Jornal
da Hora
Número 17
Espaço Arterial
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São Paulo,setembro de 2009
Literatura
Diretora Responsável: Vera Alves
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Entrevista com José Roberto Torero
2
O Diário do Lelê
setembro de 2009
O livro “O Diário do Lelê” conta a história
de um menino que se chamava Lelê e que
queria muito saber quem havia inventado
seu nome, pois ele quer sempre saber de
tudo e sua imaginação é muito grande. Por
isso Lelê se mete em várias aventuras. Ele
morava com o
pai,
a
mãe,
seu
avô e
seu gato.
Seus pais
se separaram e
ele passou a ir à
casa do pai nos finais de
Jornal da Hora
semana. Na casa do pai, Lelê ajuda a fazer
o almoço, só que ele é todo atrapalhado
que em vez de ajudar acaba fazendo a
maior bagunça.
A rotina de Lelê sempre foi a mesma.
Levantar, ir ao banheiro, escovar os
dentes, como todo mundo. Já ia me
esquecendo, Lelê tinha fimose e toda
semana ia ao consultório ver como estava.
A médica havia passado uma pomada que
não adiantou, na verdade ele tinha era
que fazer uma operação, mas Lelê morria
de medo. A médica tentava acalmá-lo
dizendo: você vai dormir e não vai doer
nada. Lelê falava que nunca iria dormir, a
médica continuava a dizer: você vai tomar
uma anestesia que tem um cheiro ótimo e
vai dormir, assim não vai sentir nada. E foi
o que aconteceu, Lelê operou. No quarto
conheceu um menino e perguntou: - você
já viu como ficou seu pipiu? O menino
respondeu que não. Eles foram tocar no
pipiu e deram um grito, quando gritaram
se lembraram que não podiam tocar
porque estavam recém operados. Se vocês
se interessaram por essa história, leiam o
livro, tem bastante coisa interessante que
eu não contei. Lembra que no começo do
texto eu falei que Lelê se mete em várias
aventuras? Então, recomendo que leiam
o livro “O Diário de Lelê”, José Roberto
Torero, SP, Salamandra, 2009 . Você vai
se divertir muito com essa história.
O Pequeno Rei e o Parque Real
A história do livro “O Pequeno Rei e o Parque Real”
José Roberto Torero se passa em um parque. Nesse
parque tinha várias crianças brincando e uma delas
era o rei, era muito mandão, tinha os olhos azuis,
não era tão pequeno e nem tão alto, mas gostava de
mandar nas crianças. De tanto ele mandar e brigar
com as crianças acabou ficando sozinho. O rei ficou
muito triste porque percebeu que não precisava ter
brigado com as crianças, então ele decide tirar sua
roupa de rei e colocar uma outra roupa qualquer.
E lá ele brinca até se cansar. Depois do acontecido
ele vê que o que fez estava errado. Eu gostei bastante
dessa história, o livro é bem interessante e aposto
que vocês vão gostar.
Cruzadinha
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T
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V
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Texto: Matheus Spagnolo, 11 anos
Desenho: Carol Miranda, 8 anos
Clara Nana, 8 anos
O Pequeno Rei e o Parque real, José Roberto Torero,
RJ, Objetiva, 2007
Quase todo mundo já ouviu falar de um lugar chamado “Sítio do Picapau Amarelo”. Lá
sempre acontecem coisas mágicas e bem divertidas. Vocês se lembram dos personagens
que moram lá? E da pessoa que inventou todas as histórias do Sítio, vocês se lembram?
Ah! então deem uma boa olhada na cruzadinha e vejam se estão craques nesse assunto.
P
Texto: Gabriella Rocha, 10 anos
Desenho: Ana Rosa, 10 anos
Ana Claudia, 12 anos
O Contador de Histórias
Beatris Duraes, 11 anos
Nós aqui da equipe do jornal Da Hora
fomos ao cinema assistir o filme “O
contador de Histórias”, direção de Luiz
Villaça.
O filme baseia-se na história real de Roberto
Carlos Ramos.
Quando ele tinha apenas seis anos, foi
mandado para FEBEM por sua mãe, pois
ela acreditava que a FEBEM (Fundação
Estadual do Bem-Estar do Menor),
atualmente Fundação CASA, era um bom
lugar para seu filho e ele sairia de lá formado.
No começo Roberto Carlos não conseguia
se adaptar muito bem, pois sentia muita
falta de sua mãe e também imaginava uma
FEBEM totalmente diferente, onde seria
recebido por um belo e mágico circo e que
seria só brincadeira.
Mas logo ele conhece a verdadeira FEBEM
e o “Cabelinho de Fogo”, um menino que
era idolatrado pelos outros garotos, por ser
mais velho e experiente.
Então o menino Roberto foge pela primeira
vez com o “Cabelinho de Fogo”, mas é
capturado e volta para a FEBEM, ele não
desiste e foge de novo, de novo e de novo,
no final das contas ele foge umas cem vezes,
mas nenhuma delas obtém sucesso!
Na volta de uma das fugas, ele já com
seus 13 anos, conhece Margherit, uma
professora francesa que durante alguns
anos cuidou dele e lhe educou, provando
para a diretora da FEBEM que nada é
irrecuperável, pois quando Margherit
conheceu Roberto, Pérola a diretora da
FEBEM, contou-lhe tudo o que já havia
acontecido com o garoto.
Eu particulamente achei esse filme muito
interessante, divertido e emocionante. Se
você também se interessou por essa história,
ela foi publicada pela coleção Aplauso/
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.
O livro é o roteiro do filme “O contador
de História” escrito por Mauricio Arruda,
José Roberto Torero, Mariana Veríssimo
e Luiz Villaça. Tenho certeza de que não
vai se arrepender. Ah! e se o filme voltar
em cartaz nas salas de cinema ou for
lançado em DVD, não deixe de assistir, eu
recomendo.
setembro de 2009
3
Jornal da Hora
Um Contador de Histórias
Entrevista com o jornalista, escritor, roteirista e diretor de cinema José Roberto Torero
Jornal Da Hora – Conte um pouco
sobre a sua infância.
Torero – Foi bem boa. Eu sou de Santos,
morava perto da praia, bem pertinho mesmo, eu ia muito à praia. Jogava bastante
futebol. Ah... eu tinha um problema de
Bronquite, então ia muito para o Pronto
Socorro tomar inalação. Mas era bom
porque eu comecei a ler, você fica tomando inalação um tempão. Aí você pega
um livrinho, lê tal, o tempo passa mais
rápido. E você também pensa. É bom. É
uma coisa que a gente nunca faz. Para e
pensa, pensa. Estudei numa escola boa,
pertinho de casa, Escola Municipal de 1º
Grau Lourdes Ortiz, fiquei oito anos lá,
gostava muito, ela existe até hoje, num
prédio velho, com uma cara antiga, é bem
bonita.
Eu era muito grosso no futebol, como o
Zuza (do livro “Uma história de Futebol),
acho que por isso eu gostei de escrever
o livro dele. Eu jogava muito futebol de
botão também, nadava um pouquinho,
pouquinho não, bastante, a quantidade
era bastante, a qualidade que era ruim.
Eu tenho dois irmãos menores, Dirceu e
Edgar, que são sete, oito anos mais novos
do que eu. Brinquei bastante com eles
quando eles nasceram. Foi bem divertido,
a gente morava numa casa que era bacana, hoje eu moro em apartamento, a casa
era espaçosa, dava para correr. Foi bom,
minha infância foi bem boa.
JDH – Quais eram seus sonhos quando
você era criança?
Torero – Eu lembro que uma vez teve uma
pesquisa lá na escola assim: O que você
quer ser quando crescer? Eu coloquei que
queria ser escritor e astronauta.
JDH – Quais autores você gosta de ler?
Torero – Acho Machado de Assis o
melhor, acho o cara mais engraçado que
tem, “Memórias Póstumas de Braz Cubas” é meu livro preferido. Dos vivos meu
favorito é Luis Fernando Veríssimo, acho
muito bom, ele tem um domínio do ritmo
muito bom, tem uma leveza inacreditável,
ele é “o cara”.
JDH - Você sempre gostou de ler?
Torero – Não. É verdade! Achava bom e
tal, mas no meu tempo não tinha biblioteca perto de casa, o que era bem ruim.
A biblioteca da escola não era muito boa
e a bibliotecária também não era muito
animada. Tem que ter alguém animado
na biblioteca pra fazer você gostar de ler,
senão você não pega gosto. Alguém que
tenha lido muitos livros e fala: esse aqui
você vai gostar... Então eu só fui começar a
ler mesmo quando eu tinha uns onze, doze
anos. O meu avô me deu uma coleção
de livros, “Clássicos Juvenis”, da Editora
Abril, não era muito para criança, eram
romances ingleses, “O Conde de Monte
Cristo”, “Beleza Negra” que é a história
de um cavalo, contada por ele mesmo. É
o primeiro que eu lembro, que eu gostei
muito. “Patins de Prata”, história de cachorro. Eram histórias inglesas, americanas, umas versões pequenas do “Dom
Quixote”, da “Odisséia”, do “Homero”,
aí essa turma eu gostei bastante. Acho
que no meu tempo estava começando
a coleção “Para gostar de ler”, mas eu já
tinha uns 14 anos quando ela começou.
No meu tempo não tinha muita literatura
infantil. Eu não tinha nenhum livro do
Monteiro Lobato em casa, minha mãe não
tinha lido também, porque Monteiro Lobato é um começo muito bom, não é? Eu
só fui ler Monteiro Lobato na Faculdade
de Letras.
JDH – Quando você resolveu ser escritor e qual o primeiro livro que escreveu?
Torero – O primeiro livro foi “O Chalaça”. Eu sempre gostei de escrever, tanto
que a primeira faculdade que eu fiz foi
Letras, a segunda foi Jornalismo. Eu gostava de escrever. Quando eu tinha uns 27,
28 anos teve um prêmio lá na USP chamado “Nascente”, eles davam dinheiro pra
quem fizesse o melhor romance, o aluno
da USP que fizesse o melhor
romance. Pensei pô, sei lá uns
4 mil reais, um dinheirão, eu
vou fazer. Eu fiz e não fui nem
finalista. Mas entrou o ano
seguinte, eu refiz o livro muitas vezes, fiz e refiz, fiz e refiz,
fiz e refiz até ele ficar bom. No
ano seguinte ganhei. Uma editora publicou, a Companhia
das Letras. Dei sorte porque
ele foi um sucesso, ganhou o
prêmio Jabuti, vendeu muito,
ficou em primeiro lugar na lista
duas semanas na frente do Paulo Coelho,
foi um sucesso. Pensei, dá pra ser escritor
e tal. Mas não dá não, dá pra alguns, mas
tem que escrever no jornal, fazer roteiro
pra cinema...
JDH - O que te inspira a escrever
livros?
Torero – Inspira? Eu não acredito muito
nessa história de inspiração, sabe? Eu acho
que é meio papo furado pra impressionar.
No século XIX tinha uns poetas românticos e acho que eles inventaram esse negócio
de inspiração pra impressionar as meninas,
falava assim: não eu estou inspirado agora,
eu sinto que as deusas da inspiração estão
sussurrando palavras no ouvido, vou fazer
uma poesia pra você. O pessoal inventou,
deu certo, eles conseguiram muitas namoradas com essa história de inspiração e aí
ficou. Mas não tem muito isso, tem dia
que você está mais esperto, tem dia que
está menos, mas inspiração mesmo não
acredito não, você pega faz o texto, lê, refaz, ele melhora, aí você refaz mais uma
vez, ele melhora mais. “O Terra Papagalli”
por exemplo, foi feito dez vezes até eu e
o outro escritor, é um livro de dois escritores, achar que ficou bom. A gente não
acredita muito em inspiração não, é mais
trabalho, trabalho, trabalho....
JDH - Qual foi o trabalho que você mais
gostou de fazer?
Torero – Eu gostei muito de escrever
“Uma História de Futebol”, gostei muito
de escrever o “Terra Papagalli” também,
porque o “Terra Papagalli” tem um final
muito bom. Estava no festival de cinema
lá em Brasília, escrevendo sei lá, a sétima
versão do livro aí eu tive uma idéia nova
pro final, muito melhor do que aquilo
que a gente tinha. Fiquei muito contente,
achei o final certo pro livro. Porque todo
livro, no meu caso eu faço várias vezes. Às
vezes eu tenho um final bom logo de cara,
às vezes não. Esse não tinha um final bom.
Nessa hora eu fico muito contente, fiquei
escrevendo até quase de manhã que é uma
coisa que eu nunca faço, eu só escrevo de
manhã, geralmente é assim das 7h às 11h.
JDH - Você tem algum recadinho para
os leitores do Jornal Da Hora?
Boa sorte...
e esse negócio de escrever,
Você não pode pensar que está bom,
Você tem que fazer várias vezes,
reescrever, tem que ter paciência,
porque você tem que ter
consciência que está bom.
Um pouco mais sobre José Roberto Torero
Santista de nascimento e time, Torero se formou em Letras e Jornalismo pela USP e quase se formou em Cinema.
É escritor, roteirista pra cinema e TV, dirigiu curtas-metragens, entre eles “Amor”, o favorito dele, e o longa
“Como fazer um filme de Amor”. É também um CDF (colunista de futebol), como ele mesmo diz, e colabora
para o jornal Folha de São Paulo desde 1998. Na Internet, Torero mantém, pelo portal da UOL, o blog
do Torero e o blog do Lelê, seu sobrinho fictício, que também foi publicado em dois livros: “As primeiras
histórias de Lelê” e o mais recente “O Diário de Lelê”.
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setembro de 2009
Barbara Duraes , 11 anos
Minha
Juventude
No domingo passado eu e minhas amigas
fomos fazer um passeio no Elevado Costa e
Silva, nós nos divertimos bastante, conversamos, brincamos com o cachorro da minha
amiga e muito mais...
Encontramos também duas colegas. O dia
foi ótimo!
Para o dia ser fechado com “chave de ouro”
tomamos um banho de chuva. Quando os
primeiros pingos caíram nem nos preocupamos, mas logo a chuva começou a engrossar.
Começamos a correr mas chegamos em casa
ensopadas. Minha mãe brigou comigo mas
não fiquei triste pois o dia foi tão divertido
que valeu a pena ter levado uma bronca.
F
iga
L
Liga
Quem com Quem
Gabrielle Alves , 11 anos
A juventude é feita para
brincar,
Estudar, trabalhar, crescer,
Aprender, e acima de tudo,
juvenescer.
Em minha juventude,
Aprendo a namorar,
a gostar, a amar,
a pular, a cantar, e a dançar.
Thalita Marques , 12 anos
Aprendi a criar,
Aprendo a aprender,
Aprendi a caminhar,
Aprendo a viver.
Poesia: Mayara Rosseti, 7 anos, 2ª C
Desenho: Guilherme Oliveira, 12 anos
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Flor da melodia
canta todo dia!
Sorria minha flor:
Você tem linda cor.
Flor do dia
Você achou sua tia?
Já foi de cipó
Para a casa da sua avó?
Jogou no Santos e hoje é
considerado o rei do futebol
Ricardo Kotscho
Ele musicou poemas infantis de
José Paulo Paes e lançou o cd
“Brincando com Palavras”
Iolanda Huzak
Ele é jornalista e foi
entrevistado pelo Jornal Da
Hora.
Madan
Ela é fotógrafa e uma das
autoras dos livros “Serafina
e a Criança que Trabalha” e
“Crianças de Fibra”
Pelé
QUEBRA CABEÇA DE PALAVRAS
Que Dúvida!
Vira e mexe, alguém pergunta:
As zebras são brancas com listras pretas ou
pretas com listras brancas?
Por muito tempo, ninguém sabia responder
a essa dúvida. Mas os cientistas descobriram
que os filhotes quando estão na barriga da
mãe ganham primeiro uma cobertura de
pelos pretos.
Só depois dizemos que elas são pretas com
listras brancas.
Alunos da 2ª série A
E.E. Arthur Guimarães
Professora Cristine
Vocês conseguiram resolver o quebra-cabeça de palavras
do mês de junho inventado por Lewis Carroll? Foi fácil
ou difícil? Aí vão as respostas:
TARDE
TARDO
FARDO
FARTO
PARTO
PERTO
PORTO
PORTE
NORTE
NOITE
BEM
SEM
SOM
SOL
SAL
MAL
Ilustração “Alice através do Espelho”
Ana Rosa, 10 anos
cuidado!
Pedro Raylson, 12 anos
Se Divertindo
na Chuva
Jornal da Hora
EXPEDIENTE
Melodia é flor da... ?
Melodia!!!
Reportagens e Redação
Barbara Duraes
Matheus Spagnolo
Beatris Duraes
Thalita Marques
Bruna Rocha
Cosmo Junior
Gabriella Rocha
Gabrielle Alves
Guilherme Oliveira
Ilustrações
Ana Claudia
Ana Rosa
Barbara Duraes
Clara Nana
Carol Miranda
Pedro Raylson
Guilherme Oliveira
Colaboradores
Alunos da 2ª série A
E.E. Arthur Guimarães
Mayara Rosseti
Capa
Gabriella Rocha
Samara Marinho
Agradecimentos
José Roberto Torero
Fotografia
Pedro Raylson
Valéria Silva
Coordenação
Valéria Silva
Vera Alves
Diagramação
Niti Merhej
Valéria Silva
Gráfica
Xamã VM Editora e
Gráfica Ltda
Rua Itaoca, 130
CEP: 04140-090
Iniciativa Vencedora
do prêmio Ludicidade/
Pontinhos de Cultura
Realização
Instituto Espaço Arterial
Rua General Jardim, 556
3256-3057
CEP 01223010
[email protected]
http://espacojornaldahora.blogspot.com/
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Entrevista com José Roberto Torero