RISCOS E OPORTUNIDADES PARA A INDÚSTRIA
DE BENS DE CONSUMO
Junho de 2012
Riscos e oportunidades para a indústria de
bens de consumo
A evolução dos últimos anos, do:
• Saldo da balança comercial da indústria de transformação;
• Volume de importação de bens industrializados
• Coeficiente de penetração dos importados / consumo aparente
Demonstra claramente que a indústria brasileira de transformação
perde, de forma crescente, mercado interno e externo.
Esta perda, que vem desde a década de 80, se acelera a partir de
2006 e se agrava ainda mais no pós-crise (2009-2011).
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2
Déficit na Balança Comercial da
indústria de transformação
US$ bilhões
Saldo
Importação
Exportação
200,00
195,55
152,68
150,00
100,00
50,00
49,11
45,99
0,00
-3,12
-42,87
-50,00
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Fonte: SECEX. Elaboração: DCEE/ABIMAQ.
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3
Declínio do saldo da Balança Comercial
de Bens de Consumo
Saldo da Balança Comercial
US$ milhões
Exportação
Importação
50.000
42.296
40.000
32.570
30.000
20.000
12.535
10.000
9.726
6.027
6.509
0
-10.000
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Fonte: SECEX. Elaboração: DCEE/ABIMAQ.
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4
Aumento da importação no consumo
interno
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5
Contribuição para o crescimento do
consumo doméstico de produtos
industriais
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6
Ritmo do crescimento industrial
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7
Dólar e o aumento das
importações
Coeficiente de penetração das importações em preços constantes de 2007(%)
25,0
0,800
Indústrias de transformação
US$/R$
20,0
20,0
0,700
19,0
17,3
15,0
0,600
15,4
15,3
13,5
11,6
11,8
10,5
10,3
11,1
11,9
0,500
10,0
Var. %
2011/2000
0,400
+72,4%
Ou
+5,1% a.a.
0,300
5,0
0,0
Var. %
2011/2004
+80,5%
Ou
+8,8% a.a.
0,200
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011*
Fonte: FUNCEX; Elaboração: DCEE/ABIMAQ. *Média até o 3º trimestre de 2011
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8
PIB per capita versus
participação da indústria no PIB
50,00
China
01-09
71-80
Participação do PIB Industrial (em %)
45,00
61-70
91-00
71-80
81-90
81-90
40,00
Alemanha
Japão
71-80
71-80
81-90
91-00
81-90
81-90
Coréia do Sul
01-09
35,00
61-70
91-00
91-00
30,00
71-80
71-80
01-09
01-09
01-09
81-90
Brasil
25,00
91-00
91-00
Estados Unidos
01-09
20,00
15,00
0,00
5.000,00
10.000,00
15.000,00
Fonte: World Bank.
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20.000,00
25.000,00
30.000,00
35.000,00
40.000,00
45.000,00
PIB per capita (PPP em US$ a preços de 2005)
9
US$ de 2005
Em 1980, a indústria no Brasil era maior do que a soma da
China, Coréia, Tailândia e Malásia. Em 2010 representava
apenas 10% da indústria desses países.
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10
Estimativa do PIB (% a.a.)
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11
Modelo atual
O modelo econômico brasileiro, ou a ausência dele, promoveu
nas últimas décadas:
1. Semi-estagnação econômica – Brasil cresceu menos que o
mundo, América Latina e muito abaixo dos países
emergentes;
2. Evolução insatisfatória dos indicadores sociais
principalmente educação e distribuição de renda;
3. Desindustrialização precoce.
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12
Alternativas de crescimento
1.
Aumento das exportações ;
 Limitadas a poucos produtos de baixo valor agregado;
 Restrição das atividades econômicas mundiais;
 Aumento do protecionismo generalizado em função da crise;
 Queda dos preços das commodities.
 Alternativa de médio e longo prazo que deve ser construída através de
uma política industrial.
2.
Ampliação do mercado interno via consumo (2008);
 Limitada ao alto grau de endividamento das famílias (51%);
3.
Investimento ;
 Infraestrutura;
 Substituição de importados;
 Aumento da oferta.
4.
Conclusão – O Brasil só retoma o crescimento com um PROJETO DE PAÍS.
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13
Projeto de País
1. Quais são os objetivos para o desenvolvimento do
Brasil nos próximos 15 anos?
2. Essa meta é factível? Que países conseguiram isto?
3. Quais foram as estratégias usadas pelos países que
atingiram esse objetivo?
4. Quais as ações recentes do governo? Isto tem dado
resultados desejados?
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14
PIB per capita de 10 para US$ 20 mil
IDH de 0,7 para 0,8 em 2025
Elaboração: FIESP
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15
A performance proposta foi alcançado por
muito países e é inferior à do próprio Brasil
na década de 70
Elaboração: FIESP
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16
O Brasil terá que crescer 2 p.p. acima do PIB
mundial
Elaboração: FIESP
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17
Para atingir a meta proposta o investimento
deve se elevar a 25% do PIB
Elaboração: FIESP
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18
A participação da indústria de
transformação no PIB deve retornar aos
níveis da década de 80
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19
A receita do bolo
+ Juros e Dólar
Elaboração: FIESP
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20
Investimentos em infraestrutura, educação e
inovação/P&D
Resultados a médio e longo prazos
Elaboração: FIESP
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O Projeto de PAÍS proposto só é possível
com uma indústria de produtos de maior
valor agregado
Elaboração: FIESP
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Ações do Governo
1. Pela primeira vez em 30 anos as ações macroeconômicas
estão na direção correta (juros, câmbio e incentivos aos
investimentos);
2. Setores de menor valor agregado apresentam alguma melhora
de perspectiva em função do câmbio;
3. Setores de maior valor agregado continuam sendo deslocados
pelos importados;
4. Há dificuldades de implementação de medidas já aprovadas
no PBM - Plano Brasil Maior;
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O que falta?
I - Falta ainda um PROJETO DE PAÍS e POLÍTICA INDUSTRIAL integradas (RA)
II - Medidas macroeconômicas
• Equilíbrio fiscal, comercial e das famílias
• Criar mecanismos permanentes e efetivos para reconduzir a taxa de câmbio a um
nível que favoreça a produção
• Redução da taxa básica de juros
• Juros de mercado inferiores ao retorno da atividade produtiva
III - Medidas para alçar o investimento produtivo e promover o crescimento
econômico
• Desoneração integral do investimento produtivo de todos os tributos federais e
estaduais
• Disponibilização de linhas de financiamento com volume adequado e custos
isonômicos aos concorrentes internacionais
• Perenização do PSI/BNDES
• Incentivos a linhas de financiamento de longo prazo pelo setor bancário público e
privado, utilizando o compulsório não remunerado e outras medidas regulatórias
• A participação da indústria no PBM, ao contrário do anunciado, tem sido baixa e
restrita a poucos setores.
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A escolha entre a cigarra e a formiga
(trabalho x ócio)
Elaboração: FIESP
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OBRIGADO!
Fernando Bueno
[email protected]
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