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maio de 2013 | www.acil.com.br
EDITORIAL
Os caminhos da liberdade
ACIL: Associação Comercial e Industrial
de Londrina. Mas também poderia
ser Associação Comercial e Industrial
da Liberdade. Afinal, não existe
desenvolvimento sem cidadãos livres,
empresas livres, ideias livres.
A liberdade não é um conceito abstrato; ela
só adquire valor definitivo quando aplicada
à vida real. Londrina nasceu e cresceu com
a liberdade de empreender. Por isso, com
grande alegria saudamos a inauguração
do Boulevard Shopping. O fato de ser
inaugurado na região do Marco Zero tem
um significado especial para nossa cidade.
Da mesma forma, saudamos a decisão da
Câmara de Londrina, que defendeu a livre
concorrência e permitiu a instalação do
hipermercado Angeloni na Gleba Palhano.
Se o assunto é a história de Londrina,
não podemos esquecer o Aeroclube,
instituição que há 72 anos ensina a decolar
e a voar. Uma perfeita imagem de liberdade
empreendedora.
A Justiça entendeu que o feriado do dia 20
de novembro – Dia da Consciência Negra
– fere a Constituição. Por decisão do juiz
Marcos José Vieira, o comércio de Londrina
não será obrigado a fechar as portas
nessa data. A decisão garante liberdade
de trabalhar para o varejo londrinense e
evita perdas consideráveis para a nossa
economia. Não adianta apenas lamentar
os erros e mazelas do passado distante; é
preciso projetar o futuro com trabalho e
dignidade.
Mas a liberdade não é amada por todos,
como prova a existência da PEC 37, que
tenta proibir investigações por parte do
Ministério Público. Na opinião da ACIL,
trata-se uma tentativa de golpe contra a
democracia. Queremos um MP livre para
trabalhar!
O Centro de Convenções também diz
respeito à liberdade. Com o estudo que
aponta a viabilidade econômica da obra,
a cidade se verá livre das limitações que a
impedem de ser um dos maiores polos
de eventos no Brasil. Sonho da ACIL que
começa a se realizar.
Esta é a ACIL – com L de Londrina e de
liberdade.
Flávio Montenegro Balan
Presidente da ACIL
DIRETORIA DA ACIL – GESTÃO 2012/2014
Fundada em 5 de junho de 1937
Rua Minas Gerais 297 – 1º andar
Ed. Palácio do Comércio
Londrina (PR) – CEP 86010-905
Telefone (43) 3374-3000
Fax (43) 3374-3060
E-mail [email protected]
Flávio Montenegro Balan
Presidente
Luiz Carlos I. Adati
Vice-Presidente
Ary Sudan
Diretor Secretário
Fabricio Massi Salla
2º Diretor Secretário
Rogério Pena Chineze
Diretor Financeiro
Rodolfo Tramontini Zanluchi
2º Diretor Financeiro
Marcelo Paganucci Ontivero
Diretor Comercial
Herson R. Figueiredo Júnior
Diretor Industrial
Marcelo Bisatto Cardoso
Diretor de Serviços
Brasilio Armando Fonseca
Diretor de Comércio Internacional
Luigi Carrer Filho
Diretor de Produtos
Fernando Lopes Kireeff
Diretor Institucional
Mercado em Foco é uma publicação da Associação Comercial e Industrial de Londrina. Distribuição gratuita.
Correspondências, inclusive reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da Associação ou pelo
e-mail [email protected]
Rosangela Khater
Presidente do Conselho da
Mulher Empresária
CONSELHO DELIBERATIVO
Carlos Alberto De Souza Faria
David Dequêch Neto
Eduardo Yoshimura Ajita
Enio Luiz Sehn Júnior
Fábio Aurélio Mansano Malaré
José Guidugli Júnior
Marcelo Massayuki Cassa
Paulo Briguet
Coordenação
Fernanda Bressan
Edição
Suzan Naime
Reportagem
Josoé de Carvalho
Fotografia
Thiago Mazzei
Projeto gráfico
Nivaldo Benvenho
Oswaldo Pitol
Rubens Benedito Augusto
Silvana Martins Cavicchioli
Valter Luiz Orsi
Wellington Moreira
CONSELHO FISCAL
Titulares
Jaime Celeste Ponce
Michel Menegazzo
Gouvêa
Ronaldo Pena Chineze
Suplentes
Marcus Vinícius Bossa
Grassano
Marcus Vinicius Gimenes
Rafael Andrade Lopes
Claudia Motta Pechin
Gerente de Mercado
Liziane T. de Almeida
Analista de Marketing
Colaboradores
Alexandre Sanches
Aurélio Cardoso
Edson Vitoretti
Felipe Brandão
Guto Rocha
Juliana Mastelini
Kalinka Amorim
Thamiris Geraldini
Impressão
Midiograf
Tiragem
8 mil exemplares
Agenda junho 2013
ATENDIMENTO E VENDAS
FINANÇAS
Negociação em vendas
Sidney Kayamori
03 a 05 de junho
19h às 23h
• A venda competitiva no mercado
globalizado
• As qualidades do profissional de vendas
• Estratégia de vendas e negociação
• Fechamento de vendas
Não associados R$160,00
Associados R$80,00
Telefonista e Recepcionista
Antônia Arlete
04 à 07 de junho
19h às 22h
MARKETING
GESTÃO DE RH
• Soma, Média, Contar Números,
Máximo e Mínimo
• Vínculos de células/planilhas com
referências relativas e absolutas
Não associados R$280,00
Associados R$230,00
Comunicação Assertiva
Cris Mendes
17, 18, 19 e 20 de junho
19h às 22h45
• Planejamento de web sites otimizados
• Midias Sociais, em especial Facebook
• Links patrocinados (SEM)
• Monitoramento e Métricas
Para não associados
Até dia 10: R$420,00
Do dia 11 até dia 17: R$480,00
Do dia 18 até dia 24: R$550,00
Para associados e estudantes
Até dia 10: R$300,00
A partir do dia 11: R$350,00
Como gerir benefícios
trabalhistas
Grassano & Associados
18 de junho
19h30
Palestra gratuita para associados
Intensivo em gestão de custos e
formação de preço de venda
Thiago Terzoni
19, 20 e 21 de junho
19h às 23h
Venda de serviços
Natasha Bacchi
10 e 11 de junho
19h às 22h
• Entendendo os serviços
• O que as empresas de serviços devem ter
• Apresentação dos serviços
• Personalização
Não associados R$120,00
Associados R$60,00
• Departamentalização e rateio de
custos
• Critérios de rateio
• Sistema de apuração de custos por
absorção
• Sistema de custeio por atividade ABC
Não associados R$280,00
Associados R$230,00
Proteção ao crédito
Claudia Pechin
11 de junho
10h às 12h
• Informações sobre o novo cenário do
SPC no Brasil
• Treinamento do sistema das consultas
ao SPC
• Detalhamento das consultas e
inclusão e exclusão de inadimplentes
Gratuito – exclusivo para associados
Como estruturar uma loja virtual
Sheila Dal Ry Issa
10, 11, 17, 18 e 24 de junho
19h às 22h
Saiba mais:
DIVERSOS
• Modulo 1 – Plataforma e tendências
de negócios
• Modulo 2 – Comportamento on line e
estrutura de atendimento
• Modulo 3 – Indicadores e métricas
• Modulo 4 – Gerando fluxo: Redes
sociais e links patrocinados
• Modulo 5 – Pós venda on line
Não associados R$200,00
Associados R$100,00
• Por que é importante ser um
profissional Assertivo?
• O que impede uma pessoa de ser
Assertiva?
• Como não ser Agressivo (a) na
comunicação com o outro;
• Como não ser Passivo (a) na
comunicação com o outro;
Não associados R$200,00
Associados R$100,00
Telefonista
• Importância da Telefonista
• PABX
• A Comunicação Telefônica (Voz,
Calma, Interesse)
• Formas Adequadas de Contato ( Dicas
para bom atendimento)
Recepcionista
• Cargo e responsabilidades
• Ambiente – material – atividades –
cuidados com o equipamento
• O que deve ser evitado
• Qualidade no atendimento – postura
de comportamento
Não associados R$160,00
Associados R$80,00
WEB
Intensivo de excel empresarial –
básico e intermediário
Luis Fernando Nyznyk
21 e 22 de junho
Dia 21 – 19h às 23h
Dia 22 – 8h30 às 12h e 13h às 17h30
Marketing Digital
DBO Marketing
24 a 27 de junho
19h às 23h
Oratória – técnicas para falar em
público
Maria Cristina Consalter
24 a 27 de junho
19h às 23h
• Auto-imagem do apresentador
• Planejamento da apresentação
• Comunicação verbal e não verbal
influenciando na qualidade da
apresentação
• Técnicas para se comunicar com o
público
Não associados R$260,00
Associados R$130,00
Intensivo de planejamento e
controle do fluxo de caixa e
capital de giro
Rodrigo Giraldelli
25 e 26 de junho
19h às 23h
• Noções gerais de controladoria
• Nova estrutura do balanço e da DRE
• Orçamento empresarial e suas
implicações
• Análise de custos variáveis e fixos nas
empresas
Não associados R$230,00
Associados R$180,00
• Células, Pastas e Planilhas
• Criação de fórmulas para cálculos
básicos
3374.3000
[email protected] ou
3374.3082 com Tatiane Goes:
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Associação Comercial e Industrial de Londrina
Rua Minas Gerais, 297, 1º andar, Londrina, PR
Av. Saul Elkind, 1820 | Regional Norte
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ÍNDICE
8
COMÉRCIO DE RUA
6
1m2
13
O MONITOR
17
É tempo de renovar ............................................................
Construído pelo “cronograma de Deus” .............................
Angeloni: Câmara aprova alteração de zoneamento ........
NOVA LEI
18
DIREITOS DO CONSUMIDOR
20
PEC 37
24
Mudanças domésticas .......................................................
Empresas e clientes: discutindo a relação ........................
Proposta pode trazer profundas modificações .................
TRANSPORTE
Negócios sobre duas rodas ................................................
EMPRESA FAMILIAR
A arte de administrar negócios de família .......................
AEROCLUBE
26
32
Há 72 anos, escola de pilotos
faz voo paralelo com o desenvolvimento de Londrina ........
36
MEIO AMBIENTE
38
Todo mundo tem e-lixo ......................................................
ARTIGO
Por que o marxismo
prospera apenas nas universidades? ...............................
NOTAS DA ACIL
Arco Norte é apresentado
a empresa de aeronaves cargueiras .................................
SICREDI E BRDE
Parceiros do desenvolvimento
10
PROBLEMAS SOCIAIS
Integração busca soluções
22
O CENTRO DAS ATENÇÕES
Estudo comprova que o Centro de
Convenções, uma das principais bandeiras
da ACIL, é uma obra viável e necessária
para Londrina
29
FEIRAS E EVENTOS
Palco de novas ideias e negócios
40
34
42
COMPRAS E LAZER
O renascimento do Marco Zero
Associação Comercial e Industrial de Londrina
5
COMÉRCIO
DE RUA
É TEMPO DE
RENOVAR
Entidades começam a discutir nova convenção coletiva.
“Terceiro sábado” ainda divide opiniões
Por Felipe Brandão
Começaram no último dia 30 de abril as
negociações entre entidades ligadas ao
comércio de Londrina para a nova convenção
coletiva (2012/2013), que regulamentará as
relações entre patrões e empregados da área.
A convenção anterior, que expirou na mesma
data, teve por ponto central a liberdade do
varejo de rua de funcionar até as 18h nos três
primeiros sábados de cada mês (de fevereiro
a abril). A questão, que ainda gera polêmica
e divide opiniões, deverá adquirir novos
contornos já neste reinício da discussão.
De acordo com o advogado Ed Nogueira de
Azevedo, a busca permanece tendo como
foco a ampliação do horário de abertura
das lojas. Ele, que representa o Sindicato do
Comércio Varejista de Londrina e Região
(Sincoval), é enfático ao afirmar que o
objetivo é caminhar futuramente para a
6
desregulamentação total do horário do
comércio em Londrina, o que já é realidade
em muitas capitais do país. “Tanto a
legislação municipal como as convenções
coletivas anteriores limitavam o atendimento
ao público pelo lojista de calçada, e essa
restrição não faz mais sentido. Só dessa
forma o lojista de calçada terá minimamente
condições de competir com os shoppings,
supermercados e o mercado eletrônico, que
crescem a olhos vistos”, aponta.
A pauta de reivindicações da classe laboral
consta de 125 itens, que serão analisados e
debatidos em assembleia geral ao longo das
próximas semanas. Uma das propostas é a
modificação no horário do comércio também
nos dias úteis – as lojas de rua passariam a
atender das 9h às 19h. O sindicato patronal
deverá protocolar ainda nesta semana a sua
pauta de reivindicações, em um contraponto
às solicitações dos trabalhadores que, explica
Nogueira, deverá estabelecer os limites entre
os direitos e deveres negociados.
Segundo o presidente do Sindicato dos
Empregados do Comércio (Sindecolon),
José Lima do Nascimento, as principais
reivindicações dos vendedores são o piso
Ed Nogueira: “Tanto a legislação municipal
como as convenções coletivas anteriores
limitavam o atendimento ao público pelo
lojista de calçada, e essa restrição não faz
mais sentido”
maio de 2013 | www.acil.com.br
VAREJISTAS QUE ABRIRAM LOJAS NO TERCEIRO SÁBADO TIVERAM BONS RESULTADOS
Brasílio Fonseca: “Os
pequenos comerciantes
precisam parar de
enxergar o expediente aos
sábados à tarde como
um problema ou mesmo
como uma opção, mas
como uma obrigação
para com o consumidor
– do contrário, será
automaticamente
engolido pelos segmentos
concorrentes de
mercado”
salarial de R$ 1,5 mil e aumento de 15%
aos que ganham acima desse valor. Lima
explicou que o sindicato não vê a abertura das
lojas no terceiro sábado como um problema
– o buraco, diz ele, é mais embaixo. “Muitos
empregadores não têm respeitado os direitos
de seus funcionários. Eles não pagam as
horas extras e, o que é pior, não lhes fornecem
alimentação, porque alegam que não está
previsto na convenção. Textualmente, de fato
não está, mas é necessário haver bom senso
para disciplinar esse tópico. Só a partir daí
poderemos falar em abertura do comércio
todos os sábados”, defende ele.
Terceiro sábado:
uma conquista para
o comércio de rua
Durante os últimos três meses em que
a última convenção coletiva esteve em
vigor, muito se falou a respeito do “terceiro
sábado”. O fato é que foram poucos os
comerciantes que lançaram mão do direito
de funcionar até as 18 horas nesse período,
Associação Comercial e Industrial de Londrina
o que denota uma barreira a ser transposta
na forma de se visualizar a questão.
O diretor de Comércio Internacional da
ACIL, Brasílio Fonseca, que abriu sua
loja Bolivar Calçados nos três primeiros
sábados somente no mês de abril e já
obteve bons resultados, acredita que é
preciso criar um hábito no consumidor
de comprar aos finais de semana,
comunicando a ele essa possibilidade numa
linguagem clara e direta. “Algumas pessoas
preferem ir ao shopping simplesmente
pela facilidade de assimilar o horário de
funcionamento – shoppings abrem até
as 22h, todos sabem. Na contrapartida,
o comércio de rua já funciona em um
esquema cheio de exceções, de ora-issoora-aquilo, e só isso já cansa o consumidor.
Os pequenos comerciantes precisam parar
de enxergar o expediente aos sábados à
tarde como um problema ou mesmo como
uma opção, mas como uma obrigação
para com o consumidor – do contrário,
será automaticamente engolido pelos
segmentos concorrentes de mercado”,
avalia.
As Casas Ajita dedicam-se ao varejo
de calçados no Paraná há 60 anos. O
proprietário da loja, Eduardo Ajita,
conta que seu estabelecimento aderiu ao
esquema do “terceiro sábado” desde o mês
de janeiro – e não se arrepende disso. “Nos
dois primeiros meses, o movimento de
fato foi baixo, até porque as pessoas não
sabiam que estávamos abertos. Porém,
com a arrecadação excelente que tivemos
nos fins de semana de março e abril, já foi
possível sentir que o terceiro sábado tem
sua acolhida entre o público da cidade”,
relata. “As pessoas em geral não têm tempo
para fazer compras nos dias úteis, e quando
percebem que o comércio está aberto no
sábado, elas simplesmente vêm.”
José Lima, do Sindecolon, espera que a
atual negociação não leve tanto tempo
para sair do papel como a anterior – que se
arrastou por nove meses até se transformar
em convenção coletiva. Antes de tudo,
porém, ele aponta que é preciso deixar de
enxergar empregados e patrões como lados
opostos nas negociações. “Sindicato de
empregados e sindicato de empregadores
não são inimigos, são elos entre o capital e
o trabalho. Trabalhador e empregador têm
de caminhar de mãos dadas em busca de
benefícios”, defende.
Ed Nogueira também é otimista quanto ao
futuro das discussões. Com a criação de
uma comissão comprometida em participar
diariamente dos debates – o que não havia
no passado – ele espera que até o final de
junho o acordo já tenha sido definido. “O
que esperamos com isso é manter um
canal permanente de negociação com o
Sindecolon e, através disso, abreviar muito
o período de negociação”, explica.
7
SICREDI E BRDE
PARCEIROS DO
DESENVOLVIMENTO
Em abril, a ACIL firmou convênios que proporcionam acesso ao
crédito com taxas diferenciadas e linhas especiais de financiamento
aos seus associados
Assinatura dos convênios ocorreu na ExpoLondrina no dia 9 de abril
Por Susan Naime
O processo de globalização e o boom do
desenvolvimento exigem que todos os
dias empresas dos mais diversos portes e
segmentos invistam em qualidade para
se tornarem cada vez mais competitivas.
Atualmente, o mercado apresenta uma
forma desregulada de concorrência. Uma
gestão empresarial adequada e linhas
de crédito que se ajustem às demandas
dessas companhias são fundamentais
para a sobrevivência deste cenário
moderno.
Crédito com taxas
diferenciadas
Em Londrina, as empresas associadas
à ACIL continuam tendo à disposição
linhas de crédito com taxas diferenciadas
para investir e explorar mais os seus
negócios. A vantagem foi proporcionada
pela renovação do convênio entre a
associação e o Sicredi União, no dia 9
de abril, na ExpoLondrina, e fortaleceu
os ideais do cooperativismo e do
8
associativismo. Centenas de empresas
já foram beneficiadas pela parceria nos
últimos três anos.
“Essa parceria traz grandes benefícios
aos associados de ambas instituições.
Nessa renovação teremos participação
nas ações ligadas aos comerciantes,
o que pode nos ajudar a fortalecer
o envolvimento com essa classe.
Essa parceria também fomenta o
desenvolvimento dos negócios e
oportuniza aos associados acesso a todos
os produtos e serviços da cooperativa”,
explica o diretor de Desenvolvimento do
Sicredi, Rogério Machado.
A cooperativa coloca à disposição dos
seus clientes uma gama de produtos,
como o capital de giro, crédito retroativo,
desconto de recebíveis, aplicações
financeiras, entre outros. “Hoje, o
produto de maior adesão são as linhas de
crédito, que devido à parceria, têm custo
diferenciado para fomento de negócios.
Mas todos os demais produtos estão à
disposição”, apontou Machado.
O convênio entre o Sicredi e a ACIL
prevê também a participação e o
patrocínio da cooperativa a eventos
promocionais e de fomento às vendas,
como o Dia das Mães. “No Sicredi
encontramos profissionalismo, espírito
empreendedor e compromisso com
o desenvolvimento das pessoas e
instituições. Podemos dizer, sem medo
de errar, que o Sicredi já faz parte da
história da ACIL”, avalia o presidente da
entidade, Flávio Montenegro Balan.
O Sicredi possui seis unidades de
atendimento em Londrina, localizadas
nas avenidas Higienópolis, Tiradentes,
Duque de Caxias, Santos Dumont, Saul
Elkind e no distrito da Warta.
Atendimento
personalizado
Para manter o sucesso adquirido há oito
anos, quando inaugurou a sua marca
no mercado, a Aimê Lingerie inova a
cada dia no segmento de moda íntima,
antecipando as tendências e criando
produtos desenvolvidos com tecidos de
primeira linha. São 60 novos modelos
por mês.
Para facilitar a gestão dos negócios,
o proprietário da empresa, Vinicius
Duque Peinado, apostou em alguns
serviços disponibilizados pelo Sicredi.
“Além dos serviços básicos, utilizamos
também talão de cheques e operações
de desconto de cheques. Através da
cooperativa foi possível descentralizar
de banco, aumentar o número de
pulverizações, de operações, além de
obter melhores condições. As taxas são
muito boas. Eu recomendo”, afirma.
maio de 2013 | www.acil.com.br
ASSUMIR ALGO JÁ TESTADO É UMA DAS VANTAGENS DA FRANQUIA
A Aimê Lingerie possui oito lojas
de varejo, três no atacado e seis mil
consultoras de venda em todo o Brasil.
Linhas de financiamento
Expandir negócios e transformar
projetos em realidade muitas vezes
exigem financiamentos de longo prazo.
E para proporcionar comodidade
e segurança aos seus associados,
a ACIL e o Banco Regional de
Desenvolvimento do Extremo Sul
(BRDE) formalizaram uma parceria
que visa facilitar o acesso às linhas de
financiamento do banco.
O BRDE já acompanha e apoia o
desenvolvimento de projetos voltados
à agropecuária com o objetivo
de promover o desenvolvimento
econômico da região onde atua. Agora,
quer expandir o segmento de ações
do banco para financiar projetos do
comércio, indústria e prestação de
Associação Comercial e Industrial de Londrina
serviços. “Queríamos fazer isso há
muito tempo e agora aconteceu. O
convênio com a ACIL proporciona
uma colaboração recíproca. Esperamos
fortalecer nosso posicionamento em
Londrina e região, além de atender
a todos que têm demanda por
investimento”, explica a gerente de
planejamento do BRDE, Juliana Souza
Dallastra.
A ideia é que a ACIL indique o serviço
aos seus associados para que o banco
possa contribuir para a elevação
dos níveis de renda e emprego, além
de aumentar a competitividade de
empreendimentos de todos os portes,
usando como principal instrumento o
crédito de longo prazo.
Para Flávio Balan, a assinatura do
convênio com o BRDE resgata uma
parceria antiga, que irá beneficiar e
otimizar o circuito com a sociedade.
“Esse acesso ao crédito que
nosso associado terá junto a esta
Vinícius Peinado: “Através da cooperativa foi
possível descentralizar de banco, aumentar
o número de pulverizações, de operações,
além de obter melhores condições. As taxas
são muito boas”
importante instituição trará ainda
mais desenvolvimento. É claro que
sempre é importante vir junto com
uma orientação em prol do diferencial
competitivo para que o crédito seja
bem utilizado por nosso associado”,
ressaltou.
A assinatura do convênio também foi
realizada no Parque de Exposições Ney
Braga, no dia 9 de abril.
9
PROBLEMAS SOCIAIS
INTEGRAÇÃO
ENCURTA CAMINHO
NA BUSCA POR SOLUÇÕES
Em sintonia, Prefeitura e Fórum Desenvolve
Londrina se aproximam para promover ações
concretas que aliviem gargalos sociais da cidade
10
maio de 2013 | www.acil.com.br
IDEIA CENTRAL É DAR ATENÇÃO A FAMÍLIAS DESESTRUTURADAS
Por Edson Vitoretti
Entulhos nas calçadas, terrenos com lixo e
indignação. Goteiras em tetos e aquecedores
solares que aquecem mãos, porque dão
choque. Rachaduras recheadas de vergonha.
Ausências... de creches, de posto de saúde,
de escolas, de áreas de lazer, de quebramolas. Desemprego. Crianças sem leite
por não haver um ponto de distribuição no
local. Na família, violência contra crianças
e mulheres. Nas ruas, adolescentes expostos
à criminalidade. Gente que perdeu móveis
por conta de enchente vinda de bueiro
entupido de descaso.
Problemas não faltam no Residencial Vista
Bela. Uma realidade que causa sensação
de abandono: “A gente enxerga Londrina
como se ela estivesse de costas pra nós”, diz
Sandra Maria de Souza, representante dos
moradores do bairro. Mas essa sensação
pode acabar logo. O Fórum Desenvolve
Londrina, que reúne as 30 maiores entidades
da sociedade londrinense, está se colocando
à disposição do Poder Público para ajudar a
minimizar os problemas sociais, não só do
Vista Bela, mas da cidade como um todo.
O mote para a aproximação veio de um
estudo feito pelo Fórum, em 2011, sobre
adolescentes em conflito com a lei, e numa
experiência de integração de esforços entre
a sociedade civil organizada e a Prefeitura de
Sorocaba (SP). Com o estudo, concluiu-se
que problemas sociais devem ser atacados
em suas causas, e não com medidas
paliativas. “Se queremos mudar esse estado
de coisas, temos que trabalhar na prevenção.
Então o ideal é atacar as causas, é fazer um
trabalho junto às famílias desestruturadas
para que elas tenham uma vida digna”, diz
Cláudio Tedeschi, presidente do Fórum
Desenvolve Londrina.
As conversações entre a sociedade civil
organizada e integrantes da Prefeitura
começaram recentemente. No momento,
a parceria está sendo discutida em
termos de estruturação, coordenação e
formulação de cronograma de atividades.
No Fórum, o Núcleo de Desenvolvimento
Empresarial de Londrina, encabeçado pela
ACIL, será o responsável por materializar
as propostas assim como fazer pressão
política, caso necessário. No Poder Público,
a estruturação da parceria gira em torno de
Associação Comercial e Industrial de Londrina
Gerson Guariente: “Se você
envolve toda a comunidade e
dá condições, ela avança muito
rápido”
um trabalho inicial para melhorar o interrelacionamento entre as secretarias.
Para as articulações com o Fórum, fala-se
de uma coordenação geral, e os nomes mais
cotados são Télcia Lamônica, da Secretaria
Municipal de Assistência Social, e Patrícia
Grassano, da Assessoria Especial do Direito
da Criança e do Adolescente. “Ainda não está
definida uma coordenação geral. Eu creio
que há um caminho de amadurecimento
que pode ser feito. É uma questão ainda de a
gente colocar a engrenagem pra funcionar”,
diz Télcia. “A primeira coisa é fazer uma
grande discussão para depois implantar
uma comissão. A proposta é que tenha uma
comissão central e vários comitês. A gente
quer primeiro trazer essa discussão e depois
definir uma secretaria, ou um conjunto
de atividades que ficariam a cargo de um
coordenador”, diz Patrícia Grassano.
Saindo do papel
Das discussões nascem a luz, as ideias e as
ações. O prefeito Alexandre Kireeff sinalizou
a intenção de mobilizar empresas para que
adotassem vagas em creches. “A gente já
iniciou uma conversa com o Bruno Veronesi
[presidente da Codel], sobre essa questão das
empresas e das CEIs [Centros de Educação
Infantil]. Estamos pensando em como
promover junto às empresas algo como um
selo ‘Sou Amigo da Cidade de Londrina’, no
sentido de que elas patrocinem as creches”,
diz Patrícia.
A Associação dos Clubes Sociais de
Londrina já se prontificou a intermediar
junto aos clubes a possibilidade de colocar
suas estruturas à disposição para projetos
Télcia Lamônica: “A proposta do Fórum é a
de ação integrada, de como a gente consegue
integrar educação, saúde, assistência, esporte e
cultura num mesmo território”
sociais. “Vou conversar com o presidente
da associação para viabilizar nos clubes os
serviços de convivência e de esporte”, afirma
Patrícia.
Já está definida a construção de uma escola
de ensino integral no Vista Bela com
capacidade para mil alunos, o que atenderia
toda a demanda do bairro. Mas enquanto a
escola não vem, medidas a curto prazo são
bem-vindas: “A gente está tentando usar
as estruturas que já temos. Na indústria, o
SESI e o SENAI, no comércio, o SESC, que
tá indo pra lá [para o Vista Bela] com um
prédio próprio. Mas, até ficar pronto, a gente
pretende utilizar estruturas móveis, que
todas essas entidades têm, para fazer ações
de exame médico, consultas etc”, exemplifica
Gerson Guariente, coordenador do Núcleo
de Desenvolvimento Empresarial do Fórum
Desenvolve Londrina.
As ações iniciais dessa relação entre Poder
Público e sociedade civil organizada têm o
Vista Bela como foco. “Estamos tentando
coordenar a parte do esporte para fazer
um contraturno escolar organizado. A
Secretaria de Assistência Social pediu para
a Secretaria de Educação um estudo para
esse contraturno, para que haja uma ação
pedagógica coordenada”, comenta Guariente.
Patrícia Grassano diz que a questão mais
crítica do Vista Bela hoje é o fato de as
crianças terem que se deslocar para estudar
longe do bairro. “A gente tem as atenções
voltadas pro Vista Bela, que é uma questão
bem diferente. Você imagina, de uma hora
pra outra, mudar para um lugar em que você
não conhece ninguém, que não há vínculos
entre as pessoas. Existe uma complexidade
que precisa ser atacada lá, promovendo ações
específicas”, afirma Patrícia.
11
Conexões
Para que ideias e ações se concretizem, é
preciso buscar algo que é a palavra de ordem
no momento: integração. Antes mesmo dessa
aproximação entre as entidades do Fórum e o
Poder Público, já se buscava uma integração
administrativa na Prefeitura. Hoje, a cidade
está dividida administrativamente em bases
territoriais, o que prejudica a interação entre
as ações das secretarias. “Precisamos fazer um
cruzamento de informações, porque às vezes
a Saúde está atendendo o mesmo público
da Assistência, só que essa informação da
Saúde não chega para a Assistência. Como
as ações são desconexas, elas não seguem
o mesmo caminho, e aí temos deficiências
no atendimento que poderiam estar sendo
supridas”, explica Patrícia. Télcia diz que:
“Estamos numa proposta de unificação
territorial, numa discussão de uso de espaços
em comum, de gerenciamento de fluxos.
Precisamos ter uma leitura unificada, para
que possamos distribuir melhor os recursos”.
Em termos de integração, a sociedade civil
organizada faz coro com o discurso das
autoridades públicas: “A falta de integração
faz com que o Brasil tenha uma administração
com vários órgãos trabalhando na mesma
coisa, mas todos trabalhando isoladamente e,
por consequência, todos fazendo a coisa mal
feita”, diz Cláudio Tedeschi. A secretária Télcia
aponta que “a proposta do Fórum é a de ação
integrada, de como a gente consegue integrar
educação, saúde, assistência, esporte e cultura
num mesmo território”. É bom lembrar que,
desde seu início, em 2005, o Fórum vem
propondo soluções para os problemas da
cidade. A diferença da aproximação atual é
que ela envolve ações concretas das entidades
do Fórum e a parceria caminha para uma
institucionalização ainda a ser configurada.
União pela cidade
Essa iniciativa de aproximação do Fórum
Desenvolve Londrina com o Poder Público
visando a resolução de problemas sociais
simboliza um clima de união na cidade.
“O portador da visão de futuro de uma
sociedade tem que ser a própria sociedade.
O grande fundamento do Fórum é mudar a
cultura de que uma pessoa eleita vai decidir
12
Parceria
de peso
Segundo Gerson Guariente,
todas as entidades do Fórum
Desenvolve Londrina estão
dispostas a colaborar com o
Poder Público.
Eis algumas entidades que
compõem o Fórum:
UEL
Universidade Estadual de Londrina
OAB
Ordem dos Advogados do Brasil
SESI
Serviço Social da Indústria
SENAI
Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial
SESC
Serviço Social do Comércio
ACIL
Associação Comercial e Industrial
de Londrina
IAPAR
Instituto Agronômico do Paraná
FIEP
Federação das Indústrias do Estado
do Paraná
Caixa Econômica Federal
SEBRAE
SINDUSCOM-PR
Sindicato da Indústria da
Construção Civil no Estado do
Paraná
os rumos da cidade. O governante é apenas
o gestor dos rumos da sociedade. Mas quem
define os rumos é a sociedade”, diz Tedeschi.
“Na verdade, quem trabalha com criança e
adolescente sabe que não tem como trabalhar
sem um tripé: família, Estado e sociedade. O
Estado pode ser do tamanho que for, mas
só a sociedade faz as mudanças nas pessoas.
Quando a comunidade enxerga na gente um
parceiro e todos se unem, não vejo como
não avançarmos”, acredita Patrícia. Télcia
concorda: “o Poder Público não consegue
fazer sozinho mesmo. Ele vai precisar sempre
da sociedade civil organizada, das ONGs, das
empresas, das indústrias, de todos”, afirma.
“Nós queremos que a cidade seja uma única
cidade. E o nosso entendimento é que as
oportunidades devam ser dadas para quem
tem menos condições. Em Sorocaba, o
prefeito integrou todas as ações, colocou os
equipamentos públicos de melhor qualidade
nas áreas mais carentes. E funciona porque
se você envolve toda a comunidade e dá
condições, ela avança muito rápido. É o que a
gente está tentando fazer”, afirma Guariente.
No passado, a sociedade civil organizada já
se uniu em prol da cidade contra um inimigo
em comum: a corrupção. Hoje, Tedeschi
aponta um adversário que tem o poder de
emperrar boas iniciativas, a “VICA”: vaidade,
inveja, ciúme e arrogância. “Você tem uma
dificuldade muito grande de trabalhar
em equipe no Brasil, porque a inveja e a
arrogância aparecem como obstáculos
grandes para que a integração ocorra”, diz.
Ao que parece, o Poder Público está
imunizado contra ataques de VICA:
“Nenhuma dessas questões da VICA cabem
porque ninguém está aqui pelo poder. Isso
faz uma grande diferença no dia a dia”, diz
Télcia.
EMBRAPA
Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária
Associação Médica de Londrina
Sociedade Rural do Paraná
Cláudio Tedeschi: “O governante é apenas
o gestor dos rumos da sociedade. Mas
quem define os rumos é a sociedade”
maio de 2013 | www.acil.com.br
ICL
1M
2
CONSTRUÍDO PELO
“CRONOGRAMA DE DEUS”
Novo prédio do Hospital do Câncer é resultado da
união de muitos por um bem comum; pontapé inicial
veio de um homem chamado Baiano
Por Fernanda Bressan
Construir. Esse é um verbo que vem
sendo conjugado literalmente todos os
dias no Hospital do Câncer de Londrina.
De metro quadrado em metro quadrado,
um prédio com 7 pavimentos foi erguido.
Falta ainda o “recheio do bolo”, mas a
obra orçada em R$ 12 milhões já saiu do
papel para a realidade numa velocidade
que assusta até os mais otimistas:
“Começamos a obra sem dinheiro algum,
e até agora nunca precisamos parar. Falo
que o nosso cronograma é Deus”, brinca
Nelson Dequech, presidente do HCL,
homem que tomou à frente e assumiu
a “bronca” quando parecia que a única
solução seria fechar as portas, isso em
2005. Passados 8 anos, o hospital não
só recuperou a vida, como a cada dia
recebe mais e mais pessoas, de centenas
de cidades, todas em busca de esperança,
de tratamento, de cura. São cerca de 1,2
mil atendimentos por dia.
Essa reviravolta toda tem nome: pessoas
de bom coração. Foi graças à ajuda de
muitos, cada qual do seu jeito, que a
obra HCL ganhou vida. Atualmente,
a campanha “Adote 1m2” trouxe ainda
mais força. Lançada em dezembro de
2011, ela fez com que o novo prédio
e, consequentemente, a expansão do
hospital, se materializasse. A expectativa
Associação Comercial e Industrial de Londrina
13
indescritível. Sinto que estou fazendo algo de valor, algo que
faz a diferença. Vejo que o Hospital do Câncer é do futuro,
nós vamos passar, mas ele vai continuar e vou poder dizer
que vivi por algo que valeu a pena”, declara.
Sala de espera terá 300 cadeiras, não será mais preciso aguardar na rua
é de que em julho deste ano os primeiros três pavimentos
sejam entregues e comecem a aliviar a rotina de quem precisa
de tratamento.
Essa ideia saiu da cabeça do engenheiro Antônio Carlos do
Nascimento, o Baiano, falecido de câncer no dia 2 de abril
deste ano. Gestora de Ações Estratégicas e Projetos do HCL,
Mara Rossival Fernandes lembra bem quando o sonho surgiu.
“Ele estava com câncer, nos encontramos na portaria, e ele
falou da ideia. Disse que queria pagar seu metro quadrado,
e criou a campanha. Ele deixou isso de herança, o Baiano
deixou um pedaço dele e somos muito gratos. Até as últimas
forças, ele ficava com o laptop acompanhando a campanha,
os médicos brincavam que quando um metro era vendido
fazia mais efeito nele que a quimioterapia”, conta.
Para Mara, Baiano foi um grande exemplo e mais uma
prova de que as pessoas fazem a diferença. “Foi uma pessoa
especial, que esqueceu da própria dor para ajudar os outros”.
Doação de vida é uma palavra que a própria Mara conhece.
Há 40 anos ela está no HCL. E já passou pelas mais diversas
funções até chegar ao posto em que luta todos os dias por
recursos para que a construção siga firme, assim como
outras necessidades da instituição. A última conquista foi o
equipamento de Ressonância Magnética, que será instalada
no subsolo do novo prédio, andar inteiro que será destinado
ao Centro de Diagnóstico com exames dos mais diversos
tipos. O local já está com os alicerces erguidos e os olhos
de Mara brilham ao caminhar pela construção e mostrar o
resultado da união.
“A gente que está aqui dentro passa a acreditar em milagres,
a união faz a força e o que está se fazendo em Londrina com
a campanha do metro quadrado é um trabalho lindo, que
vai ficar para o futuro”, declara. É essa herança que motiva
a gestora a levantar cedo e trabalha até tarde da noite. “O
trabalho aqui é intenso, mas o prazer com o resultado é
14
Mara lembra que o câncer é uma doença cada vez mais
presente no nosso dia a dia. No ano passado, 22.256 pessoas
foram atendidas no Hospital, mais de 5 mil delas, novos
pacientes com câncer. “Se hoje o hospital é importante, no
futuro ele será vital. A população está envelhecendo, vai
viver mais, as células vão envelhecer. O hospital tem que
crescer para atender essas pessoas, todos nós conhecemos
alguém próximo com a doença, até pessoas mais jovens.
Hoje ajudamos com um metro quadrado a construir essa
estrutura”, salienta Mara.
Graças ao avanço da medicina, Mara comemora que a
cura é cada vez maior. E graças às mudanças no Hospital
do Câncer, muitos sonhos são hoje possíveis. “Na semana
passada começamos a ter aulas para as crianças de do 1º ao
9º ano, elas precisam ter aulas para não perder esse momento
da vida. Esse é um dos presentes da vida”, diz com sorriso
carinhoso e feliz.
Consciente da importância da obra, Mara segue trabalhando
para que novos metros quadrados sejam vendido. Até março
de 2013, 971 pessoas já tinha ajudado com a compra de 2.874
metros quadrados. O total arrecadado foi de R$ 4,3 milhões.
A meta é chegar aos 7.510 metros quadrados “adotados”
para que todos os 7 andares possam ser concluídos (todos
esses valores podem ser consultados no site www.hcl.org.
br). Com o dinheiro arrecadado até agora, somado à ajuda
do Governo do Estado, está sendo possível finalizar os três
primeiros andares. Os outros quatro estão só com a estrutura
de concreto pronta, faltando toda a parte de infraestrutura.
“O recheio é caro”, aponta Mara.
A alegria que ela e Nelson Dequech compartilham é que
nessa primeira etapa
já está previsto um
grande anseio e luta:
uma nova sala de
espera. Atualmente
os pacientes têm
apenas um espaço de
70 metros quadrados
para aguardar pelo
atendimento, o que
faz com que muitos
esperem
na
rua.
Até bancos foram
Mara Fernandes: “Vejo que o Hospital do
colocados no local,
Câncer é do futuro, nós vamos passar,
uma
improvisação
mas ele vai continuar e vou poder dizer
que vivi por algo que valeu a pena”
para dar um certo
maio de 2013 | www.acil.com.br
“TUDO QUE ESTAMOS FAZENDO É PARA HUMANIZAR O ATENDIMENTO”
conforto enquanto a obra não era possível. Com o novo
prédio, a sala de espera terá 650 metros quadrados e 300
cadeiras. “Tudo o que estamos fazendo é para humanizar.
Os pacientes precisam de um espaço adequado, tem dia que
chove, faz frio, e não temos espaço”, conta Dequech.
Desde que entrou no HCL, Nelson Dequech sonha com essa
sala de espera. E graças à solidariedade de muitos, ela foi
possível. “Tudo isso quem está fazendo é a comunidade, ainda
estamos no sufoco, mas não estamos mais caóticos”, compara.
Ele lembra que quando assumiu o cargo, diziam que era
apenas para um mandato tampão, que foi se multiplicando.
“A gente vai se envolvendo e nisso se passaram 8 anos. Falo
que é o melhor trabalho da minha vida”.
Para Mara, a mudança de postura na direção da instituição
foi essencial para que todo o milagre acontecesse. “Como
é importante a gestão! Houve momentos que achamos que
estava tudo perdido, mas de repente vimos que temos uma
força interior que não imaginávamos. Quando as coisas
começam a dar certo, essa força interior aflora, e aflora em
tudo, nos funcionários, nos médicos, na comunidade. Eu falo
que o universo está conspirando a nosso favor. Sem ajuda da
comunidade, nada disso seria possível.”
Associação Comercial e Industrial de Londrina
Em 2015 o HCL completará 50 anos, e Mara diz que a data
pode ser um marco. “Queremos entregar um bem precioso
para essa comunidade, e esse bem será um hospital com alta
tecnologia”. Para isso, é preciso que outros “pais” e “mães”
adotem seu metro quadrado e, como Baiano, deixem um
pedaço de esperança para os doentes de câncer.
Obras trarão conforto aos mais de mil pacientes atendidos por dia
15
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16
maio de 2013 | www.acil.com.br
ANGELONI: CÂMARA APROVA
ALTERAÇÃO DE ZONEAMENTO
O projeto transforma em zona comercial um lote residencial localizado na rua Ulrico
Zuinglio e favorece instalação de hipermercado na Gleba Palhano
Por Susan Naime
Após idas e vindas na pauta, os vereadores
aprovaram em 30 de abril o projeto 358/2012,
de autoria do presidente da Casa, Rony Alves
(PTB). A matéria não sofreu alterações e
ficou conhecida como Projeto Angeloni por
facilitar a instalação da rede de hipermercado,
através da alteração de zoneamento, na
Gleba Palhano. Foram 18 votos favoráveis
e 1 contrário. Os vereadores Jamil Janene
(PP) e Sandra Graça (PP), que se abstiveram
durante a primeira discussão, estão dentro
do grupo de legisladores que aplicaram votos
favoráveis ao empreendimento. O único voto
negativo foi o de Lenir de Assis (PT), que no
último dia 23 já havia votado não ao projeto.
Prefeito vai consultar o Jurídico
Antes de sancionar ou não o projeto de Lei
358/2012, Alexandre Kireeff (PSD) informou
que irá consultar o Ippul e a Procuradoria
Jurídica do Município. O objetivo é tomar
uma decisão sensata e técnica sobre o
assunto.
Audiência Pública
Alguns moradores da Gleba Palhano
desaprovaram a entrada de carga e descarga
do Angeloni pela rua Ulrico Zuinglio. A
Câmara chegou a realizar uma audiência
pública para discutir o assunto. O grupo
responsável pelo empreendimento informou
que irá estudar uma alteração na entrada
do estacionamento, com a finalidade de
diminuir o impacto de tráfego no trânsito.
Comissão vai revisar leis
A Câmara vai realizar um levantamento
completo de todas as leis aprovadas
nos últimos 12 anos, e que apesar de
Associação Comercial e Industrial de Londrina
terem sido sancionadas pelo Executivo
ou promulgadas pelo Legislativo, não
estão vigentes no município. Compõem
a Comissão Especial de Avaliação e
Viabilização de Leis os vereadores Gerson
Araújo (PSDB), como presidente – ele
também é o autor da proposta; Elza Correia
(PMDB) como relatora; e Jamil Janene (PP)
como membro. O grupo terá o prazo de 90
dias para concluir os trabalhos, prorrogáveis
por igual período.
Fú renuncia à Mesa Executiva
A Mesa Executiva da Câmara sofreu
alterações em sua composição. No dia 16
do último mês, o vereador Roberto Fú
(PDT) renunciou ao cargo de segundo
secretário. Como justificativa, argumentou
que a função estava o impedindo de atuar
de forma mais eficiente em seu gabinete
itinerante e negou qualquer desavença
pessoal sobre as decisões tomadas pelos
demais membros. Vilson Bittencourt (PSL),
que foi o único a se candidatar para a vaga,
assumiu o cargo. Os demais membros se
mantiveram: Rony Alves (PTB), presidente;
Gustavo Richa (PHS), vice; Emanoel Gomes
(PRB), 1 secretário e Mário Takahashi (PV),
2 secretário.
Farra dos diplomas
A Câmara prorrogou por 30 dias a
conclusão da audiência interna para
averiguar possíveis irregularidades nos
certificados conhecidos como “farra dos
diplomas”. O prazo expirou no dia 11 de
abril. Até essa data, a situação de cerca
de 15 a 20 funcionários ainda precisava
ser analisada. Essa primeira etapa do
trabalho faz parte do lote questionado
pelo Ministério Público, que apontou
irregularidades para 32 funcionários. O
presidente da Câmara, Rony Alves (PTB),
adiantou que em todos esses certificados
existem, em grau maior ou menor, algum
tipo de irregularidade. A repetição de cursos
é uma das falhas detectadas. A análise final
sobre as medidas que deverão ser tomadas
virá da Procuradoria do Legislativo.
Recapitulando
Os reflexos da farra dos diplomas foram
causados pela lei aprovada em 2004, que
permitia que servidores apresentassem
certificados para conseguir promoções e
aumentos salariais. Uma carga mínima de
100 horas garantia reajustes que variavam
de 2,5% a 10,4%. No dia 19 de março, a
Câmara protocolou a portaria de número
69/2013, suspendendo o pagamento das
vantagens obtidas por meio de progressões
por conhecimento aos servidores do
Legislativo.
Projetos arquivados
Os vereadores aprovaram em segunda
discussão o projeto de resolução 6/2012,
que prevê o arquivamento de projetos de
lei de vereadores não reeleitos no final de
cada legislatura. A matéria é de autoria de
Roberto Fú (PDT) e subscrita por mais 12
vereadores da Legislatura anterior (seis dos
quais reeleitos). Os autores argumentam
que no encerramento dos quatro anos de
mandato, todos os legisladores se obrigam
a pedir o retorno à pauta de dezenas de
projetos que estão retirados de tramitação
por tempo indeterminado para que as
matérias não sejam automaticamente
arquivadas.
17
NOVA LEI
MUDANÇAS
DOMÉSTICAS
Em vigor desde o começo de abril, a
Emenda Constitucional 72 regulamentou
a profissão do trabalhador doméstico
e trouxe novas regras para patrões e
empregados
Por Juliana Mastelini
Depois de sete anos trabalhando numa casa, quando foi despedida,
a empregada Vera Lúcia Cerqueira Lima recebeu 13º salário, férias
e um mês de aviso prévio. Se a situação acontecesse hoje, ela ainda
receberia a indenização do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
(FGTS) e o seguro-desemprego. Estes são alguns direitos concedidos
às empregadas domésticas pela Emenda Constitucional 72/2013,
conhecida como PEC das Domésticas.
Há dois anos, Vera Lúcia está em novo emprego. Hoje trabalha na
casa da farmacêutica e funcionária pública Maria Roselice Veiga de
Aguiar Sabec. A mensalista comemora a maior segurança que a lei traz
às empregadas domésticas no caso de demissão, por exemplo. “Além
disso, qualquer benefício extra já dá pra comprar um litro a mais de
leite pra dar pros filhos”, brinca Vera Lúcia.
A lei tem deixado em dúvida patrões e empregados. O que muda
efetivamente para o empregador: pagamento do FGTS de 8%;
intervalo refeição; auxílio creche para filhos de até 5 anos; saláriofamília para filhos de até 14 anos; seguro contra acidente de trabalho;
jornada semanal de 44 horas; e hora extra.
Outros direitos como salário mínimo regional, registro em carteira,
18
13º salário e férias já eram assegurados às empregadas domésticas.
Por isso a advogada trabalhista e vice-presidente da OAB/ Londrina,
Vânia Queiroz, considera que a maior repercussão da lei na cidade
vai ser nas casas em que os empregados tinham jornadas sem limites
de horário. Agora os patrões terão que pagar hora extra e adicional
noturno. “Porém as outras despesas são significativas, porque os custos
separados não parecem muito, o somatório é o problema”, completa a
advogada.
Vânia acredita ser possível prever aproximadamente 30% de aumento
no custo de uma empregada doméstica considerando-se também os
encargos fiscais. A tradutora Maria Thereza Forattini considera que os
encargos estabelecidos pela nova lei são pesados para o empregador.
“Sempre foram pesados. O empregador doméstico não é firma, como
pagar todos os encargos, FGTS, creche? É absurdo”, completa.
Segundo a advogada Vânia Queiroz, os novos ônus sobre o trabalhador
doméstico podem gerar um impacto de 10% a 15% nas demissões
dos empregados. Vânia conta que algumas famílias, inclusive, em vez
de demitir já fizeram ajuste com a empregada para que ela continue
trabalhando na casa como diarista. “A diarista trabalha também em
outras casas e os patrões dividem as despesas com INSS, que para a
diarista não é obrigatório, mas é muito importante”, explica.
A assessora jurídica do Sindicato das Empregadas Domésticas
de Londrina e Região, Maria Lucilda Santos, acredita que haverá
reclamações, porque ambas as partes estão assustadas com a lei, mas
Vera Lúcia Cerqueira Lima: “Qualquer benefício extra
já dá pra comprar um litro a mais de leite”
maio de 2013 | www.acil.com.br
CERCA DE 30% DOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS DE LONDRINA ESTÃO NA INFORMALIDADE
isso não trará grande impacto. “Então pode ser que cause num primeiro
momento certa demissão, certo reajuste, mas eu não creio que cause
desemprego”. Para ela, o que muda é a cultura de formalização que o
empregador tem que ter, não muda muito financeiramente. “Eu não
acho que foi majorado o ônus financeiro para o empregador, 8% do
FGTS não é muito. O governo ainda fala em reduzir o percentual do
INSS para compensar o aumento do fundo de garantia”. Ela acredita
que as pessoas que podem vão manter a empregada doméstica. “Já as
pessoas que tinham empregado por uma questão de status ou quase
no mesmo nível social vão ter que abrir mão”.
Vânia Queiroz acredita que cada família tem que ter em mente as suas
necessidades. “Se realmente precisa de uma funcionária todos os dias,
ou se pode ficar só com diarista e dividir a tarefa entre os membros
da casa. Isso representa uma significativa mudança de conceito do
londrinense”, explica Vânia.
A advogada Maira Benetti, depois de cinco meses sem mensalista, está
em fase de treinamento para a contratação de nova funcionária de
acordo com a Lei das Domésticas. Durante os cinco meses, ela mesma
lavava a roupa e utilizava serviços terceirizados como lavanderias para
passar a roupa e restaurante. Para manter a casa em ordem recorreu ao
serviço de diaristas ou empresa que terceiriza o trabalho de limpeza
da casa. “Como a minha casa é grande, não deu certo, mas acho que
se a família conseguir gerir a casa só com esses serviços terceirizados e
alimentação fora, penso que sai mais barato”, explica a advogada.
Maira acredita que no futuro os brasileiros sigam os moldes de países
como Estados Unidos. Lá, se contratam diaristas e cada membro da
família desempenha um papel nas tarefas da casa. “O que pressupõe
que marido e filhos também ajudem. Essa é uma cultura que não
existe no Brasil. As obrigações na maioria das vezes caem em cima da
mulher”, explica.
o Sindicato das Domésticas está preparado para trabalhar com a
capacitação das empregadas. “Antes, como o ônus representado pela
empregada doméstica não era grande, os patrões não exigiam tanto.
Hoje a exigência vai ser maior. Então você paga, você vai querer uma
contrapartida à altura, um serviço especializado”, completa.
Para a farmacêutica Maria Roselice, a lei trouxe benefícios para ambos
os lados ao estabelecer normas para empregados e empregadores.
“Todo mundo tem direitos e deveres, então a empregada vai ter que
seguir corretamente. Agora pela lei, o empregador tem como cobrar
horários e conduta de atividade”, explica a farmacêutica.
Informalidade
A advogada Vânia Queiroz acredita que cerca de 30% dos empregados
domésticos em Londrina estão na informalidade. Para a assessora
jurídica Maria Lucilda Santos, que trabalha há 20 anos com o
Sindicato das Domésticas, o quadro da informalidade em Londrina
mudou com os anos. “Antes aparecia empregada com contrato de
20 anos de trabalho sem registro. Agora não, eu vejo que a questão
do reconhecimento tem sido constante. É claro que ainda existe
uma grande gama de pessoas que não tem condições de manter o
empregado doméstico e mesmo assim insistem e aí no final geram um
déficit financeiro para o empregado. Mas agora a informalidade vai
custar caro para o empregador.”
Maria Lucilda Santos:
“Pode haver alguma
demissão, algum
reajuste, mas não
acredito que a nova lei
cause desemprego. As
pessoas que tinham
empregado doméstico
por uma questão de
status vão ter que
abrir mão disso.”
Maior exigência
A assessora jurídica Maria Lucilda Santos acredita que com os
benefícios o empregado será também mais cobrado. Ela conta que
NA PONTA DO LÁPIS
Compare as novas despesas mensais com o empregado doméstico
Despesas anteriores à lei
Novas despesas
INSS (12% para o patrão) R$97,41
FGTS (8%) R$64,95
Férias e 13º (dividido pelos 12 meses) R$155
Seguro acidente de trabalho (de 1% a 3%) média de R$16,23
Vale Transporte R$121,50
Salário família R$23,23 para cada filho menor de 14 anos
Auxílio creche para cada filho menor de 5 anos (valor ainda não
estipulado)
Total/ mês despesas anteriores: R$373,91
Total/mês novas despesas: média de R$130
Somatória despesas = R$501
* Com base no salário mínimo R$811,80
Associação Comercial e Industrial de Londrina
19
DIREITOS DO
CONSUMIDOR
EMPRESAS E CLIENTES:
DISCUTINDO A RELAÇÃO
Seguindo o que determina a legislação e respeitando algumas atitudes
básicas, é possível transformar a sua empresa em modelo na relação com
os consumidores
Por Susan Naime
Se houvesse uma fórmula mágica
sobre como ser uma empresa modelo
no mercado, os Procons e juizados
de pequenas causas não precisariam
existir. Entretanto, alguns ingredientes
para o sucesso não precisam de
feitiçaria e nem são segredo. Além de se
adaptar a todo o processo que a gestão
de competitividade exige, as empresas
precisam atender às expectativas do
cliente em relação a preço, compromisso
ambiental, funcionalidade dos produtos
e, muitas vezes, até nas vertentes
pessoais.
“As empresas hoje têm que se preparar
para atender o consumidor, que está
muito mais seletivo, e saber dos seus
direitos, até porque as informações
estão disponíveis de diversas maneiras.
A empresa que não treinar a sua equipe
para o atendimento não irá sobreviver
ao mercado”, ressalta o diretor comercial
da ACIL e diretor financeiro da rede
Marcelo Ontivero: “A empresa que não
treinar a sua equipe para o atendimento não
irá sobreviver ao mercado”
20
de lojas Móveis Brasília, Marcelo
Paganucci Ontivero.
Três requisitos básicos são apontados por
especialistas na hora de estreitar a relação
entre empresas e clientes: confiança,
diálogo e reconhecimento. A satisfação
às necessidades pessoais do comprador,
antes de qualquer outra coisa, é o primeiro
passo em direção da confiança.
“É preciso que a equipe de venda, por
exemplo, conheça a fundo o seu produto,
esteja muito bem preparada na parte
humana e se coloque sempre no lugar
dos clientes. Os problemas que surgirem
devem ser resolvidos administrativamente
e não empurrados até chegar no Procon.
Mas você também não pode prometer ao
cliente o que não será possível de cumprir
e gerar um descontentamento futuro.
Ligue para o cliente e veja se ele ficou
satisfeito. O bom vendedor que faz isso se
transforma em um bom gerente”, destaca
Ontivero.
Outro pilar do bom relacionamento
empresa-cliente é a comunicação.
Engana-se quem pensa que o consumidor
está sempre seguro de si. Muitas vezes ele
entra em um estabelecimento sem saber
exatamente o que procura. No entanto,
toda empresa precisa estar preparada
para atender a essa demanda reprimida.
“É importante conhecer o cliente durante
uma conversa e, na troca de ideias,
oferecer soluções a ele. Através de um
planejamento, o cliente compra sonhos.
E você não pode deixar o sonho virar
um pesadelo e ficar aquém daquilo que o
consumidor esperava”, orienta.
“O cliente tem
sempre razão”
Quem é que nunca escutou esse ditado
popular? O empresário Marcelo Ontivero
aprova a ideia, mas também apresenta
outra versão: “O cliente é rei, mas não pode
destruir o castelo”, brinca. A afirmação
refere-se a situações desagradáveis, em
que o cliente não está tão interessado
em resolver o problema do seu produto
ou serviço, mas sim se aproveitar de
um episódio que poderia ser facilmente
solucionado para abocanhar uma
indenização por danos morais. “Defendo
a teoria de que o cliente tem e sempre terá
razão. Por isso o diálogo e o respeito devem
sempre caminhar juntos. Infelizmente,
também existem os problemas pontuais
onde o cliente quer se aproveitar da
situação e já não aceita mais qualquer
intervenção da empresa”, lamenta.
Receita de sucesso
Disciplina é a receita seguida pela Farmácia
Vale Verde para se posicionar como empresa
modelo no mercado. Afinal, são 39 anos de
história, 19 lojas em Londrina, outras 11 na
região e um total de 500 funcionários. “Para
que o negócio desse certo, criamos alguns
procedimentos dentro da empresa. Em
primeiro lugar está a disciplina interna, que
é sempre o grande gargalo nas empresas.
A equipe recebe treinamento para ter
condições de cumprir todas as normas
maio de 2013 | www.acil.com.br
ACIL OFERECE TREINAMENTO A FUNCIONÁRIOS DE EMPRESAS
Rodrigo Brum Silva: “Se o consumidor vai até
a loja por causa de uma promoção que viu na
mídia, o estabelecimento tem a obrigação de
cumprir com o que foi veiculado”
Rubens Benedito Augusto: “Treinamos os
funcionários para que eles cumpram as nossas
normas”
estabelecidas e, dessa forma, agradar e
atender bem o cliente para que ele se fidelize
à Vale Verde”, aponta o proprietário da rede
de farmácias, Rubens Benedito Augusto.
Uma espécie de cartilha confeccionada
pela Vale Verde orienta os funcionários
sobre diversas situações que podem ocorrer
no dia a dia de trabalho. Desta forma, o
cliente sempre receberá soluções imediatas,
evitando qualquer tipo de constrangimento.
“A cada momento buscamos aprimorar
esses procedimentos, até porque as
mudanças na legislação são constantes.
Treinamos os funcionários para que
eles cumpram as nossas normas. E
quando isso não acontece, precisamos
tomar alguma atitude”, explica Augusto.
Outro fator garante a credibilidade da rede
no mercado: o cumprimento das exigências
ditadas pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa). Rubens Augusto lembra
que quando a receita médica passou a ser
obrigatória para a compra de antibióticos,
muitos clientes ficaram inconformados.
“Existem situações como essa que criam
um clima desagradável. Mas você precisa
trabalhar para equilibrar a situação. Primeiro,
procurar encantar o cliente. Fazendo isso já
se evita um monte de problemas. Depois,
não deixar de cumprir as normas da lei.
Isso fortalece a categoria e proporciona uma
concorrência mais justa”, ensina.
Associação Comercial e Industrial de Londrina
Legislação
Atentos à causa, o Procon e a ACIL
iniciaram um diálogo para estreitar uma
parceria que visa dar aconselhamento,
principalmente às empresas do pequeno
e médio porte. “Seria um trabalho
preventivo. Talvez para o segundo
semestre. Primeiro precisamos estruturar
a parte física e de pessoal do órgão”, explica
o coordenador do Procon, Rodrigo Brum
Silva.
Enquanto a parceria não se concretiza,
Silva atenta para itens obrigatórios dentro
de um estabelecimento comercial, como
o Código do Consumidor, a precificação
e a propaganda dos produtos e serviços.
“Não adianta apenas ter o Código do
Consumidor. Ele precisa estar visível e
acessível aos clientes. Pode até imprimir
da internet. Outro gargalo é a questão
dos preços. Todos os produtos devem
estar etiquetados enquanto a loja estiver
aberta ao público. E não podemos deixar
de citar a propaganda. Se o consumidor
vai até a loja por causa de uma promoção
que viu na mídia, o estabelecimento tem
a obrigação de cumprir com o que foi
veiculado”, afirma.
O presidente da ACIL, Flávio Montenegro
Balan, diz que estuda a possibilidade de
elaborar uma cartilha didática, em conjunto
com o Procon, além de informes e palestras
que esclareçam o assunto. “Acredito que o
empresário londrinense está mais atento
e preocupado com o cumprimento da
legislação no seu comércio, mas ainda falta
informação”, aponta.
A
ACIL
oferece
mensalmente
treinamentos a prestadores de serviço e
trabalhadores do comércio e da indústria
com o objetivo de atualizar o cenário
empresarial londrinense. Os associados da
entidade também têm acesso ao serviço de
consultoria jurídica, em especial nas áreas
tributária, trabalhista e cível.
Os empresários interessados devem
procurar a ACIL com sua dúvida. A
entidade fará o encaminhamento para
um dos escritórios conveniados, que se
encarregará de atender a empresa e sugerir
o procedimento a ser seguido. Todo esse
processo não tem custo para associados.
Outro canal de informação para os
empresários é pelo Sindicato do Comércio
Varejista de Londrina e região (Sincoval),
que oferece orientações sobre convenção
coletiva, suporte e treinamento.
21
TURISMO DE
EVENTOS
A HORA E A VEZ DO
CENTRO DE CONVENÇÕES
Estudo realizado pela consultoria Jones Lang LaSalle comprova que
a instalação de um Centro de Convenções não apenas é viável como
também necessária para o desenvolvimento da cidade
Por Paulo Briguet
Existe um momento único na história
em que os sonhos começam a se
transformar em realidade. Londrina
está vivendo esse instante mágico. No
início de maio, a consultoria Jones
Lang LaSalle divulgou as conclusões
do estudo de viabilidade para o tão
sonhado Centro de Convenções
de Londrina. E os resultados não
poderiam ter sido mais alentadores.
De acordo com o estudo, não
apenas o Centro de Convenções é
economicamente viável, como
também necessário para
o desenvolvimento de
Londrina e região.
22
Bandeira das
entidades
Nos últimos anos, a ACIL e o Londrina
Convention & Visitors Bureau,
juntamente a outras entidades locais, têm
chamado a atenção para a importância de
se construir e colocar em funcionamento
um espaço adequado para a realização de
grandes convenções, congressos e eventos
na cidade. “Entre 2010 e 2012, Londrina
perdeu 35 eventos e deixou de receber
180 mil visitantes que movimentariam a
economia local em R$ 115 milhões”, diz
o presidente do Londrina Convention,
Reinaldo Cassimiro da Costa Júnior. “Ao
longo do tempo, vínhamos insistindo que
Londrina não pode ficar sem um Centro
de Convenções à altura dos grandes
eventos nacionais e internacionais”,
comenta o presidente da ACIL, Flávio
Montenegro Balan. “Os estudos realizados
pela Jones Lang LaSalle comprovam
a nossa tese. É uma ótima notícia
para o desenvolvimento de
Londrina. Acreditamos que
vários segmentos
empresariais
estejam interessados em investir no
projeto.”
Balan observa que existem diferentes
modelos para efetivar o negócio.
“Possivelmente o formato mais
recomendado seja uma parceria públicoprivada”, afirma o presidente da ACIL.
“Uma coisa é certa: precisamos continuar
mantendo essa união de esforços entre
o poder público, as entidades e a classe
empresarial.”
União é uma palavra-chave nesse tema.
É importante ressaltar que o estudo de
viabilidade do Centro de Convenções é
fruto da sintonia entre a sociedade civil
organizada de Londrina. Além da ACIL e
do Londrina Convention, tiveram papel
importante nesse processo Sebrae, Sicredi,
Faciap, Sindimetal, Sindicato dos Hotéis e
Restaurantes e as empresas associadas ao
LC&VB.
Os possíveis locais
O estudo definiu e avaliou sete locais de
Londrina em que o Centro de Convenções
poderá ser instalado: Iapar, CEEL,
Sociedade Rural, Avenida Tiradentes
(à altura do número 2.000), Expresso
Nordeste, arredores da Rodoviária e ao
lado Catuaí Shopping Center.
maio de 2013 | www.acil.com.br
FALTA DE CENTRO DE CONVENÇÕES FEZ LONDRINA PERDER VISITANTES E RECURSOS
Os critérios avaliados pela Jones Lang
foram localização, acesso, entorno, área
disponível, necessidade de investimento
e distância em relação ao centro. “Todos
os locais analisados apresentam aspectos
positivos e negativos. No entanto,
entendemos que a escolha de um terreno
para o novo Centro de Convenções
envolve uma série de fatores políticos e
econômicos que só as entidades locais
poderão avaliar corretamente”, observa
Manuela Gorni, vice-presidente da Jones
Lang LaSalle.
As características
do prédio
Além de apontar os possíveis locais do
Centro de Convenções, o estudo faz
uma série de recomendações sobre as
características do prédio a ser instalado.
Segundo a Jones Lang, Londrina comporta
um Centro de Convenções de 7.800
m2, com espaços versáteis para receber
diferentes tipos de eventos. A capacidade
total de público seria de 5.750 pessoas.
Recomenda-se também a instalação de um
estacionamento com capacidade para 1.800
vagas para automóveis, vans e ônibus.
Cenários
financeiros
Em termos financeiros, o estudo da Jones
Lang LaSalle projetou dois cenários
diferentes, com investimento total que
pode ser de R$ 18 milhões ou R$ 28
milhões (valores que incluem construção,
decoração, despesas pré-operacionais
e capital de giro). Entre o início das
operações e a estabilização dos fluxos
de caixa, decorreriam quatro anos. No
caso do investimento mínimo (R$ 18
milhões), a receita total no primeiro
ano de funcionamento seria de R$ 3,1
milhões e o EBITDA (lucro descontado
de impostos, taxas, depreciação e
amortização) ficaria em R$ 436 mil (14%
do total). No ano da estabilização, os
lucros atingiriam R$ 2,7 milhões (45%
do total). Se o cenário mais otimista
prevalecer, com investimento de R$ 28
milhões, a receita prevista no primeiro
ano seria de R$ 4 milhões no primeiro
ano de funcionamento, com lucros de
R$ 1 milhão (26% da receita total). No
ano da estabilização, a receita deverá
atingir R$ 8 milhões, com R$ 4 milhões
de lucros (50%). Para chegar a esses
números, a consultoria levou em conta as
estimativas de ocupação e preço médio
de equipamentos semelhantes no País.
A força dos eventos
O turismo de eventos passa por
importantes transformações em todo
o planeta. Desde 2003, o Brasil vem
melhorando constantemente sua posição
no ranking mundial do setor. Há dois
anos, o país atingiu a 7ª colocação,
sendo responsável por 3% dos eventos
mundiais. Os eventos tornam-se cada
vez mais específicos e segmentados.
Ao mesmo tempo, nota-se que existe
uma tendência favorável à realização de
eventos em cidades do interior brasileiro.
A forte presença das universidades,
dos centros de pesquisa e do segmento
médico-hospitalar em Londrina favorece
a captação de congressos científicos e
profissionais.
Londrina quer
avançar
A Jones Lang LaSalle identificou cinco
cidades que concorrem diretamente
com Londrina na captação de eventos
nacionais e internacionais: Uberlândia,
Goiânia, Cuiabá, Curitiba e Florianópolis.
Todas elas dispõem de centros de
convenções instalados e operantes.
A falta de um Centro de Convenções
em Londrina se reflete diretamente no
desempenho econômico e na própria
qualidade de vida da população. Em
comparação com os cinco municípios
analisados, Londrina tem o menor PIB
e a menor taxa de investimentos. Mais
um motivo para que a cidade realize
esse sonho e, com isso, impulsione o
desenvolvimento de toda a região. Se
Londrina quer avançar, precisa de um
Centro de Convenções!
Áreas
Área Total
(m²)
Capacidade
(Auditório)
Pé-direito
Espaço para
Exposições
1.500
1.300
8,6 m
Grande área livre de colunas
Ballroom
3.000
2.700
8,6 m
Flexível, sem assentos fixos. Divisível em 6 salas de
800-900 m²
Junior
Ballroom
800
700
6,8 m
Flexível, sem assentos fixos. Divisível em 4 salas
menores, 2x 300 e 2x100 m²
Salas para
Reuniões
800
700
3,6 m
2 salas de 400m² cada, divisíveis em 8x50m² cada
uma
Foyer
1.700
--
6,8 m
Foyer com 1.700 m² de área, que pode ser integrado
ao espaço para exposições
Total
7.800
5.750
Associação Comercial e Industrial de Londrina
Principais Características
23
PEC 37
SE APROVADA,
PROPOSTA FARÁ
PROFUNDAS
MODIFICAÇÕES
Muitos acreditam que a aprovação seria um
golpe contra a impunidade; outros afirmam
que ter o MP à frente de investigações
compromete a imparcialidade
24
Por Thamiris Geraldini
De uns tempos para cá,
uma Proposta de Emenda
Constitucional atraiu
os holofotes nacionais.
Dividindo opiniões e
gerando polêmica, a PEC 37
pode ser votada a qualquer
momento pelo Plenário
do Congresso Nacional.
A concreta votação e a
possível aprovação do
projeto, que garante
exclusividade às forças
policiais no trabalho de
investigação criminal,
mobilizaram a sociedade em
diversas cidades do país. Em
Londrina, um ato público
reuniu cerca de 200 pessoas
contrárias a emenda.
De um lado, há os que
defendem que a aprovação
seria um golpe contra a
impunidade e o aval para
a farra dos ímprobos
públicos. É o caso do
presidente do Sindimental,
Valter Orsi. Para ele, a
aprovação da proposta
seria um retrocesso. “Sou
terminantemente contrário.
A aprovação desta PEC
seria um atraso para o país.
Sem o poder de investigação
nas mãos do Ministério
Público (MP), o aumento
no número de corruptos
que ficarão impunes tende
a aumentar. Ainda resta
muito, mas com as ações do
MP estamos conseguindo
coibir a prática criminal
gradativamente”, acredita.
Compartilhando da
mesma opinião, está
o chefe do Executivo,
o prefeito Alexandre
Kireeff (PSD). “No meu
maio de 2013 | www.acil.com.br
PARA ÁLVARO DIAS, PROPOSTA É REVIDE À CONDENAÇÃO DOS MENSALEIROS
processo”.
Para Esteves, é uma falácia
dizer que, por conta de
alguns erros em percentual
baixo (em relação aos de
acertos), seja justificada
a retirada do poder de
investigação do MP. “Vide
os erros cometidos pelas
polícias, que certamente são
em percentual ainda maior”,
diz. O empresário e expresidente da ACIL Nivaldo
Benvenho é favorável
a manter o poder de
investigação do Ministério
Público. Porém, ele defende
a investigação sigilosa, pois
acredita em interferências
midiáticas. “Sou
absolutamente contrário à
PEC, mas seria interessante
que houvesse uma forma
de primeiro o Ministério
Público fazer o seu trabalho
com mais reguardo e, depois
disso, abrir para a exposição
na mídia. A gente percebe
que às vezes algumas
situações extrapolam e
expõem os gestores públicos
antes da hora.”
O senador Álvaro Dias
(PSDB-PR) chamou a
atenção para um ponto
positivo gerado a partir
da ventilação da emenda.
“A apresentação dessa
proposta, certamente
como revide à condenação
dos mensaleiros, serviu
para mostrar a força do
Ministério Público e sua
capacidade de mobilização”.
Dias acredita que a emenda
não será aprovada. Porém,
caso seja, ele garante
intervenção quando ela
for encaminhada para a
apreciação do Senado. “Eu
não acredito que passe pela
Câmara, mas, se passar,
certamente no Senado nós
Associação Comercial e Industrial de Londrina
teremos condições de reagir
fortemente.”
O Ministério Público é um
órgão de Estado que atua na
defesa da ordem jurídica e
fiscaliza o cumprimento da
lei no país. Na Constituição
de 1988, o MP está incluído
nas funções essenciais
à justiça e não possui
vinculação funcional a
qualquer dos poderes do
Estado. Caso a emenda
seja aprovada, o Ministério
Público perde a autonomia
de investigação criminal,
conferindo essa prerrogativa
apenas às polícias Civil e
Federal.
A PEC, de autoria do
deputado Lourival
Mendes (PTdoB-MA),
que é delegado da Policial
Civil do Maranhão,
teve a admissibilidade
aprovada pela Comissão
de Constituição e Justiça
(CCJ) da Câmara. Para ser
aprovada, são necessários
308 votos favoráveis.
Depois de aprovada em dois
turnos, a PEC será, então,
encaminhada à apreciação
do Senado.
“
Sou
absolutamente
contrário à
PEC, mas seria
interessante
que houvesse
uma forma
de primeiro
o Ministério
Público fazer o
seu trabalho com
mais resguardo
e, depois disso,
abrir para a
exposição na
mídia.
“
entendimento, o Ministério
Público, da maneira como
vem trabalhando, tem
exercido uma importante
contribuição para a
manutenção à democracia.
Perder esta autonomia
significaria um retrocesso.
Para mim, o Ministério
Público autônomo e a
imprensa livre são duas
das maiores conquistas
institucionalizadas pela
Constituição de 88.”
Por outro lado, o advogado
Paulo Nolasco é um dos
que se colocam favoráveis à
PEC. Para ele, a mudança na
Constituição não restringe
o poder do Ministério
Público, mas restabelece
a imparcialidade na fase
de investigação. “Quem
acusa não pode comandar
a investigação, porque isso
compromete a isenção.
O correto é que a Polícia
Judiciária (Civil e Federal)
investigue, o Ministério
Público denuncie, a
advocacia faça a defesa e o
Judiciário julgue”.
Um outro argumento
utilizado pelos que são
favoráveis à PEC 37 é
que o MP age de forma
excessiva cometendo abusos
e até certos equívocos.
O promotor de Justiça
do Ministério Público
em Londrina Cláudio
Esteves, reconhece que
já houve falhas por parte
do Ministério Público,
no entanto, lembra que a
instituição está sujeita ao
controle de seus atos tanto
pelo Conselho Nacional do
Ministério Público, como
pelo Poder Judiciário.
“Todas as providências
solicitadas ministerialmente
dependerão da anuência do
juiz que conduzirá o
Nivaldo Benvenho
Paulo Nolasco:
“Quem acusa não
pode comandar a
investigação, porque
isso compromete a
isenção”
Alexandre Kireeff: “Para
mim, o Ministério
Público autônomo e a
imprensa livre são duas
das maiores conquistas
institucionalizadas pela
Constituição de 88”
25
TRANSPORTE
NEGÓCIOS SOBRE
DUAS RODAS
Empresários começam a perceber o crescimento do uso de bicicletas
e descobrem novas oportunidades com as “magrelas”
26
maio de 2013 | www.acil.com.br
Por Guto Rocha
Invisíveis para a maioria dos motoristas,
os ciclistas estão cada dia mais presentes
nas ruas de Londrina. Vencendo pesadas
ladeiras com a batata da perna turbinada
e dividindo perigosos e apertados espaços
nas ruas e avenidas - entupidas com carros
- os adeptos da bicicleta começam a ser
notados por alguns homens de negócio.
Pequenos gestos ou grandes investimentos
que incentivem o uso da bicicleta são
sempre animadores. Uma promessa de
mudança de cultura que nós, ciclistas,
acalentamos a cada pedalada. Dias atrás
fui até à farmácia que fica na rotatória
das avenidas Higienópolis e JK. Quando
estava procurando um lugar para trancar
minha bicicleta (coisa rara em Londrina),
o gerente do estabelecimento veio até
mim e disse para eu guardá-la dentro
da farmácia. “É mais seguro”, comentou.
Não precisei trancar a bicicleta e, claro,
virei freguês.
Outro empresário que me conquistou
como freguês foi Christian Ferreira de
Amorin, dono do salão La Peluqueria,
que percebeu as vantagens da bicicleta
no seu dia a dia. Há quase quatro anos,
Chris Peluquero, como é mais conhecido,
adotou a bicicleta como seu único meio
de transporte. “As rodas viraram meus
pés e pernas. Vou ao banco pagar contas,
venho trabalhar. O supermercado, que
fica a duas quadras apenas, parece longe
se não for de bicicleta. Vou pra todo lado
de bicicleta”, afirma.
Chris Peluquero foi além com a “bike”:
criou uma promoção em seu salão
para atrair clientes antenados com o
movimento das duas rodas. Quem for até lá
de bicicleta ganha descontos nos serviços.
“Dependendo da distância que a pessoa
se deslocou, o valor pode até aumentar”,
comenta. Segundo ele, a ideia surgiu da
vontade de ver mais gente pedalando por
Londrina. “Queria incentivar as pessoas a
utilizarem bicicleta, é preciso se criar uma
cultura das duas rodas para melhorar a
cidade e a saúde das pessoas.”
Como ciclista, entendo bem o que
Chris Peluquero percebe ao pedalar
Associação Comercial e Industrial de Londrina
pela cidade. Mas, antes de falar das
dificuldades que um ciclista enfrenta em
Londrina, é preciso deixar claro o prazer
proporcionado por uma pedalada. O
vento no rosto, a sensação de liberdade
e a imensa satisfação de olhar para trás e
ver que a fila de carros congestionados na
hora do rush continua parada depois de
ter descido a Rua Pernambuco inteira, até
o Moringão, em poucos minutos. E isso
vale para qualquer outra via de Londrina.
Entretanto, obter esse prazer com
segurança é sempre um perigoso desafio.
Para isso, é preciso estar equipado:
capacete, lanternas traseiras e dianteira
são essenciais. Afinal, como seres
invisíveis, nós, ciclistas, estamos expostos
a todos os tipos de perigos. Os buracos no
asfalto são muitos e traiçoeiros, às vezes
surgem de um dia para outro nas rotas
que costumo fazer.
Os motoristas incautos, no entanto, são
os maiores riscos que encontramos pelo
caminho. Como a rede de ciclovias é
insuficiente e não está interligada, somos
obrigados a dividir os espaços com as
máquinas motorizadas. Para piorar a
situação, até mesmo os pedestres, que
também são vítimas do trânsito caótico
da cidade, não respeitam as poucas
ciclovias que temos para usar.
Segundo a gerente de Trânsito do
Instituto de Pesquisa e Planejamento
Urbano
de
Londrina
(IPPUL),
engenheira Cristiane Biazzono Dutra,
a Prefeitura tem planos para implantar
107 quilômetros de ciclovias na cidade.
Mas não há prazos para que isso seja
concluído. Atualmente, segundo ela,
existem de fato 17 quilômetros de
ciclovias. Muitas delas compartilhadas
com pedestres em calçadas e outras que
ainda não estão sinalizadas indicando
que ali é uma ciclovia.
O IPPUL está realizando, desde de
2012, uma pesquisa com ciclistas para
traçar um perfil desse público e, a partir
daí, definir locais para se implantar
novas ciclovias. A engenheira observa
que qualquer ciclista pode participar,
respondendo à pesquisa que está na
página principal do site da Prefeitura de
Chris Peluquero: “As rodas viraram
meus pés e pernas. Vou pra todo
lado de bicicleta”
Ricardo de Carvalho: “Gente de todas
as classes sociais estão aderindo ao
ciclismo, seja como modalidade esportiva,
seja como meio de transporte”
Londrina (www.londrina.pr.gov.br).
Mesmo com tantas adversidades, o
número de ciclistas tem crescido em
Londrina. Cristiane diz que não existe
um levantamento seguro da quantidade
de bicicletas rodando pela cidade. “Como
não são emplacadas, fica difícil saber
quantas são”, afirma. Segundo ela, o
objetivo da Prefeitura é de que no futuro
pelo menos 10% dos deslocamentos em
Londrina sejam feitos em bicicletas.
O sócio-proprietário da Bicicletaria
Recreio, Ricardo de Carvalho, que está
no negócio das duas rodas há 27 anos,
afirma que a bicicleta vive um momento
“nunca visto antes” em Londrina. “Gente
de todas as classes sociais estão aderindo
ao ciclismo, seja como modalidade
esportiva, seja como meio de transporte”,
afirma.
Ele, que começou a trabalhar em oficina
27
de bicicletas ao 12 anos de idade,
antes mesmo de seu pai abrir a atual
bicicletaria, e é praticante da modalidade
conhecida como Down Hill, afirma que
o negócio vem buscando mais e mais
profissionalismo e tecnologia de ponta.
Em seu estabelecimento é possível
encontrar bicicletas para todas as idades
e finalidades. “As mais procuradas são
as mountain bikes por causa do relevo
de Londrina, que tem muitas subidas
e descidas”, observa. Mas também há
equipamentos para praticantes de outras
modalidades e para passeio.
Carvalho afirma que para se manter no
negócio precisa estar sempre atualizado.
“Já fiz vários cursos, participo de eventos
e feiras, assino revistas especializadas e a
nossa oficina é credenciada pela Proparts,
da SRAM Corporation, dos Estados
Unidos”, afirma. O empresário observa
que o crescimento no setor tem sido tão
grande que a demanda por serviço de
manutenção também cresceu. “Temos
dificuldades de encontrar mão de obra
qualificada para trabalhar com a gente.
Em Londrina não há cursos para formar
esses profissionais.”
Bike sob medida
Há pouco mais de dois anos, o empresário
Frederico Pasquarelli Barrozo mudou
de ramo e adotou a bicicleta como
seu principal negócio. Proprietário da
Ratuera Bike Shop, Barrozo afirma que
o movimento em sua loja não para de
crescer. Ele oferece bicicletas montadas
de acordo com a necessidade do cliente
e conforme o biotipo de cada um.
“Fazemos o chamado ‘bike fit’, medimos
a pessoa, seus braços, pernas, cavalo para
que a bicicleta seja montada de maneira
personalizada”, comenta.
Os pedidos são tantos que o empresário
não tem mais bicicletas para pronta
entrega. “Os clientes estão aguardando
sete dias úteis para pegar a bike”, aponta.
Uma bicicleta montada por encomenda,
segundo ele, custa a partir de R$ 1.250.
28
Além de bicicletas, as lojas também
oferecem equipamentos de segurança
e roupas especiais para a prática do
ciclismo. “É um importante complemento
nas vendas e para o ciclista também é
uma maneira de garantir maior segurança
e melhor desempenho no esporte”,
comenta.
As bicicletas abriram o caminho para
novos empreendedores em Londrina. O
professor de educação física Luiz Cesar
da Silva Moreira, conhecido com Birinho,
especialista em bicicletas como atividade
esportiva, enxergou nas duas rodas uma
nova fonte de renda. Há cinco meses, ele
montou a Birinho Bikes SOS, uma oficina
ambulante para consertar bicicletas. O
negócio funciona em uma perua Kombi
com uma carroceria baú caracterizada.
“As pessoas veem o carro e perguntam
como funciona o trabalho, ou anotam
o telefone e ligam quando precisam”,
comenta.
Bririnho oferece socorro em domicílio
ou no lugar que a pessoa estiver com
problemas com a bicicleta. “Muitas
vezes o cliente não tem tempo de levar a
bicicleta ou nem tem como levá-la para
uma bicicletaria. Então, vou até a casa da
pessoa e, se for um conserto mais simples,
faço no local. Se for algo mais complexo,
levo para minha casa, onde tenho uma
oficina mais completa”. O negócio,
segundo ele, está dando bons resultados.
“Tenho tido muito trabalho. Às vezes me
chamam para consertar as bicicletas da
família inteira que estavam paradas há
tempos”, afirma.
Também apostando no crescimento dessa
área, os empresários Mário Rossetto
e Eduardo Leite acabam de abrir em
Londrina um novo negócio: a Enzo
Bike. Depois de pesquisarem o mercado,
viram nas bicicletas elétricas um boa
oportunidade. Os dois foram para a
China no ano passado para importar kits
elétricos com motor e bateria. As bicicletas,
segundo Rossetto, são fabricadas por
duas indústrias brasileiras de São Paulo.
“Os quadros são feitos especialmente
para adaptarmos os kits chineses que
estamos importando”, afirma. O primeiro
container com os equipamentos elétricos
chegaram da China na segunda quinzena
de abril.
Quando fui de bicicleta fazer a entrevista,
a loja ainda nem tinha sido inaugurada.
Mas a vitrine, que havia me chamado a
atenção por causa das bikes diferentes, já
estava montada. Tive a oportunidade de
fazer um “test drive” com um dos modelos
elétricos. A bicicleta elétrica pode ser a
solução para o difícil relevo de Londrina.
Fiz uma subida brincando.
Segundo Rossetto, a bicicleta será
equipada com uma bateria de lítio, que
pesa 2,5 quilos, enquanto uma similar
pesa 60 quilos. “Uma recarga na tomada
de casa custa R$ 0,65”, afirma. A bateria
carregada permite andar 35 quilômetros
sem pedalar e, se as pernas derem uma
forcinha, a duração sobe para até 60
quilômetros. O motor tem potência de
350 watts. “Isso é suficiente para subir
tranquilamente rampas com 50º, 60º de
elevação, o que é ideal para Londrina”,
afirma.
As bicicletas elétricas vão ser vendidas por
valores que variam entre R$ 2,6 mil e R$
4,3 mil. A loja terá também equipamentos
de segurança, como capacete e lanternas.
Rossetto afirma que, além de Londrina,
as bicicletas da marca Enzo serão
distribuídas por todo o País. “Fizemos
uma parceria com a indústria Brinquedos
Bandeirantes, que irá utilizar toda sua
rede de distribuição para a bicicleta
montada aqui em Londrina”, afirma.
Luiz Cesar Moreira: “Tenho tido muito
trabalho. Às vezes me chamam para consertar
as bicicletas da família inteira que estavam
paradas há tempos”
maio de 2013 | www.acil.com.br
FEIRAS E EVENTOS
REVISTA MERCADO EM FOCO | MAIO DE 2013
Por Kalinka Amorim
A capacitação das empresas na produção
e no uso do conhecimento é fundamental
na busca pela competitividade. Quando
universidade e mundo corporativo se
unem rumo à inovação, a sociedade ganha
Associação Comercial e Industrial de Londrina
se
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WWW.ACIL.COM.BR
em desenvolvimento e sustentabilidade, a
geração de emprego e renda aumenta e o
progresso se instala.
Inovação e conhecimento são ingredientes
que determinam a competitividade de
setores, países e empresas. Em Londrina,
a reunião desses itens durante a realização
das feiras e exposições incrementa a
economia. Juntas, a EletroMetalcon, a
Feira Noivas, a ExpoLondrina e a Inovatec
movimentaram, em 2012, mais de R$ 370
milhões na economia local, colocando
Londrina em posição de destaque no
celeiro de negócios no país.
29
Embora não se tenha um estudo
aprofundado do reflexo das feiras em
toda a economia londrinense, sabe-se
que ele é significativo. Os hotéis ficam
lotados, a movimentação em bares,
restaurantes e no comércio também
acontece, além dos gastos com táxis e
outros transportes.
A ExpoLondrina, sem sombra de
dúvida, é a gigante do segmento. No
ano passado, os negócios realizados
injetaram R$ 355 milhões na economia
local. Esse ano, o montante chegou a R$
402 milhões nos 11 dias de feira, um
acréscimo de 13% em relação a 2012.
Durante sua realização, são muitas as
novidades multiplicadas em eventos
que tratam da alta genética no pasto e
do aumento na produção de alimentos.
“Há uma troca significativa de
informações e divulgação de novas
tecnologias desenvolvidas por nossos
institutos de pesquisa e universidades
(Emater, Iapar, Embrapa, UEL, dentre
outros) durante a ExpoLondrina. Elas
levam à população conhecimento sobre
Moacir Sgarioni: “Há uma troca significativa
de informações e divulgação de novas
tecnologias desenvolvidas por nossos
institutos de pesquisa e universidades
durante a Expo Londrina que levam à
população conhecimento sobre como o
trabalho dos pesquisadores reflete no
cotidiano de cada um”
30
como o trabalho dos pesquisadores
reflete no cotidiano de cada um”,
explica Moacir Sgarioni, presidente
da Sociedade Rural do Paraná (SRP),
realizadora do evento.
Para atender a enorme demanda
gerada durante os dias do evento são
contratados mais de 10 mil empregos
diretos e indiretos. “Atendemos uma
grande parcela da população que
as vezes está desempregada ou que
reforça seu orçamento com a renda
adquirida nesse período. Esse dinheiro,
com certeza, é gasto no comércio, nos
shoppings, em supermercados, lojas de
roupas, na venda do bairro, gerando
um efeito dominó na economia local”,
afirma Sgarioni.
Além disso, a ExpoLondrina também
é palco de discussões políticas.
Governador, secretários, deputados,
senadores se reúnem para ouvir as
necessidades locais. “São momentos
importantes em que a cidade pode falar
a seus representantes políticos sobre
suas necessidades e ter com eles uma
conversa olho no olho. Essas conversas
sempre rendem bons frutos para
Londrina”, garante.
Bons frutos também rende a Feira
Eletromecânica e Construção Civil
– EletroMetalcon, uma promoção
do Senai/PR, Sindimetal Londrina e
Sinduscon Norte/PR. Sinônimo de
inovação e investimentos, o evento,
em 2012, injetou R$ 21 milhões na
economia local. A expectativa em 2013
é alcançar a casa de R$ 50 milhões em
negociações.
De acordo com Alexandre Ferreira,
gerente-executivo
do
Senai
em
Londrina, a EletroMetalcon é um
encontro entre o empresário, a
universidade e o investidor que
promove processos inovativos. “A
inovação é a sobrevivência do país.
Para que um país continue competitivo,
é inerente que ele tenha inovação, que
consiga implementar no mercado novos
conceitos, novos usos, novas maneiras
de pensar a vida. Não dá para se falar
em desenvolvimento sem se falar em
inovação”, afirma. Por conta disso, uma
área denominada serviços técnicos e
inovação foi desenvolvida no Senai para
ajudar os empresários a compreender
e aplicar a inovação e, dessa forma,
alavancar seus negócios.
Para ele, a parceria entre universidade
e empresa é de suma importância e
todos saem ganhando, principalmente
a população brasileira que consegue
ter processos mais baratos e que não
deixam em nada a desejar da inovação
estrangeira. “O Brasil tem que ter
liberdade para participar do mercado
global. Para isso, não pode comprar
inovação, mas, sim, promovê-la. Nossa
missão no passado era preparar mão
de obra, nós continuamos com ela, mas
hoje o objetivo estratégico do Senai em
nível nacional é implementar a inovação
tecnológica”, diz.
Casamento, um
grande negócio
Um referencial em ditar tendências e
moda. Assim a Feira Noivas, em sua 10ª
edição, se consolida, tornando Londrina
polo regional do segmento de festas
e eventos. Em 2012, o evento recebeu
visitantes de 57 cidades dos estados do
Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Goiás, Santa Catarina
e Rio de Janeiro, totalizando cinco
maio de 2013 | www.acil.com.br
WORKSHOP PROMOVE DIÁLOGO ENTRE EMPRESÁRIOS E PESQUISADORES
mil visitantes de grande potencial.
A expectativa da empresária Mity
Shiroma, organizadora da Feira Noivas,
é de que este ano o evento movimente
R$ 20 milhões em negócios.
A próxima edição está marcada para os
dias 01 a 04 de agosto; a expectativa é
de um crescimento 10% maior que o
realizado em 2012, tanto em negociações
como em número de visitantes.
Inovatec Regional
Londrina
A inovação e o conhecimento tornaramse a força motriz do desenvolvimento
regional sustentável. Prova disso é
o lançamento da Inovatec Regional
Londrina, que acontecerá na ACIL em
16 de maio com o objetivo de disseminar
as pesquisas universitárias. Os estudos
estarão à disposição da comunidade
para visitação na Universidade Estadual
de Londrina (UEL) nos dias 17 e 18 de
julho, das 15 às 21 horas.
Em forma de workshop tecnológico, a
Inovatec concentra seu foco nas áreas de
saúde, construção civil e metal mecânica,
alimentos, biotecnologia e tecnologia
da informação e comunicação. Cada
workshop terá a presença de um
empresário que tenha vivência de
Cristianne Cordeiro do
Nascimento: “Meu desejo é que
os empresários locais se habituem
cada vez mais a procurar a
universidade para desenvolver
pesquisas que alavanquem cada
vez mais seus negócios”
Associação Comercial e Industrial de Londrina
mercado e universitária. Pesquisadores
locais farão a explanação de suas
descobertas. “Nesse ponto, um diálogo
será estabelecido podendo culminar
em negociações. Essa parceria entre
pesquisadores e empresários resultará
na criação de novos produtos, bens ou
serviços e dará um up na economia
local e nas pesquisas universitárias”, é o
que almeja a pró-reitora de extensão da
UEL, Cristianne Cordeiro Nascimento.
“Se as empresas forem dotadas de
novas
tecnologias
geradas
pela
pesquisa acadêmica, elas se tornarão
mais competitivas no mercado. Isso
agrega valor e impulsiona a economia
londrinense.
Consequentemente, o
desdobramento dessa parceria será a
geração de empregos, de novos recursos
para a cidade e para nós, pesquisadores”,
diz.
“Nós temos muita coisa interessante
para levar para a sociedade, temos
várias pesquisas em energia renovável
e isso é muito importante, uma vez que
a energia é o que demanda maior parte
no lucro das empresas. Mas, se não
tivermos fomento, não conseguiremos
chegar ao público final”, lamenta.
Cristianne completa que a UEL é
um órgão que também pode ajudar a
sociedade. “Somos servidores públicos
e nossa função é justamente essa.
Trazer a melhoria para as empresas,
que consequentemente irão melhorar a
renda e a vida das pessoas.”
Durante o lançamento da Inovatec
Regional Londrina será divulgado o
Inova, um edital de R$ 30 milhões que
financiará projetos dessa natureza, e
também o prêmio Finep de Inovação,
o mais importante instrumento de
estímulo e reconhecimento à inovação
no País. Desde 1998, já premiou mais
de 500 empresas, instituições e pessoas
físicas, sendo responsável pela projeção
dos contemplados não apenas no Brasil
como no exterior. Em 2013, serão
disponibilizados de R$ 100 mil a R$
500 mil para os primeiros colocados
regionais e nacionais de cada categoria,
totalizando R$ 8 milhões.
As categorias que podem concorrer
são Micro e Pequena Empresa, Média
Alexandre Ferreira: “A inovação é a
sobrevivência do país. Não dá para se falar em
desenvolvimento sem se falar em inovação”
Empresa, Grande Empresa (apenas na
etapa nacional), Instituição de Ciência e
Tecnologia, Tecnologia Social, Inventor
Inovador,
Tecnologia
Assistiva,
Inovação Sustentável e Inovar Fundos,
também restrita à etapa nacional
e dividida em três subcategorias –
Governança, Equipe e Operação.
Lei da Inovação
Outro passo grandioso dado no início de
2013 para fomentar o desenvolvimento
de pesquisas que gerem bens, produtos
ou serviços foi a regulamentação da Lei
434/2012, a Lei da Inovação, que traz
uma série de estímulos às empresas e
aos pesquisadores. “Isso é um grande
facilitador para o pesquisador. Antes
havia um impedimento legal, com
a Lei de Inovação, esse fluxo pode
ser facilitado, uma vez que a lei traz
as contrapartidas que as empresas
e pesquisadores devam ter”, diz
Cristianne.
Os empresários que tiverem interesse
em conhecer as pesquisas desenvolvidas
pela UEL podem visitar a Inovatec.
Durante o evento será possível o
estabelecimento de um convênio
empresa/universidade. Um plano de
trabalho será traçado e a pesquisa
fomentada. “A universidade entra
com o poder intelectual e as empresas
com o insumo. Meu desejo é que os
empresários locais se habituem cada
vez mais a procurar a universidade para
desenvolver pesquisas que alavanquem
cada vez mais seus negócios”.
31
EMPRESA FAMILIAR
A ARTE DE
SOBREVIVER
ADMINISTRANDO
NEGÓCIOS
DE
FAMÍLIA
Em meio a grandes multinacionais
e empresas de capital aberto,
empresas dos mais diversos
segmentos mantém a tradição e
passam o comando de pai para filho
Por Alexandre Sanches
O crescimento de Londrina, aliado ao desenvolvimento de
novas modalidades de comércio e avanço das grandes redes
varejistas, mudou significativamente o perfil das empresas
locais. As conhecidas empresas familiares estão dando
lugar a um comércio mais agressivo, vindo muitas vezes de
redes varejistas de capital aberto, o que acaba “sufocando”
a tradição e aquele estilo próprio de atendimento, de
administração interna, que tornava a relação fornecedor/
cliente um atendimento mais íntimo.
Na história de Londrina, muitos nomes de estabelecimentos
que deixaram de existir como Casas Fuganti, Armarinhos
Paulista, Supermercados Martins & Fernandes, Casa
Gevasco, por exemplo, se confundem com o desenvolvimento
do município e ainda são pontos de referência entre os
habitantes mais antigos. Dos grandes empreendimentos
que tinham a tradição de passar a administração de pai para
filho, a Viação Garcia foi o caso mais recente da entrega
total para empreendimentos externos ao município, sendo
administrada, agora, pelo empresário paulista Mário Luft,
que possui empresas no ramo de transporte e logística.
Mas ainda há muitos estabelecimentos que nadam contra
32
Frisocar: o fundador Settimio Giuliani já divide as
funções com os filhos
a maré e procuram manter a tradição de administrar as
empresas, repassando o comando de pai para filho. Há casos
em que essa “tradição” já está na terceira geração.
Na década de 60, quando ainda havia muitos carroceiros
e a região norte paranaense era tradicionalmente agrícola,
com destaque para o café, surgiu a Selaria Estrela, no
cruzamento das ruas Benjamin Constant com a Duque
de Caxias (local onde está instalado atualmente o Pronto
Atendimento Municipal). Ali, durante anos, funcionou um
dos pontos mais tradicionais, próximo da linha férrea e dos
armazéns de estocagem de café. Em frente estava instalado
um tradicional ponto de carroceiros.
Hoje, o empreendimento está distante apenas uma quadra
do local e funciona com a terceira geração da família de
Manoel Baptista Vera. Diante da modernidade, ainda insiste
em se manter atual e atendendo não apenas uma clientela
tradicional, mas também buscando novos clientes. “A loja,
quando começou, era só selaria. Agora, somos obrigados
a diversificar mais os nossos produtos, nos adaptar às
necessidades atuais. Como produzimos produtos à base
de couro, um trabalho artesanal, não temos como perder
o foco”, comenta Sérgio Ricardo Pires, 44 anos, neto do
fundador da empresa.
Nela, trabalham quatro pessoas: Amauri (filho do fundador),
Januário Pires (genro do fundador), Sérgio e Wilson (netos).
“Aqui, meu tio e meu pai aprenderam a função e eu e meu
irmão aprendemos também a arte de trabalhar o couro.
Crescemos vendo meu pai e meu tio trabalhando com o
artesanato, pegamos o gosto e começamos a nos envolver
ainda cedo”, ressalta Sérgio Pires.
Atualmente, Londrina possui poucas selarias, também
formadas por empresas familiares. Mesmo assim, Sérgio
garante que há um respeito entre a concorrência. E quanto
aos afazeres internos e administrativos, cada um tem uma
função específica, não havendo problemas entre eles. “A
gente consegue, no final do mês, tirar o sustento suficiente
para manter uma vida tranquila, sem concorrência entre
nós”, salienta.
maio de 2013 | www.acil.com.br
“DIVERSIFICAMOS PRODUTOS, MAS MANTIVEMOS O FOCO”
Selaria Estrela: diferentes gerações, um
mesmo negócio
Autopeças
Há 20 anos, membros da família Giuliani resolveram, após
trabalhar anos na extinta Rolemac, comércio de rolamentos
e peças automotivas, abrir um estabelecimento próprio.
O comércio de autopeças e adereços automobilísticos
levou à criação da Frisocar, uma empresa que está sendo
administrada pelo seu fundador, Settimio Giuliani, 67 anos,
e seu filho, Alessandro Settimio Giuliani, 38. Além deles,
uma filha e um genro do fundador também atuam no
empreendimento com 13 outros funcionários.
“Eu aprendi a função com meu pai, quando comecei a
trabalhar na Rolemac em 1989. Em 1993 iniciamos nosso
empreendimento no ramo de autopeças e, em 1995, com a
abertura de uma filial, acabamos estruturando a Frisocar.
Desde então, vamos administrando a empresa e procurando
fincar nossas raízes nesse setor”, comenta Alessandro, que há
23 anos trabalha direto com o pai, de quem pegou o gosto
pela profissão.
Apesar da concorrência e do número de funcionários, ele
diz que a empresa é bem administrada pelos membros da
família, o que não evita divergências nas ideias e formas
de administrar o empreendimento. “Apesar de haver
divergências, a gente consegue resolver de forma mais fácil
por estarmos entre membros da mesma família, evitando
que isso afete a produção da empresa. Todos temos funções
bem definida, mas um ajuda o outro quando precisa”,
enfatiza.
Rede de lojas
Se para manter uma empresa pequena de cunho familiar
já não é fácil, o que dizer de uma empresa de maior porte,
com 18 unidades distribuídas no norte do Estado e em Santa
Catarina? Pois este desafio está sendo administrado pelo
empresário e diretor da ACIL, Marcelo Ontivero, ao manter
Associação Comercial e Industrial de Londrina
a loja fundada pelo pai, Francisco Ontivero, que continua
trabalhando na empresa.
Criada em 1967, a Móveis Brasília, em pouco mais de
40 anos de história, se estruturou para concorrer com as
grandes redes de lojas do setor de móveis, eletrodomésticos
e eletroeletrônicos. “O nosso diferencial está em ser uma
empresa familiar, que se estruturou ao longo dos anos,
investindo boa parte do lucro na firma. Hoje estamos
investindo em outros setores, como o atacadista, para
podermos sobreviver aos novos empreendimentos que
estão com campanhas agressivas, inclusive o comércio
eletrônico”, comenta.
Marcelo Ontivero faz parte da segunda geração a trabalhar
na empresa fundada pelo pai. Do núcleo familiar, são seis
pessoas na administração: além dele, os pais, os irmãos e
um cunhado estão à frente do empreendimento. E o maior
desafio, além de administrar o quadro de funcionários e as
18 unidades distribuídas em dois Estados, é se manter em
um comércio onde a concorrência é geral.
“Nós estamos entre os grandes empreendimentos, muitas
vezes de capital aberto, que estão chegando e ocupando
espaços preciosos em Londrina, e a pequena loja que possui
benefícios fiscais que não temos. Mesmo assim, trabalhamos
com crediário próprio, facilitando a negociação com clientes,
procurando manter a tradição e antigos clientes comprando
conosco”, salienta, lembrando que o diferencial de uma
empresa familiar é estar próximo do cliente, podendo dar
um atendimento diferenciado.
“Temos clientes que chegam para nós e até trazem um carnê
do crediário de mais de 30 anos para mostrar que gostam de
comprar conosco. Temos clientes fieis e procuramos fidelizar
isso. Mas isso está cada vez mais difícil, principalmente
com as constantes promoções dos grandes varejistas e do
comércio eletrônico”, ressalta.
Sobre fato de ser uma empresa administrada por integrantes
de uma mesma família, Marcelo Ontivero diz que não há
problemas nisso. “Hoje temos setores que tomam decisões
de forma mais autônoma e cada um de nós tem uma função
específica na empresa. E quando há alguma diferença,
procuramos dirimir nas reuniões semanais envolvendo
todos os setores e procurando levar a empresa para um
caminho único e mais seguro de decisões para que possamos
continuar vivos no mercado.”
Em relação à possibilidade de uma terceira geração
continuar a administrar os negócios, Marcelo Ontivero
diz que está trabalhando o filho mais velho, de 17 anos,
para que possa pegar gosto pelo empreendimento e possa
levá-lo adiante. Para isso, o garoto está se preparando para
ingressar no curso de Administração de Empresas. “Temos
que criar a cultura, o gosto neles e ver a vocação de cada um.
Acredito que será possível, sim, ver numa terceira geração
a continuidade desse trabalho iniciado na década de 60”,
assegura.
33
COMPRAS E LAZER
O RENASCIMENTO DO
MARCO ZERO
Boulevard Londrina Shopping, primeiro
empreendimento da Sonae Sierra no Sul do Brasil,
abre as portas e movimenta o cenário econômico da
região
Por Paulo Briguet
Em 21 de agosto de 1929, uma caravana liderada por George Craig Smith, funcionário da
Companhia de Terras Norte do Paraná, chegou ao lugar que hoje conhecemos por Londrina.
O topógrafo russo Alexander Razgulaeff gritou: “É aqui!”. Aqui era o início da imensa área a
ser colonizada pela Companhia de Terras Norte do Paraná. O local de chegada da primeira
caravana passaria a ser conhecido como Marco Zero.
Situado atualmente no limite entre a área central e Região Leste da cidade, o Marco Zero passou
nos últimos anos por um período difícil, marcado pelo abandono, quase esquecido por todos.
Mas essa história começou a mudar. Oitenta e quatro anos depois da caravana pioneira, o local
está sendo palco de uma profunda transformação na economia e na infraestrutura urbana. Em
3 de maio, foi inaugurado o Boulevard Londrina Shopping, numa parceria entre a Sonae Sierra
34
BOULEVARD
EM NÚMEROS
47,8 mil m2
de área locável
216 lojas
6 âncoras
6 semiâncoras
3 restaurantes
31 fast-foods
7 salas de cinema
1 área de lazer e
entretenimento
1 hipermercado
2.400 vagas de
estacionamento
maio de 2013 | www.acil.com.br
SHOPPING FOI CONSTRUÍDO NUMA REGIÃO HISTÓRICA DA CIDADE
Brasil e o grupo londrinense Marco Zero.
O surgimento do novo shopping abre uma nova fase no
panorama competitivo de Londrina; é o renascimento
daquele pedaço histórico do nosso chão. “Mesmo com
todas as dificuldades políticos que enfrentamos nos últimos
anos, e que acreditamos terem acabado em janeiro de 2013,
conseguimos mostrar que é possível investir em nossa terra
e nossa gente”, disse o empresário Raul Fulgêncio, do grupo
Marco Zero. Segundo ele, o Boulevard Shopping é a grande
âncora do Complexo Marco Zero, que já conta com a loja
de departamentos Leroy Merlin, inaugurada em 2012, e
terá ainda o Teatro Municipal, uma unidade do Hotel Ibis e
16 torres comerciais e residenciais. O complexo terá ainda
um boulevard de 700 metros de extensão e 26 de largura,
interligando os edifícios, o teatro e o shopping – daí o nome
escolhido para o empreendimento. As obras de revitalização
no entorno vão garantir iluminação, segurança e facilidade
Raul Fulgêncio em frente à maquete do empreendimento: “Mesmo com todas as
de acesso para os moradores da região – o que certamente já dificuldades políticos que enfrentamos nos últimos anos, conseguimos mostrar que
está valorizando o preço dos imóveis locais. Sem dúvida, um
é possível investir em nossa terra e nossa gente”
renascimento.
O Boulevard Londrina Shopping será o primeiro empreendimento da Sonae Sierra na Região
Sul do Brasil. São 216 lojas em 47,8 mil metros quadrados de área bruta locável. O investimento
líquido foi de R$ 320 milhões, com geração de 3 mil empregos diretos.
O shopping traz para os moradores da região algumas operações de sucesso nacional que
são inéditas na cidade, como Livraria Saraiva, Cinemark, Luigi Bertolli, Emme, Memove,
Striker Boliche, hipermercado Walmart, Zelo e Magic Games. As lojas Centauro, Kalunga,
Magazine Luiza, Renner, Ri Happy, Arezzo, Artex, Chilli Beans, CNS, Hering, Lupo, Mmartan,
Shopping será um
Multicoisas, O Boticário, Shoulder, Siberian, Space Music, Vivara e World Tennis, entre outras,
completam o variado mix. O empreendimento conta ainda com diversas lojas locais, como, por
marco para a cidade
exemplo, Billie, Cat & Dog, Fátima Martins, For Boys For Girls e das operações de alimentação
de Londrina e região.
Hot & Roll, Boteco Ke Ry, Restaurante Dá Licença e Temaki Club.
“
Como se sabe, a colonização de Londrina foi iniciada graças à atuação da Companhia de Terras
Norte do Paraná, uma empresa de capital inglês. Conta-se que o pioneiro Arthur Thomas
andava pelas ruas de Londres quando encontrou Lord Lovat e ambos conversaram sobre os
planos de investir na América Latina. De certa forma, pode-se dizer que Londrina nasceu em
Londres. O nome da cidade, sugerido por João Sampaio, também diretor da Companhia de
Terras, significa literalmente “Filha de Londres”, embora muitos prefiram chamar a cidade
de “Pequena Londres”. Controvérsias à parte, é evidente que a capital britânica teve uma
importância considerável nos primeiros passos da nossa cidade.
A Sonae Sierra e o Grupo Marco Zero aproveitaram essa referência ao Reino Unido para
tematizar toda a decoração do Boulevard Londrina Shopping. Por toda parte, encontramos
referências ao visual londrino e à cultura britânica: as tradicionais cabines telefônicas
vermelhas; os soldados da Guarda da Rainha; a roda-gigante conhecida como London Eye; os
imprescindíveis guarda-chuvas; personagens como James Bond, Sherlock Holmes e Alice no
País das Maravilhas; luminárias e abajures estampados com padrões tipicamente ingleses. Até
os banheiros são decorados com motivos britânicos – não falta nem o onipresente aviso “Mind
the gap” aos passantes.
Com a inauguração do Boulevard, Londrina homenageia Londres e projeta um futuro repleto
de desenvolvimento e qualidade de vida.
Associação Comercial e Industrial de Londrina
“
Decoração rende homenagem a Londres
Oferecemos um
empreendimento que
não será apenas um
centro de compras,
mas também um
espaço de convivência,
onde todos poderão
encontrar lazer e
gastronomia de
qualidade.
José Baeta Tomás
CEO da Sonae
Sierra Brasil
35
ESCOLA DE PILOTOS
ASAS DO
DESENVOLVIMENTO
Foto: http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=1254132
Desde que decolou, há 72 anos, o Aeroclube de Londrina faz um voo paralelo
à evolução da cidade. Escola é referência para a aeronáutica brasileira
Por Aurélio Cardoso
“A vontade de aprender a voar nasceu
comigo”. Desta maneira, os pilotos de
avião geralmente descrevem como criaram
coragem para transformar o sonho de voar
em realidade. Em Londrina, esta capacidade
tem um grande aliado com mais de 72 anos:
o Aeroclube.
A história do Aeroclube de Londrina sempre
seguiu paralelamente à própria evolução
da cidade. Hoje, a escola de pilotagem
forma em média 100 pilotos privados por
ano, além de ter aulas para mecânicos de
manutenção aeronáutica, comissário de
voo, cursos de voo por instrumentos, e
instrutor de voo de avião.
“Temos quase 300 alunos nas nossas salas de
aula; ano passado formamos 104 somente no
curso de piloto privado. Vem gente de todas
36
as regiões do Brasil, o que ajuda a confirmar
que somos referência entre os aeroclubes
do País, um expoente pela qualidade dos
serviços”, explica o presidente do Aeroclube
de Londrina, Antônio Francisco Magnani.
Presidente eleito para o biênio 2011/13,
Magnani é um apaixonado por aviação. O
presidente seguiu a ordem natural dentro
do Aeroclube e, depois de entrar para
fazer um curso de mecânica de aviação,
foi convidado a fazer parte da diretoria
até o convite para dirigir a escola. O até
então bancário se aposentou e passou a se
dedicar integralmente ao clube. “Depois
que me aposentei, fiz o curso de mecânico
de aviação e fui ficando por aqui. Com o
passar do tempo, conquistei o meu espaço e
cheguei à Presidência. Aviação é fascinante
e o desejo de voar já nasce com a gente.”
Em 2007, a excelência dos serviços recebeu
o aval da ANAC (Agência Nacional de
Aviação Civil), que considerou o Aeroclube
de Londrina o melhor do Brasil. “Temos
aqui uma aviação de primeira linha.
Estamos melhorando nossa estrutura para
atender ainda melhor. Somente em 2012,
voamos oito mil horas, o que significa
mais de 300 horas por mês em média e
pouco mais de 19 mil pousos e decolagens”,
comenta Magnani.
A estrutura do Aeroclube de Londrina,
que começou com um hangar e hoje conta
com vários, tem 12 mil metros quadrados
de instalações próprias. A escola tem 32
funcionários, sendo 11 instrutores práticos,
e 14 aeronaves. Uma reforma – que custará
mais de R$ 100 mil – envolve as sete salas
de aula e demais instalações. O local tem
ainda dois alojamentos com 45 lugares para
alunos que vêm de outras cidades.
maio de 2013 | www.acil.com.br
ESCOLA DE PILOTOS GANHOU FORÇA DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
O simulador, que possui certificado para
treinamento de voos por instrumentos, é
um dos destaques da estrutura. O aparelho
é comandado por um ex-aluno, Odvard
Sanchez Rossini, 60 anos, que por décadas
foi piloto em companhias como Varig e
Rio Sul, acumulando experiência de mais
de 11 mil horas de voo. “Eu me formei
aqui no Aeroclube em 1971 e, depois de
rodar o mundo, voltei. Agora dou aulas no
simulador, onde o aluno aprimora pousos e
decolagens”, afirma Rossini.
O sonho de tirar o brevê
As salas de aula do Aeroclube estão cheias
de interessados pelo fascinante mundo
da aviação, mas o preço para tirar o brevê
(habilitação de piloto) é de R$ 14 mil. O
investimento é alto; muitos hesitam.
“Decidi virar piloto em 2011, mas desde
criança tenho essa paixão pela aviação.
No começo, minha família achou loucura,
perigoso e muito caro o custo para se tirar o
brevê de piloto. Mas depois perceberam que
é um investimento a longo prazo”, explica o
aluno Vinícius Felipe Belinati, 19 anos.
Assim como muitos dos quase 300
frequentadores das aulas no Aeroclube
de Londrina, Vinícius cursa Ciências
Aeronáuticas na Unopar, que acabou
trazendo para Londrina alunos com
interesse por aviação.
“Entrei no curso na Unopar e no ano
passado terminei o curso de piloto privado.
Agora faço aulas de piloto comercial,
que termino em junho. Depois, pretendo
ser instrutor, além de buscar uma vaga
em alguma companhia aérea”, completa
Vinícius.
Depois de quatro meses de aulas teóricas
no curso de piloto privado, cada aluno
é analisado por uma banca de avaliação
coordenada pela ANAC. Se aprovado, ele
passa a fazer a aulas práticas, totalizando
40 horas de voo e um ‘voo cheque’. Para
virar piloto profissional, é necessário ainda
o curso de piloto comercial e novas e
rigorosas avaliações.
“Também temos aulas noturnas requeridas
para a aquisição do brevê. O custo é alto,
e existem desistências no caminho, mas é
um sonho caro que traz muitos benefícios
ao piloto durante a carreira”, acrescenta o
presidente Antônio Francisco Magnani.
Associação Comercial e Industrial de Londrina
História começou durante a guerra
O Aeroclube de Londrina foi fundado
em janeiro 1941, ganhou força durante
a Segunda Guerra Mundial, quando os
aeroclubes formavam pilotos civis que
pudessem auxiliar a campanha brasileira no
conflito.
Com apoio do governo, os campos de
aviação foram se ampliando; anos depois,
transformaram-se em escolas de pilotagem.
O governo cedia os aviões e ajudava a
estruturar cada aeroclube. Em Londrina, a
necessidade de ampliação durante a década
de 1940 acompanhou a evolução de todo o
Norte do Paraná.
“Ouro verde”, o café reinava nas
lavouras. Para que os aviões ajudassem
no transporte da colheita, o aeroporto
de Londrina precisou ser ampliado.
Assim como o Aeroclube, o aeroporto
funcionava na Aviação Velha, na zona sul.
Na década de 50, membros do Aeroclube
se esforçaram para ocupar o terreno já
adquirido pela Prefeitura anos antes e
fazer a mudança para o atual local. O
aeroporto sofreu processo semelhante.
O local onde fica o aeroporto era o Lote
1 da Companhia de Terras do Norte do
Paraná.
O professor Jonas Liasch Filho, que há
19 anos está à frente de várias disciplinas,
ministrando aulas em todos os cursos do
Aeroclube, além de fazer parte da diretoria,
também é um apaixonado pela história
do Aeroclube e, consequentemente, pela
história da aviação londrinense.
Ele explica que o Lote 1 era ocupado por
uma colônia de japoneses, mas, com a
guerra, os descendentes não reclamaram
muito em deixar o local, transferindose para o centro da cidade, a pedido da
Prefeitura.
“Hoje, o aeroporto fica perto demais da
cidade, mas na época não era. E a colônia
japonesa deu lugar à pista que existe
hoje, com os primeiros pés de café sendo
arrancados por membros do Aeroclube. O
aeroporto veio para este local em 1953 e a
pista pavimentada foi inaugurada somente
em 1956, junto com o nosso primeiro
hangar”, conta Liasch.
Mais detalhes podem ser conhecidos no blog
mantido pelo professor: culturaaeronautica.
blogspot.com.br
ACIL e Aeroclube, uma sólida
parceria
Assim como a ACIL, o Aeroclube de
Londrina faz parte da história da cidade.
Muitos dirigentes que estiveram à frente das
duas instituições viraram prefeitos, políticos
importantes e responsáveis por atos que
ajudaram no desenvolvimento de Londrina
e região.
“O Aeroclube ocupa lugar de referência
na aviação brasileira. A reformulação
da estrutura me chamou a atenção e o
Aeroclube seguirá ajudando a elevar
Londrina no cenário nacional”, afirma o
presidente a ACIL, Flávio Balan.
David Dequech Neto, que foi presidente do
Aeroclube de 1996 a 1998, e diretor técnico
no biênio 2000/02, acabou sendo presidente
da ACIL de 2002 a 2004. Ele conta que na
época que era estudante de Direito, era
comum os jovens almejarem o curso de
piloto e retirada do brevê.
“Incentivado pelo meu tio Norton, fiz o
curso de piloto privado e tirei o brevê.
Depois os colegas sugeriram que entrasse
para a diretoria, era época de buscar
recursos para manter o aeroclube e foi um
esforço conjunto que deu muito resultado”,
conta David.
Depois que o Departamento de Aviação
Civil (DAC) deixou de repassar verba
federal para o Aeroclube, nos anos 1980,
os associados se juntaram para buscar
recursos. “O Aeroclube era um dos poucos
que formava pilotos observando de perto
a movimentação aérea por ter o aeroporto
próximo. Isso sempre foi um grande
diferencial. A cidade continuou crescendo e
o Aeroclube também. Fico feliz em ter feito
parte dessa rica história”, diz Dequech Neto.
Antônio Francisco Magnani: “Vem
gente de todas as regiões do Brasil
(em busca de formação), o que ajuda a
confirmar que somos referência entre os
aeroclubes do País”
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MEIO AMBIENTE
TODO MUNDO TEM
E-LIXO
O mundo virtual produz resíduos reais. Pioneira na reciclagem
de produtos eletrônicos, a ONG E-Lixo planeja campanha de
doações em parceria com a ACIL
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maio de 2013 | www.acil.com.br
“VAMOS ORGANIZAR UM DIA DO DESCARTE EM PARCERIA COM A ACIL”
Por Paulo Briguet
Há cinco anos, os jornais denunciavam a existência de um “lixão
tecnológico” em Londrina. À margem da Estrada dos Pioneiros, as
pessoas jogavam todo tipo de equipamento eletrônico em desuso,
principalmente computadores. Um dia, os fiscais da Prefeitura
conseguiram identificar uma empresa que havia feito descarte de
computadores no local. Com medo de levar multa, os responsáveis
pelo lixo eletrônico queimaram tudo e passaram um trator por cima.
Virou um monte de cinza. Um desastre!
O técnico em informática Alex Gonçalves acompanhou, estarrecido,
as notícias sobre o tal lixão. Trabalhando com computadores desde
a adolescência, Alex sempre esteve atento à questão dos resíduos
da tecnologia. Ele sabia que o chamado mundo virtual gera um
passivo bastante real. “Na Prefeitura me disseram que ninguém fazia
recolhimento de lixo eletrônico na cidade. Foi então que tive a ideia de
criar um projeto para recolher e reciclar esse tipo de material”, conta
Alex. Assim nasceu a E-Lixo.
No começo, vieram as equipes de reportagem. E, logo em seguida,
chegou o primeiro caminhão cheio de equipamentos. Nos primeiros
meses, a ONG recebia mensalmente uma média de 8 toneladas de
material. Atualmente, o barracão onde funciona a E-Lixo, na Vila
Portuguesa, recebe 60 toneladas por mês. “Aqui eu não compro
material. Só recebemos doações”, diz Alex. “Mesmo assim, a demanda
é muito grande e continua crescendo. Por isso, em breve precisaremos
de um espaço maior. Se eu tivesse o dobro de espaço e saísse atrás de
doações, certamente encontraria demanda.”
É tudo que vai na tomada
ou tem bateria
“Lixo eletrônico é tudo aquilo que vai ligado na tomada ou
funciona com bateria”, define Alex Gonçalves. Mais de 80% dos
equipamentos doados são computadores. Mas a E-Lixo aceita todos
os materiais permitidos por lei: televisores, geladeiras, micro-ondas,
eletrodomésticos, celulares, carregadores. Alguns materiais, como
lâmpadas e pilhas, têm legislação específica e não entram nessa
lista. “Aqui na ONG temos um licenciamento, somos obrigados a
comprovar que podemos dar uma destinação aos produtos coletados.”
Hoje em dia as pessoas trocam de computador com muita facilidade
e rapidez. Novos modelos surgem a toda hora – e os equipamentos
antigos precisam ser descartados. Quando a E-Lixo recebe uma
doação, o primeiro passo é tentar o reaproveitamento do produto em
sua função original. “Outro dia uma empresa doou 300 computadores
usados. Todos puderam ser reaproveitados em escolas públicas da
cidade”, conta Alex. “Uma creche próxima à ONG não tinha nenhum
computador até meses atrás. Hoje tem cinco.” Esse trabalho – de
caráter ecológico e social – já valeu amplo reconhecimento à E-Lixo,
inclusive o Prêmio Nossa Gente de Londrina e o Top de Marcas em
2012.
Se o equipamento não pode ser reutilizado, os sete recicladores da
E-Lixo entram em ação para separar os seus componentes. “Temos
Associação Comercial e Industrial de Londrina
contatos com indústrias que reaproveitam plástico, vidro, placas de
metal, monitores”, explica o diretor da organização. “Antes de fazer o
licenciamento ambiental, precisamos ter o nome de todas as indústrias
receptoras. É preciso fechar um ciclo. Tudo que é gerado precisa ter
um destino.”
Apesar do nome da ONG, Alex Gonçalves não gosta muito de utilizar
a palavra lixo para se referir ao material com que trabalha. “A gente se
acostumou a falar lixo, mas não seria esse o nome correto. Se tem valor
econômico, não é lixo. Preferimos dizer resíduo.”
Lixo ou resíduo, não importa o nome que se dê, o assunto faz parte do
cotidiano de todos nós. “Trabalho com informática desde os 13 anos,
do tempo das telas de fósforo verde, com equipamentos que custavam
o mesmo que um carro”, relembra Alex. “Tive o meu primeiro celular
com 18 anos. Hoje uma criança de 10 anos tem celular, câmera, MP3,
i-Pad. E tudo isso terá que ser descartado um dia... Agora, a população
precisa aprender o valor e a importância da destinação correta desses
produtos.”
Na visão do criador da E-Lixo, o lixo eletrônico em breve será como
o lixo doméstico. “Você vai abrir a gaveta e encontrar três celulares,
dois carregadores, um laptop, e assim por diante. As pessoas vão se
acostumar ao descarte correto. Vai virar rotina.”
Já é rotina para muitas empresas que procuram a E-Lixo periodicamente
com doações de equipamentos. Enquanto Alex Gonçalves concedia
entrevista, um caminhão, uma caminhonete e um carro de passeio
estacionaram diante do barracão da ONG. Todos traziam doações.
Alex Gonçalves agora pretende realizar uma parceria com a ACIL
para incentivar a doação de equipamentos eletrônicos usados entre
os empresários da cidade. “Vamos escolher um local de fácil acesso e
pedir que as pessoas levem as doações até lá, em um sábado”, propõe.
Se houver boa aceitação, a campanha do Dia do Descarte pode se
tornar periódica, em diferentes locais da cidade. “Fizemos isso em
Presidente Prudente e deu certo”, diz Alex.
E você, que leu esta reportagem, certamente deve ter pensado nos
equipamentos eletrônicos sem uso em sua casa ou empresa. Sim, todo
mundo tem e-lixo.
Serviço:
E-Lixo – Associação de Recicladores de Lixo Eletro-Eletrônico.
Rua Ermelindo Leão, 385.
Fone: (43) 3339-0475 e 9995-1102.
www.elixo.org.br
Alex Gonçalves, coordenador da E-Lixo
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ARTIGO
POR QUE O MARXISMO PROSPERA
APENAS NAS UNIVERSIDADES?
5) As universidades preservam o marxismo como relíquia
histórica e delícia retórica
Se você marcar todas as alternativas, acerta.
Por Domingos Pellegrini
O marxismo, falido econômica e politicamente no mundo,
prospera apenas nas universidades latinóides porque:
1) É mais fácil manter uma crença velha do que ter idéias novas
2) O marxismo dá auto-apreciação heróica para pessoas medrosas
3) Nas universidades se refugia gente sem capacidade de
iniciativa, que é a base do capitalismo
4) O marxismo é religião com culto de santos ideológicos,
padrinhos políticos e compadrio de colegas, com cátedras como
catedrais de teoria inútil, e só na “automania universitária essa
religião pode sobreviver (automania é o privilégio de justificar todas
as distorções e aberrações em nome da autonomia universitária)
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Immanuel Wallerstein abre assim seu livro Após o Liberalismo
(subtítulo: Em Busca da Reconstrução do Mundo, Editora Vozes):
“A destruição do Muro de Berlim e a posterior dissolução da URSS
foram comemoradas como sinais da queda dos comunismos
e do colapso do marxismo-leninismo como força ideológica
no mundo moderno. Isso corresponde à verdade, sem dúvida.
Esses acontecimentos também foram comemorados como prova
do triunfo final do liberalismo como ideologia. Neste caso,
estamos diante de uma interpretação absolutamente equivocada
da realidade. Muito pelo contrário, aqueles acontecimentos
assinalaram ainda mais o colapso do liberalismo e nosso ingresso
definitivo no mundo de ‘após o liberalismo’”.
Depois, ele encerra assim a introdução do livro:
“Ficou para trás o tempo dos ideólogos liberais arrogantemente
autoconfiantes. Os conservadores ressurgiram, após uma
auto-humilhação que durou 150 anos, propondo um egoísmo
impiedoso, mascarado por carolices e misticismo, como
substituto ideológico. Mas essa conversa não cola mesmo. Os
conservadores costumam ser presunçosos quando dominam
e muito raivosos e vingativos quando ficam expostos, ou
mesmo quando se acham seriamente ameaçados” (como aliás,
acrescentemos, os revolucionários e esquerdosos). “Cabe a todos
que foram excluídos do sistema mundial pressionar em todas as
frentes. O objetivo central não é mais a tomada do poder estatal.
Precisam fazer algo muito mais complicado: têm de assegurar a
criação de um novo sistema histórico, agindo conjuntamente e ao
mesmo tempo em nível estritamente local e precisamente global.
Isto é difícil, mas não impossível.”
Ou seja: enquanto os novos agentes sociais, gente querendo menos
corrupção e mais efetividade dos serviços públicos e direitos
humanos, protesta nas redes sociais, vai às ruas, pressiona os
governos, nas universidades os dinossauros marxistas fazem
seminários, tentando reproduzir sua visão de mundo baseada
na luta de classes e na selvageria do capitalismo (enquanto nem
uma nem outra coisa quase não existem mais. O capitalismo só é
selvagem na China “marxista”, sem direitos trabalhistas e humanos,
e a luta de classes fantoche só continua entre fazendeiros e MST...
No resto do mundo, patrões, empregados e autônomos trabalham
em parceria, cada um atendendo livremente às suas vocações).
maio de 2013 | www.acil.com.br
SOCIEDADE PRODUTIVA QUER INICIATIVAS, INOVAÇÕES E OUSADIA – NÃO MARXISMO
Além da cegueira para os fatos, com as traves da ideologia
sobre os olhos, os dinossauros das universidades continuam
cultivando o marxismo por compadrismo. Professores que se
conheceram quando usavam barbichas guevarianas, e calçavam
coturnos como Fidel, e vibravam com os vietcongs, depois foram
adaptando o figurino, mas as cabeças continuaram petrificadas
enquanto as barrigas burguesmente cresciam.
Acreditaram piamente que era propaganda ianque as denúncias
de repressão, genocídio e perseguições na Rússia. Depois,
quando o próprio Kruschev denunciou os crimes do stalinismo,
bocejaram, afinal aquilo acontecera tão longe... Quando a
Revolução Vermelha esfrangalhou a sociedade chinesa, em nome
da pureza revolucionária, fizeram-se de desentendidos. Quando
a propaganda não conseguiu mais disfarçar o fracasso cubano,
continuaram acusando o bloqueio norte-americano, como se o
resto do mundo não ajudasse aquele pobre povo com comércio e
turismo, além do dinheiro enviado pelos exilados cubanos, hoje
a maior fonte de renda na miséria da ilha “com saúde e educação
excelentes” só para quem nunca esteve lá.
Afinal, se os compadres marxistas começassem a acreditar nos
fatos e a debater suas causas, acabariam em pessoal desastre
duplo, deixando de ser marxistas e compadres. O máximo que
admitiram foi assimilar o ecologismo, não como receita universal
de vida, mas como tática de retaliação ao capitalismo, como se a
China também não fosse super poluidora.
Associação Comercial e Industrial de Londrina
E finalmente no terceiro milênio, quando as sociedades precisam
de valores para alavançar desenvolvimento social com mérito, e de
técnicas para apoiar o desenvolvimento econômico sustentável,
as universidades ainda abrigam setores praticamente dominados
por marxistas que vivem de costas para a sociedade, a História e
o futuro.
A sociedade produtiva quer iniciativas, inovações e ousadia, a
universidade marxista quer protecionismo, corporativismo e
autonomia defendida com unhas e dentes porque suas contas,
como aliás dos governos e Estados em geral, não resistiriam
a um mês na vida real dos mercados e da economia que, com
seus tributos, sustentam as universidades inchadas e os Estados
agigantados, a cultivar sistêmica corrupção, super burocracia e
hiper tributação.
Até quando? Usando uma retórica marxista, pode-se dizer que
a avaliação crítica, o enxugamento, o choque de produtividade e
a chamada de responsabilidades são tarefas revolucionárias que
a sociedade deve se impor, se quiser deixar de ser custeadora
e refém dos corruptos e dos ideológicos, duas faces do mesmo
monstro anti-social.
Domingos Pellegrini é escritor.
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COLUNA DA ACIL
Arco Norte é apresentado à
Antonov no Rio de Janeiro
Uma nova reunião com projeção de futuro
do projeto Arco Norte foi concretizada
recentemente. O tema foi debatido entre
a ACIL e a Antonov, no dia 10 de abril, no
Rio de Janeiro. Representantes da Associação
Comercial, entre eles o presidente Flávio
Montenegro Balan, e o consultor Marcelo
Mafra, tiveram a oportunidade de apresentar
o conceito do projeto ao chefe de expansão
da empresa ucraniana, Viktor Konarev.
A Antonov é uma companhia estatal
especializada em projetar e construir
aeronaves cargueiras, notadamente aviões de
grande porte. Em 2009, quando o assunto foi
tratado pela primeira vez entre as lideranças,
os empresários da ucrânia sinalizaram o
interesse pelo Arco Norte e informaram
que aguardariam por uma definição mais
objetiva do projeto.
“Nós vendemos o Arco Norte como sendo
um potencial câmbio logístico internacional.
A empresa tem a intenção de ter uma
operação industrial no Brasil, trabalhar
inicialmente com aviões de pequeno e médio
porte e estão buscando parceiros. Então
apresentamos a proposta do Arco Norte
como sendo um local adequado para uma
indústria de base aérea”, explica Marcelo
Mafra.
Um dos principais argumentos utilizados
para exaltar o Arco Norte foi a localização
estratégica de Londrina dentro do mercado
brasileiro, já que 70% do PIB e consumo
nacional se concentram nas regiões sul e
sudeste. “Outro aspecto é que se trata de um
equipamento que vai ser projetado com as
necessidades mais modernas da atualidade
e ser um equipamento logístico. Isso cria
eficiência”, justifica o consultor.
Aliás, sobram características positivas
quando o referencial é Londrina. A cidade de
médio porte possui qualidade elevada, custo
extremamente competitivo, diferencial de
mão de obra, além dos recursos naturais, não
tão caros como nos grandes centros.
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Segundo Marcelo Mafra, além de oferecer
um espaço, o grupo que viajou ao Rio
de Janeiro também teve o propósito de
promover o desenvolvimento e colaborar
com a busca de parceiros internacionais para
atender às expectativas da Antonov. “Houve
um entendimento de ambas as partes e o
indicativo da possibilidade de uma parceria
com o Paraná, em particular com Londrina”,
acrescentou.
O próximo passo para fortalecer e oficializar
o diálogo é a formulação de um documento
que apresente todas essas definições. “Vamos
oficializar a comunicação propondo à
empresa as nossas intenções para dar início
ao trâmite”, revelou Marcelo Mafra.
incluem escola, refeitório, laboratório,
ginásio de esportes e administração –
tenham início no mês de agosto. Na ACIL,
Darci Piana foi recebido pelo presidente
Flávio Montenegro Balan e por diretores
da entidade. Ele foi presenteado com uma
placa de “homenagem ao empreendedor
cívico” e discutiu assuntos relacionados ao
comércio local.
Convenção da Faciap
promove “associativismo
de resultados”
Darci Piana recebe
homenagem na ACIL
O presidente do Sistema Fecomércio
Paraná, Darci Piana, visitou Londrina no
mês de abril e recebeu uma homenagem
especial na ACIL. Dois assuntos principais o
trouxeram à cidade: as obras de restauração
do antigo Cadeião da Rua Sergipe (que
será transformado em um centro cultural
do Sesc) e a unidade que o Sesc pretende
instalar nos Cinco Conjuntos, perto do
Hospital da Zona Norte, em terreno cedido
pela Cohab-LD (Companhia de Habitação
de Londrina).
O Sistema Fecomércio vai investir R$ 36
milhões na cidade. Segundo Darci Piana,
a nova unidade do Senac na Zona Norte
vai oferecer cursos técnicos gratuitos
à comunidade da região e atenderá
diariamente a 2,6 mil alunos. A previsão
é que as obras do Senac Zona Norte – que
No dia 25 de abril, o presidente da
ACIL e vice-presidente da Faciap,
Flávio Montenegro Balan, participou da
Convenção Regional da Federação das
Associações Comerciais e Industriais do
Paraná (Faciap). O evento, coordenado
pelo presidente da Faciap, Rainer Zielasko,
teve a presença de lideranças empresariais
das associações ligadas às Coordenadorias
das Associações Comerciais e Industriais
do Norte e Noroeste do Paraná, Cacinor
e Cacinpar. O tema do encontro foi
“Associativismo de resultados”.
Na abertura do encontro, Rainer Zielasko,
destacou que as ações da Federação vêm
fortalecendo todo o Sistema Associativista
no âmbito dos produtos e serviços, além
da atuação institucional. “Estamos agora
em uma fase excelente, com treinamento
de agentes de microcrédito, apoio a
questões como a criação do TRF do
Paraná, o repúdio à PEC 37, dentre outras.
A presença nos municípios do interior
fortalece ainda mais o Associativismo”,
afirmou.
maio de 2013 | www.acil.com.br
REVISTA MERCADO EM FOCO | MAIO DE 2013
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