TribunaIndependente
MACEIÓ - DOMINGO, 9 DE OUTUBRO DE 2011
CIDADES
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Câncer de mama mata em 20% dos casos
Doença ultrapassou o câncer de colo do útero por causa da dificuldade para tratamento e do diagnóstico tardio
ANA PAULA OMENA
REPÓRTER
M
enstruação precoce,
menopausa tardia,
não engravidar ou não
amamentar são os principais
fatores de risco para cânceres
em mulheres. Por conta deles,
o câncer de mama, por exemplo, no Brasil, não cresce apenas
em número de casos, mas também em mortes. O total de mulheres que morreram por causa
da doença aumentou 45% em
dez anos, saltando de 8.104, em
1999, para 11.813 em 2008. Os
números são do DataSUS, do
Ministério da Saúde.
Em Alagoas, o quadro de 20%
das mulheres com câncer de mama
evolui para o óbito. O número é
preocupante porque, diferente dos
países desenvolvidos (que vêm controlando os índices de mortalida-
de), o controle do câncer de mama
no Brasil esbarra em dois obstáculos: a dificuldade para tratamento
e o diagnóstico tardio.
De acordo com o anatomopatologista Henrique de Oliveira
Costa, o câncer de mama no Brasil
é um problema sério de saúde pública, pois a questão do tratamento
é mais tardio se comparado ao câncer de colo uterino.
O médico explicou que, antes, o
índice de câncer de colo uterino era
maior nas mulheres alagoanas.
Ele era o primeiro no ranking dos
cânceres entre as mulheres no Estado. Mas atualmente o câncer de
mama vem primeiro.
De acordo com o anatomopatologista, a ‘duras penas’ e apesar
das limitações, houve diminuição
de 30% do número de casos de câncer no colo de útero em Alagoas.
“Conseguimos controlar o câncer
de colo uterino por meio do exa-
me preventivo Papanicolau, e o de
mama com a mamografia”, comemorou.
Algumas situações que se tornaram menos comuns entre as
mulheres, avisa Henrique Costa,
poderiam reduzir os índices. Um
fator ‘protetor’ para a mulher é a
gestação. “O estrogênio não atua
fortemente e fica por um tempo
inativado. Este descanso fisiológico
ajuda a mulher a não ter câncer.
Outro fator diz respeito à amamentação, que também é proteção
para a mulher, por causar uma
diminuição da mesma maneira de
estrogênio”, frisou.
O especialista alertou ainda
que mulheres submetidas a traumas, perdas de entes queridos ou
estresse têm chance aumentada
de adquirir câncer. Ele ressaltou
que o estilo de vida ocidental contribui com a doença tanto em mulheres quanto em homens.
ASSESSORIA
SANDRO LIMA
Anatomopatologista Henrique Costa classifica o câncer de mama como um problema de saúde pública
MAMOGRAFIA
Outubro Rosa ‘acende’ prédios
e alerta mulheres sobre exame
Mamografia deve ser cobrada pelas mulheres durante consulta anual no SUS ou no sistema privado
O movimento “Outubro
Rosa”, que acontece este mês
em todo o Brasil, procura conscientizar sobre a prevenção do
câncer de mama e sobre a saúde
da mulher. Por causa da campanha, os prédios do Instituto
Zumbi dos Palmares, da Casa
da Indústria e do Tribunal de
Contas de Alagoas, localizados
na Avenida Fernandes Lima,
em Maceió, ficarão iluminados
durante todo o mês.
Com a iniciativa, técnicos do
Programa de Saúde da Mulher
esperam incentivar a realiza-
ção do exame de mamografia.
Isso porque, além do autoexame, ele é imprescindível para
detectar o câncer de mama.
A recomendação para as
mulheres é que, na oportunidade da consulta anual, até
mesmo com o clínico do SUS,
a paciente peça para também
ser examinada nas mamas. A
mulher que tem acesso ao sistema privado ou convênio deve
ter o mesmo cuidado. “A mulher deve fazer atividade física,
ter ato de vida saudável, evitar
substâncias como copinhos de
cafezinho de plástico, não levar
plástico com alimento para o
microondas, evitar deixar garrafa de plástico dentro do carro, pois existem substâncias no
plástico que são cancerígenas”,
disse o anatomopatologista
Henrique Costa.
O assunto e outros tipos
de câncer serão discutidos no
XXVIII Congresso Brasileiro
de Patologia, que acontece em Maceió no Centro de
Convenções Ruth Cardoso
entre os dias 11 a 15 deste
mês.
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Câncer de mama mata em 20% dos casos