SERTÕES
Devassa, MARANHENSES
ocupação
e povoamento dos
Sertões maranhenses
ADALBERTO FRANKLIN
Jornalista / historiador / pesquisador / editor literário
- Da Academia Imperatrizense de Letras
- Da Academia de Letras, Historia e Ecologia da Região Integrada de Pastos Bons
- Do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão
Imperatriz,
Imperatriz, março
março 2012.
2012
SERTÕES MARANHENSES
Forte de Tatuapara
(Casa da Torre, de Garcia d’Ávila)
Ruínas da Casa da Torre, na Praia do Forte, em Salvador, Bahia
Aqui começa a história do sertão nordestino
(e do Sul do Maranhão)
CURSO AVANÇOS
Imperatriz, março 2012.
SERTÕES MARANHENSES
A CASA DA TORRE
A Casa da Torre de Garcia d’Ávila é considerada a primeira grande edificação portuguesa no
Brasil, com acentuada característica de castelo medieval, o único exemplar nas Américas.
Construído em 1551 por Garcia d’Ávila, que chegou à Bahia em 1549, com o primeiro governador geral Tomé de Souza, no cargo de almoxarife real. O Castelo foi concluído em 1624 pelo
herdeiro e neto Francisco Dias d’Ávila, um dos conquistadores do Piauí.
Imperatriz, março 2012.
SERTÕES MARANHENSES
Da Casa da Torre partiram as bandeiras dos
desbravadores que penetraram, devassaram e
conquistaram os sertões atravessando o rio São
Francisco com boiadas, prolongando os domínios
dos Ávila até o Piauí e o Maranhão.
O Morgado da Torre constituiu-se no maior
latifúndio do mundo, com 129 fazendas que
ocupavam 800 mil quilômetros quadrados – um
décimo do território brasileiro –, desde o litoral
baiano e pernambucano até as margens do rio
Parnaíba.
A Casa da Torre patrocinou a defesa do Brasil
contra invasores estrangeiros e piratas.
• CALMON, João Calmon. História da Casa da Torre: uma dinastia de pioneiros.
• ABREU, Capistrano de. Caminhos antigos e povoamento do Brasil.
• BANDEIRA, Moniz. O feudo: a Casa da Torre de Garcia d’Ávila: da conquista dos sertões à
independência do Brasil, Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira.
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SERTÕES MARANHENSES
Domingos Afonso Sertão e outros seus
companheiros que do rio São Francisco,
nos sertões da Bahia, vieram atravessando e
povoando todo o Piauí, por eles verdadeiramente
então descoberto, foram os primeiros que,
passando aquém do Parnaíba, estabeleceram as
primeiras povoações de Pastos Bons.*
Francisco de Paula Ribeiro,
Descrição do Território de Pastos Bons, 1819.
* FRANKLIN, Adalberto; CARVALHO, João Renôr F. de Carvalho.
Francisco de Paula Ribeiro: desbravador dos sertões de Pastos
Bons. a base humana e geográfica do Sul do Maranhão.
Imperatriz: Ética, 2005. p.148.
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SERTÕES MARANHENSES
Levantada uma casa coberta pela maior parte de palha, feitos uns currais, e introduzidos os gados,
estão povoadas três léguas de terra, e estabelecida
uma fazenda. [...]
Vaqueiro, criador, ou homem de fazenda,
são títulos honoríficos entre eles, e
sinônimos com que se distinguem àqueles,
a cujo cargo está a administração, a economia das
fazendas. [...]
O uso inalterável dos Sertões de fazer o vaqueiro
a sua quarta parte dos gados que cria [...] não só faz
com que os vaqueiros se interessem como senhores,
no bom trato das fazendas, mas também a estabelecer
novas fazendas.
Roteiro do Maranhão a Goiás pela Capitania do Piauí.
1786. Autoria provável de João Pereira Caldas.
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Primeiras povoações fundadas pela
frente de colonização sertaneja
• Pastos Bons (aprox. 1750)
De Pastos Bons partiram as bandeiras de
“conquista” dos sertões maranhenses.
• Riachão (aprox. 1804)
• S.Pedro de Alcântara / Carolina (aprox. 1808)
• Chapada / Grajaú (1811)
• Elemento povoador: vaqueiro / criador
• Economia básica: criação de gado
• Resistência indígena: até metade do séc. XIX
(Confederação das tabas timbiras - sudoeste)
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Nos primeiros anos do século XIX, os bandeirantes
de Pastos Bons chegaram às margens dos rios Neves
e Manoel Alves Grande, e, por volta de 1808
alcançaram o rio Tocantins.
Elias Ferreira Barros, um desses pioneiros, é
considerado o fundador de São Pedro de Alcântara
Alcântara.
Em 1810, um regatão de Goiás, Francisco Pinto de
Magalhães, preador de índios que navegava fazendo
comércio entre Porto Imperial e Belém, aí se
estabeleceu, ao lado da aldeia dos índios Kraôs,
BURCHEL, William John. Embarcação goiana na embocadura
do rio Farinha com o Tocantins, no “território da Carolina”.
1829.
dando notícia ao governador de Goiás ter sido ele
o fundador da povoação.
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SERTÕES MARANHENSES
Até os primeiros anos do século XIX, o governo
do Maranhão não conhecia ainda os exatos
limites da Província ao sul.
Sequer tinha registro de onde o rio Tocantins
margeava seu território.
Foi Elias Barros, o fundador de São Pedro de
Alcântara, que, por volta de 1808, orientado por
um índio, chegou ao rio Tocantins e foi dar essa
notícia ao então governador da Província do
Maranhão, Dom Francisco de Melo Manuel da
Câmara.
O coronel Sebastião Gomes da Silva Belfort foi
então designado para fazer, em 1809, uma
viagem de reconhecimento da região, desde São
Luís até o Rio de Janeiro.
Imperatriz, março 2012.
SERTÕES MARANHENSES
Foto: Antonio Cunha.
Em 1810, o regatão goiano Francisco José Pinto
de Magalhães, preador de índios que navegava
fazendo comércio entre Porto Imperial e Belém,
estabeleceu no lugar de São Pedro de Alcântara,
fundado por Elias Barros, onde consegue fazer
pactos com os índios Kraôs, que tinham aldeia
nas proximidades do Morro do Chapéu,
e comunica falsamente ao governador de Goiás
ter sido ele o fundador da nova povoação.
Morro do Chapéu. Carolina, MA.
O governo de Goiás assume como verdadeiras as
informações de Pinto de Magalhães, o que dá
início a uma disputa entre o governo do
Maranhão e o de Goiás que duraria até 1854.
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SERTÕES MARANHENSES
SUDOESTE MARANHENSE
– última área “colonizada” do Nordeste
• Navegações no Tocantins e Araguaia
– Frente de colonização paraense
• Descoberta das minas de Goiás (séc. XVIII)
– Frente de colonização goiana
• Avanço da frente de colonização sertaneja
– Confederação das tabas timbiras do Grajaú-Tocantins
• Política de aldeamento do Governo do Pará
– Contratação do carmelita baiano Frei Manoel Procópio
• Aldeamento dos Gavião e Krikati e
fundação da povoação de Santa Teresa d’Ávila
– 16 de julho de 1852
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SERTÕES MARANHENSES
IMPERATRIZ: “UMA VILA
PARAENSE NO MARANHÃO”
• Nova definição de limites entre Pará e Goiás
– 12 de junho de 1852
• Entrada de fazendeiros de Riachão, Carolina e Grajáu
– Economia pecuarista / Comércio com Belém e Monção
• A descoberta do caucho (1898)
– Ciclo da borracha / Fundação de Marabá
• O ciclo da castanha-do-pará
– Ciclo da borracha / Fundação de Marabá
• A “Sibéria maranhense”
– Um cidade isolada do restante do Maranhão
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ESTRADAS e MIGRANTES
• A estrada para o “Nordeste” – 1953
• Migração Nordestina
• A construção da Belém-Brasília – 1958-1960
• Migração do Centro-Oeste e Sudeste
• O ciclo do arroz
• O ciclo da madeira
• O inchaço populacional
• 1940 - 9.331 habitantes (1.000 na sede)
• 1951 - 10.857 habitantes (total)
• 1960 - 39.169 habitantes (total)
• 1970 - 80.827 habitantes (total)
• 1980 - 220.095 habitantes (total)
• 1991 - 276.502 habitantes (total)
• 2000 - 230.566 habitantes (total)
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MUNICÍPIOS DESMEMBRADOS
DE IMPERATRIZ
• Montes Altos – 1955
– Lajeado Novo
– Ribamar Fiquene
• João Lisboa – 1961
– Buritirana
– Senador La Rocque
• Açailândia – 1981
– Itinga do Maranhão
• Cidelândia – 1997
• Governador Edison Lobão – 1997
• Davinópolis – 1997
• São Francisco do Brejão – 1997
• S. Pedro da Água Branca – 1997
• Vila Nova dos Martírios – 1997
Imperatriz, março 2012.
SERTÕES MARANHENSES
DEVASSA E POVOAMENTO DOS SERTÕES
• ABREU, Capistrano de. Caminhos antigos e povoamento do Brasil.
• BANDEIRA, Luiz Alberto Moniz. O feudo: a Casa da Torre de Garcia d’Ávila: da conquista dos sertões à
Independência do Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
• CALMON, João Calmon. História da Casa da Torre: uma dinastia de pioneiros. 2. ed. Rio de Janeiro:
• LIMA SOBRINHO, Barbosa. O devassamento do Piauí. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1945.
• PRADO JÚNIOR, Caio. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense.
SUL DO MARANHÃO (Principais)
• ALMEIDA, Cândido Mendes de. A Carolina ou a definitiva fixação de limites entre as províncias do
Maranhão e de Goiás. 2. ed. Imperatriz: AIL, 2007. [1ª ed. 1852]
• CABRAL, Maria do Socorro Coelho. Caminhos do gado. São Luís: Sioge, 1992.
• CARVALHO, Carlota. O Sertão: subsídios para a história e a geografia do Brasil. 3. ed. Imperatriz: Ética,
2006. [1ª ed. 1924]
• FRANKLIN, Adalberto; CARVALHO, João Renôr F. de Carvalho. Francisco de Paula Ribeiro, desbravador
dos sertões de Pastos Bons: a base humana e geográfica do Sul do Maranhão. Imperatriz: Ética, 2005. p.148.
• ROTEIRO do Maranhão a Goiás pela Capitania do Piauí. [1786. Autoria provável de João Pereira Caldas.]
Imperatriz, março 2012.
SERTÕES MARANHENSES
SUL DO MARANHÃO (outros)
• BRANDES, Galeno. Memória das passagens: São Luís: Sioge, [198-].
• CARDOSO; Clodoaldo. Pastos Bons. Rio de Janeiro: IBGE, 1946.
• COELHO NETTO, Eloy. História do Sul do Maranhão: terra, vida, homens e acontecimentos. Belo Horizonte: São Vicente, 1979.
• FRANKLIN, Adalberto. Breve história de Imperatriz: Imperatriz: Ética, 2005.
• REIS, Alda; PEREIRA, Maria Rita. Carolina: apogeu, declínio e ressurgência. Imperatriz: Ética, 2007.
• SANTOS NETO, Antonio Fonseca dos. Memória das passagens: Teresina: EDUFPI / Academia de Letras,
História e Ecologia de Pastos Bons, 2006.
Imperatriz, março 2012.
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PARA CONHECER MAIS:
• ACADEMIA IMPERATRIZENSE DE LETRAS. Imperatriz: 150 anos: Imperatriz, AIL, 2002.
• BARROS, Edelvira Marques M. Eu, Imperatriz. Goiânia: [s/e.], 1972.
• _______. História da fundação de Imperatriz. Imperatriz: Ética /AIL, 1993.
• _______. Imperatriz: memória e registro. Imperatriz: Ética, 1995.
• CARVALHO, Carlota. O Sertão: subsídios para a história e a geografia do Brasil. 3. ed. Imperatriz: Ética, 2006.
[1ª ed. 1924]
• COELHO NETO, Eloy. História do Sul do Maranhão: vidas, homens e acontecimentos. Belo Horizonte: São
Vicente, 1979.
• COUTINHO, Milson. Imperatriz: subsídios para a história da cidade. São Luís: Sioge, 1994.
• FRANKLIN, Adalberto. Breve história de Imperatriz. Imperatriz: Ética, 2005. [Série Ciências Humanas, v. 1]
• FRANKLIN, Adalberto. Francisco de Paula Ribeiro: desbravador dos sertões de Pastos Bons. Imperatriz:
Ética, 2005. [Prêmio Literário AIL 2006]
• FRANKLIN, Adalberto. Apontamentos e fontes para a história econômica de Imperatriz.. Imperatriz: Ética,
2008. [Prêmio Literário AIL 2009]
• SANCHES, Edmilson (org.). Enciclopédia de Imperatriz. Imperatriz: Instituto Imperatriz, 2003.
Imperatriz, março 2012.
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