Delacroix. “A liberdade guiando o povo" (1830) Museu do Louvre
Delacroix. “A liberdade guiando o povo" (1830) Museu do Louvre
Samba em Prelúdio
Meu bem-querer
Eu sem você
Não tenho porque
Porque sem você
Não sei nem chorar
Sou chama sem luz
Jardim sem luar
Luar sem amor
Amor sem se dar.
Eu sem você
Sou só desamor
Um barco sem mar
Um campo sem flor
Tristeza que vai
Tristeza que vem
Sem você, meu amor, eu
não sou ninguém.
Meu bem-querer
É segredo é sagrado
Está sacramentado
no meu coração
Meu bem-querer
Tem um quê de pecado
Acariciado pela emoção
Meu bem-querer, meu
encanto
Tô sofrendo tanto
Amor
E o que é sofrer
Para mim que estou
Jurado pra morrer de
amor
(Vinícius e Baden Powell)
(Djavan)
Contexto histórico Brasileiro:
Chegada da família real ao Brasil (1808);
Elevação do Brasil a categoria de Reino (1816);
A Independência (1822);
O primeiro reinado (D. Pedro I - 1822 a 1931)
1ª Geração Romântica
Gonçalves Dias
Nacionalismo
Indianismo
Subjetivismo
Canção (1ª estrofe)
Gonçalves Dias
Tenho uma harpa religiosa,
Toda inteira fabricada
De madeira preciosa
Sobre o Líbano cortada.
Foi meu Senhor quem ma deu,
De santas palmas coberta
Que as notas suas concerta
Aos sons do saltério hebreu!
Canção (2ª estrofe)
Gonçalves Dias
Tenho alaúde polido
Em que antigos Trovadores,
Em tom de guerra atrevido,
Cantavam trovas de amores.
Mas chegando a Santa Cruz,
De volta do meu desterro,
Cortei-lhe as cordas de ferro,
Cordas de prata lhe pus.
Canção (3ª estrofe)
Gonçalves Dias
Tenho também uma lira
De festões engrinalda,
Onde minha alma afinada
Melindres de amor suspira.
Nas grinaldas, nos festões,
Nas rosas com que s'enflora,
Goteja o orvalho da aurora,
Dictamno dos corações.
Canção (4ª estrofe)
Gonçalves Dias
Eis o que tenho, ó Donzela,
Só harpa, alaúde e lira;
Nem vejo sorte mais bela,
Nem coisa que lhe eu prefira.
Votei assim ao meu
A minha harpa religiosa,
A ti a lira mimosa,
O grave alaúde aos meus.
2ª Geração Romântica
Álvares de Azevedo
Mal-do-século
Byronismo
Intimismo
2ª Geração Romântica
William Blake. Piedade. Aquarela reforçada com tinta sobre papel, 42 cm x 54 cm
Meu Sonho - Eu (1ª estrofe)
Álvares de Azevedo
Cavaleiro das armas escuras,
Onde vais pelas trevas impuras
Com a espada sangüenta da mão?
Por que brilham teus olhos ardentes
E gemidos nos lábios frementes
Vertem fogo do teu coração?
Meu Sonho - Eu (2ª estrofe)
Álvares de Azevedo
Cavaleiro, quem és? o remorso?
Do corcel te debruças no dorso...
E galopas do vale através...
Oh! da estrada acordando as poeiras
Não escutas gritar as caveiras
E morder-te o fantasma nos pés?
Meu Sonho - Eu (3ª estrofe)
Álvares de Azevedo
Onde vais pelas trevas impuras,
Cavaleiro das armas escuras,
Macilento qual morto na tumba?...
Tu escutas... Na longa montanha
Um tropel teu galope acompanha?
E um clamor de vingança retumba?
Meu Sonho - Eu (4ª estrofe)
Álvares de Azevedo
Cavaleiro, quem és? - que mistério,
Quem te força da morte no império
Pela noite assombrada a vagar?
O FANTASMA
Sou o sonho de tua esperança,
Tua febre que nunca descansa,
O delírio que te há de matar!...
Sobre o poema “Meu Sonho”
Segundo Antonio Candido:
À vista de certos traços de auto-erotismo na obra de
Álvares de Azevedo, o fato da espada ser
representada na mão do cavaleiro leva a pensar
numa fantasia onírica de cunho masturbatório. (...)
Esta leitura simbólica é confirmada por outros traços
que completam o quadro, porque se ligam ao
orgasmo, como “olhos ardentes” (verso 4), “gemidos
nos lábios frementes” (verso 5), e quem sabe o fogo
metafórico, talvez seminal, que arde no coração e
dele transborda (verso 6). (...) Sendo assim, os
elementos macabros estariam compondo com estes,
de maneira peculiar, o par romântico Amor e Morte.
3ª Geração Romântica
Castro Alves
Hugoanismo
Condoreirismo
Poesia Social
Boa Noite (1ª/2ª estrofes)
Castro Alves
Boa noite, Maria! Eu vou-me embora.
A lua nas janelas bate em cheio...
Boa noite, Maria! É tarde... é tarde...
Não me apertes assim contra teu seio.
Boa noite!... E tu dizes – Boa noite.
Mas não digas assim por entre beijos...
Mas não me digas descobrindo o peito,
– Mar de amor onde vagam meus desejos.
Boa Noite (3ª/4ª estrofes)
Castro Alves
Julieta do céu! Ouve.. a calhandra
já rumoreja o canto da matina.
Tu dizes que eu menti?... pois foi mentira...
...Quem cantou foi teu hálito, divina!
Se a estrela-d'alva os derradeiros raios
Derrama nos jardins do Capuleto,
Eu direi, me esquecendo d'alvorada:
"É noite ainda em teu cabelo preto..."
Boa Noite (5ª/6ª estrofes)
Castro Alves
É noite ainda! Brilha na cambraia
– Desmanchado o roupão, a espádua nua–
o globo de teu peito entre os arminhos
Como entre as névoas se balouça a lua...
É noite, pois! Durmamos, Julieta!
Recende a alcova ao trescalar das flores,
Fechemos sobre nós estas cortinas...
– São as asas do arcanjo dos amores.
Boa Noite (7ª/8ª estrofes)
Castro Alves
A frouxa luz da alabastrina lâmpada
Lambe voluptuosa os teus contornos...
Oh! Deixa-me aquecer teus pés divinos
Ao doudo afago de meus lábios mornos.
Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos
Treme tua alma, como a lira ao vento,
Das teclas de teu seio que harmonias,
Que escalas de suspiros, bebo atento!.
Boa Noite (9ª/10ª estrofes)
Castro Alves
Ai! Canta a cavatina do delírio,
Ri, suspira, soluça, anseia e chora...
Marion! Marion!... É noite ainda.
Que importa os raios de uma nova aurora?!...
Como um negro e sombrio firmamento,
Sobre mim desenrola teu cabelo...
E deixa-me dormir balbuciando:
– Boa noite! –, formosa Consuelo...
Sobre a poesia lírica de Castro Alves
...a poesia lírico-amorosa de Castro Alves, reunida
em Espumas Flutuantes, diferencia-se dos
românticos anteriores pela visão poética do amor
como sentimento plenamente vivenciado e
concretizado no plano emocional e no plano físico. O
amor é descrito com vigor, desejo e sensualidade,
através de metáforas da natureza. A mulher amada é
real, de carne e osso e a paixão envolve e motiva o
poeta a traduzir o relacionamento amoroso em
versos.
(Sylmara Beletti & Frederico Barbosa)
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Romantismo Palestra pedro amazonas pedroso