Especial dos Franciscanos sobre Laudato Sii
Franciscanos falam da “Laudato si”
Apresentação
Dois anos depois de surpreender o mundo ao
aparecer no balcão Central da Basílica de São Pedro com
o nome de Papa Francisco, revelando a inspiração que lhe
deu o Poverello de Assis, neste dia 18 de junho de 2015,
novamente o Papa Francisco volta a ser o centro do
mundo ao lançar a sua primeira Encíclica: “Laudato si”,
toda ela bebendo na fonte franciscana, inclusive o título do “Cântico das Criaturas”.
A encílica do Papa Francisco é lançada num momento crucial para o Planeta. Neste ano, de 30 de
novembro a 11 de dezembro, será realizada em Paris no final do ano que vem uma grande conferência
internacional (a COP 21), cuja agenda é chegar a um acordo global sobre mudanças climáticas, para
entrar em vigor em 2020. Esse novo acordo deverá substituir o Protocolo de Kyoto, de 1997, que teve
resultados decepcionantes.
Neste Especial, frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, entre eles
dois bispos – Dom Jaime Spengler e Dom João Bosco – dão as primeiras impressões sobre esse
momento histórico na Igreja.
O Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, propõe que esta Encíclica seja “um estilo de
vida e uma dimensão transversal de toda a nossa evangelização franciscana”: “Penso que nós, Frades
Menores, por dever vocacional de fidelidade ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e fiéis
discípulos de São Francisco de Assis, devemos ser os novos arautos e mensageiros da essência desta
primeira Encíclica do Papa Francisco. “Laudato Si” deve ser o nosso cântico de louvor e convite para
que o „mundo universo‟ se una no „cuidado da casa comum‟”.
Para o Arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, o Papa chama a todos à
responsabilidade, a cooperar na restauração de nossa „casa comum‟: “É um documento com forte
característica social. Ela trata da questão ecológica não de forma meramente intelectual; ela toca o
coração! Chama-nos à corresponsabilidade… Diante dos tantos sinais de “dores de parto”
diagnosticáveis na criação, somos instigados a reagir”.
Para o bispo Dom João Bosco,da Diocese de Osasco, muito mais se poderá ler nas quase 200
páginas, verdadeira cachoeira de água límpida, despejada por Francisco na imundície em que se tornou o
mundo depauperado pela ganância e pela cultura da morte. “Com a Laudato Si‟, o Papa fala ao mundo
que está colocando a sua Igreja, mais uma vez, “em saída” para curar as feridas e as fragilidades de um
mundo enfermo. Fazer-nos a todos, franciscanos ou não, missionários de uma nova humanidade,
recriada à luz da sabedoria divina, é o que podemos esperar deste grande presente que nos oferece o
Papa Francisco”.
Frei Gustavo Medella, coordenador da Frente de Evangelização da Comunicação, revelou que se
emocionou ao escrever o texto sobre a Encíclia: “Francisco pede uma Igreja de saída e é o primeiro a
sair. Sai sem medo, impulsionado pela fé firme de um apóstolo. Sai na direção do mundo, do ser humano
e de seus grandes dramas. Sai com humildade, não como o “dono da verdade”, mas como fiel seguidor
do Filho de Deus que se fez pobre e acessível. Ao sair, coloca-se todo à disposição e chama à
responsabilidade”.
O exegeta Frei Ludovico Garmus, professor no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis
(ITF, RJ), diz que a Encíclica do Papa Francisco aos católicos, aos cristãos em geral e aos “homens de
boa vontade”, nos coloca desafios inadiáveis a serem enfrentados urgentemente. “Temos em mãos um
roteiro riquíssimo para nossa reflexão, que poderá nos conscientizar sobre a crise ecológica. Assim
iluminados pela luz da fé, da palavra de Deus e da teologia, serem capacitados a cuidar melhor de nossa
casa comum, a irmã e mãe terra, e de toda vida que ela abriga”.
O doutor em Teologia, com especialização em espiritualidade franciscana, Frei Fábio César
Gomes, lembra o caráter propositivo do documento. “O Papa Francisco propõe a palavra diálogo como
grande resposta para à crise: diálogo na política internacional, nacional, local; diálogo e transparência
nos processos decisórios, diálogo entre política e economia, entre religião e ciência. Propõe também uma
espiritualidade ecológica, de cunho sacramental e trinitário que exigirá, de todos nós, uma „conversão
ecológica‟.”
Já Frei Vitório Mazzuco, professor de espiritualidade franciscana do ITF, a Encíclica questiona,
provoca e propõe um novo estilo novo de vida, de educação para respeitar o ambiente. “Ecologia não é
mera militância de barulhentos ambientalistas, mas sim luta profética para melhorar a qualidade de vida.
Tecnologia e progresso não são processos de destruição. Estilo de vida não é gastar excessivamente os
recursos de energia e suas fontes”.
Para Frei Jean Ajluni Oliveira, recém-ordenado diácono e vice-mestre dos frades de profissão
temporária em Rondinha, a importância desta encíclica é de nos fazer entender que o tema do cuidado é
nuclear, não apenas na espiritualidade franciscana, mas na vida cristã. “Ao citar S. Francisco como „o
exemplo por excelência do cuidado por aquilo que é frágil e de uma ecologia integral, vivida com alegria
e autenticidade‟, o Papa traduz em poucas palavras um dos aspectos centrais mais belos da
espiritualidade Franciscana, pensar a ecologia integralmente, somos irmãos de tudo e de todos, ligados e
integrados por uma fraternidade cósmica que tem o Altíssimo como Pai, e por isso sermos gratos:
„Louvado sejas meu Senhor‟. Deste modo, o cuidado não é uma obrigação, mas um ato de fraterno de
amor”.
Frei João Reinert, doutor em Teologia, agradece ao Papa Francisco por resgatar o verdadeiro
sentido de ecologia integral em São Francisco de Assis. “Chama atenção a lucidez com que a Papa
associa ecologia com outros valores ou contra-valores. Somente a partir dessa leitura parece ser possível
associar Francisco de Assis à ecologia. Em outras palavras, a vida de Francisco de Assis, sua opção pelo
Evangelho, sua vida pobre e fraterna é a chave de leitura para entendemos sua relação com toda a
natureza”.
Moacir Beggo
“Esta Encíclica deve ser um estilo de vida”
“Deus seja louvado também pelo dom do Papa Francisco à Igreja”, Dom João Bosco “Chamados
a restaurar nossa „casa comum'”, Dom Jaime Spengler “Vai, Francisco, e leva-nos contigo!”, Frei
Gustavo Medella “Encíclica nos coloca diante de desafios inadiáveis”, Frei Ludovico Garmus “Papa
proclama o “Evangelho da criação”, Frei Fábio César Gomes “Uma ecologia integral, vivida na alegria e
autenticidade”, Frei Jean Ajluni “Luta profética para melhorar a qualidade de vida”, Frei Vitório
Mazzuco “Papa resgata a ecologia integral de Francisco de Assis”, Frei João Reinert Frei Fidêncio
Vanboemmel, OFM Estou regressando do nosso Capítulo Geral celebrado há poucos dias em Santa
Maria dos Anjos (Porciúncula), na cidade Assis, Itália, berço de São Francisco e Santa Clara e solo
sagrado que, sem dúvida alguma, inspirou Francisco de Assis a cantar “Laudato sie, mi‟ Signore, cum
tucte le tue creature”. O famoso “Cântico das Criaturas”, composto pelo Poverello de Assis, expressa sua
grandiosa visão de “mundo universo” e sintetiza a alma da espiritualidade franciscana. E este cântico,
cantado há mais de VIII séculos, adquire hoje, dia 18 de junho de 2015, novo vigor e redobrado eco
nesta Carta Encíclica „Laudato Si‟ do nosso Papa, o Francisco de Roma, que novamente nos alerta a um
redobrado “cuidado da casa comum”. Pois bem, ao longo do nosso Capítulo Geral, em diferentes
momentos, mencionou-se esta Carta Encíclica que estava prestes a sair. Penso que nós, Frades Menores,
não só devemos ler e/ou tomar conhecimento desta Encíclica, mas fazer com que o “cuidado da casa
comum” seja um estilo de vida e uma dimensão transversal de toda a nossa evangelização franciscana.
Penso que nós, Frades Menores, por dever vocacional de fidelidade ao Evangelho de Nosso Senhor
Jesus Cristo e fiéis discípulos de São Francisco de Assis, devemos ser os novos arautos e mensageiros da
essência desta primeira Encíclica do Papa Francisco. “Laudato Si” deve ser o nosso cântico de louvor e
convite para que o „mundo universo‟ se una no „cuidado da casa comum‟.
Frei Fidêncio Vanboemmel é Ministro Provincial da Província da Imaculada Conceição do Brasil
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Deus seja louvado também pelo dom do Papa Francisco à Igreja
Dom João Bosco
Que diferença faz uma Carta Encíclica entre tantos outros textos, estudos e publicações sobre um
assunto tão discutido como é o tema da Ecologia. Faz muita diferença, com certeza. E na pressa da
primeira leitura, eu posso citar três razões: A primeira por ser uma Encíclica, depois por ser do Papa
Francisco, e a terceira por invocar a força e atualidade que tem São Francisco de Assis, o Patrono da
Ecologia. Explico:
Uma Encíclica é a palavra mais autorizada e mais solene do magistério do Papa. Não é uma
Exortação Apostólica nem um “Motu Proprio” ou um discurso de ocasião. É um pronunciamento oficial,
esperado por todo o mundo. Olhando para as grandes encíclicas do passado, vemos que elas não têm
apenas uma repercussão imediata, mas vão produzindo frutos no longo prazo, à medida que vão se
clareando os fundamentos sobre os quais está construída. Nesta Encíclica, o Papa faz questão de dizer,
ele não fala apenas ao mundo católico, ou aos homens de boa vontade, como fez João XXIII mas,
explicitamente, se dirige a todas as pessoas do mundo.
A oportunidade não poderia ser melhor: há uma série de eventos programados em nível de
governantes, ainda este ano. É notório que esses encontros de cúpula, até aqui, quase sempre esbarram
em interesses econômicos e vetos dos poderosos, que inviabilizam as soluções apresentadas. O Papa
quer falar aos ouvidos dessa gente: não há solução técnica, nem motivação científica que resolva o
problema, se não passar pela questão da justiça para com os mais pobres. Para Francisco, o problema do
clima e do meio ambiente tem a mesma origem do problema da miséria e da pobreza: ambos têm que ser
resolvidos em conjunto, com coragem e responsabilidade perante as próximas gerações.
A segunda razão, que gera muita esperança, diz respeito à pessoa do Papa Francisco. Seu
carisma, palavras e gestos proféticos, seu espírito aberto e inclusivo, abre o coração mais endurecido.
Não há liderança, no mundo hoje, capaz de falar a todas as classes sociais, a todas as etnias, a todas as
tradições religiosas e convocar a todos os seres humanos, a não ser o Papa Francisco. Seu estilo simples
e direto não é incomum nos documentos da Igreja. Francisco é quase coloquial. Pode ser bem
compreendido pela gente mais simples, porém surpreende também os letrados. Com o tema da ecologia,
ele entra em outros campos, fala da pobreza, da moradia, dos transportes, da educação, do lixo e da
corrupção, e vai da fé até a política e economia, mostrando que tudo se relaciona com tudo. Assinada
pelo Papa Francisco, a Carta Encíclica Laudato Si’, de fato, surpreende a todos.
Por último, quero lembrar a referência a São Francisco de Assis, que está no título, no nome do
autor e na alma desta Encíclica. É um texto absolutamente franciscano. Lembra a “Carta aos Fiéis” em
que o Santo de Assis se dirige “a todos os que moram no mundo universo”: o imenso desejo de São
Francisco de chegar ao coração de todos, para que olhassem e reverenciassem o Criador, está presente
no coração do Papa. E, com toda a certeza, mesmo utilizando os argumentos mais laicos, Francisco leva
a todos a contemplar o mundo não com os olhos frios da ciência, nem com os olhos ávidos do lucro, mas
com o coração de irmãos. Maravilhar-se com as criaturas, chamar as criaturas de irmãos e irmãs não tem
nada de romantismo irracional, diz o Papa, mas tem consequências sobre as escolhas que fazemos.
Muito mais se poderá ler nas quase 200 páginas, verdadeira cachoeira de água límpida, despejada
por Francisco na imundície em que se tornou o mundo depauperado pela ganância e pela cultura da
morte. Com a Laudato Si’, o Papa fala ao mundo que está colocando a sua Igreja, mais uma vez, “em
saída” para curar as feridas e as fragilidades de um mundo enfermo. Fazer-nos a todos, franciscanos ou
não, missionários de uma nova humanidade, recriada à luz da sabedoria divina, é o que podemos esperar
deste grande presente que nos oferece o Papa Francisco
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Chamados a restaurar nossa „casa comum‟ TODOS OS DEPOIMENTOS Apresentação A
ENCÍCLICA „LAUDATO SI‟ “Esta Encíclica deve ser um estilo de vida”, Frei Fidêncio Vanboemmel
“Deus seja louvado também pelo dom do Papa Francisco à Igreja”, Dom João Bosco “Chamados a
restaurar nossa „casa comum'”, Dom Jaime Spengler “Vai, Francisco, e leva-nos contigo!”, Frei Gustavo
Medella “Encíclica nos coloca diante de desafios inadiáveis”, Frei Ludovico Garmus “Papa proclama o
“Evangelho da criação”, Frei Fábio César Gomes “Uma ecologia integral, vivida na alegria e
autenticidade”, Frei Jean Ajluni “Luta profética para melhorar a qualidade de vida”, Frei Vitório
Mazzuco “Papa resgata a ecologia integral de Francisco de Assis”, Frei João Reinert Dom Jaime
Spengler Somos todos responsáveis pela „casa comum‟. Essa é patrimônio de todos. Há sinais de que ela
se encontra em ruínas! Somos todos chamados à responsabilidade, a cooperar na restauração de nossa
„casa comum‟. O ser humano de todos os tempos é chamado a cultivar, cuidar, guardar e promover a
vida presente na criação. Estamos sendo chamados a dar atenção particular aos problemas que estão
sendo detectados em relação ao meio-ambiente. Há sinais preocupantes em relação à vida do meio
ambiente. Detecta-se a olhos vistos sinais de degradação. O Papa Francisco, através dessa Encíclica, se
dirige a todos. É um documento com forte característica social. Ela trata da questão ecológica não de
forma meramente intelectual; ela toca o coração! Chama-nos à corresponsabilidade… Diante dos tantos
sinais de “dores de parto” diagnosticáveis na criação, somos instigados a reagir. “Vai e restaura a minha
casa”. O Papa Francisco, tendo presente essa expressão do Crucificado ao Santo de Assis, nos convida e
nos impulsiona a cooperarmos para deixar a „casa comum‟ um pouco melhor para as gerações que virão
depois de nós.
(Dom Jaime Spengler é Arcebispo de Porto Alegre.)
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Vai, Francisco, e leva-nos contigo! TODOS OS DEPOIMENTOS Apresentação A ENCÍCLICA
„LAUDATO SI‟ “Esta Encíclica deve ser um estilo de vida”, Frei Fidêncio Vanboemmel “Deus seja
louvado também pelo dom do Papa Francisco à Igreja”, Dom João Bosco “Chamados a restaurar nossa
„casa comum'”, Dom Jaime Spengler “Vai, Francisco, e leva-nos contigo!”, Frei Gustavo Medella
“Encíclica nos coloca diante de desafios inadiáveis”, Frei Ludovico Garmus “Papa proclama o
“Evangelho da criação”, Frei Fábio César Gomes “Uma ecologia integral, vivida na alegria e
autenticidade”, Frei Jean Ajluni “Luta profética para melhorar a qualidade de vida”, Frei Vitório
Mazzuco “Papa resgata a ecologia integral de Francisco de Assis”, Frei João Reinert Frei Gustavo
Medella Francisco pede uma Igreja de saída e é o primeiro a sair. Sai sem medo, impulsionado pela fé
firme de um apóstolo. Sai na direção do mundo, do ser humano e de seus grandes dramas. Sai com
humildade, não como o “dono da verdade”, mas como fiel seguidor do Filho de Deus que se fez pobre e
acessível. Ao sair, coloca-se todo à disposição e chama à responsabilidade. “Louvado sejas: sobre o
cuidado da causa comum” vem para provocar, instruir e inspirar. É aguardada com ânsia e expectativa
em círculos que vão além do universo cristão católico. Antes de chegar, já protagoniza polêmicas e
desencontros, como o vazamento prévio de seu conteúdo entre a imprensa italiana. Mas como “tudo
concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8,28), o fato que poderia, em tese, “enfraquecer” a
força da mensagem profética do documento, parece que lhe confere mais força e desperta ainda mais
curiosidade e esperança. Francisco sai, mas não sai só. Cerca-se das melhores companhias. Leva consigo
Cristo, longe de quem sua peregrinação não faria menor sentido. Leva Francisco, o de Assis, e todos os
seus ensinamentos de amor incondicional a Deus e um profundo espírito de fraternidade em relação ao
todo criado. Leva especialistas em diversos temas, o magistério de seus predecessores, as impressões
próprias de seu olhar de pai-pastor que tem o coração e os olhos atentos ao drama das periferias. Cercase da contribuição consistente de estudiosos, cientistas e de gente que entende do assunto. Francisco
quer levar consigo toda a Igreja! E eis aí um de seus maiores desafios. O Papa que transita facilmente
pela via do diálogo e do respeito nos mais diversos círculos, enfrenta certa resistência de alguns setores
de “dentro de casa”, tal qual profeta que não é bem recebido na própria casa (Cf. Mt 4,24). Levar estes
para fora não será tarefa fácil. Convencê-los de que novos tempos exigem novas posturas é tarefa
hercúlea, mas Francisco já demonstrou ter força e perseverança para tanto. Quanto a nós, franciscanos,
não há outra escolha: “Estamos fora!”, juntos com Francisco, já que, de acordo com nosso fundador, o
nosso “dentro” é “fora”, no claustro que tem o tamanho do mundo. “Louvado sejas, meu Senhor, pelo
Santo Padre, o Papa Francisco, o jesuíta que veio nos recordar o melhor modo de sermos franciscanos”.
(Frei Gustavo Medella é frade desta Província da Imaculada e coordenador da Frente de
Evangelização da Comunicação.)
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Encíclica nos coloca diante de desafios inadiáveis TODOS OS DEPOIMENTOS Apresentação A
ENCÍCLICA „LAUDATO SI‟ “Esta Encíclica deve ser um estilo de vida”, Frei Fidêncio Vanboemmel
“Deus seja louvado também pelo dom do Papa Francisco à Igreja”, Dom João Bosco “Chamados a
restaurar nossa „casa comum'”, Dom Jaime Spengler “Vai, Francisco, e leva-nos contigo!”, Frei Gustavo
Medella “Encíclica nos coloca diante de desafios inadiáveis”, Frei Ludovico Garmus “Papa proclama o
“Evangelho da criação”, Frei Fábio César Gomes “Uma ecologia integral, vivida na alegria e
autenticidade”, Frei Jean Ajluni “Luta profética para melhorar a qualidade de vida”, Frei Vitório
Mazzuco “Papa resgata a ecologia integral de Francisco de Assis”, Frei João Reinert Frei Ludovico
Garmus O título da tão esperada Carta Encíclica do Papa Francisco sobre o ambiente provém do
“Cântico do Irmão Sol” de São Francisco de Assis, chamado também “Louvores das Criaturas”. O
subtítulo “o cuidado da Casa Comum” indica o tema da Encíclica. A expressão “casa comum” vem do
termo “ecologia” ou ambiente. A casa comum é o nosso Planeta Terra, comum não só para os seres
humanos, mas de todos os seres vivos. Logo na introdução (n. 1), para explicar a origem do título, o
Papa cita um verso do Cântico do Irmão Sol, referente ao nosso planeta: “Louvado sejas, meu Senhor,
pela irmã nossa, a mãe terra, que nos sustenta e governa e produz diversos frutos com coloridas flores e
ervas”. A Encíclica tem como destinatários o mundo católico, mas inclui também “todos os homens de
boa vontade”, como o fazia o Papa João XXIII na Pacem in terris. O Papa Francisco quer entrar num
diálogo familiar sobre os problemas que dizem respeito a todos que vivem na mesma casa comum (n. 2).
Em seguida lembra os vários ensinamentos e intervenções do Magistério (n. 3-7) sobre a questão
ambiental, desde o Paulo VI (1971), passando por João Paulo II (1979-1988) e chegando a Bento XVI
(2007-2011). Traz também o ensinamento do Patriarca ortodoxo Bartolomeu (n. 8-9, bem como o
exemplo vivo de São Francisco de Assis (n. 10-12). Nesta Encíclica, o Papa Francisco coloca como
desafio urgente para toda a família humana: “proteger nossa casa comum… em busca de um
desenvolvimento sustentável e integral” (n. 13-14). Por fim, expõe o método que seguirá em sua
Encíclica, o método “ver, julgar e agir”, muito usado na Igreja da América Latina (n. 15-16). Ao “ver” é
dedicado o capítulo I, “O que está acontecendo em nossa casa” (n. 17-61). Nele expõe o que já é do
domínio comum: a poluição e as mudanças climáticas; a questão da água, a perda da biodiversidade; a
deterioração da qualidade da vida humana e social; a desigualdade planetária; a fraca reação dos
governos e as opiniões divergentes sobre a questão climática. O “ver” é feito através do olhar dos
documentos e pronunciamentos do magistério, sobretudo, das Conferências Episcopais de diferentes
partes do mundo, sempre ancoradas na visão dos cientistas. Ao “julgar” são dedicados os capítulos II a
IV. O capítulo II, “O Evangelho da criação” (n. 62-100), o julgar é feito à luz da fé, da sabedoria dos
relatos bíblicos da criação, da visão teológica e pelo olhar de Jesus. O capítulo III trata da “Raiz humana
da crise ecológica” (n. 102-136). Este tema é analisado à luz do capítulo II e vê a raiz da crise ecológica
na sensação de poder resultante da criatividade tecnológica, na globalização do paradigma tecnocrático e
no antropocentrismo moderno. O capítulo IV propõe uma tecnologia integral (n. 137-162), que envolve
a ecologia ambiental, econômica, social e cultural, baseadas na vida quotidiana, no princípio do bem
comum e na justiça entre as gerações. Por fim, o “agir” se desdobra nos capítulos V e VI (n. 163 a 246),
que apresentam orientações para a ação e se propõem uma educação e espiritualidade ecológicas. A
Encíclica do Papa Francisco aos católicos, aos cristãos em geral e aos “homens de boa vontade” nos
coloca desafios inadiáveis a serem enfrentados urgentemente. Temos em mãos um roteiro riquíssimo
para nossa reflexão, que poderá nos conscientizar sobre a crise ecológica. Assim iluminados pela luz da
fé, da palavra de Deus e da teologia, serem capacitados a cuidar melhor de nossa casa comum, a irmã e
mãe terra, e de toda vida que ela abriga.
Frei Ludovico Garmus é frade desta Província e professor no Instituto Teológico Franciscano de
Petrópolis (RJ).
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Papa proclama o “Evangelho da criação”
TODOS OS DEPOIMENTOS
Frei Fábio César Gomes
O que aqui digo é resultado de um simples e rápido “sobrevoo” sobre um texto extenso e muito
denso.
Sobrevoando bem alto, o que logo me chamou a atenção foram as palavras iniciais da Encíclica
que lhe dão o título: “Louvado sejas”. Ver um documento do Papa iniciando com as palavras do nosso
irmão e pai São Francisco, não pode deixar de comover um coração franciscano. Como as palavras de
Francisco de Assis continuam sendo atuais! Como a sua cosmovisão representa uma grande resposta
para a crise ecológica em que vivemos! De fato, a impressão é que o Cântico das Criaturas dá o tom
teológico/espiritual de todo esse documento em o Papa quer fazer toda a humanidade refletir sobre como
estamos cuidando da nossa casa comum. Além disso, chamou-me a atenção também a grande abertura
eclesial e ecumênica do Papa Francisco: ele cita, logo nas primeiras páginas, não somente a palavra dos
seus predecessores, mas, também, do Patriarca Ortodoxo Bartolomeu. Além disso, é muito pródigo em
citar documentos da várias conferências episcopais, demonstrando o seu forte senso de colegialidade.
Sobrevoando um pouco mais baixo no texto, tive a impressão de que o Papa faz um diagnóstico
completo e realista da crise ecológica, tratando das grandes questões que lhe dizem respeito: mudanças
climáticas, poluição do ar, escassez de água, perda da biodiversidade etc, ressaltando o impacto disso
tudo especialmente sobre os mais pobres. Mais ainda, ele denuncia as reações fracas a esses problemas e
um tipo de comportamento evasivo que finge que o problema não existe ou que não é tão grave. Desce à
raiz da crise que diz respeito, antes de tudo, a uma responsabilidade humana, nas palavras do texto, com
a globalização do paradigma tecnocrático e a crise do antropocentrismo moderno. Porém, o “tom” da
Encíclica não me pareceu pessimista ou fatalista. O Papa Francisco valoriza os muitos esforços, intra e
extra eclesiais, de enfrentamento da problemática. Ele proclama o “Evangelho da criação”, oferecendo a
visão bíblica da criação como um forte fundamento e grande inspiração para todos os que se preocupam
pelo cuidado da nossa casa comum. Enfim, o documento tem um caráter bem propositivo. O Papa
Francisco propõe a palavra diálogo como grande resposta para à crise: diálogo na política internacional,
nacional, local; diálogo e transparência nos processos decisórios, diálogo entre política e economia, entre
religião e ciência. Propõe também uma espiritualidade ecológica, de cunho sacramental e trinitário que
exigirá, de todos nós, uma “conversão ecológica”.
Cabe-me, agora, não somente sobrevoar, mas, aterrissar no texto do Papa Francisco, a fim de
compreendê-lo melhor, assimilá-lo e, sobretudo, traduzi-lo em práticas concretas.
Ao final desse rápido sobrevoo, resta-me repetir as palavras iniciais da Encíclica:
Louvado sejas, meu Senhor, por Francisco de Assis!
Louvado sejas, meu Senhor, por Francisco de Roma!
Frei Fábio César Gomes é frade desta Província da Imaculada, Mestre e Professor dos frades
estudantes de Filosofia. Reside em Rondinha (PR).
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Uma ecologia integral, vivida na alegria e autenticidade” TODOS OS DEPOIMENTOS
Apresentação A ENCÍCLICA „LAUDATO SI‟ “Esta Encíclica deve ser um estilo de vida”, Frei
Fidêncio Vanboemmel “Deus seja louvado também pelo dom do Papa Francisco à Igreja”, Dom João
Bosco “Chamados a restaurar nossa „casa comum'”, Dom Jaime Spengler “Vai, Francisco, e leva-nos
contigo!”, Frei Gustavo Medella “Encíclica nos coloca diante de desafios inadiáveis”, Frei Ludovico
Garmus “Papa proclama o “Evangelho da criação”, Frei Fábio César Gomes “Uma ecologia integral,
vivida na alegria e autenticidade”, Frei Jean Ajluni “Luta profética para melhorar a qualidade de vida”,
Frei Vitório Mazzuco “Papa resgata a ecologia integral de Francisco de Assis”, Frei João Reinert Frei
Jean Ajluni O Papa Francisco continuamente nos surpreende positivamente, desde os primeiros
momentos de seu Pontificado. No primeiro instante uma grata surpresa, um Papa que quer ser chamado
„Francisco‟, aceno de novos tempos na Igreja, depois a exortação apostólica Evangelii Gaudium que nos
encheu novamente de alegria e esperança, marcando decisivamente os rumos de seu Pontificado. A cada
gesto, em cada discurso e homilia, Papa Francisco nos surpreende e agora, mais uma vez, e de maneira
muito especial pela encíclica Laudato Si‟. Ao iniciar a Carta Encíclica com o Cântico das Criaturas, o
Papa Francisco deixa claro que a espiritualidade franciscana em toda sua profundidade, beleza e frescor
é a linha mestra desta Encíclica. Ele ainda recorda a todos que a Igreja já há muito tempo se preocupa
com o tema do “cuidado da casa comum”, quando cuidadosamente cita os principais pronunciamentos
dos pontífices anteriores e até do Patriarca Bartolomeu, no entanto, o que novamente surpreende é que o
Francisco de hoje nos faz entender de que o tema não se trata de um “apêndice” ou um assunto
secundário entre os demais. Pessoalmente, a importância desta encíclica é de nos fazer entender que o
tema do cuidado é nuclear, não apenas na espiritualidade franciscana, mas na vida cristã. Ao citar S.
Francisco como “o exemplo por excelência do cuidado por aquilo que é frágil e de uma ecologia
integral, vivida com alegria e autenticidade”, o Papa traduz em poucas palavras um dos aspectos centrais
mais belos da espiritualidade Franciscana, pensar a ecologia integralmente, somos irmãos de tudo e de
todos, ligados e integrados por uma fraternidade cósmica que tem o Altíssimo como Pai, e por isso
devemos ser gratos: “Louvado sejas, meu Senhor”. Deste modo o cuidado não é uma obrigação, mas um
ato de fraterno de amor. Acredito que a Encíclica Laudato Si´ terá um grande impacto positivo, para
católicos, não católicos, cristãos e não cristãos, mas de forma muito particular interpela a nós,
franciscanos, e deve causar em nós efeitos visíveis de conversão na direção de uma ecologia integral,
realmente vivida com alegria franciscana e autenticidade carismática.
Frei Jean Ajluni, OFM, é frade desta Província da Imaculada e foi ordenado diácono
recentemente.
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Luta profética para melhorar a qualidade de vida
TODOS OS DEPOIMENTOS
Frei Vitório Mazzuco
Com esta Encíclica sinto uma alegria muito grande por causa de dois olhares: o olhar franciscano
sobre a realidade e o olhar do Papa Francisco na amplidão do olhar de Francisco de Assis, que antecipou
há oito séculos um modo peculiar e comprometido de ver a Irmã e Mãe Terra, de querer ser colocado nu
sobre a terra nua no momento de seu Transitus, para sentir bem na intimidade da casa. Diz a Encíclica:
“Nós somos terra. Todo nosso corpo é constituído de elementos do planeta, seu ar é aquele que
respiramos, sua água vivifica e restaura” (n.2)
Quero ler esta Encíclica sob o olhar da poética e da mística, para argumentar comprometimentos.
Olhar poético enquanto emoção, admiração, gratidão, encantamento, consanguinidade criatural e o ver e
fazer perfeito. Olhar místico enquanto desvelamento da verdade de todas as coisas, a vida movida por
uma Força Maior que tudo sustenta e tudo governa. É maravilhoso que um Papa conclame ao dom de
existir e estar na mesma casa. Conviver e não usar. Estar no mundo, fazer do mundo um itinerário, ir
para a criação como quem escreveu o Gênesis. Em nosso planeta Terra, tudo é um caminho que sai e
retorna para seu único lugar: o lugar sagrado! É a metafísica de São Boaventura que nos diz que tudo sai
do Todo, revela a sua face e retorna ao Sagrado. A origem de Deus como causa eficiente, manifestando
suas imagens e vestígios, Deus como causa exemplar e causa final. Oprimir e devastar a terra, fazê-la
gemer em dores de parto (Rm 8), é matar o Sagrado que nela habita e a irmanação universal de todas as
criaturas, de todos os homens e mulheres que preenchem esta casa.
Que esta Encíclica nos ajude a pensar um modo singular de estar na existência, que ela faça uma
ponte entre o mundo vivencial, a realidade conjuntural e a fala. A Encíclica provoca uma mística das
relações, uma espiritualidade ecológica (Cap 6, 202). Viver na terra é presença, unidade, vida, morte,
amor e tempo. É a união de todos os seres, não na passividade, mas na profecia do cuidado, e ir contra
todos os mecanismos de morte que geram uma cultura de morte que já regou com sangue de Josimo, de
Chico Mendes, de Ezequiel e de Doroty a sonhada justiça deste chão.
A Encíclica chama a atenção do uso técnico, científico e catastrófico dos recursos naturais.
Destruir o natural é cultura de morte e gera uma insensibilidade cosmovital. Existe ética na técnica que
explora? Destruir rios e florestas é sentir-se parte do cosmos? A Encíclica nos dá uma responsabilidade
moral de defender a vida, de evitar a dessacralização da natureza. O Papa propõe mudança de vida, rever
o modo de produção, a produção exagerada de lixo, a atenção urgente para com a radical mudança
climática, as injustiças socioambientais, efeito estufa, e o controle destes modelos globais de
desenvolvimento. Por que os países ricos defendem a natureza só de modo utilitário, isto é, defender
para usar e produzir que gera uma relação viciada ente humanidade e ambiente?
A Encíclica fala de estilo novo de vida, de educação para respeitar o ambiente, fala de conversão
ecológica, de colocar um freio no consumismo. O que seria tudo isto? Não seria uma proteção que deixa
ser o natural, para que o natural possa se recompor e não virar pedreiras e montanhas sucateadas e
inertes. É preciso dar tempo e cuidado ao natural. Ecologia não é mera militância de barulhentos
ambientalistas, mas sim luta profética para melhorar a qualidade de vida. Tecnologia e progresso não são
processos de destruição. Estilo de vida não é gastar excessivamente os recursos de energia e suas fontes.
Que a nova Encíclica nos leve para uma comunhão de bens e não acúmulo. Que crie a
consciência de que tecnologia criativa não causa danos, mas sim respeita a dignidade humana e o ciclo
natural da nossa Mãe e Irmã Terra. Que cuidemos da evolução das espécies e da evolução do humano.
Somos guardiães do habitat. Se cresce a densidade demográfica que cresçam também os recursos e a
melhor distribuição dos bens. Violência física contra a espécie humana e violência contra a natureza
povoam os noticiários, mas nós estamos mais preocupados com os quatro melhores colocados do
Brasileirão. Precisamos de um desenvolvimento justo e conservação da vida, mas escolhemos políticos
e partidos como se torce para times da série A e B. A natureza e as pessoas estão na série C. Brigamos
por igrejas e liturgias e esquecemos de pregar uma democracia ecológica que respeite todas as formas de
vida. Todos os seres estão em relação uns com os outros, por que ficar então de fora? A vida é um valor
por si só; ela é presente de Deus e merece todos os louvores, toda proteção e todo respeito! Laudato si,
mio Signore!
Frei Vitório Mazzuco é frade desta Província da Imaculada e professor do Instituto Teológico
Franciscano de Petrópolis (RJ).
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Papa resgata a ecologia integral de Francisco de Assis

Frei João Reinert
A expectativa com que o mundo aguarda a Encíclica do Papa Francisco revela o desejo de todos
por uma palavra contundente, profética e autêntica sobre o atual modelo de desenvolvimento global e a
consequente crise da casa comum.
O bispo de Roma, como prefere ser chamado, mostra mais uma vez ao mundo a importância que
o santo de Assis exerce em sua vida e em seu ministério. Sua eclesiologia é fundamentalmente
franciscana (Igreja pobre para os pobres). Revela, na Encíclica, aquilo que já pronunciara em outra
ocasião, o motivo da escolha de seu nome ao ser eleito papa. “Tomei o seu nome como guia e como
inspiração no momento da minha eleição a bispo de Roma. Creio que Francisco seja exemplo por
excelência de cuidado daquilo que é fraco e de uma ecologia integral” (10). Hoje, presenteia o mundo
com a Encíclica „Laudato Si‟, chamando a todos para a responsabilidade e o cuidado para com nossa
mãe Terra.
É emocionante, sobretudo a nós, franciscanos, receber um documento tão urgente e profético no
qual nossa casa comum é apresentada a partir da ótica franciscana, e onde Francisco de Assis é tão
carinhosamente tematizado. Somos infinitamente gratos ao Papa Francisco por tudo o que vem fazendo
pela nossa Igreja, pelo mundo, pela casa comum. Unir a família humana por essa causa é seu apelo
(13). À família franciscana esse apelo toca mais de perto, por fidelidade ao nosso carisma.
Diante de leituras românticas de Francisco como Patrono da Ecologia, aquele que gostava de
animais, agradecemos ao Papa Francisco por resgatar o verdadeiro sentido (ecologia integral) dessa
atribuição. Chama atenção a lucidez com que a Papa associa ecologia com outros valores ou contravalores. Somente a partir dessa leitura parece ser possível associar Francisco de Assis à ecologia. Em
outras palavras, a vida de Francisco de Assis, sua opção pelo Evangelho, sua vida pobre e fraterna é a
chave de leitura para entendemos sua relação com toda a natureza. O cuidado com a criação sem
minoridade, sem renuncia à ganância, à posse e ao consumismo parece ideologia. O cuidado com a casa
comum sem abertura ao outro, à fraternidade, à fraternidade universal não pode ter sentido. Portanto,
nossa gratidão ao Papa por ter escrito essa Encíclica a partir da vida integral e cotidiana de Francisco.
Ao apresentar as causas da crise mundial ambiental e ao apontar saídas para a superação dessa crise em
constante referência a São Francisco, o Papa está nos dizendo que Francisco de Assis é o patrono de um
futuro diferente para a casa comum.
Frei João Fernandes Reinert é frade desta Província e pároco da Paróquia Santa Clara
(Duque de Caxias, RJ)
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Especial dos Franciscanos sobre Laudato Sii