Êxodo: O Resgate # 29
Os Artesãos - Êxodo 31 e 35
OS ARTESÃOS | Êxodo 31 e 35
Lições sobre a profissão do povo de Deus
Êxodo 31.1-11
1
Disse então o Senhor a Moisés: 2 “Eu escolhi Bezalel, filho de Uri, filho
de Hur, da tribo de Judá, 3 e o enchi do Espírito de Deus, dando-lhe
destreza, habilidade e plena capacidade artística 4 para desenhar e
executar trabalhos em ouro, prata e bronze, 5 para talhar e esculpir
pedras, para entalhar madeira e executar todo tipo de obra artesanal. 6
Além disso, designei Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã, para
auxiliá-lo. Também capacitei todos os artesãos para que executem tudo o
que lhe ordenei: 7 a Tenda do Encontro, a arca da aliança e a tampa que
está sobre ela, e todos os outros utensílios da tenda - 8 a mesa com os
seus utensílios, o candelabro de ouro puro e os seus utensílios, o altar do
incenso, 9 o altar do holocausto com os seus utensílios, a bacia com a
sua base - 10 as vestes litúrgicas, tanto as vestes sagradas para Arão, o
sacerdote, como as vestes para os seus filhos, quando servirem como
sacerdotes, 11 e o óleo para as unções e o incenso aromático para o Lugar
Santo. Tudo deve ser feito exatamente como eu lhe ordenei”.
CARGA HORÁRIA DE TRABALHO
Se nós trabalharmos 40 horas por semana, por 40 anos de nossas
vidas, isso significa que empregaremos mais do que 80 mil horas no
emprego durante a vida toda. Isso sem contar as horas extras, o tempo
desperdiçado em deslocamento, as horas empregadas nos anos
escolares, os cursos profissionalizantes, etc. Veja por outro anglo…
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a
média de vida do brasileiro é de 71,3 anos. Desses anos de vida, 35 anos
em média são empregados no trabalho e 24 anos são dedicados ao sono.
Isso mesmo, nós gastamos cerca de 35 anos de nossas vidas trabalhando,
mais 16 anos em média estudando (da pré-escola até a faculdade), mais 7
anos em média de faculdade e pós-graduação, totalizando 58 anos de
estudos e de trabalhos, e só 24 anos de sono!
Pense bem: a média de vida é de 71 anos, a carga horária de
estudos e de trabalho é de 58 anos, e o tempo de sono é de 24 anos. Fez
as contas? 71-58=13. 13-24=-11. Ficou negativo! Cadê, por exemplo, os
anos da infância e da juventude? E os anos de lazer, com a família, etc.?
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Claro que grande parte dos anos da infância, da juventude, dos
estudos, do trabalho e outros coincidem, e a conta, no final, fecha.
Colocamos a questão dessa forma apenas para destacar que os melhores
anos de nossas vidas são empregados nos estudos e no trabalho.
DEUS E O TRABALHO
Pensar sobre o trabalho, portanto, e o propósito de Deus para ele é
de vital importância para o povo do Senhor.
Recentemente, a editora FIEL lançou um livro excelente e que
julgo ser indispensável para todos os cristãos: “Evangelho no Trabalho:
servindo a Cristo em sua profissão com um novo propósito”, de
Sebastian Traeger e Greg Gilbert. Leia e releia. Devore este livro.
Compre pro seu filho.
David Platt (presidente da IMB - International Mission Board, a
Junta de Missões Mundiais dos Batistas Americanos), no prefácio do
livro comentou algo bastante apropriado. Ele disse que
Uma das nossas maiores necessidades na igreja é uma compreensão de
como o trabalho diário, de acordo com a Palavra de Deus, está ligado ao
supremo propósito de Deus no mundo. Na igreja, nós precisamos
desesperadamente perceber como o próprio Deus se deleita no trabalho, e
como o próprio Deus designou o nosso trabalho por meio de sua graça, para
o nosso bem e para a glória dele.
Deus e o trabalho, o Senhor e a nossa profissão é um tema
inseparável e que merece cuidadosa e constante reflexão.
OS ARTESÃOS | Êxodo 31 e 35
Lições sobre a profissão do povo de Deus
Inserida no Êxodo está, e, infelizmente, tantas vezes passa
desapercebida, a história dos profissionais que trabalharam na
construção do tabernáculo, na confecção das roupas sacerdotais e na
fabricação dos utensílios sagrados. É a história de Bezalel, Aoliabe e dos
demais artesãos.
A vida e a obra desses profissionais (Êx 31.1-11; 35.30-35) nos
ensinam muito sobre como Deus vê o trabalho e como nós, povo de
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Deus, deveríamos encará-lo. Hoje à noite, convido vocês para
explorarmos juntos esse fascinante episódio, extraindo ensinamentos
sobre a profissão que Deus deu a cada um de nós para exercer.
Destacaremos três lições: 1) A valorização do trabalho; 2) A
função do trabalho; e 3) A capacitação para o trabalho.
1. A valorização do trabalho
A Bíblia não só tem muito a dizer sobre o trabalho, como também
apresenta algumas descrições detalhadas de alguns profissionais e das
suas funções. É o caso, por exemplo, de Bezalel e Aoliabe. Veja, de novo:
Êx 31.1-6 | 1 Disse então o Senhor a Moisés: 2 “Eu escolhi Bezalel, filho
de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, 3 e o enchi do Espírito de Deus,
dando-lhe destreza, habilidade e plena capacidade artística 4 para
desenhar e executar trabalhos em ouro, prata e bronze, 5 para talhar e
esculpir pedras, para entalhar madeira e executar todo tipo de obra
artesanal. 6 Além disso, designei Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de
Dã, para auxiliá-lo.
Quem foi Bezalel?
Bezalel não é tão conhecido como, por exemplo, Moisés, Isaías e
Paulo, mas a sua importância como um modelo de profissional da arte é
reconhecida pela tradição judaica. Tanto que, há em Israel um “Museu
Bezalel de Belas Artes”.
Bezalel era neto de Hur (Êx 35.30), aquele que, juntamente com
Arão, manteve erguidas as mãos de Moisés na vitoriosa batalha contra
os amalequitas (Êx 17.8-13). Ele e Arão também eram os principais
auxiliares de Moisés (Êx 24.14). A tradição judaica acredita que Hur
era casado com Miriam, a irmã de Moisés, o que o tornaria cunhado de
Moisés, e Moisés o tio-avô de Bezalel.
O contexto do trabalho de Bezalel
Após Deus libertar o seu povo do Egito (Êx 1-18), ele mesmo firma
um pacto com eles no monte Sinai, entregando-lhes as leis e os estatutos
(Êx 19-24). Agora, como filhos adotados, o Senhor mesmo habitaria
entre eles, daí a construção do tabernáculo (Êx 25-31; 35-40).
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O símbolo da presença de Deus, o tabernáculo, não poderia ser
construído de qualquer maneira, pois haveria de revelar a santidade e a
gloriosa majestade de Deus entre o seu povo.
É nesse contexto que Deus informa a Moisés de sua escolha e de
sua capacitação a Bezalel, ao seu auxiliar Aoliabe e aos demais artesãos
para trabalharem na obra (Êx 31.1-11). Mais tarde, quando Moisés
recontou ao povo o que Deus tinha dito, ele destacou:
Êx 35.30 a 36.2 | 30 Disse então Moisés aos israelitas: “O Senhor escolheu
Bezalel, filho de Uri, neto de Hur, da tribo de Judá, 31 e o encheu do Espírito
de Deus, dando-lhe destreza, habilidade e plena capacidade artística, 32 para
desenhar e executar trabalhos em ouro, prata e bronze, 33 para talhar e
lapidar pedras e entalhar madeira para todo tipo de obra artesanal. 34 E
concedeu tanto a ele como a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã, a
habilidade de ensinar os outros. 35 A todos esses deu capacidade para realizar
todo tipo de obra como artesãos, projetistas, bordadores de linho fino e de fios
de tecidos azul, roxo e vermelho, e como tecelões. Eram capazes de projetar e
executar qualquer trabalho artesanal. 36.1 “Assim Bezalel, Aoliabe e todos os
homens capazes, a quem o Senhor concedeu destreza e habilidade para
fazerem toda a obra de construção do santuário, realizarão a obra como o
Senhor ordenou”. 2 Então Moisés chamou Bezalel e Aoliabe e todos os homens
capazes a quem o Senhor dera habilidade e que estavam dispostos a vir
realizar a obra.
A primeira lição dessa passagem é o valor que Deus dá ao trabalho.
Na história da redenção, na hora de edificar o símbolo da presença
de Deus entre o seu povo, quando ele quis revelar a sua santidade, a sua
majestade e a sua glória, Deus não usou anjos, mas trabalhadores
capacitados, tais como: artesãos, projetistas, costureiros, bordadores,
construtores e outros.
O Senhor valoriza o nosso trabalho.
Para cada plano seu, do menor ao maior detalhes, ele capacita um
de nós para o planejamento e para a execução. Não precisamos saber
tudo nem fazer tudo, aliás, Bezalel não estava sozinho, mas, para aquilo
que ele, o Senhor, nos designa, ele nos capacita, valorizando a nossa
mão de obra. O fato de Deus valorizar o trabalho deveria nos fazer olhar
de forma diferente para o trabalho e agir de forma honrosa na profissão
que exercemos.
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2. A função do trabalho
Podemos ver no tabernáculo de Deus um “desenho artístico”, uma
arquitetura singular, cuidadosamente pensada e informada por Deus
(Êx 25-31); depois, diligentemente projetada e executada pelas pessoas
que Deus mesmo capacitou (Êx 35-40).
Deus não queria ser adorado ao ar livre. Adoração na natureza,
fosse ela à sombra de árvores frondosas ou nos altos das
montanhas, era prática pagã, e, por isso, proibida (Dt 12.2-5).
O Senhor também não queria ser adorado numa tenda qualquer.
Ao contrário, os israelitas deveriam fazer tudo como “obra de
artista” (Êx 26.1, ARA), com materiais de qualidade (Êx 25).
Glória e beleza
Por que tudo isso? Por que tanto capricho, tanto cuidado, tanto
valor e tanta preocupação com a estética? O Senhor mesmo respondeu,
enquanto instruía a Moisés, dizendo que tudo era “para glória e
ornamento [beleza]” (Êx 28.2, 39, ARA).
Todo trabalho que nós realizamos tem como função principal fazer
resplandecer a glória de Deus aqui na terra como ela é no céu (Cf. Êx
24.10). Portanto, tudo o que fazemos, o produto do nosso trabalho, tem
que produzir, de alguma forma, glória e beleza.
Quando o nosso trabalho produz glória (reflete atributos de Deus) e beleza (exala a
sua perfeição), nós comunicamos amor por Deus, pois é feito com esmero e com
disposição (Êx 36.1-2).
Quando o nosso trabalho produz glória e beleza, nós comunicamos amor pelo
próximo, pois proporciona deleite e benefício, prazer e satisfação.
Como é bom solicitar o serviço de alguém, em qualquer área de
necessidade, e ser servido com o melhor daquele profissional (com
glória e beleza)! A gente sai feliz e realizado, a gente sai louvando.
Bom também é perceber que o produto do nosso trabalho, a glória e a
beleza que nós produzimos com as nossas mãos, abençoou outras
pessoas. A gente se sente feliz e realizado, a gente fica louvando.
A função do nosso trabalho é glorificar a Deus, refletindo o seu
caráter naquilo que fazemos, e servindo com amor (abençoando)
aqueles para quem trabalhamos.
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Imaginem como não deveria ser prazeroso para aquele povo ter
um lugar como aquele tabernáculo, no meio do deserto, para ter um
tempo de encontro com Deus! As obras das mãos de Bezalel, de Aoliabe
e dos demais artesãos não só glorificavam a Deus, como também
abençoavam o povo do deserto. Esse, afinal, era o propósito do
tabernáculo (Êx 25.8-9).
O fruto do trabalho
Em sua bondade, Deus ainda nos permite usufruir o fruto do nosso
trabalho. Bezalel, Aoliabe e todos os artesãos com eles, receberam a
paga e o sustento pelo trabalho que realizaram no tabernáculo. Afinal, o
mesmo Moisés que descreveu a obra do deserto também escreveu o que
está mais adiante no Pentateuco, onde se lê:
Dt 8.17-18 | 17 Não digam, pois, em seu coração: ‘A minha capacidade e a força
das minhas mãos ajuntaram para mim toda esta riqueza’. 18 Mas, lembrem-se do
Senhor, o seu Deus, pois é ele que lhes dá a capacidade de produzir riqueza,
confirmando a aliança que jurou aos seus antepassados, conforme hoje se vê.
Dt 25.4 | “Não amordacem o boi enquanto está debulhando o cereal.”
Quem trabalha merece receber pelo que faz. Não somente o
salário, mas, também, o prazer e a realização pelo que se trabalhou.
1Tm 6.17 | Ordene aos que são ricos no presente mundo que não sejam
arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza, mas em Deus,
que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação.
Ec 5.18-20 | 18 Assim, descobri que, para o homem, o melhor e o que mais vale
a pena é comer, beber, e desfrutar o resultado de todo o esforço que se faz
debaixo do sol durante os poucos dias de vida que Deus lhe dá, pois essa é a sua
recompensa. 19 E quando Deus concede riquezas e bens a alguém e o capacita a
desfrutá-los, a aceitar a sua sorte e a ser feliz em seu trabalho, isso é um
presente de Deus. 20 Raramente essa pessoa fica pensando na brevidade de sua
vida, porque Deus o mantém ocupado com a alegria do coração.
Dentre outras coisas, a história dos artesãos do tabernáculo
nos ensina que a função do trabalho é a glória de Deus, o bem do
próximo (naquilo que fazemos para comunicar glória e beleza) e a
nossa satisfação em Deus por aquilo que ele nos proporciona.
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3. A capacitação para o trabalho
Deus pensou em cada detalhe do tabernáculo e, para cada
plano seu, capacitou alguém para projetar e executar a sua obra.
Além de valorizar e de explicar a função do trabalho, o texto
de Êxodo que temos diante de nós ensina que toda capacitação para
o trabalho vem do Senhor.
Ele mesmo é quem nos chama (vocaciona)
Êx 31.1-6 | 1 Disse então o Senhor a Moisés: 2 “Eu escolhi Bezalel, filho
de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, (…) 6 Além disso, designei Aoliabe,
filho de Aisamaque, da tribo de Dã, para auxiliá-lo. Também capacitei
todos os artesãos para que executem tudo o que lhe ordenei: (…)
É ele mesmo que nos capacita
Êx 31.1-6| 1 Disse então o Senhor a Moisés: 2 “Eu escolhi Bezalel, filho
de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, 3 e o enchi do Espírito de Deus,
dando-lhe destreza, habilidade e plena capacidade artística 4 para
desenhar e executar trabalhos em ouro, prata e bronze, 5 para talhar e
esculpir pedras, para entalhar madeira e executar todo tipo de obra
artesanal. 6 Além disso, designei Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de
Dã, para auxiliá-lo. Também capacitei todos os artesãos para que
executem tudo o que lhe ordenei: (…)
Todo trabalho que exercemos é um chamado de Deus para nós, é
uma vocação (do latim: “vocare” - chamar), afinal, ele mesmo nos
dotou de dons e de talentos que são únicos e nos colocou em
contextos, momentos e diante de oportunidades ímpares.
Essa combinação de chamado + capacitação + contexto traz à
luz nossas habilidades e gera em nós disposição para trabalhar.
Êx 36.2 | Então Moisés chamou Bezalel e Aoliabe e todos os homens
capazes a quem o Senhor dera habilidade e que estavam dispostos a vir
realizar a obra.
Veja que motivação é fruto de três elementos combinados: o desafio
a que somos expostos, a habilidade de que temos consciência e a
oportunidade que nos é oferecida. Gente motivada é gente que
reconhece os desafios, encoraja-se com as habilidades que possui
(dadas por Deus) e se entrega à oportunidade recebida.
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Gente assim, motivada, é gente “cheia do Espírito”. Ouça Deus,
mais uma vez:
Êx 31.1-6 | 1 Disse então o Senhor a Moisés: 2 “Eu escolhi Bezalel, filho
de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, 3 e o enchi do Espírito de Deus,
dando-lhe destreza, habilidade e plena capacidade artística 4 para
desenhar e executar trabalhos em ouro, prata e bronze, 5 para talhar e
esculpir pedras, para entalhar madeira e executar todo tipo de obra
artesanal. 6 Além disso, designei Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de
Dã, para auxiliá-lo. Também capacitei todos os artesãos para que
executem tudo o que lhe ordenei: (…)
Êx 36.2 | Então Moisés chamou Bezalel e Aoliabe e todos os homens
capazes a quem o Senhor dera habilidade e que estavam dispostos a vir
realizar a obra.
Gente cheia do Espírito trabalha.
Essa é a primeira vez na Bíblia que aparece a expressão “cheio
do Espírito”. Depois ela vai aparecer com relação aos profetas,
juízes, etc. A implicação é que o trabalho de Bezalel e de seus
cooperadores expressaria a Palavra de Deus.
Pense nisso: quando eu e você trabalhamos naquilo para o que Deus
nos chama, com as habilidades que ele nos dá, com a capacitação que
dele recebemos, nós estamos comunicando a Palavra de Deus com
trabalho e ação.
Como foi que Deus capacitou Bezalel e os demais?
Logico que todas as habilidades desenvolvidas por Deus na
vida dos artesãos do tabernáculo foram sendo adquiridas ainda no
Egito, enquanto todos os israelitas eram forçados a trabalhar nas
construções faraônicas da terra do Nilo.
Há aqui um belo princípio. Não despreze a forma de Deus
conferir habilidades em você. Não despreze os anos de estudo, o
trabalho indesejado, o momento infeliz, etc. Em tudo Deus trabalha
para nos ensinar e nos aprimorar.
O que Deus deu a Bezalel e aos demais, e o que isso nos ensina sobre
a forma como Deus nos capacita?
Veja o texto mais uma vez, agora na versão Almeida Revista e
Atualizada, que é mais literal em sua tradução do original hebraico.
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Êx 35.31-34 | (…) e o Espírito de Deus o encheu de habilidade,
inteligência e conhecimento em todo artifício, 32 e para elaborar
desenhos e trabalhar em ouro, em prata, em bronze, 33 e para lapidação
de pedras de engaste, e para entalho de madeira, e para toda sorte de
lavores. 34 Também lhe dispôs o coração para ensinar a outrem, a ele e a
Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã.
Deus deu o seu Espírito. Isto é: fé, inspiração e iluminação.
Deus deu habilidade. Isto é: talento, capacidade, destreza, facilidade.
Deus deu inteligência. Isto é: raciocínio, memória, razão, coerência, imaginação.
Deus deu conhecimento. Isto é: conteúdo, teoria, tese, lei, leitura, estudo.
Deus deu técnica. Isto é: sabedoria para processar, fazer, utilizar, etc.
Deus deu didática. Isto é: condições para ensinar os outros.
Quanta coisa nós aprendemos sobre a forma de Deus nos
capacitar! Há, sim, o elemento sobrenatural (espiritual), o
elemento natural (constituição física e mental), mas, há, também, o
elemento pessoal - isto é: esforço, dedicação, leitura, estudo,
prática, estágio, aulas, cursos, laboratório, etc.
Não desvalorize o “Egito” onde Deus te capacita para o
trabalho. Pode haver tanta espiritualidade na sala de aula, no
laboratório da universidade, no local de estágio, no estúdio, nos
ensaios, quanto nos cultos de domingo aqui na IBCC.
OS ARTESÃOS | Êxodo 31 e 35
Lições sobre a profissão do povo de Deus
Muito mais sobre trabalho e sobre profissão poderia ser dito. Para
você ir além, indico o livro:
“O Evangelho no trabalho: servindo Cristo em sua profissão com um novo
propósito”, de Sebastian Traeger e Greg Gilbert, ed. FIEL.
O que dissemos foi suficiente para uma mensagem sobre profissão:
• Deus valoriza o trabalho (é parte da obra da redenção)
• Deus tem função para o trabalho (expor glória e exalar beleza)
- !9 Pr. Leandro B. Peixoto
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• Deus capacita para o trabalho (dá-nos seu Espírito e também
habilidade, inteligência, conhecimento, técnica e didática).
Estude, aperfeiçoe-se, prepare-se e trabalhe para a glória de Deus,
exalando a beleza e o caráter de Deus, abençoando pessoas em sua
dedicação e amor a Deus demonstrados através da sua profissão.
Quando as pessoas se beneficiarem do seu trabalho, quando elas forem
abençoadas pela sua dedicação, habilidade, inteligência, conhecimento,
técnica e didática elas provarão do amor de Deus, através de você, por
elas. Será o Espírito Santo se movendo em você e através de você.
Além de estudar, de se aperfeiçoar e de se preparar para o trabalho,
ore. Ore muito. Leia, estude a Bíblia e ore. Trabalho e profissão,
como vimos na vida de Bezalel, não dizem respeito apenas a estudo,
aperfeiçoamento e preparo. Trabalho e profissão também dizem
respeito à vida cheio do Espírito de Deus.
Pois se não for pelo Espírito de Deus, as chances de não fazermos
como deve ser feito, de não abençoar o próximo, de fracassarmos
profissionalmente ou de nos frustrarmos com a profissão são
enormes. Portanto, concluo com a sábia advertência de Paulo:
Cl 3.23-25 | 23 Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como
para o Senhor, e não para os homens, 24 sabendo que receberão do
Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão
servindo. 25 Quem cometer injustiça receberá de volta injustiça, e não
haverá exceção para ninguém.
Faça de Jesus o seu Senhor.
Preste a ele contas de como você exerce a sua profissão.
Busque a justiça e o bem do próximo naquilo que você trabalha.
Viva para glorificar a Deus e espalhar a sua beleza.
Você será feliz e realizado. Deus será glorificado.
A maior parte da nossa vida é vivida no exercício da profissão e no
preparo para ela. Precisamos de Deus e do seu Espírito.
- 10
!
Pr. Leandro B. Peixoto
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[08.03.2015_N] 29. Os Artesãos _ Ex 31 e 35