Im prim ir ()
15/05/2014 - 05:00
Acaba exclusividade em SP no consignado
Por Felipe Marques
Daqui a 90 dias, o Banco do Brasil (BB) deix ará de ser a única instituição financeira a poder fazer
empréstimos com desconto em folha de pagamento para os serv idores do Estado de São Paulo. O fim da
ex clusiv idade foi estabelecido por decreto publicado ontem no Diário Oficial do Estado e promete acirrar a
disputa por uma das modalidades de crédito que mais av ançam no país.
São Paulo está entre um dos maiores conv ênios de consignado do Brasil. Segundo o Valor apurou, o estoque
de crédito concedido aos serv idores paulistas é próx imo de R$ 1 2 bilhões. No total, são 1 ,5 milhão de
funcionários no Estado
O Estado de São Paulo era o último grande conv ênio em que o BB mantinha a ex clusiv idade de emprestar
para os serv idores. Em outubro de 201 2, o banco público e o Conselho Administrativ o de Defesa Econômica
(Cade) assinaram um acordo em que a instituição financeira se comprometeu deix ar de ex igir que os
funcionários públicos que recebem pelo banco só obtenham crédito consignado no BB. Nos municípios de
São Paulo e Rio, nos gov ernos de Maranhão e Mato Grosso do Sul e na Câmara dos Deputados, que também
eram ex clusiv os do BB, a chegada dos demais bancos já é realidade.
O Banco do Brasil já v em tomando medidas para segurar os concorrentes. "Mesmo com a abertura do
conv ênio, a folha de pagamento do Estado continua sendo nossa, o que ajuda na retenção", afirma diretor de
Empréstimos e Financiamentos do BB, Edmar Casalatina. "Desde o início do ano, estamos trabalhando em
uma estratégia de retenção."
A julgar pelo desempenho do banco público em lugares onde perdeu a ex clusiv idade, a estratégia tem
funcionado. Segundo Casalatina, o BB não chegou a perder 1 0% do consignado da prefeitura de São Paulo
desde a abertura da concorrência. Na cidade, em que o saldo de operações fica próx imo de R$ 1 ,5 bilhão, o
banco também tem a folha de pagamento.
O crédito consignado a serv idores públicos é uma das modalidades que mais av ançam na pessoa física. O
estoque somav a R$ 1 41 ,5 bilhões em março, com av anço de 1 6,3% em 1 2 meses.
Outro ponto no decreto de ontem pode ajudar o BB a segurar os clientes. Segundo o tex to, o limite de prazo
para o empréstimo passou a ser de 60 parcelas. Pela regra anterior, o crédito poderia ir até 96. O que o BB
tem feito é aprov eitar o período em que a nov a regra não v ale para renov ar contratos com o prazo anterior.
A concorrência, porém, não v ai facilitar a v ida do BB. Ex ecutiv o de um banco que atua no consignado afirma
que há um grupo de funcionários paulistas para os quais o banco público não dá crédito consignado hoje porque estão com "nome sujo" ou com alguma restrição com o banco - que dev em ser cortejados pelos
riv ais.
O decreto afirma também que, no ato do repasse dos v alores consignados, será descontado 1 % "a título de
custeio". O decreto atual também rev oga normativ os anteriores sobre consignado, em especial o Decreto nº
51 .31 4, de 29 de nov embro de 2006.
No crédito consignado, diferentemente de outros tipos de financiamento, além do banco e do tomador,
ex iste a figura do conv ênio, o órgão que emprega o serv idor público. É a ele que cabe cadastrar os bancos
que concedem o crédito e fornecer os sistemas necessários para consignação da folha.
São justamente esses sistemas que fizeram a liberação do conv ênio demorar. O Valor apurou que a Câmara
Interbancária de Pagamentos (CIP), empresa ligada aos bancos, estev e por trás do desenv olv imento desses
sistemas e que a ideia dos bancos é lev á-los para outros conv ênios de consignado. (Colaborou Carolina
Mandl)
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