UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
Crédito Consignado em Folha no balanço bancário:
Estudo de caso do Banco do Brasil S.A..
Por: Márcia Braga Ribeiro
Orientador
Prof. Luciana Madeira
Rio de Janeiro
2012
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
Crédito Consignado em folha: um estudo de caso dos
efeitos no balanço do Banco do Brasil S.A.
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau
de
especialista
em
Corporativa.
Por: Márcia Braga Ribeiro
Finanças
e Gestão
3
AGRADECIMENTOS
A minha família, aos amigos e a todos
que me ajudaram a alcançar mais este
objetivo.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia a minha filha
Nathalia e ao meu amigo Gustavo.
5
RESUMO
A presente Monografia possui como área de interesse de investigação
Finanças e a partir desta área o tema escolhido será crédito consignado em
folha e seus efeitos no balanço do Banco do Brasil.
A pergunta que se baseia este trabalho é: Quais os efeitos que o crédito
consignado em folha causam no balanço do Banco do Brasil?
A hipótese principal é o impacto positivo desta linha de crédito no balanço do
banco, com juros muito mais baixos em comparação com outras linhas de
crédito da instituição, aliado ao fator importante que diz respeito ao risco, já
que esta linha de crédito detém o menor índice de inadimplência, causando um
impacto extremamente positivo no seu balanço patrimonial como será
mostrado a seguir.
A justificativa pelo tema crédito consignado em folha e seus efeitos no balanço
do Banco do Brasil está fundamentada em alguns determinantes, citados a
seguir. No Brasil, o histórico de baixo volume de crédito em relação ao Produto
Interno Bruto (PIB), em comparação a outros países, pode estar relacionado a
uma série de fatores, tais como alta inflação, altas taxas básicas de juros, altas
margens,
elevada
inadimplência
e
difícil
recuperação
de
créditos
inadimplentes.
A pesquisa também se justifica pela oportunidade de se fazer um estudo,
diante da constatação de que os financiamentos com desconto em folha de
6
pagamento já representam 59% de todas as operações de crédito pessoal
efetuadas pelos bancos, segundo dados do Banco Central do Brasil,
divulgados em 2010.(BACEN, 2011).
Ao final apresentam-se as conclusões, onde o objetivo é verificar o impacto
positivo que o crédito consignado em folha causa no balanço do Banco do
Brasil.
Por fim, vale ressaltar os efeitos desta alteração no balanço dos bancos em
especial no Banco do Brasil. A dimensão desta contínua expansão deve ser
analisada a partir da restrição de oferta destes instrumentos e a própria
saturação do mercado de crédito consignado. Entretanto o ganho dos bancos
é real e o efeito do crédito consignado no balanço é, sem dúvida, de caráter
permanente.
.
7
8
METODOLOGIA
O presente trabalho visa analisar o empréstimo consignado através de um
estudo de caso no Banco do Brasil.
A metodologia utilizada na monografia baseia-se na classificação de Vergara
(2006). Quanto aos fins, a pesquisa é do tipo descritiva, pois expõe
características de determinada população ou de determinado fenômeno,
estabelecendo correlações entre variáveis e sua natureza.
Quanto aos meios, a pesquisa será bibliográfica e quanto aos fins um estudo
de caso.
A pesquisa bibliográfica foi conduzida através de consulta à
bibliografia, em livros, artigos, teses e outros, dando ênfase ao aspecto teórico
e à revisão da literatura acerca do tema, a fim de subsidiar a análise e
interpretação dos dados do estudo de caso. O estudo de caso será realizado
com os dados referentes ao Banco do Brasil.
Dentro da organização escolhida, o Banco do Brasil, o estudo de caso será
desenvolvido com base no Balanço Patrimonial da empresa no período de dois
anos: 2009 e 2010.
A coleta de dados deste trabalho monográfico dar-se-á através de pesquisa
bibliográfica e investigação documental, principalmente com dados levantados
no Balanço Patrimonial da instituição estudada, ano de 2009 e 2010.
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
9
CAPÍTULO I - O Mercado de Crédito
13
1.1
Definição de crédito pessoal e crédito consignado
15
1.2
A segmentação e a ampliação do mercado de crédito e seus
efeitos na economia
A evolução da demanda de crédito pessoal para modalidade
de crédito consignado
1.3
19
21
CAPÍTULO II - Critérios de Risco e inadimplência
25
2.1
Conceito de risco de crédito
26
2.2
Efeitos do Acordo de Basiléia sobre os Bancos Brasileiros
28
2.3
Vantagens e desvantagens do empréstimo consignado em folha 31
CAPÍTULO III – Os efeitos do crédito consignado no balanço do
Banco do Brasil
39
3.1
Apresentação do Banco do Brasil
39
3.2
Empréstimos consignados no Banco do Brasil
41
3.3
Impactos no balanço do Banco
45
3.4
Considerações sobre o impacto
48
CONCLUSÃO
53
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
56
ANEXOS
59
ÍNDICE
65
FOLHA DE AVALIAÇÃO
66
10
INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa analisar o empréstimo consignado através de um
estudo de caso no Banco do Brasil, para tanto serão apresentadas as diversas
modalidades de crédito existentes na Instituição, seus prazos e taxas. A idéia
principal é identificar, através de análise do balanço da Instituição, quais os
impactos que o crescimento do crédito consignado vem apresentando no
Banco do Brasil. Desta forma, o objetivo geral consiste em analisar os fatores
que impactaram positivamente o balanço do Banco do Brasil provenientes do
crédito consignado em folha.
A justificativa pelo tema crédito consignado em folha e seus efeitos no balanço
do Banco do Brasil está fundamentada em alguns determinantes, citados a
seguir. No Brasil, o histórico de baixo volume de crédito em relação ao Produto
Interno Bruto (PIB), em comparação a outros países, pode estar relacionado a
uma série de fatores, tais como alta inflação, altas taxas básicas de juros, altas
margens,
elevada
inadimplência
e
difícil
recuperação
de
créditos
inadimplentes. O crédito consignado mitiga, de forma relevante, os dois últimos
riscos e tem permitido redução substancial nas taxas de juros no crédito
pessoal. (LUCCHESI, 2005)
As operações de crédito mediante o desconto das prestações em folha de
pagamento foram uma das medidas adotadas para melhorar a intermediação
financeira ou reduzir os custos de crédito, registra a carta encaminhada em 21
nov. 2003 pelo governo brasileiro ao FMI.
11
Um sistema de intermediação financeira sólido e eficiente é essencial para
canalizar a poupança privada para o setor produtivo privado, salienta a carta, a
qual acrescenta: Para melhorar o funcionamento do mercado de crédito ao
consumidor, a legislação permitiu aos trabalhadores autorizarem o desconto de
uma parcela de seus salários a título de pagamento de seus empréstimos nas
instituições financeiras. (ANDREZO, 2002).
Os balanços divulgados de 2009 e 2010 dos bancos segundo o Banco Central
do Brasil (BACEN), indicam um crescimento excepcional do lucro dos bancos
em 2010. O lucro líquido dos principais bancos do país – Banco do Brasil (BB),
Caixa Econômica Federal (CEF), Bradesco, Itaú/Unibanco – registrou um
expressivo crescimento de 49,9%,somando R$ 18,8 bilhões. (BACEN, 2010)
Somando-se a isto, observa-se o baixo risco da operação causando efeito
direto na redução efetiva das taxas de juros aplicadas neste tipo de operação,
já que as instituições financeiras não são efetivamente as gestoras do
desconto cabendo aos órgãos pagadores o desconto no contra-cheque do
funcionário e assim baixando consideravelmente o risco de inadimplência
neste tipo de operação.
Os empréstimos consignados existem no Banco do Brasil desde 1993, mas
tinham ênfase no setor público. A linha foi revigorada a partir de set/2003,
quando o Governo Federal editou normas para reduzir taxas de juros e de
estímulo ao crédito, visando facilitar o acesso à pessoa física. Esta medida
veio a incentivar o consumo, o que levaria a geração de empregos, e é claro
lucro para as instituições financeiras.
12
As operações de crédito mediante o desconto das prestações em folha de
pagamento foram uma das medidas adotadas para melhorar a intermediação
financeira ou reduzir os custos de crédito, registra a carta encaminhada em 21
de novembro de 2003 pelo governo brasileiro ao FMI.
De acordo com Andrezzo (2002):
Um sistema de intermediação financeira sólido e eficiente é
essencial para canalizar a poupança privada para o setor
produtivo privado, salienta a carta, a qual acrescenta: Para
melhorar o funcionamento do mercado de crédito ao
consumidor, a legislação permitiu aos trabalhadores
autorizarem o desconto de uma parcela de seus salários a
título de pagamento de seus empréstimos nas instituições
financeiras.
A monografia está estruturada em três capítulos. No Capítulo 1, analisam-se
as principais teorias, o conceito de crédito consignado e quando e como o
crédito consignado passou a ser prática no mercado bancário, construindo-se
a fundamentação teórica que servirá de base para o estudo. No Capítulo 2,
apresentam-se os critérios de risco e inadimplência, justificando as
externalidades positivas do crédito consignado, segmentação no mercado de
crédito, políticas de gestão de risco inerentes ao processo e sua gestão dentro
da instituição. No Capítulo 3, apresenta-se a empresa Banco do Brasil,
identificam-se os impactos do crédito consignado no balanço da instituição,
compara-se o lucro dos maiores bancos do mercado financeiro e analisa-se a
carteira de crédito do Banco do Brasil.
E, ao final apresentam-se as conclusões, onde o objetivo é verificar o impacto
positivo que o crédito consignado em folha causa no balanço do Banco do
13
Brasil e evidenciar este impacto com um comparativo dos lucros de outros
bancos brasileiros, mostrando a gestão do risco e retorno atrelados a esta
linha de crédito.
14
CAPÍTULO I
MERCADO DE CRÉDITO
As Instituições Financeiras estavam acostumadas a garantir sua rentabilidade
no ganho da gestão de moeda indexada e na arbitragem de taxas. Com a
necessidade de redução da inadimplência e com a queda da taxas de juros,
foram sendo levadas a buscar novas alternativas de ganho. Assim, o aumento
do crédito foi surgindo como uma excelente opção para a nova origem de
lucros.
Segundo Stiglitz; Weiss (2001, p.393): “O comportamento do mercado de
crédito difere da teoria econômica clássica. O aumento da demanda não seria
necessariamente acompanhado de aumentos nas taxas cobradas e da oferta”.
Isto ocorre porque uma taxa de juros mais elevada passa a atrair operações de
maior risco, aumentando o risco de não pagamento. Como não tem
informações suficientes que assegurem o pagamento por parte do tomador, o
emprestador passa a limitar a oferta de recursos. Essa atitude é explicada pela
busca da maximização dos retornos por parte do credor diante de um possível
aumento de inadimplência.
A legislação também veio a contribuir para o crescimento das operações de
crédito na medida em que passou a oferecer maior segurança principalmente a
15
modalidade do empréstimo consignado. Crédito que antes era oferecido
basicamente por financeiras e agiotas a juros na maioria das vezes abusivos.
A criação do crédito consignado busca justamente reduzir o risco, garantir o
pagamento do empréstimo através do desconto das parcelas na folha de
pagamento dos trabalhadores. Com o risco de não pagamento menor, as
instituições financeiras ficariam mais confiantes, reduzindo as taxas cobradas e
aumentando a oferta de crédito. À primeira análise, é justamente o que tem
ocorrido com o consignado desde o seu lançamento em 2003.
Segundo Securato (2005, p.36):
Os empréstimos consignados existem no Banco do Brasil
desde 1993, mas tinham ênfase no setor público. A linha foi
revigorada a partir de set/2003, quando o Governo Federal
editou normas para reduzir taxas de juros e de estímulo ao
crédito, visando facilitar o acesso à pessoa física. Esta medida
veio a incentivar o consumo, o que levaria a geração de
empregos, e é claro lucro para as instituições financeiras.
De fato, com o aumento do consumo na economia devido a estabilidade no
setor, as instituições financeiras viram a necessidade de otimizar suas linhas
de crédito para atender a uma demanda cada vez maior. Isto ocorreu porque
havia menos incerteza sobre o valor da garantia do que sobre o risco futuro de
não pagamento da dívida. Nestas condições, as instituições se tornaram mais
confiantes e assim tornaram-se dispostas a cobrar juros menores. Com taxas
menores, ampliou-se o numero de tomadores dispostos a se endividar,
aumentando o volume total cedido.
16
Em setembro de 2003, entrou em vigor a Medida Provisória 130, que dispõe
sobre a autorização para desconto de prestações em folha de pagamento. Em
seguida a MP 130 é regulamentada pelo Decreto 4.840 de 18/09/2003 e
ratificada pela Lei 10.820/03, que faculta aos empregados, do setor público ou
privado, aposentados e pensionistas ou não do INSS, a possibilidade de
contrair empréstimo, financiamentos e operações de arrendamento com
autorização para desconto das prestações diretamente em folha de
pagamento.
Com o surgimento do crédito consignado, os trabalhadores tiveram a
oportunidade de rever suas dívidas e trocá-las por outra com taxas menores e
prazos maiores, fazendo com que ao final do mês, ao receber seus proventos
destinasse parte dele para outros fins que não somente para pagamento de
empréstimos, cheque especial e cartão de crédito.
Ao se falar em crédito consignado, deve-se primeiro buscar suas origens, o
credito pessoal. O crédito consignado nada mais é que a evolução do credito
pessoal, prática antiga no mercado e na economia do país.
1.1
Definição de crédito pessoal e crédito consignado
De acordo com Brito (2005), o mercado de crédito é composto de instituições e
instrumentos financeiros destinados a possibilitar operações de curto ou médio
prazo. Destina-se ao financiamento de consumo ou a disponibilização de
capital de giro para as empresas. Sua principal característica é de funcionar a
17
partir de normas contratuais, que estabelecem o valor da operação, o custo do
crédito, o prazo, forma de liquidação e eventuais garantias.
O microcrédito ou crédito pessoal tem como objetivo fomentar o consumo e o
mercado financeiro como um todo. Para que isto fosse possível, houve a
necessidade de se ampliar o mercado bancário de crédito, que se converteu
em uma expansão no acesso a bens, através de taxas de juros abaixo das
praticadas no mercado.
De fato ocorre tal fenômeno onde a oferta de crédito efetiva faz jus a demanda
daqueles que estejam dispostos a pagar as taxas pré determinadas para
obtenção destes recursos. Neste modelo, a presença dos bancos e do crédito
implica na possibilidade ou não do pagamento e da falência do devedor. Esses
elementos devem, portanto, ser incorporados na avaliação dos riscos
enfrentados pelos provedores de empréstimos.
A criação do crédito consignado vem justamente reduzir esse risco, ao garantir
o pagamento e minimizar a inadimplência e seu risco, como será apresentado
a seguir.
O empréstimo consignado vem ganhando cada vez mais expressividade no
mercado financeiro. Principalmente por ser uma modalidade que beneficia
empregados, empregadores e bancos.
18
Segundo Sodré (2001, p. 93):
Com a nova legislação o empréstimo consignado promove
alterações no conceito tradicional de crédito pessoal. No modelo
tradicional, o servidor contratava o empréstimo diretamente com
o banco. Por sua vez, o banco creditava na conta do servidor o
valor requisitado no empréstimo. O servidor, então, pagava o
banco através do depósito em conta corrente. Neste conceito, o
risco era inteiramente da instituição financeira, que praticava
assim juros elevados, compensando o risco da operação.
Pode-se observar que nos últimos anos o crédito consignado cresceu de
importância. Tem sido, em relação a outros produtos, uma alternativa com
taxas atraentes e uma ferramenta par ampliar a baixa oferta de crédito.
Transformou-se em uma ferramenta social importante já que fomenta o crédito
e aquece a economia do país, utilizando-se de taxas baixas e acessíveis a
população como um todo.
No novo formato do empréstimo consignado em folha, o servidor solicita o
empréstimo ao seu órgão pagador através de uma instituição financeira. O
órgão autoriza a operação e o banco, então credita o valor na conta do
servidor. O desconto em folha é gerenciado pelo órgão pagador que repassa o
valor ao banco e providencia o desconto em folha.
Como há redução de risco de inadimplência na operação, este tipo de
transação, o empréstimo consignado em folha, possibilitou a redução do risco
de inadimplência e consequentemente, a queda dos juros cobrados pelas
instituições financeiras na operação.
19
As instituições financeiras cederão recursos aquele cliente no qual confiam ou
que lhe ofereçam garantias aceitáveis. Nessas condições, somente receberão
recursos àqueles que delas julgam estar aptos a receber o valor solicitado no
presente e honrar seu pagamento no futuro. É, portanto, uma relação de troca
que ocorre ao longo de um período de tempo determinado, não havendo
simultaneidade entre a prestação e a contraprestação.
Do ponto de vista macroeconômico, as transações entre emprestadores e
tomadores, sejam elas realizadas diretamente ou através da intermediação de
instituições especializadas, são indispensáveis à eficiente alocação dos
recursos disponíveis no sistema econômico e aumento do bem-estar social.
A ampliação do mercado de crédito teve efeitos importantes na economia do
país. Fomentou a economia como um todo, aquecendo o mercado e o
consumo e possibilitando aos trabalhadores a reestruturação de suas contas.
Além da maior eficiência alocativa de recursos na economia, que resulta de
uma maior relação crédito/PIB, um acréscimo do crédito aumenta também a
eficácia da política monetária. Esta maior eficácia é entendida pela
necessidade de movimentos mais suaves e de menor volatilidade da taxa real
de juros (já descontada a inflação do período) para se controlar os desvios do
produto.
A política de crédito de uma instituição financeira depende de sua atuação no
mercado, ou seja, é necessário que seja definido, claramente, para que tipos
de clientes serão concedidos empréstimos, para que assim, possam ser
estabelecidos parâmetros próprios a cada um dos segmentos.
20
1.2
A segmentação e a ampliação do mercado de crédito no país e seus
efeitos na economia
De acordo com Brito (2005), com o entendimento de que os clientes
constituem em fonte inesgotável de geração de negócios para os bancos, tanto
na relação direta (consumo de produtos e serviços), quanto na indireta
(atuação na cadeia produtiva: fornecedores, empregados e clientes), o setor
financeiro promoveu mudanças profundas em sua área de atuação, acirradas
pela
concorrência,
similaridade
de
produtos
e
serviços
bancários
e
principalmente, maior grau de exigência por parte dos clientes e acionistas,
estes últimos, procurando uma melhor rentabilidade para suas ações.
A política de crédito de uma instituição financeira depende de sua atuação no
mercado, ou seja, é necessário que seja definido, claramente, para que tipos
de clientes serão concedidos empréstimos, para que assim, possam ser
estabelecidos parâmetros próprios a cada um dos segmentos.
Segundo Kotler (2000, p.136):
Segmento de mercado é um grupo identificado por suas
preferências, localização geográfica, poder de compra, atitudes
de compra, hábitos de compra similares, etc. a “segmentação de
mercado é um esforço para aumentar a precisão do marketing
da empresa”.
A segmentação do mercado foi constituída a partir de características de
consumo observadas e aspectos que os clientes, independentemente do
segmento que atuam, valorizam em sua relação com os bancos. É de fácil
compreensão que o comportamento dos clientes, a diversidade de suas
21
necessidades e expectativas devam ser compatibilizadas com a forma de
atendimento. As necessidades são diferentes, consomem produtos diferentes
e negociam de maneira diferente.
Segundo Assaf Neto (2005), a forma de atendimento não pode ser a mesma
para todos os clientes. Da mesma forma, o intenso desenvolvimento
tecnológico permitiu avanços considerados inimagináveis na intermediação
financeira. O auto-atendimento e o acesso a grande rede mundial alterou
sistematicamente as relações entre os clientes e as instituições financeiras.
Segundo Toledo (1988), a essência da segmentação está no conhecimento
das necessidades de mercado e das vantagens que os consumidores
procuram obter ao consumir um produto. As atividades mercadológicas se
desenvolverão visando satisfazer as necessidades de grupos escolhidos de
consumidores e com lucro.
Justamente esta segmentação faz o mercado financeiro, em especial o
bancário, implementar mudanças em suas linhas de crédito, fazendo surgir,
então, nova modalidade de crédito – o crédito consignado em folha, que tem
sido, em relação a outros produtos, uma alternativa com taxas atraentes e uma
ferramenta para ampliar a baixa oferta de crédito no país.
O governo federal começa, então, a regulamentação do crédito com
consignação em folha de pagamento editando a Lei nº 10.820, de 17. dez.2003
consolidando a Medida Provisória nº 130, de 17.set.2003. De acordo com esta
lei, a parcela do empréstimo fica limitada a 30% do valor dos proventos, sendo
22
que a soma dos descontos voluntários da folha de pagamentos nunca poderá
exceder 40% do mesmo.
A seguir, a evolução nos números deste mercado e como o consignado
impactou positivamente toda a economia do país, possibilitando a inclusão de
grande parte da população ao mercado de crédito, que sem a sua existência
não teriam acesso a empréstimos com menores taxas, devido a sua baixa
renda ou pela existência de débitos atuais no mercado.
1.3 A evolução da demanda de crédito pessoal para a modalidade de
crédito consignado
Os recursos do crédito consignado, de acordo com pesquisa do Ibope sob
encomenda da Associação Brasileira de Bancos (ABBC) em 2006, servem
para: 1) quitar dívidas, 55%; 2) ajudar a família, 12%; 3) reforma do imóvel,
19%; 4) saúde, 8%; 5) financiar automóvel, 2%; 6) compra de eletrodoméstico,
2%; 7) viagem, 1%; 8) outros, 2% conforme mostra a figura 1. O valor médio
das operações é de R$ 2.938,90, com prazo médio de 28,11 meses e
prestação média de R$ 166,35. O comprometimento médio do benefício é de
20%. (TRAVAGLINI, 2006)
A figura a seguir, a evolução nos índices do crédito consignado e a sua
destinação financeira. A distribuição mostra que mais da metade dos clientes
utilizam-se desta linha de crédito para saldar outras dívidas.
23
Crédito consignado
2% compra de eletrodomésticos
2% financiar automóvel
8% saúde
1% viagem
2% outros
19% reforma imóvel
55% quitar dividas
1
2
3
4
5
6
7
8
12%ajudar a família
FONTE: Elaboração própria a partir de dados colhidos em TRAGLINI, 2006.
Figura 1: Destino dos recursos do crédito consignado
A partir da análise da figura 1 pode-se concluir que, de fato, mais da metade
dos tomadores de recursos do crédito consignado, troca ou quita dívidas mais
caras pelo consignado em folha, com juros baixos e prazo longo. Esta análise
vai ao encontro da idéia amplamente difundida que esta linha de crédito alivia
o comprometimento da renda do trabalhador dando fôlego para que ele
direcione seus recursos não só para pagamento de dívidas.
Dessa maneira, visando aferir a evolução dos empréstimos consignados, foi
realizada consulta junto às principais instituições financeiras atuantes no
segmento de crédito pessoal, com o objetivo de avaliar o desenvolvimento
desse mercado. Conforme os primeiros dados apurados, o crescimento dessas
operações mostrou-se mais significativo a partir de março de 2004, tendo em
vista o tempo necessário para que as instituições financeiras firmassem os
24
acordos com as entidades sindicais e empresas, bem como realizassem os
ajustes operacionais necessários.
O levantamento realizado em 2009 pelo Banco Central do Brasil, os
empréstimos com desconto em folha de pagamento efetivados pelas
instituições integrantes da amostra (aproximadamente 75% da carteira de
crédito pessoal), atingiram R$7,8 bilhões, em maio de 2008. O crescimento
dessas operações de março a maio alcançou 25,1%, superando o
desempenho dos empréstimos em crédito pessoal, que registraram expansão
de 11,9% no mesmo período.
O resultado reflete a vantagem desse produto, em termos de taxas de juros,
em relação às demais linhas de crédito para pessoas físicas, inclusive a outros
tipos de empréstimos similares classificados em crédito pessoal. A taxa média
das operações consignadas situou-se em 47,8% a.a. em maio de 2009, nível
inferior às taxas de crédito pessoal, 72,7% a.a.; e cheque especial, 140,5%
a.a. (BACEN, 2010)
Na avaliação do economista Antônio José Alves Jr. (2010), assessor especial
da Casa Civil, a soma do crédito bancário com o mercantil (concedido a
empresas) deve superar 50% do PIB em 2010. Segundo ele, dados do
Ministério da Fazenda apontam que, no fim de 2011, esse percentual já
alcançava 48%, sendo que o crédito bancário correspondia a cerca de 34% do
PIB enquanto o mercantil representava 14%.
25
Constatou-se neste capitulo que na atividade bancária, o processo decisório
envolvendo a concessão de crédito está voltado, fundamentalmente a análise
de risco de inadimplência. Por isso na hora de emprestar, as instituições
financeiras buscam um universo cada vez maior de fatores que lhes permitam
realizar uma avaliação precisa quanto ao risco incorrido em cada concessão de
crédito que realizam.
A criação do crédito consignado com desconto em folha veio ao encontro desta
realidade e possibilitou um cenário extremamente favorável tanto para as
instituições financeiras, que minimizaram o risco da inadimplência ao garantir o
pagamento das parcelas antes mesmo do trabalhador receber seus proventos,
quanto para os tomadores desses recursos, que puderam ter acesso a uma
taxa de juros e um aumento considerável da oferta no setor, fortalecendo e
aquecendo a economia como um todo.
No capítulo 2 a seguir, serão apresentados os critérios de risco e inadimplência
para a linha crédito consignado e como esta inadimplência é mensurada e seu
acompanhamento pelos órgãos reguladores. Será apresentado também o
efeito do baixo risco influenciando diretamente o nível de inadimplência das
instituições
patrimoniais.
financeiras
e
impactando
positivamente
seus
balanços
26
CAPÍTULO II
CRITÉRIOS DE RISCO E INADIMPLÊNCIA
Desde os primórdios da atividade bancária, os bancos têm sido as principais
instituições de empréstimos. A gestão dos riscos de crédito faz parte de suas
funções. O Crédito é uma transação bancária ou comercial, em que um tomador
ou comprador adquire um bem ou serviço e sua concessão necessita de uma
avaliação que implica a averiguação da credibilidade daquele que solicita o
crédito, mas só fará o pagamento depois de algum tempo determinado,
pressupondo a existência dos seguintes fatores:
u
Confiança – expressa na promessa de pagamento;
u
Recursos – fontes para honrar o compromisso.
1
É natural a preocupação que as instituições financeiras dedicam à qualidade
de seus ativos, não apenas pelo cumprimento dos normativos emanados pelas
autoridades monetárias, mas pela permanência da instituição no Sistema
Financeiro. Por conta disso as instituições desenvolveram políticas de crédito e
metodologias de análise capazes de dimensionar o risco de crédito e de
acompanhar o desempenho de sua carteira de ativos, visando a minimização
desse risco.
27
A seguir inicia-se uma breve revisão conceitual de risco de crédito e os
aspectos fundamentais em uma política de crédito e sua importância neste
mercado.
2.1 Conceito de risco de crédito
O Risco de crédito é considerado a mais antiga forma de risco nos mercados
financeiros, e é conseqüência de uma transação financeira contratada e/ou
contingencial entre um fornecedor de fundos e um usuário desses fundos.
No mercado de crédito visualiza-se a ação dos seguintes agentes:
u
Os clientes tomadores-pessoas que buscam os recursos para
alguma finalidade;
u
Os
intermediadores
de
recursos
–
as
instituições
financeiras/bancos;
u
Os clientes doadores de recursos – depositantes de recursos nos
bancos e
u
Os garantidores – aqueles que se responsabilizam de alguma
forma com o devedor.
2
1
BANCO DO BRASIL – QUALIDADE DE CRÉDITO, Curso – Caderno 1 – Crédito e Risco –
Unidade de Função Crédito, janeiro de 1988, p.12.
2
BANCO DO BRASIL – QUALIDADE DE CRÉDITO, op. cit. p.09
28
O posicionamento estratégico dos bancos exige a integração de seu valor
econômico com social e o ambiental como forma de garantir valor a longo
prazo, com adequada remuneração para o capital. As modernas teorias de
administração financeira preconizam a definição do ponto de equilíbrio entre a
probabilidade de recebimento e a rentabilidade possível.
A normatização brasileira para risco de crédito também baseia-se em um
sistema de classificação. As classes de risco, no total de nove, e os
respectivos percentuais a provisionar foram definidos pelo Conselho Monetário
Nacional, através da Resolução 2.682, de 1999, que estabeleceu que, a partir
do ano de 2000, os bancos deveriam proceder à classificação de risco de seus
créditos.
Segundo o Banco Central (2009), valem as seguintes definições:
• Risco de Crédito – possibilidade do não recebimento dos recursos a que se
tem direito, ou do seu recebimento fora do prazo ou de condições, não
honrando as suas obrigações contratuais.
Segundo Securato (2002), gerir risco é assumir posicionamentos no presente
que garantam a sobrevivência no futuro, caso ocorra um cenário improvável.
Tendo em conta que um dos fatores fundamentais para a sobrevivência de
uma instituição financeira é a liquidez de seus créditos, torna-se de vital
importância que as instituições tenham adequadas metodologias de avaliação,
também tenham Políticas de Crédito que propiciem a seus empregados a
29
segurança para emprestar bem, com menor probabilidade possível de
inadimplência.
A administração da gestão do crédito deve, também, assegurar o cumprimento
de determinações legais, exigências de supervisão bancária, normas,
procedimentos e controles internos e externos, bem como a exposição máxima
ao risco de crédito que a instituição financeira admite assumir com seus
clientes, independentemente do prazo e finalidade, e não deve ultrapassar a
assistência máxima indicada nos cálculos dos limites de crédito de cada
cliente.
Entre as questões legais mais importantes, encontra-se o acordo internacional
que tem estabelecido, para fins de gestão de risco, limites de capital que as
instituições financeiras devem utilizar o chamado Acordo da Basiléia, que se
encontra a seguir.
2.2 Efeitos do acordo de Basiléia sobre os bancos brasileiros
A gestão de risco que as instituições financeiras realizam não é absolutamente
independente. A primeira crise do petróleo e o conseqüente aumento da
liquidez internacional propiciaram recursos, especialmente aos países em
desenvolvimento, mais necessitados, a custos extremamente reduzidos. É
claro que, nessas condições, os países aproveitaram-se e acabaram por
endividar-se excessivamente, o que levou a uma crise financeira internacional
30
com grandes perdas para os bancos e a necessidade de acordos gerais que
solucionassem o problema.
Esse mesmo cenário apontou para a necessidade de se estabelecer padrões
gerais de avaliação de risco, de tal forma que os empréstimos internacionais
tivessem uma mesma base de comparação.
Segundo Fortuna (2004), o Comitê de Supervisão Bancária da Basiléia, um
órgão do BIS (Banco de Compensações Internacionais), surgiu nos últimos
anos da década de 1920, quando o mundo ainda não havia se refeito dos
danos provocados pela 1ª Grande Guerra.
Com
o
objetivo
de
criar
mecanismos adequados de ordenamento da economia mundial, o governo
federal da Suíça firmou um tratado com os governos da Alemanha, Bélgica,
França, Grã-Bretanha, Itália e Japão através do qual concordava em conceder
uma Carta Constitutiva para o estabelecimento de um banco internacional,
sediado na Basiléia, a ser designado o Banco de Compensações
Internacionais pelos bancos centrais da Bélgica, França, Alemanha, GrãBretanha, Itália e Japão e por uma instituição financeira dos Estados Unidos da
América.
Cumpre ressaltar que esses históricos de crises, e a já mencionada dívida
internacional crescente a partir dos anos 1970, agregada à crise do petróleo,
aos recordes de inadimplência na década de 1980 nos EUA e à crise bancária
em bancos europeus, aceleraram a necessidade de emergir ações para a
implementação de novos programas em face da inevitável conclusão que a
31
intermediação financeira, a cultura de crédito e as estratégias de empréstimos
necessitavam ser repensadas ou redesenhadas.
A principal preocupação dos reguladores era que o crescimento das operações
bancárias internacionais acarretasse riscos até então não fiscalizados, que
prejudicariam a saúde financeira das instituições nacionais, algumas já
abaladas, reféns das crises citadas.
Os presidentes e governantes dos bancos centrais dos dez países mais ricos
3
do mundo – G-10 estabeleceram vários comitês no curso dos últimos 40 anos
para estudar assuntos básicos, como também elaborar as melhores práticas,
relativos ao funcionamento e a arquitetura de mercados financeiros
internacionais (FORTUNA, 2004).
O acordo de Basiléia trouxe vantagens e benefícios para o sistema bancário,
por apresentar estrutura simples para compreensão e aplicação, aumentar a
capitalização dos bancos, reforçar a solidez e estabilidade do sistema bancário
internacional e criar referência para avaliação de mercado. Estes efeitos foram
considerados extremamente positivos e percebidos ao longo do tempo dentro
das instituições.
Após os atentados terroristas de 2001, a lavagem de dinheiro tornou-se uma
das maiores preocupações dos principais dirigentes mundiais, em decorrência
do aporte de recursos financeiros para as atividades ilegais. O Comitê de
Basiléia divulgou uma Declaração de Princípios na qual adverte sobre o perigo
32
de os bancos serem utilizados na realização de operações com fundos
procedentes dessas atividades, prática já percebida por alguns órgãos de
controle de alguns países.
A seguir busca-se mostrar a relação entre inadimplência e o crédito
consignado, a redução do risco desta linha de crédito e retorno positivo
conseqüente deste fator.
2.3 Vantagens e desvantagens do empréstimo consignado
O cálculo da inadimplência feito pelo Banco Central sofreu uma alteração:
antes, era considerado inadimplente o devedor que atrasasse o pagamento de
alguma parcela de sua dívida por pelo menos 15 dias. Agora, o calote só é
computado como tal se o atraso for de, no mínimo, 90 dias. Com a mudança
de metodologia, a inadimplência medida pelo BC nos empréstimos para
pessoas físicas com recursos livres (que excluem financiamentos controlados
pelo governo, como o habitacional e o rural) teve seus percentuais de
inadimplência reduzidos.
Segundo Carvalho (2006), o BC também mudou o cálculo do volume de
financiamentos disponível no país, incluindo operações feitas por cooperativas
3
Grupo dos Dez G-10: reúne as dez nações mais ricas do mundo, cujas reuniões ocorrem na
cidade suíça de Basiléia. Fazem parte dele os Estados Unidos, a Alemanha, a Itália, a Bélgica,
o Canadá, a França, o Japão, a Suíça, a Suécia, Reino Unido e a Holanda.
33
de crédito e por bancos que, abertos recentemente, não faziam parte das
estatísticas. Com a inclusão destas instituições percebeu-se uma alteração que
resultou em acréscimos no saldo dos empréstimos oferecidos pelo sistema
financeiro. De acordo com a figura 2 percebe-se que o volume das operações
ultrapassou R$ 50 bilhões no início de 2009.
Divisão do Consignado
Dados: Mai/2009
34,9%
servidores públicos
aposentados e pensionistas
iniciativa privada
52,5%
12,7%
Total 56,273
bilhões
FONTE: Banco Central 2009 – Inclui empréstimos realizados pelas cooperativas de crédito.
Elaboração própria
Figura 2: Divisão do consignado
De acordo com a figura 2, podemos observar que mais da metade dos
tomadores desses empréstimos são aposentados e pensionistas seguidos dos
servidores públicos. Isso é conseqüência do baixo risco de inadimplência, já
que todos têm a estabilidade do emprego e a instituição financeira que
empresta tem a segurança do desconto em folha e o repasse para seu caixa.
34
Segundo Assis (2006, p.C1), os empréstimos consignados em folha de
pagamento reduzem sobremaneira o risco de inadimplência dessas operações,
uma vez que o desconto das parcelas é feito diretamente na folha de
pagamento do cliente e o aval da operação é da responsabilidade do
empregador. No entanto, essas garantias ainda não são totalmente
repassadas ao cliente.
O maior risco no caso do servidor é a morte do mesmo. Entretanto, alguns
bancos, a fim de minimizar os riscos, têm incentivado o servidor a contratar um
seguro de vida no ato da formalização do crédito, que liquidam a dívida no
caso do óbito do cliente.
Por conseqüência deste binômio risco/inadimplência e sua característica
extremamente positiva, o crédito consignado expandiu-se de maneira
significativa na economia do país e confirmou definitivamente, os rumos do
mercado de crédito pessoal no país.
O Banco Central tem divulgado, mensalmente, um levantamento sobre todas
as transações de empréstimo consignado realizadas pelo sistema financeiro.
De acordo com esse levantamento o saldo dos chamados empréstimos
consignados tem crescido muito nos últimos meses, chegando quase a atingir
o montante dos empréstimos tradicionais, sem desconto em folha.
35
O novo levantamento também mostra a diferença entre as taxas praticadas
pelo mercado nas duas modalidades. O consumidor que escolhe o crédito com
desconto em folha paga, em média, juros de 39,5% ao ano, enquanto no
financiamento comum a cobrança é de 85,2% ao ano. (BANCO CENTRAL,
2009)
A tabela 1 a seguir apresenta o volume total em milhões e as taxas de juros
praticadas no mercado de crédito entre os anos 2009 e 2010. Observa-se uma
elevada variação dos números entre estes anos e uma conseqüente redução
nas taxas de juros praticadas.
Tabela 1 – Características do crédito consignado/Brasil 2009/10
CRÉDITO
CONSIGNADO
VOLUME EM R$ MILHÕES
DEZ/09 DEZ/10
Servidores Públicos 14.936
e Aposentados do
INSS
Trabalhadores do
Setor Privado
Total
TAXAS DE JUROS ANUAIS
(MÉDIA)
VARIAÇÃO DEZ/09 DEZ/10 VARIAÇÃO
28.092
88,1%
39,2 %
2,8%
36,4%
-
2.599
3.944
51,8%
39,2%
2,8%
36,4%
-
17.535
32.036
82,7%
FONTE: bacen.gov.br
Elaboração: DIEESE – Rede Bancários
A partir da análise da tabela 1, pode-se observar o incremento nas operações
entre os anos de 2009 e 2010. Os valores demonstram como o crédito
consignado cresceu significativamente em volume emprestado e como a taxa
de juros caiu de um ano para o outro.
36
O Empréstimo consignado vem ganhando cada vez mais expressividade no
mercado financeiro. Principalmente por ser uma modalidade de crédito que
beneficia empregados, empregadores e bancos. No caso das empresas gera
mais um benefício para seus servidores, agregando valor à sua política de
Recursos Humanos, para os empregados permite acesso a taxas de juros
significativamente inferiores às praticadas no mercado, com a facilidade de
pagar via desconto em folha de pagamento. Benefício para o Banco, pois
reduz o risco dos empréstimos, podendo oferecer taxas mais competitivas e
alavancar sua carteira de crédito.
Como o empréstimo consignado possibilita ao Banco praticar juros menores
que os das demais modalidades de crédito com recursos livres, é a
combinação expressa a seguir:
BAIXO RISCO + AUTOMAÇÃO
O Empréstimo Consignado oferece para a Instituição Financeira um risco
reduzido pelo fato de suas parcelas serem descontadas direto em folha de
pagamento. Para o cliente uma das principais vantagens dessa modalidade é a
facilidade com que o funcionário consegue o dinheiro - normalmente, no
mesmo dia. Ele trata dos detalhes do seu crédito diretamente com o banco.
A vantagem dessa operação para a Instituição Financeira é a pulverização do
risco, por se tratar de operações, em média, de pequeno valor e médio valor,
mas com grande número de clientes além de maior segurança em relação à
inadimplência devido ao desconto direto em folha. Além disso, há outra
37
vantagem a considerar para o Banco: as possibilidades de receitas adicionais
com tarifas de contrato. Por outro lado, há algumas desvantagens no
Empréstimo consignado:
–
Para o Banco as taxas de juros são menores, as taxas de juros dos CDC
4
tradicionais são mais elevadas, gerando melhores spreads ;
–
Para os clientes em períodos muito longos, o cliente acaba pagando uma
pesada parcela de juros.
5
De fato, a diferença mais aparente entre as modalidades de crédito pessoal e
consignado está nas taxas de juros Enquanto o consignado oferece, em
média, algo próximo a 3% ao mês, que capitalizado para o ano corresponde a
cerca de 40% ao ano, o empréstimo pessoal está na casa dos 6% ao mês,
próximo de 100% ao ano.
A tabela 2 a seguir traz as vantagens para cliente e para a instituição financeira
que o crédito consignado tem em relação a outras linhas de crédito. Com estas
externalidades positivas compreende-se o porquê da forte expansão desta
modalidade de crédito pessoal.
4
Diferença entre o valor captado pelos bancos e o valor emprestado por eles a seus clientes.
BANCO DO BRASIL - OPERAÇÕES DE INVESTIMENTO, Curso – Caderno 2 – Prospecção,
Originação, Avaliação e Acompanhamento, Universidade Corporativa Banco do Brasil,
janeiro 2005, pg. 122.
5
38
Tabela 2 – Empréstimo Consignado e suas vantagens
CLIENTES
BANCO
Agilidade na contratação
Simplificação na concessão de
empréstimo
Desconto em folha
Aumento da concessão de empréstimos
Comodidade na operacionalização
Redução do risco e da inadimplência
Menores taxas
Facilidades na troca de informações
Eliminação de burocracia, sem consulta
ao SPC/SERASA
Eliminação de circulação de papéis
Menor valor de prestação devido a maior Melhor controle
nº. de parcelas
Facilidade na obtenção de crédito
Alongamento de parcelas gerando mais
juros pagos.
FONTE: Elaboração própria – adaptado do site www.bb.com.br
Analisando-se a tabela 2, concluímos que de fato, a criação do consignado
tenta justamente atuar sobre a variável inadimplência, reduzindo o risco de não
pagamento ao buscar garantir as instituições financeiras o recebimento das
parcelas através do desconto em folha de pagamento dos trabalhadores, antes
mesmo que eles recebam seus salários.
O menor custo do crédito consignado é resultado de sua “melhor” qualidade:
maior segurança no recebimento. Com mais segurança, os bancos se
encontrariam dispostos a reduzir taxas, o que incentivaria a contratação de
39
empréstimos por maior numero de indivíduos, aumentando o valor total
concedido.
A seguir no capítulo 3, será apresentada a empresa Banco do Brasil, com seu
fluxograma operacional, suas diversas linhas de empréstimo, em especial o
consignado e seu impacto sobre o balanço do banco, apresentando o efeito
positivo deste produto nos balanços de 2009 e 2010.
40
CAPÍTULO III
OS EFEITOS DO CRÉDITO CONSIGNADO
BALANÇO DO BANCO DO BRASIL
NO
Neste capítulo o Banco do Brasil será apresentado, suas diversas linhas de
empréstimo, em especial o consignado. Analisa-se a política de gestão de risco
da instituição e detalha-se o empréstimo consignado no Banco do Brasil e
como esta nova linha de crédito impactou positivamente sua margem de lucro
e o balanço do banco.
Os dados contidos neste capítulo foram retirados do site da instituição e serão
comparados com outros dados do mercado financeiro. Apresenta-se um breve
resumo da política de gestão de risco do Banco e sua linha de produtos.
Detalha-se também a carteira de crédito varejo pessoa física e compara-se
seus valores com outras carteiras. E finalmente faz-se as considerações finais
sobre os impactos do crédito consignado no balanço do Banco do Brasil.
3.1 - APRESENTAÇÃO DO BB
41
O Banco do Brasil foi fundado em outubro de 1808, foi o primeiro Banco a
operar no Brasil e o quarto emissor de moeda do mundo. Sua história pode ser
dividida em três fases: a primeira tem início com a sua criação, em 1808, por
D. João VI; a segunda, em 1851, com seu relançamento pelo Barão de Mauá –
ocasião em que se registrou a primeira operação com ações do BB na Bolsa
de Valores do Rio de Janeiro; a terceira, em 1892, após a fusão com o Banco
da República dos Estados Unidos do Brasil. As ações originadas dessa união
passaram a ser negociadas na Bolsa do Rio de Janeiro em 1906.
De sua fundação até 1964, exerceu o papel de Banco Central. Nesses quase
dois séculos, participou dos principais acontecimentos da vida econômica e
financeira do Brasil. Em 2001, BB tornou-se banco múltiplo, tem investido em
tecnologia, no treinamento dos seus mais de 82 mil funcionários e numa
estratégia de segmentação dos mercados buscando a reafirmação do BB
como uma empresa ágil, moderna e competitiva, que alinha seus negócios ao
compromisso de contribuir para o desenvolvimento do País. O BB é o maior do
setor em Ativos, tem a maior base de clientes e maior rede própria de
atendimentos, dentre outros destaques.
No Banco do Brasil as políticas para a liberação do crédito, gestão da
inadimplência, gestão de risco e de recuperação estão sob a condução de
áreas específicas. Cabe à Diretoria de Crédito a responsabilidade pelos
modelos de análise para a liberação do crédito, estabelecimento de políticas
de alocação, limites e exposição.
42
3.1.1 - Política de Gestão de Risco no Banco do Brasil
O Banco do Brasil realiza a gestão dos riscos de mercado, liquidez, crédito e
operacional de maneira consolidada, alinhada às melhores práticas adotadas
no mercado mundial, garantindo adequada segregação de funções e eficiência
à gestão dos riscos. O gerenciamento dos riscos é feito fora das unidades de
negócios, cabendo ao Comitê de Risco Global (CRG), composto por
executivos de diversas áreas, a definição das estratégias de gestão nessa
matéria, seja do BB ou de suas subsidiárias integrais.
O BB vem se preparando para a utilização de modelos internos avançados no
que diz respeito à alocação de capital em função dos riscos, conforme previsto
no Novo Acordo de Basiléia e no Comunicado BACEN 12.746, de 09/12/2004
– ambos indicando os procedimentos e cronograma de implementação da
6
nova estrutura de capital no Brasil. (BANCO DO BRASIL, 2009)
3.2 - Empréstimos consignados no Banco do Brasil
O aumento recente do crédito no país é explicado, predominantemente, pelo
aumento do crédito a pessoas físicas (crescimento de 30,3% em 12 meses até
6
http://www.bb.com.br/portalbb/page22,136,3604,0,0,1,8.bb?codigoNoticia=28847&codigoRet=5494&br
ead=1&codigoNoticia=28847&codigoMenu=208 acesso em 12/02/2012
43
junho). Tanto o crédito para as empresas como o crédito direcionado
apresentam desempenho mais modesto (crescimentos de 21,4% e 14,4%,
respectivamente, no mesmo período). A principal alavanca do crescimento
recente do crédito a pessoas físicas foi o mecanismo de empréstimo
consignado em folha de pagamentos, que apresenta um custo menor para o
tomador do que as demais opções de crédito pessoal o menor custo do crédito
consignado é resultado de sua “melhor” qualidade que é a maior segurança de
recebimento. Essa modalidade aumentou também o acesso da população ao
crédito, especialmente via INSS.
O empréstimo consignado é um bom exemplo de como a redução do risco de
crédito contribui para menores taxas de juros ao tomador (outro bom exemplo
é o crédito para aquisição de automóveis). Além dos empréstimos consignados
em folha, outras iniciativas recentes do governo e Banco Central têm se
orientado exatamente para o desenvolvimento de mecanismos que reduzam
os riscos de crédito e legal e reforcem o papel das garantias nos contratos.
O volume de empréstimos pessoais atingiu o patamar de R$ 100,8 bilhões, até
maio deste ano, segundo dados do Banco Central. O grande responsável por
este volume é a evolução do crédito consignado com desconto em folha de
pagamentos, que atingiu R$ 53,3 bilhões, com avanço de 46% nos últimos 12
meses.
Deste montante o Banco do Brasil superou a marca de R$ 10 bilhões de
empréstimos concedidos na modalidade de crédito consignado e assumiu a
44
liderança do mercado nesse segmento. São 3,4 milhões de contratos de
empréstimos consignados. Com esta marca o Banco do Brasil ruma para a
liderança do mercado de crédito pessoa física do país. (BANCO DO BRASIL,
7
2009)
Em 2009, a carteira de crédito consignado do Banco garantiu ao BB a
participação de 25,5% do mercado de crédito consignado com a carteira na
marca de R$ 4,1 bilhões. Em 2010 a carteira de crédito consignado alcançou a
marca de R$ 10,1 bilhões com crescimento superior a 100%, garantindo ao BB
a participação de 23% do mercado. Em outubro de 2009 o Banco atingiu seu
melhor desempenho desde o seu lançamento com média diária de
contratações de R$ 72,8 milhões. O Banco do Brasil já detém até agora a
participação de 23,11% do mercado nesse segmento.
Na tabela 3 tem-se um comparativo das linhas de crédito oferecidas pelo
Banco do Brasil. Observa-se que as taxas de juros aplicados na linha BB
Crédito Consignação são as mais baixas em comparação com outras linhas
oferecidas.
7
http://www45.bb.com.br/docs/ri/ra2009/index.html acesso em 20/02/2012
45
Tabela 3 – Prazos e taxas de juros do CDC no Banco do Brasil/2009
MODALIDADE
CDC Material de Construção
PRAZO
(MESES)
TX DE
JUROS
(% AO
MÊS)
TX DE
JUROS
(% AO
ANO)
2 a 12
13 a 24
1,90
2,90
25,34
40,92
CDC Veículo Próprio
2 a 30
3,5
51,11
BB Crédito Salário
2 a 48
4,5
69,59
2a6
7 a 12
13 a 24
1,75
2,00
2,50
23,14
26,82
34,49
2 a 24
4,80
75,52
BB Crédito 13 º Salário
Parcela única
3,00
42,58
CDC Antecipação de IRPF
Parcela única
2,60
36,07
BB Crédito Benefício 2
Salários Mínimos
2 a 24
2,00
26,82
BB Crédito Consignação
2 a 48
1,75 a
3,71
23,14 a
54,83
BB Crédito Consignação INSS
2 a 36
1,40 a
2,55
18,16 a
35,28
BB Crédito Benefício
CDC Renovação
FONTE: Elaboração própria a partir de informações colhidas no site bb.com.br.
Analisando-se a tabela 3, conclui-se que de fato a linha de crédito consignado
é a melhor opção para o cliente do banco, pois suas taxas são bem mais
atrativas em comparação com outras linhas de empréstimo bancário. Outra
vantagem importante é que as parcelas são descontadas diretamente em seus
contracheques e não em conta-corrente, evitando assim que o cliente
46
necessite acompanhar o desconto na data prevista. Esta facilidade dá ao
cliente a garantia do desconto e melhor controle de suas contas.
3.3 – Impactos no Balanço
Os balanços divulgados de 2009 e 2010
dos bancos segundo o Banco
Central, indicam um crescimento excepcional do lucro dos bancos em 2010. O
lucro líquido dos principais bancos do país – Banco do Brasil (BB), Caixa
Econômica Federal (CEF), Bradesco, Itaú/Unibanco – registrou um expressivo
crescimento de 49,9%,somando R$ 21,8 bilhões. (DIEESE, 2010)
Segundo Araújo (2006), o crescimento mais acentuado das operações de
crédito é resultado como já foi mencionado, anteriormente, de tendências
presentes no setor. Em primeiro lugar, a consolidação dos empréstimos
consignados, com sua disseminação entre os empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e entre os aposentados e
pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Analisando-se os balanços de 2009/10 (anexo I), podemos constatar que saldo
contratado das operações de crédito consignado do Banco do Brasil atingiu a
marca de R$ 13 bilhões (valor correspondente a 4,4 milhões de contratos) no
mês de outubro de 2009, quando foram fechadas cerca de 278 mil novas
47
operações da linha, com volume movimentado de R$ 1,345 bilhão, segundo
8
matéria publicada no Intranet da instituição. (BANCO DO BRASIL, 2009)
O aumento expressivo na oferta de crédito consignado é resultado da
conquista de novos convênios e da decisão da instituição de levar a oferta do
crédito também para os não-correntistas. É o caso do convênio firmado com o
Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), medida que possibilitou ao
Banco estender a linha para cerca de 18 milhões beneficiários da Previdência
Social.
Antes o BB só podia oferecer o financiamento aos cerca de cinco milhões de
beneficiários do INSS com domicílio na instituição. O BB possui uma carteira
de 16 mil convênios para oferta do financiamento consignado, aí incluídos os
de empresas do setor privado e dos órgãos públicos. O Banco do Brasil havia
registrado forte expansão nas operações de crédito consignado durante o ano
de 2009. O saldo em carteira para essa modalidade de crédito era de R$ 5
bilhões no final do ano passado, com incremento de 18,5% sobre os valores
9
em carteira no final do ano de 2009. (BANCO DO BRASIL, 2009)
Assim, segundo informações obtidas no site do Banco Central, o Banco do
Brasil vem mantendo a liderança absoluta na concessão de crédito no País
8
9
http://www.bb.com.br/docs/pub/siteEsp/ri/pt/dce/dwn/4T09oRelad.pdf acesso em 22/02/2012
http://www.bb.com.br/docs/pub/siteEsp/ri/pt/dce/dwn/4T09oRelad.pdf acesso em 22/02/2012
48
com participação de 25,32%, com crescimento de 41,8% acumulado, enquanto
o mercado cresceu 26,4%. (BACEN, 2009)
10
Ainda sob a análise dos balanços do BB (anexo I), o CDC tem maior
participação relativa na carteira de Varejo. O aumento observado deve-se,
fundamentalmente, ao crescimento das operações de crédito em consignação,
que saiu de R$ 5.810 milhões em Dez/2009 para R$ 10.296 milhões em
Dez/2009 evolução de 139,7% no período. Vale destacar que esta modalidade
representa 50,2% da carteira de CDC do Banco. Estes dados demonstram
como o crédito pessoal, em especial o consignado impacta positivamente no
lucro do Banco em detrimento de outros produtos.
Já, comparando-se as operações do mercado de pessoa física com o mercado
de pessoa jurídica pode-se observar que as operações com pessoas físicas
cresceram 15,9 % (tabela 05), mesmo em relação a Dezembro de 2009, as
operações com pessoas físicas foram as que mais cresceram: 7,6%, com
destaque para as operações com empréstimo consignado que tiveram
evolução de 23,2%.
Se compararmos nos balanços (anexo I), os resultados de 2009 e 2010,
percebe-se um crescimento bem superior da carteira de crédito pessoa física
(17,9%) em detrimento a carteira de pessoa jurídica (10,7%) no mesmo
período. Demonstra que o mercado de pessoa física teve forte crescimento,
alimentado fundamentalmente pelas operações de crédito pessoal onde
destaca-se a linha de crédito consignado.
10
http://www.bcb.gov.br/?BOLETIMEST acesso em 14/02/2012
49
O Banco do Brasil atende á necessidade de crédito de seus clientes de forma
massificada pelo sistema de credit scoring
11
onde com base numa série de
informações cadastrais, calcula limites pré-aprovados para operações de CDC
(crédito direto ao consumidor), cheque especial e cartão de crédito.
A carteira de crédito de varejo, que cresceu 15,4% em relação a março de
2010 e 4,6% em relação a dezembro de 2009, apresentou melhora de risco em
relação ao mesmo período do ano anterior e em relação a dezembro de 2009.
Parte da melhoria do risco da carteira em relação a dezembro pode ser
atribuída ao crescimento das operações de crédito consignado que possuem
menor nível de risco.
3.4 - Considerações sobre os Impactos
O desconto em folha de pagamento vem sendo a principal linha de crédito em
expansão no País, e no caso do Banco do Brasil a situação não poderia ser
diferente. Com juros menores, quando comparado a outras linhas do Banco do
Brasil, o seu desempenho cresce a cada semestre.
O BB confirmou a posição de maior carteira de crédito do país. Houve
crescimento de 12,5% desde o início do ano de 2009, com um valor apurado
de R$ 104,7 bilhões em empréstimos, ante mesmo período do ano passado. O
número, consolidado, inclui operações fechadas no exterior.
11
Credit Scoring: Análise de crédito de cada cliente efetuada pelo banco onde todas as
informações pertinentes àquele cliente são levadas em consideração, tais como: inadimplência,
renda, utilização dos limites de crédito e restrições cadastrais.
50
O destaque do crescimento foi o crédito consignado, com desconto em folha
de pagamento. As operações aumentaram 174% até setembro deste ano, em
comparação com setembro do ano passado - R$ 3,3 bilhões foram repassados
por meio desse tipo de financiamento no acumulado dos primeiros nove meses
do ano.
Enquanto o juro no cheque especial é de 147,6% a.a., o desconto em folha
apresenta taxas anuais em torno de 37,1%. Além do custo, outro atrativo para
os clientes da linha é o prazo alongado para o pagamento. Por isso, alguns
especialistas alertam para um risco maior de inadimplência dos consumidores
12
e do endividamento da população. (BANCO DO BRASIL, 2009)
O risco de inadimplência tornou-se uma preocupação ainda maior para os
bancos com o advento do Acordo de Basiléia. Os empréstimos possuem um
fator de ponderação de 100% logo um valor, por exemplo, de 5% de
inadimplência pode significar para o Banco o afastamento do enquadramento
exigido pelo Acordo de Basiléia, ou seja, um índice K13 superior a 8% , no caso
brasileiro, superior a 11%.
O Banco do Brasil apresenta atualmente um índice de 18,3% , ou seja, um
valor maior por isso melhor por apresentar mais garantia..
12
http://www.bb.com.br/docs/pub/siteEsp/ri/pt/dce/dwn/4T09oRelad.pdf acesso em 22/02/2012
Índice K: coeficiente que mede a inadimplência dos bancos e exigido pelo Banco Central do
Brasil conforme acordo de Basiléia. O ideal é que o índice seja superior a 11%. (BANCO DO
BRASIL, 2009)
13
51
Isto seria um dos motivos para a corrida ao empréstimo consignado em folha,
uma tentativa de aumentar os ganhos, emprestar mais com um risco menor.
Somado a este novo ambiente, no qual os bancos tem que se adequar,
surgem também uma nova perspectiva de estabilidade a longo prazo. Assim,
os bancos estão tendo que se adaptar para um ambiente de crescimento
sustentável e planejamentos de longo prazo.
Ao maximizar o lucro, o Banco do Brasil, tal como os outros bancos, leva em
conta que os recursos vieram de seus depositantes e acionistas. Portanto,
procura garantir a recuperação dos recursos, acrescidos dos juros, para que
possa eventualmente ressarcir depositantes e acionistas bem como custear
suas despesas administrativas.
No caso do crédito pessoal, quando o banco empresta com ou sem garantia
atrelada ao crédito, o cliente pode ser um ótimo tomador, que paga em dia e
tem um excelente controle das suas despesas. Porém, mesmo clientes com
um bom controle orçamentário podem eventualmente incorrer em despesas
imprevistas que os tornem inadimplentes.
No caso de tomadores do empréstimo consignado, mesmo que o cliente sofra
algum imprevisto extra, não haverá inadimplência, pois o pagamento é
descontado direto do salário. Além disso, caso o devedor venha a perder o
emprego, uma fração da indenização pela rescisão do contrato de trabalho é
utilizada automaticamente para pagar parte do crédito devido, sem que o
52
empregado tenha qualquer ingerência sobre este débito. Este fato, além de
reduzir a chance de inadimplência, diminui o valor a ser recuperado caso a
parcela da rescisão não quite o débito.
Diante deste novo cenário, os bancos estão direcionando esforços para
pequenas e médias empresas e para o consumidor financeiro e o Banco do
Brasil não poderia ficar de fora desta tendência. Assim, tudo isto faz com que
um dos negócios mais procurados seja o de empréstimos consignados para
aposentados, pensionistas, servidores públicos e assalariados em geral, com
taxas extremamente competitivas.
Para atuar nessas condições de estabilidade econômica, o Banco do Brasil
vem se posicionando agressivamente no mercado de crédito buscando
emprestar mais nesta modalidade de crédito consignado visando também uma
redução das suas taxas de inadimplência.
Ainda segundo estes especialistas da área econômica, embora o crédito tenha
crescido muito nos últimos anos, o potencial de crédito no Brasil ainda tem
muito a ser explorado e cabe ressaltar que, em países como a Alemanha, a
proporção de crédito em relação ao PIB é de 114%, enquanto que no Brasil o
patamar atinge 26% isto mostra que ainda há muito que crescer nesta área de
crédito.
53
Por outro lado, outra linha de especialistas aposta que os crescentes índices
de endividamento das famílias, combinados com uma taxa de juro ainda
elevada nos empréstimos consignados podem ampliar a incapacidade de
pagamento destes tomadores, reduzindo o alcance positivo desta medida para
o crescimento da economia. Além disso, apesar da entrada em vigor da nova
Lei de Falência, criada com o objetivo de oferecer maior segurança ao setor
financeiro e com isso permitir uma redução dos juros bancários, até aqui ainda
não é possível identificar qualquer efeito nessa direção. Assim embora o Brasil
esteja no patamar mais alto de juros no mundo, o volume de crédito ofertado é
o mais baixo.
A conjuntura político-econômica mostra um cenário de inflação e de um maior
comprometimento de renda da população. Porém, a retomada do emprego, da
renda, a migração de outras linhas de crédito para o consignado e prazos mais
extensos para o pagamento de dívidas determinam o crescimento do crédito
ao consumidor.
54
CONCLUSÃO
O presente trabalho buscou apresentar o empréstimo consignado em folha de
pagamento num estudo de caso no Banco do Brasil. Apresentaram-se as
modalidades de crédito oferecido pela Instituição. Dentre essas linhas,
apresentou-se o crédito consignado em folha, seu crescimento e o impacto
dessa linha no resultado do Banco.
Para isso foi feito no Capítulo 1 uma análise das principais teorias sobre o
tema, conceituando-se crédito e sua fundamentação teórica. No Capítulo 2
analisou-se o critério de inadimplência e as políticas de gestão de risco dentro
da instituição. E, finalmente no Capítulo 3 apresentou-se a empresa estudada,
analisaram-se os lucros dos principais bancos do país e verificou-se o impacto
positivo que o crédito consignado causou no balanço do Banco do Brasil nos
anos de 2009 e 2010.
A hipótese que desejou-se confirmar é evidenciada quando verifica-se que o
mecanismo de retenção da renda para transferência ao Banco pelo
empregador aumentou a garantia do recebimento do crédito, e isso vem
possibilitando um aumento da população que tem acesso a linhas de crédito,
55
além de ter sido, provavelmente, o fator dominante para a redução das taxas
de juros cobradas pelo Banco do Brasil.
Pode-se perceber que o Banco do Brasil realmente vem buscando oferecer
menores taxas para a suas modalidades de empréstimo consignado, porém o
crescimento destas operações tem não só favorecido a redução do índice de
inadimplência
como
também
vem
aumentando
significativamente
sua
contribuição nos resultados da empresa. Sem dúvida o potencial de crédito no
Brasil tem muito a ser explorado.
Há uma constatação de que existiu até agora um grande efeito das mudanças
estruturais no mercado de crédito sentido na realocação da cesta de consumo
dos brasileiros. O efeito desta realocação vem essencialmente de novas
opções de crédito, em especial o crédito consignado, favorecidos pela nova
estrutura de financiamento com juros mais favoráveis. Isto levou pessoas que
antes estavam fora deste mercado por conta da taxa de juros ou restrições
cadastrais, serem inseridas na demanda de crédito. Este efeito respondeu por
grande
parte
do
estoque
de
crédito
consignado.
Este
fato
leva
necessariamente a um rearranjo de preços relativos na economia, com efeito
líquido disto sobre a inflação.
Economistas destacam ainda que setores como os de vestuário, calçados,
eletrodomésticos e alimentos, cujas vendas externas são afetadas pelo real
valorizado, estão sendo beneficiados por efeitos do crédito consignado no
56
orçamento dos consumidores. A questão, é que o mercado interno enfrenta
forte concorrência de produtos importados, que chegam ao País com preços
muito mais vantajosos.
De acordo com economistas, apesar de prejudicar as vendas externas
nacionais, as cotações do dólar em baixa têm impactos positivos sobre a
inflação, e consequentemente, na economia como um todo, aquecendo as
vendas do mercado varejista. E é justamente este mercado que recebe
influência direta dos efeitos do crédito consignado.
Por fim, vale ressaltar os efeitos desta alteração no balanço dos bancos em
especial no Banco do Brasil. A dimensão desta contínua expansão deve ser
analisada a partir da restrição de oferta destes instrumentos e a própria
saturação do mercado de crédito consignado. Entretanto o ganho dos bancos
é real e o efeito do crédito consignado no balanço é, sem dúvida, de caráter
permanente.
57
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em folha de pagamento dos servidores públicos civis, dos aposentados e dos
pensionistas da administração direta, autárquica e fundacional do Poder
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Civil,
Subchefia
para
Assuntos
Jurídicos.
Disponível
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desconto
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ANEXO 1
ANEXO 1
Demonstrações Contábeis – Anos 2009 e 2010
Banco do Brasil S.A. - Demonstrações Contábeis - Trimestre encerrado em 31.03.2010.
BALANÇOPATRIMONI
AL
(Em milhares de Reais)
ATIVO
BB-Agências no País e no
Exterior
31.03.2010
31.03.2009
399.285.177
326.174.869
CIRCULANTE
7.092.459
6.961.113
Disponibilidades
40.140.414
20.561.969
Aplicações Interfinanceiras de
Liquidez
Aplicações no mercado aberto
21.883.686
3.952.762
Aplicações
em
depósitos
18.256.728
16.609.207
interfinanceiros
Títulos e Valores Mobiliários e Instrumentos Financeiros
17.601.535
21.547.099
Derivativos
Carteira própria
11.616.414
12.533.271
Vinculados a compromissos de
4.948.416
7.793.892
recompra
Vinculados ao Banco Central
524.079
524.402
Vinculados à prestação de
79.972
-garantias
Títulos oper. compromissadas
191.219
-livre movimentação
Instrumentos
financeiros
241.435
695.534
derivativos
24.894.933
23.332.461
Relações Interfinanceiras
Pagamentos e recebimentos a
2.838.972
2.442.369
liquidar
Créditos vinculados
Depósitos no Banco Central
21.965.253
20.786.644
Tesouro Nacional - recursos do
9.935
8.409
crédito rural
SFH - Sistema Financeiro da
1.473
2.633
Habitação
Repasses interfinanceiros
46
5.031
Correspondentes
79.254
87.375
12.409
140.229
Relações Interdependências
Transferências
internas
de
12.409
140.229
recursos
45.932.062
39.566.100
Operações de Crédito
Setor público
829.311
1.117.791
Setor privado
48.920.677
41.302.073
(Provisão para operações de
(3.817.926)
(2.853.764)
crédito)
BB-Consolidado
31.03.2010
31.03.2009
439.262.634
7.363.667
31.089.280
346.452.954
7.515.942
15.157.633
21.838.978
9.250.302
3.898.310
11.259.323
17.965.158
11.977.415
4.951.345
22.023.390
13.125.443
7.797.487
524.079
79.972
524.402
--
191.219
--
241.128
576.058
24.912.043
2.839.044
23.347.967
2.442.455
21.969.637
9.935
20.787.070
8.409
1.473
2.633
46
91.908
12.409
12.409
5.031
102.369
140.229
140.229
45.998.026
831.981
49.159.949
(3.993.904)
39.367.587
1.125.732
41.279.354
(3.037.499)
61
3.340
11.725
Operações de Arrendamento
Mercantil
Operações de arrendamento e subarrendamento a receber
Setor público
54.009
22.864
Setor privado
4.307
2.100
(Rendas
a
apropriar
de
(46.337)
(21.512)
arrendamento mercantil)
(Provisão p/ operações arrend
(254)
(112)
mercantil)
14.174.822
14.796.490
Outros Créditos
Créditos por avais e fianças
121.369
82.809
honrados
Carteira de câmbio
9.129.823
10.444.104
Rendas a receber
128.561
110.156
Negociação e intermediação de
9.050
1.969
valores
Créditos específicos
-279.411
Operações especiais
575
1.355
Diversos
6.026.582
5.885.642
(Provisão para outros créditos)
(1.241.138)
(2.008.956)
603.626
183.667
Outros Valores e Bens
Participações societárias
três
quatro
Outros valores e bens
303.415
309.588
(Provisões para desvalorizações)
(170.457)
(170.473)
Despesas antecipadas
470.665
44.548
8.548
(3.624)
54.009
327.321
22.864
247.314
(250.747)
(356.880)
(15.902)
(23.055)
14.243.310
121.369
14.851.237
82.809
9.129.823
142.894
66.326
10.444.104
167.535
61.629
-575
6.027.278
(1.244.955)
608.439
três
310.118
(176.797)
475.115
279.411
1.355
5.827.474
(2.013.080)
188.324
quatro
317.417
(177.267)
48.170
Banco do Brasil S.A. - Demonstrações Contábeis - Trimestre encerrado em
31.03.2010
BALANÇOPATRIMONI
BB-Agências no País e no
AL
Exterior
(Em milhares de Reais)
ATIVO
31.03.2010
31.03.2009
118.690.364
109.413.716
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
4.510.485
2.374.067
Aplicações Interfinanceiras de
Liquidez
Aplicações no mercado aberto
-54.452
Aplicações
em
depósitos
4.510.485
2.319.615
interfinanceiros
Títulos e Valores Mobiliários e Instrumentos Financeiros
49.852.630
51.535.476
Derivativos
Carteira própria
18.595.754
15.606.513
Vinculados a compromissos de
27.467.746
33.832.296
recompra
Vinculados ao Banco Central
3.218.990
1.660.608
Vinculados a prestação de
390.539
364.014
garantias
Instrumentos
financeiros
179.601
72.045
derivativos
41.845.581
37.524.564
Operações de Crédito
Operações de crédito
Setor público
2.585.374
3.385.163
Setor privado
42.592.676
36.499.040
BB-Consolidado
31.03.2010
120.218.262
4.654.854
111.258.995
31.03.2009
-4.654.854
54.452
2.534.773
2.589.225
50.666.114
19.282.582
27.566.288
52.065.979
16.038.125
33.930.249
3.247.104
390.539
1.660.608
364.014
179.601
72.983
42.308.136
38.527.960
2.610.284
43.030.559
3.402.131
37.485.486
62
(Provisão para operações de
(3.332.469)
crédito)
11.265
Operações de Arrendamento
Mercantil
Operações de arrendamento e subarrendamento a receber
Setor público
51.891
Setor privado
4.138
(Rendas
a
apropriar
de
(44.520)
arrendamento mercantil)
(Provisão p/ operações de
(244)
arrendamento mercantil)
22.470.403
Outros Créditos
Créditos por avais e fianças
35.062
honrados
Rendas a receber
40.216
Créditos específicos
626.859
Diversos
23.702.958
(Provisão para outros créditos)
(1.934.692)
7.487.331
PERMANENTE
3.808.094
Investimentos
Participações em coligadas e controladas
No país
2.274.647
No exterior
1.494.182
Outros investimentos
193.401
(Provisão para perdas)
(154.136)
3.013.666
Imobilizado de Uso
Imóveis de uso
2.246.370
Outras imobilizações de uso
4.303.394
(Depreciações acumuladas)
(3.536.098)
88.920
Imobilizado de Arrendamento
Bens arrendados
106.161
(Depreciações acumuladas)
(17.241)
576.651
Diferido
Gastos
de
organização
e
1.139.462
expansão
(Amortização acumulada)
(562.811)
273.600.466
Total
(2.359.639)
(3.332.707)
(2.359.657)
5.454
21.226
7.144
37.305
2.873
(34.546)
51.891
388.393
(410.646)
37.305
272.542
(296.426)
(178)
(8.412)
(6.277)
17.974.155
--
22.567.932
35.062
18.068.687
--
43.835
279.411
17.776.137
(125.228)
7.680.026
4.202.520
40.216
626.859
23.807.120
(1.941.325)
5.523.655
1.030.281
43.944
279.411
17.878.496
(133.164)
4.946.060
896.352
2.570.001
1.591.512
194.883
(153.876)
2.884.767
2.195.240
3.864.781
(3.175.254)
55.356
58.057
(2.701)
537.383
974.103
982.423
-229.101
(181.243)
3.014.610
2.246.370
4.309.910
(3.541.670)
894.927
1.102.895
(207.968)
583.837
1.158.765
851.172
-229.713
(184.533)
2.886.026
2.195.240
3.872.778
(3.181.992)
619.437
748.923
(129.486)
544.245
991.443
(436.720)
251.629.251
(574.928)
264.634.926
(447.198)
245.685.361
Banco do Brasil S.A. - Demonstrações Contábeis - Trimestre encerrado em 31.03.2010.
BALANÇOPATRIMONIAL
(Em milhares de Reais)
PASSIVO/PATRIMÔNIO
L Í Q U I DO
CIRCULANTE
Depósitos
Depósitos à vista
Depósitos de poupança
Depósitos interfinanceiros
Depósitos a prazo
Outros depósitos
BB-Agências no País e
no Exterior
31.03.2010
31.03.2009
200.393.67
1
123.189.87
2
31.815.890
32.975.353
8.986.260
49.280.981
131.388
BB-Consolidado
ATIVO
31.03.2010
200.119.090
189.896.258
193.142.420
120.827.880
114.729.140
116.555.464
29.296.550
31.417.670
7.969.037
52.063.561
81.062
31.877.536
32.975.353
402.251
49.342.612
131.388
29.340.311
31.417.670
3.571.051
52.145.370
81.062
63
Captações no Mercado Aberto
Carteira própria
Carteira de terceiros
Carteira de livre movimentação
Recursos de Aceites e Emissão de
Títulos
Obrigações p/ títulos e valores mobiliários
no exterior
Relações Interfinanceiras
Recebimentos e pagamentos a liquidar
Correspondentes
Relações Interdependências
Recursos em trânsito de terceiros
Transferências internas de recursos
Obrigações por Empréstimo
Empréstimos no exterior
Obrigações Repasses País-Instituições
Oficiais
Tesouro Nacional
BNDES
Finame
Outras instituições
Obrigações por Repasses do Exterior
Repasses do exterior
Instrumentos Financeiros Derivativos
Instrumentos financeiros derivativos
Outras Obrigações
Cobrança e arrecadação de tributos e
assemelhados
Carteira de câmbio
Sociais e estatutárias
Fiscais e previdenciárias
Negociação e intermediação de valores
Fundos financeiros e desenvolvimento
Dívidas subordinadas
Instrumentos híbridos de capital e dívida
Diversas
36.397.768
26.812.931
9.389.839
194.998
402.859
39.151.967
36.250.222
2.901.745
-136.460
35.921.212
26.346.375
9.379.839
194.998
363.786
38.287.279
35.430.133
2.857.146
-103.831
402.859
136.460
363.786
103.831
1.471.850
1.470.751
1.099
1.272.575
1.183.232
89.343
2.836.617
2.836.617
8.955.981
1.517.538
1.517.346
192
1.385.209
1.331.791
53.418
15.124.124
15.124.124
3.314.108
1.477.313
1.476.214
1.099
1.272.575
1.183.232
89.343
1.647.800
1.647.800
8.960.896
1.520.579
1.520.387
192
1.385.209
1.331.791
53.418
13.614.328
13.614.328
3.318.155
4.053.193
3.405.306
1.177.674
319.808
219.783
219.783
1.271.956
1.271.956
24.374.410
3.257.303
3.312.941
--1.167
546.962
546.962
646.303
646.303
17.468.539
1.966.211
4.053.193
3.405.306
1.182.446
319.951
95
95
1.270.517
1.270.517
24.252.924
3.257.686
3.312.941
-3.924
1.290
209
209
570.613
570.613
17.786.753
1.966.723
10.686.527
228.473
1.254.824
670.091
105.284
-1.102.105
7.069.803
7.969.384
84.392
771.663
5.668
165.524
237
-6.505.460
10.686.527
229.104
1.446.993
127.165
105.284
-1.102.105
7.298.060
7.969.384
84.392
923.702
71.639
165.524
237
-6.605.152
64
Banco do Brasil S.A. - Demonstrações Contábeis - Trimestre encerrado em 31.03.2010
BALANÇOPATRIMONIAL
(Em milhares de Reais)
PASSIVO/PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Depósitos
Depósitos interfinanceiros
Depósitos a prazo
Captações no Mercado Aberto
Carteira própria
Carteira de terceiros
Recursos de Aceites e Emissão de
Títulos
Obrigações títulos e valores
mobiliários no exterior
Obrigações por Empréstimo
Empréstimos no exterior
Obrigações Repasses PaísInstituições Oficiais
Tesouro Nacional
BNDES
Finame
Outras instituições
Obrigações por Repasses do Exterior
Repasses do exterior
Instrumentos Financeiros
Derivativos
Instrumentos financeiros derivativos
Outras Obrigações
Fiscais e previdenciárias
Negociação e intermediação de valores
Fundos financeiros e desenvolvimento
Operações especiais
Dívidas subordinadas
Diversas
RESULTADOS DE EXERCÍCIOS
FUTUROS
Resultados de exercícios futuros
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital
De domiciliados no País
De domiciliados no exterior
Reservas de Capital
Reservas de Reavaliação
Reservas de Lucros
Ajustes Valor de Mercado - TVM e
Derivativos
Lucros ou Prejuízos Acumulados
(Ações em Tesouraria)
Total
BB-Agências no País e no
Exterior
31.03.2010
31.03.2009
BB-Consolidado
31.03.2010
31.03.2009
53.866.870
20.016.455
410.680
19.605.775
6.836.369
4.707.266
2.129.103
200.000
36.449.022
1.391.089
767.601
23.488
4.798.557
4.173.151
625.406
747.934
55.398.743
24.465.423
4.859.649
19.605.775
6.836.369
4.707.266
2.129.103
2.424.828
37.481.802
3.541.029
2.917.541
23.488
4.798.557
4.173.151
625.406
4.017.314
200.000
747.934
2.424.828
4.017.314
5.383.702
5.383.702
4.087.373
4.786.239
4.786.239
7.306.127
2.382.910
2.382.910
4.091.871
3.586.683
3.586.683
7.310.466
-554.352
3.533.021
-849.397
849.397
175.730
2 82.995
3.662.796
2.918.381
441.955
235.957
235.957
103.212
-554.352
3.537.519
-382 837
382 837
175.730
2 82.995
3.662.796
2.922.720
441.955
175.730
16.317.844
-1.613.142
1.876.037
2.382
8.094.798
4.731.485
130.873
103.212
17.079.907
-3.268.485
1.788.178
2.382
7.092.958
4.927.904
128.240
175.730
15.021.230
56.451
-1.876.037
2.382
8.094.798
4.991.562
130.873
103.212
14.123.704
29.904
1.847
1.788.178
2.382
7.092.958
5.208.435
128.240
130.873
19.209.052
10.797.337
10.751.490
45.847
4.778
23.310
6.020.150
145.800
128.240
14.932.899
9.864.153
9.841.636
22.517
4.763
25.701
4.294.251
(94.799)
130.873
19.209.052
10.797.337
10.751.490
45.847
4.778
23.310
6.020.150
145.800
128.240
14.932.899
9.864.153
9.841.636
22.517
4.763
25.701
4.294.251
(94.799)
2.343.456
(125.779)
273.600.466
964.609
(125.779)
251.629.251
2.343.456
(125.779)
264.634.92
6
964.609
(125.779)
245.685.36
1
103.212
65
Banco do Brasil S.A. - Demonstrações Contábeis - Trimestre encerrado em 31.03.2010
DEMONSTRAÇÃO DO
RESULTADO
Legislação Societária (em milhares de
Reais)
RECEITAS DA INTERMEDIAÇÃO
FINANCEIRA
Operações de crédito
Operações de arrendamento mercantil
Resultado de operações com títulos e
valores mobiliários
Resultado de instrumentos financeiros
derivativos
Resultado de operações de câmbio
Resultado das aplicações compulsórias
DESPESAS DA INTERMEDIAÇÃO
FINANCEIRA
Operações de captação no mercado
Operações de empréstimos, cessões e
repasses
Operações de arrendamento mercantil
Resultado de operações de câmbio
Provisão para operações de crédito
RESULTADO BRUTO
INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
OUTRAS RECEITAS/DESPESAS
OPERACIONAIS
Receitas de prestação de serviços
Despesas de pessoal
Outras despesas administrativas
Despesas tributárias
Resultado de participações em coligadas
e controladas
Outras receitas operacionais
Outras despesas operacionais
RESULTADO OPERACIONAL
RESULTADO NÃO
OPERACIONAL
Receitas não operacionais
Despesas não operacionais
RESULTADO ANTES TRIBUTOS E
PARTICIPAÇÕES
IMPOSTO RENDA E
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
Provisão para imposto de renda
Provisão para contribuição social
Ativo fiscal diferido
PARTICIPAÇÕES NO LUCRO
LUCRO LÍQUIDO
Número de ações
(Ações em Tesouraria)
Total de ações utilizado no cálculo do
lucro por ação
Lucro por ação
BB-Agências no País e
no Exterior
1º trim/2010
1º trim/2009
BB-Consolidado
1º trim/2010
1º trim/2009
9.357.132
8.052.707
9.471.401
8.154.760
5.051.107
11.500
3.555.448
4.508.028
6.321
3.179.783
5.095.441
1 15.065
3.521.208
4.546.158
87.514
3.166.117
(137.830)
(27.591)
(138.685)
(31.195)
450.319
426.588
(6.555.428)
-386.166
(5.472.658)
451.784
426.588
(6.633.571)
-386.166
(5.529.626)
(3.990.057)
(501.672)
(3.787.954)
(371.163)
(3.983.672)
(501.868)
(3.789.079)
(371.397)
(7.215)
-(2.056.484)
2.801.704
(2.788)
(49.195)
(1.261.558)
2.580.049
(77.211)
-(2.070.820)
2.837.830
(58.288)
(50.039)
(1.260.823)
2.625.134
(1.894.729)
(1.116.410)
(1.873.303)
(1.121.812)
1.934.485
(1.855.942)
(1.344.745)
(433.962)
(37.594)
1.631.835
(1.785.970)
(1.384.325)
(365.964)
2 21.157
2.102.901
(1.875.557)
(1.361.883)
(453.574)
(154.290)
1.766.749
(1.803.866)
(1.407.119)
(394.922)
113.545
1.459.121
(1.616.092)
906.975
25.019
1.050.218
(483.361)
1.463.639
96.430
1.463.761
(1.594.661)
964.527
26.303
1.046.357
(442.556)
1.503.322
97.819
53.537
(28.518)
931.994
1 11.767
(15.337)
1.560.069
55.071
(28.768)
990.830
114.103
(16.284)
1.601.141
1.599.658
(517.814)
1.541.550
(558.802)
(588.959)
(221.179)
2.409.796
(188.983)
2.342.669
810.617.415
(11.257.677)
(377.545)
(137.217)
(3.052)
(77.675)
964.580
810.617.415
(11.257.677)
(635.025)
(236.675)
2.413.250
(189.711)
2.342.669
810.617.415
(11.257.677)
799.359.738
799.359.738
799.359.738
(413.511)
(149.958)
4.667
(77.759)
964.580
810.617.415
(11.257.677
)
799.359.738
2,93
1,21
2,93
1,21
66
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA
4
RESUMO
5
METODOLOGIA
7
SUMÁRIO
8
INTRODUÇÃO
9
CAPÍTULO I
O MERCADO DE CRÉDITO
13
1.1 – Definição de crédito consignado e crédito pessoal
12
1.2 – A segmentação e a ampliação do mercado de crédito
no país e seus efeitos na economia
19
1.3 – A evolução da demanda de crédito pessoal para a
modalidade de crédito consignado
21
CAPÍTULO II
CRITÉRIOS DE RISCO E INADIMPLÊNCIA
25
2.1 – Conceito de risco de crédito
26
2.2 – Efeitos do Acordo de Basiléia sobre os bancos brasileiros
28
2.3 – Vantagens e desvantagens do empréstimo consignado
31
CAPÍTULO III
OS EFEITOS DO CRÉDITO CONSIGNADO NO BALANÇO
DO BANCO DO BRASIL
39
3.1 – Apresentação do BB
39
3.1.1 – Política de gestão de risco no BB
41
3.2 – Empréstimo Consignado no BB
41
3.3 – Impactos no balanço
45
67
3.4 – Considerações sobre os impactos
48
CONCLUSÃO
53
BIBLIOGRAFIA CITADA
56
ANEXOS
59
ÍNDICE
65
Download

AVM FACULDADE INTEGRADA Crédito Consignado em Folha no