mEsTrADo Com
mArCA EUR-ACE
DEPOIS DO ISEP
DE FORA CÁ DENTRO
À CONVERSA COM...
Diretor-geral da DEsCAVANor
miguel Cabral
Departamento de Engenharia Química
riCArDo TiAGo
Amorim & irmãos, s. A.
mArGAriDA riBEiro
Primeira aluna ErAsmUs
02
ÍNDICE
03 EDITORIAL
04 A RETER
» isEP: 160 ANos
» 5th isEP international Week: Worldwide Engineering Challenges
» 86º Grupo Europeu de matemática com a indústria
» mulheres na Engenharia
06 EvENTOs
» iV Congresso do Ensino superior Politécnico
» o Ensino superior e a Ciência na EU
» QTDEi: Vídeo - Aulas e Tecnologias na Educação
» seminário do mar à mesa
» GrAQ Apoia Valores Emergentes da Ciência
» reunião de Lançamento do Projeto Europeu Trailer
» A Vida de Um Engenheiro Químico
10 À CONvERsA COm...
06 EvENTOs
» maria ribeiro: Primeira Aluna Erasmus, docente de Engª Química
14 DE fORA Cá DENTRO
» Grupo Amorim (DEQ | DEE)
16 DEsTAQUE
» EUr-ACE
18 INvEsTIgAçãO À LUpA
» AUToDYNAGENTs, ANA mADUrEirA
10 À CONvERsA COm
20 DEpOIs DO IsEp
» ricardo Tiago, Diretor - Geral da DEsCAVANor, s. A.
22 A NOssA TECNOLOgIA
» o simplex do isEP Está a Ganhar Asas... José Barros de oliveira
24 bREvEs
» oportunidades com Futuro
» Academiacisco.isEP com Novas Valências
» Labcarga Apoia Captação de Água em maputo
» Cister Entre a Elite mundial de sistemas Computacionais Embebidos
» isEP no Fórum Do mar
16 DEsTAQUE
» Empreendedores isEP
» mestre DEG Agraciado com menção Honrosa AP3E
» Gecad em Grande Destaque na 17ª Edição do Prémio rEN
» Automação integrada
» A Engenharia de instrumentação e metrologia como indicador de
inovação
» machining of Fiber reinforced Composites
» GrAQ Apresenta solução inovadora de Biorremediação
» Using remote Labs in Education
» Carros Elétricos
28 pROvAs DE DOUTORAmENTO
20 INvEsTIgAçãO À LUpA
EDITORIAL
EDITORIAL
A missão do instituto superior de Engenharia do Porto (isEP) é formar engenheiros e cidadãos
capazes de superar os maiores desafios, a nível nacional e internacional. Nos últimos anos, o
instituto tem trilhado um caminho consistente na procura do reconhecimento mundial, em prol
do sucesso dos seus alunos no mercado de trabalho. o mais recente reconhecimento deste
árduo trabalho veio da European Accreditation of Engineering Programmes, que concedeu ao
mestrado em informática do isEP a marca de qualidade EUr-ACE que vai permitir, por exemplo,
que um diplomado deste curso possa “exercer a sua atividade profissional de forma reconhecida,
clara e valorizada no espaço europeu”. É o primeiro e único mestrado em Engenharia informática
em Portugal a receber esta distinção. E é, por isso, o destaque da edição número 16 do IsEp.BI.
E porque falamos de internacionalização, escolhemos, para a rubrica “À Conversa com...”, conhecer o percurso da primeira estudante Erasmus do isEP. Foi há quase 22 anos que margarida
ribeiro, hoje docente do instituto, se tornou a primeira aluna do isEP a decidir estudar fora do
país. A experiência continua viva na sua memória e nela continua a inspirar-se até hoje. Nesta
conversa, a docente conta-nos como estudar no estrangeiro influenciou o seu percurso pessoal
e profissional.
Para além da acreditação internacional, também o apreço das empresas nacionais pelo trabalho
desenvolvido no isEP nos enche de satisfação. Nesta edição do nosso boletim, damos a conhecer a ligação entre a Corticeira Amorim e os estagiários do isEP. o primeiro contacto, segundo
nos contou miguel Cabral, diretor da Unidade de investigação e Desenvolvimento da empresa,
surgiu através de um financiamento a um projeto de doutoramento e, a partir daí, “as portas
ficaram sempre abertas para futuras colaborações”.
Do GECAD, chega-nos um projeto que tem por objetivos melhorar a eficácia nos procedimentos de controlo e planeamento do processo produtivo, reduzir custos e aumentar os lucros. Em
tempos de crise, em que a tecnologia pode, e deve, estar ao serviço da recuperação económica,
a investigadora do isEP Ana madureira dá-nos a conhecer, à lupa, as vantagens do projeto AutoDynAgents.
Por fim, na rubrica Nossa Tecnologia, falamos da exportação de um projeto do isEP já galardoado. o simplexmente Académico, criado para desburocratizar os processos administrativos do
instituto, vai ser agora implementado noutras instituições de ensino nacionais. José Barros de
oliveira contou-nos como foi o percurso, desde o nascimento do projeto até à sua emancipação.
Neste IsEp.BI não faltam exemplos de projetos que enchem de orgulho a comunidade isepiana.
E a melhor maneira de homenagear todos aqueles que fazem parte destes sucessos, é fazer
ouvir a sua voz no nosso boletim. mais do que isso, temos consciência de que o reconhecimento
destes projetos nos impelem a fazer mais e melhor.
IsEp.BI 16
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FICHA TÉCNICA
PROPRIEDADE isEP – instituto superior de Engenharia do Porto DIREÇÃO João manuel simões rocha
EDIÇÃO isEP|DCC – Divisão de Cooperação e Comunicação REDAÇÃO Alexandra Trincão, Flávio ramos & mediana DESIGN isEP – DCC – GDm.2012
IMPRESSÃO sersilito, Empresa Gráfica, Lda. TIRAGEM 1.500 exemplares DEPÓSITO LEGAL 258405/07
CONTACTOS isEP|DCC – Divisão de Cooperação e Comunicação » rua Dr. António Bernardino de Almeida, nº 431 | 4200-072 Porto – Tel.: 228 340 500 » Fax.: 228 321 159 » e-mail [email protected]
03
04
A RETER
isEP 160 ANOS
Desde 1852 que o instituto superior de Engenharia do Porto promove o ensino e inovação para desenvolver soluções, que simplifiquem a vida quotidiana e fomentem o conforto humano. Em 2012,
celebrou-se o 160º aniversário desta marca da engenharia portuguesa. são 160 anos a crescer.
5TH isEP iNTErNATioNAL
WEEK: WorLDWiDE
ENGiNEEriNG
CHALLENGEs
Fundado em meados do século XiX, o isEP (inicialmente Escola industrial do Porto) assumiu um papel norteador de progresso assente na ideia de «educação para o desenvolvimento». rapidamente,
o instituto tornou-se uma referência na formação de profissionais
de engenharia, destacando-se pela orientação para o mundo real.
No século XX, o isEP mantém um forte compromisso com o futuro. A inauguração do atual campus, em 1968, demarca o instituto
entre as primeiras instituições a instalarem-se em Paranhos – contribuindo para a afirmação do pólo universitário da Asprela. Em
1975, o isEP assume a atual designação, seguindo-se, em 1989, a
associação ao Politécnico do Porto – momento que concorre para
tornar o iPP no maior instituto politécnico de Portugal.
Já no século XXi, a marca isEP destaca-se pela elevada empregabilidade dos seus diplomados. Em 2008, o Presidente da república
visita o campus, durante o seu roteiro para a Ciência, e enaltece a
qualidade do trabalho desenvolvido pela comunidade académica. Em 2010, é a vez de o primeiro-ministro escolher o Centro de
Congresso do isEP para inaugurar o ano académico. Também as
empresas vão distinguindo a competência técnica, capacidade de
integração e evolução dos diplomados.
Esta história de crescimento inclui ainda a adaptação a Bolonha e
consequente reformulação da oferta formativa. o instituto leciona
atualmente onze licenciaturas e dez mestrados, além de vários cursos de especialização pós-graduada e de formação complementar.
o número de estudantes ascende a mais de 6.750.
Tendo-se afirmado entre as principais escolas de engenharia em
Portugal, o isEP sempre primou pela abertura ao mundo e proximidade às empresas. A criação e partilha de conhecimento passam
em primeira mão pelos nove grupos de investigação e desenvolvimento e pelos cinco centros de prestação de serviços especializados, que colocam o isEP entre as principais instituições de i&D
no país.
Em 2012, o isEP estende os parabéns a todos cuja visão, engenho,
resiliência e paixão ajudaram (e ajudam) a construir esta marca da
engenharia.
o isEP promoveu em março a sua 5ª semana internacional. Dedicada
aos Desafios Globais da Engenharia (Worldwide Engineering Challenges), a semana internacional reuniu no Porto parceiros académicos e
empresariais europeus. superando números anteriores, a edição de
2012 contou com 1000 participantes, 26 oradores convidados, 14 instituições europeias de ensino superior e duas empresas.
o aprofundamento do processo de globalização observado neste início de século requer uma resposta proativa por parte das organizações
que se querem competitivas e relevantes. o isEP revê-se neste grupo e
considera a sua estratégia de internacionalização como um dos pilares,
que concorrem para a missão de formar a próxima geração de líderes
em engenharia.
Comprometido com o desenvolvimento sustentável do país, num quadro de referência internacional; apostado na construção de pontes de
cooperação no ensino, criação e partilha de saber aplicado, o instituto
vê na internacionalização uma fonte geradora de oportunidades para a
partilha de boas práticas e a procura da excelência. É neste sentido, que
o isEP promove anualmente a semana internacional.
Potenciando o melhor do Espaço Europeu de Ensino superior – o intercâmbio de pessoas e ideias com vista à inovação – esta semana de
trabalho reuniu estudantes, docentes, investigadores e outros peritos
europeus no campus do isEP.
sob o tema dos prementes Desafios Globais da Engenharia, realizaram-se aulas, apresentações e oficinas em ambiente multicultural e transversal às diversas áreas da engenharia.
Cumprindo com um espírito universalista tão português, o isEP continua apostado em antecipar soluções para os desafios de hoje e de
amanhã. somos Europa.
PARCEIROS ACADÉMICOS
Deggendorf University of Applied sciences (Alemanha) / KATHo (Bélgica) / Karel de Grote Hogeschool (Bélgica) / Katholieke Hogeschool
Kempen (Bélgica) / Technische Fachhochschule Georg Agricola (Alemanha) / Technische Universität Darmstadt (Alemanha) / Tomas Bata
University in Zlin (república Checa) / Turku University of Applied sciences (Finlândia) / Universidad de Deusto (Espanha) / Università degli studi del sannio di Benevento (itália) / Universitat Politècnica de Catalunya
(Espanha) / Universitatea Dunarea de Jos – Galati (roménia) / Vilnius
Gediminas Technical University (Lituânia)
PARCEIROS EMPRESARIAIS
Yazaki saltano (Portugal) / EDF Energy (França)
A RETER
86º GrUPo EUroPEU
DE mATEmÁTiCA Com A
iNDÚsTriA
mULHErEs
NA ENGENHARIA
se em tempos a engenharia pode ter sido conotada com um universo
masculino, garantimos que, no isEP, ela é hoje uma área inclusiva, aberta a todos os que alimentam um gosto especial pela inovação.
Entre 7 e 11 de maio, o isEP recebeu empresas para a 86ª edição Grupo Europeu de matemática com a indústria (EsGi86). Promovido pelo
A primeira estudante do instituto foi Josephina Baptista Azevedo da
Laboratório de Engenharia matemática (LEmA), este encontro teve um
Cruz, professora de instrução primária, que, em 1884, se matriculou em
objetivo claro: colocar mais valias académicas ao serviço da competiti-
cadeiras de física e telegrafia elétrica. Em 1917, registou-se a primeira
vidade empresarial nacional.
matrícula num curso superior e em 1935 surge a primeira diplomada:
sofia Dias de Almeida Cunha, graduada em química laboratorial, com
os grupos europeus de matemática com a indústria tiveram origem no
14 valores.
reino Unido na década de 60, realizando-se anualmente em Portugal
desde 2007. Apresentam-se como uma oportunidade ímpar para as
Desde então, têm-se multiplicado as estudantes. Em 2011, o isEP aco-
empresas beneficiarem do apoio de reputados académicos na resolu-
lheu 142 futuras engenheiras – cerca de um quinto dos novos alunos.
ção de desafios reais.
Não sendo esta média uma novidade, destaca-se o facto de rondar os
40%-50% nos cursos de Engenharia Civil, Engenharia de Computação
Em anos anteriores, empresas como Critical software, rEN, siBs, sonae
e instrumentação médica, Engenharia Geotécnica e Geoambiente e
ou TAP no caso português; Airbus, Lego, Philips, Unilever ou Vodafo-
Engenharia Química.
ne em eventos no reino Unido, Holanda e Dinamarca recorreram às
competências destes grupos de trabalho reconhecidos mundialmente
Estas futuras engenheiras estão a iniciar um percurso que se espera de
pelos excelentes resultados.
sucesso, na esteira de colegas como Joana Almeida, engenheira civil
que conquistou o Prémio sika: soluções Técnicas e responsabilidade
Este ano, o EsGi86 contou com a participação da Euroresinas, iNEsC
social; ou salomé soares, engenheira química agraciada com o Prémio
Porto, Neoturf, sonae indústria e TAP, que durante uma semana tive-
Fundação Engenheiro António de Almeida.
ram ao seu dispor uma equipa de várias dezenas de matemáticos em
exclusividade.
recordamos também exemplos como o de margarida ribeiro, atual
professora do Departamento de Engenharia Química (DEQ), que, em
mais do que referir que o evento foi um sucesso e que ilustra na perfei-
1989, foi a primeira aluna Erasmus do instituto; ou Cristina Fontes, que
ção potencialidades da ligação académica-empresarial, avançamos os
aproveitou a mobilidade Erasmus em 2006 para iniciar uma carreira in-
comentários dos participantes:
ternacional. Afinal, como avançou a engenheira Bárbara rodrigues ao
IsEp.BI 9, o instituto forma “engenheiros todo-o-terreno”.
“Após esta experiência inicial, consideramos de grande interesse esta
parceria matemática – indústria na abordagem de temas de relevância
para a indústria nacional ”. Euroresinas
Ao nível de chefias, a cultura de mérito enraizada no instituto sustenta
vários exemplos de liderança no feminino: Joana sampaio é vice-presidente; Eduarda Pinto Ferreira é presidente do Conselho Pedagógico;
“Damos os parabéns a toda a equipe do EsGi e fazemos votos de que
maria João Viamonte é vice-presidente do Conselho Técnico-científico;
esta iniciativa seja repetida por muitos anos! Também espero que o
público em geral perceba que a matemática é uma ciência muito útil
na vida das pessoas e das empresas ”. Neoturf
os Departamentos de Engenharia informática (DEi), Engenharia mecâ-
o EsGi é “bastante importante uma vez que nos permite perceber alguns fenómenos de processos que não se encontram perfeitamente
caraterizados. Todos os estudos desenvolvidos representam uma mais
valia “. sonae indústria
Perguntamos a margarida Pereira por que escolheu estudar no isEP. A
nica (DEm), Engenharia Química e de matemática (DmA) são liderados
por mulheres.
futura engenheira mecânica que entrou este ano com média de 172,7
respondeu que “o isEP foi a primeira opção por ser uma das mais prestigiadas escolas de Engenharia; e por apresentar um ensino que se foca
no “saber fazer”, preparando o aluno para a sua vida ativa”.
“o EsGi deste ano foi, talvez, o mais bem sucedido até hoje em Portu-
gal “. Pedro Freitas, um dos responsáveis pela introdução dos grupos
em Portugal.
são a ambição, visão, empenho e competência que alimentam os resultados destas e de outras engenheiras. A engenharia é um universo
para pessoas criativas, engenhosas e empreendedoras que querem
isEP: Há 160 anos ao lado das empresas e da competitividade nacional.
deixar uma marca.
05
06
EvENTOs
iV CoNGrEsso Do
ENSINO SUPERIOR POLITÉCNICO
o ensino superior politécnico tem-se apresentado como um
organização do ensino superior; importância da i&D e partilha
parceiro da dinamização regional e da internacionalização
de conhecimento; além da internacionalização.
portuguesa. Pelo seu perfil, constitui-se igualmente como um
motor para a modernização empresarial e competitividade
Entre as principais conclusões, destaque para os avisos do
económica. Procurando apresentar casos de sucesso e deba-
presidente do CCisP, sobrinho Teixeira, sobre a premência de
ter o futuro do setor, o Conselho Coordenador dos institutos
«uma mudança de paradigma, com cursos mais direcionados
superiores Politécnicos (CCisP) organizou o iV Congresso do
para a realidade na qual estão inseridas, a das pequenas em-
Ensino superior Politécnico, no Centro de Congressos do isEP,
presas».
em finais de abril. o encontro foi um momento maior para a
valorização da ação e resultados dos politécnicos.
“o país não pode estar apenas a preparar pessoas para as grandes empresas. Não vai ser a partir daí que nós vamos conseguir
o congresso pretendeu proporcionar um fórum de discussão
dar o salto económico” avançou.
do ensino superior politécnico, incidindo em temas como a
qualidade, orientação para a empregabilidade e impactos
Ainda de acordo com sobrinho Teixeira, os politécnicos de-
positivos para o desenvolvimento das regiões. Contando
vem “integrar a diplomacia económica portuguesa”.
com o Alto Patrocínio da Presidência da república, o encontro dividiu-se por quatro painéis, ocupando-se das ligações à
rosário Gambôa, presidente do Politécnico do Porto, integrou
sociedade e potenciais contributos; da temática relativa à re-
a comissão organizadora.
EvENTOs
“O ENSINO SUPERIOR E A CIÊNCIA NA EU”
A convite do instituto superior de Engenharia do Porto, a eurodeputada maria da Graça Carvalho, foi a oradora convidada do seminário
«o Ensino superior e a Ciência na União Europeia», que se realizou em
abril. Este seminário esteve subordinado ao tema das perspetivas de
investigação no espaço comunitário.
Na qualidade de deputada ao Parlamento Europeu, maria da Graça
Carvalho tem como um dos objetivos principais colocar os jovens
portugueses na frente da construção Europeia. Durante a sua intervenção, manifestou que a juventude é o futuro, e o investimento eficaz e
atempado na juventude é essencial para garantir um futuro com mais
riqueza, justiça social e felicidade.
Para a eurodeputada, “a educação, a formação, a ciência e a inovação
constituem os elementos essenciais de uma sociedade sustentável e es-
reestruturação e modernização das instituições académicas para fazer
tarão na base do desenvolvimento de todas as outras políticas. só uma
face à competição global na educação, investigação e inovação.
educação exigente garantirá a igualdade de oportunidades indispensável num país democrático” e acrescentou que as instituições de ensino
maria da Graça Carvalho considerou «urgente» desenvolver novos mo-
superior são atores chave no futuro da Europa e na transição para uma
delos de governação e unir os atores no triângulo do conhecimento
sociedade baseada no conhecimento. Frisou a necessidade de uma
(educação, ciência e inovação).
QTDEI
VÍDEo - AULAs E TECNoLoGiAs NA EDUCAÇão
No passado dia 23 de maio, o Departamento de Engenharia infor-
apostando num layout simples e prático que permite gravar aulas
mática (DEi) promoveu mais um evento da série «Quartas à Tarde
para colocação em plataformas Lms ou difundi-las em tempo real,
no DEi» (QTDEi). o tema abordado foi a utilização das novas tecno-
nesta fase através do Google Hangout.
logias de informação e comunicação na educação, tendo os oradores avançado visões das potencialidades associadas ao uso de
No decurso da sessão, foi ainda feita uma apresentação do EDU-
diferentes recursos digitais.
CAsT disponibilizado a todas as instituições de Ensino superior em
Portugal pela Fundação para a Computação Científica Nacional
Um dos oradores-convidados foi Neri Neitzke, professor da Univer-
(FCCN) e a sua utilização na Universidade do Porto. A apresentação
sidade Luterana do Brasil e considerado um dos maiores produto-
esteve a cargo de Hugo André ribeiro.
res de vídeo-aulas a nível mundial. A sua apresentação incidiu em
vídeo-aulas, tecnologia e mercado de trabalho.
A exemplo do que é já uma tradição, a QTDEi contribuiu para a
reflexão e troca de ideias sobre a evolução crescente ao nível da
Uma reflexão sobre o papel dos recursos educativos digitais na
produção de conteúdos educativos digitais para suporte à ativi-
aprendizagem e as novas tendências no seu uso esteve a cargo de
dade letiva.
António Vieira de Castro, docente do DEi, que com Diogo Palhais,
estudante da licenciatura em Engenharia informática, apresenta-
salienta-se a participação alargada de docentes e alunos de outras
ram a versão beta do EduGraal em desenvolvimento no isEP. Este
escolas do Politécnico do Porto, bem como participantes de outras
projeto propõe uma solução para criação e difusão de vídeo-aulas,
instituições de ensino superior.
07
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EvENTOs
sEmiNÁrio
“DO MAR À MESA”
revendo o mar como espaço de afirmação científica e tecnológica
portuguesa, o GrAQ organizou, em fevereiro, o seminário «Do mar à
mesa». Promovido conjuntamente com o cluster PortugalFoods, este
encontro reuniu no isEP profissionais das indústrias pesqueira, conserveira e alimentar, para debater perspetivas e potencialidades do setor.
o interesse do evento ficou confirmado pela participação de convidados de alto nível, com destaque para o secretário de Estado do mar,
manuel Pinto de Abreu.
o encontro reuniu 155 participantes e 23 conferencistas especialistas
na área, tendo o programa incidido no mar como fonte de riqueza económica e de conhecimento científico.
Procurando sensibilizar um público alargado para a premência de uma
exploração sustentável dos recursos marinhos, o evento também abordou em temas como os novos produtos e a valorização de resíduos e
subprodutos da indústria do pescado.
Ao longo do seminário foram ainda apresentados diversos estudos que
advertem para os benefícios para a saúde de uma dieta rica em peixe.
A este nível, realça-se a apresentação de um estudo da professora do
isEP, maria João ramalhosa, que vem comprovar a qualidade da sardinha, carapau e cavala pescados em águas nacionais.
“Do mar à mesa” contou também com um momento de degustação de
produtos nacionais, patrocinada pela Associação Nacional dos industriais de Conservas de Peixe (ANiCP).
o GrAQ é uma unidade associada à rede de Química e Tecnologia (rEQUimTE) – a maior rede de Química e Engenharia Química em Portugal, sendo a segurança alimentar uma das suas áreas de especialização.
EvENTOs
rEUNião DE LANÇAmENTo Do
ProJETo EUroPEU TRAILER
Entre 23 e 24 de fevereiro, o isEP acolheu a reunião de lançamento do
radztwa mykowska Aleksandra (Polónia). A Universidade de Belgrado
projeto europeu Tagging, recognition and Acknowledgment of infor-
(sérvia) esteve também presente na qualidade de parceiro-associado.
mal Learning Experiences (TrAiLEr). Financiado ao abrigo do Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida (PALV), este projeto procura
definir uma metodologia para a identificação, publicação e reconhecimento das competências adquiridas em ambientes de aprendizagem
informal, inserida em contextos institucionais.
A reunião inaugural centrou-se em aspetos associados à gestão do projeto, planos de exploração e de disseminação. ocupou-se ainda da definição e aplicação de metodologias e recomendações para a integração da aprendizagem informal, tendo sido elaborado e distribuído um
conjunto de inquéritos a alunos, entidades académicas e empresariais.
A evolução e o uso crescente de novas tecnologias têm cristalizado a
importância da aprendizagem informal, tanto no ensino superior como
os impactos deste projeto poderão permitir que os estudantes vejam
em contextos profissionais. No entanto, os processos informais de en-
reconhecidas competências úteis ao contexto profissional e que as
sino-aprendizagem ainda carecem de um enquadramento ideal. Com
instituições de ensino e de formação melhor se adaptem às reais ne-
o projeto TrAiLEr, espera-se contribuir para o desenvolvimento desse
cessidades do mercado de trabalho. Porém, espera-se que o TrAiLEr
mesmo enquadramento.
possa também vir a apoiar uma evolução dos próprios processos de
recrutamento e de gestão de recursos humanos.
Para a kick-off meeting, o isEP recebeu 14 parceiros das instituições
que integram o projeto: Universidade de salamanca (Espanha), Uni-
o TrAiLEr decorre até dezembro de 2013, sendo comparticipado pela
versidade Politécnica da Catalunha (Espanha), Universidade Aberta da
Comissão Europeia em 400 mil euros. o isEP é responsável pelos paco-
Holanda, Universidade de Bolton (reino Unido) e Dom szkolen i Do-
tes de trabalho 7: Pilotos e 8: Disseminação.
GrAQ APoiA VALorEs EmErGENTEs DA CiÊNCiA
o Grupo de reação e Análises Químicas (GrAQ) criou um Curso de
des de comunicação de trabalho científico, sustentando a participação
iniciação à investigação, destinado a estudantes nos anos iniciais de
em seminários e congressos.
formação superior em ciências, engenharia e tecnologias. Aberto a alunos de qualquer instituição nacional de ensino superior, matriculados
o curso realiza-se ao longo do segundo semestre de cada ano letivo e
em áreas que se enquadrem com as linhas de investigação do GrAQ, o
tem uma carga presencial de três horas semanais. Na primeira edição,
curso tem por objetivo estimular a participação em projetos científicos.
que contou com a participação de 15 alunos do isEP e da Universidade
do Porto, foram abordados temas como a segurança no laboratório,
Com a duração de um semestre letivo, esta iniciativa surge como um
utilização de equipamentos, a pesquisa de documentação científica e
contributo para a formação científica de jovens valores na ciência, fa-
os meios e processos da publicação dos resultados de investigação. Na
vorecendo ainda a afirmação de uma cultura de inovação e conheci-
segunda parte do curso, os alunos foram envolvidos na execução de
mento.
análises químicas de amostras utilizando métodos analíticos desenvolvidos no GrAQ.
o curso pretende apoiar o desenvolvimento do sentido crítico, criatividade e autonomia dos estudantes, integrando-os em equipas de
Para terminar o curso, os futuros cientistas integraram projetos reais,
investigação, com as quais podem aprender métodos de investigação
em curso no GrAQ, assumindo tarefas, cujos resultados tiveram de
através da prática.
apresentar em sessão pública. outra nota de destaque é que a aprovação no curso possibilita a integração na equipa de investigação do
É ainda objetivo deste curso que os estudantes desenvolvam capacida-
GrAQ, no ano letivo seguinte.
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10
EvENTOs
A ViDA DE Um
ENGENHEIRO QUÍMICO
Considerando que a experiência é de importância extrema na formação da consciência
científica dos jovens, o Departamento de Engenharia Química (DEQ) aproveitou as celebrações dos 160 anos do isEP para promover a iniciativa «A Vida de um Engenheiro Químico».
A engenharia química é uma das áreas de saber tradicionais da engenharia, com os primeiros
cursos a remontarem aos finais do séc. XiX. o seu caráter abrangente tem-lhe garantido um papel
de relevo na indústria e em muitas outras atividades.
No isEP, o curso superior de Engenharia Química existe desde 1974. Desde então, e acompanhando as tendências internacionais, o curso sofreu diversas transformações, sendo a última a adaptação ao modelo de Bolonha.
«A Vida de um Engenheiro Químico» visou explicar estas evoluções e as oportunidades que
se abrem. Durante duas semanas, o DEQ desvendou o mundo da engenharia química a estudantes do 10º ao 12º ano, tendo programado um conjunto de experiências laboratoriais,
que incluíram a valorização de óleos usados para produção de combustível; produção de
H2 a partir do sol; como tingir têxteis; o tratamento de efluentes industriais; ou a avaliação da qualidade da água, entre outras.
o DEQ recebeu as escolas secundárias Carolina michäelis, Aurélia de sousa, rodrigues de Freitas, Garcia de orta, Clara de resende, Filipa de Vilhena (Porto), Almeida
Garrett (Vila Nova de Gaia), senhora da Hora (matosinhos), Valongo e Castêlo da
maia (maia), totalizando a visita de 223 jovens estudantes.
«Verificou-se uma grande satisfação, quer por parte dos alunos, quer pelos
professores participantes nas atividades», referiu a organização.
À CONVERSA COM...
Em 1991, Margarida Ribeiro embarcou no grande desafio da sua vida:
ser a primeira aluna do ISEP a participar numa mobilidade Erasmus. Foi
sozinha para a Bélgica e venceu vários obstáculos, com a perseverança de quem quer triunfar num mundo extremamente competitivo. Da
experiência, ficam as memórias de quatro meses intensos de trabalho
e convívio internacional e a certeza de que a temporada de estudos
fora de Portugal a fez uma melhor profissional, mais exigente e capaz
de superar qualquer desafio. Hoje cumpre um sonho antigo: ensinar
Margarida Ribeiro
os alunos do ISEP com a mesma garra com que um dia lhe abriram as
portas do mundo da Engenharia Química.
Projeto Erasmus
“Ganhei mais confiança”
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À CONvERsA COm...
IsEp.BI Quais as motivações que a levaram a estudar fora do país e a
primeiro corte com a família, uma vez que sempre tinha vivido com
integrar o programa Eramus, em 1991?
os meus pais. No entanto, penso que foi a altura certa para abraçar o
Margarida Ribeiro (M.R.) o facto de ser algo novo, desconhecido, de
desafio. Tinha 25 anos, trabalhava e, por isso, já tinha adquirido uma
pretender saber mais e querer ir mais além nas hipóteses de formação
certa maturidade. Essa maturidade revelou-se muito importante e po-
foram as minhas grandes motivações. Depois de ter terminado o ba-
sitiva no relacionamento com as pessoas que me acolheram na Bélgica.
charelato no isEP, em 1987, comecei imediatamente a trabalhar e, pas-
sabia exatamente qual deveria ser a minha postura, o que poderia fazer
sados dois anos, em 1989, prossegui os estudos em Engenharia Quí-
e como deveria agir. Além disso, eu quis ir de encontro às expectativas
mica, obtendo o equivalente à licenciatura. integrei a primeira turma
que os professores do isEP tinham depositado em mim, por ter sido a
do curso e na altura de fazer o estágio surgiu um convite dos docentes
primeira aluna a participar no programa Erasmus. Nesse sentido, assu-
para fazer a primeira mobilidade Erasmus do isEP. Como nessa época já
mi o projeto com grande sentido de responsabilidade.
trabalhava, os responsáveis da empresa concederam-me uma licença
sem vencimento que me permitiu aceitar o desafio quase de imediato.
IsEp.BI Quais foram as principais dificuldades com que se deparou
A verdade é que, até essa altura, tinha pouco conhecimento do que era
enquanto estudante, em Erasmus?
o mundo, apenas conhecia Portugal e Espanha. No entanto, sempre
M.R. o primeiro impacto negativo foi o do quarto. A organização reser-
quis saber como eram os outros países, ao nível da cultura e da edu-
vou-me um quarto numa casa onde estavam mais três rapazes. Eu era a
cação. Por isso, no momento em que me fizeram o convite, tive logo a
única rapariga. Partilhávamos a casa de banho e a cozinha. Hoje em dia
certeza de que queria ir. mas, também, tive sempre uma convicção: não
é muito comum isto acontecer, mas para mim, na altura, foi um pouco
queria ser emigrante. sabia que queria voltar para Portugal.
difícil. Ao fim de pouco tempo, apercebi-me de que era normal e de
que tinha que conviver com essa situação. o quarto não tinha lençóis,
IsEp.BI Em que consistiu essa mobilidade Erasmus?
não tinha toalhas, não me tinham dito que era preciso roupa de cama
M.R. Na altura, o curso tinha um semestre que consistia numa tese e
e, portanto, não tinha levado. No primeiro fim de semana, dediquei-
que podia ser feita em ambiente laboratorial, ou noutro tipo de inves-
-me a comprar tudo o que precisava para me instalar com o mínimo
tigação. optei pela investigação laboratorial, essencialmente porque
de conforto possível. Foi nesse fim de semana que me apercebi que
tinha muita dificuldade em falar inglês, uma vez que nunca tinha viaja-
aquela experiência iria testar os meus limites. É por isso que, nestes mo-
do e, por isso, praticado. Esse foi, aliás, o meu primeiro grande desafio:
mentos, acabamos por valorizar mais a nossa cultura, a nossa família, o
fazer entender-me em inglês. recordo-me que, muitas vezes, tínhamos
nosso país, ou seja, as pequenas coisas que não valorizamos quando
de fazer desenhos para nos entendermos. A questão foi ultrapassada
estamos em casa. Por outro lado, os obstáculos são tão grandes, é tudo
porque mantive uma relação de grande proximidade com as pessoas
tão diferente que, quando ultrapassamos cada uma das dificuldades,
que me receberam e com os alunos da escola que partilharam os qua-
sentimos uma grande realização.
tro meses de estágio comigo.
IsEp.BI De que modo é que essa experiência contribuiu para a sua forIsEp.BI Foi a primeira aluna Erasmus do ISEP. Qual foi o impacto desta
decisão?
mação pessoal e profissional?
M.R. Em primeiro lugar, amadureci muito. A nível profissional, dá-
M.R. Foi difícil... Primeiro, tive de convencer os meus pais que fazer
nos uma motivação extra muito importante. Consegui alcançar um
Erasmus era importante para a minha formação. o meu pai compreen-
nível muito bom de inglês, que acaba por ser uma competência
deu muito bem, mas a minha mãe não. Principalmente, porque existia
técnica bastante importante, nomeadamente na área da engenharia.
o receio de que eu não voltasse a Portugal. Por outro lado, este foi o
Além disso, ganhei mais autoconfiança, o que, na minha opinião, é
À CONvERsA COm...
uma das grandes vantagens de um programa deste género. muitas
vezes, os alunos quando terminam o ensino superior não sentem
confiança naquilo que são capazes de fazer. os desafios que lhes são,
posteriormente, colocados ajudam a ganhar essa confiança.
IsEp.BI Quais as diferenças mais significativas que encontra entre os
programas de mobilidade de hoje e da época em que foi aluna Erasmus?
M.R. Na altura era um desconhecimento absoluto, não sabia o que
ia encontrar no programa Erasmus, não havia um conhecimento do
mundo. Hoje em dia é muito mais fácil. Qualquer aluno apanha um
avião, vai a Londres e volta no mesmo dia. o programa está mais massificado, estruturado, há mais facilidade com o low cost, mas as experiências pessoais são imutáveis.
IsEp.BI Perante a atual situação económica e empresarial, considera
que um período de estudos fora do país pode ser valorizado no mercado de trabalho?
M.R. Acredito que os empregadores reconhecem as mais valias de um
profissional que fez Erasmus, porque conseguiram vencer uma etapa
e, portanto, vão conseguir vencer outras que lhe sejam colocadas. Em
Erasmus, os alunos preparam-se também para a realidade profissional
atual que vão enfrentar: a de um mundo globalizado.
IsEp.BI Incentiva os seus alunos a fazer Erasmus?
M.R. muito. sempre que algum aluno me diz que quer ir para Erasmus,
conto-lhe a minha experiência pessoal, para o incentivar e mostrar-lhe
que não deve desistir à primeira dificuldade.
IsEp.BI Considera que, atualmente, os jovens têm uma maior iniciativa para agir, sair da sua zona de conforto em defesa dos seus ideais?
M.R. Considero que hoje é totalmente diferente. os jovens, como têm
mais facilidade de conhecer o mundo, não têm tanta necessidade de ir
para Erasmus como eu tive. Não sentem que isso os vai valorizar tanto
como me valorizou a mim, porque têm outras maneiras de ir para fora.
Essencialmente, houve uma grande mudança de mentalidades em
Portugal. os pais já estão mais abertos à internacionalização e, por isso,
estudar no estrangeiro acaba por depender apenas se o aluno quer ir
ou não.
“o FACTo DE EsTAr A CoNTriBUir PArA A
FormAÇão DA PróXimA GErAÇão isEP
moTiVA-mE mUiTo”
te foi a impressão que deixei ao longo dos anos enquanto estudante e,
IsEp.BI Após uma vivência académica no estrangeiro, o que a motivou a optar pela carreira de docente?
M.R. - sempre tive um desejo secreto: fazer investigação e enveredar
pela carreira de docente. mas o bacharelato não me dava essa hipótese. Acabei por tirar a licenciatura, mas continuava a não ter a porta
da docência aberta. Quando tive oportunidade, fui para Lisboa e fiz o
mestrado. Como tinha uma proximidade muito grande com o isEP e
tinha deixado uma boa impressão na escola, muito por causa da minha
experiência Erasmus, em 1995 fizeram-me um convite para dar aulas
no isEP, onde permaneço.
principalmente, enquanto Erasmus. os docentes acompanharam o trabalho que desenvolvi na Bélgica e isso, por ventura, mostrou-lhes que
eu poderia ser uma boa professora e que poderiam confiar em mim.
IsEp.BI Alguma vez ponderou a hipótese de exercer a profissão no
estrangeiro?
M.R. Não. Tenho uma situação profissional estável e gosto muito daquilo que faço. Além disso, orgulho-me muito de ter estudado no isEP,
orgulho-me de ser professora no isEP e o facto de estar a contribuir
para a formação da próxima geração isEP motiva-me muito. Adoro o
desafio de, todos os dias, encontrar caras novas, conhecer e contactar
IsEp.BI Foi a concretização de um sonho antigo?
com estudantes. Um dos pontos muito positivos no isEP é que se pre-
M.R. sim. Foi a concretização de um sonho muito antigo que, à partida,
za o relacionamento que temos com os estudantes. E eles retribuem:
não poderia abraçar. mas a minha experiência Erasmus deu-me outra
reconhecem-nos na rua, não têm medo de falar connosco e acho que
abertura, melhorou o meu currículo e, conjugado com o mestrado,
aprendem muito com essa postura de proximidade. A nossa atitude
abriu-me a porta da docência no isEP. Considero que o mais importan-
como docentes torna-os mais confiantes e maduros.
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DE fORA Cá DENTRO
miGuel cabral
“os
estaGiários
do iseP são
uma maisvalia Para a
emPresa”
Há mais de um século que a Corticeira Amorim é líder mundial
na indústria da cortiça, operando em dezenas de países de todos
os continentes. o primeiro contacto com o isEP surgiu no âmbito
do financiamento de um projeto de doutoramento e, a partir daí,
a empresa passou a receber alunos estagiários. Nesta edição do
IsEp.BI, miguel Cabral, diretor da Unidade de investigação e Desenvolvimento da Amorim & irmãos, s. A., realça que, perante o
desempenho positivo dos estagiários do isEP, as portas da empresa “estão sempre abertas para futuras colaborações”.
zagem, se tornam produtivos, como qualquer outro colaborador empregado. Para o isEP, a mais valia resulta na experiência empresarial
proporcionada aos alunos, e na possibilidade de estes ficarem, eventualmente, integrados na empresa onde estagiaram. A interação pode
ainda ser benéfica no que toca aos “projetos de investigação que precisem de um apoio de uma entidade de ensino superior, onde o isEP
poderá intervir”, assume.
A experiência empresarial faz parte dos currículos de muitas instituições de ensino superior mas, na perspetiva de miguel Cabral, o estágio curricular na Amorim traz benefícios específicos que nem todas
se hoje a ligação entre a Amorim e o isEP é uma realidade, deve-se a
as empresas oferecem: “Para os alunos do isEP, a grande vantagem
uma parceria que correu bem. o tema de uma aluna de doutoramento
de estagiar numa empresa como a Amorim é trabalhar numa grande
sobre uma nova utilização da cortiça, como absorvente de pesticidas,
multinacional portuguesa”. multinacional que assenta numa estratégia
despertou o interesse da Amorim & irmãos, s. A. , que se propôs finan-
pensada, ponderada, e de sucesso comprovado, onde o enfoque do
ciar o projeto. A ideia inovadora foi a base de um produto que, atual-
estágio recai sobre três fundamentos: a satisfação do cliente, o rigor e o
mente, está a dar os primeiros passos no mercado, em parte devido ao
trabalho contínuo. o grande ponto forte, sublinha o diretor da unidade,
trabalho de investigação desenvolvido pela estudante.
“é proporcionar uma experiência real de um trabalho numa empresa”.
o sucesso deste projeto foi o ponto de partida para uma relação entre
A colaboração por parte dos alunos do isEP cabe, sobretudo, aos estu-
as duas instituições, que se veio a revelar frutífera e benéfica para am-
dantes de Engenharia Química, e é de extrema relevância, uma vez que
bas as partes, abrindo portas a um estágio curricular na Amorim para os
as rolhas de cortiça são um produto que está diretamente em contacto
alunos do último ano da Licenciatura em Engenharia Química do isEP.
com bebidas alcoólicas, tornando-se essencial compreender a intera-
“A existência de estagiários é um benefício duplo, é positiva para os
ção química entre a rolha e a bebida. os alunos do isEP “acompanham
dois lados”, explica miguel Cabral, diretor da Unidade de investigação
todo o tipo de análises químicas necessárias para um controlo das ro-
e Desenvolvimento da Amorim & irmãos, s. A. segundo o responsável,
lhas de cortiça, em particular os compostos voláteis. Nós temos de fazer
para a empresa, porque os estagiários, após a primeira fase de aprendi-
um controlo muito apertado desse tipo de voláteis contaminantes e
DE fORA Cá DENTRO
sideradas essenciais para um bom profissional, e, no caso da Amorim,
LíDER DE MERCADO
A Corticeira Amorim é a maior empresa mundial de produtos
de cortiça e destaca-se em diferentes áreas de atuação. A que
o domínio da engenharia é ferramenta fundamental na grande maioria
das áreas de empregabilidade.
“A CoNCorrÊNCiA AGUÇoU o ENGENHo”
tem maior dimensão é a área das rolhas, ponto de partida da
empresa e onde se produzem diferentes tipos de rolhas de
cortiça: rolhas para vinho, rolhas para champagne e para bebidas espirituosas. A “Amorim Florestal” corresponde à compra
da matéria prima, a cortiça, e às primeiras etapas do processo
produtivo. A terceira área é a “Amorim revestimentos”, que inclui pavimentos e todo o tipo de revestimentos, para o chão
e para as paredes. Um dos setores inovadores da empresa é
a “Amorim Cork Composites”, onde se “produzem aglomerados de cortiça, em rolo, com inúmeras aplicações”, explica o
responsável pela Unidade de investigação e Desenvolvimento. Para além da produção das tradicionais solas de sapatos e
dos populares “memo boards”, a “Cork Composites” aposta na
diversificação dos seus produtos: “o revestimento de alguns
kayakes, que os torna mais leves, também é produzido por
nós”. Por fim, a “Amorim isolamentos” produz soluções de isolamento acústico e térmico para paredes.
Quando foi criada, há mais de um século, e até ao final dos anos 90,
a Amorim & irmãos, s. A. não tinha concorrentes alternativos à cortiça, pelo que a necessidade de inovação e de melhoria dos produtos
não existia. Em 1998, surgiram os primeiros concorrentes alternativos
à rolha de cortiça e foi exatamente nessa altura que foi criado o departamento de investigação e Desenvolvimento, que permitiu um novo
posicionamento por parte da empresa. Como resume o diretor do departamento, “a concorrência aguçou o engenho”.
A inovação passou a ser a palavra-chave da empresa. Atualmente, as
aplicações da cortiça vão muito além da tradicional produção de rolhas, mas, mesmo neste setor, a inovação não deixa de estar presente.
De uma forma muito simples, miguel Cabral explica o processo: “No
fundo, o que nós fazemos é recolher casca de uma árvore, e transformamos essa casca num produto que tem uma importância muito
grande para a evolução de um vinho, de uma bebida espirituosa ou
de uma bebida alcoólica. É uma produção que não tem propriamente
uma especialidade muito grande e, portanto, compete-nos a nós ten-
os estagiários contribuem de uma forma significativa neste processo”,
tar torná-la mais especial, tentar dar-lhe valor acrescentado”.
explica o responsável pelo departamento de investigação e Desenvolvimento. A intervenção dos alunos poderá englobar, ainda, “toda
A Amorim criou um novo departamento, denominado “marketing ori-
a parte que está ligada ao tratamento de efluentes industriais, o que,
ented research”, com o objetivo de desenvolver novas e melhoradas
numa empresa industrial como a Amorim, é indispensável”, acrescenta.
aplicações para a cortiça, de acordo com os interesses do mercado. miguel Cabral admite que, no fundo, a empresa procura “tirar valor acres-
“riGor, iNoVAÇão E ComPETÊNCiA são A
CHAVE PArA o sUCEsso”
centado à cortiça, mantendo sempre as suas utilizações tradicionais”. E
a investigação científica é o ponto de partida para atingir este objetivo,
área em que os estagiários do isEP contribuem significativamente.
A ligação entre o mundo académico e o empresarial é uma prioridade
do isEP, formalizada na criação de estágios curriculares em empresas
de renome na área da engenharia. miguel Cabral admite que esta relação é, simultaneamente, importante e difícil. “importante porque o
mundo empresarial tem um objetivo prático que inviabiliza o criar conhecimento per si” e, como tal, “esse conhecimento é adquirido nas
instituições de ensino superior e colocado ao serviço das empresas”.
o problema reside na sua aplicação no terreno, porque as agendas
da empresa e da instituição de ensino nem sempre coincidem, “nem
sempre o objetivo é igual de um lado e de outro”, devido a interesses
financeiros ou à necessidade de obtenção de determinados resultados
académicos distintos do que é pretendido pela empresa.
No entanto, o isEP procura que estas possíveis divergências de objetivos sejam o menos significativas possível, uma vez que o ensino é
focado na prática empresarial de excelência, valorizando o profissionalismo em busca das soluções mais adequadas para a resolução dos problemas. Perante esta preparação apropriada, o desempenho positivo
dos estagiários do isEP na Amorim pode criar a possibilidade de muitos
alunos integrarem, depois do estágio, esta ou outras empresas conceituadas. Para o diretor da unidade de investigação e Desenvolvimento,
um bom profissional deve “ter as competências inerentes à área em
que vai trabalhar mas, para além disso, deve desenvolver competências pessoais, como a curiosidade, espírito de iniciativa, espírito crítico
e uma boa interação com os outros, para gerar bom ambiente no local
de trabalho”. rigor, inovação e competência são as características con-
DE PORTUgAL PARA O MUNDO,
E MAIS ALÉM
os sobreiros, cuja cortiça é explorada, só existem em Portugal,
Espanha, itália e nos países do norte de África: Argélia, marrocos e Tunísia. Portugal é, de longe, o maior produtor. A Corticeira Amorim exporta quase toda a sua produção, o que é uma
forma de, segundo miguel Cabral, “divulgar a cortiça, que é um
produto português e está muito associada ao sul do mediterrâneo. Na área das rolhas, os mercados europeus e americanos
(a América do Norte e a América Latina) contribuem de forma
muito significativa para a nossa divulgação do produto”.
mas as fronteiras esbatem-se cada vez mais no que respeita
aos domínios de aplicação da cortiça. o próprio planeta Terra
já não é o limite: a “Amorim Cork Composites” tem como cliente a Agência Espacial Europeia. “A parte da frente do space
shuttle tem um revestimento de cortiça, fornecido por nós.
Com a entrada na atmosfera, o aquecimento não pode ser
exagerado, se não o choque é muito grande. A cortiça ajuda
a minimizar esse choque permitindo um suave aquecimento,
conta miguel Cabral.
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DEsTAQUE
mEsTrADo Em ENGENHAriA iNFormÁTiCA
Com mArCA DE QUALiDADE EUR-ACE
o mestrado em Engenharia informática do isEP tornou-se o primeiro e, até agora, único em Portugal a receber a
marca de Qualidade European Accreditation of Engineering Programmes (EUr-ACE), reconhecida pelas ordens
dos engenheiros de Portugal e da Europa e valorizada pelas agências europeias de engenharia. “Trata-se de um
reconhecimento internacional da formação ministrada pelo instituto, que se reveste de valor acrescentado para os
diplomados”, congratula-se o presidente do isEP, João rocha.
É mais um marco no reconhecimento da qualidade de formação do
em Portugal, atendendo a que esta avaliação representa um novo ciclo
isEP, num quadro de referência internacional. o mestrado em Enge-
de avaliação de qualidade de cursos de engenharia com critérios reco-
nharia informática foi o primeiro no país a ser distinguido com a mar-
nhecidos a nível Europeu”, lê-se no documento.
ca de Qualidade European Accreditation of Engineering Programmes
(EUr-ACE), atribuído, em Portugal, pela ordem dos Engenheiros.
o sistema, aliás, compreende e valoriza os critérios de qualificação exigidos na entrada da atividade profissional pelas instituições. Por outro
“Temos a preocupação permanente de formar quadros qualificados,
lado, visa o reconhecimento das qualificações profissionais de forma
capazes de responder aos desafios do mercado nacional, por via da
exigente e transparente, melhorando a automatização das qualifica-
inovação, de forma a contrariar a crise e a aumentar a produtividade e
ções e simplificando os procedimentos administrativos.
a competitividade. A atribuição desta marca de qualidade é um reconhecimento desse trabalho”, realça o presidente do isEP, João rocha.
o selo EUr-ACE é aceite, automaticamente, em vários países da Europa. Aliás, a pretensão base é que um aluno de um ciclo de estudos
acreditado por este sistema possa exercer a sua atividade profissional
de forma clara e valorizada no espaço europeu.
TAxA DE EMPREgAbILIDADE PERTO
DOS 100%
Com uma média de 120 novos alunos por ano, o mestrado em Engenharia informática do isEP tem uma taxa de empregabilidade próxima
o processo de avaliação do mestrado em Engenharia informática do
dos 100 por cento. segundo os últimos dados disponíveis da Direção-
isEP foi submetido à ordem dos Engenheiros a 15 de junho de 2011, no
-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, a área de Engenharia tem
âmbito do Colégio de Engenharia informática. Entre os vários critérios
níveis de emprego de diplomados na casa dos 96 por cento. o isEP é
analisados, foram contemplados os resultados alcançados pelos alunos
uma das instituições do Ensino superior que contribui para estas taxas
em áreas como a investigação, o projeto e a prática de engenharia. Fo-
de sucesso.
ram também apreciados parâmetros como a estrutura curricular e o
programa pedagógico, ou ainda a avaliação do curso feita por alunos,
Apesar da crise, há falta de recursos humanos nesta área e, talvez por
recém-diplomados e empregadores. A 26 de abril de 2012, o despacho
isso, no ano letivo 2011-2012, a Licenciatura em Engenharia informática
da ordem dos Engenheiros felicitava o isEP “pelo facto de estar entre o
do isEP bateu o recorde de propostas de estágios curriculares submeti-
grupo de escolas a quem foi atribuída a marca de Qualidade EUr-ACE
dos por empresas: mais de 350 para cerca de 170 alunos. o que signifi-
DEsTAQUE
ca que muitos alunos chegam ao mestrado já inseridos no mercado de
E mais: “Existem mercados na Europa que carecem de engenheiros.
trabalho: “As empresas reconhecem a formação que é prestada no isEP
Estima-se que, em 2015, haverá cerca de 500 mil engenheiros em falta.
e, nesse sentido, os nossos alunos têm bastante facilidade de ficar colo-
Alguns dos engenheiros formados no isEP não irão ficar, infelizmente,
cados nas empresas onde fazem o seu estágio. “A esmagadora maioria
no nosso país”.
entra no mestrado já a trabalhar”, garante o professor Ângelo martins,
do Departamento de Engenharia informática (DEi) do isEP.
Acima de tudo, porque existem condições remuneratórias nos outros
países mais vantajosas. “De qualquer das formas, a nossa principal pre-
A diferença para outros cursos da mesma área reside, essencialmente,
ocupação é produzir bons engenheiros. Portanto, estamos muito bem
no facto do mestrado do instituto se focar nas necessidades das em-
posicionados, não só a nível nacional, como a nível internacional”, con-
presas, apostando na formação em contexto real de trabalho. “É essa
clui o professor.
marca que distingue o nosso mestrado de outros mais científicos”, enfatiza Ângelo martins.
António Costa, outro professor que integra o DEi do isEP, complementa: “Em 2006/2007, reformulámos as nossas formações e desenhou-se o
modelo de ensino, tendo por base a possibilidade de obter creditações
e selos de qualidade que pudessem atestar a qualidade dos nossos
Para além do reconhecimento internacional que implica a marca de
Qualidade EUr-ACE, o isEP, recorde-se, integra a iniciativa CDio (Conceive - Design - implement - operate), da qual faz parte um conjunto
de escolas de referência no ensino da engenharia a nível mundial. o
projeto assenta num quadro educacional inovador que pretende formar a nova geração de engenheiros.
cursos”.
“mais do que dizer que somos bons, quisemos que entidades externas
avaliassem e atestassem a qualidade do nosso ensino. Por isso, submetemos o curso a avaliação”, justifica.
Ex-DIPLOMADO DO ISEP CRIA
MyLISTbOx
As principais reformulações do curso incidiram na parte organizacional,
dando particular ênfase às atividades práticas do currículo. “Foi preciso
A história de Luís rocha é um dos muitos exemplos de sucesso
alterar algumas questões, nomeadamente a forma comos os professo-
que se podem encontrar entre os antigos alunos do mestrado
res preparam e conduzem as atividades, no sentido de mostrar evidên-
de Engenharia do isEP. Ao longo do percurso académico, Luís
cia de qualidade que possa ser comprovada, facilmente, por auditores
rocha colecionou uma série de experiências profissionais. Em
externos”, explica António Costa.
2006, abraçou um projeto em part-time numa empresa de alojamento e registo de domínios, como técnico de helpdesk e
programador e, em 2008, começou a colaborar como analista
de sistemas na concessionária Ascendi.
Em paralelo, foi completando o curso no isEP. Foi exatamente no âmbito da tese do mestrado de Engenharia informática
que, em 2011, surgiu a ideia da myListBox, uma plataforma
online onde se podem registar as prendas que se gostaria de
receber e que podem ser consultadas por familiares ou amigos, sempre que se quiser oferecer algo. o projeto acabou por
sair vencedor do concurso de empreendedorismo Poliempreende e, atualmente, está entre os finalistas de outro concurso,
o ideiamove, promovido pela Associação Nacional de Jovens
Empresários.
A myListBox disponibiliza uma área de sugestões de prendas,
baseadas nos gostos demonstrados pelos utilizadores, através das escolhas que fazem para as respetivas listas. Esta área
RECONhECIMENTO NACIONAL E
INTERNACIONAL
publicitar os seus produtos. o serviço será totalmente gratuito
sendo um importante reconhecimento a nível nacional do trabalho re-
círculo restrito de contactos, durante um ano, contando com
alizado pelo isEP – João rocha realça que um dos objetivos do instituto
a existência de cerca de 80 utilizadores ativos para perceber as
passa por “formar profissionais capazes de colocar Portugal no cami-
necessidades dos mesmos.
chama-se QuickGift e será aqui que os parceiros vão poder
para os utilizadores. o projeto esteve em testes dentro de um
nho do desenvolvimento e crescimento sustentáveis” –, a atribuição
da marca de Qualidade EUr-ACE é também uma mais valia no quadro
Atualmente, o produto já foi lançado no mercado com bons
da competitividade europeia.
resultados. Para além de Luís rocha, engenheiro informático, a
“Atualmente, o consórcio EUr-ACE engloba nove países da Europa, e
estou convencido que, dentro em breve, será reconhecido não só por
outros países europeus, mas também pelos Estados Unidos, Canadá ou
países da América do sul, o que configura, sem dúvida, uma vantagem
competitiva”, explica António Costa.
equipa da myListBox é composta por um responsável de marketing e gestor de clientes, um designer, e uma pessoa na área
das aplicações móveis. sabendo da qualidade dos alunos do
isEP, o projeto conta ainda com a colaboração de um estagiário que é finalista em Engenharia informática do isEP.
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INvEsTIgAçãO À LUpA
ana madureira
TECNOlOGIA
AO SERvIçO
DA INDúSTRIA
Ana madureira foi uma das primeiras alunas do Curso de Estudos superiores Especializados em Engenharia informática industrial do isEP. Em finais de 1994, foi contratada, resultado de
concurso público, no DEi/isEP como docente na área científica
de Engenharia informática. Tendo continuado a sua formação,
com a conclusão do mestrado e doutoramento, este último
em Engenharia de Produção e sistemas, na Escola de Engenharia da Universidade do minho.
A investigação fez, sempre, parte da sua atividade profissional,
até porque “acaba por ser a plataforma para a evolução”, como
sustenta. Nesta área, Ana madureira não esquece o dinamismo
imprimido pelo orientador da sua tese de doutoramento no
isEP. “Apesar dos recursos escassos, nunca faltou motivação,
empenho e incentivo”, recorda. Atualmente, Ana madureira
integra o Departamento de Engenharia informática do isEP e
é investigadora do GECAD.
Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD). Financiado pela Fundação
para a Ciência e a Tecnologia (FCT), o trabalho científico desenvolvido
teve como ímpeto responder aos desafios colocados aos modernos
sistemas de fabrico e à realidade industrial, considerando os novos
paradigmas tecnológicos e organizacionais e a necessidade de decidir
de forma mais eficiente e robusta perante a concorrência e a natureza
dinâmica do mercado.
Tem por objetivo melhorar a eficácia nos procedimentos de planeamento e controlo dos sistemas de produção, permitindo o reforço da
competitividade das organizações industriais. o projeto Autonomic
Agents with self-managing Capabilities for Dynamic scheduling support in a Cooperative manufacturing system (AutoDynAgents), desenvolvido no isEP, coloca a tecnologia ao serviço das empresas. o protótipo está pronto para ser aplicado nas indústrias.
o projecto de investigação AutoDynAgents assenta na convicção de
que ao entendermos ou imitarmos as soluções que a natureza emprega no seu dia-a-dia, podemos utilizar esse conhecimento adquirido
para resolver problemas complexos com base em técnicas da inteligência Artificial - a Autonomic Computing e Técnicas de optimização
inspiradas na Computação Biomimética – no sentido dos sistemas
computacionais inteligentes. “As técnicas existem e têm sido tradicionalmente validadas em modelos teóricos. o nosso desafio consistiu em
os ambientes de fabrico apresentam um elevado nível de incerteza.
tirar partido da integração destas técnicas na resolução de problemas
os processos exigem requisitos específicos e detalhados e os objetivos
existentes na realidade industrial, de forma a especificar uma ferramen-
de gestão podem ser diversos, dinâmicos e, por vezes, conflituosos. A
ta que suporte o processo de decisão dos gestores/profissionais nos
partir desta realidade surgiu o Autonomic Agents with self-managing
procedimentos de controlo e planeamento do processo produtivo e
Capabilities for Dynamic scheduling support in a Cooperative manufacturing system (AutoDynAgents), um projeto liderado por Ana madureira, investigadora do Grupo de investigação em Engenharia do
que seja capaz de lidar com a natureza dinâmica da procura”, explica
Ana madureira. No fundo, acrescenta, “este tipo de ferramentas serve
para definir que operações serão processadas em que recursos do sis-
INvEsTIgAçãO À LUpA
tema de fabrico, de modo a satisfazer a procura num determinado pe-
tas que permitam aos gestores e profissionais agilizar o processo de
ríodo temporal, tendo em consideração restrições tecnológicas e ob-
tomada de decisão pela melhoria no processo de negócio. o sistema
jetivos de produção definidos. Normalmente, pretende-se definir um
de escalonamento adaptativo proposto explora diferentes formas para
plano que satisfaça a procura, com um menor custo ou que maximize
se adaptar às novas necessidades dos clientes, à competitividade e às
o lucro e a utilização dos recursos”.
condições de mercado. o fator tempo está na base da garantia e suporte de qualquer estratégia de competitividade.”
Com a atual conjuntura mundial, novos desafios se colocam às organizações industriais, resultantes da crise económica e financeira internacional e da crescente competitividade resultante da globalização dos
mercados, associada a novas formas de negócio com base na internet
(comércio e negócio eletrónico), surgindo a necessidade de inovação
NOVO PROjETO
constante em termos de produtos, serviços e processos de produção.
Com o sistema AutoDynAgents concluído, Ana madureira já avançou
o problema de escalonamento apresenta um papel importante em
para o próximo projeto que, debruçando-se sobre a mesma temática,
sistemas reais de fabrico, dado que a taxa e os custos de produção são
apresenta uma abordagem na área do interface e modelação do perfil
dependentes dos planos de escalonamento usados para controlar o
do utilizador. Uma vez que a componente computacional está foca-
fluxo de trabalho no sistema.
da na gestão interna dos processos, refere, o desafio orienta-se, agora,
para “trabalhar a questão do interface com o utilizador”. Aliás, continua,
se tivéssemos de resumir numa frase a finalidade do projeto de investi-
“esta é uma das questões relevantes para as organizações, dado que é
gação, poderíamos referir que este “pretende dotar as organizações da
a componente que permite a interação entre o utilizador e o sistema, o
capacidade de tomada de decisão eficiente, com recurso em técnicas
qual deve suportar os utilizadores na definição, interpretação e contro-
ágeis de planeamento, escalonamento e controlo, o que lhes permitirá
lo da informação no suporte à tomada de decisão”.
melhorar o desempenho operacional pela redução de custos, aumento
da produtividade e consequente reforço da competitividade”. A inves-
o objetivo, de acordo com o projeto que está a ser desenvolvido pela
tigadora e docente do isEP realça: “são objetivos de negócio naturais
equipa de Ana madureira, está relacionado com a investigação e de-
em todas as empresas o que suporta a relevância deste projeto”.
senvolvimento de sistemas inteligentes para Escalonamento Assistidos
por Aprendizagem, com recurso a aprendizagem por acumulação e in-
É neste contexto que o sistema de escalonamento AutodynAgents se
terpretação da experiência ou por observação das decisões do perito.
pode revelar uma ferramenta de suporte à decisão extremamente efi-
o novo projeto, denominado ADsys, conta já com o financiamento da
caz, uma vez que possui, mesmo em cenários com elevado nível de in-
FCT.
certeza, a capacidade de adaptar planos de escalonamento a perturbações externas, mantendo níveis de desempenho de negócio definidos.
o sistema possui ainda a capacidade de autogestão, no diagnóstico e
resolução de problemas de forma autónoma, reduzindo assim a complexidade do processo de tomada de decisão e a intervenção humana.
Esta realidade permite delegar no sistema de escalonamento a responsabilidade pela execução de tarefas repetitivas e rotineiras, libertando
os gestores e profissionais para tarefas de maior valor acrescentado.
o protótipo desenvolvido no âmbito do projeto AutoDynAgents, uma
parceria entre os grupos de investigação GECAD/isEP e o CENTriA da
Universidade Nova de Lisboa, está concluído. Foi possível provar com
o projeto AutoDynAgents que o desenvolvimento da nova geração de
sistemas de informação é conduzido pela convergência dos sistemas
biológicos e dos sistemas de computação digitais, no sentido dos sistemas autónomos.
A função de Planeamento e Controlo da Produção depende das caraterísticas específicas de cada sistema de fabrico e do contexto de mercado envolvente. o próximo passo refere-se à aplicação do protótipo à
realidade de cada empresa. “Todas as indústrias têm a sua especificidade e caraterísticas próprias, que se distinguem seja ao nível da carteira
de produtos que fabricam seja pela tipologia de produção. o sistema
desenvolvido requer especialização e uma adaptação às caraterísticas
e realidade da unidade industrial”, realça Ana madureira.
Ao longo do desenvolvimento do projeto, vários foram os contactos
realizados entre o isEP e algumas empresas. A investigadora do GECAD
destaca que tem havido entusiasmo em torno desta nova ferramenta,
mas sublinha que este esforço requer continuidade e abertura por parte das indústrias. “É um projeto para ser implementado a médio prazo
e que irá permitir melhorar a qualidade e o desempenho operacional.
A nossa grande contribuição está no desenvolvimento de ferramen-
MODO DE FUNCIONAMENTO
Quando estamos mais tensos, ou realizamos um esforço físico
adicional, o coração bate mais rápido, de forma a despoletar
maior circulação sanguínea, para satisfazer as necessidades
biológicas. A Autonomic Computing surge da analogia com
o sistema nervoso central dos seres vivos, uma vez que muitas funções essenciais ao bem-estar e regularização do estado dos seres vivos não são desencadeadas conscientemente
pela mente, mas de forma autónoma. o recurso à Autonomic
Computing permite o desenvolvimento de sistemas capazes
de automaticamente configurar, desenvolver, proteger, ser
tolerante a falhas, optimizar e antecipar cargas, com o mínimo
de intervenção manual.
o sistema AutoDynAgents possui a capacidade de permanentemente monitorizar o estado do sistema para detetar alterações ocorridas no sistema, tendo em vista a respetiva incorporação e adaptação dinâmica do plano de escalonamento
corrente, permitindo acrescentar ou remover recursos/tarefas
sem interrupção do processamento. ou seja, toda a informação que carateriza o evento é analisada pelo sistema, que
identifica, planeia e executa a ação, de uma forma proativa e
com um mínimo de intervenção do ser humano. Neste projeto
são ainda aplicados outros conceitos da inteligência artificial,
uma área científica que procura estudar e compreender o fenómeno da inteligência e, como ramo da engenharia, construir ferramentas para apoiar e suportar as decisões humanas.
19
20
DEpOIs DO IsEp
ricardo tiaGo
O ENGENHEIRO GEOTéCNICO
QUE lIDERA A DESCAvANOR
Terminou o curso de Engenharia Geotécnica no isEP, em 1998. Hoje,
no superior, e na área do desmonte de rocha e nas pedreiras por onde
ricardo Tiago é o diretor-geral da Descavanor – Escavação e Desmonte
passei em termos profissionais, as mais valias do ensino do isEP são
de rocha, s.A., empresa do Grupo monteAdriano, considerada como
reconhecidas”. Prova disso é o facto dos colaboradores que integram o
uma referência no mercado na área de desmontes com explosivos em
quadro técnico da empresa que atualmente lidera [a Descanavor - Es-
maciços rochosos. o sucesso, atribui-o à equipa que lidera, composta
cavações e Desmonte de rocha, s.A.] já ter sido totalmente composta
por cerca de 23 colaboradores, muitos dos quais antigos alunos do isEP.
por ex-alunos do isEP. “Atualmente, temos profissionais oriundos de
outras instituições de ensino, mas maioritariamente são ex-alunos do
ricardo Tiago é engenheiro geotécnico. o curso, tirou-o no instituto
superior de Engenharia do Porto (isEP), onde ingressou em 1993. Ape-
isEP, exatamente porque se reconhecem as vantagens na componente
formativa desta instituição”.
sar de saber que procurava uma área ligada à geologia, o então jovem
estudante não conhecia em profundidade a geotecnia, mas, ao fim de
um ano, percebeu que “era exatamente esta a área profissional que
gostaria de seguir”.
EMPRESA EM CRESCIMENTO
Assim que terminou o curso de Engenharia Geotécnica, em 1998, ricar-
Dos três anos do curso, ficaram as competências de base adquiridas e a
do Tiago não teve dificuldades em encontrar colocação no mercado de
diferenciação técnica que, assumidamente, é reconhecida no mercado
trabalho. o convite surgiu, inclusivamente, por parte de um docente do
de trabalho: “os conhecimentos técnicos vão-se alterando a cada dois
isEP. “No dia em que soube que acabara o curso, o professor convidou-
ou três anos e, por isso, há uma necessidade de atualização regular. o
-me para ir a uma entrevista de emprego na empresa monte & monte”.
isEP preparou-me para saber evoluir dentro da geotecnia”. Aliás, acres-
Ficou. “iniciei a minha atividade profissional no setor das pedreiras, na
centa ricardo Tiago, “comparativamente a outras instituições de Ensi-
empresa de construção civil e obras públicas”.
DEpOIs DO IsEp
Ao fim de quatro anos, surgiu um novo desafio profissional. Dentro
do Grupo monteAdriano - fundado em 2005, fruto de um processo
de fusão de várias empresas, assumiu funções na direção de produção na Descanavor. Na altura, esta pequena empresa estava a dar os
primeiros passos. Tinha apenas seis colaboradores, dedicando-se ao
ENgENhEIROS DO ISEP
PREMIADOS
desmonte de rocha, com recurso, por vezes, a técnicas especiais, como
o pré-corte de taludes, controlo de vibrações e projeções em desmon-
No Grupo monteAdriano, a ligação entre o mundo empresa-
tes contíguos a edifícios e/ou estradas. Paulatinamente foi crescendo.
rial e o mundo académico tem sido uma realidade. Em 2010,
“Com base numa linha estratégica bem delineada, e de acordo com
dois colaboradores, um dos quais da Descavanor, foram ga-
as respostas positivas que conseguimos obter por parte do mercado,
lardoados com uma menção honrosa no prémio AP3E de En-
crescemos de uma forma sustentada”, assevera.
genharia dos Explosivos. os trabalhos apresentados resultam
dos projetos de mestrado elaborados no Departamento de
Em 2010, ricardo Tiago assumiu funções de diretor-geral da Descava-
Engenharia Geotécnica do isEP. “interação e avaliação entre o
nor. No ano passado, já se contavam 23 colaboradores na empresa e
maciço rochoso e as tecnologias de perfuração consequências
estabeleceu-se um recorde no volume de negócios, desde a sua funda-
técnico-económicas” e “Avaliação geotécnica e geomecânica
ção. resultados que deixam o engenheiro geotécnico satisfeito: “Hou-
de maciços rochosos fraturados para controlo da qualidade do
ve uma evolução natural. Gostamos de transmitir competência, capaci-
desmonte” foram os projetos apresentados por Luís Fonseca
dade de aprender e evoluir e baseamos a nossa gestão na equipa e nos
e Luís ramos, respetivamente, e coorientados pelos professo-
respetivos projetos. Um dos princípios da Descavanor é, exatamente, o
res Carlos Galiza e Hélder Chaminé. No caso da Descavanor,
trabalho em equipa. Acredito que uma das nossas mais valias é o facto
garante ricardo Tiago, o trabalho de investigação realizado
de existir uma grande flexibilidade na forma como trabalhamos, adap-
por Luís Fonseca, e que incidiu nos rendimentos das tecno-
tando-nos às diversas situações que são criadas no terreno. As empre-
logias de perfuração, “teve vantagens significativas no aspeto
sas que trabalham connosco, reconhecem o nosso valor”. Por isso, a
técnico-económico”.
Descavanor integra no seu portefólio algumas das obras públicas mais
importantes do país. “No ano passado, rebentamos perto de 1700 toneladas de explosivos. Atualmente estamos a terminar uma obra em
Alijó que ultrapassa os 3,5 milhões de metros cúbicos de escavação.
É um número brutal. Estamos ainda a realizar trabalhos na barragem
de Foz-Tua e nas subconcessões do Pinhal interior e Douro interior e
na Concessão da Auto-Estrada Transmontana. Trabalhamos com várias
empresas, como o Grupo monteAdriano, o Grupo mota-Engil ou a somague, entre outras”, descreve ricardo Tiago.
gEOTECNIA COM VÁRIAS SAíDAS
PROFISSIONAIS
As saídas profissionais para um engenheiro geotécnico estendem-se a vários setores de atividade. os desmontes com
explosivos em maciços rochosos a que se dedica a Descavanor é apenas um segmento, dos vários relacionadas com os
recursos naturais e mineiros. “Existem várias áreas em que é
possível os engenheiros geotécnicos encontrarem emprego.
Por exemplo, projetos e execução de obras de escavação e
de fundações, como movimentação de terras, exploração de
minas a céu aberto, abertura de canais, obras de correção de
Apesar da crise, as expetativas de crescimento continuam a ser positi-
impactos ambientais e recuperação paisagística, ou obras de
vas. o engenheiro geotécnico acredita que o caminho passará, agora,
execução de aterros sanitários”. Além disso, o curso de Enge-
pela internacionalização. “Atualmente é considerada uma empresa de
nharia Geotécnica do isEP permite ainda dirigir trabalhos no
referência no mercado. Dado o setor da construção civil estar a atra-
domínio da valorização, exploração e tratamento dos recursos
vessar um período difícil, penso que é importante delinearmos novos
minerais, escavação, aterros e controlo das infraestruturas das
caminhos e prepararmos novas abordagens ao mercado. A internacio-
fundações das obras de engenharia. E a par das competências
nalização dos nossos serviços será, por isso, um caminho a seguir”.
base e técnicas adquiridas durante o curso superior, ricardo
Tiago acredita que é importante “gostar daquilo que se faz”.
Tal como no início desta reportagem, voltamos aos bancos do isEP,
“o conselho que eu posso dar aos jovens licenciados é que se
onde o diretor-geral da Descavanor está a completar o mestrado em
adaptem ao meio empresarial, tenham capacidade de apren-
Engenharia Geotécnica. “A engenharia é evolutiva, tal como qualquer
dizagem e integração, valorizando o trabalho em equipa”.
processo técnico e científico. Neste contexto, penso que é importante
atualizar os meus conhecimentos”, justifica.
21
22
A NOssA TECNOLOgIA
JosÉ barros de oliveira
O SIMPlEx
DO ISEP ESTá
A GANHAR
ASAS...
Nasceu em 2004, pela necessidade de desburocratizar processos.
Em oito anos de existência, o portal acabou com as filas de espera
nos serviços académicos e com o “sofrimento” dos alunos nas alturas mais críticas do ano letivo, como as inscrições. Foi, inclusivamente, galardoado com o Prémio de Boas Práticas no setor Público. Agora, “o portal” elevado à categoria do projeto “simplexmente
académico” despertou o interesse de outras instituições de Ensino
superior portuguesas. Para José Barros de oliveira, vice-presidente
do isEP, “é o reconhecimento do instituto como uma escola de
confiança e que promove soluções credíveis para o dia-a-dia”.
Em oito anos de existência, o simplexmente Académico ajudou a sistematizar processos, a colocar fim à burocracia, aos papéis, às perdas de
tempo e às filas de espera e, acima de tudo, aos problemas dos alunos
nas alturas mais críticas do ano letivo. No início, recorda José Barros de
oliveira, a comunidade teve alguma dificuldade em adaptar-se, mas,
agora, “olham para trás e veem que pouparam tanto tempo, graças ao
portal, que valeu a pena o investimento”. Aliás, para o vice-presidente
do isEP, essa é, precisamente, a grande mais valia do projeto: poupar
tempo e canalizá-lo para coisas mais importantes.
os resultados obtidos começaram a despertar o interesse da comunidade externa. José Barros de oliveira recorda o momento em que o
Quando, um dia, o instituto superior de Engenharia do Porto (isEP) de-
projeto começou a merecer a atenção, nomeadamente de outras insti-
cidiu criar o portal, nunca pensou que o produto de gestão da institui-
tuições académicas: “o portal era conhecido por instituições externas,
ção suscitasse interesse de organismos externos. Em 2004, quando o
mas sempre foi visto como um produto interno do isEP. só quando
projeto começou a ser concebido, toda a sua estrutura foi criada a pen-
recebeu o prémio de Boas Práticas no setor Público é que as institui-
sar nos processos existentes no isEP, nos seus projetos e problemas.
ções começaram a olhar para a possibilidade de adotarem o mesmo
A NOssA TECNOLOgIA
sistema”. Assim, e apesar do core business do instituto não ser a produ-
do noutras instituições que sentem essa necessidade e, assim, temos
ção de software, o reconhecimento e o interesse externo impulsionou
a possibilidade de melhorar o nosso próprio portal, tornando-o mais
a exportação do projeto.
robusto e com mais funcionalidades. E este é o nosso grande objetivo”.
o isEP já recebeu o contacto de cerca de meia dúzia de escolas de Ensi-
A inovação tem sido, exatamente, uma das imagens de marca do isEP.
no superior que querem instalar o portal e prevê-se, a curto prazo, que
Neste domínio, e no seguimento do trabalho de melhoramento do
a exportação do portal siga em velocidade de cruzeiro. Atualmente, o
portal, dentro em breve poderão surgir novidades. segundo José Bar-
simplexemente Académico está em funcionamento em duas instituições e em fase de produção e instalação noutra. o principal desafio
tem sido, agora, adaptar o portal, como refere José Barros de oliveira,
“às necessidades de cada organização“, dado que “existem uma série
de processos que não se aplicam ao isEP, mas que interessam a outras
instituições”. Por isso, “foi necessário desenvolver módulos adicionais e
parametrizar módulos existentes”, acrescenta.
ros de oliveira, “os utilizadores vão ficar agradavelmente surpreendidos
quando virem a nova versão do portal”. o objetivo é que a interação
entre o portal e os utilizadores seja cada vez mais simples e intuitiva.
Estes melhoramentos só são possíveis, tal como destaca o vice-presidente, através do feedback dos alunos, professores e técnicos que,
todos os dias, usam a ferramenta.
o vice-presidente do isEP adianta que não é possível precisar o investimento que uma instituição de ensino tem de fazer para implementar o software. “Vai depender muito da necessidade de comprar
hardware de suporte, se são indispensáveis novas instalações, ou se é
preciso desenvolvimento específico do software”, argumenta. No que
respeita ao retorno direto, é, de acordo com o vice-presidente, “quase
impossível quantificar”, no entanto, as grandes melhorias residem no
retorno indireto. “os alunos que residem longe da escola deixam de ter
necessidade de se descolarem à secretaria para fazer a sua inscrição”,
exemplifica. Paralelamente, a médio prazo, haverá um menor desgaste
dos recursos humanos que poderão, assim, dedicar-se à resolução de
problemas que exigem a presença física do aluno. Acresce que, numa
altura em que as admissões na administração pública estão condicionadas, o portal aparece como uma ferramenta que permite aumentar
a produtividade e qualidade de vidas dos recursos humanos existentes.
UM ACOMPANhAMENTO
CONSTANTE PARA UMA
IMPLEMENTAçãO SEM FALhAS
o simplexmente, enquanto ferramenta de gestão, permite otimizar os
recursos humanos e processos administrativos. No entanto, refere José
Barros de oliveira, “o sucesso desta otimização depende da gestão que
é feita”. ou seja, o funcionamento do simplexmente vai ser mais eficaz
quanto mais eficaz for a gestão que é feita pela instituição. Para que
tudo corra como esperado, a equipa do isEP faz um acompanhamento
do processo de implementação nas outras instituições, consoante o
desenrolar do processo. “No início, há uma exigência maior e, à medida
que a instituição se vai adaptando ao simplexmente, vai também ganhando uma maior autonomia”, explica o vice-presidente do isEP. No
entanto, o responsável sublinha ainda que, sendo um projeto nascido e
desenvolvido no instituto, a equipa de profissionais está sempre atenta
POR TRÁS DE UM gRANDE PROjETO,
UMA EqUIPA bRILhANTE
e disponível para assegurar a continuidade e o bom funcionamento
do portal.
A concretização deste projeto tem sido possível graças a uma vasta
equipa. É necessária uma equipa de oito pessoas para garantir o bom
De acordo com José Barros de oliveira, a principal preocupação das
funcionamento deste projeto. E o isEP, como garante o seu vice-pre-
instituições que procuram o simplexmente é “a gestão académica do
sidente, tem as pessoas certas para o desenvolvimento deste tipo de
dia-a-dia”. Depois de ultrapassada esta primeira questão, as preocupa-
trabalho. “Uma instituição de Ensino superior como a nossa - advoga -,
ções passam para a gestão financeira e a interligação dos processos
tem conhecimento e concentra as pessoas certas para pensar e resol-
académicos com os processos financeiros.
ver os problemas que surjam. Formamos engenheiros, por isso, temos
que saber colocar soluções técnicas no terreno para resolver proble-
Acerca de uma possível exportação do simplexmente Académico para
mas”.
o mundo empresarial, José Barros de oliveira confessa que esse não é
objetivo do isEP: “Neste momento, o que vejo é o portal a ser coloca-
o certo é que o projeto está no rumo certo, agora fora de portas.
23
24
bREvEs
OPORTUNIDADES COM
FUTURO
Numa listagem publicada sobre as melhores
profissões nos EUA em 2012, surge uma engenharia à cabeça. os critérios empregues
passam pelas necessidades reais, contexto de
trabalho, salário, stress e perspetivas de emprego e acabam por reforçar a ideia de que a
formação isEP abre oportunidades com presente e futuro.
Apesar da boa empregabilidade que ainda se
sente nas engenharias e setores tecnológicos,
o isEP está atento às dinâmicas em rápida
evolução.
Tendo-se sempre demarcado pela forte
orientação para o mundo real e pela proximidade às empresas, o isEP tem também
sabido adaptar-se aos tempos. É por isso que
o instituto assume a bandeira portuguesa no
consórcio CDio – promotor de um ensino de
matriz prática (hands-on) que facilite a inte-
Devido ao crescimento exponencial do pro-
hidrogeológica em moçambique. o objetivo
grama Cisco Networking Academy, a Cisco
final é apoiar a fundação de futuras captações
desenvolveu um novo modelo para reger as
de água subterrânea.
relações com as academias e entre estas. Em
Portugal, a AcademiaCisco.isEP aceitou o de-
Uma das responsabilidades do centro de
safio.
prestação de serviços especializados do isEP
prende-se com a criação de uma plataforma
Embora mantendo as anteriores valências ao
cartográfica siG, que permita a integração,
nível da formação em CCNA, CCNP e CCNAs,
análise e atualização de geodados (geológi-
a academia do isEP passa agora a coordenar
cos, geomorfológicos, hidrogeológicos, etc.).
o suporte às restantes academias nacionais (e
estrangeiras que assim pretendam).
Esta plataforma servirá de apoio à gestão dos
recursos hídricos subterrâneos das regiões
Uma segunda evolução reside no processo de
em estudo, sendo complementada com tra-
certificação enquanto centro de formação de
balho geocartográfico no terreno.
instrutores –, assumindo a responsabilidade
de formar os instrutores para as restantes aca-
A equipa do LABCArGA afeta a este projeto
demias nacionais.
conta com as participações de José martins
Carvalho, Helder Chaminé, maria José Coxito
Estes processos são em si um garante das ex-
Afonso e José Teixeira.
celentes condições laboratoriais, técnicas e
humanas da academia do isEP, alavancando
a projeção nacional e internacional dos seus
formandos.
gração no mercado de trabalho.
É também neste sentido que o isEP gere mais
de 100 parcerias internacionais, lidera projetos como o Praxis e promove a formação
de competências transversais identificadas
como cruciais pela União Europeia: como a
matemática, ciências e tecnologia; literacia
CISTER ENTRE A ELITE
MUNDIAL DE SISTEMAS
COMPUTACIONAIS
EMbEbIDOS
digital; capacidade de evolução e aprendizagem contínua; iniciativa e empreendedorismo; entre outras.
Comprometido com a formação da próxima
geração de líderes em engenharia, o isEP assume que o dinamismo intrínseco às carrei-
resultados do centro de investigação do isEP
ras de hoje e de amanhã deve ser encarado
divulgados pela microsoft destacam o Poli-
sobretudo como uma oportunidade de enri-
técnico do Porto entre as 20 principais refe-
quecimento. É neste sentido que os progra-
rências mundiais em computação embebida
mas das 11 licenciaturas, 10 mestrados e 7
e de tempo-real. A nível europeu, o CisTEr
pós-graduações foram concebidos.
está no top 3.
Acreditamos numa visão, onde o ensino superior público é um motor de mobilidade
social e desenvolvimento sustentável do país.
LAbCARgA APOIA
CAPTAçãO DE ÁgUA EM
MAPUTO
o Laboratório de Cartografia e Geologia Apli-
Em ciência e tecnologia, a avaliação da investigação é cada vez mais baseada no impacto
real causado pelo conhecimento efetivamente produzido do que pela quantidade ou canal em que os resultados são publicados.
ACADEMIACISCO.ISEP
COM NOVAS VALÊNCIAS
cada (LABCArGA) está envolvido num projeto
água – um eixo estratégico para o desenvolvi-
cados, o microsoft Academic search mede a
Em 2007, o isEP lançou a primeira Academia
mento do país africano.
qualidade da investigação com base no im-
técnico-científico em moçambique, que pre-
Considerando que a avaliação deve julgar
tende abrir caminho a futuras captações de
também a qualidade dos resultados publi-
Cisco da cidade do Porto. Em 2012, a Acade-
pacto de citações a nível dos investigadores
miaCisco.isEP volta a destacar-se ao tornar-se
Desenvolvido em parceria com a TArH, oCsA
no primeiro centro que é simultaneamente
– Prospecciones y Estudios e a sociedade das
academia, centro de apoio nacional (Acad-
Águas de moçambique, o projeto compreen-
Atendendo aos últimos cinco anos, o iPP
emy support Center) e também centro de
formação de instrutores no país (instructor
Training Center).
de a realização de estudos cartográficos, ge-
figura entre o top-20 a nível mundial, estan-
ológico-estruturais e hidrogeomorfológicos
do entre as três principais referências a nível
em áreas-chave para a prospeção e pesquisa
europeu em computação embebida e de
individuais e das instituições.
bREvEs
tempo-real. Tudo isto, numa listagem que
da impactos ambientais, conforme apontou
da Quasibit, Dércia silva, também diplomada
inclui mais de duas mil instituições de ensino
Eduardo silva, professor do isEP.
pelo isEP”.
A diversidade de projetos passa também por
Este empreendedor considera que “num país
áreas como a engenharia química (explora-
pequeno é essencial apostar na inovação e
o ranking é liderado por dez gigantes dos
ção de potencialidades das algas; estudos
em produtos de excelência” e recorda a pas-
EUA, incluindo Berkeley, miT, stanford, CmU,
de segurança alimentar), engenharia geotéc-
sagem pelo isEP como bastante enriquece-
seguindo-se o Politécnico do Porto em 12º
nica e geoambiente (defesa e conservação
dora.
lugar e à frente de inúmeras instituições de
da costa), além das valências transversais da
prestígio igualmente reconhecido.
engenharia mecânica e da engenharia eletro-
Empreendedores isEP | www.facebook.com/
técnica que podem alavancar sucessos nas
engenhariaisEP/app_186981981345123
superior e centros de investigação de todo o
mundo.
indústrias naval, conserveira ou energética.
organizado por dois parceiros do isEP – oceano XXi e a Associação Empresarial de Portugal (AEP) – o Fórum do mar projeta oportunidades associadas à economia do mar.
EMPREENDEDORES ISEP
A educação para o empreendedorismo está
em crescendo pela Europa e no isEP esta é
não só uma aposta estratégica como uma realidade já bem estabelecida.
Para divulgar casos de sucesso, o isEP lançou
a rubrica Empreendedores isEP, onde divulga
MESTRE DEg
AgRACIADO COM
MENçãO hONROSA AP3E
alunos, diplomados ou colaboradores que
ISEP NO FÓRUM DO MAR
criaram negócios, lançaram novos produtos
mestre do Departamento de Engenharia Geo-
e serviços.
técnica (DEG), Carlos Alberto Correia foi agraciado com uma menção honrosa do Prémio
os primeiros modelos foram Hélder Fernan-
AP3E de Engenharia de Explosivos 2011. A
o instituto superior de Engenharia do Porto
des (ViGiE solutions), João Vieira Pinto (JoCo-
distinção da Associação Portuguesa de Estu-
esteve novamente no Fórum do mar, que se
Pi), José P. Airosa (Bluekora), Paulo ramalho
dos e Engenharia de Explosivos (AP3E) vem
realizou em matosinhos, no início de maio.
(Quimauto) e ricardo Lucas (riLUC Enginee-
reconhecer a qualidade do estudo sobre o
Esta segunda presença voltou a servir para
red Furniture). Este ano apresentamos já mais
tema “Desmonte de rocha com Explosivos:
divulgar valências da inovação tecnológica ao
dois, António silva (Noniussoft) e Nuno Freitas
importância da otimização”.
serviço das empresas.
(Quasibit).
Considerando o mar como um elemento dis-
Engenheiro eletrotécnico e CEo da Nonius,
pretende incentivar a produção de trabalhos
tintivo da matriz cultural portuguesa e um
António silva decidiu criar a empresa em
académicos na área da engenharia dos explo-
espaço onde Portugal se pode afirmar cien-
2004, aproveitando um concurso de ideias da
sivos e reconhecer a excelência de resultados.
tífica e tecnologicamente, o isEP apresentou
Agência de inovação (Adi). Para António silva,
alguns projetos em desenvolvimento.
«os professores podem ser referências inspira-
Na presente edição, o júri composto por re-
doras, desafiando e estimulando os alunos a
ferências da área, incluindo elementos das
A título de exemplo, na área da robótica e
definir objetivos, crescer e melhorar» e relem-
universidades do Porto, Coimbra e Técnica de
sistemas autónomos, o isEP está a trabalhar
bra que no isEP passou «períodos de grande
Lisboa, da ordem dos Engenheiros e das em-
para fomentar sucessos da aquacultura em
estimulação intelectual».
presas solusel, Adifer e oriCA mining services
o Prémio AP3E de Engenharia dos Explosivos
alto mar.
Portugal, distinguiu o mestre em engenharia
A Nonius exporta tecnologia para mais de 30
geotécnica e geoambiente do isEP com uma
“É importante o aumento da tecnologia para
países, sendo reconhecida como uma PmE
menção honrosa.
melhorar a qualidade do pescado, subir a
tecnológica portuguesa com grande poten-
rentabilidade e reduzir o impacto ambien-
cial de crescimento.
tal” desta atividade, defendeu recentemente
Engenheiro geotécnico, Carlos Alberto Correia é atualmente quadro da empresa mota-
Eduardo silva, coordenador do iNEsC TEC –
Nuno Freitas concluiu o curso de Engenharia
-Engil e recebeu a distinção na cerimónia de
Unidade de robótica e sistemas inteligentes,
informática em 2007. o cofundador e gestor
entrega dos prémios, realizada em maio, no
Pólo isEP.
da Quasibit associa o lançamento da empresa
Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
ao “desejo de ser autónomo e levar a cabo as
os sistemas desenvolvidos pelo grupo de in-
minhas ideias de negócio”, tendo beneficiado
Este projeto ligado à geotecnia de maciços
vestigação “têm a exatidão e precisão exigida
da experiência profissional no estrangeiro e
rochosos e georrecursos foi orientado pelo
para este tipo de produção”, reduzindo ain-
do “apoio e empenho da outra cofundadora
docente do DEG, José Augusto Fernandes.
25
26
bREvEs
De acordo com os autores, «aborda-se ainda,
Paralelamente, Filipe rêgo ainda otimizou
de uma forma genérica, os comandos mais
outros sistemas de testes e ensaios, possibi-
utilizados na programação dos autómatos
litando uma redução significativa do tempo
programáveis (PLCs), não esquecendo o tra-
necessário às operações.
tamento de sinais, quer estes sejam discretos
ou contínuos (processamento de sinais analó-
o relatório de estágio foi avaliado em 20 valo-
gicos)», entre outros aspetos.
res, tendo o desempenho global sido enaltecido pelo representante da Bosch Termotec-
o livro é dividido em dez capítulos, apresen-
nologia.
tando o conceito de automação e evolução
gECAD EM gRANDE
DESTAqUE NA 17ª
EDIçãO DO PRÉMIO REN
histórica, sistemas de numeração e de codi-
o curso em Engenharia de instrumentação e
ficação, circuitos lógicos, estrutura de um
metrologia forma profissionais competentes
autómato, dispositivos de entrada e saída,
para gerir laboratórios e sistemas de medição
sistemas analógicos, linguagem estruturada
e controlo da incerteza em áreas que vão da
– método de Grafcet e linguagem de progra-
medicina à indústria.
o investigador do Grupo de investigação em
mação Ladder.
Engenharia do Conhecimento e Apoio a Decisão (GECAD), Tiago Pinto, recebeu o segundo
prémio rEN, no valor de seis mil e quinhentos
Automação integrada encontra-se já disponível através da editora Publindustria.
euros, pelo seu trabalho «Adaptive Learning
in Agents Behaviour: A Framework for Electricity markets simulation».
o Prémio das redes Energéticas Nacionais distinguiu ainda com uma menção honrosa o investigador GECAD, João soares, pelo seu projeto «modified Particle swarm optimization
for Day-Ahead Distributed Energy resources
scheduling including Vehicle-to-Grid».
Ambos os projetos foram orientados por Zita
Vale, diretora do grupo de investigação do
isEP, e coorientados por Fátima rodrigues e
Hugo morais.
Anteriormente, Tiago Pinto e João soares tinham já sido agradecidos com os certificados
de mérito de publicação científica do iPP. Esta
distinção reconheceu o contributo de ambos
os investigadores para o aumento da excel-
lence rate do iPP em rankings mundiais.
AUTOMAçãO
INTEgRADA
Automação integrada é o novo livro publicado por Adriano santos e António Ferreira
da silva, docentes do Departamento de Engenharia mecânica. A obra, que resulta dos
vários anos de ensino na área de automação,
destina-se a profissionais e estudantes das
áreas da engenharia mecânica, eletrotécnica
e automação industrial.
A ENgENhARIA DE
INSTRUMENTAçãO
E METROLOgIA
COMO INDICADOR DE
INOVAçãO
Projeto de curso em Engenharia de instru-
MAChININg OF
FIbER REINFORCED
COMPOSITES
mentação e metrologia desenvolvido em
Luís Durão, docente do DEm e diretor do
ambiente empresarial avançou solução que
Centro de investigação e Desenvolvimento
permitiu uma poupança na ordem dos 70 mil
em Engenharia mecânica (CiDEm), é um dos
euros. Esta oferta formativa do isEP, ímpar a
autores do livro Fiber reinforced Composites,
nível nacional, incide nas áreas da calibragem
e medição da incerteza.
lançado recentemente pela norte-americana
Nova science Publishers.
Filipe silva rêgo, estudante da licenciatura
Esta área da engenharia reveste-se de um
em Engenharia de instrumentação e metro-
especial interesse, porque a construção de
logia realizou o seu estágio académico na
estruturas em materiais compósitos permite
Bosch Termotecnologia, em Aveiro, onde foi
poupanças consideráveis de peso, tornando-
desafiado a recuperar uma banca de ensaio
-os particularmente atrativos para as indús-
de esquentadores e caldeiras inoperacional e
trias ligadas à aviação civil e militar, auto-
prevista para desmantelamento.
móvel, transportes ferroviários e construção
naval. Veículos mais leves consomem menos
“Neste livro são apresentadas algumas das
o trabalho de estágio realizado no laboratório
combustível, como evidenciam os mais re-
metodologias de modelação de sistemas de
de desenvolvimento da Bosch compreendeu
centes aviões comerciais da Airbus e Boeing.
automação, recorrendo, sempre que possível, a
o levantamento e gestão de dados, através de
exemplos de caráter industrial, suportados por
LabViEW, tendo o diplomado isEP apresenta-
o diretor do CiDEm é responsável pelo ca-
software de simulação do hardware e dos processos, de forma a tornar mais simples e atrativo
o seu desenvolvimento e compreensão”.
do uma solução que permitiu recuperar inte-
pítulo 13, «machining of Fiber reinforced
gralmente a banca de ensaio. Esta opção per-
Composites», onde expõe as técnicas e con-
mitiu uma poupança estimada de 70 mil euros.
sequências em termos de dano da operação
bREvEs
de furação em materiais compósitos de ma-
seu conhecimento e desenvolver novas aplica-
A obra recebeu o Prémio para melhor inves-
triz polimérica.
ções. É um trabalho que tem tido já repercus-
tigação da Universidade de Deusto – Grupo
sões a nível internacional”, refere Tomás Alber-
santander.
Ao longo do capítulo, são igualmente aborda-
garia, investigador responsável pelo projeto.
dos os modelos analíticos de dano, os métodos de análise não destrutiva da sua extensão
Em termos científicos, o trabalho desenvolvi-
e os ensaios mais habitualmente utilizados
do no isEP já possibilitou o estabelecimento
para análise das consequências deste tipo de
de parcerias, nomeadamente com a Uni-
dano na resistência estrutural das peças.
versidade Autónoma de Barcelona e com a
Universidade de Aahrus, que têm permitido a
partilha de conhecimentos.
A remediação de solos é uma das áreas de especialidade do GrAQ.
CARROS ELÉTRICOS
Carros Elétricos é outro livro recentemente
publicado por um docente isEP. Apresentada
como “a primeira obra abrangente dedicada
gRAq APRESENTA
SOLUçãO INOVADORA
DE bIORREMEDIAçãO
o Grupo de reações e Análises Químicas
(GrAQ) apresentou no Brasil um estudo que
aponta soluções de biorremediação de solos
contaminados. realça-se a urgência de Portu-
USINg REMOTE LAbS
IN EDUCATION
aos carros elétricos” em Portugal, este livro
outra obra recentemente publicada é Using
versidade do minho.
remote Labs in Education: Two Little Ducks
in remote Experimentation. Lançado para
promover o uso de laboratórios remotos no
processo de ensino-aprendizagem, o livro
conta com a participação de Gustavo Alves,
docente do DEE e corresponsável pelo projeto PhysicsLabFArm.
como a Bélgica ou Holanda.
os solos contaminados com gasolina e derivados do petróleo – resultante da instalação
de reservatórios nos postos de abastecimento de combustíveis – representam uma das
maiores causas de contaminação de solos
em todo o mundo. A presença destes conta-
senvolvido por Francisco Brito, docente do
DEm, em parceria com Jorge martins, da Uni-
o livro aproveita a experiência dos autores na
área da mobilidade elétrica e uma vasta base
de dados, com mais de um milhar de modelos,
para propor uma obra ilustrada e minuciosa,
previamente inexistente no mercado.
Carros Elétricos “pretende ilustrar a história
gal tomar medidas para a proteção dos solos,
à semelhança do que acontece em países
“exaustivo e visualmente chamativo”, foi de-
Using remote Labs in Education apresenta
o estado da arte dos laboratórios remotos e
evidencia exemplos práticos das suas potencialidades para estudantes e professores do
ensino superior. o livro pretende demonstrar
que este novo paradigma é já uma realidade
globalizada, estando presente em todos os
cantos do mundo, da Austrália à suécia, da
Argentina ao Uganda, passando pelo isEP.
dos veículos elétricos, desde a altura em que
surgiram e se tornaram líderes de mercado (no
virar do século XiX para o XX), até aos nossos
dias, em que parece terem ganho um novo
«fôlego», com os grandes construtores a lançarem modelos elétricos”, comenta o docente
do isEP.
Esta obra abrange veículos utilitários, comerciais, de competição e superdesportivos, sen-
minantes pode afetar a vegetação e a água
subterrânea, criando um risco para os animais
Acima de tudo, reflete o compromisso de um
do que “as possibilidades que este tipo de
(que dela se alimentam) e, por via indireta,
número considerável de pessoas que têm
motorização pode proporcionar aparecem em
para os seres humanos.
unido esforços para desenvolver, implantar e
todo o seu esplendor no capítulo referente aos
promover os laboratórios remotos como um
concept cars”.
o estudo do GrAQ, recentemente apresenta-
recurso ímpar na formação.
os autores dedicaram ainda um capítulo aos
do, combina duas das tecnologias mais utilizadas para a remediação de solos contamina-
Editado por Gustavo Alves, juntamente com
veículos elétricos desenvolvidos em Portugal,
dos com compostos petrolíferos – a extração
Javier Garcia-Zubía, docente da Universidade
destacando as iniciativas muito relevantes nes-
de vapor (EV) e a biorremediação (Br) –, ava-
de Deusto (Espanha), o livro tem prefácio de
te campo no país, como é exemplo o progra-
liando a eficiência e a viabilidade de ambas.
susan Zvacek, Universidade do Kansas (EUA),
ma moBi-e, em fase de internacionalização.
e salienta a importância das experiências prá“Temos vindo a trabalhar com diversas tecno-
ticas, do trabalho de laboratório e dos labora-
Esta obra foi também editada pela Publindús-
logias de remediação, de modo a aumentar o
tórios remotos nos programas de engenharia.
tria.
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pROvAs DE DOUTORAmENTO
INTEgRAçãO DE ANÁLISE DO VALOR
NO PROCESSO DE CONFIgURAçãO DE
EMPRESAS ÁgEIS/VIRTUAIS
Com a crescente globalização dos mercados é fundamental as empresas apostarem na inovação, competitividade e excelência. No âmbito
deste trabalho de doutoramento é proposta a integração da análise
do valor (AV) no processo de configuração de empresas ágeis/virtuais
(E A/V), com o objetivo de demonstrar que esta incorpora mais valias
qualitativas e quantitativas em todo o processo global da seleção de
recursos.
Foi desenvolvido um modelo rigoroso e abrangente de integração da
AV na etapa de negociação indireta da fase de pré-seleção de recursos,
de modo a aferir a sua aplicabilidade e seus potenciais benefícios nas
E A/V.
Foi efetuado um estudo empírico em empresas, de forma a reforçar a
validação dos pressupostos do modelo com dados reais.
Com as simulações efetuadas pelo demonstrador, conseguiu-se validar
que a aplicação do modelo conduz a um sistema final de recursos selecionados, em que se obtém uma série de vantagens, nomeadamente:
» maior valor do sistema de recursos selecionado, assegurando
que todos os recursos obtêm um valor positivo nos sistemas
considerados;
» maior eficiência do processo de seleção de recursos com redução do tempo de processamento da seleção;
» maior eficácia do processo de seleção de recursos, com um
maior domínio de tarefas processadas para o mesmo número
de recursos candidatos;
» Desenvolvimento de uma abordagem sistemática e organizada para o processo de pré-seleção;
» Abrangência do modelo, consoante as especificidades de cada
projeto de E A/V.
Nome
António manuel Pires
Área Científica
Engenharia industrial e de sistemas
Orientador
Professor doutor Goran Putnik (Um)
Professor doutor Paulo Ávila (isEP)
Instituição de Ensino
Universidade do minho
Data da Prova
março 2012
pROvAs DE DOUTORAmENTO
ASSINATURA DIgITAL DE
AEROgERADORES
os custos com a manutenção das turbinas dos parques eólicos assumem um peso importante na exploração dos parques. os operadores
dos parques eólicos tendem a explorar os seus parques de forma mais
económica, com o objetivo de aumentar os lucros. Nesse sentido, necessitam de técnicas de planeamento da manutenção que levem a
uma efetiva redução dos custos de exploração, em comparação com
as técnicas de manutenção usuais.
o trabalho de investigação realizado analisou a problemática das avarias associadas a dois equipamentos importantes dos aerogeradores,
nomeadamente a caixa de engrenagens e ao gerador elétrico, que devido à necessidade de equipamentos essenciais para as reparações e
aos consequentes custos envolvidos, necessitam ser monitorizados de
forma a ser possível a previsão de avarias graves.
o método de deteção de avarias desenvolvido faz uso das medidas
obtidas pelo sistema sCADA do parque, não havendo necessidade de
instalação de qualquer outro equipamento de medida, o que faz da
ferramenta desenvolvida uma inovação no setor, permitindo aos operadores e promotores de parques eólicos a obtenção de informação
importante sobre o funcionamento de equipamentos críticos, sem necessidade de realizar investimentos avultados.
os resultados obtidos pelo método de deteção de avarias desenvolvido, baseado na aplicação de redes neuronais, e aplicado aos aerogeradores de um parque eólico do norte do país, provam que é possível fazer uma deteção antecipada de avarias, podendo assim planear
atempadamente os programas de manutenção a efetuar.
o trabalho foi desenvolvido em parceria com a empresa EDP renováveis, que forneceu todos os dados do parque eólico que serviu de base
de estudo e irá ser apresentado aos diversos promotores de parques
eólicos portugueses.
AVALIAçãO DA SEgURANçA DAS
ESPÉCIES DE PEIxE MAIS CONSUMIDAS
EM PORTUgAL NO qUE SE REFERE
AOS TEORES DE hIDROCARbONETOS
AROMÁTICOS POLICíCLICOS
o valor biológico das proteínas do peixe, associado ao teor considerável em ácidos gordos polinsaturados de cadeia longa, do tipo ómega-3,
e à presença de diversos sais minerais, tornam o pescado um alimento
de elevado valor nutritivo. o reconhecimento deste facto, a nível mundial, tem levado a um aumento do consumo dos produtos da pesca.
Existem diversos tipos de poluição marinha, quer de origem antropogénica, quer de origem natural. Existe, atualmente, um grande interesse no estudo da contaminação da cadeia alimentar com contaminantes orgânicos industriais ou co-produtos da atividade industrial.
De entre estes poluentes, os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos
(PAH) podem ter um impacto direto na saúde humana, devido às suas
propriedades mutagénicas e/ou carcinogénicas.
Esta dissertação teve como objetivos principais o desenvolvimento e
validação de metodologias de extração dos PAH e a avaliação da contaminação por estes poluentes orgânicos de três espécies de peixe, a
sardinha (sardina pilchardus), a cavala (scomber japonicus) e o carapau
(Trachurus trachurus). Dada a sua importância na dieta dos portugueses (espécies largamente consumidas e muito apreciadas pela população) incluiu-se também a caraterização da fração lipídica, nomeadamente da composição em ácidos gordos.
Estes métodos analíticos foram aplicados a uma grande quantidade de
amostras (853) recolhidas ao longo do tempo, tendo sido avaliado o risco para a população Portuguesa do consumo destas espécies de peixe.
o estudo realizado sugere que os teores e o tipo de PAH presentes nos
tecidos edíveis das espécies analisadas não representam um risco para
a saúde humana, sendo o consumo destas espécies recomendado.
Nome
roque Filipe mesquita Brandão
Nome
maria João ramalhosa
Área Científica
Engenharia Eletrotécnica e de Computadores
Área Científica
Ciências Farmacêuticas, especialidade em Química Analítica
Orientador
Professor doutor Fernando maciel Barbosa (UP)
Professor doutor José Beleza Carvalho (isEP)
Orientador
Professora doutora maria Beatriz Prior Pinto oliveira (UP)
Professora doutora Cristina Delerue matos (isEP)
Professora doutora simone Barreira morais (isEP)
Instituição de Ensino
Universidade do Porto
Data da Prova
Janeiro 2012
Instituição de Ensino
Universidade do Porto
Data da Prova
Dezembro 2011
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pROvAs DE DOUTORAmENTO
SEMANTIC AND PRAgMATIC
ChARACTERIZATION OF LEARNINg
ObjECTS
INFLUÊNCIA DA RESPONSAbILIDADE
SOCIAL DAS ORgANIZAçÕES PARA O
SEU SUCESSO SUSTENTÁVEL
recorrendo a uma plataforma de repositório comum, o objetivo princi-
Num mundo caracterizado pela mobilidade e acesso à informação,
pal deste trabalho de doutoramento foi mostrar como funcionalidades
pelo âmbito global de questões ambientais, de saúde, de combate à
avançadas que consideram a semântica e a pragmática de recursos
pobreza, de interdependência económica e financeira e por exigências
educativos podem ser concretizadas.
crescentes de diversas partes interessadas para que as organizações
atuem de uma forma socialmente mais transparente e responsável,
Esta tese apresenta contribuições para a área de repositórios de ob-
aumenta a necessidade de procurar de uma forma simultânea o cres-
jetos educativos, que podem melhorar a representação dos materiais
cimento económico, o progresso e a equidade social e o respeito pelo
de aprendizagem e o seu processamento em repositórios, e, portanto:
meio ambiente.
» Propõe um modelo para caracterizar semântica e pragmaticamente recursos educativos;
Esta tese investiga a influência da responsabilidade social das organizações para o seu sucesso sustentável e após sistematizar os suportes
teóricos da responsabilidade social, propõe um modelo conceptual
» Proporciona orientações metodológicas para a obtenção se-
para explicar esta relação. o modelo é testado através de entrevistas
miautomática de alguns aspetos-chave de materiais de apren-
exploratórias, de um questionário administrado pela internet a gesto-
dizagem que estão incluídos na especificação de metadados
res de organizações portuguesas e da consulta a especialistas do meio
iEEE Lom;
empresarial, recorrendo a métodos quantitativos e qualitativos.
» Delineia como o conhecimento pode ser considerado, e tam-
Do ponto de vista teórico, as conclusões demonstram que de acordo
bém propõe passos metodológicos para a sua aquisição, com
com um número significativo de gestores portugueses, a satisfação
ênfase na reutilização de ontologias;
dos stakeholders é significativamente mais elevada quando um pro-
» Como os objetos educativos estão fortemente relacionados
com a prática educativa, e a informação pedagógica não deve
ser ignorada, propõe-se o uso de uma descrição relacionada
com a utilização prática dos mesmos e expressa em concordância com uma especificação que permite a modelação de
atividades educativas;
» sugere como captar as opiniões dos utilizadores sobre os re-
grama de responsabilidade social é implementado e a satisfação dos
stakeholders é relevante para o sucesso sustentável das organizações,
tal como sugerido pela Teoria dos stakeholders de Freeman (1984). Do
ponto de vista prático, os resultados destacam a importância da satisfação de stakeholders tais como acionistas, empregados, parceiros/
fornecedores e clientes para o sucesso sustentável das organizações.
Conclui-se ainda que estes estudos devem ter em consideração aspetos tais como sectores de atividade, natureza, ou dimensão e antiguidade das organizações e as funções desempenhadas pelos gestores.
cursos através da sua marcação numa abordagem pragmática.
Esta abordagem pode ser usada com finalidades distintas: fornecer feedback aos utilizadores sobre os recursos que submeteram anteriormente, ou mesmo sugerir quais os recursos que
podem necessitar de uma revisão mais detalhada.
Para sustentar a abordagem proposta, as funcionalidades relacionadas
foram implementadas num protótipo funcional que utiliza as especificações consideradas relevantes.
Nome
isabel de Fátima silva Azevedo
Nome
Luis miguel Ciravegna martins da Fonseca
Área Científica
Engenharia informática
Área Científica
Gestão – especialidade de Gestão Global, Estratégia e Desenvolvimento
Empresarial
Orientador
Professor doutor Eurico Carrapatoso (UP)
Professor doutor Carlos Vaz de Carvalho (isEP)
Instituição de Ensino
Universidade do Porto
Data da Prova
Fevereiro 2012
Orientador
Professor doutor Amílcar selores ramos (isCTE-iUL)
Professor doutor Álvaro Augusto da rosa (isCTE-iUL)
Instituição de Ensino
instituto Universitário de Lisboa
Data da Prova
Abril 2012
pROvAs DE DOUTORAmENTO
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