1904 - INSTITUIÇÃO CENTENÁRIA – 2004
ENTIDADE FEDERATIVA, COORDENADORA E REPRESENTATIVA DO MOVIMENTO ESPÍRITA DO ESTADO DE
PERNAMBUCO NO CONSELHO FEDERATIVO NACIONAL DA FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA.
ORIENTAÇÕES FEDERATIVAS JUNHO / 2013
O TRATAMENTO ESPIRITUAL NA CASA ESPÍRITA.
Xerxes Luna
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O Tratamento Espiritual realizado pela instituição espírita é uma tarefa de grande responsabilidade face sua
repercussão junto aos aflitos e à sociedade, de uma forma geral. É um trabalho que lida diretamente com a dor e o
sofrimento humano, além de envolver os sentimentos, a esperança, a fé em Deus e a expectativa de ajuda dos
sofredores e seus entes queridos. Por tudo isso e pela preservação da credibilidade e respeito que a Doutrina
Espírita desfruta na sociedade é que o centro espírita deve estruturar, com bastante cuidado, esse trabalho.
O TRATAMENTO ESPIRITUAL NA CASA ESPÍRITA.
A prestação desse serviço só deverá ser adotada se a instituição espírita dispuser de uma equipe de
médiuns e trabalhadores de apoio comprovadamente qualificados no âmbito do conhecimento e da prática
doutrinárias, principalmente da mediunidade, da segurança mediúnica, da conduta ética e moral (vivência
evangélica), e do comportamento cristão no trato com os semelhantes. Esses pré-requisitos são fundamentais para
que haja adequada sintonia vibratória e de propósitos entre a equipe de voluntários encarnados e os benfeitores
espirituais desencarnados responsáveis pelo trabalho.
Assim aos trabalhadores encarnados competirá a responsabilidade de bem se prepararem doutrinaria e
moralmente. Cuidado que não só garantirá a boa assistência espiritual para o trabalho, mas a sua proteção ante a
investida dos agentes do erro e da impostura. Além disso, se faz necessário a definição de um espaço apropriado
para atender o sofredor com a devida privacidade. Nesta tarefa não há espaço para improvisações, participação de
pessoas curiosas, indiscretas, ríspidas e de médiuns inexperientes ou portadores de faculdades mediúnicas
duvidosa.
O PROCEDIMENTO ADOTADO NO TRATAMENTO ESPIRITUAL
O procedimento adotado no Tratamento Espiritual utilizado pela casa espírita não deve ter nenhuma relação
com aqueles praticados pela Medicina convencional, nem tampouco neles intervir, isto porque o Tratamento
Espiritual orientado à luz do Espiritismo tem como fim a harmonização energética e espiritual do paciente. O foco da
Medicina convencional é o corpo físico e a mente humana enquanto o foco do Espiritismo é o corpo perispiritual e o
espírito. Os benefícios físicos decorrentes da intervenção espírita são consequências e não fim.
De uma forma geral o tratamento espírita prescreve:
a) A reforma intima ético-moral do assistido, no sentido da vivência dos ensinamentos de JESUS.
b) O passe e a água fluidificada com o concurso dos benfeitores espirituais;
c) A participação nas reuniões públicas evangélicas e doutrinárias e a leitura de obras edificante,
preferencialmente espíritas, por tratarem de ensinamentos relacionados com as recomendações espíritas;
d) A prática do Evangelho no Lar;
e) A Irradiação de energia revigorante e salutar endereçada aos necessitados, principalmente aos que se
encontram impossibilitados de comparecer ao centro espírita;
f) A desobsessão.
O atendido deve ser orientado a cumprir rigorosamente com as recomendações prescritas para o seu
tratamento, já que delas dependerá o êxito do seu tratamento, conforme seja obedecida à lei de causas e efeitos.
DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES RELATIVAS AO TRATAMENTO ESPIRITUAL.
No opúsculo “ORIENTAÇÃO AO CENTRO ESPÍRITA” editado pela Federação Espírita Brasileira,
encontramos, no capítulo referente ao Atendimento Espiritual na Casa Espírita, excelentes subsídios para a
organização das etapas do Tratamento Espiritual.
A título de sugestão, e com base nas recomendações da FEB, esse serviço poderia ter a seguinte
sistematização:
a) Recepção. Em local apropriado e mais afastado do fluxo de frequentadores da casa, o necessitado
seria recebido, acomodado e orientado de forma fraterna e atenciosa.
b) Atendimento Fraterno pelo diálogo. O atendido seria encaminhado para uma conversação
fraterna com vista a dar início ao seu processo de ajuda espiritual. Nessa ocasião ele relataria sua
situação, receberia as primeiras palavras de esperança e de reforço da fé, além das recomendações
básicas prescritas pela espiritualidade aos atendidos pelo tratamento espiritual da casa.
c) Encaminhamento da situação de cada atendido para apreciação da equipe espiritual
socorrista e para as reuniões de Irradiação. Nesta etapa do serviço a equipe espiritual
socorrista, à luz de cada situação, definirá o número de passes a ser aplicado em cada paciente, bem
como quais os casos que deverão ser encaminhados às reuniões de irradiação e desobsessão.
d) Atividades de Passes. De acordo com a recomendação recebida do plano espiritual, o paciente
deve ser encaminhado a um ambiente próprio ou discretamente isolado destinado à aplicação de
passes e, ao salão de explanação do Evangelho à luz do Espiritismo.
e) Atividade de Acompanhamento do Tratamento Espiritual. A equipe designada para este
fim deve, em ambiente reservado, receber os atendidos em tratamento para, através do diálogo
fraterno, informar-se sobre a evolução do seu quadro de melhora, reforçar o cumprimento da
terapêutica espiritual prescrita e responder, na medida do possível, as indagações ou solicitações que,
eventualmente, o paciente lhe enderece.
ACOLHIDA E ACOMPANHAMENTO DOS PACIENTES.
O necessitado deve ser acolhido com o mais esmerado sentimento de solidariedade, fraternidade, paciência
e humildade possível. Ele é um sofredor que busca socorro e está cheio de esperanças e carente de atenção.
Tratá-lo com indiferença ou mesmo sem o devido toque de sensibilidade é faltar para com o dever de consolação e
iluminação que caracteriza o Espiritismo.
A boa acolhida contribui para o revigoramento não só da fé, mas também das energias espirituais do
assistido. Coloca-o em estado de predisposição vibratória positiva favorável ao sucesso do seu tratamento. Por isso
o atendente deverá ser uma pessoa com características comportamentais que contribuam para a comunicação
natural com os seus semelhantes, sem impaciência, sem atitudes imperativas, sem artificialismo.
Quando do primeiro contato, o sofredor deve ser incentivado a fortalecer sua fé em Deus. Também deve ser
esclarecido sobre o que é o tratamento espiritual, sua subordinação aos imperativos da lei de causas e efeitos e
qual sua responsabilidade no processo terapêutico que lhe será recomendado, além das naturais conseqüências do
seu descumprimento. Esses esclarecimentos são importantes para que não se crie um clima de expectativa
miraculosa no socorro a ser empreendido.
O acompanhamento do atendido durante o tratamento é de fundamental importância, não só para o
assistido, mas também para a instituição espírita. Estando o sofredor com suas energias debilitadas, não é raro
tornar-se vulnerável a influências de entidades espirituais que dele se aproximem com o intuito de induzi-lo a
fraquejar na fé e negligenciar no cumprimento das recomendações espirituais prescritas. Visando ajudá-lo a manterse vigilante, a instituição espírita, deve marcar encontros continuados e espaçados para entrevistá-lo, por meio de
uma conversação fraterna, com o propósito de obter informações sobre a evolução do seu quadro de melhora e
sobre o cumprimento da terapêutica recomendada. Assim o paciente sentir-se-ía mais seguro, mais confiante e
mais amparado. Se o socorrido ficar a mercê de suas próprias forças, então fragilizadas, sem que a instituição lhe
possibilite um ou mais de um ensejo para que relate os sucessos e as dificuldades enfrentadas durante o
tratamento, ele poderá sentir-se abandonado aos seus próprios cuidados, situação para a qual pode não estar
preparado. Isso poderá afetar, substancialmente, seu tratamento, fragilizar sua fé e credibilidade nas intervenções
espirituais praticadas pelo Espiritismo ou levá-lo a buscar outros meios, ditos espíritas, mas totalmente estranhos ao
Espiritismo, alguns até assentados em métodos e procedimentos afrontosos a razão e a inteligência humana.
CONCLUSÃO.
A casa espírita deve respeitar qualquer método que objetive, com sinceridade, o socorro aos sofredores,
entretanto a coerência recomenda que só adote aquele que não contrarie os ensinamentos do Espiritismo; não por
pretensão, mas por uma questão de identidade e concordância com um procedimento doutrinário que vem dando
certo, tanto ou mais do que os que lhes são estranhos. Mudar por modismo ou por desejo de renovação e
modernidade é trocar seis por meia dúzia ou o certo pelo duvidoso. O testemunho é a maior prova de fidelidade ao
Espiritismo; ao Cristianismo Redivivo.
FEDERAÇÃO ESPÍRITA PERNAMBUCANA / COORDENAÇÃO GERAL DAS ÁREAS FEDERATIVAS .
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