L. G. DO NASCIMENTO — CETÁCEOS DE PORTUGAL
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cos de t o n i n h a s era indicio infalível dos g r a n d e s c a r d u m e s
de s a r d i n h a ; poupava-lhes a vida. Actualmente t u d o se modificou; o pescador moderno, utilitàrio e ganancioso, ao avistar as grandes m a n a d a s de toninhas, alegra-se sim, mas nao
as poupa, porque acima do sentimentalismo está a mira nos
grandes lucros. Ora, além de lhe aproveitar a carne, a pele
e sobretudo o óleo da toninha porporcionam-lhe g r a n d e s
lucros (1). É dos meados de Setembro a fins de Margo que
a toninha se apresenta com maior adiposidade, e é por isso
mais procurada pelo pescador.
O inimigo mais feroz da. t o n i n h a é o roaz de bandeira
(Orcinus orca), sicàrio temível que dà à toninha ferocissima
caga mas que r a r a m e n t e se pode gabar de a filhar, s o b r e t u d o
os exemplares adultos. Ao avistarem, mesmo a grande distancia o roaz de bandeira, as t o n i n h a s metem os filhos no
meio e n a d a n d o em t o d a s as direegóes conseguem despistar
o feroz inimigo que, desiludido, as a b a n d o n a .
As t o n i n h a s s u p o r t a m fàcilmente o cativeiro e vivem
pacificamente nos m o n u m e n t a i s aquários da Florida e de
Nova Iorque, onde sao, com as suas cabriolas, o encanto
das crianzas.
A distribuícáo geográfica da toninha é vastissima: vive
em quási todos os mares, mas o seu principal campo de
acQáo é o Mediterràneo e o Atlàntico, o que me parece se
deve atribuir aos grandes bancos de s a r d i n h a s que povoam
estes mares. « T h e delphin (Delphinus Delphis), escreve A r t h u r W i s s w a l d W e y s s e , is a b u n d a n t in the Mediterranean, along the western coasts of E u r o p e and in the w a r m e r
portions of Atlantic; they are seen in considerable numbers,
leaping in gracefull curves from the w a t e r » (A synoptic TextBook of Zoology, pág. 375.
fContinua).
(J)
A pele de certos exemplares atinge hoje o valor de 120 escudos.