KẼN POJ KRE KATEJÊ JÕ KRĨ (Comunidade dos Moradores de Kẽn Poj Kré) – KRAHÔ Ita kam amcro ita mã: quarta-feira, 02 /janeiro/2013. Ỹhỹ, amcro itan mã hipêr Kẽn Poj Kre jõ krĩ te kupron nẽ ita kam mẽhhêmpej xà intu to quêha mẽ ihcakôc, nẽ mẽ ihhêmpej xàn crà to mẽ ihcakôc. Educação kam mẽhhêmpej xà, mẽhũmre mẽ pyjê, ano 2013 ita kre kam. Educação kam mẽ ihhêmpej xà ano itan quêha krĩ Kẽn Poj Kre jõ professor Valdi Xycxyc quêha mẽjõ Cultura to pitti apu apê.; mentu mẽ mẽcpry` to apu ensinar. Pea cute krĩ cukij amjĩ caxuw; jumã waha ijopên to mentu mẽ mẽcpry`to . Krĩ Kẽn Poj Kre jõ professor quêha mẽjõ Cultura to pitti apu mẽtto apê: càhà, cuuhê, cahty, hipêr ampo. Quê mẽntu increr jahkre pej nẽ tahnã ikcakên jakre pej nẽ mẽcpry`hõkre pôj jahkre pej nẽ cumã increr hahkre pej. Xãmã hapu mã mẽntu nẽ mẽcpry` te ite mẽ amjĩ to mẽ jõpên xà ita rama mẽcmã hahkre kêatre te hajỹr. Pea waha mẽ ano 2013 ita kre kãm waha mẽjkàre cunea mẽ. Ajpẽnkrãh cajpa mẽjhêmpej xà to nẽ itỳj mẽ ajpên to mẽjõpên to mẽ mõ. Pea waha hapãmã mẽhêmpej xà ita to mẽ amjã xà, mẽntu mẽ mẽcprỳ caxuw. Mẽjhêmpej xà ita mã pê mẽj quêtjê nẽ mẽjpum xwỳjê pê mẽj mã cure hapuhnã ahkrajre mẽcprỳre caxuw. Waha itỳj mẽjkàre mẽjõ professor krãhcajpa nẽ itỳj mẽjõ Cultura ita to mẽjõpên to mẽ mô. Pea quêha ajtea ihtỳj mẽ ihkàhhôc cahyt, nẽ mẽ ampo nã mẽ ihcakê. Pea mẽjpê Kẽn Poj Kre jô krĩ hêmpej xà ita te hajỹr ; ano itan, Educação hêmpej xà kãm ite mẽ mẽnkôt mẽ hakop xà, krĩ ita kre kãm. Xãmã Professor Valdi Xycxyc pê nẽ cupê cupẽ jô professor nare, cupê mẽhĩ jõ professor mã. Kôt wa ite mẽjhêmpej xàhte hõ hajỹr. Wa ihheajto mẽ hapỹ mã mẽ quêtjê nẽ, mẽnxujê hêmpej xà kwỳn crire to mẽ amijã xà, mẽntu mẽ mẽcprỳ caxuw. Kôt, xãmã ajtea mẽjpê mẽhĩ hêmpej xà, mã ajtea cupẽ hêmpej xá ajpẽn caxuw hanẽan. Mẽj quêtjê jũjarẽn kãm pê ajtea mẽhĩ catto mã ajtea pê cupẽ catto, Awkêêre kãm. Kôt mã mẽjquêtjê tehkãm hapuh nã mẽjkàre jõhkôt hakop xà. Côjkwa ita kat pytxit mã kãm pjê piakrut, mẽhĩ jõhpjê mã cupẽ jôhpjê. Jirô pê krĩ ita kre kãm mẽjkàre hêmpej xà mẽntu mẽcprỳ caxuw; waha itỳj mẽ ajpẽn cukij to mẽnxa. Nẽ krĩ ita kre kãm mẽjhêmpej xà kãm Pytwrỳ pytxit kãm waha mẽ cupron pitti mẽhũmre, pyjê mẽjô wỳhtỳ kãm. Pea, mẽjpê Kẽn Poj Kre jõ krĩ hêmpej xà ita tẽ mã hõõ hajỹr. Professor Valdi Xycxyc Krahô. Aldeia Ken-pojkre, 02 de janeiro de 2013. Nesse dia, a comunidade de Ken-pojkre mais uma vez se reuniu para falar das questões em torno das coisas próprias da vida do mẽhĩ, isto é, da sua Cultura, da sua tradição, em vista da sua preservação. Dentro deste ano de 2013, homens e mulheres vamos nos empenhar num projeto de educação. Tal projeto de educação, no ano em curso, é com o professor indígena da Aldeia Ken-pojkre, Waldir Txyk-txyk, que é exclusivamente dedicado a nossa Cultura e é justamente nisso que vamos trabalhar, ensinando nossos rapazes e as moças as coisas da tradição próprias da vida do mẽhĩ. Então, o professor Waldir Txyk-txyk trouxe à lembrança da comunidade e procurou os que na comunidade podem fazer alguma coisa para a educação dos rapazes e moças na escola indígena da aldeia. O professor indígena da Aldeia Kenpojkre vai estar atuando somente dentro da nossa própria cultura: isto inclui o arco e flecha, a esteira e outros artesanatos do uso e da tradição do mehi; também que os mais novos coheçam a nossa cantoria e saibam escrever nosso idioma; do mesmo modo, que as moças saibam os cantos que as mulheres cantam. É preciso que os rapazes e moças saibam todas as coisas comuns da nossa Cultura e não fiquem por aí como quem não entende de nada. Portanto, neste ano de 2013, é importante que os idosos, os adultos todos se juntem ao professor nessa tarefa para a vida da comunidade ser bonita e alegre. Coloquemos força nisso, vamos com isso para cima. Sim, queremos que a vida ao jeito do mehi, aquilo que é para nós mesmos, isso seja feito para nossos rapazes e moças. Nosso jeito de ser e de ver, isto é, nossa cultura, nosso bem viver, deve ser continuado pelos que vêm depois, os meninos e meninas, para que nossa Cultura seja preservada, para que continue em frente. Quero, pois, que coloquemos força nisso, nos juntemos, professor e adultos e velhos, para a preservação dos valores da nossa tradição, da nossa bela Cultura. Desse modo, sinto-me forte ao ler para vocês esta proposta e mostrar por que escrevi essas coisas: para que na Aldeia Ken-pojkre haja um modo de viver feliz, sempre em amjikin, como nos legaram nossos antepassados. Neste ano, portanto, procurem me acompanhar neste modo de pensar, para que a educação indígena da Aldeia Ken-pojkre seja uma coisa diferenciada dentro desta área indígena Krahô. Aqui quem está falando é o profesor Txyk-txyk, não é o professor “kupẽ”, não. Sou o professor mehi para a tradição do mehi, para as coisas da vida própria do mehi, da sua Cultura. Por isso, sou todo voltado para o seu bem estar próprio, isto é, para a vida em amjikĩn. Preocupo-me com os que vêm depois, com os nossos netos e os netos deles, para que desde pequenos sejam bem educados na nossa Cultura, assim os rapazes e moças. Então, é minha função cuidar bem do que é da Cultura própria do mehi. Não me pertence o que é para o kupe. Conforme consta nas palavras sábias dos nossos antepassados, “o que é do mehi é do mehi, o que é do kupe é do kupe” – é assim que nos ensinou o Mito de Awkêre. É na recordação do ensinamento dos nossos antepassados que os velhos de agora buscam a inspiração para orientar os meninos e meninas, os rapazes e moças. De acordo com essa fonte, que nos é sagrada, temos uma divisão da terra: a terra dos Mẽhĩ e a terra dos Kupẽ. Em seguida, dentro da aldeia existe a função dos velhos para os rapazes e moças. Assim, venho com toda a força procurar saber do que é importante para nós de acordo com o espírito que vem até nós, do que os antigos receberam de Deus mesmo, de Pyt, o nosso Criador. Para seguir essa inspiração, dentro desta aldeia, em cada lua, vamos nos reunir, homens e mulheres, para refletir em coisas importantes para nossa vida e para nosso chão sagrado. É assim que vamos levantar essa nossa aldeia, nossa comunidade de Kẽn-pojkre dentro do espírito equilibrado de nossa Cultura. (Concretamente, para que essas idéias tenham corpo, se realizem, será construída uma casa grande, de palha mesmo, como as demais casas da aldeia, porém, que seja bem construída, que seja uma coisa bonita e atraente, tudo bem feito; é onde acontecerão as atividades lingüísticas e culturais, tudo para segurar as tradições do mehi). REUNIÃO DO DIA O3 DE JANEIRO-2013 Aqui, outras fotos da mesma reunião, em que foi apreciado o projeto “Casa da Cultura Krahô” do Professor Waldir Txyk-txyk: Detalhes da construção da “Casa da Cultura Krahô”: Tamanho da casa: comprimento de 12 metros e largura de 8 metros; Trabalho de mutirão da comunidade para a construção: corte e transporte (nos ombros) da madeira, cortar a palha, batê-la, carregar com a mesma o veículo transportador, condicioná-la em ajuntamento ordenado no local da construção da casa, aterramento, fabrico de adobe, ajuda na montagem da estrutura da casa e colocação das palhas na cobertura da casa etc. Mestre de construção: será contratado um profissional não indígena para a montagem da estrutura de madeira da casa, em procedimento de carpinteiro, no que terá também colaboração indígena. Esse serviço será pago como empreitada, com o preço a ser combinado e negociado. Transporte da palha: será pedido e utilizado um utilitário público ou privado, para o qual deverá ser fornecido o combustível, previsto no orçamento do projeto. O acabamento da casa: a construção de um cômodo fechado com adobe e com uma porta simples, o tapume do restante do espaço coberto com madeira ou bambu em meia altura e outros acabamentos ou aperfeiçoamentos serão feitos posteriormente, aos poucos, já com a casa em funcionamento. Já foi feita uma lista de ferramentas e outros instrumentos necessários ao trabalho manual, os quais estão bastante em falta na aldeia e precisam ser comprados, tais como: carrocinhas ou carrinhos-de-mão, machados, facões, amoladores, enxadas, enxadecos, pás etc. Além disso, parafusos e pregos. O trabalho indígena precisa de um combustível necessário em forma de alimento para a comunidade, quando se fazem os mutirões. Sobretudo, há que se comprar bastante carne.