112
&
Agosto
SERVIÇOS
BENS
vendas
Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul
impulsione e mantenha os
resultados em evolução
Quando a
intuição faz toda a
diferença
Gestão
Entrevista
Food Trucks
ganham as ruas e cada
vez mais adeptos
nicho
Use a
remuneração a favor
da sua empresa
equipes
um novo perfil de liderança é possível (e muito mais eficiente), defende luiz carlos cabrera
João Alves/Fecomércio-RS
luiz carlos bohn
Presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac
Em momentos de incertezas econômicas,
como o que estamos vivendo agora, gerir um
negócio pode ser uma tarefa hercúlea. Se
tradicionalmente o empresariado já precisa
enfrentar inúmeras barreiras, quando o contexto macroeconômico não ajuda essas dificuldades ganham um peso ainda maior. Nessa
situação, os grupos empresariais que pleiteiam melhores condições corporativas são
imprescindíveis, mas cada executivo precisa
ir além dessa atuação e observar com afinco
ainda maior a condução do seu negócio.
Para alcançar as metas definidas no início deste
ano, que se caracteriza por ser atípico em decorrência da realização da Copa do Mundo e da
eleição que se aproxima, é preciso assegurar-se
de que tudo esteja funcionando em perfeita sintonia na empresa para evitar qualquer tipo de
perda. O que vemos nesse cenário é a tendência
de o empresário segurar investimentos – o que
é uma situação-padrão em períodos como este.
Se aportar verba para impulsionar resultados não é uma opção neste momento, rever
processos pode garantir melhor desempenho,
muitas vezes sem elevar custos.
A venda é intrínseca ao nosso setor, seja no
comércio de bens ou de serviços. Muitos
empresários encaram a comercialização como
uma das etapas do seu negócio, quando na
verdade ela permeia todo o processo empresarial. Afinal de contas, o setor terciário como
um todo vive do movimento de venda. E não é
diferente na esfera das empresas. De ponta a
ponta, o que move a companhia é a satisfação
do cliente. Ou seja, não é só o atendimento o
responsável pelo sucesso das vendas.
Toda uma etapa de apoio vem antes disso. E
ela precisa ser eficiente e resolutiva. A venda
em si não engloba apenas a atuação do vendedor, mas todo o trabalho de qualificação
pelo qual ele passou, bem como a disponibilidade de produtos e serviços que atendam
às expectativas dos clientes. Isso sem falar
na construção de um ambiente agradável.
Não importa se estamos falando de uma loja
de comércio ou de um escritório de serviços,
o cliente busca um padrão geral, que será
notado no espaço físico, na apresentação e no
atendimento em si.
Assegurar todas essas condições e monitorálas exige bastante empenho, mas gera um
retorno incalculável, porque resulta não só na
concretização da venda como também no ganho de imagem – algo difícil de mensurar, mas
que certamente fará com que a sua empresa
ganhe cada vez mais espaço no mercado.
Agosto 2014
palavra do presidente
Mitigar erros
para crescer
112
3
sumário
revista bens & serviços / 112 / AGOSTO 2014
o que leva um consumidor
a desistir de uma compra?
do atendimento a detalhes
relativos ao espaço físico
ou ao produto, as respostas
são as mais variadas.
para não perder clientes
é preciso ter um olhar
crítico sobre o negócio
especial / VENDAS
44
18
22
26
luiz carlos cabrera,
o vale do rio pardo exala
Food Trucks impulsionam
especialista em coaching,
história, mas não fica parado
segmento gastronômico
pondera sobre o papel
no tempo. negócios locais
que ganha as ruas e cada
fundamental dos líderes
vivem momento de renovação
vez mais adeptos
ENTREVISTA
Regiões
NICHO
03
06
Sobre / Negociação
08
Notícias & Negócios
12
Negócios
10 Passos / Política de cargos e salários 14
Opinião
17
Entrevista
18
22
Regiões / Vale do Rio Pardo
24
Equipes
Especial / Vendas
26
32
Saiba Mais
34
Sesc
Cooperação
36
Senac
38
Gestão
40
43
Visão Econômica
44
Nicho / Food Trucks
47
Pelo Mundo
48
Visão Política
Monitor de Juros
49
Dicas do mês
50
Palavra do Presidente
Presidente:
Luiz Carlos Bohn
Vice-Presidentes: Luiz Antônio Baptistella, André Luiz Roncatto, Levino Luiz
Crestani,Ademir José da Costa, Alécio Lângaro Ughini, Arno Gleisner, Diogo
Ferri Chamun, Edson Luis da Cunha, Francisco José Franceschi, Ibrahim
Mahmud, Itamar Tadeu Barboza da Silva, Ivanir Antônio Gasparin, João
Francisco Micelli Vieira, Joel Vieira Dadda, Leonardo Ely Schreiner, Marcio
Henrique Vicenti Aguilar, Moacyr Schukster, Nelson Lídio Nunes, Ronaldo
Sielichow, Sadi João Donazzolo,Júlio Ricardo Andriguetto Mottin, Zildo De
Marchi, Leonides Freddi, Paulo Roberto Diehl Kruse, Adair Umberto Mussoi, Élvio
Renato Ranzi, Manuel Suarez, Gilberto José Cremonese, Ivo José Zaffari
Diretores: Walter Seewald, Jorge Ludwig Wagner, Antonio Trevisan, Carlos
Cezar Schneider, Celso Canísio Müller, Cladir Olimpio Bono, Daniel Amadio,
Davi Treichel, Denério Rosales Neumann, Denis Pizzato, Dinah Knack, Eduardo
Luiz Stangherlin, Eduardo Luís Slomp, Eider Vieira Silveira, Elenir Luiz Bonetto,
Ernesto Alberto Kochhann, Élio João Quatrin, Gerson Nunes Lopes, Gilberto
Aiolfi, Gilmar Tadeu Bazanella, Giraldo João Sandri, Guido José Thiele, Isabel
Cristina Vidal Ineu, Jaucílio Lopes Domingues, João Antonio Harb Gobbo,
Joel Carlos Köbe, Josemar Vendramin, José Nivaldo da Rosa, Liones Oliveira
Bittencourt, Luciano Stasiak Barbosa, Luiz Caldas Milano, Luiz Carlos Dallepiane,
Luiz Henrique Hartmann, Marcelo Francisco Chiodo, Marice Fronchetti, Mauro
Spode, Nerildo Garcia Lacerda, Olmar João Pletsch, Paulo Roberto Kopschina,
Remi Carlos Scheffler, Rogério Fonseca, Silério Käfer, Sueli Morandini Marini,
Alberto Amaral Alfaro, Aldérico Zanettin, Antônio Manoel Borges Dutra, Antônio
Odil Gomes de Castro, Ary Costa de Souza, Carina Becker Köche, Carlos
Alberto Graff, Celso Fontana, Cezar Augusto Gehm, Clori Bettin dos Santos,
Daniel Miguelito de Lima, Daniel Schneider da Silva, Eliane Hermes Rhoden,
Elvio Morceli Palma, Erselino Achylles Zottis, Flávia Pérez Chaves, Francisco
Amaral, Gilda Lúcia Zandoná, Henrique José Gerhardt, Jamel Younes, Jarbas
Luff Knorr, Jolar Paulo Spanenberg, José Lúcio Faraco, Jovino Antônio Demari,
Leomar Rehbein, Luciano Francisco Herzog, Luiz Carlos Brum, Marcelo Soares
Reinaldo, Marco Aurélio Ferreira, Miguel Francisco Cieslik, Nasser Mahmud
Samhan, Ramão Duarte de Souza Pereira, Reinaldo Antonio Girardi, Régis Luiz
Feldmann, Ricardo Pedro Klein, Sérgio José Abreu Neves, Valdir Appelt, Valdo
Dutra Alves Nunes, Vianei Cezar Pasa
Conselho Fiscal: Luiz Roque Schwertner, Milton Gomes Ribeiro, Rudolfo
José Müssnich, Hildo Luiz Cossio, Nelson Keiber Faleiro, Susana Gladys
Coward Fogliatto
Delegados Representantes CNC: Luiz Carlos Bohn, Zildo De Marchi, André
Luiz Roncatto, Ivo José Zaffari
Conselho Editorial: Júlio Ricardo Andriguetto Mottin, Luiz Carlos Bohn
e Zildo De Marchi
Assessoria de Comunicação: Aline Guterres, Camila Barth, Caroline Santos,
Catiúcia Ruas, Fernanda Romagnoli, Liziane de Castro, Luana Trevisol e
Simone Barañano
Coordenação Editorial: Simone Barañano
PRODUÇÃO E EXECUÇÃO: Temática Publicações
Edição: Fernanda Reche (MTb 9474)
Reportagem: Diego Paiva de Castro, Marina Schmidt
e Rafael Tourinho Raymundo
Colaboração: Ana Laura Visentini, Edgar Vasques e Leodir Senger
edição de Arte: Silvio Ribeiro
diagramação: Vanessa Bratz
Revisão: Flávio Dotti Cesa
imagem DE CAPA: @iStock.com/Hocus-focus
Tiragem: 22,7 mil exemplares
É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. Os artigos
assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.
Agosto 2014
seção
página
Publicação mensal do Sistema Fecomércio-RS Federação do
Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul
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CEP 90030-142 / Fone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677
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112
Selo FSC
Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC® (Forest Stewardship
Council), que garante o manejo social, ambiental e economicamente
responsável da matéria-prima florestal.
5
A negociação é um processo de comunicação,
©iStock.com/GlobalStock
sobre
Negociação
utilizado para resolver conflitos e divergências ou
mesmo para a obtenção de benefícios. É uma troca
calculada de informações, em que cada palavra deve
ser cuidadosamente pensada e analisada, pois acaba
influenciando o nível de aspiração da outra parte. O
objetivo é, sempre, chegar a um acordo que
satisfaça todos os envolvidos
Agosto 2014
“
112
Um negociador observa tudo. Você pode ser parte
Sherlock Holmes, parte Sigmund Freud.
Victor Kiam, empresário americano (1926-2001)
“Os interesses comuns
estão latentes em toda a
negociação, mas podem
não ser imediatamente
evidentes. Pergunte a si
mesmo: será que temos
um interesse comum em
preservar nosso relacionamento? Quais são
as oportunidades de cooperação e benefício
mútuo mais adiante? Qual seria o ônus se as
negociações fossem interrompidas? Os interesses comuns são oportunidades. Para que sejam
úteis, é preciso deduzir algo a partir deles. É
conveniente explicitá-los e formulá-los como
uma meta comum. Em outras palavras, faça
deles algo concreto e voltado para o futuro.”
William Ury, Bruce Patton
E Roger Fisher,
trecho do livro Como chegar ao sim – A
negociação de acordos sem concessões
6
”
“O segredo de uma boa
negociação é respeitar as
intenções e sabedoria dos outros
negociadores. Por mais que
possamos estar preparados, inclusive
sentindo-se em condição superior, o outro lado
chegou onde está porque teve méritos e sucessos.
Outro ponto importante é ter a habilidade de
empatia, ou seja, colocar-se na situação oposta
e procurar entender as reais necessidades e
aspirações do outro negociador, ouvir e processar
as suas argumentações e linha de raciocínio,
possibilitando apertar o botão na hora certa, na
intensidade certa e no ponto certo”.
Ério Nascimento,
consultor de empresas
& negócios
Edgar Vasques
notícias
cai pela 13ª vez As
instituições financeiras
reduziram a perspectiva
de crescimento da
economia, este ano, pela
13ª vez seguida, segundo
o boletim Focus do Banco
Central. A estimativa para
Agosto 2014
a expansão do PIB passou
112
de 0,79% para 0,70%. Para
2015, a expectativa é de
um crescimento de 1,2%.
As instituições financeiras
mantiveram a projeção para
a taxa básica de juros, Selic,
no atual patamar de 11% ao
ano até o final de 2014.
8
ano, de acordo com levantamento da Serasa Experian. O total de consumidores com
dívidas em atraso é maior do que o verificado em agosto de 2013, quando foram registrados 55 milhões. No mesmo mês de 2012, 52 milhões de pessoas estavam nessa
situação. O estudo também mostra que 60% dos inadimplentes têm contas mensais
a pagar que custam acima de 100% de sua renda mensal. Além disso, 53% dos endividados acumulam até duas dívidas não honradas.
De acordo com os especialistas da Serasa Experian, o aumento do número de inadimplentes deve-se ao crescente endividamento das famílias e ao descontrole do consumidor ao assumir novos financiamentos, sem considerar as contas fixas
mensais e outras dívidas já contraídas.
Parcelamento de compras com juros
altos, como de imóveis e carros, e as
altas taxas cobradas pelo uso do cheque especial e do rotativo do cartão de
crédito também comprometem o orçamento e contribuem para a inadimplência, observa a entidade.
©iStock.com/VMJones
Projeção de crescimento
Inadimplência atinge
57 milhões no país
O número de inadimplentes atingiu o recorde de 57 milhões de brasileiros, este
espaço sindical
Presidente do Sindigêneros-RS participa de
as micro e pequenas empresas que unifica oito impostos em um único
boleto e reduz a carga tributária – foi sancionado sem vetos pela presidente Dilma Rousseff no início de agosto. Com a atualização da Lei
Geral da Micro e Pequena Empresa, cerca de 450 mil empresas com
faturamento anual de até R$ 3,6 milhões poderão ser beneficiadas.
Além disso, o Supersimples permite o ingresso de 142 atividades da
área de serviços em um novo regime de tributação. Com a aprovação
do Simples há, ainda, garantia de entrada única e processo integrado
para simplificar a abertura e o fechamento de empresas. O governo
também prevê reduzir o prazo para abertura e fechamento de empresas e, por meio de um sistema informatizado, garantir a execução
de processo único de registro e legalização. Nesse sentido já há um
ganho: a abertura das pequenas empresas, cujo período passou de
107 dias para cinco dias. O ministro da
Secretaria da Micro e Pequena Empresa,
Guilherme Afif Domingos, classificou o
novo Simples de “embrião da reforma
tributária”. O ministro ressalvou que é
imprescindível dar prosseguimento ao
processo de aprimoramento do Simples.
Em 90 dias, quando estarão concluídos
os primeiros estudos, há possibilidade
de revisão das tabelas do Simples.
Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) instalou a Câmara Brasileira do Comércio de Gêneros
Alimentícios (CBCGAL), coordenada pelo presidente do Sindigêneros-RS, João Francisco Micelli Vieira.
“Vamos trabalhar questões que incomodam o
setor, servindo a todo o comércio de gêneros
alimentícios e dar suporte à CNC”, disse Micelli.
Sindicabes Vale do Taquari realiza Beauty
Fest O Sindicabes Vale do Taquari realizará a
11ª edição do Beauty Fest, a maior feira de
beleza do interior do Estado, com 28 expositores.
A edição ocorre de 31 de agosto a 1º de
setembro de 2014, no Clube dos Quinze, em
Lajeado. Informações: www.beautyfest.com.br.
Caxias realizou simpósio sobre consumo
O Sindilojas Caxias do Sul foi um dos apoiadores
do 1º Simpósio Regional sobre Direitos e Deveres
dos Consumidores e Fornecedores e Consumo
Sustentável – Procon Caxias do Sul: 10 Anos de
Conquistas. Foram tratados temas como consumo consciente e regras de telecomunicações.
Seprorgs Santa Maria muda de endereço
Consumidores projetam
inflação de 7,2%
O consumidor brasileiro acredita que a inflação ficará em 7,2%
nos próximos 12 meses, segundo pesquisa feita pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado do Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores de agosto mostra estabilidade em relação
a julho, quando o índice também ficou em 7,2%. Como em junho a
expectativa havia sido de 7,4%, a média trimestral ficou em 7,3%.
Segundo a FGV, apesar do preço dos itens que mais afetam a formação das expectativas, como a alimentação, ter reduzido a inflação,
há incerteza com relação aos aumentos programados de itens administrados para o próximo ano. A pesquisa é feita com 2.100 consumidores de sete capitais brasileiras (Porto Alegre, São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e Recife).
O Seprorgs mudou de endereço em Santa
Maria. O atendimento agora está localizado
na rua Venâncio Aires, 2035, sala 401, no
centro da cidade. O contato com a unidade
pode ser feito pelo telefone (55) 8133-9279 ou
pelo e-mail [email protected].
Secovi Zona Sul planeja ações futuras Dirigentes e associados do Secovi/Zona Sul se reu-
Agosto 2014
Marcelo Camargo/ABr
Supersimples amplia
acesso às empresas
O chamado Supersimples – sistema de tributação diferenciado para
câmara temática A Confederação Nacional do
112
niram em junho para planejar estratégias para
os próximos quatro anos. A atividade teve como
facilitador Ricardo Abud, consultor em Gestão
da Qualidade e Capacitação Empresarial.
Abud direcionou as habilidades dos participantes para obter o maior proveito da reunião.
9
& negócios
Divulgação/Casa da Palavra
três perguntas
Silvio Meira, autor do
©iStock.com/deepblue4you
notícias
livro Novos negócios
inovadores de crescimento
empreendedor no Brasil e
especialista em inovação,
fala sobre os desafios
impostos às empresas que
buscam renovação.
É possível inovar sem fazer grandes investimentos
financeiros? Existem graus de inovação: inovação
de baixo, médio e alto impactos do ponto de vista do
resultado. Muitas vezes, há inovação de alto impacto
sem compra de máquina ou de um prédio. Pode ser
até resultado de mudança de atitude para melhorar
o atendimento ou um reentendimento do perfil dos
consumidores. O aumento do poder de consumo dos
brasileiros, quando parte passou a integrar a chamada
classe C, abriu oportunidade para empresas que tiveram
a visão inovadora de oferecer os mesmos produtos que
até então eram consumidos pela classe C mas com
valor reduzido. É uma mudança sem custo.
Qual é o nível de inovação das empresas
brasileiras? É muito baixo. Viajando para qualquer
outro país, raramente será visto um produto brasileiro
na prateleira ou na venda em qualquer lugar. No
entanto, os carros que estão nas ruas brasileiras são
feitos fora, assim como nas lojas de celulares esses
Venda de computadores
tem renúncia fiscal até 2018
O governo prorrogou, por quatro anos, a alíquota zero
do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins),
que incidem sobre a venda de computadores e smartphones. A previsão inicial era de que o benefício durasse
até o fim do ano. Agora, a concessão se estende até 31
de dezembro de 2018. A medida também abrange dispositivos como tablets, modems e roteadores digitais. De
acordo com o Ministério da Fazenda, o governo deixará
de arrecadar com a medida R$ 5 bilhões neste ano e R$
7,5 bilhões no próximo. No entanto, a renúncia fiscal é
mais do que compensada pelo aumento da produção, das
vendas e do emprego no setor. A arrecadação do setor de
informática passou de R$ 1,9 bilhões, em 2010, para R$
2,8 bilhões, em 2013, sendo que a arrecadação superou o
volume que o governo deixou de arrecadar com a desoneração (R$ 2,5 bilhões). Para o consumidor, a vantagem
é considerável. Em 2012, a desoneração do varejo resultou em queda de 30% no preço dos smartphones.
aparelhos vêm de fora. O Brasil é pouco competitivo, e
competitividade depende do grau de inovação.
Agosto 2014
Não é uma contradição para um povo
112
consagrado como criativo? Isso é uma mentira.
O brasileiro não é mais criativo do que nenhum outro
povo. O inglês, o americano, o alemão, o japonês, todos
são criativos. O brasileiro é um povo exatamente como
qualquer outro. Na Alemanha há criatividade, só que
também há processos que tornam viáveis as boas ideias
e que fazem com que as inovações sejam competitivas.
A criatividade brasileira desconectada da capacidade
de empreender e inovar não tem efeito.
10
Sonegação bate
R$ 300 bilhões
O valor de impostos sonegados no Brasil está próximo de
alcançar R$ 300 bilhões, conforme dados do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz).
O valor foi calculado pelo sonegômetro: ferramenta em
forma de placar, que calcula quantos reais o país deixou
de arrecadar com a sonegação de tributos. De acordo com
a entidade, a sonegação fiscal no país, de 1º de janeiro até
o momento, foi 12 vezes maior que os gastos com a Copa
do Mundo (de R$ 25,6 bilhões).
Necessidade de crédito
aumentou após a Copa
A demanda das empresas por crédito subiu 15% em julho, em relação a junho, de acordo com a Serasa Experian.
Na comparação com julho do ano passado, houve alta de 1%. No acumulado de janeiro a julho, a procura por
crédito cresceu 2% frente ao mesmo período de 2013. Na comparação por portes das empresas, o crescimento foi
maior para as micro e pequenas, com alta de 16% em julho. Nas de médio porte o aumento foi de 2,2% e nas de
grande, o avanço foi 1,3%. No acumulado dos primeiros sete meses deste ano, as grandes empresas lideraram a alta
da demanda empresarial por crédito com crescimento de 9%, ante o mesmo período do ano passado. Nas micro e
pequenas a alta foi de 2,2% e as médias recuaram 2,5%. As empresas de serviços apresentaram o maior crescimento
na demanda por crédito, com alta de 19,4% frente a junho. No comércio a alta também foi expressiva – de 14,2%
perante junho. Já na indústria o crescimento em julho foi mais moderado (3,7%).
Brasil tem menor geração de
emprego em 15 anos
Reajustes salariais tiveram
aumento acima da inflação
Quase todos os 340 acordos coletivos de trabalho assinados no primeiro
11.796, segundo o Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged).
Foi a menor geração de empregos para
o mês nos últimos 15 anos. No total,
foram 1.746.797 admissões e 1.735.001
desligamentos. No acumulado de 2014,
de janeiro a julho, houve aumento
de 632.224 empregos com carteira
assinada (1,56%). Sete dos oito setores
da atividade econômica fecharam o
mês com saldo positivo na geração de
empregos. Os setores de serviços, com
aumento de 11.894 vagas em relação
a junho, agricultura (mais 9.953 postos) e
construção civil (3.013 empregos) são os
destaques. A indústria de transformação
perdeu 15.392 postos de trabalho.
.com
Agosto 2014
©iStock.com/AndreyPopov
semestre deste ano computaram ganhos salariais acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de acordo com o estudo Sistema de
Acompanhamento de Salários, do Departamento Intersindical de Estudos
de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O levantamento mostra que em 93% das negociações houve aumentos reais, sendo a maioria
na faixa de 1% a 2% – atingindo um percentual maior do que o registrado
no ano passado.
Essa parcela é ligeiramente acima
da registrada no ano passado, quando 83,5% das negociações levaram a
reajustes acima do INPC. Na média,
os aumentos reais chegaram a 1,5%
na indústria; 1,57% no comércio e
1,51% no setor de serviços.
O número de empregos formais
criados no Brasil em julho chegou a
112
Confira na Agência de Notícias da Fecomércio-RS informações
atuais, artigos e pesquisas. No espaço é possível acessar, também, a
galeria de imagens, o monitor de juros e as edições da revista Bens &
Serviços. Confira em http://fecomercio-rs.org.br/home-agencia.php.
11
@istockphoto.com/alphaspirit
Negócios
Agosto 2014
Em busca da
solução
112
12
O
Enfrentar o turbilhão de uma crise requer um grande empenho. Em um cenário nebuloso, nem sempre a saída do problema é fácil de identificar.
empresário que se vê num
Se fosse, as dificuldades não seriam enfrentadas com todo
sacrifício, que, na maioria das vezes, tiram o sono, a paciêncenário de crise na maioria
cia e até as esperanças de quem tem que tocar o barco.
das vezes se sente perdido.
Mas não é com uma visão pessimista que a condição vai
mudar.
É preciso acreditar e encarar o problema. Só isso já
é seguindo em frente, com
gera um efeito surpreendente. Aliás, é justamente por esquipassos estrategicamente
var-se das dificuldades que muitos empresários mergulham
avaliados, que o caminho vai se numa trajetória de queda contínua, que vai se agravando
com o tempo. É a famosa bola de neve. Fique atento, pois
tornando cada vez mais claro
ela muitas vezes é a grande vilã. Permitir com que pequenos
fatores se acumulem pode fazer com que a soma deles ga-
Sinal de alerta
O empresário deve estar atento aos sinais do próprio negócio para identificar o quanto antes as origens dos problemas que a empresa enfrenta. Muitas vezes, esses pormenores nem são tão evidentes, mas se deixados de lado podem
gerar um processo de dificuldade ainda maior.
A regra de ouro é acompanhar com muita atenção as finanças da empresa, sempre tomando cuidado para reduzir
ao máximo os riscos para o negócio. Outro ponto fundamental é identificar qual é a origem do problema para combatêlo. Uma mudança pontual para ajustar as contas pode ser
infrutífero quando a situação problemática se mantém. É o
caso de cortar gastos sem critério e acabar inviabilizando o
negócio em casos muito específicos.
O padrão contábil da empresa pode ser investigado com o
objetivo de buscar melhores opções de cumprimento das exigências tributárias. Há casos em que mudar de enquadramento
já tem um efeito significativo sobre as finanças. É o caso, por
exemplo, de empresas que por optarem pelo Lucro Presumido
são obrigadas a pagar um valor já estabelecido previamente,
mesmo quando operam com prejuízo. Ou seja, ela poderia estar
isenta do imposto se estivesse vinculada a outra modalidade.
Por isso, o recado é padrão, mas bastante resolutivo:
procure a orientação do seu contador ou de um especialista
assim que sentir que as coisas não vão bem. Prevenir é sempre melhor do que remediar.
Recuperação judicial
Quando as dificuldades atingem um nível de gravidade que evidencia a necessidade de ação mais drástica, os
empresários podem recorrer a processos de recuperação
judicial. Essa modalidade envolve a apresentação de uma
proposta para rever o quadro de crise, prevendo o cumprimento das obrigações pactuadas pela empresa com seus credores e muitas vezes também com funcionários.
Em agosto, a Manlec, empresa tradicional de Porto Alegre, criada em 1953, anunciou pedido de recuperação judicial, buscando reorganizar os negócios. O passivo divulgado
é de R$ 100 milhões e a empresa terá 60 dias para apresentar
uma proposta de recuperação, detalhando as medidas que
serão adotadas para reverter a situação.
A recuperação judicial é a possibilidade de reestruturação de empresas economicamente viáveis que estão passando por dificuldades momentâneas, mas mantém empregos
e pagamentos aos credores. A prioridade é a continuidade
da empresa e de suas operações e recursos. O processo de
recuperação judicial consolida alternativas para solucionar
problemas enfrentados pela empresa devedora.
Obrigatoriamente, é preciso recorrer ao Judiciário após
a tentativa de negociação informal entre devedor e credores, por meio de uma proposta de recuperação apresentada
pelo devedor a uma assembleia de credores. É o que a lei
define como negociação extrajudicial.
Fuja da crise
O caminho para a resolução de problemas na empresa passa pelo controle criterioso da saúde financeira.
Confira alguns passos para vencer as barreiras:
Identifique gastos – Conhecer bem todos os custos da
empresa, bem como fazer um levantamento de todas as
dívidas é a condição número 1 para chegar à resolução.
Só a partir dessa análise será possível projetar um caminho
diferente. É importante nunca misturar as finanças corporativas
com as pessoais.
Organização acima de tudo – Gerenciar uma empresa é
definir processos e cumpri-los. Isso vale para o dia a dia da
companhia e para a administração como um todo. Organizar os
passos do negócio ajuda a cumprir com o que foi estabelecido
e a alcançar os resultados esperados.
Avalie cada decisão – A tendência inicial do empresário que
encontra-se em um cenário de crise pode ser a de demitir
funcionários ou a de cortar excessivamente os gastos a ponto
de prejudicar os negócios. Por isso é importante colocar cada
decisão na balança antes de bater o martelo.
Busque apoio – Redes de cooperação entre empresários têm
o potencial para buscar melhores condições de prazos e preços
com fornecedores, provando que vale a pena buscar parcerias.
Agosto 2014
nhe um peso maior e mais prejudicial do que efetivamente
teriam se fossem corrigidos a tempo.
112
Repactue dívidas – Se está enfrentando dificuldades excessivas
para arcar com o pagamento de dívidas, o parcelamento pode
ser a melhor alternativa.
13
10 passos
Cargos e salários
Padrão
eficiente
A
política de cargos e salários é mais do que uma simples relação entre
o quadro funcional da empresa e remuneração devida. formatada para
padronizar exigências e compromissos, ela tem efeito tanto na atração e
retenção de talentos como na produtividade da empresa.
Conheça o mercado de trabalho
O primeiro passo é fazer um diagnóstico do mercado de trabalho na sua área de atua-
1
ção. É fundamental identificar de onde vem a mão de obra que você absorve e para
onde ela vai quando deixa a sua empresa. Essa visão permite ao empresário conhecer
como é o mercado de trabalho no ramo de atuação dele, até porque a realidade
salarial é distinta para diferentes áreas.
Agosto 2014
Identifique cargos essenciais
112
14
Outro ponto importante é elencar aqueles que são os cargos essenciais da empresa.
2
Por exemplo, em uma empresa de Jornalismo falamos que quem carrega o piano tem
que ter por lei curso superior completo em Jornalismo. Já no comércio, os requisitos são
mais flexíveis. Independentemente do ramo, os cargos essenciais serão aqueles que
têm maior afinidade com o produto ou serviço oferecido pela empresa.
Defina perfis
3
A partir dos cargos essenciais, o gestor precisa definir o perfil necessário para que uma
pessoa ocupe aquele cargo. Não basta apenas identificar a formação acadêmica necessária, mas também se a pessoa tem interesse e disponibilidade para trabalhar conforme as necessidades do negócio. Quem quer trabalhar na área de bens e serviços,
por exemplo, muitas vezes, precisa concordar em trabalhar aos finais de semanas.
Estruture os cargos
O passo seguinte é criar uma estrutura para os cargos, especificando a escala
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de prioridade dentro da empresa. Geralmente o cargo mais importante é o que
está mais alinhado ao produto ou serviço oferecido pela empresa. A partir dessa
estrutura de cargos mais valiosos, pode-se fazer a pesquisa de salários para cada
nível hierárquico.
Busque coerência
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É preciso também buscar coerência interna e externa, sendo a primeira mais importante do que a segunda. Olhando o cenário interno, é preciso observar se a estrutura
social da empresa segue um padrão aceitável de remuneração, como o fato de o
vice-presidente ganhar mais que o secretário. A coerência externa é estar adequado
ao mercado, o que também faz com que a empresa seja competitiva.
Tendo consolidado todos os passos anteriores é possível estabelecer as políticas
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salariais. É importante que essa política seja firmemente seguida. Não se pode
alterar o padrão definido em situações individuais. O desafio da empresa está em
Agosto 2014
Siga a política definida
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apresentar para os colaboradores os ganhos que o modelo oferece, além de traduzir o bom ambiente interno para todos. Ou seja, monetizar os benefícios.
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10 passos
Cargos e salários
Reveja as práticas de mercado
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O mercado é dinâmico, por isso, é preciso sempre voltar às atenções a ele para acompanhar os movimentos dos trabalhadores. Como o mercado está sempre se renovando, novos atrativos podem fazer brilhar os olhos dos talentos da empresa. O objetivo
dessa análise é atentar para as práticas de mercado com o objetivo de não perder
integrantes do quadro funcional para a concorrência.
Diferencie qualificação de competência
Durante todo o processo é preciso ter bem claro que qualificação é uma coisa e
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competência é outra. A qualificação é a soma de conhecimentos adquiridos a partir da formação acadêmica. Já as competências ultrapassam o ensino formal e
decorrem de experiências pessoais e profissionais que demonstram, por exemplo,
capacidade de articulação, algo que os currículos tradicionais não oferecem.
Acompanhe os resultados
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Tendo estabelecido, criteriosamente, o perfil das funções da empresa, o empresário
notará que as pessoas tendem a buscar o seu melhor. Isso é ganho de produtividade,
em outras palavras. Nem sempre a produtividade é um assunto dominado pelas empresas. É preciso criar parâmetros para identificar a produtividade. Esse pode ser um dos
indicadores para medir a eficácia do modelo estabelecido pela empresa.
Agosto 2014
Invista em gestão de desempenho
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Muitas companhias investem na avaliação de desempenho para medir resulta-
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dos, mas se esquecem de acompanhar a atuação de seus funcionários no dia a
dia. O desempenho é um processo, e como tal também precisa ser gerenciado.
A gestão do desempenho prevê o monitoramento da entrega dos colaboradores
dentro de uma estrutura planejada para o alcance de resultados.
Uma pesquisa realizada na Universidade de
Stanford, coordenada por Eyal Ophir, concluiu
que fazer muitas coisas ao mesmo tempo
sobrecarrega o cérebro, que é preparado para
atender e realizar eficientemente uma coisa
de cada vez. Realizar tarefas simultâneas é
possível, mas é contraproducente. Nos testes
realizados em Stanford, foram divididos cem
alunos em dois grupos. O primeiro era formado por pessoas que tinham o hábito de realizar
tarefas simultâneas, e o outro, por pessoas que
só realizavam uma coisa de cada vez.
O resultado foi que o primeiro grupo perdia
muito tempo com informações e trabalhos
irrelevantes, tinha mais problemas de memorizar assuntos e maior dificuldade de concentração. Além disso, os alunos pareceram mais
frustrados, cansados e desmotivados frente
aos que não conseguiram concluir as tarefas
no tempo estipulado. Com empresas cada
vez mais enxutas, o chamado multitarefas
parece ser aquele com emprego garantido.
Muitos profissionais atuam diariamente com
esse comportamento, que por muitas vezes é
necessário para conseguir honrar as necessidades das empresas. Esse tipo de profissional
acaba assumindo responsabilidades demais,
tendo que tomar decisões rápidas e assertivas,
sem organização e objetivos claros, o que gera
um final de dia estressante e muitas vezes sem
resultados efetivos. O que parecia ser uma
solução, na verdade, é a camuflagem de um
grande problema.
Para mudar a situação é necessário fazer
algumas reflexões. Eu dou mesmo conta de
todo esse trabalho? O que deve ser priorizado?
Estou tendo resultados positivos na minha
vida profissional e pessoal? O mesmo exercício
deve ser feito pelas empresas e seus líderes.
Será que não estamos sobrecarregando nossos
colaboradores? Será que não estamos desperdiçando o talento de nossos profissionais?
Será que não estamos jogando muitas responsabilidades para um colaborador só? Responder a todas essas perguntas é o primeiro passo
para criar um ambiente de trabalho saudável e
produtivo. Ter tempo para executar cada uma
das tarefas de modo qualitativo é o melhor
caminho para obter a realização profissional
e os resultados esperados pela companhia. Fazer mais quase nunca significa fazer melhor.
Agosto 2014
Você é do tipo que ouve música, fala
ao telefone, abre várias telas de navegação na
internet e ainda responde a um e-mail importante para o seu chefe, tudo ao mesmo tempo?
Se você se orgulha disso e se acha um super
herói da eficiência, saiba que está enganado.
Marcelo Cardoso/Divulgação Arco 7
opinião
Quem faz mais não
faz melhor
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Marcelo Cardoso
Especialista em Coaching, PNL – Programação Neurolinguística – e fundador da Arco 7
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Agosto 2014
entrevista
112
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Luiz Carlos Cabrera
Fotos: Amrop Panelli Motta Cabrera
O
Liderança
qualificada
papel fundamental de um líder é saber ouvir, defende um dos maiores especialistas
em liderança do País, Luiz Carlos Cabrera. Chairman do Brazil National Committe
e da Association of Executive Search Consultants (AESC) e professor do Instituto
Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), ele fala sobre a importância dos
processos de coaching e por que as práticas de liderança precisam ser revistas
Há uma situação bastante preocupante para as empresas que atuam no comércio de bens e serviços: a alta
rotatividade da mão de obra. Esse é um problema que
setor, uma condição já consagrada com a qual é
preciso lidar, como muitos apregoam? Essa é uma per-
gunta muito interessante, porque eu sou contra essa ideia
que é disseminada. Existe esse estereótipo no comércio
de que as empresas têm que se acostumar com o turnover alto, só que o comércio já trabalha com margens de
lucro muito apertadas e, hoje, essa rotatividade consome
pedaços significativos dos resultados. As pessoas ingressam nas empresas atraídas pela marca e relevância, mas
saem por causa do chefe. Não saem por causa da empresa. O papel da liderança na fidelização dos empregados é
fundamental – eu uso o termo fidelização porque retenção denota algo mantido à força. Fidelização é o conjunto
de promessas feitas e responsabilidades a cumprir. Quem
gerencia essas responsabilidades é o líder. Como age a liderança em relação a essas expectativas é determinante.
Não é só remuneração que mantém um colaborador na
empresa. Efetivamente, nos últimos anos, o papel do líder
que expressa uma causa foi se perdendo. O líder precisa
mostrar que aquela é a empresa com a melhor reputação
do mercado, a mais forte, entre outros atributos. Existem
pequenas empresas com sua característica, sua bandeira,
e é isso que precisa ser fortalecido junto à equipe, porque
é isso que gera uma causa. Vejo com tristeza que existem
muitos líderes preguiçosos em gerenciar as causas que
movem o negócio. Líderes preguiçosos não gastam tempo
conversando, falando da causa, ouvindo o que seus colaboradores têm a dizer. A relação construída entre líderes
e colaboradores foi baseada em premissas e promessas. O
Agosto 2014
precisa ser trabalhado pelos líderes ou é algo do
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19
entrevista
Luiz Carlos Cabrera
“Efetivamente, nos últimos
anos, o papel do líder que
expressa uma causa foi
se perdendo.”
O que tem levado gestores a buscarem apoio nos programas de coaching? Em primeiro lugar já é sensacional
que é oferecido, as premissas – salário, benefícios –, é algo
funcional. Ele precisa lidar mais é com as promessas, como,
por exemplo, a ideia passada de que a empresa vai evoluir, de
que o grupo vai crescer. Isso é o que une a equipe. O líder tem
que mobilizar para essa causa.
Esse perfil de líder preguiçoso justifica o padrão de muitos executivos, que buscam receitas prontas para aplicar
Agosto 2014
à gestão dos negócios? Eu não sei se é receita pronta. As
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lideranças tendem a copiar modelos. Muitas vezes aquele líder
antes de ser promovido era afável, ligado nas pessoas, tinha
paciência. De repente ele é promovido e muda completamente. Porque vem uma série de preconceitos históricos com essa
mudança. É uma banalização do ser humano que não favorece
a evolução. É a falta de desenvolvimento e de crença de que a
liderança mudou. Muitas vezes em casa esse sujeito é extremamente democrático, mas quando vai à empresa se sente na
obrigação de assumir o papel de chefe, que mantém distanciamento e que é sinônimo de autoridade. Os líderes mais jovens
têm mais perfil para ouvir. Existem algumas coisas que o líder
precisa fazer sempre, e a primeira delas é estar disponível. Essa
mística de que ele tem que estar sobrecarregado cria indisponibilidade. O segundo ponto é ouvir com interesse, e o terceiro
aspecto que as lideranças esqueceram é ensinar. Essa história
de quem diz “eu me virei para aprender, e meu empregado
também precisa se virar para aprender” é uma bobagem. Se
você acelerar o aprendizado dele, você acelera os resultados.
A quarta necessidade é elogiar. Muitas vezes, o líder tem medo
de elogiar, tem medo de mostrar fragilidade. E essa é uma função extremamente importante.
quando ele pede um coaching. Porque isso significa que numa
autoavaliação ele enxerga que existem empecilhos para o
desenvolvimento dele e da empresa. O primeiro motivo que
tem levado à procura do coaching é a dificuldade de interpretar o contexto. Quando o líder não consegue interpretar
o contexto da empresa, não sabe quando tem que cobrar, faz
as coisas nas horas erradas porque não consegue enxergar
o tecido social da empresa. A segunda motivação é quando
ele identifica que não consegue entender alguns conteúdos.
Ou seja, são pessoas que pedem um coaching específico em
determinada área, como o líder do setor comercial que não
entende de finanças. Um último tipo de pedido é do indivíduo que está com dificuldade com softwares, como os de sistemas de gestão integrado. Na ordem, essas são as principais
motivações dos executivos: compreender o contexto social
da empresa, assimilar conteúdos específicos e adequar-se à
infraestrutura tecnológica.
A organização pessoal e profissional também é adequada a esses processos? Em geral o processo de coaching é mais
voltado para corrigir desempenho. Essas outras questões de
organização pessoal normalmente exigem o que chamamos
de um aconselhamento. Quem tem agenda atrapalhada não
sabe o que é prioridade e o que é essencial. Muitas vezes basta uma boa orientação sobre o assunto, um aconselhamento,
para que o líder comece a agir melhor. O efeito pode ser significativo, porque justamente por ele não dominar essa organização é que ele se torna indisponível.
Quando um líder começa a identificar que precisa recorrer ao coaching? Temos alguns estágios, o primeiro
E qual é o efeito de um líder com esses sinais de pessimismo e amargura para toda a equipe? Tudo de ruim. Essa é
uma situação que depende muito da estrutura de personalidade: há pessoas que são mais resilientes e outras que são
menos resilientes. Para quem não tem resiliência, quando o
resultado cai a atitude acaba sendo a de culpar os subordinados. O mesmo ocorre quando ele sente que está fazendo
muito esforço para obter pouco resultado: tende a empurrar
a culpa da falta de resultado para baixo.
Outra situação que o gestor precisa enfrentar é a de lidar
com equipes compostas por pessoas com diferentes personalidades. Nesse caso, como ele deve equilibrar as diferenças entre gerações? Eu tomo cuidado com essa classifi-
cação de gerações. Procuro fugir dessa estereotipação de que
o jovem é insubordinado e tem pressa. O fenômeno que existe
atualmente é que as gerações são mais curtas. Hoje diferenças
geracionais ocorrem em cinco anos. Podemos notar a diferença na linguagem, nos gostos e costumes, na música e no tratamento. Nesse aspecto, do tratamento, as gerações mais jovens
foram educadas como pares, diferentemente das pessoas de
“ Existem algumas coisas
que o líder precisa fazer
sempre, e a primeira delas
é estar disponível.”
gerações anteriores. Quem tem 40 anos aprendeu a considerar
os pais como superiores. Atualmente, como os pais dedicam
mais tempo ao trabalho, passaram a recompensar as crianças
tratando-as como pares. Aí aparecem bobagens na mídia sobre
a tirania das crianças, mas não é nada disso: simplesmente, na
ausência e falta de tempo, os pais passaram a tratá-las como
pares desde muito cedo. Há um choque imediato quando esse
jovem entra numa empresa com um chefe 20 anos mais velho e
que quer impor uma gestão de autoridade. Um segundo núcleo
para pensar é que a geração baby boomers e parte da geração
X foram educadas dentro da ética do dever. Quem tem 50, 40
anos foi educado sabendo que a vida é um conjunto de deveres.
As gerações mais jovens foram educadas por uma ética do prazer. Foram tratadas como pares e com a noção de que têm que
ter prazer no que fazem. Esse jovem é fruto do desenvolvimento da sociedade. A importância de as mulheres irem trabalhar
é maior do que a dos chips. Tudo mudou porque a mulher foi
trabalhar. E na educação isso também gerou impacto. O tempo
amoroso diminuiu. As novas gerações aprenderam que para
cada feito há uma recompensa.
Como solucionar esse impasse? Agora nós voltamos ao
ponto inicial da nossa conversa. O líder tem que estar disponível e tem que ter tempo para ouvir, ensinar e elogiar. Se ele
não cumprir esses preceitos, acaba fazendo o pior que se pode
fazer: trata todo mundo igual. Dessa forma, o gestor começa
a medir desempenho por instrumentos de gestão padronizadores e a adotar sistemas de cargos e salários rígidos que não
o obriguem a repensar os méritos.
Agosto 2014
é quando ele identifica que não está atingindo os resultados
esperados. O segundo é muito interessante porque vem do
estresse: ele sente um cansaço muito grande, o que sinaliza
que ele está fazendo o dobro do esforço para alcançar os mesmos resultados. Muitas vezes, esse é o executivo que começa
a exercer uma rotina de 12 horas de trabalho e que mesmo assim sente que está tendo dificuldade para chegar ao resultado. Isso pode culminar com um estágio de infelicidade, onde
a pessoa começa a achar que aquele trabalho não é para ela,
quando não é verdade, é ela que não é para aquele trabalho.
Como resultado, o sujeito fica pessimista, amargo.
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regiões
Vale do Rio Pardo
Pedro Silva/Prefeitura de Rio Pardo
Agosto 2014
História em
transição
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22
T
Localizado no centro do Rio Grande do Sul, o Vale do Rio Pardo é
uma região histórica. A cidade homônima de Rio Pardo, uma
erritório de destaque histórico
das mais antigas do Estado, já chegou a preencher metade
do território sul-rio-grandense, dando origem a centenas de
para o Estado, o Vale do Rio
municípios. Com destaque na conquista da região das MisPardo mescla as culturas
sões, na Revolução Farroupilha (1835-1845) e na Guerra do
Paraguai (1865), o lugar também recebeu imigrantes, predogauchesca e germânica. No
minantemente alemães.
entanto, para além das tradições,
A economia do vale é baseada na pecuária e na agricultura, sendo a indústria do fumo, em Santa Cruz do Sul, uma das
as mudanças no mercado e
mais importantes. Além disso, há o turismo: Rota Germânica
na sociedade interferem na
e passeios por casarões antigos entram no roteiro dos visitantes. Os eventos municipais também geram movimento – Veeconomia da região
nâncio Aires tem a Festa Nacional do Chimarrão (Fenachim)
Outro fator que compromete o poder de compra da
população é o clima: se não chove, a safra pode ficar prejudicada. Estar atento à meteorologia, na opinião do empresário, é uma forma de manter a saúde financeira do empreendimento. “Este ano praticamente não houve inverno.
Tivemos que comprar mais peças de meia-estação.”
Atualizar-se também é importante, diz Haas, seja viajando, lendo revistas de moda ou acompanhando o que
as personagens das novelas vestem. Nada mais prudente,
com as rápidas mudanças do mercado. “Antigamente vendíamos muito tecido e o público costurava seus próprios
lençóis. Abrigo era só cinza, branco, preto ou vermelho”,
cita ele, destacando a variedade de opções à disposição dos
consumidores de hoje.
A profissionalização dos negócios é, ainda, um ponto ressaltado pelo comerciante. Se antes era preciso viajar às fábricas de Santa Catarina e garimpar mercadoria ao longo de
uma semana inteira, hoje é tudo encomendado por catálogo,
evitando-se inclusive o encalhe no estoque. “Mudou muito:
as grandes fábricas têm representantes, é preciso uma pessoa para comprar, uma equipe para vender”, discorre.
Venâncio Aires sedia a Festa
Nacional do Chimarrão
Divulgação/Prefeitura de Venâncio Aires
e Santa Cruz do Sul sedia o Encontro Nacional de Artes e Tradições Gaúchas (Enart) e a famosa Oktoberfest. Porém, nem
só de tradições vive o Vale do Rio Pardo, especialmente no
que diz respeito ao comércio. As mudanças no mercado acontecem. Mauro Spode, diretor da santa-cruzense Hoffmann,
Spode Ótica e Joalheria, alega que é necessário adaptar-se.
É por isso que a companhia, que já chegou a vender relógios e fabricar lentes para óculos, hoje tem um sortimento
mais focado. “O pequeno comerciante tem que se adequar
às novas situações. Muitas vezes a empresa acaba não projetando os próximos dez anos”, ressalta.
Segundo ele, o diferencial da loja é o atendimento personalizado, que se reflete na satisfação de um trabalho bem
feito. Famílias inteiras acabam frequentando a casa, havendo até terceira geração de clientes.
Ainda assim, existe expectativa de mais transformações.
Com a iminente instalação de novos shopping centers na região, a concorrência deve aumentar. Conforme o empresário, isso tem acontecido desde os anos 1990, quando o município ganhou projeção nacional com o esporte.
Eventos, em especial a Oktoberfest, e a própria fumicultura também são considerados por ele como destaques de
Santa Cruz do Sul. “A festa se concentra muito no parque,
mas, quando dá um bom resultado, num segundo momento
isso se reflete no comércio.”
Sobre a dependência econômica das lavouras de tabaco, frente a intensas campanhas contra o cigarro, Spode
analisa: “O problema é que não há outra cultura que tenha
um subsídio tão bom quanto a de fumo”. Ele acrescenta
que os produtores rurais vêm estudando alternativas e
diversificando a produção, mas isso só trará resultados a
médio e longo prazos.
Em funcionamento desde 1989, a Quatro Estações opera
em Vera Cruz, munícipio com cerca de 24 mil habitantes. O
foco é o comércio popular, nas confecções masculina, feminina e infantil, além dos itens de cama, mesa e banho.
Pela proximidade com Santa Cruz do Sul, o proprietário
comenta que o movimento varia conforme a situação econômica da região. “O tabaco é gerido em função do dólar”,
explica Roque Afonso Haas, lembrando que grande parte
do produto é exportada.
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Atenção às mudanças
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equipes
V
a favor da
empresa
isto como um custo, o salário
dos colaboradores vai muito além
desse conceito. Mudar o foco e identificar na
remuneração uma aliada, capaz de impulsionar
resultados, pode mudar muitos paradigmas e
levar a empresa a uma trajetória de crescimento
considerável, basta aprimorar a estratégia
Agosto 2014
@iStock.com/Lisa-Blue
Você já se deu conta da importância da remuneração? Se a primeira coisa que
veio à sua mente foi o efeito social do salário na vida dos
seus colaboradores, é melhor rever seus conceitos. É claro
que efetivamente há essa conquista social, mas o impacto
da remuneração também pode ser notado nos resultados da
sua empresa. E, nesse aspecto, ela pode ser vista como uma
aliada no crescimento do seu negócio.
Quando encarada estrategicamente, a política de remuneração ganha novos contornos e passa a ser um elementochave para chegar aos objetivos almejados pela empresa.
Esse efeito virtuoso, no entanto, exige a reformulação de
práticas e processos empresariais, além do estabelecimento
de comprometimento entre gestores e equipes, e, claro, um
pouco de paciência, que nunca é demais.
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24
Todo mundo ganha
A lógica que sustenta o modelo de remuneração estratégica é a de que todo mundo saia ganhando. Ou seja, não é
algo que vai ser favorável só à empresa ou só aos funcionários, a ideia é que a sensação de conquista e ganho seja geral. Para Paulo Delfino, diretor de Relações Trabalhistas da
Associação Brasileira de Recursos Humanos do Rio Grande
do Sul (ABRH-RS), a empresa que investe na remuneração
Redução de custo, com sugestões
Arquivo/Stihl
crescer 34% em 2012
estratégica consegue se diferenciar de suas concorrentes
pela mão de obra.
Delfino explica que o modelo de remuneração da empresa será estratégico quando incorporar rendimentos variados
ao alcance de resultados da empresa. Em um primeiro patamar, o salário pago aos funcionários corresponde ao valor
acordado por mês de trabalho, a remuneração fixa. A partir
dela, novos patamares de ganho podem ser adicionados.
A remuneração indireta é a concessão de benefícios; alguns deles são obrigatórios e outros são concedidos espontaneamente pela empresa. Aí já há um componente estratégico, avalia Delfino. Desse patamar em diante, a gestão já
começa a configurar um padrão mais aprimorado de composição salarial. É quando entra a remuneração por desempenho. No comércio, ela muitas vezes vem na forma de comissão. Nesse caso, a comissão é incorporada ao salário no
cômputo de horas extras e férias.
Também chamada de remuneração variável, a remuneração por desempenho é bastante conhecida pelos Programas de Participação nos Lucros. Estes têm a estratégia como
sua principal fundamentação, já que dependem intrinsecamente do atingimento de metas estabelecidas para que haja
a bonificação. Assim, a empresa precisa, primeiramente, definir os objetivos a serem alcançados e possuir métricas de
mensuração de resultados. Muitas companhias concedem a
participação dos lucros uma vez ao ano, mas há a possibilidade de estabelecer uma política semestral. “Depois vem
outra esfera, a das formas especiais de remuneração ou recompensa, que chamamos de alternativas criativas”, acrescenta Delfino, citando uma prática ainda incomum de companhias que buscam ampliar ainda mais a atratividade para
o quadro funcional. Uma das possibilidades é a participação
acionária, cujas cotas são repassadas aos empregados quando há o alcance de resultados estipulados.
Todas essas alternativas podem ser adotadas pela empresa que pretende engajar colaboradores para o crescimento. Delfino pontua que, no Brasil, não conhece exemplos de empresas que tenham adotado a remuneração
estratégica em todos os estágios. Em geral, as políticas vão
até a remuneração por desempenho. “Remuneração estratégica não é pagar mais. É pagar bem”, incita o diretor
da ABRH-RS. Esse pagar bem, além do potencial de elevar
o desempenho geral da empresa, diminui a rotatividade,
considerado um dos principais problemas enfrentados
pelo empresariado atualmente. Efeito competitivo
A Stihl Ferramentas Motorizadas Ltda. implantou o seu
programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) em
1984, e de lá para cá vem aprimorando o modelo e comemorando resultados alcançados, inclusive no potencial competitivo frente às concorrentes. Exemplo disso é o estabelecimento da meta de redução de custos. A Stihl convidou os
funcionários a sugerirem ideias que contribuíssem para a
diminuição das despesas da empresa. Como recompensa, as
ideias incorporadas seriam bonificadas. No total, 400 sugestões foram recebidas pela companhia em um único mês. Ao
serem adotadas, as ideias contribuíram efetivamente para a
redução de custos, o que permitiu à empresa fornecer equipamentos com preços mais atrativos para o mercado. Como
resultado, a Stihl obteve crescimento de 34% em 2012.
O presidente Cláudio Guenther explica que o programa de
participação nos lucros da empresa é semestral e que, dependendo do atingimento dos resultados, os empregados podem
receber bonificação adicional de até 90% do salário-base. Há
ainda o pagamento de um salário mínimo por cumprimento
de prazos e mais um salário mínimo pelo atendimento de indicadores de qualidade. Além de atingir as metas definidas, a
Stihl comemora ainda o baixo turnover, fruto, claro, de uma
gestão mais abrangente, que passa também pela possibilidade
de crescimento individual interno, mas que não nega o potencial da estratégia atrelada à remuneração.
Agosto 2014
enviadas por funcionários, fez a Stihl
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VENDAS
especial
Erros e
acertos
Agosto 2014
L
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oja desorganizada, atendentes mal-humorados e
produtos de má qualidade afugentam qualquer cliente.
Conheça deslizes comuns em muitos estabelecimentos
e saiba como reverter as situações difíceis, para não
perder vendas
Satisfazer clientes e conquistar um público cativo é trabalhoso. Exige tempo e
dedicação de empresários e colaboradores. Requer planejamento, treinamento e uma constante busca pelas melhores práticas nos negócios. Aí, num fatídico dia, algum
erro acontece e põe tudo a perder.
texto Rafael Tourinho Raymundo
Dizem que a primeira impressão é a que fica. Bem, em
imagem de abertura @iStock.com/Hocus-focus
algumas situações é a última, e geralmente negativa. Para
que isso não aconteça e a experiência geral seja prazerosa, o cuidado recai sobre todas as etapas que envolvem
as compras. Da vitrine ao caixa – e adiante, no relacionamento pós-venda –, o objetivo é mostrar que o estabeleci-
mento está preparado para atender aos anseios dos consumidores. É difícil, mas não impossível. Os consultores
sabem. Os varejistas, também.
O PDV comunica
Profissionais de marketing trabalham com o conceito
de AIDA, acrônimo para Atenção, Interesse, Desejo e Ação
de compra. No comércio, atrair o olhar do indivíduo e
instigá-lo acerca de um produto é o gatilho para se conseguir a conversão. Esse trabalho já começa na vitrine. “É
o primeiro nível de comunicação do ponto de venda com
o consumidor”, explica o consultor de varejo Henrique
Martins. Por isso, a escolha dos elementos decorativos e
dos itens a serem postos em destaque deve servir a um
único propósito: dialogar com o público-alvo. “Não é o
gosto do empresário, mas o de seus clientes que mais pesa
nesse momento”, afirma Alex Kunrath, consultor sênior
da Idati.
Os especialistas lembram que todo o layout da loja é
pensado de acordo com os interesses da clientela. A disposição dos artigos nas prateleiras, o acesso à mercadoria,
Agosto 2014
VENDAS
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especial
a setorização dos ambientes e até mesmo as sacolas e embalagens para presente podem comunicar valores como
organização, limpeza, frescor ou jovialidade. Há quem
vá além, com projetos luminotécnicos – para criar uma
luminosidade mais agradável – e trilhas sonoras exclusivas para os estabelecimentos. O importante é mostrar aos
frequentadores que o local está pronto para atendê-los e
satisfazer suas necessidades. Negligenciar a apresentação
é afugentar possíveis compradores logo de início.
o resultado veio não só em vendas, mas também nos comentários positivos. “Uma pessoa acaba trazendo outra”,
relata Martinato.
Contudo, ele frisa que os atendentes respeitam as vontades de cada consumidor. Logo na entrada, eles fazem
uma sondagem para saber se a procura é por café, por
livros ou por ambos. O visitante é, então, encaminhado
ao setor adequado e fica livre para circular como se estivesse na casa de um conhecido. “Ele tem que se sentir
confortável”, reitera o administrador.
Como se fosse em casa
Ouvir para falar
112
“Regata vermelha eu não tenho, senhor, mas que tal
uma bermuda azul?” Essa abordagem de venda ativa,
além de fora de moda, sempre causa incômodos. Geralmente, a pessoa chega à loja com uma intenção específica
e não cabe ao vendedor ir de encontro a isso.
O consultor Henrique Martins considera o atendente como um conselheiro. Trata-se de alguém que está ali
para auxiliar, não para argumentar demasiadamente sobre ofertas que não interessam ao cliente. “O consumidor
é bem informado e, às vezes, conhece tanto quanto o vendedor sobre o produto.”
O pessoal da Terê Calçados sabe disso. Claudia Maciel,
gerente de uma das unidades de Novo Hamburgo, afirma
Graziela Martins/Divulgação Do Arco da Velha
Agosto 2014
Proporcionar uma experiência agradável no PDV fideliza o público. Na Do Arco da Velha, de Caxias do Sul, esse
objetivo é trabalhado com a união de dois serviços bem
distintos, mas coerentes entre si. O espaço agrega uma
livraria e uma cafeteria na mesma casa.
O administrador, Guilherme Martinato, percebe que
uma área puxa a outra. Quem chega para tomar um lanche com amigos acaba se interessando pelos livros, estrategicamente espalhados pelas salas. Já clientes que
procuram títulos do acervo sentem o aroma no ar e se
rendem ao cafezinho. “Você não enxerga a loja inteira,
quando chega. É preciso circular para conhecer.”
O convite à descoberta rende dividendos. Após a mudança para um prédio maior, com o dobro da capacidade,
Café e livros
dividem espaço
na Do Arco da
Velha, de
Caxias do Sul
28
VENDAS
Alguns clientes preferem fazer
as compras sem interferência
dos vendedores
©iStock.com/Shot Share
que a função da equipe é identificar o perfil do shopper e
entender por que ele está lá – se precisa de um tênis para
o dia a dia ou de um sapato de festa, por exemplo. “O que
pode nos fazer perder uma venda é não conseguir resolver o problema”, acredita.
Há poucos segundos para realizar essa sondagem.
Tão logo um comprador em potencial cruze a entrada,
é preciso abordá-lo e mostrar-se solícito. Claro, em dias
de maior movimento pode levar um tempo até que um
vendedor esteja disponível. Ainda assim, a empresa mantém uma escala rotativa e procura deixar pelo menos dois
atendentes sempre próximos à porta.
Embora a clientela não goste de ser importunada com
sugestões desnecessárias, algumas ocasiões demandam
uma posição mais proativa do vendedor. “Nem sempre o
cliente sabe qual é o melhor artigo para sua necessidade”,
ressalta o consultor Alex Kunrath.
Nessas horas, vale o conhecimento do profissional. O
cabeleireiro sugere o corte mais adequado para o formato
de rosto da senhora, a ótica oferece modelos de óculos
que tenham a ver com o jovem e assim por diante. Perspicácia também ajuda: se o cliente está vestindo uma camiseta de banda de rock, é provável que se interesse por
outros grupos do estilo; o atendente pode aproveitar essa
informação e mencionar que tem uma biografia dos Beatles no catálogo ou um DVD do Arcade Fire à disposição.
O recomendado é não tratar o momento como propaganda do que a casa oferece. É melhor conversar sobre um assunto e encontrar brechas para apresentar os
produtos. Digamos que o casal goste de comida japonesa e até tenha se aventurado no preparo de alguns pratos. Será que os dois conhecem a panela para arroz que
a loja vende na seção de cozinha? Achariam interessante
uma louça própria para sushi? É no bate-papo que muitas
oportunidades de conversão se revelam.
A medida da atenção
Uma questão que divide opiniões é justamente a medida certa para a aproximação do vendedor. A clientela poderia até ser classificada entre os que gostam da ajudinha
e os que preferem ficar soltos pelo salão, sem serem importunados. A dose adequada de atenção é uma questão
de feeling, pois, ao mesmo tempo que os frequentadores
têm que se sentir livres, o estabelecimento não pode passar a impressão de abandono.
Na Terê Calçados, a orientação é deixar o público mais
reservado fazer as compras no seu tempo. “Esse cliente é
mais breve e objetivo”, observa a gerente. A equipe apenas indica onde fica cada setor e, a partir daí, monitora o
movimento a uma certa distância. Intervenções somente
quando o consumidor deseja.
O mesmo acontece na Do Arco da Velha. De acordo com
o administrador, “muita gente que vem à livraria gosta
de ficar sozinha”. A maioria, complementa ele. Resta aos
funcionários mostrarem-se à disposição para qualquer
eventualidade. O segredo, mais uma vez, é a observação.
O garçom deve conhecer os pratos do cardápio, é claro. O
balconista da farmácia precisa encontrar o medicamento
nas prateleiras, certamente. Porém, mais que lidar com
Agosto 2014
Saber falar
112
29
Lúcia Simon
especial
Bom
atendimento
resulta em
experiência
positiva para
o consumidor
mercadoria, eles lidam com pessoas. É preciso “entender
de comportamento antes de entender de produto”, sintetiza Henrique Martins.
alta rotatividade de pessoal, ele garante que a companhia
procura investir nos profissionais mais comprometidos.
Fidelizar ou perder
Agosto 2014
Fãs da própria empresa
112
30
Uma situação comum ao comércio de bens e de serviços, na opinião de Alex Kunrath, é que muitos colaboradores não são vendedores, mas estão vendedores. Em outras
palavras, eles trabalham apenas para ter um emprego, não
porque gostam propriamente do que fazem. A saída, aponta o consultor, vem desde a contratação: dar mais valor às
paixões dos candidatos que às qualificações do currículo.
“Um entusiasta de informática vai poder falar com muito
mais propriedade e convicção em uma loja do ramo. Uma
pessoa que adore crianças saberá lidar melhor com vendas
de brinquedos. Alguém que adore sua marca de sorvete vai
passar paixão pelo seu sorvete”, elenca.
Entusiasmo leva a um maior engajamento, o que também pode ser conquistado com gratificações. Em todos
os casos, destaca-se o funcionário que conhece bem a
empresa. Na rede gaúcha de fast-food Cachorro do Rosário, essa é a prática almejada. “Cobramos das franqueadoras que realizem treinamentos periodicamente, tanto
de qualidade de produção quanto de atendimento”, conta
o gerente-geral, Filipe Eliézer da Rosa. Num cenário de
O consultor Henrique Martins alerta que os gastos do
consumidor brasileiro com supérfluos costumam ser imediatos. Se ele não encontra o tênis que procurava no shopping, pois não havia a numeração ou a cor que ele queria,
é capaz de usar seu dinheiro para comprar um videogame.
As lojas devem registrar por que uma venda não ocorreu,
na tentativa de antever futuros problemas. Estruturar
um CRM é fundamental – seja com um software específico,
com uma planilha ou em anotações num caderno. “Todas
as negativas são reunidas para o empresário poder controlar o processo de forma mais eficaz.” Isso pode levar a
práticas mais assertivas.
Porém, os registros não servem apenas para enumerar falhas. O termo em inglês – Customer Relationship Management – revela precisamente isso: CRM é usado para
reforçar os laços com o público. “A fidelização é o resultado de atendimento qualificado e personalizado”, expõe
o consultor Alex Kunrath, lembrando que grandes redes
têm se preocupado em resgatar a antiga lógica do dono de
armazém, que conhecia a freguesia pelo nome. Não à toa,
os profissionais da Terê Calçados possuem suas agendas
VENDAS
de telefones. “Quando chega algo que algum cliente vá
gostar, o vendedor entra em contato. Nós sabemos quem
são os que gostam de se antecipar às novidades”, assegura a gerente Claudia Maciel.
A inevitável insatisfação
Por mais que a companhia se preocupe em oferecer
uma experiência positiva, nem sempre é possível agradar a todos. Reclamações provavelmente vão continuar a
acontecer. A questão é que um comentário maldoso, principalmente nas redes sociais, pode repercutir muito mais
que 20 falas a favor da marca. Nesse caso, deve-se agir
para dirimir os efeitos nocivos.
O gerente-geral do Cachorro do Rosário comenta sobre
a dedicação ao relacionamento com os clientes: “Se acontece de ele se sentir mal atendido, acaba generalizando e
reclamando de outras coisas, mesmo que goste do produto. Procuramos conversar. Quando há profissionalismo,
ele pode até não aceitar a resposta, mas entende”.
A rede trabalha com mídias online e deixa canais como
o mural da página do Facebook abertos para reclamações e
sugestões. Os posts dos seguidores são respondidos o mais
brevemente possível. “Penso que seja um caminho para
conseguirmos agradar. Estamos há um tempo no mercado e
a clientela não parou de comprar”, pondera Filipe da Rosa.
A melhor propaganda
Promoções são ótimas para impulsionar o movimento
dos negócios e divulgar a empresa. Porém, o investimento deve se reverter em receita. Mecanismos de controle,
como planilhas de gastos, mensuram quanto custou distribuir filipetas ou veicular um spot de rádio. Outras opções,
conforme Alex Kunrath, são panfletos numerados por regiões, cupons de desconto em anúncios físicos e códigos
promocionais em materiais digitais. Comparando-se os valores à quantidade de vendas, avalia-se o retorno obtido.
“E lembre: a melhor propaganda é a indicação dada por um
cliente a outro em potencial”, reforça o consultor.
Sete da sorte
Ações simples fazem toda a diferença no dia a dia do chão de loja. Certas sugestões podem até parecer óbvias, mas
passam batidas em alguns pontos de venda. É sempre bom relembrar os sete pontos abaixo.
1. Mais importante que ter produtos bonitos na vitrine é saber se esses artigos estão disponíveis no estoque. É frustrante interessar-se por
uma roupa e não encontrá-la no tamanho certo.
2. Ninguém gosta de esperar para ser atendido. É recomendado sempre ter alguém da equipe próximo à porta para fazer a
abordagem inicial. Se a loja estiver cheia, alguém deve pelo menos pedir, com jeito, para o cliente aguardar um pouquinho.
4. É claro que o talento para vendas é mais aparente em alguns colaboradores que em outros, mas essas habilidades podem ser
desenvolvidas. A equipe deve ser capacitada para se relacionar com a clientela. Treinamentos ajudam.
5. Todo colaborador que mantenha contato direto ou indireto com o público precisa conhecer bem os serviços ou produtos
oferecidos pela empresa. Se a pessoa não tem as informações para atender à solicitação do cliente, deve ao menos saber
encaminhá-la para o colega mais adequado.
Agosto 2014
3. Ao procurar um cardigã, o consumidor pode desistir da loja se ouvir um “não tenho”. No entanto, talvez ele não queira
necessariamente um cardigã, mas qualquer roupa para o frio. O vendedor deve oferecer outras opções, desde que se assemelhem
ao que foi pedido inicialmente.
112
6. Se o consumidor tem uma reclamação, por mais descabida que pareça, ele merece ser ouvido. Uma resposta sincera pode não
resolver o problema, mas evita repercussões mais graves. Se a queixa tiver razão de ser – cobrança indevida ou defeito no produto –,
as desculpas vêm acompanhadas do ressarcimento ou da troca do item.
7. Serviço de qualidade e atendimento impecável contam muitos pontos a favor da marca, é claro. Há vezes em que o cliente até
paga um pouco mais caro por gostar do lugar. Ainda assim, tudo é posto a perder quando o produto ofertado é ruim.
31
mais
mais & menos
Salgado
De acordo com o Instituto Brasileiro de
Defesa do Consumidor,
11% dos
alimentos industrializados não atingiram
as metas de redução de sódio firmadas
entre o governo e os fabricantes por
meio de um acordo voluntário. O
levantamento avaliou 291 produtos.
cartões
As transações com cartões de crédito e
débito movimentaram
R$ 455
bilhões no primeiro semestre do ano,
alta de 16,3% em relação ao mesmo
período de 2013, segundo a Associação
Brasileira das Empresas de Cartões de
Crédito e Serviços (Abecs).
Estrangeiros
O Rio Grande do Sul teve
52 municípios
visitados por turistas estrangeiros durante
a Copa do Mundo, conforme o Ministério
do Turismo e a Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas (Fipe). Porto Alegre,
Gramado, Torres e Novo Hamburgo foram
as cidades mais procuradas.
Ligações
A Agência Nacional de
Economia / De
©iStock.com/Pic Leidenschaft
saiba
menos para mais
Brasileiros que recebem até
três salários mínimos são os
que mais contribuem com
impostos. É o que constatou o
Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT),
com base em informações do
Censo 2010 e da Pesquisa de
Orçamentos Familiares do
IBGE. O cálculo aponta que
mais da metade da arrecadação de 2014 (53,79%), que já superou R$ 1 trilhão, resulta dos tributos gerados por trabalhadores que ganham até R$
2.172. Essa faixa corresponde a 79,02% da população. Entre os que recebem de três a cinco salários mínimos (10,14% da população), a arrecadação
equivale a 12,65% do total. Os gastos com habitação, transporte e alimentação são os que mais geram receita para os cofres públicos. Para o IBPT,
isso é sinal de que o sistema tributário do país é muito concentrado no
consumo, desfavorecendo quem tem menor poder aquisitivo.
Carreira / O
lugar dos jovens
A edição brasileira de 2014 da pesquisa Great Place to Work (melhores
empresas para se trabalhar) mostra que, entre as companhias de destaque,
o McDonald’s é a que mais emprega jovens no país. Um total de 87% dos
colaboradores da rede têm menos de 25 anos. Neste ano, o estudo global,
que avalia práticas de gestão de pessoas e a confiança dos funcionários
com o ambiente de trabalho, contou com a participação de 1.276 empresas. Confira o ranking das dez maiores empregadoras de jovens:
Telecomunicações (Anatel) aprovou
reajuste de
1,5% nas tarifas de
telefonia. A alteração nos preços vale
Agosto 2014
para ligações entre telefones fixos e
112
móveis, tanto em chamadas locais
quanto em longa distância.
Qualidade
O Brasil é o país sul-americano com
maior número de certificações ISO 9001.
Mais de
25 mil empresas possuem
(87%)
2. Elo Group
(49,4%)
3. Atento
(49,3%)
4. Marelli
(46,3%)
5. Touch
(46,2%)
6. Jost
(44,1%)
7. Lojas MM
(42,5%)
8. Todimo
(42,2%)
esse atestado de qualidade. Em
9. Sicoob Metropolitano (41,2%)
segundo lugar vem a Colômbia, com
10. Dextra
9.883 certificações.
32
1. McDonald’s
(39,6%)
©iStock.com/Shironosov
Negócios / Empreendedores brasileiros nos EUA
Imigrantes que foram viver o sonho americano e acabaram se tornando empresários: esse é o perfil da maio-
©iStock.com/Triloks
ria dos empreendedores brasileiros que vivem em Orlando, nos Estados Unidos. Cerca de 70% deles atuam em
áreas diferentes daquelas em que trabalhavam no país de origem. As constatações de uma pesquisa da Universidade Federal Fluminense indicam que a cidade da Flórida favorece os negócios, devido à alta concentração
de conterrâneos por lá. O estudo identificou cerca de 500 estabelecimentos de brasileiros em Orlando, um dos
destinos preferidos dos turistas do país – estima-se que tenham sido mais de 768 mil em 2013. Agora, a pesquisa deve seguir para outras localidades com grande concentração de imigrantes oriundos do Brasil, como
Miami, Pompano Beach, Nova Iorque, Los Angeles e Boston.
Trabalho / Melhorando a produtividade
Para manter-se criativo e inovador é necessário
disciplina. O CEO do Asaas.com, Piero Contezini,
dá sete dicas para aumentar a produtividade.
Durma e alimente-se bem – a capacidade de raciocínio depende de sono e dieta adequados.
Separe um tempo para deixar o pensamento livre
– reservar momentos longe das tarefas do trabalho
ajuda a renovar as ideias. Pode ser uma ida ao cinema ou algo similar.
Mantenha-se motivado – atividades como ouvir
música e praticar esportes podem dar aquele ânimo
necessário no início do dia.
O
mais fácil
aplicativo Normas, disponível para os sistemas
Android e iOS, promete facilitar o acesso a atos tributários e aduaneiros. Usuários de tablets e smartphones
poderão consultar, por meio de uma interface adaptada, os textos de instruções normativas e outros
atos publicados pela Receita Federal. O menu permite
refinamento de busca – por unidade emissora e data
de publicação, por exemplo. Também há um espaço
para avaliar o app, fazer críticas e realizar sugestões.
O download é gratuito. Quem não possui dispositivos
móveis habilitados pode consultar o Sistema Normas – Gestão da Informação na versão web, pelo site
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/consulta.action.
Questione sempre – perguntar-se sobre os processos
do trabalho, bem como imaginar alternativas para os
produtos ou serviços oferecidos pela empresa, é um
bom exercício para não cair na mesmice.
Organize sua área de trabalho – um ambiente limpo
e sem bagunça estimula a concentração.
Estabeleça prioridades – é necessário manter o foco
em cada tarefa. Para não se perder em meio às urgências, recomenda-se elencar uma lista de prioridades e
resolver um assunto de cada vez, sem distrações.
Programe pausas no trabalho – um intervalo de
Agosto 2014
Finanças / Consulta
112
cinco a dez minutos para cada hora ou hora e meia
de trabalho é importante. Levante, tome um café,
dê uma circulada pela empresa. Isso é bom para
refrescar a cabeça.
33
sesc
Laureano Bittencourt/Divulgação Sesc-RS
Agosto 2014
Som da raiz
112
34
O som ritmado do tambor é elemento essencial para a música de diferentes povos. Em algumas comunidades, seu toque é até sagrado. A importância dos instrumentos percussivos é destacada pelo projeto Sonora Brasil
projeto Sonora Brasil Sesc
Sesc, que traz ao Rio Grande do Sul e faz circular pelo País
apresenta manifestações
uma série de apresentações com o tema Tambores e Batuques.
Desenvolvidos para resgatar a história da música no
culturais diversas, com o
Brasil e formar ouvintes críticos, os espetáculos têm caráintuito de formar um público
ter didático. Não há amplificadores, pois a ênfase está na
pureza do som acústico e na qualidade das obras e de seus
mais crítico em relação ao
intérpretes. No palco, grupos musicais de diferentes regiões
consumo musical
do país trazem manifestações da tradição oral presentes em
comunidades quilombolas, passadas de geração a geração.
O
Sesc Triathlon tem inscrições abertas As
Somente em 2013, foram realizados 450 concertos
do Sonora Brasil, em 128 cidades, a maioria distante dos
grandes centros urbanos. O objetivo do projeto é promover a diversidade da música brasileira e propiciar aos
músicos participantes a circulação de seu trabalho para
além do território de origem, colocando-os em contato
com outros públicos.
Os circuitos são bianuais. Em um primeiro momento,
uma temática é trabalhada nas regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste, enquanto que os estados do Sul e do Sudeste
recebem outro ciclo de espetáculos. No ano seguinte, os
temas se invertem, de modo que todos os cantos do país
tenham acesso a manifestações culturais das mais diversas. “Não são grupos artísticos, que se apresentam rotineiramente. São conjuntos de raiz, que mostram uma cultura
genuína, de essência, para o público”, explica Mueller.
Em sua 17ª edição, o Sonora levará o tema Tambores e
Batuques para oito cidades do Rio Grande do Sul, durante
o segundo semestre. Serão ao todo 32 apresentações entre
julho e novembro, nos municípios de Canoas, Novo Hamburgo, Montenegro, Camaquã, Pelotas, Alegrete, Santa
Rosa e Passo Fundo. Cada um receberá apresentações dos
grupos Alabê Ôni (RS), Raízes do Samba de Tocos (BA), Raízes do Bolão (AP) e Samba de Cacete de Vacaria (PA).
Este ano, o Sesc-RS também promove, pela primeira vez,
a Mostra Sonora Brasil, que acontece entre os dias 22 e 26
de agosto, no Teatro Sesc Centro (Av. Alberto Bins, 665),
em Porto Alegre. Além das apresentações musicais, o evento também terá oficina com o conjunto gaúcho Alabê Ôni e
sessão de cinema. Após o encerramento das atividades do
Tambores e Batuques, virá a vez das cordas. Em 2015, o tema
do projeto será Violas Brasileiras.
– Circuito Nacional 2014 seguem abertas até o dia
20 de novembro, limitadas a 500 participantes. A
competição acontece no dia 23 do mesmo mês, em
Tramandaí, com início das largadas previsto para às 8h.
Contemplando natação, ciclismo e corrida, a prova
será dividida nas
seguintes categorias:
Elite e Amador;
Faixas Etárias e
Demais Categorias;
Duathlon. Os kits
da competição
– compostos por
numeral, touca,
camiseta e chip – serão entregues no dia 22 de
novembro, às 19h, no Ginásio Municipal de Tramandaí,
durante o Simpósio Técnico. As inscrições podem ser
efetuadas pelo site www.sesc-rs.com.br/triathlon.
agenda de eventos
30 e 31/Ago
Final estadual de jogos
Será em Erechim a final estadual dos Jogos
Masters e Sêniors. Informações pelo site www.
sesc-rs.com.br/erechim.
09/Set
Casa da Saúde
A população de Viamão tem acesso às atividades
gratuitas disponibilizadas pela Mostra Casa da Saúde
Sesc, instalada na nPraça da Matriz, em frente à
igreja. Na estrutura, é possível conferir palestras
e exposições interativas e fazer exames de glicose,
colesterol, triglicerídeos, medir a pressão arterial,
realizar avaliação física, além de testar a visão.
Agosto 2014
Resgate da cultura
inscrições para a etapa gaúcha do Sesc Triathlon
Guto Oliveira/Divulgação Sesc-RS
Os variados tipos de tambores utilizados no projeto são
fabricados artesanalmente, de acordo com os costumes das
comunidades. Já o repertório é formado por cânticos que
aludem a fatos da vida social, ao trabalho e a crenças religiosas. “A temática busca a origem do instrumento, mas
também da chegada do negro ao Estado. Queremos quebrar o estereótipo da cultura gaúcha como sendo só a do
CTG e da colonização europeia”, defende Anderson Mueller, analista da gerência de Cultura do Sesc-RS.
112
14/Set
Circuito Corridas
Pelotas recebe a etapa do Circuito Sesc de
Corridas 2014. Inscrições pelo site www.sesc-rs.
com.br/circuitodecorridas
35
Cooperação
Conquistas
em redes
Agosto 2014
@iStock.com/Ukrainec
J
A importância dos grupos empresariais é inquestionável. Eles concentram e defendem causas em comum, com potencial para garantir meuntos somos mais fortes.
lhor ambiente para o desenvolvimento. Em geral, essas entidades têm um impacto econômico tão significativo que elas se
É tendo essa ideia como
tornaram referências tão expressivas do setor que passaram a
perspectiva que empresas se
alimentar o mercado econômico com dados, fatos, informações
e demandas. Essa é a dimensão mais ampla da contribuição que
unem. Mesmo integrando um
pode vir dessas entidades.
mesmo segmento de atuação,
Em uma escala menor, mas não menos importante, muitas
empresas formatam grupos para obter ganhos operacionais,
a postura dos que se veem
como conquistas de melhores preços junto aos fornecedores
mais como parceiros do que
ou simplesmente apoio para superar barreiras enfrentadas
no dia a dia. Essas redes de cooperação não raro concentram
como inimigos pode render
companhias que, inicialmente, seriam concorrentes, mas que
mudam de perspectiva ao estabelecerem parcerias.
bons frutos
112
36
Divulgação/RNC
RNC realizam
encontros
periódicos
Todos juntos
Com 32 empresas associadas, a Rede Nacional de Contabilidade (RNC) concentra companhias de todo o país. Se
somada a estruturada criada pelo grupo, são mais de 1,1 mil
pessoas trabalhando para atender mais de 5 mil clientes.
Atualmente, o faturamento total das empresas associadas é
de R$ 46 milhões por ano.
A grandiosidade dos números de hoje decorre de um trabalho iniciado há menos de 15 anos, em novembro de 2000,
aqui na capital gaúcha, quando um grupo de oito empresários
construiu a rede. A intenção era a de estabelecer um intercâmbio entre os integrantes, disseminando conhecimento técnico
e científico. Com o passar do tempo, novas parcerias foram
estabelecidas, levando a rede a alcançar cada vez mais projeção. Assim, em 2006, a sede foi transferida estrategicamente
para São Paulo. Para as empresas associadas, as vantagens vão
desde a aquisição de serviços padronizados em gestão empresarial, tributária e contábil – assegurada pela integração dos
participantes da rede – ao alcance a novos clientes.
Além da articulação entre empresários, a RNC estabelece
parcerias com entidades do segmento, como a Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de
Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon),
facilitando o acesso dos profissionais das empresas vinculadas
ao grupo a cursos e qualificações, também. O intercâmbio entre as “concorrentes” mostra que elas como aliadas têm mais
chance de sucesso.
Cooperação para vencer desafios
Um estudo conduzido no Rio Grande do Sul avaliou o perfil
das empresas que se unem em redes de cooperação. O artigo,
produzido pelos doutores em administração Jorge Renato Verschoore e Alones Balestrin, intitulado Fatores Relevantes para o
Estabelecimento de Redes de Cooperaçăo entre Empresas do Rio Grande do Sul, identificou que os grupos se formam, especialmente,
em resposta às recentes transformações econômicas. A partir
desse desafio, conjuntamente as empresas lutam para obter
vantagens competitivas. Para entender esse padrão, a pesquisa
quantitativa envolveu 443 representantes de empresas associadas a 120 redes de cooperação – todas são integrantes do
Programa Redes de Cooperação (PRC) do governo do Rio Grande do Sul. Verschoore e Balestrin partiram do pressuposto de
que os fatores que movem empresários nesse sentido são os
seguintes: aprendizagem e inovação, aumento de escala e de
poder de mercado, e acesso a soluções.
O estudo mostrou também a importância do apoio público.
“Em relação às políticas públicas, os resultados evidenciaram
que a promoção da cooperação, por meio de redes, constitui-se
em um caminho viável para o desenvolvimento das economias
locais”, apontaram os autores. Especialmente na gestão das
pequenas e médias empresas, a cooperação em rede pode ser
alternativa para sustentação de negócios.
As Redes de Cooperação do Estado estão vinculadas à
Secretaria da Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sesampe) e têm objetivo de fazer com que os
grupos reduzam e dividam custos e riscos, além de prever
o alcance a novos mercados. Como resultado, a iniciativa
culmina, ainda, com a qualificação de produtos e serviços e
adequação às novas tecnologias. Desde o início das atividades, em 2000, mais de 260 redes de cooperação foram criadas, atendendo a um número superior a 5,2 mil empresas,
que juntas somaram faturamento acima de R$ 5 bilhões nesse período, com a geração de 50 mil postos de trabalho.
Lista de vantagens
A pesquisa conduzida pelos doutores em administração
Jorge Renato Verschoore e Alones Balestrin identificou
que os grupos empresariais obtêm apoio entre si para
vencer desafios diários, como os listados abaixo:
1. Acesso a soluções
2. Escala e poder de mercado
Agosto 2014
Associados da
112
3. Aprendizagem e inovação
4. Relações sociais
5. Redução de custos e riscos
37
seNAC
Está na moda
cursar moda
O Senac-RS está apostando na qualificação de profissionais para um mercado promissor: a moda. Diversos cursos na área estão disponíveis para os interessados
de todos os níveis de instrução. São dois cursos técnicos, um
aculdade Senac Porto Alegre
tecnólogo e uma pós-graduação, além de 20 cursos livres.
Os destaques são as capacitações oferecidas pela Faculdade
e Unidades de Canoas e Novo
Senac Porto Alegre e pelas escolas de Canoas e Novo HamHamburgo oferecem cursos
burgo. Neste ano há uma novidade: o lançamento do Curso
Técnico em Modelagem do Vestuário, oferecido pelo Senac
técnicos, de graduação e
Canoas. A modalidade vem suprir a carência por profissiopós-graduação na área que
nais voltados ao segmento da modelagem industrial de confecção. A primeira turma se iniciou em agosto. O Senac Novo
se destaca cada vez mais no
Hamburgo oferecerá a capacitação em 2015.
mundo dos negócios
O mundo da moda é, atualmente, um dos que mais crescem no Brasil, país que ocupa a 5ª posição na produção de
têxteis e a 4ª na produção de vestuário em todo o mundo.
Conforme dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil
Agosto 2014
Divulgação/Senac-RS
F
112
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Senac-RS forma mil aprendizes em Porto Alegre
Três níveis de qualificação
Na Faculdade Senac Porto Alegre, o curso superior de Tecnologia em Design de Moda forma profissionais capazes de entender e interagir com as diferentes variáveis do mercado, com
enfoque na qualidade e inovação. A metodologia de ensino coloca alunos em contato com o mundo da moda, num processo
de aprendizado alinhado às exigências do mercado. A unidade
também proporciona a especialização em Gestão da Moda, que
aborda elementos operacionais da gestão de varejo, como definição de mercadorias, precificação, promoção e apresentação
de loja. É direcionado a empresários e profissionais que buscam
qualificação nas áreas comerciais e gerenciais.
No Senac Canoas, dois cursos técnicos são disponibilizados:
Modelagem do Vestuário e Criação e Coordenação de Moda. O
modelista do vestuário parte do design da roupa para executar moldes, proceder a escalas de medidas, planificar o corte
dos tecidos, confeccionar e dar acabamento aos vários tipos de
peças e acessórios. “Há carência de profissionais desse setor
com conhecimento técnico da cadeia têxtil, e é justamente isso
que aumentará as chances de o aluno encontrar uma vaga de
trabalho”, ressalta Stifani. O curso de Criação e Coordenação
de Moda (também oferecido pelo Senac Novo Hamburgo), por
sua vez, prepara profissionais para desenhar, criar, desenvolver, acompanhar e gerir a execução de coleções de moda e de
produtos até a sua comercialização. Mais informações sobre os
cursos podem ser obtidas no site www.senacrs.com.br/moda.
No dia 9 de agosto, o Senac-RS realizou a formatura
de mil alunos das Unidades Senac Comunidade
Zona Norte, Comunidade Centro e Passo D´Areia.
O evento aconteceu na Casa do Gaúcho. Os
jovens concluíram cursos nas mais diversas áreas
de atuação e
conhecimento,
oferecidos por
meio do Programa
Senac de
Gratuidade (PSG).
Senac Montenegro tem novas instalações
Durante a solenidade de inauguração das novas
instalações do Senac Montenegro, em 23 de julho, o
presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Luiz
Carlos Bohn, falou sobre a importância do investimento
para o município: “Vemos sendo cumprida a missão
de destinar, em prol da comunidade, os investimentos
dos empresários”. O
prefeito municipal
Paulo Euclides
Garcia de Azeredo
também participou
da cerimônia.
agenda de eventos
27/Ago a 30/Set
Unidade móvel do Senac-RS
A Unidade Móvel Senac estará presente na praça
Júlio de Castilhos, no centro de Erechim, oferecendo cursos da Unidade Móvel em Erechim para
gerar oportunidades. O horário de atendimento
será das 8h às 12h e das 13h30 às 22h.
28/Ago
Tenda da Saúde
O Senac Passo D’ Areia, de Porto Alegre, promoverá
Agosto 2014
e de Confecção (Abit), o setor é o segundo maior empregador na indústria de transformação e o segundo maior gerador do primeiro emprego no país. Mais de 32 mil empresas
trabalham no ramo, empregando 1,7 milhão de brasileiros de
forma direta e mais de 2,3 milhões contando os empregos indiretos. A indústria da Moda também é a quarta maior folha
de pagamento, somando R$ 13,8 bilhões (dados de 2011).
Conforme a coordenadora da área da Moda do Senac Canoas, Stifani Herpich, as perspectivas de emprego pós-curso
dependem da área escolhida pelo aluno. “O mercado em
maior expansão para o aproveitamento de profissionais é o
varejo, e não mais a produção”, revela. Embora haja predominância de mulheres no setor, Stifani diz que o perfil de estudantes é heterogêneo. Alguns são jovens ainda buscando
um rumo, e outros são profissionais já na ativa que desejam
mudar de área de atuação.
112
a Tenda da Saúde, das 9h às 12h, na avenida Assis
Brasil, 1481. Durante o evento, serão oferecidos
gratuitamente os serviços de aferição de pressão,
acuidade visual, cálculo de massa corporal e massagem rápida. O telefone para contato: (51) 3341-0444.
39
GESTÃO
Intuição
nos
negócios
A
mente intuitiva pode fazer
diferença nos negócios,
pressentindo tendências e fatos, O uso
do chamado ‘sexto sentido’, todavia, ele
precisa ser racionalizado e submetido a
planejamento, segundo especialistas
Agosto 2014
@iStock.com/kaisersosa67
“Todo o conhecimento humano começou com intuições, passou daí aos conceitos e terminou com ideias.”
Assim pregava o filósofo alemão Immanuel Kant no final do
século 18. Hoje a intuição é vista pela neurociência como um
atalho cognitivo entre neurônios, como uma sinapse criativa.
112
40
Divulgação/Tecnoambi
Aprender a confiar nela, por sua vez, é um desafio aos empresários. A aposta nesse pressentimento não deve prescindir de
validação, como uma hipótese a ser comprovada.
Para Alexandre Ribas, sócio da Falconi Consultores de
Resultado, a intuição é muito importante nos negócios. Ela
se apresenta como a capacidade que alguns executivos diferenciados têm de perceber sinais sutis do mercado a respeito do futuro. O empresário, ao exercitar essa virtude, se
antecipa aos demais, abrindo negócios, ganhando clientes,
apostando em novas oportunidades, ou mesmo desistindo
de certos passos ou mudanças.
“Se alguém lhe oferece a compra de imóveis num prédio
de escritórios, você avalia o prospecto e o negócio é excelente”, descreve Ribas. “Ao visitar o local, verifica vários imóveis pequenos e antigos em volta da região, ou seja, outros
espaços na redondeza se transformarão em prédios e o aluguel cairá.” Esse tipo de previsão tem por base fatos ainda
sutis do mercado, que poucos leem.
De acordo com o consultor, uma vez obtida a leitura do que
o mercado sinaliza, é preciso tratar a intuição como hipótese
no plano cartesiano. “Para se materializar em resultado, no
final das contas ela deve ser colocada sob um planejamento
muito forte, análise de possibilidades e controle de execução.
Agir por instinto não significa agir apressadamente.” Quem
aprende a se posicionar adiante dos demais tem mais chances
de ingressar no mainstream do ramo. A intuição, todavia, tem
como ser desenvolvida. Na visão de Ribas, a capacidade de interpretação de sinais passa pelos filtros que cada pessoa tem,
as experiências vividas, erros e acertos cometidos, e conhecimento adquirido. “Quanto mais entendo do mercado, mais
afio a minha intuição. Quanto mais estudo e interajo com fontes de conhecimento, e inclui-se a educação formal, mais eu
refino a capacidade de leitura”, diz.
Parar Cristiane Boff Maciel intuição é
elemento complementar na tomada
de decisão
as análises contemporâneas da práxis de gestão indicam
que a base de sustentação de todo negócio é a intuição do
líder, e possuímos uma metodologia capaz de racionalizála e aplicá-la”, afirma.
A formação é ontopsicológica, ou seja, parte do princípio
de que a intuição é inerente ao ser humano e que qualquer
um pode levar-se à própria realização em qualquer momento
e situação, sabendo identificar em sua psique quais mecanismos racionais o desviam do destino. “Aplicamos ao negócio o
uso racional da intuição, de modo a produzir uma imagem do
futuro com o único resultado de uma situação vencedora. A
racionalidade nada mais é do que saber fazer, como se mover
e como chegar à solução”, diz. Cerca de 60% dos alunos são
empresários e 40% são profissionais liberais de alta direção.
Treinamento acadêmico
No Estado há um cruso de especialização em Business
Intuition. O curso inovador já formou quatro turmas e
outras duas estão em andamento, na Faculdade Antônio
Meneghetti, cuja unidade fica em Restinga Seca. Beatriz
Pellegrini, coordenadora do MBA em Gestão de Negócios e
Intuição, garante que a pós-graduação resulta em grande
impacto na vida profissional e pessoal dos egressos. “Todas
Na Tecnoambi, empresa de Caxias do Sul com dez anos
de mercado na prestação de serviços na área ambiental e
química, a proprietária Cristiane Boff Maciel trata a intuição como um sentimento complementar entre o seu lado
sentimental e a razão. “Ela se manifesta na hora de fechar
negócios e conquistar clientes, e posso perceber quando
uma empresa nos procura por uma preocupação ambiental
legítima ou somente por marketing”, conta.
Agosto 2014
Sexto sentido
112
41
GESTÃO
Vencedora dos prêmios de Competitividade MPE para
micro e pequenas empresas nos níveis estadual e nacional,
e do prêmio Mulher de Negócios, do Sebrae-RS, Cristiane tem
400 clientes, aos quais fornece consultoria, licenciamentos,
poder de decisão
De acordo com a pesquisa conduzida pela Time
Inc. Fortune Knowledge Group em parceria com a
agência Gyro, a intuição faz parte da rotina da maior
parte dos executivos que exercem poder de decisão
em grandes empresas. Confira os dados do estudo:
65% dos executivos acreditam que fatores subjetivos não
podem ser quantificados (incluindo a cultura da empresa e
valores corporativos) e que eles são diferenciais na avaliação
de propostas concorrentes
Ao escolher uma empresa para fazer negócios, 70% dos entrevistados citam a reputação da companhia como o fator
mais influente
A maioria (61%) dos executivos concorda que, ao
tomar decisões, percepções humanas devem preceder análises de dados
Agosto 2014
Ao deliberar intuitivamente, 52% dizem que a ambição, admiração e potenciais recompensas superam o medo do fracasso e de ser acusado de tomar uma decisão ruim
42
©iStock.com/Pavlo Tyschuk
112
projetos, sistemas de gestão ambiental e treinamentos. “Cada
um pode tentar desenvolver a sua intuição. O pensador indiano Osho afirma que quando meditamos e nos conhecemos
mais, ela tende a aflorar. Evidentemente, é preciso pesar outros fatores para uma tomada de decisão, mas esse sentimento soa como um aviso, às vezes”, argumenta.
Segundo a empresária, o sexto sentido se manifesta de
forma mais latente ao conversar com as pessoas e selecionar funcionários. “Houve casos em que não dei valor ao meu
pressentimento e enfrentei problemas. Hoje trato como um
diferencial, quase como uma segunda opinião”, resume.
intuição investigada
Em julho, uma pesquisa da Time Inc. Fortune Knowledge Group, realizada em parceria com a agência Gyro, revelou
que entre uma decisão intuitiva ou baseada em dados e análises, 62% dos executivos ainda preferem seguir sua intuição.
O estudo, nomeado Só humano: a lógica emocional das decisões de
negócios, mostra que os insights fazem mais parte da rotina de
altos executivos do que se imagina. A pesquisa contou com a
participação de 720 executivos seniores baseados nos Estados
Unidos, dos quais 88% ocupam o cargo de diretor ou superior,
sendo que todos têm poder de decisão sobre o negócio em
uma ampla variedade de áreas funcionais. Cerca de 80% das
empresas representadas na pesquisa têm um faturamento
anual igual ou superior a US$ 500 milhões. O estudo concluiu
que “apesar de terem mais informações do que nunca a respeito de qualquer assunto para tomar decisões, os executivos
ainda dependem fortemente de fatores humanos para deliberar sobre a maioria das decisões de negócios”.
Outras pesquisas, não tão recentes, também asseguraram o potencial da intuição no mundo dos negócios. Em
2011, a Sloane School of Business, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), comprovou que 80% das decisões de posicionamento de marca e análise de mercado em
grandes empresas americanas foram feitas com base na
intuição de seus presidentes. No ano seguinte, a Universidade de Iowa (Estados Unidos) conduziu outro estudo que
mostrou que corretores de investimento valem-se da intuição para decidir se devem ou não investir em determinada companhia quando dispõem de poucas informações
para amparar a escolha.
Desde o governo Rigotto a renegociação da
dívida com a União vem sendo difundida
como a tábua de salvação das finanças públicas gaúchas. Em 2013, nosso déficit público
foi de R$ 1,4 bilhão e o pagamento do serviço
da dívida com a União consumiu cerca de R$
2,6 bilhões. Em outras palavras, se a União
perdoasse completamente a dívida nossos
problemas fiscais estariam “resolvidos”.
Infelizmente, a eliminação da dívida é um
sonho. A possibilidade concreta é a redução
dos juros para 4% e alteração retroativa o
indexador para IPCA, limitado o valor total à
variação da taxa Selic.
Em termos práticos isso não implica uma
grande redução dos desembolsos anuais, que
devem continuar a superar os R$ 2 bilhões ao
ano. Há um efeito colateral dessa renegociação. Ela gera redução do nosso saldo devedor,
o que, em tese, abre espaço para que o Rio
Grande volte a tomar empréstimos. Em outras
palavras, os políticos querem renegociar a
dívida para poder se endividar mais, situação
justificada, politicamente, como forma de
poder investir mais.
Não resta dúvida de que a renegociação da
dívida é importante no processo de saneamento das finanças públicas estaduais, principalmente se conseguirmos aprofundar essa
negociação e reduzir os desembolsos a 9% da
receita líquida. Contudo, o principal elemento
do reequilíbrio financeiro passa por ajustes
nas despesas correntes. Temos de limitar o
crescimento dessas despesas que só deveria
crescer no mesmo ritmo da inflação. Assim,
o ganho real de arrecadação de ICMS, que foi
de mais de 100% nos últimos 15 anos, poderia
ser utilizado para cobrir nosso déficit e gerar
recursos para o investimento com recursos
próprios. Em outras palavras, não é preciso
cortar gastos correntes. Basta fazer esses
gastos cresceram no limite da taxa de inflação.
Com o tempo o crescimento real da receita vai
“engolir” o déficit e viabilizar investimentos.
Temos de parar de transferir para a União a
solução dos nossos problemas financeiros.
Agosto 2014
Em meados dos anos 1990 o governo
federal fez uma negociação para a consolidação das dívidas estaduais. A rigor, esse acordo
afetava principalmente os quatro maiores
estados da federação (SP, RJ, MG e RS), que
representavam 91% do total da dívida renegociada. Posteriormente, outro grande devedor,
a prefeitura da cidade de São Paulo, foi incluído na renegociação. Nessa consolidação a
União assumiu quase todas as nossas dívidas e
passamos e dever para a União. Os juros foram
reduzidos e colocou-se um limitador no tamanho das parcelas anuais, equivalente a 13% da
nossa receita líquida real. Esse limitador fez
com que nunca pagássemos o total do serviço
da dívida. Sem pagar as amortizações, a dívida
com a União é, hoje, descontada a inflação, tão
grande quanto era nos anos 1990.
Lúcia Simon
visão econômica
A Tábua de
Salvação?
112
Marcelo Portugal
Consultor Econômico da Fecomércio-RS
43
nicho
Food Trucks
ruas ganham
novas opções
texto Diego Castro
V
Agosto 2014
©iStock.com/NoDerog
A comida de rua, oferecida por meio dos food trucks, atrai jovens empreendedores que aliam
conhecimentos de gastronomia com a vontade de serem
eículos adaptados como
donos do próprio negócio. A interação direta com o consumidor é um dos pontos fortes da iniciativa, que busca uma
pequenos restaurantes móveis,
regulamentação mais adequada às suas características.
que oferecem lanches e até
Depois do sucesso de eventos como o Bom Fim Food Park
(entre outros), em Porto Alegre, a aceitação dos gaúchos
pratos gourmet, despontam no
no que diz respeito às refeições ao ar livre, preparadas em
mercado gaúcho
veículos, é cada vez maior.
112
44
Arquivo Pessoal
Sr. Coxinha: veículo
no centro de Nova
Prata atrai gente
de todas as idades
em busca de
salgados e doces
práticos e baratos,
principalmente no
fim do expediente
“Quando montei o negócio, chamei como sócia pessoa
com know-how de cozinha e contratei agência de propaganda para pensarmos o layout”, explica. “O preço foi estipulado com base em quesitos técnicos, calculando custo de produção, com impostos e salários, e arbitrei uma
margem de lucro.” A intenção dele, no futuro, é fornecer
o insumo a outros empreendedores. “É um produto muito
simples de preparar, basta fritar, é prático e rápido, perfeito para comer assistindo a algum espetáculo”, vibra.
Tempo ruim influencia
No bairro Bom Fim, na capital gaúcha, Guadalupe Dias
e o namorado Rafael Dutra comandam o Olívia e Palito
desde fevereiro. Os sanduíches ‘com uma cara diferente’
(de carne de panela, de doce de banana com creme de
amendoim, hambúrguer vegetariano) são o forte do food
truck. Ela já havia atuado em restaurante. “Queríamos
trabalhar juntos, porém o comércio em ponto fixo sairia
muito caro”, conta. Nesse ramo, o investimento inicial
varia entre R$ 50 mil e R$ 300 mil.
O público consumidor é bem variado e a aceitação a surpreendeu pela rapidez. “Além de gostarem do cardápio, as
pessoas apreciam poder estar na rua, ver os amigos, há todo
um convívio”, diz. As maiores dificuldades enfrentadas por
Guadalupe dizem respeito ao tempo e à garantia de vaga
para estacionamento da caminhonete. “Quando chove, nós
Agosto 2014
O analista de sistemas Marcos Antonio Pandolfo Junior
deixou sua carreira para abrir o Sr. Coxinha, no centro de
Nova Prata, há menos de dois anos, inspirado por modelo
semelhante observado em outros estados. No truck, oferece coxinhas de frango, bolinhas de queijo, croquetes,
minichurros e ‘lágrimas de chocolate’, massa doce recheada. Os produtos — feitos em fábrica de congelados,
também pertencente a ele — e a Kombi adaptada para cozinha e decorada (investimento de R$ 60 mil) tiveram ótima aceitação. Cerca de 300 pessoas são atendidas por dia,
com porções disponíveis por R$ 1,50. “Pessoas de todas
as idades e classes sociais consomem o que é oferecido no
veículo, excelente para o lançamento de nossa linha no
mercado”, afirma.
O truck de Pandolfo Jr. possui três alvarás municipais
para funcionar: um de comércio com localização fixa e
outro de ambulante, bem como o alvará sanitário. Em
Porto Alegre, por exemplo, a regulamentação da atividade está em andamento (veja quadro na página 46). Todo o
equipamento (pia, refrigerador, caixa d’água, fritadeira)
é de aço inoxidável e de fácil limpeza. A venda no Sr. Coxinha ocorre de quarta-feira a domingo, e o trabalho de
pré-preparação dos alimentos e limpeza exige ainda três
horas adicionais de jornada. O empresário vê muito futuro no segmento, desde que o investidor conheça o produto, maneje bem o estoque, escolha o equipamento com o
melhor custo/benefício e contrate bem o pessoal.
112
45
nicho
Food Trucks
normalmente fechamos, porque não vale a pena
operar. Um aviso aos clientes é comunicado pela
página do truck no Facebook”, relata. “Como nosso
alvará prevê funcionamento em ponto fixo, temos
ainda que madrugar para conseguir vaga na rua
para podermos abrir das 16h às 22h, é um problema para o qual estudamos solução.”
Remoldando o público
Munir Zambrano, da Trattoria Sobre Rodas, tem participado de diversos eventos com seu caminhão, enquanto
aguarda a liberação do alvará da Secretaria Municipal de
Comércio de Porto Alegre para trabalhar em ponto fixo
no bairro Cidade Baixa. Com experiência em cozinhas
profissionais, ele apostou no cardápio italiano (risotos,
massas e polentas) para conquistar seu público. “Esse era
um projeto engavetado há dois anos e meio e agora luto
para popularizar minha comida. Quero captar fatia de
mercado de quem não está disposto a gastar muito para
comer bons pratos todos os dias”, declara.
Na visão dele, o novo segmento passa pela fase de remoldagem do público-alvo. “Tivemos muitos anos de comida de
Olívia e Palito: sanduíches com novos
Agosto 2014
Divulgação
ingredientes para surpreender clientes
112
46
Projeto de lei
O comércio de alimentos em ruas, avenidas e
outros espaços públicos de Porto Alegre por meio
de veículos adaptados está em discussão na Câmara
Municipal. O mesmo debate também ocorre em Caxias do Sul. Em abril, representantes da Associação
Porto-Alegrense de Food Truck estiveram no gabinete
do presidente do Legislativo para solicitar alterações
na lei municipal nº 17.134/08, dos vendedores ambulantes, ou a criação de uma nova lei específica para a
categoria. A legislação vigente não contempla a nova
tendência de restaurantes móveis, cujo cardápio não
se limita a cachorro-quente, pipoca ou churros. Um
projeto de lei (PLL 97/2014) tramita na Casa para
regulamentar esse tipo de comércio. A questão do
ponto itinerante é entrave a ser superado, pelas dificuldades de fiscalização e de demarcação dos locais
possíveis de operação no município.
rua pejorativamente chamada de ‘morte lenta’ na cidade, então agora elas começam a perceber um movimento em busca
da qualidade”, diz. Zambrano relata que o costume do público
é passar algumas vezes diante do caminhão até ter a coragem
de procurar atendimento. “É uma reeducação”, resume. “Felizmente, está acontecendo rápido.” No espaço, por exigência
legal, o empresário finaliza pratos, havendo
uma fase de pré-preparo anterior. “Atendo
desde a senhora idosa até a criancinha que
come o espaguete com molho de queijo. No
último evento, havia um bebê de 10 meses
comendo a minha polenta”, orgulha-se.
A Trattoria Sobre Rodas divulga suas
ações nas redes sociais, onde mantém relacionamento com consumidores. O retorno in loco, contudo, diz muito a Zambrano.
“Poder falar com o cozinheiro passa a ser
um lance natural, diferentemente dos restaurantes tradicionais”, afirma. Mesmo
com os contratempos do clima, o empresário acredita em retorno do investimento em menos de um ano de operação.
Helsinque sem carros A capital da Finlândia, Helsinque,
desenvolveu um plano de mobilidade urbana tão ambicioso que,
em tese, fará com que os carros tornem-se veículos obsoletos.
A cidade está implantando um modelo público de transporte
interligado e tecnológico, permitindo ao usuário obter informações
sobre horários e trajetos a partir de aplicativos no celular. O
sistema também prevê usos mais personalizados, já que a proposta
deve permitir à população a solicitação por demanda, indicando a
preferência pelos diferentes tipos de serviços:
táxis, bicicletas e até carros de aluguel, cada um com seu custo
específico. A intenção é que o modelo esteja em funcionamento
até 2025. A eficiência deve levar à redução drástica do uso de
automóveis privados.
Agosto 2014
©iStock.com/AliquisNJ
Energia e água limpas O holandês Piet
Oosterling encontrou uma maneira inovadora
para produzir água potável a partir de turbinas
eólicas. Ou seja, além de disponibilizar água, o
equipamento também gera energia, tudo isso da
maneira mais sustentável possível. Considerada
uma energia limpa, desvinculada de impacto
negativo para o meio ambiente, a energia
eólica gerada a partir de turbinas que parecem
enormes cata-ventos tem como matéria-prima
os ventos. A água também é produzida tendo os
ventos como ponto de partida. O funcionamento
básico remete à condensação, ou seja, as
partículas de água são extraídas do ar, sendo
armazenadas em tanques acoplados às turbinas.
É possível produzir, em média, 7,5 mil litros de
água por dia com o equipamento desenvolvido
pela empresa Durch Rainmaker.
Teia de aranha sintética Pesquisadores brasileiros
da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia fabricaram
a primeira teia de aranha em laboratório, segundo a Agência
Brasil. De acordo com o pesquisador responsável pelo trabalho,
Elíbio Rech, o produto tem alta aplicabilidade comercial, de
forma sustentável. As vantagens do material são características
como flexibilidade e resistência, além de ser biodegradável,
podendo ser usado na produção de tecidos, em fios para sutura
(ideal para quem tem alergia ao nylon) e também para aplicação
conjunta em nanopartículas. Além disso, têm uso também em
composições metálicas e plásticas usadas em placas, peças de
aviões e cascos de navios. O estudo foi iniciado em 2003 tendo
como base espécies localizadas na Amazônia, na Mata Atlântica
e no Cerrado. O grupo, que já domina a técnica, elabora agora
um mecanismo para produção de teia em alta escala, tornando o
produto economicamente viável.
Wilson Dias/Agência Brasil
©iStock.com/Carther
pelo mundo
112
47
A tragédia que tirou a vida de Eduardo
Campos produziu efeitos sobre as eleições presidenciais de 2014 e também para
as próximas. Independentemente do seu
desempenho nas urnas neste ano, Campos
era considerado pelo setor político como um
provável Presidente da República, nas eleições de 2018 ou 2022. O pernambucano tinha
apenas 49 anos, era o principal herdeiro
político da tradicional família Arraes e havia
realizado dois mandatos com alta aprovação, como governador.
Quem teve a oportunidade de conhecer o
discurso que proferiu durante sua breve
candidatura à Presidência, percebeu um
posicionamento político que dificilmente
poderá ser adotado por sua sucessora na
candidatura, Marina Silva. Eduardo Campos
se posicionava como um candidato capaz de
quebrar a polarização das últimas décadas,
entre PT e PSDB, reconhecendo os pontos
positivos das duas gestões, e propondo um
novo ciclo de desenvolvimento para o país.
Tinha uma postura agregadora, carisma, e
provavelmente sua candidatura cresceria
com o início dos programas eleitorais de
rádio e televisão.
Com sua morte, e o ingresso de Marina Silva
como candidata, e não mais como vice,
todas as análises sobre o processo eleitoral
Rodrigo Giacomet
Consultor Político da Fecomércio-RS
48
Arquivo/Fecomércio-RS
visão politica
Agosto 2014
112
O efeito
Campos
precisam ser revistas. Embora os primeiros
números das pesquisas indiquem que
Marina inicia a disputa em uma condição
mais confortável do que a de Campos, é
preciso avaliar que a atual candidata tem
um perfil político, uma história e uma
imagem muito diferentes do ex-governador
pernambucano. Marina construiu
sua carreira política nos movimentos
ambientalistas e nas comunidades
evangélicas, tem posições contundentes,
que desagradam a alguns setores da
economia e da sociedade brasileira. Foi
ministra do PT, concorreu pelo PV, fez
oposição ao PSDB e, portanto, não se
sabe, ainda, se conseguirá se apropriar do
discurso da conciliação.
Marina Silva deverá adotar o discurso da
antipolítica, da candidata capaz de reunir
nas urnas os manifestantes de junho de
2013, atraindo os eleitores indecisos e os
que estavam dispostos a votar em branco ou
nulo. Sua postura, e a maneira como entra
na disputa, trazem um caráter emocional a
um debate que era, até então, relativamente
racional, de comparação entre governos e
posicionamentos políticos e econômicos. É
muito provável que a eleição tenha segundo
turno, e que Dilma esteja nele. Nesse
primeiro turno, as atenções estarão voltadas
para a disputa entre Marina e Aécio Neves.
/ JUlHO 2014
monitor de juros mensal
O Monitor de Juros Mensal é uma publicação que objetiva auxiliar as empresas no processo de tomada de
crédito, disseminando informações coletadas pelo Banco Central junto às instituições financeiras.
O Monitor compila as taxas de juros médias (prefixadas e ponderadas pelos volumes de concessões na primeira
semana do mês) praticadas pelos bancos com maior abrangência territorial no Rio Grande do Sul, para seis
modalidades de crédito à pessoa jurídica.
Capital de Giro com prazo até 365 dias
Taxa de juros
Instituição
(% a.m.)
Capital de Giro com prazo acima de 365 dias
O Citibank permaneceu com a
taxa média de concessão mais
jun
jul
Citibank
1,32
1,32
HSBC
1,59
1,42
Caixa
1,66
1,54
a colocação em segundo e
Banco do Brasil
1,88
1,81
terceiro postos, respectivamente,
Banco Safra
1,97
1,89
Santander
2,09
1,99
porém com redução em relação
Itaú
2,11
2,12
Bradesco
2,21
2,17
baixa em julho na modalidade.
HSBC e Caixa também mantiveram
a junho. A média mais alta da
modalidade, por sua vez, continua
Taxa de juros
Instituição
(% a.m.)
jun
jul
1,27
Citibank
(% a.m.)
jun
jul
poucas alterações em julho. Com
Caixa
6,94
6,94
Itaú
8,29
8,46
a ausência de informações do
Bradesco
8,93
8,77
Banco Safra
8,58
8,86
mais baixa da modalidade, a Caixa
Banco do Brasil
9,06
9,06
HSBC
10,22
10,23
Santander
10,80
10,80
registrado informações na semana
1,49
HSBC
1,83
1,59
de referência em junho, voltou ao
Santander
1,64
1,65
primeiro posto em julho, seguido
Banco Safra
1,62
1,96
Bradesco
2,14
2,03
pela Caixa. O Banco do Brasil, com
Itaú
2,09
2,09
Banco do Brasil
2,36
2,55
elevação no mês, permanece
com a taxa média mais elevada
da modalidade.
Conta Garantida
Como é usual, a modalidade
de cheque especial apresentou
dias, o Citibank, que não havia
1,57
Cheque Especial
Taxa de juros
giro com prazo superior a 365
Caixa
sendo praticada pelo Bradesco.
Instituição
Na modalidade de capital de
Taxa de juros
Instituição
(% a.m.)
O Banco do Brasil registrou redução
na taxa média no início de julho
jun
jul
Banco do Brasil
2,22
2,06
Citibank
2,01
2,12
HSBC
2,22
2,19
mensal, o Citibank aparece no
Santander
2,25
2,25
segundo posto, próximo de HSBC e
permanece figurando na primeira
Itaú
3,04
2,57
Santander, terceiro e quarto
posição. A média mais alta (10,8%
Bradesco
4,09
3,93
Banco Safra
5,89
6,77
Banrisul, que registrava a média
a.m.) é praticada pelo Santander.
e assumiu o primeiro lugar. Com
oscilação no comportamento
postos, respectivamente. O Banco
Safra, que já figurava em último lugar,
apresentou forte elevação no mês.
Taxa de juros
Instituição
(% a.m.)
Apesar de elevação na primeira
semana de julho, o Banco
jun
jul
Banco Safra
0,92
1,26
Banco do Brasil
2,19
2,43
Santander
2,39
2,45
mais baixa na modalidade. No
HSBC
2,61
2,66
segundo posto, o Banco do Brasil
Bradesco
2,78
2,72
Itaú
3,60
3,62
Taxa de juros
Instituição
(% a.m.)
Na modalidade de desconto
de cheques, mesmo com leve
jun
jul
Banco Safra
1,64
1,72
Caixa
2,07
2,07
Santander
2,54
2,47
primeira colocação, seguido pela
HSBC
2,41
2,53
Caixa, estabilizada no segundo
apresentou elevação em sua
Itaú
2,82
2,74
lugar. O Bradesco permanece
média e aparece praticamente
Banco do Brasil
2,82
2,88
Bradesco
2,97
2,92
com a média de concessão mais
Safra permanece, com folga,
com a média de concessão
empatado com o Santander.
notas
Desconto de Cheques
aumento em sua taxa média de
juros, o Banco Safra mantém a
alta da modalidade.
Agosto 2014
Antecipação de Faturas de Cartão de Crédito
112
1) A fonte das informações utilizadas no Monitor de Juros Mensal é o Banco Central do Brasil, que as coleta das instituições financeiras. Como cooperativas de crédito e
financeiras não prestam essa classe de informações ao Banco Central, as mesmas não são contempladas no Monitor de Juros Mensal.
2) As taxas apresentadas referem-se ao custo efetivo médio das operações, incluindo encargos fiscais e operacionais incidentes sobre as mesmas.
3) Período de coleta das taxas de juros: 01/07/2014 a 07/07/2014.
É permitida a reprodução total ou parcial deste conteúdo, elaborado pela Fecomércio-RS, desde que citada a fonte. A Fecomércio-RS não se
responsabiliza por atos/interpretações/decisões tomados com base nas informações disponibilizadas por suas publicações.
49
Agosto 2014
112
Ficha técnica
Título: Inside Job – A Verdade
da Crise
Gênero: Documentário
Direção: Charles Ferguson
Duração:108 minutos
50
Divulgação/Bliive
O valor da colaboração O aplicativo Bliive aposta na colaboração para repensar
a ideia de valor. Cada usuário oferece unidadeshora de seu tempo para ajudar qualquer outro
na rede a desempenhar uma atividade, como
cozinhar, tocar violão e fazer a mudança. Em troca, recebe TimeMoney, a
moeda de tempo que serve de crédito para também usufruir de serviços oferecidos por outros. A plataforma, idealizada pela brasileira Lorrana Scarpioni, já tem mais de 15 mil usuários em 55 países e possibilitou o oferecimento
de mais de 46 mil horas de experiências colaborativas. O app venceu quatro
prêmios de empreendedorismo, desde que foi lançado. Confira bliive.com
livro
Os culpados pela crise
O documentário Inside Job – A
Verdade da Crise (2010) disseca as
razões da grave crise financeira
que abalou o mundo em 2008,
quando a bolha imobiliária norteamericana estourou. Ganhador do
Oscar em sua categoria, o filme
é descrito pelo diretor Charles
Ferguson como uma obra sobre
as consequências da corrupção
sistêmica praticada pela indústria de sistemas financeiros. A
catástrofe, motivada pela cobiça
de grandes investidores, custou
mais de US$ 20 trilhões e fez com
que milhões de pessoas tenham
perdido as suas casas e empregos.
A narração é do ator Matt Damon
(Gênio Indomável) e há entrevistas
com o especulador e empresário
George Soros, o político Eliot
Spitzer, o ex-diretor do Fundo
Monetário Internacional (FMI)
Dominique Strauss-Kahn e sua
sucessora, Christine Lagarde,
entre outros.
Online
Fotos: Divulgação/Sony Pictures
filme
DICAS DO MÊS
A influência do dia a dia Experiências, descobertas
e relatos divertidos são a base do trabalho do escritor e professor de Economia Dan Ariely para mostrar que muitas decisões,
tomadas sistematicamente no dia a dia, são previsivelmente
irracionais. Por que compramos produtos desnecessários? Por
que a promessa de dieta acaba na sobremesa? Por que códigos
de conduta reduzem a desonestidade no trabalho? Segundo
ele conta no livro Previsivelmente irracional, as pessoas não
compreendem as consequências do seu próprio
comportamento e, por isso, tomam decisões erradas com frequência. Cada um dos capítulos se
baseia em experiências realizadas ao longo dos
anos, que podem ser extrapoladas para outros
contextos de
Ficha técnica
modo a serem
Título: Previsivelmente irracional
percebidas suas
Autor: Dan Ariely
implicações
Editora: Elsevier
para a vida.
Número de páginas: 222
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