K. B.; ALMEIDA, M. F. Projeções para o mercado lácteo mundial. Panorama
do Leite online- Centro de Inteligência do Leite- CILeite. Ano 4, n. 43, junho 2010.
Disponível em: <http://www.cileite.com.br/panorama/conjuntura42.html>. Acesso em 25
jun. 2010.
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