UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA
Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no
período de 2007 a 2009
Sabrina da Costa Fernandes Siqueira
Programa de Pós-Graduação em Saúde
Coletiva,
dissertação
apresentada
para
requisito ao título de Mestre em Saúde
Coletiva.
Área de Concentração: Saúde Coletiva
Linha de pesquisa: Epidemiologia
Orientadora: Profª Drª Marta Gislene
Pignatti
Co-Orientador: Profª Drª Marina Atanaka
dos Santos
Cuiabá - MT
2
2011
3
ANÁLISE ESPACIAL DA DENGUE NO ESTADO DE
MATO GROSSO NO PERÍODO DE 2007 A 2009
Sabrina da Costa Fernandes Siqueira
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Saúde Coletiva da
Universidade Federal de Mato-Grosso para
obtenção do título de Mestre em Saúde
Coletiva.
Área de concentração: Saúde Coletiva
Linha de pesquisa: Epidemiologia
Orientadora: Profª Drª Marta Gislene
Pignatti
Co-Orientador: Profª Drª Marina Atanaka
dos Santos
Cuiabá - MT
2011
4
É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na sua forma
impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida
exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução figure a
identificação do autor, título, instituição e ano da dissertação.
5
FICHA CATALOGRÁFICA
S618a
Siqueira, Sabrina da Costa Fernandes
Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no
período de 2007 a 2009 / Sabrina da Costa Fernandes Siqueira.
– 2011.
127 f. : il. , color.
Orientadora: Profª. Drª. Marta Gislene Pignatti.
Co-orientadora: Profª. Drª. Marina Atanaka dos Santos.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato
Grosso, Instituto de Saúde Coletiva, Pós-graduação em Saúde
Coletiva, Área de Concentração: Saúde Coletiva, Linha de
Pesquisa: Epidemiologia, 2011.
Bibliografia: f. 119-125.
Inclui anexos.
1. Dengue – Epidemiologia. 2. Dengue – Mato Grosso. 3.
Dengue – Aspectos clínicos. 4. Dengue – Análise espacial. I.
Título.
CDU – 614.4(817.2)(043.3)
Ficha elaborada por: Rosângela Aparecida Vicente Söhn – CRB-1/931
6
DEDICATÓRIA
Esta dissertação é dedicada ao meu esposo Marcos, aos
meus pais Luiz Carlos e Angela que sempre me ensinaram e
incentivaram a não desistir por mais difíceis que foram os
dias, os pensamentos que não fluíam, e os quebra cabeças
que os mapas geraram. Estou aqui para mais uma conquista
e superação.
7
AGRADECIMENTOS
Á DEUS por ter iluminado os pensamentos quando achei que não tivesse mais solução.
Aos meus pais, a quem devo todas as conquistas até hoje alcançadas e que me estimularam
a vencer mais esta etapa.
Ao Marcos, meu esposo, que me ajudou tendo paciência, e incentivando a sempre estudar e
por isso merecer a conquista de reconhecimento.
As minhas irmãs Ana Luiza e Tatiane, pela paciência e por entender minha ausência como
irmã mais velha.
À Profª Drª Marta Pignati, por ter me aceitado e me acolhido, me orientando e
incentivando a buscar a compreensão de se aprofundar no temas abordados. Agradeço pela
sua paciência nos momentos em que os pensamentos não conseguiam ir para o papel.
À Profª Drª Marina Atanaka, pelo apoio, incentivo, colaboração e compreensão com as
minhas dificuldades durante o curso.
Aos funcionários do Instituto de Saúde Coletiva, Airton e a Jurema, pelo constante apoio
principalmente nos requerimentos das matriculas.
A Secretaria Estadual de Saúde do Estado de Mato Grosso, pela colaboração e pela
disponibilização dos dados para realização do estudo.
A Capes e ao CNPq, por ter possibilitado e financiado esta pesquisa, através de bolsa
apoiando os dois anos deste mestrado.
Á Giovana, pela sua colaboração, as suas horas de dedicação na busca dos dados que
deram origem a este estudo.
A Beth e a Cássia pela colaboração, ajudando na formatação desse trabalho.
Por fim, agradeço aos colegas do Mestrado pelo incentivo nos momentos de dificuldades e
pelas amizades conquistadas.
8
"Não desista enquanto você ainda for capaz de fazer um
esforço a mais. É nesse algo a mais que está a sua vitória”.
(Roberto Shinyashiki)
9
Siqueira SCF. Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007 a
2009. [dissertação de mestrado]. Cuiabá: Instituto de Saúde Coletiva da UFMT; 2011.
RESUMO
Introdução: A dengue tem sido considerada enfermidade transmissível reemergente mais
importante dentre as demais doenças virais do mundo transmitidas por vetores biológicos,
pois apresenta uma crescente expansão geográfica e incide principalmente em populações
de áreas urbanas. O Estado de Mato Grosso tem convivido com epidemias da doença desde
1995, e a gravidade dos casos tem aumentado, impactando no indicador de mortalidade,
principalmente em crianças e adolescentes. Objetivo geral: Analisar a distribuição
espacial dos casos de dengue nos 141 municípios do Estado de Mato Grosso, no período de
2007 a 2009. Específicos: Caracterizar a distribuição dos casos de dengue no Estado;
Identificar a distribuição espacial de casos de dengue; e áreas com infestação vetorial nos
141 municípios do Estado de Mato Grosso. Métodos: Análise espacial das variáveis da
Incidência de Dengue e Índice de Infestação Predial (IIP) com a identificação dos
aglomerados espaciais do estado considerando-se os 141 municípios. Para a determinação
da autocorrelação espacial das variáveis estudadas, foi utilizado o Índice de Moran global
(I Moran) e local. Resultados: No período de 2007 a 2009, foram registrados 70.512 casos
de dengue no Estado de Mato Grosso correspondendo a 21,77% em 2007, 8,44% em 2008
e 69,8% em 2009 do total de casos. Há registro de circulação dos vírus DEN-1 e DEN-2 e
de DEN-3. Houve o predomínio da forma da dengue clássica em todos os anos. O sexo
feminino foi o mais acometido pela doença. Em relação ao Índice de Infestação Predial
(IIP), 63,83% (90) dos municípios em 2007, 70,92% (100) em 2008 e 55, 32% (78) em
2009 apresentaram o IIP em níveis aceitáveis. Em relação à incidência dos casos observouse alta incidência no ano de 2007 (61,15/10mil) e com declínio em 2008, estratificada
como média incidência (20,11/10mil) e aumentando em 2009 (163,95/10mil). Na
estratificação das áreas prioritárias no espelhamento do Índice de Moran, observou-se que
o comportamento foi heterogêneo em relação à incidência de dengue e infestação do vetor
que foram classificados como Q1(+/+): maior transmissão e maior receptividade; Q2(-/-):
menor transmissão e menor receptividade; Q3(+/-) e Q4(-/+): intermediária transmissão e
receptividade. A distribuição espacial da área de Maior Risco (Q1(+/+) de Incidência de
10
casos e de Índice de Infestação Predial (IIP)), identificadas pelo Box Map, apresentaram 8
(5,67%) municípios em 2007, 1 (0,70%) município em 2008 e 14 (9,93%) municípios em
2009. Os municípios de maior transmissão da dengue Q1(+/+) estiveram concentrados na
região centro sul e centro norte do estado, principalmente os municípios da área de
influência da BR-163, rodovia esta que percorre o estado de norte ao sul. Recomenda-se
que as ações de controle da dengue sejam tomadas independentes das medições do índice
de infestação vetorial e que a vigilância de casos deve ser continuas para redução de
gravidade.
Descritores: dengue, análise espacial, infestação.
11
Siqueira SCF. Spatial analysis of the distribution of dengue cases in the state of Mato
Grosso from 2007 to 2009. [master dissertation]. Cuiabá: Public Health Institute of UFMT;
2011
ABSTRACT
Introduction: Dengue has been considered the world's most important communicable
reemerging viral disease transmitted by biological vectors. The reason is the fact that it
presents an increasing geographical spread and its incidence occurs mainly on urban
populations. The state of Mato Grosso has experienced epidemics of dengue since 1995,
and the severity of the cases has increased, impacting on the indicator of mortality,
especially among children and adolescents. General objective: To analyze the spatial
distribution of dengue cases in 141 cities of Mato Grosso, from 2007 to 2009. Specific
objective: To characterize the distribution of dengue cases in the state; and identify the
spatial distribution of cases in the cities and areas with vectorial infestation in the region.
Methods: Spatial analysis of variables of Incidence and Building Infestation Rates with the
identification of spatial clusters of the state considering these 141 cities. In order to
determine the spatial autocorrelation of the variables we used the global Moran's Index.
Results: From 2007 to 2009, 70,512 cases of dengue were registered in the State of Mato
Grosso, corresponding to 21.77% in 2007, 8.44% in 2008 and 69.8% in 2009 of the cases.
There are reports of circulation of the virus DEN-1, DEN-2 and DEN-3. The classical
dengue form predominated every year. The female gender was the one most affected by
the disease. Regarding the Building Infestation Rates (BIR), 63.83% (90) cities in 2007,
70.92% (100) and 55 in 2008, 32% (78) in 2009 showed the BIR at acceptable levels.
Regarding the incidence of cases there was a high incidence in the year of 2007 (61.15 /
10mil), a decline in 2008, stratified as average incidence (20.11 / 10mil) and a increase in
2009 (163.95 / 10mil). In the stratification of the priority areas in mirroring Moran's Index,
the behavior was heterogeneous regarding the incidence of dengue and the vector
infestation which was classified as Q1 (+/+): greater transmission and greater response; Q2
(- / -): lower transmission and lower response; Q3(-/+) and Q4(+/-): average transmission
and response. The spatial distribution of the area with greater risk (Q1 (+/+) of Incidence
of cases and Building Infestation Rates (BIR)) identified by the Box Map showed 8
12
(5.67%) cities in 2007, 1 (0.70%) city in 2008 and 14 (9.93%) cities in 2009. The cities
with greater number of transmission of dengue Q1 (+/+) were concentrated in southcenter
and northcenter of the state, especially in cities nearby BR-163 highway which runs
through the state from north to south. It is recommended that efforts to control dengue
fever should be taken regardless of measurements of the rate of vector infestation. The
monitoring of cases should also be continuum in order to reduce their seriousness.
Keywords: dengue, spatial analysis, infestation.
13
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO............................................................................................
17
2. REVISÃO DE LITERATURA...................................................................
21
2.1 CARACTERIZAÇÃO DA DENGUE.................................................
21
2.1.1 Aspectos Clínicos..........................................................................
21
2.1.2 Epidemiologia da Dengue.............................................................
23
2.1.3 Características do Vetor................................................................
26
2.2 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E ENTOMOLÓGICA DA
DENGUE....................................................................................................
29
2.3 ANÁLISE ESPACIAL E DENGUE....................................................
37
3. OBJETIVOS.................................................................................................
41
3.1 OBJETIVO GERAL.............................................................................
41
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................
41
4. MÉTODOS...................................................................................................
42
4.1 TIPO DE ESTUDO...............................................................................
42
4.2 ÁREA DO ESTUDO............................................................................
42
4.2.1 Localização geográfica/ administrativa.........................................
42
4.2.2 Vias de acesso...............................................................................
43
4.2.3 Clima.............................................................................................
47
4.3 VARIÁVEIS ESTUDADAS................................................................
47
4.4 COLETA DE DADOS.........................................................................
48
4.5 PROCESSAMENTO E ANÁLISES ESTATÍSTICAS DOS DADOS
49
4.5.1 Indicadores de Casos de Dengue...................................................
49
4.5.2 Indicador Entomológico................................................................
50
4.5.3 Análise Espacial............................................................................
51
4.6 ASPECTOS ÉTICOS............................................................................
55
5. RESULTADOS.............................................................................................
56
5.1 CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DOS CASOS DE
DENGUE NO ESTADO DO MATO GROSSO...............................
56
5.1.1 Distribuição dos casos de dengue de acordo com ano, faixa
etária, sexo, classificação final, critério epidemiológico,
autóctone e evolução..................................................................
5.1.2. Caracterização dos municípios Matogrossense com casos de
dengue, 2007 a 2009...............................................................................
56
61
14
5.2 ANÁLISE ESPACIAL.........................................................................
70
5.2.1 Classificação das Áreas de transmissão da Dengue......................
70
5.2.1.1 Área de maior controle da dengue.......................................
70
5.2.1.2 Área de menor controle da dengue......................................
74
5.2.1.3 Área de transmissão intermediária de dengue.....................
77
5.2.2 Classificação dos Municípios pelo índice de infestação Predial
(IIP).........................................................................................................
83
5.2.2.1 Área de maior receptividade pelo IIP..................................
83
5.2.2.2 Área de menor receptividade pelo IIP.................................
84
5.2.2.3 Área de receptividade intermediária pelo IIP......................
85
5.2.3 Descrição da autocorrelação espacial de incidência de dengue e
índice de infestação predial nos municípios Matogrossense, 2007 a
2009........................................................................................................
90
5.2.4 Análise da autocorrelação espacial da incidência de dengue,
segundo a classificação do índice de infestação predial.........................
97
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................
113
7. REFERÊNCIAS...........................................................................................
117
ANEXOS...........................................................................................................
124
ANEXO 1. Tabela 7 - Incidência de Dengue e IIP nos 65 municípios
matogrossense com a população menor 10.000 hab, no período
de 2007 a 2009.............................................................................
124
ANEXO 2. Tabela 8 - Incidência de Dengue e IIP nos 65 municípios com a
população >10.000 hab a <100.000 hab, no período de 2007 a
2009.................................................................................................
126
15
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 -
Números e a porcentagem dos casos de dengue segundo a
classificação final da dengue no Estado de Mato Grosso, no período
de 2007 a 2009.....................................................................................
57
Classificação por faixa etária das notificações dos casos dengue no
Estado Mato Grosso, no período de 2007 a 2009................................
57
Casos de dengue segundo sexo, no Estado de Mato Grosso no
período de 2007 a 2009........................................................................
59
Tabela 4 -
Classificação e as porcentagens dos casos de dengue por critério
epidemiológico no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a
2009.....................................................................................................
60
Tabela 5 -
Classificação dos casos de dengue por evolução no Estado de Mato
Grosso, no período de 2007 a 2009.....................................................
60
Classificação dos casos de dengue por local provável de infecção
por município de residência no Estado de Mato Grosso, no período
de 2007 a 2009.....................................................................................
61
Incidência de Dengue e o IIP nos 9 municípios Matogrossenses com
população >100.000 hab. no período de 2007 a 2009.........................
62
Tabela 10 - Características dos casos de dengue por municípios no Estado de
Mato Grosso no período de 2007 a 2009.............................................
64
Tabela 11 - Distribuição do IPP nos municípios com a população <10.000 hab.
no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009......................
68
Tabela 12 - Caracterização da área de maior transmissão da dengue (Q1) por
municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009....................
71
Tabela 13 - Caracterização da área de menor transmissão da dengue (Q2) por
municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009....................
74
Tabela 14 - Caracterização da área de transmissão intermediária (Q3) da dengue
por municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009..............
77
Tabela 15 - Caracterização da área de transmissão intermediária (Q4) da dengue
por municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009..............
79
Tabela 16 - Descrição da autocorrelação espacial da área de maior risco da
dengue nos municípios Matogrossense no período 2007 a 2009........
90
Tabela 17 - Descrição da autocorrelação espacial da área de menor risco da
dengue nos municípios Matogrossense no período de 2007 a 2009....
92
Tabela 18 - Descrição da autocorrelação espacial da área de vulnerabilidade
transitória intermediária (Q3) nos municípios Matogrossenses no
período de 2007 a 2009........................................................................
94
Tabela 2 Tabela 3 -
Tabela 6 -
Tabela 9 -
Tabela 19 - Descrição da autocorrelação espacial da área de vulnerabilidade
16
transitória intermediária (Q4) nos municípios Matogrossenses no
período de 2007 a 2009........................................................................
95
Tabela 20 - Descrição da autocorrelação espacial da área de maior transmissão
da dengue, segundo a classificação do IIP como satisfatório nos
municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009....................
97
Tabela 21 - Descrição da autocorrelação espacial da área de menor transmissão
da dengue, segundo a classificação do IIP como satisfatório nos
municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009....................
99
Tabela 22 - Descrição da autocorrelação espacial da área intermediária (Q4)
transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP como
satisfatório nos municípios Matogrossense, no período de 2007 a
2009.....................................................................................................
10
1
Tabela 23 - Descrição da autocorrelação espacial da área intermediária (Q4)
transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP como
satisfatório nos municípios Matogrossenses, no período 2007 a
2009.....................................................................................................
Tabela 24 - Descrição da autocorrelação espacial da área de maior transmissão
da dengue, segundo a classificação do IIP com situação de alerta
nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009..............
Tabela 25 - Descrição da autocorrelação espacial da área de menor transmissão
da dengue, segundo a classificação do IIP com situação de alerta
nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009..............
10
3
10
5
10
7
Tabela 26 - Descrição da autocorrelação espacial da área intermediária (Q3) de
transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP com situação
de risco nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a
2009.....................................................................................................
10
9
Tabela 27 - Descrição da autocorrelação espacial da área intermediária (Q4) de
transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP com situação
de risco nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a
2009.....................................................................................................
11
1
17
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 -
Mapa Rodoviário do Estado de Mato Grosso (2009)..........................
Figura 2 -
Diagrama de espalhamento de Moran.................................................
Figura 3 -
Porcentagem de casos de dengue, no Estado de Mato Grosso, no
período de 2007 a 2009........................................................................
Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 -
Figura 8 -
Figura 9 -
Incidência (10mil) de casos de dengue no Estado de Mato Grosso,
no período de 2007 a 2009...................................................................
Mapa da distribuição da Incidência de dengue nos municípios
Matogrossense, no período de 2007 a 2009.........................................
Mapa da distribuição da Infestação Predial do vetor da dengue nos
municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009....................
Estratificação de áreas transmissão da incidência de dengue pautada
no resultado gráfico de espelhamento de Moran (Box Map), nos
municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009....................
Estratificação de áreas transmissão da incidência de dengue pautada
no resultado do índice de Moran local (Moran Map), nos municípios
Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.......................................
Estratificação de áreas prioritárias do Índice de Infestação Predial
pautada no resultado gráfico de espelhamento de Moran (Box Map),
nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009..............
Figura 10 - Estratificação de áreas prioritárias do Índice de Infestação Predial
pautada no resultado do índice de Moran local (Moran Map), nos
municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009....................
4
5
5
1
5
8
5
9
6
5
6
7
8
1
8
2
8
8
8
9
18
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 -
Quadro 2 -
Classificação da Incidência de Dengue por 10 mil hab baseada nos
parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde em
2009.....................................................................................................
.
5
0
Classificação do Índice de Infestação Predial em percentual segundo
os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde em
2009.....................................................................................................
.
5
0
19
SIGLAS UTILIZADAS
FD -
Febre de dengue
DCC -
Dengue com complicações
FHD -
Febre hemorrágica da dengue
IBGE -
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IB -
Índice de Breteau
IDH -
Índice de Desenvolvimento Humano
IP -
Índice de Pendência
IIP -
Índice de Infestação Predial
LACEN
Laboratório Central de Saúde Pública
LI -
Levantamento de Índice Amostral
LIRAas -
Levantamentos de Índices Rápidos do A. aegypti
LIRAa -
Levantamento de Índice Rápido de Infestação Predial
ONU -
Organizações das Nações Unidas
PE -
Pontos Estratégicos
PIB -
Produto Interno Bruto
PNCD -
Plano Nacional de Controle da Dengue
PVE -
Pesquisa Vetorial Especial
SCD -
Síndrome de choque por dengue
SES -
Secretaria Estadual de Saúde
SINAN -
Sistema de Informação de Agravos de Notificação
SMS -
Secretaria Municipal e Saúde
SISFAD-
Sistema de Informação de Dengue e Febre Amarela
SUDAM- Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia
20
1. INTRODUÇÃO
A dengue tem sido considerada enfermidade transmissível reemergente mais
importante dentre as demais doenças virais do mundo transmitidas por vetores biológicos,
pois apresenta uma crescente expansão geográfica e incide principalmente em populações
de áreas urbanas (PIGNATTI, 2004; BRITO, 2007).
É uma doença infecciosa causada por um vírus de genoma RNA, do qual são
conhecidos quatro sorotipos (DEN-1; DEN-2; DEN-3; DEN-4), transmitida pelo mosquito
A. aegypti (principal vetor). Classifica-se clinicamente nas seguintes formas principais:
febre de dengue (FD) também chamada de dengue clássico, febre hemorrágica da dengue
(FHD) e síndrome de choque por dengue (FHD/SCD) (TORRES, 2008).
A dengue manifesta-se em surtos epidêmicos e cerca de 2,5 milhões de pessoas
(dois quintos da população mundial) estão expostos ao risco de contrair a doença
distribuída em mais de 100 países, principalmente naqueles com clima tropical e tropicalúmido que são regiões propícias para a disseminação do vetor. Dentre os expostos, estimase em torno de 50 milhões de casos novos de infecções por dengue por ano (WHO, 2009a).
Nas epidemias, projeta-se que mais de meio milhão de pessoas poderão apresentar
a forma grave e necessitarão de internação a cada ano e, 2,5% dessas pessoas afetadas
poderão morrer decorrentes da falta de tratamento adequado (WHO, 2009a; GUZMAN e
KOURI, 2003).
A letalidade por dengue pode ultrapassar a taxa de 20% ao ano, principalmente na
forma hemorrágica. A ampliação do acesso à atenção médica prestada pelos profissionais
com conhecimentos sobre FHD pode reduzir para menos de 1% a taxa de letalidade
(WHO, 2009a).
Segundo PIGNATTI (1996), a dinâmica da transmissão da dengue é complexa,
resultando da interação entre o ambiente, agente e a diversidade da população humana e
dos vetores. Refere ainda que a Organização Panamericana de Saúde, no ano de 1991, já
havia classificado os riscos para dengue em macrodeterminantes e microdeterminantes.
Os macrodeterminantes são: ambiente físico: na latitude 35ºN-35ºS e altitude
abaixo a 2.200m, com temperatura entre 15 a 40ºC, apresentando umidade do ar de
moderada a alta, com regime de chuvas abundantes e presença de mudanças climáticas;
densidade populacional de moderada a alta com bastante migração de pessoas; doenças
21
pré-existentes e população suscetível; urbanização não planejada com moradias
inadequadas em decorrência de infra-estrutura precárias; condições socioeconômicas da
população; não cumprimento das leis sobre a saúde e ambiente que colocam em risco a
qualidade do sistema de saúde pública.
Foram considerados como microdeterminantes: características individuais: sexo,
idade, estado nutricional, doenças existentes, presença de anticorpos, fatores genéticos e
resistência do organismo; características do vírus: nível de viremia, virulência da cepa,
sorotipo circulante, introdução de novos sorotipos e mutação genética; características do
vetor: densidade vetorial, deslocamento de criadouros, idade e densidade de fêmeas
adultas, freqüência na alimentação, capacidade vetorial e resistência às medidas de
controle.
Atualmente, após a ocorrência de epidemias em todo o território nacional, muitas
pesquisas têm sido realizadas para o entendimento do processo de transmissão em níveis
locais, estaduais ou nacional.
As medidas de controle da doença, uma vez que não há vacina disponível, se
voltam para o combate ao vetor. A complexidade da proliferação do A. aegypti no
ambiente urbano está relacionada com o processo de urbanização desordenada, ocorrendo
em regiões com alta densidade demográfica e que apresentam deficiências no
abastecimento de água e na limpeza urbana. Estas questões, aliadas ao trânsito das pessoas
entre as áreas urbanas, interurbanas e a insuficiência no combate ao vetor torna o controle
de Dengue um imenso desafio (TAUIL, 2002).
A população cresce em ritmo acelerado, estando mais concentrada nos países
desenvolvidos onde se intensificou a urbanização. Nos países em desenvolvimento, esta
urbanização significa aglomeração intensa, grandes contingentes populacionais vivendo
em espaço reduzido e, como conseqüência: saneamento inadequado, tanto em relação ao
abastecimento da água, quanto ao destino dos resíduos sólidos; habitação precária; falta de
infraestrutura urbana e agressão ao meio ambiente (LUNA, 2002).
A disseminação da dengue pelo mundo também está relacionada com a mobilidade
populacional e relações comerciais. As relações comerciais entre os países via marítima,
área e terrestre disseminaram vetores e vírus nos assentamentos humanos apontadas por
GLUBER (1997), como locais de introdução e pontos de disseminação da doença.
As epidemias de dengue vêm ocorrendo no Estado de Mato Grosso desde 1995,
sendo que começou a ser identificada em 1991 (MATO GROSSO, 2004 e 2007). A partir
22
de então, nos anos seguintes, os números casos da doença e a infestação do vetor tem
aumentado causando grandes epidemias especialmente nos últimos anos.
Os gestores da área da saúde estão usando cada vez mais os recursos disponíveis
para a análise espacial da distribuição das doenças e dos riscos ambientais, servindo de
base para auxiliar nos planos e nas avaliações na área da saúde, permitindo analisar a
distribuição dos dados das enfermidades no espaço e no tempo-espaço e, para identificar os
fatores de risco e mapear as áreas de risco, através dos Sistemas de Geoprocessamento
(BARCELLOS e BASTOS, 1996; WHO, 2009b).
A orientação de adotar o geoprocessamento na estratificação epidemiológica e
entomológica é bastante relevante ao levantar as áreas em potencial risco ambiental
associado com a proliferação do vetor Aedes aegypti como exemplo: áreas abandonadas
pela construção civil, terrenos baldios, casa desabitadas, etc. A identificação dessas áreas
de transmissão e de risco permite que as ações de controle sejam mais intensificadas e
podem ajudar na redução dos surtos e epidemias da doença (WHO, 2009b; CHIESA et al.,
2002; BRASIL, 2006).
A epidemiologia estuda os fatores que predispõem a ocorrência de uma
determinada doença. A análise espacial vem se expandindo nos estudos epidemiológicos,
buscando identificar padrões espaciais dos agravos e da sua correlação das variáveis sócioeconômicas, detectando-se a possibilidade da ocorrência de doenças e contribuindo para
identificar os padrões de mortalidade, morbidade e a disseminação de epidemias
considerando as condições da população residente em municípios e ou regiões
(ANDRADE e SZWARCWALD, 2001; CARVALHO e SANTOS, 2005).
No caso da dengue, os mapeamentos podem auxiliar na compreensão da dinâmica
da transmissão e no comportamento dos vetores. Os agravos podem ser restritos a uma
localidade ou atingir áreas mais extensas, podendo ser vizinhas ou não. Conhecer os
padrões espaciais na ocorrência da doença torna-se importante para a vigilância dos casos
(BRASIL, 2006).
No Estado de Mato Grosso, poucos estudos têm sido realizados para elucidar
comportamento e a distribuição espacial da dengue. Partindo-se da pergunta: Qual o
padrão espacial das epidemias da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007 a
2009, levando-se em conta a infestação vetorial e casos notificados elaborou-se esta
dissertação.
23
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 CARACTERIZAÇÃO DA DENGUE
2.1.1 Aspectos Clínicos
A dengue é transmitida ao homem através da picada do mosquito fêmea A. aegypti,
o mesmo transmissor da febre amarela. Após a picada do mosquito, a incubação do vírus
dentro do organismo humano é em média de 8 a 10 dias. A fase da viremia no homem tem
início um dia antes da febre até o sexto dia da doença (WHO, 2009a; BRASIL, 2005).
Existem quatro tipos de vírus causadores de dengue, pertencentes à família
flavivírus, com sorotipos distintos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A manifestação dos
sinais e sintomas da doença varia de acordo com o sistema imunológico do indivíduo,
podendo ir de uma simples febre aguda até as formas graves como a FHD e a SCD (WHO,
2009a).
A dengue clássica é caracterizada por febre alta, sinais e sintomas inespecíficos. Os
primeiros sintomas apresentados são: cefaléia frontal; dor retro-ocular; dores no corpo;
principalmente nas articulações; náuseas; vômitos e fraqueza, os quais surgem logo após o
período de incubação, que varia de 3 a 10 dias. Alguns pacientes podem manifestar
faringite e bradicardia. Outras características como: prurido, rubor facial, exantema e
petéquias tendem a aparecer juntamente com a febre (GLUBER, 1995; FIGUEIREDO e
FONSECA, 2002; WHO, 2009b; BRASIL, 2009).
No exame laboratorial a contagem de plaquetas costuma ser inferior a 100.000
mm³. Manifestações hemorrágicas discretas podem acontecer variando de leve a grave; as
mais comuns são: gengivorragia, epistaxe, menorragia e gastrointestinais; a hematúria
ocorre raramente e estes casos não são classificados como dengue hemorrágica (GLUBER,
1995; FIGUEIREDO e FONSECA, 2002; WHO, 2009b; BRASIL, 2009).
24
A dengue hemorrágica tem início também com febre que geralmente dura de 2 a 7
dias apresentado basicamente os mesmos sintomas iniciais da dengue clássica. A fase
crítica da doença aparece com a diminuição da febre e os primeiros sinais de falência
circulatória e as manifestações hemorrágicas, em menos de 24 horas: hemorragias
cutâneas, petéquias, equimoses, epistaxe, gengivorragia, hemorragia gastrointestinal e
hematúria. A prova do laço positiva indica fragilidade capilar sendo útil para diagnóstico
médico. No exame físico de pacientes acometidos observa-se hepatomegalia e
esplenomegalia (GLUBER, 1995; FIGUEIREDO e FONSECA, 2002; WHO, 2009b;
BRASIL, 2009).
O sinal importante na dengue hemorrágica é o aumento da permeabilidade vascular,
sem lesão endotelial, com extravasamento de plasma para o interstício, provável diferença
com a dengue clássica. Os exames laboratoriais apresentam trombocitopenia, queda das
plaquetas inferior a 100.000 mm³, aumento da hemoconcentração e leucopenia
(FIGUEIREDO e FONSECA, 2002; WHO, 2009b; BRASIL, 2009).
No estudo realizado por VITA et al. (2009), sobre os alertas clínicos e laboratoriais
da epidemia de dengue em 2007, os autores observaram que as complicações de dengue
acontecem nos primeiros 5 dias. Os sintomas mais comuns foram petéquias (23%), dor
abdominal (57,7%), hipotensão postural (63,7%), manifestações hemorrágicas (69,3%).
Nos achados laboratoriais os autores verificaram o predomínio da hemoconcentração
(81,25%), plaquetopenia (93,7%) e a leucocitose (66,6%).
De acordo com CASALI et al. (2004), em estudo realizado na epidemia 2001/2002
no Rio de Janeiro, não houve diferenças estatisticamente significativas na chance de um
indivíduo com dengue hemorrágica apresentar os mesmos sintomas gerais da dengue
clássica, mas estiveram presente nos casos de dengue hemorrágica as manifestações mais
graves como: náuseas, dor abdominal, petéquias, epistaxe, gengivorragia, hepatomegalia,
hemorragia digestiva, choque, ascite e derrame pleural.
25
2.1.2 Epidemiologia da Dengue
A doença está presente na maioria dos países africanos, nas Américas, no Sudeste
da Ásia e do Pacífico Ocidental, locais onde a forma mais grave da doença vem
aumentando. Ela foi reconhecida pela primeira vez na década de 1950 durante uma
epidemia ocorrida nas Filipinas e Tailândia, tornando-se uma das principais causas de
internação e morte entre as crianças na região (GUZMAN e KOURI, 2003).
Nas Américas, após o vetor ter sido considerado “erradicado” nos anos 60, os
primeiros casos de dengue surgem no ano de 1977, no Caribe, expandindo-se para outros
países da América Central e do Sul. A primeira epidemia da forma hemorrágica provocada
pelo sorotipo 2 foi relatada em Cuba em 1981, com mais de 300.000 casos, abrangendo
10.000 casos de FHD com 158 mortes, das quais 105 eram crianças (BRITO, 2007;WHO,
2009a).
No período de 2001 a 2007 foram registrados 4.332.731 casos de dengue em 30
países das Américas, sendo 106.037 casos na forma FHD, e um total de 1.299 óbitos, uma
taxa de letalidade para FHD de 1,2% (WHO, 2009b).
Entre os países que fazem parte da América do Sul, o Brasil destaca-se por possuir
193.252.604 habitantes, conforme estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) para 2010, e estes são considerados expostos às epidemias da dengue
atualmente, uma vez que o sorotipo 4 ainda não foi reintroduzido (TADEU, 2003).
O Brasil tem uma área de 8.514.877 km² com clima tropical-úmido, períodos de
sazonalidade com estações chuvosas que criam condições favoráveis para a proliferação do
mosquito, principalmente nos meses de novembro a junho (TADEU, 2003).
O primeiro relato de casos de dengue no Brasil foi no ano de 1916 em São Paulo
(MS, 2009). Nas décadas de 50 a 70, o vetor A. aegypti foi declarado eliminado depois de
intensas ações para a sua erradicação. No ano de 1976 ocorre a re-introdução do vetor
principalmente nos estados do Rio de Janeiro e na Bahia (SCHATZMAYR, 2000).
A primeira epidemia registrada com sinais clínicos e com confirmação laboratorial
foi no período de 1981-1982, na cidade de Boa Vista, causada pelo DEN-1 e 4. A partir do
ano de 1986, ocorre a circulação viral do sorotipo 1, e várias epidemias são registradas nos
estados brasileiros. A introdução dos DEN-2 e 3 foi detectada no Rio de Janeiro, nos anos
26
de 1990 e 2000. No período de 2001 e 2003 se deve a introdução do tipo DEN-3 que se
espalhou rapidamente para 24 estados brasileiros (MS, 2009).
Os primeiros casos de dengue hemorrágica no Brasil surgiram na cidade do Rio de
Janeiro, entre 1990 e 1991, com a circulação do sorotipo 2, tendo sido confirmados 462
casos, dos quais 8 evoluíram para óbito. A partir de 1995, mais de 324 casos de FHD
foram notificados, procedentes de varias regiões, a taxa de letalidade média foi de
aproximadamente de 5% no período de 1990 a 1998 (MS, 2009).
Na década de 90, em decorrência da proliferação do vetor A.aegypti, houve um
aumento na incidência dos casos de dengue. A proliferação do vetor levou à disseminação
dos sorotipos 1 e 2 para a maior parte dos estados brasileiros. No decorrer dos anos 90 e
2000 aconteceram várias epidemias, especialmente nas regiões Sudeste e Nordeste. Nas
regiões Norte e Centro-Oeste foram registradas epidemias a partir da segunda metade da
década de 1990 (SILVA JR et al., 2002).
No período de 1986 a 1993, foram registrados 294.419 casos de dengue no país, a
maioria ocorreu entre os meses de dezembro a maio. De 1994 a 2002 foram notificados
2.826.948 casos, com acréscimo da taxa de incidência da dengue de 37 para 454 por
100.000 habitantes (SIQUEIRA JR. et al., 2005). Dentro desse período, só na epidemia de
2001 e 2002, foram notificados mais de 1,2 milhões de casos, quando se verificou a
circulação simultânea de sorotipos 1, 2 e 3, este último detectado em dezembro de 2001 no
Município de Rio de Janeiro. Esse processo endêmico-epidêmico manteve-se
predominantemente nas grandes regiões metropolitanas do país, contribuindo também para
a disseminação da doença para outros municípios (MEDRONHO, 2006).
A dengue vem se espalhando em surtos epidêmicos geralmente com intervalo de 3
a 5 anos, dependendo muito da introdução ou reintrodução de sorotipos antes não
circulados e da variedade da cepa viral (TEIXEIRA et al., 1999).
No Estado do Rio de Janeiro, em 2008, foram notificados mais de 240 mil casos
com uma incidência de 1.527/100 mil habitantes, mais de 11.000 hospitalizações, 1.364
casos de FHD e 169 óbitos. Dentre os óbitos, metade ocorreu entre os menores de 15 anos
(BARRETO e TEIXEIRA, 2008).
A variedade da cepa viral da dengue pode alterar sua potencialidade epidêmica e
apresentações clínicas (Dengue Clássica e Dengue hemorrágica) quando se move entre as
populações, apresentando de forma muita variada dependendo da suscetibilidade das faixas
etárias (GLUBER, 1997). Por isso, o comportamento das epidemias podem ser maneiras
27
explosivas, evoluindo em curto período de tempo, seguidas de circulação endêmica, outras
apresentam picos epidêmicos em anos consecutivos e estabelecendo depois um período de
baixa endemicidade, podendo variar com a maior ou menor duração, dependendo das
interações de fatores (vetor, homem e ambiente) (TEIXEIRA et al, 1999).
TEIXEIRA et al. (2009) observaram nos últimos 25 anos que, com a circulação
livre dos 3 sorotipos da dengue nos estados brasileiros, a ocorrência de epidemias estavam
associadas à introdução de novos sorotipos que não haviam circulado anteriormente em
cada cidade ou à reintrodução dos já circulados que incidiram em faixas etárias
anteriormente não expostas, com tendência do aumento da forma hemorrágica.
Recentemente, TEIXEIRA et al. (2009) observaram que a forma hemorrágica
incide principalmente na faixa etária dos menores de 15 anos, ao contrário dos casos no
Sudeste Asiático que vêm apresentando predomínio de FHD em adultos.
No Brasil, SIQUEIRA JR. et al. (2005), retrataram que a maioria de casos de
dengue hemorrágica ocorreu em maiores de 15 anos mas, durante o estudo, perceberam um
aumento do número de casos de FHD em menores de 15 anos, especialmente na região
Norte do país, podendo sugerir mudança no comportamento das formas graves da doença,
dos adultos para os menores de 15 anos.
Em 2008, registraram-se 803.522 casos de dengue e 491 mortes (229 por FHD e
262 por Dengue com Complicações - DCC). No ano de 2009, ocorreram 529.237 casos e
298 óbitos, dos quais 154 por FHD e 144 por DCC. Verifica-se queda de 30,4% nas
notificações 2009, em relação ao ano anterior e redução de 39% nas mortes em decorrência
da dengue (MS, 2010a). Do total de casos em 2009, 80% dos casos confirmados de dengue
hemorrágica concentraram-se em cinco estados: Mato Grosso (28%), Bahia (26%),
Espírito Santo (17%), Goiás (5%) e 5% em Minas Gerais (MS, 2010a).
O primeiro caso de dengue em Mato Grosso foi referido em 1991 devido à
introdução do sorotipo DEN-1. Depois disso, a dengue propagou-se para todo o estado e
houve uma sucessão de epidemias ocasionadas por outros sorotipos circulantes
principalmente nos anos de 1995, 1996, 1998, 2002, 2003 e 2006. Os primeiros casos
diagnosticados e confirmados como dengue hemorrágica no estado deram-se no ano de
1995 (MATO GROSSO, 2004 e 2007).
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde no ano de 2008, foram notificados
11.056 casos de dengue, sendo que foram registrados 15 casos nas formas graves da
28
doença, 7 casos de FHD e 9 de DCC resultando uma taxa de letalidade de 20% (SES/MT,
2010a).
No ano de 2008 houve uma redução de 59,2%, em comparação ao ano de 2007,
quando se deram 20.712 notificações da doença, apresentando 7 casos de FHD com 1 óbito
e DCC com 9 notificações e dois óbitos. A taxa de incidência da dengue em 2008 foi de
226,9 casos por 100 mil habitantes (MATO GROSSO, 2009).
No período de 2000 a 2009, o Estado de Mato Grosso apresentou 163.698 casos
notificados de dengue. Os anos com os maiores registros foram o ano de 2002 com 14.988
casos; o ano de 2003 com 13.709 casos; o ano de 2007 com 20.712 casos; o ano de 2008
com 11.641 casos e o ano de 2009 com 60.000 casos (SES/MT, 2009).
Em 2009, em Mato Grosso foram notificados 58.550 casos de dengue e a taxa de
incidência foi de 1.950,5 casos por 100.000 habitantes, sendo considerado na região
Centro-Oeste o estado com maior incidência de casos registrados. Também apresentou 637
casos de FHD, com 44 óbitos e 699 casos de DCC, com 4 óbitos. A letalidade por casos
graves foi de 3,6%. Os municípios que concentraram o maior número de notificações
foram: Cuiabá com 13.536 casos (23,1%); Sinop com 4.678 (8%); Várzea Grande com
3.743 (6,4%). Foi isolado o sorotipo DEN-2 no estado, entretanto, devido ao pequeno
número de amostras positivas, não foi possível uma confirmação do mesmo como sorotipo
predominante (MS, 2009).
2.1.3 Características do Vetor
A transmissão da dengue no Brasil deve-se principalmente ao vetor A. aegypti,
provavelmente originário da região da Etiópia. A sua introdução nas Américas ocorreu no
período da colonização junto com as grandes navegações ao longo do Sec. XV até o XIX,
tendo o vetor encontrado condições favoráveis para a sua proliferação (PIGNATTI, 1996;
CONSOLI e OLIVEIRA, 1998; FORATTINI, 2002).
O mosquito A.aegypti é encontrado mais facilmente em hábitat domiciliar e
peridomiciliar, propagando-se em criadouros artificiais (acumulados por água de chuvas ou
29
caixa d’água para o uso doméstico) localizados nos quintais de casa e em seus arredores,
especialmente em terrenos baldios. A preferência por esses locais deve-se à qualidade da
água e recipientes sombreados (CONSOLI e OLIVEIRA, 1998; BRASIL, 2001).
O A. aegypti possui ciclo biológico com quatro fases: ovo, quatro estágios larvários,
pupa e adulto (alado). O ciclo de vida pode acontecer em menos de duas semanas, mas
encontrando condições favoráveis de umidade e temperatura, o desenvolvimento do
embrião completa-se em 48 horas (BRASIL, 2005).
Embora a postura dos ovos seja feita diretamente na água, podem também ser
realizadas nas paredes úmidas dos recipientes, pouco acima da superfície líquida,
dependendo da superfície do material do recipiente. A preferência é por superfícies rugosas
do que as lisas (FORATTINI, 2002).
A transmissão do vírus da dengue para o vetor A. aegypti é causada pela picada do
mosquito fêmea no homem infectado, quando ocorre o repasto sanguíneo. Depois do vírus
introduzido nas glândulas salivares do mosquito, ocorre o período de incubação variando
de 8 a 12 dias, ocorrendo à multiplicação do vírus internamente. O vetor permanece
infectado até o final de sua vida que dura em média 6 a 8 semanas (BRASIL, 2005).
O número da postura de cada mosquito fêmea dependerá da quantidade de sangue
ingerido durante a picada, em média uma fêmea produz cerca de 120 ovos. O repasto
completo implica em cerca de 3,0 a 3,5mg de sangue. A dinâmica da ovoposição das
fêmeas obedece ao ciclo diurno com pico matutino das 6:00 às 8:00 e outro vespertino das
16:00 às 18:00, mas essa característica tem sido objeto de investigações (FORATTINI,
2002).
A incubação dos ovos acontece no período de quatro a sete dias, dependendo das
condições favoráveis encontradas no ambiente. O contato com água é o principal estímulo
para a incubação dos ovos e a sua eclosão, mas estes são capazes de resistir a longos
períodos de dessecação, podendo sobreviver até 6 meses sem a presença da água
(BRASIL, 2001; FORATTINI, 2002).
O A.aegypti possui capacidade limitada para vôo, o que talvez seja um dos motivos
para que o mosquito passe toda a sua vida nas proximidades do local de sua eclosão,
principalmente se tiver a presença dos hospedeiros. Poucas vezes a dispersão dos vetores
excede os 100 metros, embora já tenha sido demonstrado que a fêmea grávida pode voar
até 3 km em busca de local apropriado para a deposição dos ovos. Essa dispersão também
pode ocorrer pelo transporte dos ovos e larvas dos recipientes (BRASIL, 2001).
30
O fato importante para a disseminação do vetor é a relação dos fatores ambientais
(a umidade e a temperatura) com a densidade populacional, associação discutida pela
primeira vez em 1908 por Peryassu e Adolpho Lutz, quando da elucidação da transmissão
da febre amarela na cidade do Rio de Janeiro (OLIVEIRA, 2008).
FOCKS et al. (1995) estimaram o período de incubação do vírus das fêmeas
infectadas, com relação à temperatura, e evidenciou que à temperatura de 22°C o período
de incubação foi de 16,67 dias e à de 32°C foi de 8,33 dias. Os autores concluíram que as
fêmeas infectadas submetidas a elevadas temperaturas (≥32°C) teriam 2,64 vezes mais
chances de completar o período de incubação extrínseco (período de replicação viral dentro
do vetor) do que aquelas submetidas a baixa temperatura.
O período de incubação do vírus dentro do vetor A. depende de vários fatores
associados como tipo do vetor, o genótipo do vírus e fatores ambientais como a umidade e
a temperatura (ZHIYONG et al. 2008).
CÂMARA et al. (2009) observaram que durante as epidemias (1986, 1990, 1995,
1998 e 2001) ocorridas na cidade do Rio de Janeiro, tiveram registro de casos dengue
especialmente nas temperaturas mínimas (23°C). A temperatura mínima limita a maturação
no vírus no período de incubação dentro do vetor, podendo ser um parâmetro crítico para a
disseminação de uma epidemia, no caso da população susceptível ao vírus circulante.
Em trabalho realizado no Campus da UFMT – Cuiabá, de monitoramento dos
vetores da dengue através de ovitrampas, MIASAKI et al. (2009) observaram que havia
uma maior influência da umidade na proliferação dos vetores (período de chuvas) uma vez
que a região apresenta temperaturas elevadas durante todo o ano.
31
2.2 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E ENTOMOLÓGICA DA
DENGUE
A caracterização das propostas das vigilâncias epidemiológica e entomológica da
dengue está baseada nas Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias da
Dengue, publicadas pelo Ministério da Saúde no ano de 2009 e o Plano Nacional de
Controle da Dengue em 2002 (PNCD). Essas diretrizes programáticas têm o intuito de
ajudar os municípios na organização das suas ações de prevenção e controle da dengue,
tanto nos períodos epidêmicos como nos períodos não epidêmicos, para diminuir os casos
de dengue hemorrágica, dengue com complicações e a ocorrência de óbitos (BRASIL,
2002 e 2009).
O papel da vigilância epidemiológica é observar a curva epidêmica, identificando
as aéreas de maior ocorrência de casos e faixas etárias mais acometidas para direcionar as
ações do atendimento dos casos e combate ao vetor. As informações geradas colocam em
estado de alerta as instituições para uma possível epidemia (TEIXEIRA et al., 1999;
BRASIL, 2009).
A notificação é obrigatória para todos os casos suspeitos de dengue confirmados
laboratorialmente ou somente por sinais clínicos. Como a doença é de rápida propagação, a
vigilância epidemiológica tem a responsabilidade de acompanhar os registros dos casos no
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) para o monitoramento da
transmissão da doença. Isto reforça a importância da qualidade das notificações para
auxiliar as ações de controle e prevenção nos níveis locais (BRASIL, 2009).
Os objetivos da vigilância epidemiológica e dos programas de combate ao vetor da
dengue, conforme a estratificação operacional dos municípios brasileiros que foram
selecionados para: impedir a introdução dos sorotipos da dengue em locais não-infestados;
diminuir os casos em regiões epidêmicas e endêmicas; observar os sorotipos circulantes da
dengue e monitorar as formas graves da doença (TEIXEIRA et al., 1999).
Os critérios para o desenvolvimento das ações de controle, de acordo com as
Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias da Dengue (2009), são
detalhados tendo em vista os períodos:
32
1- Período não epidêmico: as ações desenvolvidas nos âmbitos estaduais e
municipais devem ser adequadas conforme as diretrizes nacionais auxiliando na prevenção
controle da dengue no sistema de saúde.
O papel da vigilância epidemiológica é identificar antecipadamente a circulação
viral, os conjuntos de casos e a concentração de pontos com vetor, investigar os casos
suspeitos conforme as rotinas preconizadas e também planejar as medidas de prevenção e
controle (TEIXEIRA et al., 1999; BRASIL, 2009).
As atividades desenvolvidas pela vigilância epidemiológica nos períodos não
epidêmicos:

Notificar TODO caso suspeito e enviar informação conforme fluxo do
SINAN estabelecido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e Secretaria Estadual de
Saúde (SES);
Enviar imediatamente o número de casos suspeitos para a vigilância entomológica
da SMS;

Coletar material para sorologia a partir do sexto dia após o início dos
sintomas e encaminhar ao laboratório de referência;

Realizar monitoramento viral, conforme rotina estabelecida pela vigilância
epidemiológica municipal/ estadual e pelo LACEN (Laboratório Central de Saúde
Pública). O monitoramento do(s) sorotipo(s) circulante(s) neste período permite verificar o
potencial de magnitude de uma possível epidemia. A circulação de um novo sorotipo ou a
recirculação de um sorotipo na área, após longo período sem a sua ocorrência (com a
formação de uma população susceptível), pode ser o alerta para a ocorrência de uma
epidemia de grande magnitude;
Investigar o caso para detectar o local provável de infecção; no caso de suspeita de
ser do próprio município, solicitar à equipe de controle vetorial pesquisa de A. aegypti na
área;

Encerrar oportunamente a investigação dos casos notificados (até 60 dias
após a data de notificação);

Investigar imediatamente os óbitos suspeitos para a confirmação do mesmo
e identificação e correção dos seus fatores determinantes;

Analisar semanalmente os dados, acompanhando a tendência dos casos e
verificando as variações entre as semanas epidemiológicas. Recomenda-se fazer análise do
número de casos por bairro, por distrito sanitário ou por unidade notificante, por semana
33
epidemiológica de inicio de sintomas. O objetivo e elaborar um gráfico de linha (curva
endêmica) ou diagrama de controle, onde é possível visualizar a tendência de aumento dos
casos acima do esperado (BRASIL, 2009).
2- Período epidêmico: as diretrizes devem ser empregadas na construção de
estratégias estaduais, municipais e regionais de contingenciamento, que devem ser
colocadas em ação em duas situações:

Municípios com epidemia com número de casos acima do esperado, de
acordo com o diagrama de controle. Nos municípios de maior porte deve-se levar em
consideração o número de casos por região administrativa local;

Introdução e circulação de novo sorotipo na região.
As ações adotadas pela vigilância epidemiológica são:

O monitoramento dos indicadores epidemiológicos, entomológicos e
operacionais da dengue nas áreas mais vulneráveis para ocorrência da doença;

No período de outubro a maio deve-se intensificar o acompanhamento da
transmissão da doença, pois é o período de chuvas em todas as regiões brasileiras;

Os municípios e unidades federadas que já implantaram o Centro de
Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (Cievs), esses indicadores
deverão ser acompanhados pelo Comitê Cievs, em conjunto com as áreas envolvidas. Nos
demais municípios, as áreas envolvidas devem se reunir semanalmente, para avaliar em
conjunto os dados que estão sob sua responsabilidade, com o objetivo de subsidiar a
definição de estratégias e a tomada de decisão dos gestores (BRASIL, 2009).
A confirmação da ocorrência de um risco de epidemia, quando há um aumento
constante de casos registrados no município, pode ser visualizada por meio de: curva
endêmica, diagrama de controle ou medidas estatísticas (BRASIL, 2009).
Na situação de epidemia o objetivo da vigilância epidemiológica é acompanhar a
curva epidêmica, detectando as áreas com maior número de notificações e dos grupos mais
acometidos, podendo assim auxiliar a vigilância entomológica. Ocorre uma situação de
epidemia quando se percebe um aumento progressivo das notificações no município
(BRASIL, 2009).
DONALÍSIO e GLASSER (2002) reafirmam que também serve como
monitoramento das adaptações dos vetores a diferença dos habitats regionais à medida que
a oferta de criadouros preferenciais diminui.
34
No Plano Nacional de Controle da Dengue (2002), a vigilância epidemiológica tem
a ação integrada de quatro subcomponentes nas atividades de controle da doença:
vigilância de casos, laboratorial, de fronteira e entomológica. As atividades desenvolvidas
pela a vigilância entomológica dentro do PNCD (2002) são:

Realizar a alimentação diária do SISFAD (Sistema de Informação de
Dengue e Febre Amarela) e proceder à análise dos dados de vigilância e controle de
vetores em todos os municípios;

Manter o sistema SISFAD como única fonte de informações vetoriais para a
vigilância da dengue;

Realizar a consolidação e análise dos indicadores de acompanhamento da
situação entomológica, em todos os estados, para a identificação dos municípios de maior
risco;

Implantar nova metodologia para realizar levantamento rápido de índices de
infestação, nos municípios de maior risco (BRASIL, 2002).
Os LIRAas (Levantamentos de Índices Rápidos do A. aegypti) são realizados em
municípios prioritários conforme estabelecido pelo PNCD (2002). O município é dividido
em grupos de 9 mil a 12 mil imóveis com características semelhantes que também podem
ser chamados de estratos; e em cada grupo são pesquisados 450 imóveis. Os estratos com
índices de infestação têm como parâmetros: inferior a 1% -estão em condições
satisfatórias, de 1% a 3,9% - estão em situação de alerta e superior a 4% - há risco de surto
de dengue (SES/MT, 2010c).
Os municípios prioritários de acordo com o PNCD (2002) e que têm se mantido nas
diretrizes de 2009 são: a capital do estado e a sua região metropolitana, os municípios que
se enquadram com a população igual ou superior a 50.000 habitantes e os municípios que
podem receber a introdução de sorotipos (fronteiras, pólo turístico, portuárias etc.)
(BRASIL, 2002).
No Estado de Mato Grosso os 18 municípios selecionados de acordo com o PNCD
(2002) são: Acorizal, Araputanga, Barão de Melgaço, Barra do Bugres, Barra do Garças,
Cáceres, Cuiabá, Mirassol D’oeste, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Rondonópolis,
Rosário Oeste, Santo Afonso, Santo Antônio do Lerveger, Sinop, Tangará da Serra e
Várzea Grande e Diamantino (CAVALCANTE, 2006).
35
O PNCD tem como meta a redução para menos de 1% da infestação predial em
todos os municípios, a diminuição dos casos de dengue a 25% a cada ano e a diminuição
da letalidade por FHD a menos de 1% (BRASIL, 2002).
De acordo com o Ministério da Saúde, a vigilância entomológica tem suas ações
centralizadas em obter informações sobre o vetor e a sua distribuição geográfica, o Índice
de Infestação Predial (IIP) e a fiscalização dos criadouros de água, recomendando que
esses dados devam estar atualizados independentemente da situação de epidemia
(BRASIL, 2009).
A vigilância entomológica da dengue tem como principal finalidade impedir a
propagação do vetor da dengue, a sua circulação em regiões livres da transmissão da
doença, e também manter o controle da infestação do A.aegypti (MACHADO, 2000).
A estratificação operacional das áreas para o controle do vetor A. aegypti pode ser
baseada em função da presença ou não do vetor, o LIRAa, permitindo dividir os
municípios em estratos, com as correspondentes medidas de controle:
A- Estrato I – municípios infestados: aqueles com disseminação e manutenção do
vetor nos domicílios.

Pesquisa larvária amostral, bimestral ou quatro levantamentos rápidos de
índices entomológicos (LIRAa) ao ano;

Visita domiciliar bimestral em 100% dos imóveis;

Pesquisa larvária nos pontos estratégicos, em ciclos quinzenais, com
tratamento focal e/ou residual, com periodicidade mensal para o tratamento residual;

Atividades de educação e comunicação, com vistas à prevenção e controle
da dengue pela população;

Articulação com órgãos municipais de limpeza urbana, tendo em vista a
melhoria da coleta e a destinação adequada de resíduos sólidos;

Articulação com outros órgãos municipais governamentais e entidades não
governamentais, tendo em vista a atuação intersetorial;

Realização do bloqueio da transmissão, quando necessário
B- Estrato II - municípios não infestados: aqueles em que não foi detectada a
presença disseminada do vetor nos domicílios ou, nos municípios anteriormente infestados,
que permanecerem 12 meses consecutivos sem a presença do vetor, de acordo com os
resultados do levantamento de índice bimestral ou do monitoramento por intermédio de
armadilha, conforme as normas técnicas.
36

Pesquisa entomológica, preferencialmente com ovitrampas ou larvitrampas,
em ciclos semanais. Alternativamente, realizar o levantamento de índice;

Pesquisa larvária em pontos estratégicos (PE), em ciclos quinzenais, com
tratamento focal e/ou residual, quando indicado tecnicamente;

Atividades de educação e comunicação, com vistas a prevenção e controle
da dengue pela população;

Delimitação de focos, quando for detectada esporadicamente a presença do
vetor em PE, armadilhas ou em função do resultado de pesquisa vetorial especial (PVE).
Na persistência de focos, com a comprovação de domiciliar do vetor, o município passa a
ser considerado como infestado (Estrato I);

Levantamento de índice amostral em ciclos quadrimestrais (BRASIL,
2009).
O LIRAa tem como objetivo apurar a situação de infestação do mosquito e ajudar a
identificar com rapidez as áreas de risco elevado, para que as atividades de combate ao
vetor da dengue tenham maior êxito durante as campanhas de mobilização, comunicação e
educação (MS, 2010b).
O que se busca com o IIP é a pesquisa larvária das formas imaturas como pupa e
larva do A. aegypti, possivelmente encontrados em todos os reservatório de água parada,
por isso é de um auxílio fundamental para o trabalho da vigilância entomológica. A
pesquisa larvária tem a finalidade de estratificar as áreas de risco entomológico, monitorar
as atividades de controle e avaliar as metodologias de controle (BRASIL, 2009).
Os métodos para seleção das amostras de casas mais utilizados no Brasil com o
intuito de diminuir os erros e mostrar resultados mais fidedignos das áreas são:
1- Amostra sistemática – selecionam-se casas na localidade, com base em um
percentual a ser visitado, de acordo com o número de imóveis da mesma. Esse é o caso do
levantamento de índice amostral (LI), que vem sendo empregado no país desde a década de
1980.
2- Amostra por conglomerados – em uma cidade ou zona geográfica de grande
porte, muitas vezes é difícil utilizar o método de amostra sistemática, devido às limitações
de tempo, de recursos financeiros e operacionais. Nesse caso, a seleção pode ser realizada
em duas etapas. A primeira etapa é obtida por meio da amostra aleatória simples ou
estratificada de grupos ou conglomerados da localidade (quarteirões, por exemplo). Uma
vez identificados esses conglomerados, aplicam-se procedimentos de amostragem para
37
identificar as casas específicas a serem visitadas dentro de cada quarteirão (BRASIL,
2009).
O método mais utilizado no LIRAa é a amostra por conglomerados. O programa de
controle de dengue orienta para levantamentos dos pontos antes do começo do verão,
período de maior concentração das chuvas e altas temperaturas e considerado o tempo de
maior transmissão da doença. As informações geradas fortalecem as estratégias da visita e
as ações de combate vetorial (BRASIL, 2009).
Na efetuação do LIRAa é importante explorar as áreas geográficas que serão
inspecionadas com registros atualizados do número de quarteirões e imóveis existentes,
para a construção dos mapas para a visualização dos estratos. A definição dos recipientes
com risco de serem possíveis criadouros é outra informação que auxilia no programa de
controle vetorial. Eles são definidos em cinco grupos:

Grupo A: depósitos para armazenamento de água, considerados para o
consumo humano;

Grupo B: depósitos móveis como: garrafas, vasos, pratos e todos os objetos
que podem armazenar a água parada nos terrenos baldios, nos quintais de casas, no fundo
de prédios;

Grupo C: depósitos fixos como: borracharias, calhas, hortas, piscinas não
tratadas, fontes ornamentais, vasos de cemitérios e cacos de vidros em muros;

Grupo D: depósitos passíveis de remoção/proteção como: pneus, lixo
(recipientes plásticos, garrafas e latas), sucatas em pátios;

Grupo E: depósitos naturais como: axilas de folhas, por exemplo, que ocorre
em bromélias, buracos em árvores e rochas (BRASIL, 2005 e 2009).
A vistoria dos imóveis da área urbana no município é efetuada nas casas e nos
locais de terrenos baldios; nos edifícios a inspeção é somente na área térreos comum de
lazer. Os pontos estratégicos como cemitérios, borracharias, depósitos de sucata, depósitos
de materiais de construção não incluídos na amostra (BRASIL, 2009).
O SISFAD (Sistema de Informação de Febre Amarela e Dengue) foi criado com o
PNCD (2002), com o objetivo de registrar os dados de IIP e IB (Índice Breteau) dos
municípios prioritários para monitorar e acompanhas áreas possíveis de desenvolverem
surtos epidêmicos e instrumentalizar as ações desenvolvidas nos âmbito estadual e
municipal.
38
PIGNATTI (1996) referiu que um dos maiores problemas reside na dificuldade de
estabelecer qual seria o limiar ideal de infestação larvária para que não houvesse a
transmissão da dengue e assim prevenir a possibilidade de futuras epidemias. A autora
constatou que mesmo com índices de infestação abaixo de 1% ocorriam casos da doença.
A alimentação dos índices de vetores no SISFAD, principalmente no estado de
Mato Grosso, procede que os dados são da responsabilidade dos municípios e enviados
para os escritórios regionais de saúde até o 5° dia útil do mês seguinte e encaminha para a
Secretaria Estadual de Saúde até o 10° do mesmo mês. Os dados coletados estão em
planilhas paralelas e digitadas no SISFAD, para a construção do boletim informativo do
índice de infestação predial com a relação à situação dos municípios (SES/MT 2010b).
TAUIL (2002) aponta diversos problemas institucionais que dificultam a
diminuição da infestação pelo vetor e entre eles a falta de apoio de uma legislação federal
para os municípios na fiscalização dos criadouros do mosquito (domicílios abandonados,
terrenos baldios, borracharias e caixas d’água descobertos). Outro problema encontrado é a
não regularização do abastecimento de água encanada e saneamento básico adequado,
principalmente a coleta de lixo regular.
SOUZA et al., (2007), em artigo que retrata a modelagem da incidência do dengue
na Paraíba, por modelos de defasagem distribuída, o autor colocam que as informações
relativas ao programa de combate ao vetor (os IIP, IB, a quantidade de agentes trabalhando
e o seu tempo gasto no trabalho, despesas com larvicidas etc.) foram insuficientes e
impactantes na confiabilidade dos dados.
As atividades de controle dos vetores devem se dar em conjunto com os serviços
epidemiológicos que capturam e analisam as informações, no tempo e no espaço, sobre a
ocorrência dos casos de dengue. A vigilância epidemiológica tem a capacidade de
distinguir os aumentos transitórios e sazonais da doença e o crescimento dos casos no
início de surto da dengue fazendo análise da comparação média de casos por semana (ou
meses) dos últimos 5-7 anos (WHO, 2009b).
DONALISIO e GLASSER (2002) salientam que é preciso buscar melhores
indicadores para medir a transmissão viral para facilitar o direcionamento das ações pelo
os programas de controle do vetor. Estes pesquisadores ressaltam ainda, como proposta
metodológica, a necessidade de validação dos modelos preditivos que estimem a densidade
de vetores, o risco de epidemias relacionados com as variáveis ecológicas e sociais,
diferenciando-os conforme as particularidades das regiões.
39
De acordo o PNCD (2002), as áreas brasileiras são classificadas conforme a taxa de
incidência de dengue como:

Áreas de baixa incidência: regiões, estados ou municípios com taxa de
incidência menor que 100 casos por 100.000 habitantes;

Áreas de média incidência: regiões, estados ou municípios com taxa de
incidência entre 100 e 300 casos por 100.000 habitantes;

Áreas de alta incidência: regiões, estados ou municípios com taxa de
incidência maior que 300 casos por 100.000 habitantes.
2.3 ANÁLISE ESPACIAL E DENGUE
A análise espacial tem sido utilizada na área da saúde pública como ferramenta
importante para o entendimento do comportamento de determinadas doenças e assim
subsidiar a vigilância e controle.
CZERESNIA E RIBEIRO (2000) enfatizaram que os conceitos geográficos
propostos por Milton Santos constituíram uma das referências mais importantes para as
análises da relação espaço e doença, principalmente as produzidas no Brasil.
De acordo com SANTOS (2002), o conceito de espaço na geografia é um conjunto
indissociável tornando-se muitas vezes contraditório da relação dos sistemas de objetos
geográficos que ao passar do tempo sofre transformações pelas ações humanas como:
materiais, espirituais, econômicas, sociais e culturais, morais e afetivas.
O espaço é considerado por um sistema de objetos e o sistema de ações que se
interagem e tem uma relação de dinâmica, transformando-se em novas configurações
territoriais, de um lado os sistemas de objetos que condicionam a forma como se dão as
ações e, por outro lado, o sistema de ações leva a criação de objetos novos (SANTOS,
2002).
Os objetos geográficos consideram tudo que existe na superfície da Terra, ou seja,
toda herança natural e todo o resultado da ação humana que o transformou, tanto os móveis
(fluxo de pessoas) como os imóveis (cidade, estrada, porto, etc.) (SANTOS, 2002).
Com o propósito de identificar o padrão da disseminação da dengue e compreender
os fatores que contribuem para a distribuição espacial da doença pautada nas categorias
40
espaço e tempo, realizou-se uma revisão bibliográfica sobre a utilização da análise espacial
para algumas doenças transmissíveis por vetores biológicos, incluídas na classificação
atual como doenças emergentes e reemergentes (BARRETO et al, 2008).
Neste caso, é importante destacar o conceito de difusão, ou seja, a propagação de
um elemento ou de suas características, dispersas a partir de um centro (ponto inicial),
cujos estudos se iniciaram com o suíço HAGERSTRAND (1981), identificando a
existência de ondas de difusão no processo de disseminação de inovações no campo da
agropecuária.
Esse processo foi divido em quatro estágios: um primário que é o ponto de origem
do processo de difusão, o segundo chamado de processo de difusão propriamente dito
marcando o processo de disseminação, destacando que a tendência é de crescimento
acelerado em ondas centrífugas, em áreas já distantes do ponto de origem e redução dos
casos na região de origem; estágio de condensação, no qual o evento já atingiu igualmente
a diversos pontos; e o quarto estágio, de saturação, onde o processo já atingiu todos os
locais e tende agora a cessar a sua disseminação.
A análise espacial vem sendo muito utilizada, especialmente para determinar os
fatores que propiciam a transmissão das doenças endêmicas como a malária. No artigo de
ATANAKA-SANTOS et al. (2006), retratando o comportamento epidemiológico e a
situação da malária no Estado de Mato Grosso e os determinantes para a sua proliferação,
evidenciou que a distribuição da doença por microrregiões esteve influenciada por
contextos específicos de cada localidade como: o processo de colonização por sulistas e
nordestinos, a disseminação da atividade garimpeira, as condições ambientais e a
montagem da infraestrutura da saúde local.
KAWA e SABROZA (2002) usaram a ferramenta da análise espacial para
caracterizar a leishmaniose tegumentar na cidade do Rio de Janeiro e constataram que o
movimento da urbanização criou as condições necessárias para a ocorrência da doença.
Os objetos geográficos imóveis e móveis apresentam uma relação com o aumento
dos casos de dengue, principalmente na circulação e do fluxo das pessoas que transportam
consigo o vírus e também do fluxo dos materiais que podem levar os ovos do mosquito. As
cidades de pequeno e grande porte sofrem estão propicias a estes fluxos influenciando
assim na distribuição e a manutenção da dengue (SANTOS, 2002).
MELO et al (2010), relataram que a introdução do vírus da dengue na Bahia se deu
por um município de baixa intensidade demográfica e que os casos foram esporádicos até
41
que a disseminação propagou-se com certa rapidez após três semanas do diagnóstico do
primeiro caso. Como as ações de controle da prevenção do vetor não estavam devidamente
estruturadas, o fluxo intermunicipal de pessoas em plena viremia favoreceu a disseminação
da doença, principalmente nos municípios dos pólos turísticos que estavam infestados pelo
A. Aegypti.
Para FLAUZINO et al. (2009), a proliferação da dengue na cidade do Rio de
Janeiro na divisão por setores censitários evidenciou a heterogeneidade espacial em relação
às condições socioeconômicas, existindo diferenças na distribuição espacial e temporal do
risco de ocorrência da dengue.
MONDINI et al. (2005) observaram a transmissão da dengue no período de 1990 a
2001 na cidade de São José do Rio Preto e, através da análise espacial, constataram que
existiam diferenças nas incidências dos casos de dengue em relação aos bairros do
município e riscos de ocorrência de casos graves da doença.
A análise dos dados espaciais também foi considerada como ferramenta na
vigilância e no controle do A.aegypti por SOUZA-SANTOS e CARVALHO (2000),
concluindo que a existência dos criadouros e/ou quarteirões com infestação predial positiva
para as larvas do vetor na Ilha do Governador não estão relacionadas somente com as
características ambientais, o tipo de moradia e a distribuição da água encanada, mas
também com o descumprimento das ações de controle do mosquito.
CORRÊA et al., (2005) analisaram a relação da infestação do A.aegypti com a
ocorrência dos casos de dengue em Belo Horizonte, por meio da análise espacial, no
período de 1996 a 2001, e constataram que os períodos: agosto de 1998, novembro de 1990
e outubro de 2000 não apresentaram índices de infestação larvária (IP) igual ou superior a
1%. Apesar na diminuição da proliferação do vetor a partir de 1998, observaram que IP de
1% já é o bastante para manter a circulação viral e o aparecimento da doença.
Através da técnica de análise espacial ALMEIDA et al. (2009) utilizando-se do
índice Moran, notaram que na cidade do Rio de Janeiro durante a epidemia de 2001/2002,
a distribuição da rede sanitária geral e a densidade populacional por área urbana nos
bairros da zona oeste estão intimamente correlacionadas ao aumento da incidência dos
casos de dengue.
MACHADO (2009), durante a avaliação da ocorrência dos casos de dengue e a sua
ligação com as condições de vida no município de Nova Iguaçu-RJ, especialmente durante
a epidemia de 2001/2002, detectou que as maiores taxas de incidência da doença estão nos
42
bairros com condições de vida alta ou média alta e estão próximos aos bairros com baixas
condições de vida e localizados perto nas principais rodovias de acesso da cidade.
BARCELLOS et al. (2005) na identificação das áreas com risco para transmissão
da dengue na cidade de Porto Alegre em 2002, concluíram que os registros da doença estão
associadas com as áreas de maior renda, porém esses casos são das pessoas que passaram
as férias no Rio de Janeiro e acabaram contraindo a dengue. A infestação do vetor estava
ligada com as condições gerais de saneamento básico localizadas nas áreas mais
periféricas, mas por outro lado a disseminação da doença poderia tomar outros rumos,
desde que as pessoas infectadas transitassem pelas áreas infestadas.
CÂMARA et al. (2007) observaram no Estado do Rio de Janeiro, durante o período
2001 a 2003, que não houve relevância estatística na relação da infestação vetorial e a
incidência de dengue. A classificação das infestações vetoriais dos municípios ficou na
faixa de zero a um (1), mesmo em situações epidêmicas.
De acordo com ALMEIDA et al. (2009), que analisaram a existência da associação na epidemia de
dengue (2001-2002) com o contexto socioeconômico, principalmente no que se refere aos domicílios ligados a rede
sanitária geral, a rede sanitária tem influência na transmissão e morbidade, não só para a dengue como para outras
doenças.
Para FERREIRA e CHIARAVALLOTI NETO (2007), se as regiões pobres
apresentassem o mesmo sistema de saneamento que as áreas de melhor situação financeira,
os níveis de infestação do vetor poderiam ser os mesmos, mas numa região pobre com
carência de saneamento alcançaria maiores índices de vetor e transmissão da dengue.
Embora todas estas questões estejam diretamente relacionadas com a transmissão
da dengue, optou-se em analisar a distribuição espacial utilizando-se os indicadores de
incidência de casos e índice de infestação vetorial para todos os municípios do Estado do
Mato Grosso.
43
3. OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Analisar a distribuição espacial de casos de dengue nos municípios de Mato
Grosso, no período de 2007 a 2009.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Caracterizar a distribuição dos casos de dengue no Estado de Mato Grosso;
Identificar a distribuição espacial de casos de dengue nos municípios de Mato
Grosso;
Identificar áreas com infestação vetorial por municípios do Estado de Mato Grosso;
Comparar a ocorrência de casos de dengue e a infestação de vetores da dengue.
44
4. MÉTODOS
4.1 TIPO DE ESTUDO
Foi realizado um estudo ecológico dos casos confirmados de dengue no SINAN e
do Índice de Infestação Predial (IIP) armazenados no SISFAD, que teve como unidade de
análise os municípios do Estado de Mato Grosso no período de 2007 a 2009.
4.2 ÁREA DO ESTUDO
4.2.1 Localização geográfica/administrativa
O Estado de Mato Grosso está localizado na região Centro-Oeste, considerado o
centro do continente Sul-Americano. O estado faz parte da Amazônia Legal, possuindo
larga extensão territorial (903.357,9 km²). Tem como fronteira na parte oeste Bolívia e
Rondônia, a leste Tocantins e Goiás, ao norte Amazonas e Pará e ao sul Mato Grosso do
Sul (IBGE, 2009). Apresenta na sua hidrografia, as nascentes das bacias: Amazônica e
Platina (PIAIA, 2003). O estado é divido em 141 municípios e a capital sediada no
Município de Cuiabá (IBGE, 2009; MATO GROSSO, 2008).
45
4.2.2 Vias de acesso
O Estado de Mato Grosso possui uma malha rodoviária com cerca de 35.192
quilômetros de extensão, sendo que 85,9% destes corresponde à rede estadual (as MT´s) e
o restante à rede federal (BR´s) (MATO GROSSO, 2011).
As rodovias federais que cortam o Estado de Mato Grosso (DNIT, 2010):
BR-070
Extensão: 825,2 km
Origem/Destino: Começa na divisa de Mato Grosso com Goiás e termina em
Corixo, na fronteira Brasil com Bolívia
Por onde passa: Barra do Garça, General Carneiro, Colônia Merure, Paredão
Grande, Presidente Murtinho, Primavera do Leste, Campo Verde, São Vicente, Serra de
São Vicente, Várzea Grande, Posto Trevinho, Trevo Lagarto, Tarumã, Sete Porcos,
Jacobina, Cáceres, Porto Limão
BR-158
Extensão: 803,6 km
Origem/Destino: Começa na divisa de Mato Grosso com o Pará e termina em
Barra do Garça, na divisa com Goiás
Por onde passa: Vila Rica, Confresa, Porto Alegre do Norte, Alô Brasil, Ribeirão
Cascalheira, Vila Ribeirão Bonito, Dona Rosa, Matinha, Serra Dourada, Água Boa,
Cachoeira, Nova Brasília, Nova Xavantina, Indianópolis, Vale do Sonho
BR-163
Extensão: 1067,5 km
Origem/Destino: Começa na divisa do Mato Grosso com Mato Grosso do Sul e
termina em Guarantã do Norte
Por onde passa: Santa Elvira, Juscimeira, São Pedro da Cipa, São Vicente, Serra
de São Vicente,Areão, Ponte Nova, Trevo Lagarto, Mata Grande, Jangada, Nobres, Posto
Gil, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Itauba, Santa Helena, Terra Nova
do Norte, Peixoto de Azevedo, Matapá
BR-174
Extensão: 1282 km
46
Origem/Destino: Começa em Porto Santo Antônio das Lendas e termina em
Igarapé do Sombra, na divisa de Mato Grosso com o Amazonas
Por onde passa: Cáceres, Caramujo, Porto Esperidião, Cerro Azul, Pontes e
Lacerda, Conquista do Oeste, Nova Lacerda, Córrego Dourado, Comodoro, Jataí,
Padronal, Castanheira, Passagem do Loreto, Aripuanã, Igarapé do Natal, Colniza
BR-242
Extensão: 870 km
Origem/Destino: Começa em São Felix do Araguaia, na divisa de Mato Grosso
com Tocantins, e termina em Sorriso
Por onde passa: São Sebastião, Santa Cruz, Alto da Boa Vista, Alô Brasil,
Querência, Gaúcha do Norte, Água Limpa, Vale do Xingu, Nova Ubiratã
BR-251
Extensão: 643,1 km
Origem/Destino: Começa em Aruanã, na divisa de Mato Grosso com Goiás, e
termina em Cuiabá
Por onde passa: Ribeirão Pindaíba, Nova Xavantina, Nova Brasília, Córrego
Mimoso, Bar Rancharia, Chapada dos Guimarães, Buriti
BR-364
Extensão: 1.361,5 km
Origem/Destino: Começa em Alto Araguaia, na divisa de Mato Grosso com
Tocantins, e termina na divisa com Rondônia
Por onde passa: Alto Garças, Pedra Preta, Santa Elvira, Juscimeira, São Pedro da
Cipa, São Vicente, Serra de São Vicente, Trevo Lagarto, Mata Grande, Jangada, Nobres,
Posto Gil, Diamantino, Parecis, Gasômetro BR, Gasômetro Sucuiúna, Campo Novo dos
Parecís, Posto Norte, Córrego Santa Cruz, Sapezal, Campos de Júlio, Jataí, Padrona.
Dos 141 municípios do estado de Mato Grosso, 32 (22,70%) são cortados pelas
rodovias federais, 100 (70,92%) municípios pelas rodovias estaduais e 9 (6,38%)
municípios sem rede viária estadual ou federal passando direto pelos mesmos (Tabela 8 em
anexo). Dentre as rodovias federais, destacam-se a BR364 e a BR-163 (figura1), que ligam
os municípios do sul e do norte do estado, passando pelos municípios: Alto Araguaia, Alto
Graças, Pedra Preta, Juscimeira, São Pedro da Cipa, Jaciara, Cuiabá, Várzea Grande,
Jangada, Rosário Oeste, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Itaúba, Terra
Nova do Norte, Peixoto de Azevedo e Guarantã do Norte. Já as BR070 e a BR174
47
(figura1) passam pelos municípios de Várzea Grande, Cáceres, Porto Espiridião, Pontes e
Lacerda, Nova Lacerda e Comodoro, margeando a porção sudoeste do estado em direção a
Vilhena (RO). Ainda a BR070 e a BR 158 (figura 1) passam os municípios: Primavera do
Leste, General Carneiro, Barra do Garças, Nova Xavantina, Água Boa, Cascalheira, Porto
Alegre do Norte, Confresa e Vila Rica ligando os municípios da região sudeste e nordeste.
A figura1 indica a localização das rodovias federais e estaduais que interligam os
municípios no interior do estado e com os estados fronteiriços.
Fonte: SEPLAN/ MT (2009)
Figura 1- Mapa Rodoviário do Estado de Mato Grosso (2009).
48
A BR-163 é considerada uma das mais importantes rodovias federais dentro do
Estado de Mato Grosso também sendo conhecida como a Cuiabá-Santarém - Pará é uma
estrada que trouxe grandes infra-estruturas por onde a BR passa, mas que também trouxe
grandes impactos positivos e negativos de ordem econômica, social e ambiental que se
tornou um variado e complexo de transportes do fluxo de pessoas e mercadorias.
Destacando que estes impactos ocasionados são diferentes no tipo, tempo, espaço,
magnitude e público atingido (ORRICO, 2005).
Os municípios constituídos de umas das áreas de concentração do plantio da soja
estão localizados na porção sul do centro norte do Estado de Mato Grosso, são diretamente
influenciados pela BR-163, do total plantado de 25,48% estão na região de Sorriso, Lucas
do Rio Verde, Mutum e as regiões de Sinop, Colíder e Alta Floresta. A economia da cidade
de Sinop era atividade madeireira, com o fim da exploração a atividade econômica passa
para produção de soja, com isso várias madeireiras mudaram para as cidades: Castelo dos
Sonhos, Novo Progresso, Moraes de Almeida e Itaúba no Estado do Pará (OLIVEIRA,
2005).
As cidades mais ao norte da região mato-grossense que fazem parte do eixo da BR163, que resultam dos projetos de colonização privada e pública, apresentam a sua
economia baseada hoje na criação de gado leiteiro, outra atividade econômica o garimpo,
influenciou a vida local e regional das cidades de Peixoto de Azevedo e principalmente de
Guarantã do Norte que se tornou principal centro distribuidor de bens e serviços nessa BR163 para o Estado do Pará, com isso favorece o fluxo de imigrantes dessa região norte
mato-grossense para outras atividades econômicas em outros municípios, como a serrarias
clandestinas que destinam os seus produtos para o mercado nacional percorrendo caminhos
que passam por dentro do Estado (OLIVEIRA, 2005).
Na região oeste do Estado a pavimentação da BR-364 (Cuiabá para Porto Velho)
favoreceu ainda mais a colonização nessa área por grandes grupos agropecuários e a
expansão da soja gerando povoamento nos municípios (OLIVEIRA, 2005).
A maior parte da região norte, nordeste e sudoeste estão interligados pelas rodovias
estaduais sendo ponto de convergência para as BRs facilitando o escoamento de produtos e
deslocamento de pessoas,
As rodovias estaduais dentro do Estado de Mato Grosso fazem parte do transportes
municipais
49
4.2.3 Clima
No Estado de Mato Grosso predominam dois tipos climáticos classificados como
equatoriais e tropicais onde as temperaturas são elevadas ano todo e apresenta pequenas
variações térmicas nas médias anuais (MAITELLI, 2005).
As características dos dois tipos climáticos, segundo PIAIA (2003) são:

Clima Equatorial Úmido: abrangendo a região Centro- Norte no estado, com
pequenas variações na amplitude térmica oscilando a média anual de 24°C a 27°C. As
temperaturas se elevam nas estações da primavera e verão. As precipitações pluviométricas
atingem médias anuais acima de 2.000 mm/ano.

Clima Tropical Alternadamente Seco e Úmido: abrange a maior área
(centro-sul e leste) do estado onde têm o predomínio das altas temperaturas e média anual
oscilando entre 20°C a 28°C, com exceção as áreas de maior altitude (sudeste do estado)
que se situa em média a 22°C. A característica principal desse clima é ter duas estações
bem definidas os invernos secos (abril a setembro) e os verões chuvosos (outubro a março)
com a média anual de precipitação em torno de 1.500 mm/ano.
4.3 VARIÁVEIS ESTUDADAS
Foram estudadas:
1.
Variáveis de casos de dengue com base no banco do SINAN:
 Ano da notificação: no período de 2007 a 2009;

A taxa de incidência da dengue foi calculada utilizando-se do número de casos
novos confirmados de dengue, por 10 mil habitantes, na população residente nos
municípios do Estado de Mato Grosso. Neste estudo foi adotada, para o cálculo da taxa de
incidência, a relação por 10 mil habitantes, devido ao fato de que mais de 50% dos
municípios do estado apresentaram uma população menor que 10 mil habitantes nos anos
50
de 2007 a 2009. Foram descartados os casos não confirmados por critério clínico
epidemiológico ou laboratorial, ou ignorado e ou em branco.
 Faixa Etária: < 5 anos, 5 a 14 anos, 15 a 49 anos e ≥ 50 anos.
 Autóctone do município de residência: considerado apenas os preenchidos com
sim, descartados como autóctone as notificações com preenchimento “ignorado” e os em
branco, isto é sem informação.
 Classificação Final: dengue clássica, dengue com complicações, febre
hemorrágica de dengue, Síndrome de Choque de Dengue;
 Evolução: cura e óbito
2.
Variável de infestação, registrada no SISFAD
 Índice de Infestação Predial
3.
Variáveis relacionadas aos municípios:
 Rede viária nos municípios: Rodovias federais, rodovias estaduais, sem rede
viária estadual ou federal;
 Porte do Município:
o
Pequeno Porte: menor de 10 mil habitantes;
o
Médio Porte: de 10 mil a 100 mil habitantes;
o
Grande Porte: maior de 100 mil habitantes
Os dados relativos à variável sorotipo Den1, Den2, Den3 ou Den4 foram obtidos
nos boletins epidemiológicos disponibilizados pela SES/MT
4.4 COLETA DE DADOS
51
Os dados referentes aos casos confirmados de dengue foram obtidos da ficha de
notificação
SINAN
e
disponibilizadas
pelo
SINAN_WEB
(site
<http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/index.php?name=Tnet>).
Critério de exclusão de casos de dengue: no SINAN foram descartadas as fichas de
notificações descartadas, inconclusivas, com os espaços em brancos e com duplicidades de
registros com o mesmo indivíduo.
A infestação predial dos 141 municípios foram fornecidos pela SES/MT e esses
dados foram sistematizados a partir da ficha de notificação do SISFAD entre 1° de janeiro
de 2007 a 31 dezembro de 2009.
Os dados populacionais para calcular a incidência foram obtidos do censo e a
estimativa populacional do estado no período de 2007 a 2009, foi fornecido pelo IBGE.
A base cartográfica do estado e dos municípios a ser utilizada na elaboração dos
mapas foi a disponibilizada pelo IBGE em meio online para os anos 2007 a 2009.
Foram construídos bancos para o gerenciamento e o armazenamento dos dados,
utilizando o programa Excell versão 12.0. e o SPSS versão 15. Para análise espacial foi
utilizado o programa Terra View versão 3.3.1, disponibilizado pelo site do INPE
www.inpe.br.
4.5 PROCESSAMENTO E ANÁLISES ESTATÍSTICAS DOS DADOS
4.5.1 Indicadores de Casos de Dengue
Os indicadores foram calculados, para a obtenção das séries históricas das
incidências anuais da dengue por faixa etária, sexo, classificação final da dengue e a
evolução.
No cálculo da Incidência da dengue, foram considerados todas as notificações
confirmadas laboratorialmente ou critérios clínicos epidemiológicos para os residentes nos
municípios de Mato Grosso e com local provável de infecção no mesmo município de
residência, registrados no SINAN e disponibilizados no SINAN_WEB.
52
A incidência da dengue foi calculada tomando as notificações de dengue
confirmadas por critério clínico epidemiológico e o exame laboratorial divido pela
população dos municípios por 100.000 habitantes (RIPSA, 2010). Nesse estudo foi
considerado a população por 10.000 habitantes, dado que o Estado de Mato Grosso
apresentou mais 50% dos municípios com população com menos de 10.000 habitantes. A
classificação da Incidência de dengue (Quadro1) foi adaptada conforme os parâmetros
estabelecidos pelo Ministério da Saúde em 2009.
A classificação da Incidência de Dengue ocorre a partir das classes abaixo:
Quadro 1 – Classificação da Incidência de Dengue baseada nos parâmetros estabelecidos
pelo Ministério da Saúde em 2009.
Incidência de Dengue (10 mil hab)
0 casos
Classificação
Sem Incidência
<10 casos
de 10 a 30 casos
> de 30 casos
Baixa Incidência
Média Incidência
Alta Incidência
Fonte: MS, 2009, adaptado para 10.000 habitantes
4.5.2 Indicador Entomológico

Índice de Infestação Predial (IIP)
È a relação expressa em porcentagem entre o número de imóveis positivos e o
número de imóveis pesquisados. É calculado através da seguinte expressão:
IIP = imóveis positivos x 100
imóveis pesquisados
A classificação do IIP ocorre a partir das classes abaixo:
53
Quadro 2 - Classificação do Índice de Infestação Predial em percentual segundo os
parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde em 2009.
Índice de Infestação Predial %
0
Classificação
Sem Infestação
<1
1 a 3,9
>3,9
Satisfatório
Alerta
Risco
Fonte: MS, 2009.
4.5.3 Análise Espacial
Para elaboração dos mapas, foi utilizada a malha dos municípios do estado de 2001
e 2005 disponível no IBGE.
Na análise estatística espacial foi utilizado o programa de livre acesso TerraView
3.3.1 (http://www.dpi.inpe.br/terraview/index.php). Para visualização das áreas foram
construídos mapas temáticos de Incidência de Dengue, Box Map e Moran Map no período
de 2007 a 2009.
O Índice de Moran detecta a existência da similaridade entre os coeficientes de
correlação usual e a covariância entre os municípios vizinhos. Os municípios que
apresentam o I Moran com distribuição aleatória, o valor é próximo de zero e para aqueles
municípios que apresentam distribuição espacial, os valores são positivos, o limite superior
igual a 1 significa agrupamento extremo (OPAS, 2002). O I Moran pode usado por uma
região, local ou global dependendo da área estudada.
Foi calculado o Índice de Moran Global (CLIFF e ORD, 1981) para todos os
municípios do estado usando os valores da Incidência de Dengue por municípios. Essa
medida de autocorrelação indica áreas conectadas que apresentam maior semelhança
quanto à incidência de dengue do que o padrão aleatório, variando de -1 a +1, isto é, avalia
quanto o valor observado da incidência num município é correlacionado com os valores
dos vizinhos. Esse índice fornece um valor único, variando de -1 a 1, sendo útil para
analisar o estado como um todo.
54
Além do Índice de Moran Global, foi utilizado o índice local da incidência média
de dengue no período, permitindo detectar áreas de dependência espaciais não observadas
no índice global, como por exemplo, possíveis clusters e outliers.
Para realização do teste, as hipóteses foram:
- H0: a distribuição aleatória dos casos de dengue nos municípios de Mato Grosso e;
- H1: a distribuição de casos de dengue nos municípios de Mato Grosso não
aleatória.
A estatística do I Moran Global é definida como:
Onde:
n = números de casos
w= elemento da matriz da vizinhança para o par i j
W é a soma dos ponderadores da matriz
zi e zj são desvio em relação a média (zi-z) e ( zj-z)
z é a média
A estatística do I Moran Local é definida como:
Onde:
wij= valor na matriz de vizinhança para a região i com a região j em
função da distância d, e onde zi e zj são os desvios em relação à média.
Para a identificação dos municípios com associação espacial recorreu-se ao Box
Map que é uma análise gráfica do índice local. Esse foi construído com base nos valores
normalizados (Incidência de dengue – subtraídos de sua média e divididos pelo desviopadrão), no qual o atributo foi classificado conforme sua posição em relação aos
quadrantes do Diagrama de Espalhamento de Moran, recebendo uma cor correspondente
quando gerado o mapa (CÂMARA et al.,2004). Assim, os municípios foram classificados,
de acordo com sua localização nos quadrantes do diagrama de espalhamento de Moran, em
áreas de agrupamentos de municípios homogêneos, consideradas como: quadrante 1 (+/+)
55
e quadrante 2 (-/-) para áreas de associação espacial positiva, e quadrante 3 (+/-) ou
quadrante 4 (-/+) para áreas de associação espacial negativa.
Os dados serão apresentados conforme o diagrama de espelhamento de Moran, de
acordo com a Figura 2 já convertidos em mapas.
Figura 2 - Diagrama de espalhamento de Moran
Fonte: INPE-DPI
Os quadrantes 1 e 2 (Q1 e Q2) indicam áreas de associação espacial positivas,
levando-se em conta que o valor do atributo município assemelha-se à média de seus
vizinhos (CÂMARA et al., 2004):
 O quadrante 1 (+/+) indica que há presença de município com valor positivo da
incidência de dengue normalizada e possui a média dos valores normalizados dos
municípios vizinhos também positiva, isto é, ambos os valores são positivos;
 O quadrante 2 (-/-) localiza os municípios com valor negativo incidência de
dengue normalizada e possui a média dos valores normalizados dos municípios vizinhos
também negativos, isto é, ambos os valores são negativos.
Já os quadrantes 3 (Q3) e o 4 (Q4) não acompanham a tendência global e indicam
áreas de associação espacial negativas, considerando que numa localização há vizinhos
com valores distintos, considerada como região de transição entre os dois regimes
espaciais, no caso os municípios dos quadrantes 1 e 2 (CÂMARA et al., 2004). O valor da
incidência não se assemelha à média dos seus vizinhos. São áreas consideradas como
extremas por não obedecer ao padrão observado para seus vizinhos.
56
 O quadrante 3 (+/-) indica município com valor positivo da incidência de
dengue normalizada e possui a média dos valores normalizados dos municípios vizinhos
negativos e;
 O quadrante 4 (-/+) distribui os municípios com valor negativo da incidência de
dengue normalizada e possui a média dos valores normalizados dos municípios vizinhos
com valor positivo.
Dessa forma, o I Moran que se refere aos aglomerados espaciais relacionados a
Incidência de casos de dengue do município com as dos municípios vizinhos, foram
classificados como área de transmissão e apresentaram quatro situações:
•
Sem Transmissão
•
Q1(+/+) = Maior Transmissão;
•
Q2(-/-) = Menor Transmissão;
•
Q3(+/-) = Transmissão Intermediária
•
Q4(-/+) = Transmissão Intermediária
Os aglomerados espaciais que relacionaram o Índice de Infestação Predial do
município com os dos municípios vizinhos foram classificados como área de receptividade
e apresentaram quatro situações:
•
Sem receptividade
•
Q1(+/+) = Maior Receptividade;
•
Q2(-/-) = Menor Receptividade;
•
Q3(+/-) = Receptividade Intermediária
•
Q4(-/+) = Receptividade Intermediária
Os aglomerados espaciais semelhantes tanto para Incidência de casos como para o
Índice de Infestação Predial no município e vizinhos, foram classificados em:
•
Maior Risco: área de Maior Transmissão e de Maior Receptividade, isto é,
Q1(+/+) de Incidência de casos e de Índice de Infestação Predial (IIP);
•
Menor Risco: área de Menor Transmissão e de Menor Receptividade, isto é,
Q2(-/-) de Incidência de casos e de Índice de Infestação Predial (IIP);
57
•
Vulnerabilidade espacial: área de Transmissão Intermediária e de
Receptividade Intermediária, isto é, Q3(+/-) de Incidência de casos e de Índice de
Infestação Predial (IIP);
•
Vulnerabilidade espacial: área de Transmissão Intermediária e de
Receptividade Intermediária, isto é, Q4(-/+) de Incidência de casos e de Índice de
Infestação Predial (IIP);
O Moran Map foi construído, tanto para Incidência de casos como de IIP, para
visualizar, no interior de cada área de risco identificado pelo Box Map, áreas ou
municípios mediante onde a dependência espacial é mais acentuada, destacando áreas de
autocorrelação espacial estatisticamente significante. O Moran Map é a representação do
Índice de Moran Local, mediante o qual os municípios são classificados dentro dos 4
quadrantes ou como não-significantes estatisticamente (CÂMARA et al., 2004). Para este
estudo, cada conglomerado geográfico com autocorrelação espacial estatisticamente
significante, identificado no interior de cada quadrante, foi denominado de agrupamento
estatisticamente significante.
Essa ferramenta de análise espacial expressa a autocorrelação espacial
considerando apenas o primeiro vizinho (CÂMARA et al., 2004). Esta proximidade
considera a contigüidade espacial. Para visualização das áreas de risco foi construído mapa
temático da Incidência de Dengue, o Box Map e o Moran Map, estes últimos gerados
durante a análise espacial I Moran global e local.
4.6 ASPECTOS ÉTICOS
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário
Julio Muller/Universidade Federal de Mato Grosso com o protocolo com registro no CEP
sob n° 811/CEP-HUJM/
58
5. RESULTADOS
5.1 CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DOS CASOS DE
DENGUE NO ESTADO DO MATO GROSSO
5.1.1 Distribuição dos casos de dengue de acordo com ano, faixa etária, sexo,
classificação final, critério epidemiológico, autoctonia e evolução
Foi notificado no período de 2007 a 2009, um total de 96.162 casos de dengue. No
ano de 2007 do total de 20.959 casos notificados de dengue foram descartados 5.609 casos
por critério clínico epidemiológico, ou laboratorial, ou ignorado e ou em branco, restando
para análise 15.350 casos de dengue (Tabela1). No ano de 2008 foram 11.591 notificados,
sendo descartados 5.643 casos, restando para análise 5.948 casos de dengue. No ano de
2009 do total de 63.612 de casos foram descartados 14.398 casos restando 49.214 casos de
dengue. Dessa forma, considerou-se o total 70.512 de casos de dengue, dos quais em 2007
correspondeu a 21,77%, em 2008 a 2,44% e em 2009 a 69,8% desse total de casos.
59
Tabela 1 – Total dos casos de dengue segundo a classificação final da dengue no Estado
de Mato Grosso no período de 2007 a 2009.
Classificação
2007
Nº
15.290
17
4
39
2008
%
73
0,08
0,02
0,19
Nº
5.920
10
2
16
2009
%
51,07
0,09
0,02
0,14
Nº
47.387
770
16
1.041
%
74,49
1,21
0,03
1,64
Dengue Clássica
FHD
SCD
Dengue Complicações
Total de casos*
15.350
100,00
5.948
100,00
49.214
100,00
Branco
168
0,81
175
1,52
1.118
1,76
Ignorado
730
3,48
949
8,19
2.318
3,64
Descartado
4.710
22,47
4.518
38,98
10.961
17,23
Total notificado
20.959
100
11.591
100
63.612
100
Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT. (*) Para este estudo, não foram considerados os
brancos, ignorados e descartados das fichas de notificação.
Houve predomínio de casos de dengue na forma clássica de 99,61%, 99,53% e
96,29% nos anos de 2007, 2008 e 2009 respectivamente. Destaca-se o aumento gradativo
das formas de FHD, SCD e Dengue com Complicações de 0,39%, em 2007, 0,47% em
2008 e 3,71% em 2009.
Tabela 2 – Classificação por faixa etária das notificações de dengue no Estado de Mato
Grosso no período de 2007 a 2009.
Ano
Características
< 5 anos 5 a 14 anos
nº de casos
250
1.370
População
277.515
542.612
2007
%
1,63
8,93
Inc (10mil)
9,01
25,25
nº de casos
311
797
População
274.615
544.588
2008
%
5,23
13,40
Inc (10mil)
11,32
14,63
nº de casos
4.029
9.955
População
271.690
545.912
2009
%
8,19
20,23
Inc (10mil)
148,29
182,36
Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT
Faixa etária
15 a 49 anos ≥ 50 anos
10.778
2.952
1.666.646
423.482
70,21
19,23
64,67
69,71
3.945
895
1.689.673
448.856
66,32
15,05
23,35
19,94
29.087
6.143
1.713.728
470.395
59,10
12,48
169,73
130,59
Total
15.350
2.510.255
100,00
61,15
5.948
2.957.732
100,00
20,11
49.214
3.001.725
100,00
163,95
60
Comparando as faixas etárias, observa-se na Tabela 2 que as faixas menor de 5
anos e dos 5 a 14 anos apresentaram o aumento na proporção de casos de 2007 a 2009 e as
faixas etárias dos 15 a 49 anos e de maior de 50 anos apresentaram redução na proporção
de casos por faixa etária por ano (Figura 3).
100%
90%
80%
% de casos de dengue
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
2007
2008
2009
> 50 anos
2.952
895
6.143
15 a 49 anos
10.778
3.945
29.087
5 a 14 anos
1.370
797
9.955
250
311
4.029
< 5 anos
Figura 3 - Porcentagem de casos de dengue, no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a
2009
Já considerando a incidência de casos, em 2007, a faixa etária com maior incidência
foi a de maior ou igual 50 anos seguida de 15 a 49 anos. Situação que se inverte em 2008,
com maior incidência na faixa etária de 15 a 49 anos, seguida de maior ou igual a 50 anos.
Em 2009, a faixa etária com maior incidência foi de 5 a 14 anos seguida de 15 a 49 anos
(Figura 3 e Tabela 2).
61
200,0
182,36
180,0
169,73
160,0
148,29
nºcasos/10mil
140,0
130,59
120,0
100,0
80,0
64,67
69,71
60,0
40,0
25,25
20,0
23,35
11,32
9,01
14,63
19,94
0,0
2007
< 5 anos
2008
5 a 14 anos
15 a 49 anos
2009
> 50 anos
Figura 4 – Incidência (10mil) de casos de dengue no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a
2009
Tabela 3 – Casos de dengue segundo sexo, no Estado de Mato Grosso, no período de 2007
a 2009.
Ano
Características
População
nº de casos
2007
% casos
Incidência (10mil)
População
nº de casos
2008
% casos
Incidência (10mil)
População
nº de casos
2009
% casos
Incidência (10mil)
Fonte: Dados Obtidos do SINAN/SES/MT
Sexo
Feminino
1.425.386
8.507
55,4
59,68
1.448.699
3.150
52,96
21,74
1.530.003
27.103
55,07
177,14
Masculino
1.484.869
6.843
44,58
46,08
1.509.033
2.798
47,04
18,54
1.471.722
22.111
44,93
150,24
Total
2.910.255
15.350
100
52,74
2.957.732
5.948
100
20,11
3.001.725
49.214
100
163,95
62
Observa-se na Tabela 3 que ocorreu o predomínio dos casos de dengue no sexo
feminino em relação ao masculino no período de 2007 a 2009. O aumento foi de 8.507
(55,4%) casos em 2007 para 27.103 (55,07%) casos no sexo feminino em relação ao sexo
masculino que foi de 6.843 (44,58%) casos em 2007 para 22.111 (44,93%) casos em 2009.
Tabela 4–Classificação e as porcentagens dos casos de dengue por critério epidemiológico
no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009.
Critério Epidemiológico
Clinico Epidemiológico
Laboratorial
Branco
Total
2007
Nº
9.281
6.046
23
15.350
2008
%
66,5
43,34
0,16
100
Nº
3.353
2.566
29
5.948
%
56,37
43,14
0,49
100
2009
Nº
33.367
15.705
142
49.214
%
67,80
31,91
0,29
100
Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT
O critério epidemiológico para a confirmação dos casos dengue de maior
frequência foi o clínico epidemiológico. No ano de 2007 foram 9.281 (66,5%) casos de
dengue diagnosticado pelo critério clínico epidemiológico, no ano de 2008 foram 33.367
(67,80%) e 2009 foram 15.705 (31,91%) casos de dengue. O critério de exame laboratorial
no ano de 2007 foram 6.046 (43,34%) casos de dengue em 2008 foram 2.566 (43,14%) e
em 2009 15.705 (31,91%) casos de dengue. O número de casos que estavam em branco de
23 (0,16%) em 2007 para (0,29%) no ano de 2009 (Tabela 4).
Tabela 5 - Classificação dos casos de dengue por evolução no Estado de Mato Grosso, no
período de 2007 a 2009.
Evolução
2007
Nº
Cura
15.135
Óbito por Dengue
1
Óbito por outras causas
1
Total
15.137
Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT
2008
%
99,99
0,007
0,007
Nº
5.121
1
1
5.123
2009
%
99,96
0,02
0,02
Nº
47.454
59
9
47.512
%
99,88
0,12
0,02
Em relação à evolução dos casos notificados de dengue de 2007 a 2009 houve
aumento de letalidade com elevação expressiva em 2009 (Tabela 5). Os municípios que
63
apresentaram registros de óbitos por dengue foram Alta Floresta, Aripuanã, Barra do
Garças Cuiabá, Cáceres, Diamantino, Jauru, Nortelândia, Rosário Oeste, Rondonópolis,
Sinop e Várzea Grande.
Tabela 6- Classificação dos casos de dengue por local provável de infecção do município
de residência no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009.
Autóctone/Município
2007
Nº
Sim
14.080
Não
836
Indeterminado
433
Branco
1
Total
15.350
Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT
2008
%
91,73
5,45
2,82
0,01
100
Nº
5.579
160
209
5.948
2009
%
93,80
2,69
3,51
100
Nº
47.031
685
1.495
3
49.214
%
95,56
1,39
3,04
0,01
100
Os casos autóctones ao município de residência dos indivíduos notificados com
dengue no ano de 2007 foram de 14.080 (91,73%) casos, em 2008 foram 5.579 (93,80%) e
no ano de 2009 foram 47.031 (95,56%) casos. Há, também, aumento gradatico de casos
onde não há especificação do local provável de infecção (Tabela 6).
5.1.2 Caracterização dos municípios Matogrossense com casos de dengue, 2007 a
2009.
O Estado de Mato Grosso é constituído de 141 municípios e 72 (51,06%)
municípios em 2007 e 71 (50,35%) em 2008 e 2009 com população de pequeno porte
(menor de 10.000 habitantes). Essa variação se deve ao município de Porto Alegre do
Norte que no ano de 2009 apresentou uma população estimada maior que 10 mil habitantes
e o município de Arenápolis que ano de 2008 teve estimado o crescimento populacional
maior que 10 mil habitantes, mas que em 2009 voltou para menos de 10 mil habitantes
(Tabela 7 e 8 em anexo). Apenas os municípios de Cuiabá, Rondonópolis, Sinop e Várzea
Grande são compostos com uma população superior a 100.000 habitantes (Tabela 9).
64
Tabela 9 - Incidência de Dengue e do IIP nos municípios com a população > 100 mil
habitantes do Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009.
Municípios
Pop
526.831
172.783
105.762
230.307
2007
Inc
16,25
4,46
136,53
10,42
IIP
1,69
1,27
0,85
2,06
Cuiabá
Rondonópolis
Sinop
Várzea
Grande
Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT
Ano
2008
Pop
Inc
544.737 9,25
179.094 2,4
110.513 5,97
237.925 7,82
IIP
1,36
1,01
0,83
1,52
Pop
550.562
181.904
114.053
240.038
2009
Inc
226,9
89,72
335,98
160,02
IIP
1,71
1,4
1,55
1,65
No ano de 2007, pela contagem populacional do IBGE, a população do Estado de
Mato Grosso era de 2.854.642 habitantes, distribuídos em 141 municípios, que notificaram
15.349 casos de dengue, destes apenas 21 (14,89%) municípios não apresentaram registro
da doença. No ano de 2008, a população estimada do Estado era de 2.957.732 habitantes e
32 (22,70%) municípios não apresentaram registro da doença e em 2009 a população
estimada era de 3.001.725 habitantes e somente 13 (9,22%) municípios não registraram a
doença.
Dos 141 municípios do estado de Mato Grosso, 72 municípios foram considerados
como pequeno porte. No ano de 2007, 20 (14,18%) municípios não tiveram registros da
dengue e 52 (38,88%) dos municípios notificaram 2.010 casos de dengue e a incidência foi
de 74,94 casos por 10mil habitantes. No ano de 2008, 29 (20,57%) municípios não tiveram
registros da doença e 42 (29,79%) dos municípios notificaram 833 casos de dengue e a
incidência foi de 38,6 casos por 10 mil habitantes. No ano de 2009, 13 (9,22%) municípios
não tiveram registros da doença e 59 (41,84%) dos municípios notificaram 4.075 casos de
dengue e a incidência foi 151,11 casos por 10 mil habitantes.
Entre os municípios de médio porte, somente os anos de 2007, 1 (0,71%) município
e 3 (2,13%) em 2008 não apresentaram registros da doença. Notificaram 64 (45,39%)
municípios do total 10.722 casos (Incidência de 73,93 casos por 10 mil habitantes) em
2007, 63 (44,68%) municípios do total 4.316 casos (Incidência de 28,99 casos por 10 mil
habitantes) em 2008 e, 66 (46,81%) municípios do total 23.342 casos (Incidência de
150,49% por 10 mil habitantes) em 2009.
65
Todos os municípios de grande porte apresentaram registros da doença. Deles, 4
(2,84%) municípios notificaram 2.617 casos (Incidência de 25,27 casos por 10 mil
habitantes) em 2007, 799 casos (Incidência de 7,4 casos por 10 mil habitantes) em 2008 e,
21.797 casos (Incidência de 200,61 por 10 mil habitantes) em 2009.
A média dos casos por municípios foi: 108,86 (2007), 42,18 (2008) e 349,03
(2009). Os sorotipos circulantes no ano de 2007 foi o DEN-3 identificados municípios:
Acorizal, Primavera do Leste e Alta Floresta, no ano de 2008 com DEN-3 no município de
Cuiabá e em 2009 com o DEN-1 e 2 nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande,
Rondonópolis, Juruena e Juína (Tabela 10).
Desses municípios nenhum apresentou IIP em estado de risco (> de 3,9%),
destacando-se que os 4 municípios considerados o pelo IIP com situação de alerta (> de
1% a 3,9% de imóveis visitados com presença de vetor) nos três anos com exceção do
município de Sinop que em 2007 apresentou o IIP como satisfatório.
Os municípios Bom Jesus do Araguaia, Cocalinho, Jangada, Luciara, Novo Mundo,
Santa Terezinha e Denise não apresentaram casos de dengue no ano de 2007 e 2008,
apenas no ano de 2009, com Incidência inferior a 10 casos/10 mil hab, com exceção dos
municípios de Jangada que apresentou a Incidência de Dengue de 50,8/10 mil hab e Denise
com 27,83/10 mil hab. Destacaram-se os municípios de Bom Jesus do Araguaia, Luciara e
Santa Terezinha que não apresentaram registro de presença de vetores nos 3 anos e os
demais municípios apresentaram IIP considerado como satisfatório em 2007 e ou 2008 e
ou 2009 (Tabela 8 em anexo).
Na Tabela 10, observam-se as características dos casos de dengue por municípios
Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.
66
Tabela 10 – Características dos casos de dengue por municípios no Estado de Mato
Grosso, no período de 2007 a 2009
Características (n=141 municípios)
2007
(%)
< 10 mil hab. (pequeno porte)
72
51,06
N° de
de 10 a 100 mil hab(médio porte)
65
46,10
municípios
> de 100mil hab. (grande porte)
4
2,84
Nº de Muncípios sem Casos
21
14,89
Municípios
mínimo
n° de casos
com casos de
máximo
1444
dengue
média
108,86
Sorotipos
Tipo
3
detectados
54
38,30
Classif. de Baixa Incidência (<10 casos)
24
17,02
Incidência Média Incidência (de 10 a 30
casos)
(10mil
Alta Incidência (> de 30 casos)
63
44,68
hab)
Q1(+/+) alta Transmissão
27
19,15
Q2(-/-) baixa Transmissão
68
48,23
Box Map Q3(+/-) intermediária
16
11,35
Incidência transmissão
Q4(-/+) intermediária
30
21,28
transmissão
Satisfatório (<1 %)
90
63,83
50
35,46
Classif. Em alerta.(de 1 a 3,9)
Alto Risco (igual ou maior 3,9)
1
0,71
IIP(%)
Sem informação
Q1(+/+) alta receptividade
36
25,53
Q2(-/-) baixa receptividade
50
35,46
Box Map Q3(+/-) intermediária
20
14,18
IIP
receptividade
Q4(-/+) intermediária
35
24,82
receptividade
Federais
32
22,70
Estaduais
100
70,92
Rodovias
Sem rede viária estadual ou
9
6,38
federal
2008
(%)
2009
(%)
71
66
4
32
50,35
46,81
2,84
22,70
71
66
4
13
50,35
46,81
2,84
9,22
808
42,18
3
12492
349,03
1e2
91
20
64,54
14,18
35
15
24,82
10,64
30
17
85
14
21,28
12,06
60,28
9,93
91
24
53
21
64,54
17,02
37,59
14,89
25
17,73
43
30,50
100
40
1
70,92
28,37
0,71
78
62
1
55,32
43,97
0,71
38
50
22
26,95
35,46
15,60
44
48
19
31,21
34,04
13,48
31
21,99
29
20,57
32
100
9
22,70
70,92
6,38
32
100
9
22,70
70,92
6,38
Sobre a incidência dos casos, nos municípios, 54 (38,30%) em 2007, 91 (64,54%)
em 2008 e 35 (24,82%) em 2009 foram considerados como de baixa incidência (<10
casos/10 mil habitantes). Os municípios que foram classificados como média incidência de
dengue (de 10 a 30 casos/10 mil habitantes) foram: 24 (17,02%) em 2007, 20 (14,18%) em
2008 e 15 (10,64%) em 2009. Os municípios que apresentaram alta incidência de dengue:
63 (46,68%) em 2007, 30 (21,28%) em 2008 e 91 (64,54%) em 2009, indicando possível
ocorrência de epidemia (Figura 5).
67
Ano 2007
Ano 2008
Ano 2009
Figura 5–Mapas da distribuição da Incidência de dengue nos municípios Matogrossenses,
no período de 2007 a 2009.
68
Em relação ao IIP, os municípios que não tiveram registros, 14 (9,93%) em 2007,
17 (12,06%) em 2008 e 12 (8,51%) em 2009. Os municípios com índice satisfatório foram:
76 (53,90%) em 2007, 83 (58,86%) em 2008 e 66 (46,81%) em 2009. Os municípios
classificados como situação de alerta: 50 (35,46%) em 2007, 40 (28,37%) em 2008 e 62
(43,97%) em 2009. Os municípios como situação de risco foram: 1 (0,71%) em 2007, 1
(0,71%) em 2008 e 1 (0,71%) em 2009 (Figura 6 e Tabela 10).
69
Ano2007
Ano 2008
Ano 2009
Figura 6 – Mapas da distribuição do Índice de Infestação Predial do vetor da dengue nos
municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.
Dentre os 141 municípios do Estado de Mato Grosso destaca-se os 7 (4,96%)
municípios que não apresentaram registro casos no período de 2007 a 2009 que foram:
70
Araguainha, Barão de Melgaço, Canabrava do Norte, Novo Santo Antônio, Santo Afonso,
Serra Nova Dourada e Tesouro, todos com população de pequeno porte. Destes apenas
Serra Nova Dourada e Canabrava do Norte tiveram tanto a Incidência de casos como o IIP
igual a zero. Os outros municípios que não apresentaram casos notificados, a classificação
do IIP era considerada como satisfatório (< de 1%/) com exceção de Araguainha no ano de
2007 que registrou IIP de 2,19% considerado como classificação de alerta, porém não
houve detecção de vetores nos imóveis visitados nos anos seguintes (Tabela 10).
Tabela 11 – Distribuição do IIP nos municípios com população <10.000 hab no Estado de
Mato Grosso, no período de 2007 a 2009.
2007
MUNICÍPIOS
Araguainha
Serra Nova Dourada
Novo Santo Antônio
Santo Afonso
Tesouro
Canabrava do Norte
Barão de Melgaço
Ano
2008
2009
Pop
IIP
Pop
IIP
Pop
IIP
1.117
1.349
2.110
2.855
3.109
5.337
7.619
2,19
0
0
0,64
0,59
0
0,17
1.138
1.407
2.221
2.939
3.200
5.514
7.842
0
0
0
0,51
0,33
0
0
1.122
1.454
2.331
2.942
3.210
5.567
7.849
0
0
0,05
0,18
0,2
0
0,04
Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT
Já em relação ao IIP, 9 (6,38%) municípios não identificaram a presença de vetores
nos imóveis visitados, nos anos de 2007 a 2009. Foram os seguintes municípios: Apiacás,
Bom Jesus do Araguaia, Luciara, Nova Nazaré, Porto Alegre do Norte, Rondolândia, Santa
Terezinha, Serra Nova Dourada e Canabrava do Norte. Todos esses municípios são de
pequeno porte, exceto Porto Alegre do Norte que em 2009 apresentou a população
estimada superior a 10 mil habitantes. Apesar de não haver a detecção de vetores nos
imóveis visitados, houve notificação de casos como autóctones ao local de residência
(Tabela 11).
Do total de municípios, 17 (12,06%) permaneceram como de alta incidência (> de
30 casos/10mil hab) nos três anos (Tabela11). Dos municípios de pequeno porte foram
Araguaiana, Conquista do Oeste, Gaúcha do Norte, General Carneiro, Itaúba, Nova Santa
Helena, Santa Carmem, São José do Xingu e; municípios de médio porte: Alta Floresta,
71
Aripuanã, Barra dos Garças, Colíder, Jauru, Lucas do Rio Verde, Matupá, Nova Canaã do
Norte e Pontes e Lacerda.
72
5.2 ANÁLISE ESPACIAL
Foram realizadas análises espaciais com os mapas gerados pelo Box Map e Moran
Map da estatística espacial do software Terra View 3.3.1 que calculou o Índice de Moran
de Incidência da dengue e do IIP dos 141 municípios do Estado de Mato Grosso no período
de 2007 a 2009.
Os municípios que não tiveram casos de dengue do Estado de Mato Grosso,
observa-se que de 2007 a 2009 o números de municípios foi de 21 (14,89%) para 32
(22,70%) municípios em 2008 e em 2009 apresentou uma queda acentuada para 13
(9,23%) municípios. Quanto aos municípios com IIP igual a zero foi de 14 (9,93%) em
2007, para 17 (12,06%) municípios em 2008 e voltou a cair para 12 (8,51%) municípios no
ano de 2009. O único município de que apresentou a Incidência de Dengue e IIP igual a
zero no três anos foi Canabrava do Norte.
O Índice de Moran Global da Incidência de Dengue foi igual a 0,14 (p-valor=0,01);
0,15 (p-valor=0,03) e 0,10 (p-valor = 0,11) e do Índice de Moran global da IIP foi igual a
0,24 (p-valor=0,01); 0,10 (p-valor=0,03) e 0,23 (0,01) de 2007 a 2009. Os valores
indicaram dependência espacial fraca entre os municípios e a sua vizinhança e o Índice de
Moran Global da Incidência de Dengue no ano de 2009 mostrou-se não significante com o
p-valor = 0,11.
5.2.1 Classificação das Áreas de transmissão de Dengue
5.2.1.1 Área de maior Transmissão de dengue
A caracterização dos municípios matogrossenses classificados na área de maior
transmissão da dengue Q1 (+/+), no período de 2007 e 2009 pode ser observada na Tabela
12. Esta área apresenta agrupamentos de municípios homogêneos no qual o município e os
73
seus vizinhos apresentam autocorrelação espacial positiva isto é, elevada Incidência de
Dengue do município assemelha-se à média de seus vizinhos.
Tabela 12-Caracterização da área de maior transmissão da dengue (Q1) por municípios
Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.
Cluster/á
rea
Características
2007
(%)
2008
(%)
2009
(%)
27
19,15
17
24
17,02
< 10 mil hab
13
9,22
(pequeno porte)
de 10 a 100 mil
13
9,22
N° de municípios hab (médio
porte)
igual ou maior de
1
9,22
100mil hab
(grande porte)
mínimo
23
N° de casos
máximo
1444
média
295,9
6
<10 casos (baixa
incidência)
Classificação de
de 10 a 30 casos
Incidência
(média
dengue
incidência)
(10mil hab.)
igual ou maior de
27
19,15
30 casos (alta
incidência)
<1(Satisfatório)
15
10,63
Q1(+/+) Classificação
de 1 a 3,9(alerta)
12
8,51
Incidência IIP(%)
igual ou maior
3,9 (risco)
Q1(+/+) maior
8
5,67
receptividade
Q2(-/-) menor
7
4,96
receptividade
Box Map IIP
Q3(-/+)
5
3,55
intermediária
receptividade
Q4(-/+)
7
4,96
intermediária
receptividade
Sorotipos
Den3
detectados
Federais
6
4,25
Estaduais
6
4,25
Rodovias
Sem rede viária
3
2,13
estadual ou
federal
8
12,0
6
5,67
10
7,09
9
6,38
12
8,51
2
1,42
Municípios (total
141)
n°
19
808
166,18
36
3832
710,7
1
17
12,0
6
24
17,02
14
4
9,93
2,84
5
18
1
3,55
12,77
0,71
1
0,71
14
9.93
10
7,09
1
0,71
4
2,84
5
3,55
2
1,42
4
2,84
Den3
2
9
2
Den1
e2
1,42
6,38
1,42
4
1
2,85
0,71
74
Os municípios do Estado de Mato Grosso localizados na área de maior transmissão
de dengue (Q1) foram constituídos por municípios com altas taxas de incidência de dengue
juntamente com elevada média de incidência de seus vizinhos. No ano de 2007 (Figura 7a) de 27 (19,15%) municípios, diminuiu para 17 (12,06%) municípios em 2008 (Figura 7b) e voltou a aumentar no ano de 2009 (Figura 7-c) para 24 (17,02%) municípios. Os
municípios de Barra dos Garças e Itaúba permaneceram na área de maior controle durante
o período de 2007 a 2009. Observamos no mapa do Box Map que os municípios nesta área
em 2007 formam uma interligação entre eles desde a região sudoeste para o norte
matogrossense formando uma grande área e uma outra área composta apenas por um único
município de Barra do Garças na região nordeste matogrossense (Tabela 12).
Identificou-se no ano de 2008, a concentração de municípios nas regiões
norte/nordeste Matogrossense e outra concentração de municípios entre as regiões
sudeste/nordeste Matogrossense. Em relação ao ano de 2009 a concentração de municípios
voltou a ocupar as regiões norte, centro-sul e sudoeste Matogrossense e mais a região a
nordeste Matogrossense que faz com divisa com Estado de GO e Juína, município vizinho
ao Estado de Rondônia e o município de Juruena na região do extremo norte
Matogrossense (Figura 7-b).
Os municípios de Araputanga, Campos de Júlio, Diamantino, Figueiropólis do
Oeste, Indiavaí, Ipiranga do Norte, Itanhangá, Nova Mutum, Porto Espiridião, Reserva do
Cabaçal, Rio Branco, Salto do Ceú, Sinop, Sorriso, Tangará da Serra e Tapurah no ano de
2007 estavam em agrupamentos (clusters) distintos na área de maior transmissão (Q1) e
passaram para a área de menor transmissão no ano de 2008. Em relação ano de 2009 estes
municípios voltaram para a área de maior transmissão com exceção dos municípios de
Campos de Júlio, Ipiranga do Norte, Porto Espiridião, Reserva do Cabaçal e Tapurah que
passaram a apresentar autocorrelação espacial negativa em área de transmissão
intermediária (Q4), isto é, os seus vizinhos apresentavam uma média de incidência
superior. Apenas o município de Itanhangá permaneceu na área de menor transmissão
(Figura 7).
O município de Conquista do Oeste que esteve na área de maior transmissão de
dengue em 2007 e passou para área de transmissão intermediária da dengue (Q3) em 2009,
apresentando incidência superior aos seus vizinhos. Os municípios que foram para área de
transmissão intermediária (Q4) foram Campos de Júlio, Carlinda, Claúdia, Ipiranga do
75
Norte, Nova Gaurita, Nova Santa Helena, Pontes e Lacerda, Reserva do Cabaçal e Tapurah
(Figura 7).
O número de municípios com autocorrelação espacial que foram identificados
como estatisticamente significantes dentro da área de maior transmissão, com intervalo de
confiança a 95% no ano de 2007 foram 8 (29,63%) municípios (Figura 8-a) para 6
(35,29%) municípios em 2008 (Figura 8-b) e aumentou para 7 (29,17%) municípios em
2009 (Figura 8-c). No ano de 2007 foram identificados agrupamentos de municípios com
Alta Transmissão:
•
1º Agrupamento: Claúdia, Sinop e Itaúba na região norte matogrossense,
•
2º Agrupamento: um outro agrupamento na região sudoeste formado pelos
municípios: Araputanga, Jauru, Reserva do Cabaçal e Tangará da Serra e,
•
3º agrupamento: o município de Barra dos Garças na região nordeste
matogrossense, divisa com o Estado de Goiás.
Em
2008,
observamos
agrupamentos/áreas
na
região
nordeste
matogrossense na divisa com o Estado do Pará com os municípios: Confresa, São José do
Xingu, Santa Cruz do Xingu e Vila Rica; com municípios que encontravam-se isolados
como o município de Nova Santa Helena na região norte e Torixoréu na região sudeste
matogrossense (Figura 8-b).
No ano de 2009 identificou-se agrupamento de municípios na região sudoeste
matogrossense: Araputanga, Indiavaí, São José dos Quatros Marcos e Jauru e outras áreas
com 2 municípios isolados na região sudoeste matogrossense (Tangará da Serra) e na
região norte matogrossense (Santa Rita do Trivelato)(Figura 8-c).
5.2.1.2 Área de menor transmissão de dengue
A Tabela 13 descreve a caracterização da área de menor transmissão da dengue do
Q2 (-/-) por municípios matogrossenses, no período de 2007 a 2009. Esta área apresenta
agrupamentos de municípios homogêneos no qual o município e os seus vizinhos
apresentam autocorrelação espacial positiva isto é, baixa Incidência de Dengue do
município assemelha-se à média de seus vizinhos.
76
Tabela 13-Caracterização da área de menor transmissão da dengue (Q2) por municípios
Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.
Cluster/áre
a
Q2(-/-)
Incidência
Características
Municípios
n°
(total 141)
< 10 mil hab
(pequeno porte)
N° de
de 10 a 100 mil
municípios
hab (médio porte)
igual ou maior de
100mil hab
(grande porte)
mínimo
N° de casos
máximo
média
<10 casos (baixa
Classificação de incidência)
Incidência de
de 10 a 30 casos
dengue (10mil
(média incidência)
hab.)
igual ou maior de
30 casos (alta
incidência)
<1(satisfatório)
Risco IIP(%)
de 1 a 3,9 (alerta)
Box Map (IIP)
igual ou maior 3,9
(risco)
Q1(+/+) maior
receptividade
Q2(-/-) menor
receptividade
Q3(+/-)
intermediária de
receptividade
Q4(-/+)
intermediária de
receptividade
36
28
4
(%)
48,2
3
25,5
3
19,8
6
2,84
0
856
34,40
45
13
31,9
1
9,22
10
7,09
45
31,9
1
16,3
1
23
2008
85
43
37
5
0
504
19,3
6
73
12
57
27
1
(%)
60,2
8
30,5
0
26,2
4
3,55
2009
53
27
25
1
(%)
37,5
9
19,1
5
17,7
3
0,71
0
1.632
69,08
51,7
7
8,51
27
8
19,1
5
5,67
18
12,7
6
40,4
2
19,1
5
0,71
38
26,9
5
10,6
4
21,2
8
15,6
0
9,22
9
6,38
31
6
21,9
8
4,25
15
12
8,51
30
31
22
11
21,9
8
7,80
14
9,93
20
14,1
8
8
5,67
1
0,71
Federais
Estaduais
8
35
13
42
2
9,23
29,7
9
1,42
8
28
Sem rede viária
estadual ou federal
5,67
24,8
2
1,42
5,67
19,8
6
1,42
Sorotipos
detectados
Rodovias
2007
68
13
2
2
Os municípios localizados na área de menor transmissão de dengue (Q2) com auto
correlação positiva, porém com baixa taxa de incidência de dengue e os seus municípios
77
vizinhos também, apresentaram um aumento de 68 (48,23%) municípios no ano de 2007
(Figura 7-a) para 85 (60,28%) municípios para o ano de 2008 (Figura 7-b) e em relação
ano de 2009 (Figura 7-c) diminuíram acentuadamente para 53 (37,59%) municípios.
Observou-se que no ano de 2007 para 2008 aconteceu o aumento dos municípios da área
de menor transmissão de dengue na maior parte do Estado de Mato Grosso (Tabela 13).
Desses municípios localizados na área de menor transmissão de dengue que
apresentaram autocorrelação espacial estatisticamente significante com o intervalo de
confiança de 95% foram 24 (35,29%) municípios em 2007 (Figura 8-a), para 16 (18,82%),
em 2008 (Figura 8-b) e 15 (55,56%) no ano de 2009 (Figura 8-c).
Os agrupamentos de 68 municípios (Q2) no ano de 2007, 24 (35,29%)
apresentaram autocorrelação estatisticamente significante foram na região sudeste
matogrossense: Alto Araguaia, Araguainha, Alto Garças, Guiratinga, Itiquira, Pedra Preta,
Ponte Branca, Rondonópolis, Torixoréu; na região centro-sul com os municípios: Acorizal,
Barão de Melgaço, Cuiabá, Nossa Senhora do Livramento, Rosário Oeste, Várzea Grande
e na região nordeste mato-grossense: Alto da Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia, Novo
Santo Antônio, Serra Nova Dourada, Ribeirão Cascalheira e os municípios isolados uma na
região centro-sul: Arenápolis; na região norte: Juara; na região nordeste: Luciara e Nova
Nazaré (Figura 8-a)
No ano de 2008, do total de 85 municípios Q2, 16 (18,82%) apresentaram pelo
Moran Map, a concentração na região centro-sul: Barão de Melgaço, Cáceres, Campo
Verde, Dom Aquino, Poconé, Primavera do Leste e Santo Antônio do Leverger; os
municípios isolados na região norte: Diamantino e Porto dos Gaúchos; na região centrosul: Arenápolis e Rosário Oeste; e na região sudeste: Alto Araguaia (Figura 8-b).
Em relação ao ano de 2009, de 53 municípios, 15 (28,30%) municípios
apresentaram autocorrelação estatisticamente significante estavam na região norte: Alta
Floresta, Ápiacas, Nova Monte Verde, Paranaíta; na região nordeste: Bom Jesus do
Araguaia, Confresa, Luciara, Novo Santo Antônio, Santa Terezinha, São Felix do
Araguaia, Serra Nova Dourada, Vila Rica e na região sudeste: Alto Araguaia, Alto Garças
e Araguainha (Figura 8-c).
Os municípios que permaneceram no período de 2007 a 2009, na área Q2, de menor
transmissão de dengue foram: Alto Garças, Alto Araguaia, Água Boa, Alto Taquari,
Ápiacas, Araguainha, Barão de Melgaço, Denise, Itiquira, Juara, Luciara, Nossa Senhora
do Livramento, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde, Nova Nazaré, Novo Santo
78
Antônio, Pedra Preta, Poxoréo, Ribeirão Cascalheira, Rondonópolis. Os municípios dessa
área estavam concentrados em 2007 na região centro-sul, nordeste matogrossense e, em
menor número na região norte e nordeste mato-grossense. No ano de 2008 todos os
municípios da região centro-sul mato-grossense e a maior parte dos municípios da região
norte, sudoeste, sudeste e nordeste matogrossense estavam localizados em área de menor
incidência. Em relação ao ano de 2009 os municípios estavam mais concentrados na região
centro-sul, sudeste, nordeste e norte matogrossense (Figura 7).
Os municípios que no ano de 2008 estiveram na área de menor transmissão de e no
ano de 2009 passaram para a área de maior transmissão de dengue foram: Araputanga,
Campo Novo dos Parecis, Diamantino, Juína, Juruena, Nortelândia, Nova Mutum, Nova
Ubiratã, Paranatinga, Rio Branco, Rosário Oeste, Salto do Céu, Santa Rita do Trivelato,
São José dos Quatros Marcos, Sinop, Sorriso, Tangará da Serra (Figura 7).
Os municípios que eram Q2 e passaram a apresentar autocorrelação espacial
negativa, com a Incidência maior que a média de Incidência de seus vizinhos (Q3) foram:
Arenápolis, Cáceres, Canarana, Cuiabá, Juscimeira, Matupá, Nova Brasilândia, Novo
Horizonte do Norte, Ribeirãozinho e Várzea Grande do ano de 2007 para o ano de 2009. Já
os municípios que passaram de Q2 para a área de transmissão intermediária (Q4) em 2007
para 2009: foram Acorizal, Alto Paraguai, Chapada dos Guimarães, Curvelândia,
Campinápolis, Feliz Natal, Jangada, Nobres, Nova Marilândia, Santo Afonso, Santo
Antônio do Leste (Figura 7).
5.2.1.3 Área de transmissão intermediária de dengue
Na Tabela 14, observa-se as características dos municípios Matogrossenses da área
de transmissão intermediária Q3(+/-) da dengue, no período de 2007 a 2009. Esta área
apresenta agrupamentos de municípios não homogêneos e é considerada como região de
transição entre os dois regimes espaciais entre os municípios dos quadrantes 1 e 2. Nesse
caso o município e os seus vizinhos apresentam autocorrelação espacial negativa isto é, a
79
elevada Incidência de Dengue do município difere-se da média de seus vizinhos (esses
apresentam a média incidência menor).
Tabela 14-Caracterização da área de transmissão intermediária (Q3) da dengue por
municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.
Cluster/áre
a
Q3(+/-)
Incidência
Características
Municípios
n°
(total 141)
< 10 mil hab
(pequeno porte)
N° de
de 10 a 100 mil hab
municípios
(médio porte)
igual ou maior de
100mil hab (grande
porte)
mínimo
N° de casos máximo
média
Classificação
de
Incidência
de dengue
(10mil hab)
<10 casos (baixa
incidência)
de 10 a 30 casos
(média incidência)
igual ou maior de 30
casos (alta incidência)
<1(satisfatório)
Classificação de 1 a 3,9 (alerta)
IIP(%)
igual ou maior 3,9
(risco)
Q1(+/+) maior
receptividade
Q2(-/-) menor
Box Map
receptividade
(IIP)
Q3(+/-) intermediária
de receptividade
Q4(-/+) intermediária
de receptividade
Sorotipos detectados
Federais
Estaduais
Rodovias
Sem rede viária
estadual ou federal
2007
16
(%)
11,35
2008
14
(%)
9,93
2009
21
6
4,25
6
4,25
10
(%)
14,8
9
7,09
10
7,09
8
5,67
8
5,67
3
2,13
32
757
259,8
7
10
234
91,64
34
12.492
1.222,7
1
5,67
16
11,35
14
9,93
21
8
8
5,67
5,67
8
6
5,67
4,25
10
11
14,8
9
7,09
7,80
9
6,38
6
1,42
7
4,96
2
1,42
2
1,42
6
4,25
1
0,71
3
2,13
4
2,84
4
2,84
3
2,13
4
2,84
3
4
1
2,13
2,84
0,71
2
6
1,42
4,25
3
7
2,13
4,96
Nesta área de transmissão intermediária, com autocorrelação espacial negativa
para Incidência de dengue, encontraram-se duas situações: os municípios no quadrante Q3,
isto é, municípios com a Incidência de Dengue acima da média e os seus vizinhos abaixo
80
da média, e os municípios do quadrante Q4, isto é, os municípios com Incidência de
Dengue abaixo da média e seus vizinhos acima da média.
Observa-se a ocorrência de municípios foram no ano de 2007 pertencentes à área de
maior transmissão e no ano seguinte foram para a área de transmissão intermediária e no
ano de 2009 voltaram para a área de maior transmissão de dengue (Figura 7).
Os municípios identificados na área intermediária (Q3) da Incidência de Dengue no
Box Map apresentaram aumento gradativo de 16 (11,35%) municípios em 2007 (Figura 7a) para 14 (9,93%) municípios em 2008 (Figura 7-b) e saltando para 21 (14,89%)
municípios em 2009 (Figura 7-c). Somente o município de Aripuanã esteve nos três
períodos analisados.
Os municípios localizados nessa área de transição, em 2007 que passaram a figurar
como área de maior transmissão da dengue Q1 em 2009 foram Campo Novo dos Parecis e
Nova Ubiratã. Já os municípios de Q3 passaram a figurar como de menor transmissão da
dengue Q2 foram Araguainha e Campo Verde. Os municípios que foram para área de
transmissão intermediária Q4, isto é, seus vizinhos passaram a média da incidência maior
foram Barra dos Bugres, Cotriguaçu, Gaúcha do Norte, General Carneiro e Primavera do
Leste (Figura 7).
Os municípios do Estado de Mato Grosso que foram estatisticamente significante
na autocorrelação espacial com intervalo de 95% na área de Incidência de Transmissão
Intermediária Q3 no ano de 2007 (Figura 8-a) foram 4 (13,13%) municípios subindo para 7
(28%) municípios tanto para os anos 2008 (Figura 8-b) e 2009 (Figura 8-c). Os municípios
no ano de 2007 estavam mais concentrados na região: Colíder, Nova Canaã do Norte e
Novo Mundo e na região nordeste o município de São José dos Quatros Marcos. No ano de
2008 os municípios da região nordeste Matogrossense: Peixoto de Azevedo, São Felix do
Araguaia e na região sudeste o município de Ponte Branca. No ano de 2009 os municípios
estavam localizados na região norte Matogrossense: Nova Canaã do Norte, Rondolândia,
Nova Canaã do Norte e Planalto da Serra e também na região sudoeste Matogrossense os
municípios: Lambari do Oeste, Pontes Lacerda e Reserva do Cabaçal.
Na Tabela 15 evidencia-se a caracterização da área de transmissão intermediária Q4
(-/+) da dengue por municípios Matogrossenses no período analisado. Esta área apresenta
agrupamentos de municípios não homogêneos e é considerada como região de transição
entre os dois regimes espaciais entre os municípios dos quadrantes 1 e 2. Nesse caso o
município e os seus vizinhos apresentam autocorrelação espacial negativa isto é, a baixa
81
Incidência de Dengue do município difere-se da média de seus vizinhos (esses apresentam
a média incidência maior).
Tabela 15-Caracterização da área de transmissão intermediária (Q4) da dengue por
municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.
Cluster/á
Características
2007 (%)
rea
Múnicípios (total
n°
30
21,2
141)
8
< 10 mil hab
17
12,0
(pequeno porte)
6
de 10 a 100 mil
13
9,22
N° de municípios hab (médio porte)
igual ou maior de
100mil hab
(grande porte)
mínimo
0
n° de casos
máximo
126
média
28,70
<10 casos(baixa
9
6,38
Classificação de
incidência)
Incidência de
de 10 a 30 casos
11
7,80
dengue (10mil
(média incidência)
hab)
igual ou maior de
10
7,09
30 casos (alta
incidência)
<1 (satisfatório)
22
15,6
Q4(-/+) Classificação
0
Incidência IIP(%)
de 1 a 3,9 (alerta)
7
4,96
igual ou maior 3,9
1
0,71
(risco)
Q1(+/+) alta
7
4,96
receptividade
Q2(-/-) menor
10
7,09
receptividade
Box Map (IIP)
Q3(+/-)
3
2,13
intermediária
receptividade
Q4(-/+)
10
7,09
intermediária
receptividade
Sorotipos
detectados
Federais
5
3,54
Estaduais
15
10,6
Rodovias
4
Sem rede viária
2
1,42
estadual ou federal
2008
25
(%)
17,73
2009
43
(%)
30,50
14
9,93
24
17,02
11
7,80
19
13,48
0
42
7,76
19
7
1
380
64,07
13,48
8
5,67
4,96
7
4,96
8
5,67
22
15,60
25
17,73
3
2,13
18
12,76
1
0,71
14
9,93
16
11,35
12
8,51
2
1,42
4
2,84
6
4,25
13
9,22
3
3
2,13
2,13
5
16
3,54
11,35
16
11,35
4
2,84
82
Em relação aos municípios com autocorrelação espacial negativa Q4, cujos
vizinhos apresentavam médias de Incidência de dengue superior, observa-se que o ano de
2009 (Figura 7-c) apresentou mais municípios nesta área com 43 (30,50%) contra 30
(21,28%) municípios no ano de 2007 (Figura 7-a) e 25 (17,73%) municípios em 2008
(Figura 7-b). Somente os municípios: Conilza, Castanheira, Nova Xavantina e Tabaporã
estiveram nesta área no durante todo período analisado. Na autocorrelação significante Q4
verificou-se uma oscilação entres os anos com municípios localizados na área de
transmissão intermediária (Q4) como: 25 (17,73%) em 2007 (Figura 7-a), 17 (12,06%) em
2008 (Figura 7-b) e 21 (14,89%) em 2009 (Figura 7-c). O padrão de distribuição dos
municípios da área de transmissão intermediária no ano de 2007 ficou todo concentrado na
região nordeste matogrossense.
O crescimento populacional na área de transmissão intermediária do Q4 foi maior
que os municípios de área de transmissão intermediária de dengue Q3 em todos os anos
estudados. Os municípios Q4 que foram estatisticamente significantes com intervalo de
confiança 95%, apenas 6 municípios em 2007 (Figura 8-a); 4 municípios em 2008 (Figura
8-b) e 6 municípios em 2009 (Figura 8-c).
Os municípios que apresentaram a situação de menor transmissão de dengue em
2007 depois passaram para área de transmissão intermediária (Q4) em 2008 e voltaram
para menor transmissão em 2009 foram Bom Jesus do Aragauaia, Serra Nova Dourada,
Canabrava do Norte, Guiratinga, Guarantã do Norte, Ponte Branca, Porto Alegre do Norte,
Querência, Santa Terezinha, São Felix do Araguaia (Figura 7).
Situação semelhante ocorreu com os municípios: Alto da Boa Vista, Paranaíta e
São José do Povo, porém apresentou a Incidência superior que a de seus vizinho no ano de
2008, figurando-se como Q3 da área de transmissão intermediária e Q2 em 2007 e 2009
(Figura 7).
83
Figura 7- Estratificação de áreas com transmissão da dengue pautada no resultado gráfico
de espelhamento de Moran (Box Map), nos municípios Matogrossenses, no período de
2007 a 2009.
84
Figura 8- Estratificação de áreas transmissão da incidência de dengue pautada no
resultado do índice de Moran local (Moran Map), nos municípios Matogrossenses, no
período de 2007 a 2009.
85
5.2.2 Classificação dos Municípios pelo Índice de Infestação Predial (IIP)
5.2.2.1 Área de maior receptividade pelo IIP
Os municípios identificados na área de maior receptividade pelo IIP (Q1 para IIP)
pelo Box Map apresentaram crescimento de municípios com infestação do vetor entre um
ano para outro, principalmente se compararmos o ano de 2007 para 2009. A proporção de
municípios em 2007 foi de 25,53% (36) dos municípios (Figura 9-a); 2008 com 26,95%
(38) (Figura 9-b) e no ano de 2009 com 32,20% (44) (Figura 9-c). Os municípios que
estiveram no período de 2007 a 2009 na área de maior receptividade do IIP foram Barra do
Bugres, Cáceres, Campo Verde, Cuiabá, Chapada dos Guimarães, Dom Aquino,
Figueirópolis do Oeste, Jauru, Lambari do Oeste, Lucas do Rio Verde, Mirassol do Oeste,
Nova Ubiratã, Porto Estrela, Primavera dos Leste, Rio Branco, Santa Carmem, São José do
Povo, São José dos Quatros Marcos, Sorriso e Vera.
Na área de maior receptividade para dengue os municípios que apresentaram
autocorrelação espacial estatisticamente significante com intervalo de confiança de 95%
foram em 2007, 9 (25%) municípios (Figura 10-a); em 2008 (Figura 10-b): 8 (21,05%)
municípios e em relação ano de 2009 (Figura 10-c): 16 (36,36%) municípios. No ano de
2007 a concentração dos municípios Q1 para o IIP ocorreu na região noroeste-mato
grossense: Indiavái, Jauru, Figueiropólis do Oeste, Rio Branco, Salto do Céu e presença de
municípios isolados como Castanheira e Lucas do Rio Verde.
No ano de 2008, a concentração dos municípios ocorreu na região norte de Q1
estatisticamente significante foram Nova Ubiratã, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde,
Sorriso e Vera e na região sudoeste: Lambari do Oeste e Mirassol do Oeste e o município
isolado Figueiropólis do Oeste, Jauru, Salto do Céu. No ano de 2009 apresentavam a
concentração dos municípios Q1 para IIP estatisticamente significante na região sudoeste:
Araputanga, Barra do Bugres, Figueirópolis do Oeste, Mirassol do Oeste, Rio Branco, São
José dos Quatros Marcos, na região centro-sul: Chapada dos Guimarães; na região sudeste
o município Primavera do Leste e na região norte: Castanheira, Ipiranga do Norte, Lucas
do Rio Verde, Nova Ubiratã, Santa Rita do Trivelato.
86
Os municípios que estavam na área de maior receptividade pelo IIP no ano de 2007
e passaram para área de menor receptividade pelo IIP em 2009: Aripuanã, Cotriguaçu e
Pedra Preta. Os municípios que foram para área de receptividade intermediária Q3:
Guiratinga, Pontes e Lacerda e Rondonópolis. Os municípios que foram para o Q(4):
Indiavaí, Porto Espiridião, Salto do Céu, Santo Antônio do Leverger.
5.2.2.2 Área de menor receptividade pelo IIP
Na área de menor receptividade pelo IIP identificados pelo Box Map (Figura 9)
podemos observar espalhadamente que no ano de 2007 (Figura 9-a) e formavam
agrupamentos na região norte e nordeste matogrossense, na região sudeste e centro-sul
mato-grossense e entre a região sudoeste e norte mato-grossense e que nos anos posteriores
identificamos que são municípios que rodeiam a região de divisa do Estado de Mato
Grosso (Figura 9-b e Figura 9-c). A proporção de municípios corresponde no de 2007: 50
(35,46%); 2008 com 49 (34,75%) e no ano de 2009 com 48 (34,04%). Os municípios que
estiveram nesse quadrante nos três anos estudados foram: Água Boa, Alta Floresta, Alto
Araguaia, Apiacás, Araguaiana Alto Garças, Alto Taquari, Barão de Melgaço, Bom Jesus
do Araguaia, Canabrava do Norte, Carlinda, Cocalinho, Colíder, Itiquira, Luciara, Nova
Guarita, Nova Canaã do Norte, Nova Monte Verde, Nova Santa Helena, Nova Xavantina,
Novo Mundo, Novo Santo Antonio, Poconé, Ponte Branca, Porto Alegre do Norte,
Ribeirãozinho, São Felix do Araguaia, São José do Xingu e Serra Nova Dourada.
Os municípios do Estado de Mato Grosso localizados na área de menor
receptividade com autocorrelação espacial estatisticamente significante com o intervalo de
confiança de 95% foram no ano de 2007 (Figura 10-a): 13 (26%) municípios espalhados
em 2 grupos na região nordeste mato-grossense: Alto da Boa Vista, Bom Jesus do
Araguaia, Canabrava do Norte, Luciara, Novo Santo Antônio, São José do Xingu,
Canabrava do Norte, Serra Nova Dourada, ainda nessa mesma região mas isoladamente o
município de Nova Xavantina e 3 municípios na região norte mato-grossense: Carlinda,
Colíder e Terra Nova do Norte e o município de Paranaíta. No ano de 2008 (Figura 10-b)
87
foi 10 (20,41%) municípios que estavam concentrados na região nordeste Luciara,
Canabrava do Norte, São Felix do Araguaia, Porto Alegre do Norte, Bom Jesus do
Araguaia, Serra Nova Dourada, Novo Santo Antonio e Alto da Boa Vista também Nova
Xavantina localizado mais isoladamente abaixo e na região norte Carlinda, Colíder, Terra
Nova do Norte e Paranaíta. No ano de 2008 outra concentração na região nordeste com os
municípios Canabrava do Norte, Luciara e Novo Santo Antônio e também Nova
Xavantina. Na região sul mato-grossense os municípios: Alto Garças, Araguainha, Ponte
Branca e Ribeirãozinho e na região norte matogrossense Carlinda, Nova Guarita,Colider e
ParanaítaNo ano de 2009 (Figura 10-c) foram 14 (29,17%) municípios na região norte:
Colniza, Cotriguaçu e Nova Bandeirantes e outro agrupamento com os municípios:
Carlinda, Colíder, Matupá, na região nordeste Luciara, Canabrava do norte, São Felix do
Araguaia e Nova Xavantina e na região sul Alto Araguaia, Alto Garças, Araguainha, Ponte
Branca e Ribeirãozinho.
Os municípios na área de menor receptividade pelo IIP a dengue (Q2) e passaram
para área de maior receptividade da dengue (Q1) em 2009: Alto Paraguai e Rosário Oeste.
Os municípios que foram para a área de receptividade intermediária Q(3): Alto da Boa
Vista, Arenápolis, Itaúba, Nova Lacerda, Nova Marilândia, Porto dos Gaúchos e Barra dos
Garças. Os municípios que foram para o quadrante Q(4): Conquista do Oeste, Denise,
Diamantino, Jangada, Novo São Joaquim, Santo Afonso e Santo Antônio do Leste (Figura
9).
5.2.2.3 Área de receptividade intermediária pelo IIP
Nesta área de receptividade intermediária, encontram-se duas situações: os
municípios no quadrante Q3, isto é, municípios com o IIP da dengue acima da média e os
seus vizinhos abaixo da média, e os municípios do quadrante Q4, isto é, municípios com o
IIP da dengue abaixo da média e seus vizinhos acima da média.
88
A proporção de municípios que pertenceram a área de receptividade intermediária
do Q3 foram 20 (14,18%) municípios em 2007 (Figura 9-a), no ano de 2008 (Figura 9-b)
subiram para 22 (15,60%) municípios e caiu para 19 (13,48%) municípios em 2009 (Figura
9-c). Os municípios que permaneceram no Q3 da área de receptividade intermediária nos
três anos estudados: Barra dos Garças, Canarana, Tangará da Serra e Várzea Grande.
Os municípios que estava na área de receptividade intermediária do Q3 no ano de
2007 e foram para a área de maior receptividade pelo IIP em 2009: Campo Novo dos
Parecis, Comodoro, Paranatinga, Tapurah e Vila Rica. Os municípios que estavam no Q(3)
e foram para área de menor de receptividade de dengue (Q2): Araguainha, Guarantã do
Norte, Juara, Marcelândia, Matupá, Peixoto de Azevedo e São José do Rio Claro. O
município que foi para o Q(4) Novo Horizonte do Norte (Figura 9).
Os municípios do Estado de Mato Grosso localizados na área de receptividade
intermediária da dengue do Q3 com autocorrelação espacial estatisticamente significante
com o intervalo de confiança de 95%. No ano de 2007 (Figura 10-a) não apresentou
nenhum município estatisticamente significante em relação ano de 2008 (Figura 10-b)
foram 3 (13,64%) municípios caindo para 2 (10,53%) municípios em 2009 (Figura 10-c).
Os municípios na área de receptividade intermediária do Q4 do IIP do Box Map em
2007 (Figura 9-a) foram 35 (24,82%) municípios, caindo para 31 (21,99%) municípios em
2008 (Figura 9-b) e para 29 (20,57%) municípios em 2009 (Figura 9-c). Os municípios que
estiveram no Q4 nos três períodos foram: Acorizal, Campos de Júlio, Glória do Oeste,
Nossa Senhora do Livramento, Querência, Planalto da Serra, Reserva do Cabaçal,
Rondolândia, Sapezal, União do Sul e Vale do São Domingos.
Na área de receptividade intermediária do Q4 os municípios com autocorrelação
espacial estatisticamente significante com intervalo de confiança de 95% foram 3 (8,57%)
municípios em 2007 (Figura 10-a), subindo para 7 (22,58%) municípios em 2008 (Figura
10-b) e caindo para 6 (20,69%) municípios em 2009 (Figura 10-c). Os municípios estavam
localizados um município na região nordeste mato-grossense: Santa Cruz do Xingu, outro
município na região centro-sul: Rosário Oeste. Os outros municípios estavam na região
sudoeste mato-grossense: Araputanga, Glória do Oeste, Indiavaí, Salto do Céu e Vale do
São Domingos.
Os municípios na área de receptividade intermediária da dengue do (Q4) no ano de
2007 foram para área de maior risco (Q1) em 2009: Araputanga, Brasnorte, Ipiranga do
Norte, Itanhangá, Jaciara, Juscimeira, Nova Brasilândia, Santa Cruz do Xingu, Santa Rita
89
do Trivelato e Sinop. Os municípios que foram para área de menor receptividade (Q2) em
2009: Conilza, Nova Bandeirantes, Nova Nazaré, Santa Terezinha, Torixoréu e Vila Bela
da Santissíma Trindade. O município de General Carneiro que foi para área de
receptividade intermediária de (Q4) para (Q3) (Figura 9).
90
Figura 9- Estratificação de áreas com receptividade da dengue pautada no resultado
gráfico de espelhamento de Moran (Box Map), nos municípios Matogrossenses, no período
de 2007 a 2009.
91
Figura-10- Estratificação de áreas transmissão da incidência de dengue pautada no
resultado do Índice de Moran Local (Moran Map), nos municípios Matogrossenses, no
período de 2007 a 2009.
92
5.2.3 Autocorrelação espacial de Incidência de dengue e Índice de Infestação
predial (IIP) nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.
Na tabela 16, descreve a autocorrelação especial da área de maior transmissão e
receptividade da dengue nos municípios matogrossenses durante o período analisado.
Tabela 16-Descrição da autocorrelação espacial da área de maior transmissão e
receptividade da dengue nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.
Cluster/áre
a
Características
Municípios
(total 141)
n°
< 10 mil hab
(pequeno porte)
de 10 a 100 mil
N° de
hab (médio
municípios
porte)
igual ou maior de
100mil hab
(grande porte)
mínimo
máximo
n° de casos
média
<10 casos (baixa
incidência)
Q1(+/+)
Classificação de de 10 a 30 casos(
Incidência e Incidência
média
Q1(+/+) IIP (10mil hab)
incidência)
igual ou maior de
30 casos (alta
incidência )
<1(satisfatório)
de 1 a 3,9(alerta)
Risco IIP(%)
igual ou maior
3,9 (risco)
Sorotipos detectados
Federais
Estaduais
Rodovias
Sem rede viária
estadual ou
federal
2007 (%)
200
8 (%)
2009 (%)
8 5,67
1 0,71
14 9,93
5 3,55
3 2,13
60
518
227,6
3
4 2,84
1 0,71
164
9 6,38
1 0,71
36
3.832
756,5
7
8 5,67
1 0,71
14 9,93
8 5,67
1 0,71
13 9,21
1 0,71
3 2,13
5 3,55
1 0,71
6 4,26
8 5,67
93
A distribuição espacial da área de Maior Risco (Q1(+/+) de Incidência de casos e de
Índice de Infestação Predial (IIP)), identificadas pelo Box Map, apresentaram 8 (5,67%)
municípios em 2007, 1 (0,70%) município em 2008 e 14 (9,93%) municípios em 2009. Os
municípios encontravam-se concentrados na região sudoeste, norte e nordeste
matogrossense. Os municípios Figueirópolis, Indiavaí, Jauru, Pontes e Lacerda, Porto
Espiridião e Rio Branco, São José dos Quatros Marcos, Araputanga são agrupados na
região sudoeste matogrossense. Os municípios Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Sinop e
Sorriso são os agrupados da região norte (Tabela 16).
Em 2007, os 8 municípios juntamente com seus vizinhos que apresentavam valores
positivos similares (Q1) tanto para a Incidência de casos como para o IIP, indicaram
autocorrelação espacial positiva. A média de casos por município foi de 227,63
casos/município (60 a 518 casos) e com presença de vetores nos imóveis em níveis de
estado de alerta em municípios de médio porte (3 municípios) e pequeno porte (5
municípios), cortados pelas rodovias federais ou estaduais. Em 2008, apenas o Município
de Confresa apresentou tanto a Incidência de casos como o IIP assemelhados aos seus
municípios vizinhos, com 164 casos e IIP em alerta. Já em 2009, 14 municípios
apresentaram autocorrelação espacial positiva tanto para Incidência de casos como IIP,
média de casos por municípios de 756,57 (36 a 3.832 casos), no qual 13 municípios com
IIP em alerta e o município de São José dos Quatros Marcos com IIP em risco, isto é,
acima de 3,9%. Os municípios Figueiropólis, Jauru, Rio Branco e Sorriso estiveram nessa
área em 2007 e em 2009 (Tabela 16).
Na tabela 17 descreve-se a autocorrelação espacial da área de menor transmissão da
dengue e a receptividade da dengue por municípios matogrossenses, no período de 2007 a
2009.
94
Tabela 17-Autocorrelação espacial da área de menor transmissão e receptividade da
dengue por municípios matogrossenses, no período de 2007 a 2009.
Cluster/áre
a
Características
Municípios
n°
(total 141)
< 10 mil hab
(pequeno porte)
N° de
de 10 a 100 mil
municípios
hab (médio porte)
igual ou maior de
100mil hab
(grande porte)
mínimo
N° de casos
máximo
média
<10 casos (baixa
incidência)
de 10 a 30 casos
Classificação
de
(média
Q2(-/-)
incidência)
Incidência e Incidência
(10mil
hab)
igual ou maior de
Q2(-/-) IIP
30 casos (alta
incidência)
<1(satisfatório)
Classificação
IIP(%)
de 1 a 3,9(alerta)
igual ou maior
3,9(risco)
Sorotipos detectados
Federais
Estaduais
Rodovias
Sem rede viária
estadual ou
federal
2007
31
22
9
0
71
5,61
26
(%)
21,9
8
15,6
0
6,38
2
18,4
4
1,42
2
1,42
31
21,9
8
7
24
4,96
17,0
2
2008
22
(%)
15,60
2009
29
13
9,22
17
9
6,38
12
0
35
3,68
21
14,89
1
0,71
(%)
20,5
7
12,0
6
8,51
0
245
33,51
20
14,1
8
3
2,13
6
4,25
22
15,60
29
20,5
7
5
17
3,55%
12,06%
6
23
4,26
18,4
4
Na área de menor transmissão e receptividade (Q2(-/-) de Incidência de casos e de
IIP, identificadas pelo Box Map, apresentaram 31 (21,98%) municípios em 2007, 22
(15,60%) municípios em 2008 e 29 (20,57%) municípios em 2009. Esses municípios com
autocorrelação espacial positiva, cujos valores de Incidência de dengue e de IIP são
similares verificados nos seus vizinhos, o padrão de homogeneidade entre municípios
identifica como área de menor risco (Tabela 17).
95
Nessa área, os municípios estavam distribuídos em 2007 com 22 (15,60%),
15(10,63%) em 2008 e 17 (12,06%) em 2009 de municípios de pequeno porte. Os
municípios com a população de médio porte foram no ano de 2007 com 9 (6,38%)
municípios em 2008 com 6 (4,25%) municípios em 2009 com 11 (7,80%) municípios. Os
municípios que permaneceram nos três períodos foram: Água Boa, Alto Araguaia, Alto
Garças, Alto Taquari, Ápiacas, Barão de Melgaço, Itiquira, Luciara, Nova Monte Verde e
Novo Santo Antônio. Verificou-se que no ano de 2007 a média de casos da dengue foi 5,61
casos, em 2008 com 2,09 casos e 33,32 casos em 2009 (Tabela 17).
Apesar do predomínio de municípios de baixa transmissão com menos de 10
casos/10 mil hab. que foram: 26 (18,44%) em 2007, 21 (14,89%) em 2008 e 20 (14,18%)
em 2009, destaca-se a presença de municípios de média transmissão com 10 a 30 casos: 3
(2,13%) em 2007 e 2 (1,42%) em 2009 e municípios de alta tranmsissão com igual ou
maior de 30 casos: no ano de 2007 com 2 (1,42%) e 6 (4,25%) em 2009. Quanto aos à
infestação vetorial todos apresentaram situação de satisfatório: 31 (21,98%) em 2007, 21
(14,89%) em 2008 e 28 (19,86%) em 2009 (Tabela 17).
Na tabela 18, demonstrou-se a descrição da autocorrelação espacial da área de
vulnerabilidade espacial intermediária do Q3 (+/-) nos municípios Matogrossenses, no
período de 2007 a 2009.
96
Tabela 18-Descrição da autocorrelação espacial da área de vulnerabilidade espacial
intermediária (Q3) nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.
Cluster/áre
a
Características
Municípios
n°
(total 141)
< 10 mil hab
(pequeno porte)
de 10 a 100 mil hab
N° de
(médio porte)
municípios
igual ou maior de
100mil hab (grande
porte)
mínimo
máximo
N° de casos
média
<10 casos (baixa
incidência)
Q3(+/-)
Classificação de 10 a 30 casos
Incidência e de Incidência (média incidência)
Q3(+/-) IIP (10mil hab)
igual ou maior de
30 casos (alta
incidência)
<1 (satisfatório)
de 1 a 3,9 (alerta)
Classificação
igual ou maior 3,9
IIP(%)
(risco)
sem informação
Sorotipos detectados
Federais
Estaduais
Rodovias
Sem rede viária
estadual ou federal
2007
1
1
(%)
0,71
0,71
2008
3
(%)
2,13
2009
4
(%)
2,84
1
0,71
2
1,42
2
1,42
1
0,71
1
0,71
105
176
134,3
3
757
106
3841
1108,
5
1
0,71
3
2,13
4
2,84
1
0,71
1
2
0,71
1,42
4
2,84
1,42
0,71
1
1
3
0,71
0,71
2,13
1
0,71
2
1
Na tabela 19 observa-se a descrição da autocorrelação espacial dos municípios
matogrossenses que estavam na área da vulnerabilidade espacial intermediária Q4(-/+), no
período de 2007 a 2009.
97
Tabela 19 - Descrição da autocorrelação espacial da área de vulnerabilidade espacial
intermediária (Q4) nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.
Características
Municípios
n°
(total 141)
< 10 mil hab
(pequeno porte)
de 10 a 100 mil hab
N° de
(médio porte)
municípios
igual ou maior de
100mil hab (grande
porte)
mínimo
N° de casos máximo
média
<10 casos (baixa
incidência)
Q4(-/+)
Classificação de 10 a 30 casos
Incidência e de Incidência (média incidência)
Q4(-/+) IIP
(10mil hab) igual ou maior de
30 casos (alta
incidência)
<1(satisfatório)
Classificação de 1 a 3,9 (alerta)
IIP(%)
igual ou maior 3,9
(risco)
Sorotipos detectados
Federais
Estaduais
Rodovias
Sem rede viária
estadual ou federal
Cluster/áre
a
2007
10
(%)
7,09
2008
6
(%)
4,25
2009
13
(%)
9,22
6
4,25
4
2,84
11
7,80
4
2,84
2
1,42
2
1,42
0
82
20,2
2
1,42
0
17
8,83
4
2,84
0
181
33,23
3
2,13
6
4,25
2
1,42
1
0,71
2
1,42
10
7,09
10
7,09
6
4,25
13
9,22
2
8
1,42
5,67
2
4
1,42
2,84
2
11
1,42
7,80
Na área de Vulnerabilidade espacial intermediária, foram observadas duas
situações: os municípios localizados no Q3 (os municípios com a Incidência de dengue e o
IIP acima da média e seus vizinhos abaixo da média) e os municípios localizados no Q4
(municípios com a Incidência de dengue e o IIP abaixo da média e seus vizinhos acima da
média). Esses municípios apresentaram autocorrelação espacial negativa, onde a Incidência
de dengue e o IIP dos municípios não se assemelham à média de seus vizinhos.
Dos municípios de Vunerabilidade espacial (Q3 = os municípios com a Incidência
de dengue e o IIP acima da média e seus vizinhos abaixo da média) a área em 2007 foi
composto por 1 (0,71%) em 2008, 3 (2,13%) e em 2009 com 4 (2,84%) municípios e com
98
Incidência superior a 30 casos/10 mil hab e as médias de casos por município de 757,
134,33 (105 a 176) e 1.108,5 (de 106 a 3.841) em 2007, 2008 e 2009 respectivamente.
Apenas 1 (0,71%) município em 2008 e 2 (1,42%) municípios em 2009 contavam com a
população de pequeno porte. Dentre os municípios com a população de médio porte foram
1 (0,71%) município em 2007, 2 (1,42%) municípios em 2008 e 1 (0,71%) município em
2009. Somente o ano de 2009 apresentou 1 (0,71%) município com a população de grande
porte. O sorotipo circulante DEN-1 e 2 foi identificado somente em um município (Várzea
Grande) no ano de 2009. Em relação ao IIP os municípios que apresentaram situação de
satisfatório foi 1 (0,71%) em 2007 e 2008. Os municípios que apresentaram com situação
de risco em 2008 foram 2 (1,42%) e em 2009 foram 4 (2,84%)(Tabela19).
Dos municípios de Vunerabilidade espacial (Q4= os municípios com a Incidência
de dengue e o IIP abaixo da média e seus vizinhos acima da média) houve diminuição de
municípios de 10 (7,09%) em 2007 para 6 (4,25%) municípios em 2008 e aumentou para
13 (9,22%) municípios em 2009. A média dos casos da dengue nessa área foi de 20,2 casos
(0 a 82), 8,83 casos (0 a 17) e 33,23 casos (0 a 161), respectivamente em 2007, 2008 e
2009. Na classificação da incidência de dengue os municípios com baixa transmissão de
dengue: 2 (1,42%) em 2007, 4 (2,84%) em 2008 e 3 (2,13%) em 2009; na média
transmissão de dengue: 6 (4,25%) em 2007, 2 (1,42%) em 2008 e 1 (0,71%) em 2009. Os
municípios na alta transmissão de dengue: 2 (1,42%) em 2007 e 10 (7,09%) em 2009.
Apresentaram a população de pequeno porte: 6 (4,25%) municípios em 2007, 4(2,84%)
municípios em 2008 e 11 (7,80%) municípios em 2009; população de médio porte foram: 4
(2,84%) municípios em 2007, 2 (1,42%) municípios em 2008 e 2009 (Tabela 19).
5.2.4 Análise da autocorrelação espacial da incidência de dengue, segundo a
classificação do Índice de Infestação Predial
Classificação de IIP<1% (satisfatório)
Na tabela 20, observa-se a descrição da autocorrelação espacial dos municípios da
área de maior transmissão da dengue (Q1), de acordo com a classificação do IIP com
situação de satisfatório nos municípios matogrossenses, no período de 2007 a 2009.
99
Tabela 20-Descrição da autocorrelação espacial da área de maior transmissão da dengue,
segundo a classificação do IIP como satisfatório nos municípios Matogrossenses, no
período de 2007 a 2009.
Cluster/ár
ea
Características
Múnicípios
(total 141)
n°
2007
n
15
< 10 mil hab (pequeno
8
porte)
de 10 a 100 mil hab
6
N° de
(médio porte)
municípios
igual ou maior de
1
100mil hab (grande
porte)
mínimo
60
1444
n° de casos máximo
média
318,13
<10 casos (baixa
incidência)
Classificaçã
o de
de 10 a 30 casos (média
1
Incidência
incidência)
(10mil hab)
igual ou maior de 30
14
Q1(+/+)
casos( alta incidência)
Incidência
<1 (satisfatório)
15
de 1 a 3,9 (alerta)
Classificaçã
o IIP(%)
igual ou maior 3,9
(risco)
Q1(+/+) alta
receptividade
Q2(-/-) baixa
7
receptividade
Box Map
Q3(+/-) intermediária
3
IIP
receptividade
Q4(-/+) intermediária
5
receptividade
Sorotipos detectados
Rodovias
Federais
Estaduais
Sem rede viária
estadual ou federal
1
6
6
3
2008
2009
(%)
10,63
n
13
%
9,22
n
5
%
3,55
5,67
8
5,67
4
2,84
4,25
5
3,54
1
0,71
0,71
19
320
108,54
132
605
257,8
0,71
3
2,13
9,93
10
7,09
5
3,55
10,63
13
9,22
5
3,55
4,96
10
7,09
1
0,71
2,13
1
0,71
3,54
2
1,42
4
2,84
0,71
4,25
4,25
2,13
2
9
2
1,42
6,38
1,42
4
1
2,85
0,71
Na área de maior transmissão da dengue em relação à situação do IIP com < 1%
considerados como satisfatório, observou-se (Tabela 20) que nos municípios com
população de menor porte: 8 (5,67%) municípios em 2007, 8 (5,67%) municípios em 2008
e 4 (2,84%) municípios em 2009. Com a população de médio porte foram 6 (4,25%)
municípios em 2007, 5 (3,54%) municípios em 2008 e somente 1 (0,71%) município em
2009. Somente 1 (0,71%) município com a população grande porte (Tabela 20).
100
Dos 141 municípios do Estado de Mato Grosso com IIP <1% que estavam na área
de alta transmissão da dengue foram 15 (10,63%) municípios no ano de 2007, 13 (9,22%)
municípios em 2008 e 5 (3,55%) municípios em 2009. As médias dos casos por município
foram de 314,8 (2007); 108,54 (2008) e 257,8 (2009) (Tabela 20).
Na classificação de incidência de dengue em relação ao IIP, observamos os
municípios considerados de média incidência de dengue com 1 (0,71%) município em
2007 e 2008 com 3 (2,13%) municípios comparando-se com os município que
apresentaram-se na alta incidência de dengue: 14 (9,93%) municípios em 2007, 10 (7,09%)
municípios em 2008 e 5 (3,55%) municípios em 2009 (Tabela 20).
Outro ponto analisado foi em relação à autocorrelação espacial do Box Map e os
IIP com satisfatórios. No período de 2007 não ocorreu municípios no quadrante 1 (+/+), no
quadrante 2 (-/-) apresentaram 7 (4,96%) municípios, no quadrante 3 (+/-) 3 (2,13%)
municípios e no quadrante 4 (-/+) foram 5 (3,54%) municípios. No ano de 2008 o
quandrante 1(+/+) não apresentou município, o quadrante 2 (-/-) foram 10 (7,09%)
municípios, o quadrante 3 (+/-) com 1 (0,71%) município e no quadrante 4 (-/+) com 2
(1,42%) municípios. No ano de 2009 o quadrante 1 (+/+) e 3 (-/+) não apresentaram
municípios, o quadrante 2 (-/-) com 1 (0,71%) município e quadrante 4 (-/+) com 4
(4,81%) municípios (Tabela 20).
A Tabela 21 apresenta a autocorrelação espacial da área de menor transmissão da
dengue, segundo a classificação do IIP como satisfatório nos municípios Matogrossenses,
no período de 2007 a 2009.
101
Tabela 21- Descrição da autocorrelação espacial da área de menor transmissão da dengue,
segundo a classificação do IIP como satisfatório nos municípios Matogrossenses, no
período de 2007 a 2009.
Área
Características
Múnicípios
(total 141)
n°
2007
n
(%)
45 31,95
2008
n
(%)
57 40,42
2009
n
(%)
38
26,95
< 10 mil hab
31 21,98 32 22,70
21
(pequeno porte)
de 10 a 100 mil hab
14
9,92
24 17,01
17
N° de
(médio porte)
municípios
igual ou maior de
1
0,71
100mil hab (grande
porte)
mínimo
0
0
0
máximo
71
66
245
n° de casos
média
6,18
8,21
38,42
<10 casos (baixa
4
2,84
49 34,71
22
incidência)
de 10 a 30 casos
3
2,13
8
5,67
4
Classificação de (média incidência)
Incidência
igual ou maior de 30 38 26,95
12
(10mil hab)
casos (alta
Q2(-/-)
incidência)
Incidência
<1 (satisfatório)
45 31,95 57 40,42
38
Classificação
de 1 a 3,9 (alerta)
IIP(%)
igual ou maior 3,9
(risco)
Q1(+/+) maior
9
6,38
receptividade
Q2(-/-) menor
31 21,98 23 16,31
30
receptividade
Q3(+/-)
5
3,54
intermediária
Box Map (IIP)
receptividade
Q4(-/+)
14
9,93
20 14,18
8
intermediária
receptividade
Sorotipos detectados
1
0,71
Federais
8
5,67
13
9,23
8
Estaduais
35 24,82 42 29,79
28
Rodovias
Sem rede viária
2
1,42
2
1,42
2
estadual ou federal
14,89
12,06
15,60
2,84
8,51
26,95
21,28
5,67
5,67
19,86
1,42
Nos municípios da área de baixa transmissão da dengue e em relação à
classificação do IIP como satisfatório, observou-se que foi à área com maior concentração
102
de municípios em 2007 com 45 (31,91%) municípios, no ano de 2008 com 57 (40,42%)
municípios e em 2009 foram 38 (26,95%) municípios. A média de casos por municípios
foram 6,18 (2007), 8,21 (2008) e 38,42 (2009) (Tabela 21).
Na distribuição quanto à população pequeno porte: 31 (21,98%) municípios em
2007, 32 (22,70%) municípios em 2008 e 21 (14,89%) municípios em 2009. Com a
população de médio porte foram 14 (9,92%) municípios em 2007, 24 (17,01%) municípios
em 2008 e 17 (12,06%) municípios em 2009. Os municípios de grande porte: 1 (0,71%)
município em 2007 e 2008.
Na classificação da incidência os municípios na área de baixa incidência foram 4
(2,84%) municípios em 2007, 49 (34,71%) municípios em 2008 e 22 (15,60%) municípios
em 2009. Os municípios considerados com média incidência (de 10 a 30 casos por 10.000
hab) também apresentaram essa diminuição: 3 (2,13%) municípios em 2007, 8 (5,67%)
municípios em 2008 e 4 (2,84%) municípios em 2009. Somente os anos de 2007 com 38
(26,95%) e 2009 com 12 (8,51%) apresentaram os municípios com alta incidência de
dengue.
Dos municípios localizados no Box Map da autocorrelação espacial do IIP, durante
o período de 2007 no quadrante 2 (-/-) encontrou-se 31 (21,98%) municípios e no
quadrante 4 (-/+) com 14 (9,93%) municípios. No ano de 2008 foram 9 (6,38%)
municípios no quadrante 1 (+/+), 23 (16,31%) municípios no quadrante 2 (-/-) e 5 (3,54%)
municípios no quadrante 3 (+/-) e 20 (14,18%) municípios no quadrante 4 (-/+). No ano de
2009 no quadrante 2 (-/-) com 30 (21,28%) municípios e 8 (5,67%) municípios no
quadrante 4 (-/+).
Na Tabela 22 observa-se as características dos municípios da área de transmissão
intermediária da dengue Q3 (+/-) que apresentaram o IIP menor de 1% nos municípios
Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.
103
Tabela 22- Características dos municípios da área de transmissão intermediária da dengue
(Q3) com IIP menor de 1% nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.
Área
Características
Municípios
(total 141)
2007
n°
< 10 mil hab (pequeno
porte)
N° de
de 10 a 100 mil hab
municípios
(médio porte)
igual ou maior de
100mil hab (grande
porte)
mínimo
máximo
n° de casos
média
<10 casos (baixa
Classificação
incidência)
de Incidência
de 10 a 30 casos (média
(10mil hab)
incidência)
igual ou maior de 30
casos (alta incidência)
<1(satisfatório)
Q3(+/-)
Incidência Classificação de 1 a 3,9(alerta)
igual ou maior 3,9
IIP(%)
(risco)
sem informação
Q1(+/+) alta
receptividade
Q2(-/--) baixa
Box Map
receptividade
(IIP)
Q3(+/-) intermediária
receptividade
Q4(-/+) intermediária
receptividade
Sorotipos detectados
Federais
Estaduais
Rodovias
Sem rede viária
estadual ou federal
2008
2009
n
(%)
n
(%) n
(%)
8
5,67
8
5,67 10
7,09
5
3,54
4
2,84 6
4,25
3
2,13
4
2,84 4
2,84
38
657
204,38
10
176
87,5
34
1475
465,6
8
5,67
8
5,67 10
7,09
8
5,67
8
5,67 10
7,09
1
0,71
2
1,42
2
1,42
2
1,42 6
1
0,71
1
0,71
4
2,84
3
2,13 4
2,84
3
4
2,13
2,84
2
6
1,42 3
4,25 7
2,13
4,96
1
0,71
4,25
Nos municípios localizados na área intermediária do Q3 considerando ao número
de habitantes com a população de pequeno porte observou-se que: 5 (3,54%) municípios
em 2007, 4 (2,84%) municípios em 2008 e 6 (4,25%) municípios em 2009 e a população
de médio porte: 3 (2,13%) municípios em 2007, 4 (2,84%) municípios em 2008 e também
em 2009 (Tabela 22).
104
Os municípios na área intermediária Q3 foram distribuídos no ano de 2007 e 2008
com 8 (5,67%) municípios e no ano de 2009 com 10 (7,09%) municípios. A média dos
casos por municípios em 2007 com 204,38, no ano de 2008 com 87,5 e em relação ano de
2009 foi de 465,6 que também apresentou a maior média de casos por municípios em
relação aos outros quadrantes em relação ao período de 2007 a 2009 e comparação com os
próprios quadrantes no ano de 2009 (Tabela 22).
Houve também quanto à classificação da incidência da dengue, no qual todos os
municípios foram classificados com média incidência de dengue: 8 (5,67%) municípios em
2007 e 2008 e 10 (7,09%) municípios em 2009 (Tabela 22).
Na autocorrelação espacial do Box Map do IIP os municípios foram classificados
no de 2007: 1 (0,71%) no quadrante 1 (+/+); 2 (1,42%) no quadrante 2 (-/-); 1 (0,71%) no
quadrante 3 (+/-) e 4 (2,84%) no quadrante 4 (-/+). No ano de 2008: 2 (1,42%) no
quadrante 1 (+/+) e no quadrante 2 (-/-); 1 (0,71%) no quadrante 3 (+/-) e 3 (2,13%) no
quadrante 4 (-/+). No ano de 2009: 6 (4,25%) no quadrante 2 (-/-) e 4 (2,84%) no
quadrante 4 (-/+) (Tabela 22).
Na tabela 23, descreve as características dos municípios da área de transmissão
intermediária da dengue (Q4) com IIP satisfatório nos municípios Matogrossenses, no
período de 2007 a 2009.
105
Tabela 23- Características dos municípios da área de transmissão intermediária da dengue
(Q4) com IIP satisfatório nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.
Área
Características
2007
Municípios
n°
n
(%)
(total 141)
< 10 mil hab
22
15,60
(pequeno porte)
de 10 a 100 mil
12
8,51
N° de
hab (médio porte)
municípios
igual ou maior de
10
7,09
100mil hab
(grande porte)
mínimo
0
n° de casos
máximo
82
média
23,36
<10 casos (baixa
8
5,67
incidência)
Classificação de 10 a 30 casos
9
6,38
de Incidência (média incidência)
(10mil hab)
igual ou maior de
5
3,54
30 casos (alta
incidência)
<1(satisfatório)
22
15,60
Q4(-/+) Classificação
Incidência IIP(%)
de 1 a 3,9 (alerta)
igual ou maior 3,9
(risco)
Q1(+/+) alta
1
0,71
receptividade
Q2(-/-) baixa
10
7,09
Box Map
receptividade
(IIP)
Q3(+/-)
1
0,71
intermediária
receptividade
Q4(-/+)
10
7,09
intermediária
receptividade
Sorotipos detectados
Federais
5
3,54
Estaduais
15
10,64
Rodovias
Sem rede viária
2
1,42
estadual ou
federal
.
2008
n
(%)
2009
n
(%)
22
25
17,73
14
15,6
0
9,92
14
9,92
8
5,67
11
7,80
0
37
5,32
17
5
0
228
53,24
12,5
5
6
3,54
4
3,54
2,84
16
11,35
22
15,6
0
25
17,73
16
11,3
5
12
8,51
6
4,25
13
3
3
16
2,13
2,13
11,3
5
9,22
5
16
4
3,54
11,35
2,84
106
Na área intermediária do Q4 foram identificados: 22 (15,60%) municípios em 2007
e também em 2008 e 25 (17,73%) municípios em 2009. A média de casos em 2007 foi de
23,36 e em 2008 com 5,32 e em relação ano de 2009 com 53,24 (Tabela 23).
Ao analisamos os números de municípios com a população pequeno porte no ano
de 2007 foram 12 (8,51%) municípios e em relação ao ano de 2008 e também de 2009 com
14 (9,92%) municípios. Os municípios que apresentaram a população com médio porte no
ano de 2007 foram 10 (7,09%) e em 2008 com 8 (5,67%) e em 2009 com 11 (7,80%).
A classificação da incidência de dengue os municípios que apresentaram baixa
incidência de dengue foram 8 (5,67%) em 2007, 17 (12,56%) em 2008 e 5 (3,54%) em
2009. Os municípios na média incidência dengue foram 9 (6,38%) em 2007, 5 (3,55%) em
2008 e 4 (2,84%) em 2009. Os municípios com alta incidência de dengue foram 5 (3,54%)
em 2007 e 16 (11,35%) em 2009 (Tabela 23).
Na auto correlação espacial do IIP no ano de 2007: 1 (0,71%) município no Q1 e no
Q3, 2 (1,42%) municípios no Q2 e 4 (2,84%) município no Q4. No ano de 2008: 16
(11,35%) municípios no Q2 e 6 (4,25%) municípios no Q4. No ano de 2009 foram 12
(8,51%) municípios no Q2 e 13 (9,22%) municípios no Q3 (Tabela 23).
107
Situação do Índice de Infestação com situação de alerta
Na tabela 24, retrata as características dos municípios matogrossenses da área de
maior transmissão da dengue que estavam em situação de alerta pelo IIP, no período de
2007 a 2009.
Tabela 24- Características dos municípios da área de maior transmissão da dengue em
situação de alerta pelo IIP com nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a
2009.
Áreas
Características
2007
2008
Municípios
n°
n
(%)
n
(%)
(total 141)
< 10 mil hab
13
9,22
4
2,84
(pequeno porte)
de 10 a 100 mil hab
5
3,54
N° de
(médio porte)
municípios
igual ou maior de
8
5,67
4
2,84
100mil hab (grande
porte)
mínimo
58
96
711
808
N° de casos máximo
média
247,62
353,5
<10 casos (baixa
incidência)
Classificaçã
de 10 a 30 casos
o de
(média incidência)
Incidência
igual ou maior de 30
13
9,22
4
2,84
(10mil hab)
casos (alta
incidência)
Q1(+/+)
<1 (satisfatório)
Incidên
Classificaçã de 1 a 3,9 (alerta)
13
9,22
4
cia
o IIP(%)
igual ou maior 3,9
(risco)
Q1(+/+) alta
9
6,38
1
0,71
receptividade
Q2(-/-) baixa
receptividade
Box Map
Q3(+/-)
4
2,84
3
2,13
IIP
intermediária
receptividade
Q4(-/+)
intermediária
receptividade
Sorotipos detectados
Federais
3
2,13
3
2,13
Estaduais
10
7,09
1
0,71
Rodovias
Sem rede viária
estadual ou federal
2009
n
(%)
19
13,48
2
1,42
17
12,56
36
3832
829,89
19
13,48
18
1
12,77
0,71
16
11,35
3
2,13
2
7
10
1,42
4,96
7,09
108
Nos municípios localizados na área considerada de maior transmissão da dengue e a
relação com índice de infestação predial observou-se (tabela 25) que estavam distribuídos,
municípios com pequeno porte: 5 (3,54%) em 2007 e 2 (1,42%) municípios em 2009,
municípios com médio porte: 8 (5,67%) em 2007, 4 (2,84%) em 2008 e 17 (12,56%) em
2009 (Tabela 24).
Nessa área de maior transmissão da dengue os municípios estavam distribuídos: 13
(9,22%) municípios em 2007; 4 (2,84%) municípios em 2008 e 19 (13,48%) municípios
em 2009 e apresentaram aumento na média de números de casos por municípios como
247,62 (2007), 353,5 (2008) e 829,89 (2009).
Na classificação da incidência de dengue durante o período de 2007 a 2009 todos os
municípios estavam na alta incidência de dengue 13 (9,22%) em 2007, 4 (2,84%) em 2008
e 19 (13,48%) em 2009 (Tabela 24).
Na autocorrelação espacial do Box Map do IIP os quadrantes durante o período de
2007 a 2009 ficaram no Q1 e Q3. No ano de 2007: 9 (6,38%) municípios no Q1 e 4
(2,84%) municípios no Q2. No ano de 2008: 1 (0,71%) município no Q2 e 3 (2,13%)
municípios no Q3. No ano de 2009: 16 (11,35%) municípios no Q2 e 3 (2,13%) municípios
no Q3 (Tabela 24).
Na tabela 25, descrevem-se as características dos municípios matogrossenses da
área de Menor transmissão da dengue que foram considerados com situação de alerta pelo
IIP, no período de 2007 a 2009.
109
Tabela 25- Características dos municípios da área de Menor transmissão da dengue em
situação de alerta pelo IIP com nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a
2009.
Áreas
Características
Municípios
(total 141)
n°
2007
2008
2009
n
(%)
n
(%)
n
(%)
23
16,31
27
19,1
15
10,64
3,54
10
7,09
6
4,25
10,63
14
9,93
9
6,38
2,13
3
2,13
5,67
43,63
14
9,93
146,73
5
3,54
5,67
7
4,96
4
2,84
4,96
6
4,25
6
4,25
16,31
3
1
2,13
0,71
15
10,64
8,51
19
13,48
9
6,38
7,80
8
5,67
6
4,25
0,71 1
4,96
4
14,18
9
2
0,71
2,84
6,38
1,42
< 10 mil hab
5
(pequeno porte)
de 10 a 100 mil hab
15
N° de
(médio porte)
municípios
igual ou maior de
3
100mil hab (grande
porte)
mínimo
0
N° de casos
máximo
856
média
89,61
<10 casos (baixa
8
incidência)
Classificação de 10 a 30 casos
8
de Incidência (média incidência)
(10mil hab)
igual ou maior de 30
7
casos (alta
Q2(-/-)
incidência)
Incidên
<1 (satisfatório)
cia
Classsificaçã de 1 a 3,9 (alerta)
23
o IIP(%)
igual ou maior 3,9
(risco)
Q1(+/+) alta
12
receptividade
Q2(-/-) baixa
receptividade
Box Map
Q3(+/-)
11
(IIP)
intermediária
receptividade
Q4(-/+)
intermediária
receptividade
Sorotipos detectados
Federais
9
Estaduais
14
Rodovias
Sem rede viária
estadual ou federal
1
6,38
9,93
7
20
Na área de menor transmissão da dengue os municípios estavam distribuídos
quanto à população de pequeno porte: 5 (3,54%) municípios em 2007, 10 (7,09%)
110
municípios em 2008 e 6 (4,25%) municípios em 2009. Com a população de médio porte
foram 15 (10,63%) municípios em 2007, 14 (9,93%) municípios em 2008 e 9 (6,38%)
municípios em 2009. Os municípios com grande porte: 3 (2,13%) município em 2007 e
2008 (Tabela 25).
Os municípios considerados área de menor transmissão da dengue apresentaram 23
(16,31%) municípios em 2007, 27 (19,1%) municípios em 2008 e 15 (10,64%) municípios
em 2009. A média dos casos por municípios foram: 89,61 (2007), 43,63 (2008) e 146,73
(2009). Na classificação da incidência de dengue a distribuição dos municípios ocorreu da
seguinte forma na área de baixa incidência: 8 (5,67%) municípios em 2007, 14 (9,93%)
municípios em 2008 e 5 (3,54%) municípios em 2009. Os municípios considerados com
média incidência foram: 8 (5,67%) municípios em 2007, 7 (4,96%) municípios em 2008 e
4 (2,84%) municípios em 2009. Os municípios que apresentaram com alta incidência de
dengue foram: 7 (4,96%) municípios em 2007, 6 (4,25%) municípios em 2008 e 6 (4,25%)
municípios em 2009 (Tabela 25).
Dos municípios na área de menor transmissão da dengue e em relação à
classificação do IIP com situação de alerta. No quadrante 1 (+/+) em 2007 estavam 23
(16,31%), no ano de 2008 foram 27 (19,1%) e em relação ano de 2009 foram 15 (10,64%).
A autocorrelação espacial do IIP durante o período de 2007 apontou-se no
quadrante 1 (+/+) com 12 (8,51%) municípios e o quadrante 3 (+/-) com 11 (7,80%)
municípios. No ano de 2008 foram 19 (13,48%) municípios no quadrante 1 (+/+) e 8
(5,67%) municípios no quadrante 3 (+/-). No ano de 2009 somente o quadrante 1 (+/+)
com 16 (11,35%) municípios e 6 (4,25%) municípios no quadrante 3 (+/-) (Tabela 25).
Na tabela 26, descreve-se as características dos municípios matogrossenses da área
de transmissão intermediária Q3(+/-) da dengue que foram considerados com situação de
alerta pelo IIP, no período de 2007 a 2009.
111
Tabela 26- Características dos municípios da área intermediária (Q3) de transmissão da
dengue em situação de risco pelo IIP com nos municípios Matogrossenses, no período de
2007 a 2009.
Área
Características
Municípios
(total 141)
N° de
municípios
N° de casos
n°
< 10 mil hab
(pequeno porte)
de 10 a 100 mil hab
(médio porte)
igual ou maior de 100
mil hab (grande porte)
mínimo
máximo
2007
n
(%)
8
5,67
2008
n
(%)
6
4,25
2009
n
(%)
11 7,80
1
0,71
2
1,42
4
2,84
7
4,96
4
2,84
5
3,54
2
1,42
129
673
média
315,38
<10 casos (baixa
1
Classificaçã
incidência)
o de
de 10 a 30 casos
3
Incidência
(média incidência)
(10mil hab)
igual ou maior de 30
4
Q3(+/-)
casos (alta incidência)
Incidênc
ia
<1 (satisfatório)
Classificaçã de 1 a 3,9 (alerta)
8
o IIP(%)
igual ou maior 3,9
(risco)
Q1(+/+) alta
receptividade
Q2(-/-) baixa
Box Map
receptividade
(IIP)
Q3(+/-) intermediária
8
receptividade
Q4(-/+) intermediária
receptividade
Sorotipos detectados
Federais
2
Estaduais
6
Rodovias
Sem rede viária
estadual ou federal
26
324
124
12.49
2
1.911
97,17
0,71
2,13
1
0,71
2,84
5
3,54
11
7,80
5,67
6
4,25
11
7,80
4
2,84
7
4,96
2
1,42
4
2,84
1,42
2,84
2
6
5
1,42
4,25
3,54
5,67
1,42
4,25
2
4
Na área intermediária (Q3) observou-se (tabela 27) que apresentava nos municípios
com população de pequeno porte: 1 (0,71%) municípios em 2007, 2 (1,42%) municípios
em 2008 e 4 (2,84%) municípios em 2009 e a população de médio porte: 7 (4,96%)
municípios em 2007, 4 (2,84%) municípios em 2008 e 5 (3,54%) municípios em 2009
(Tabela 25).
112
Observa-se que a distribuição dos municípios localizados no Q3 foram: 8 (5,67%)
em 2007, 6 (4,25%) em 2008 e 11 (7,80%) em 2009. A média dos casos por municípios
apresentados em 2007 com 315,38, no ano de 2008 com 97,17 e em relação ano de 2009
foi de 1.991 casos, sendo considerado a maior média de casos por municípios em relação
aos outros quadrantes em relação ao período de 2007 a 2009 e comparação com os
próprios quadrantes no ano de 2009.
Quanto à classificação da incidência da dengue, somente com 1 (0,71%) município
em 2008 foi considerado como média incidência de dengue. Os municípios com alta
incidência de dengue: 8 (5,67%) em 2007, 5 (3,54%) em 2008 e 11 (7,80%) em 2009
(Tabela 25).
Na autocorrelação espacial do IIP no ano de 2007 os 8 (5,67%) pertenceram o
quadrante 3 (+/-). No ano de 2008 foram 4 (2,84%) municípios e quadrante 3 (+/-) com 2
(1,42%) municípios. No ano de 2009 foram 7 (4,96%) municípios no quadrante 1 (+/+) e 4
(2,84%) municípios no quadrante 3 (+/-).
Na tabela 27, observa-se os municípios matogrossenses da área de transmissão
intermediária Q4(-/+) que se encontram em situação de risco pelo IIP.
113
Tabela 27- Características dos municípios da área intermediária (Q4) de transmissão da
dengue em situação de risco pelo IIP nos municípios Matogrossenses, no período 2007 a
2009.
Área
Características
Municípios
(total 141)
2007
n
n°
8
< 10 mil hab
(pequeno porte)
5
de 10 a 100 mil hab
N° de
(médio porte)
3
municípios
igual ou maior de
100mil hab (grande
porte)
mínimo
1
N° de casos máximo
126
média
43,38
<10 casos (baixa
incidência )
1
Classificação
de 10 a 30 casos
de Incidência
(média incidência)
3
(10mil hab)
igual ou maior de 30
Q4(-/+)
casos (alta incidência)
4
Incidência
<1 (satisfatório)
Classificação de 1 a 3,9 (alerta)
7
IIP(%)
igual ou maior 3,9
(risco)
1
Q1(+/+) alta
receptividade
6
Q2(-/-) baixa
Box Map
receptividade
(IIP)
Q3(+/-) intermediária
receptividade
2
Q4(-/+) baixa
receptividade
Sorotipos detectados
Federais
1
Estaduais
7
Rodovias
Sem rede viária
estadual ou federal
2008
(%)
n
5,67
3
(%)
2,13
3,54
2,13
3
2,13
9
42
25,67
2009
n
(%)
18
12,76
10
7,09
8
5,67
2
380
82,67
0,71
1
0,71
3
2,13
2,13
1
0,71
5
3,54
2,84
1
0,71
10
7,09
4,96
3
2,13
18
12,76
4,25
1
0,71
14
9,93
1,42
2
1,42
4
2,84
0,71
4,96
1
2
0,71
1,42
3
15
2,13
10,64
0,71
Na área intermediária do (Q4) foram identificados: 8 (5,67%) municípios em 2007,
3 (2,13%) município em 2008 e 18 (12,76%) municípios em 2009. A média de casos em
2007 foi de 43,38, em 2008 25,67 e em 2009 82,67 (Tabela 27).
Os municípios com a população de pequeno porte no ano de 2007 foram 5 (3,54%)
municípios e 10 (7,09%) municípios em 2009. Os municípios que apresentaram a
114
população com médio no ano de 2007 foram 3 (2,13%) e em 2008 com 3 (2,13%)
municípios e em 2009 com 8 (5,67%) municípios.
Na classificação da incidência de dengue, os municípios que apresentaram baixa
incidência de dengue foram 1 (0,71%) em 2007 e também em 2008 e 3 (2,13%) em 2009.
Os municípios na média incidência da dengue foram 3 (2,13%) em 2007, 1 (0,71%) em
2008 e 5 (3,54%) em 2009. Os municípios com alta incidência de dengue foram 4 (2,84%)
em 2007, 1 (0,71%) em 2008 e 10 (7,09%) em 2009 (Tabela 27).
Na auto correlação espacial do IIP no ano de 2007: 6 (4,25%) município no Q1 e 2
(1,42%) municípios no Q3. No ano de 2008: 1 (0,71%) município no Q1 e 2 (1,42%)
municípios no Q3. No ano de 2009 foram 14 (9,93%) municípios no Q1 e 4 (2,84%)
municípios no Q3 (Tabela 27).
Situação do Índice de Infestação com situação de risco (>3,9%)
Apenas o município de São José dos Quatros Marcos foi classificado como em
situação de alerta em todo o período estudado. O apresentaram o IIP de 4,91% em 2007 e
4,42% em 2009. A Incidência de dengue foi 28,95 em 2007 e 165,18 em 2009. Em
comparação com o Box Map da Incidência de dengue de 2007 estava na área de
transmissão intermediária Q4 passando para a área de maior transmissão em 2009 e em
relação ao IIP de 2007 a 2009, apresentou-se na área de maior receptividade.
O município de Santa Rita do Trivelato apresentou IIP no ano de 2008 com 4,76,
porém a incidência de dengue foi 7,65 considerada baixa. No Box map da incidência de
dengue estava na área de menor transmissão da dengue e na área de maior receptividade da
dengue somente no ano de 2008 e 2009.
115
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No período de 2007 a 2009, foram registrados 70.512 casos de dengue no Estado de
Mato Grosso correspondendo a 21,77% em 2007, 8,44% em 2008 e 69,8% em 2009 do
total de casos. Houve registro de circulação dos vírus DEN-1 e DEN-2 em Cuiabá, Juína,
Juruena, Rondonópolis e Várzea Grande e de DEN-3 em Acorizal, Alta Floresta,
Primavera do Leste e Cuiabá (GIRARDI, 2010).
A reintrodução de DEN-1 e 2 no estado possivelmente está relacionada com o
aumento de casos na faixa etária menor de 14 anos, grupo etário não exposto às epidemias
ocorridas em 2003 e 2004. Houve o predomínio da forma da dengue clássica em todos os
anos, porém ocorreu o aumento da forma FHD e da dengue com complicações juntamente
com o aumento da letalidade em 2009. O aumento da gravidade e da letalidade pode ser
atribuído, segundo TEIXEIRA (1999) a entrada de novos sorotipos de dengue ou a
reintrodução de antigos.
O sexo feminino foi o mais acometido pela doença, fato esse que pode estar
vinculado ao comportamento do vetor Aedes aegypti encontrado mais frequentemente em
ambientes urbanos, cuja transmissão está localizada predominantemente no intradomicílio,
onde as mulheres e crianças passam a maior parte do tempo (LIMA-CAMARA et al.,
2006).
Em relação ao Índice de Infestação Predial (IIP), 63,83% (90) dos municípios em
2007, 70,92% (100) em 2008 e 55, 32% (78) em 2009 apresentaram o IIP em níveis
aceitáveis, isto é, IIP como satisfatório, abaixo de 1% de imóveis visitados nesses
municípios apresentaram infestação pelas larvas do mosquito Aedes aegypti.
Destaca-se, no entanto, que desses municípios, 34,44% (31) em 2007 com IIP como
satisfatório, apresentaram a Incidência de Dengue acima de 30 casos/10 mil hab, 21% (21)
em 2008 e, 55,13% (43) em 2009. Desses, 7 municípios (Alta Floresta, Araguaiana,
Colíder, Conquista do Oeste, Nova Canaã do Norte, Nova Santa Helena e São José do
Xingu) apresentaram IIP em nível satisfatório e Alta Incidência (maior que 30/10 mil hab)
nos três anos seguidos. Todos os municípios de grande porte apresentaram-se em estado de
alerta (IIP entre 1 a 3,9%) com exceção do município de Sinop que se apresentou como
nível satisfatório, com IIP de 0,85% e 0,83% em 2007 e 2008 respectivamente. Nos
municípios de grande porte (acima de 100 mil habitantes), observou-se que Rondonópolis
116
apresentou baixa incidência, Cuiabá e Várzea Grande média incidência e Sinop alta
incidência em 2007, todos foram de baixa incidência em 2008 e alta incidência em 2009.
No período de 2007 a 2009 a incidência dos casos da dengue no Estado de Mato
Grosso apresentou-se como de alta incidência no ano de 2007 (61,15/10mil) e com
declínio em 2008, estratificada como média incidência (20,11/10mil) e aumentando em
2009 (163,95/10mil). Em 2008, 22,70% (32) municípios não registraram casos e 41,84%
(59) apresentaram menos de 10 casos por 10 mil habitantes. Apesar do ano de 2008 ser
classificado como de média incidência, pode ser considerado como período
interepidêmico, sinalizando final de uma epidemia provocada pela circulação do sorotipo
DEN-3 e início de outra com a circulação concomitante do vírus DEN-1 e DEN-2.
O aumento do IIP influenciou nas mudanças das áreas de menor transmissão e
controle da dengue para as áreas de transmissão intermediárias e áreas de maior
transmissão colocando em dúvidas as ações estratégicas voltadas para o combate ao vetor.
A elevada incidência de casos em municípios com IIP baixo nos leva a constatar
que o indicador utilizado é insuficiente para alertar sobre a receptividade à doença. A
variável IIP que estabelece valores de situação que coloca os municípios com tranquilidade
em relação à presença das larvas do vetor continua sendo questionável como apontado nos
estudos de PIGNATTI (1996), DONÁLISIO (2002) e SOUZA et al (2007).
As medidas de infestação e detecção dos vetores são indicadores proximais da
densidade e infestação dos vetores. No entanto, diversos índices têm sido adotados para tal,
como FERREIRA e CHIAVAROLITI (2007) que advogam que o índice de Breteau é o
indicador ideal para a avaliação da densidade do vetor da dengue, pois combina as
informações dos recipientes que acumulam água e as casas que são inspecionadas aliadas
ao índice de pendência (IP) que expressa à relação entre os números de imóveis
pesquisados e números não visitados existentes (GONÇALVES NETO e REBELO, 2004).
Em relação à análise espacial, de acordo com a estratificação das áreas prioritárias
no espelhamento do Índice de Moran, observou-se que o comportamento foi heterogêneo
em relação à incidência de dengue e infestação do vetor classificadas como Q1(+/+): maior
transmissão e maior receptividade; Q2(-/-): menor transmissão e menor receptividade;
Q3(+/-) e Q4(-/+): intermediária transmissão e receptividade.
A distribuição espacial da área de Maior Risco (Q1(+/+) de Incidência de casos e de
Índice de Infestação Predial (IIP), identificadas pelo Box Map, apresentaram 8 (5,67%)
municípios em 2007, 1 (0,70%) município em 2008 e 14 (9,93%) municípios em 2009.
117
Em 2007, os 8 municípios juntamente com seus vizinhos que apresentavam valores
positivos similares (Q1) tanto para a Incidência de casos como para o IIP, indicaram
autocorrelação espacial positiva. A média de casos por município foi de 227,63
casos/município (60 a 518 casos) e com presença de vetores nos imóveis em níveis de
estado de alerta em municípios de médio porte (3 municípios) e pequeno porte (5
municípios), cortados pelas rodovias federais ou estaduais.
Em 2008, apenas o Município de Confresa apresentou tanto a Incidência de casos
como o IIP assemelhados aos seus municípios vizinhos, com 164 casos IIP classificados
em alerta. Já em 2009, 14 municípios apresentaram autocorrelação espacial positiva tanto
para Incidência de casos como para o IIP, média de casos por municípios de 756,57 (36 a
3.832 casos), no qual 13 municípios com IIP em alerta e o município de São José dos
Quatros Marcos com IIP em risco, isto é, acima de 3,9%. Os municípios Figueiropólis,
Jauru, Rio Branco e Sorriso estiveram nessa área em 2007 e em 2009.
Os municípios de maior transmissão da dengue Q1(+/+) (alta vulnerabilidade e
receptividade) estiveram concentrados na região centro sul e centro norte do estado,
principalmente nos municípios da área de influência da BR-163, rodovia esta que percorre
o estado de norte ao sul. Os municípios que são influenciados por esta rodovia são: Sinop,
Sorriso, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, apresentando um acelerado crescimento
econômico e populacional nas ultimas décadas devido ao agronegócio. O município de
Barra do Garças, classificado como de maior transmissão, está localizado na área de
influência da BR 153 que liga a região nordeste do Estado até aos municípios vizinhos com
o Estado do Pará e da BR 070 que faz interligação com o Estado de Goiás.
O crescimento populacional das áreas urbanas nos municípios no entorno da
rodovia BR-163 foi ocasionado pelo processo de ocupação e de desenvolvimento
econômico do Estado de Mato Grosso, relacionado à expansão do agronegócio e trouxe
como conseqüência a piora nas condições de saneamento básico e moradia. Os
mecanismos de dispersão passiva/ativa dos vetores e mobilidade populacional pelo
corredor da BR-163 podem ser considerados fatores de introdução da doença e ao
encontrar, nestes municípios, as condições propícias de criadouros dos vetores e pessoas
vulneráveis estabelece-se a transmissão. A partir dessa área, os mecanismos de dispersão
se amplificam para os vizinhos.
O aumento gradativo de notificação de casos de dengue e a infestação pelo vetor
nos municípios da área analisada, observadas pelo comportamento da Incidência da doença
118
e IIP, mostraram-se não congruentes. Tal fato ocorreu também no Estado do Rio de Janeiro
na epidemia de 2001 a 2003, apontado em trabalho realizado por CÂMARA (2007), onde
os municípios classificados em situação satisfatória do vetor apresentaram registros de
transmissão da dengue.
Atribuem-se, como limites desse estudo, as falhas dos registros encontrados no
banco de dados de investigação epidemiológica dos casos notificados no SINAN,
conforme apontado por TOLEDO et.al (2005). Acresce a subnotificação do campo do
diagnóstico final da ficha de investigação epidemiológica da dengue que passou de 30.144
notificações com este espaço sem preenchimento (CASALI, et al, 2004). Acrescenta-se
que o sistema SISFAD também apresentou falhas na periodicidade de alimentação do
banco. Esta questão pode ter levado municípios com falsa situação de satisfatória ou até
mesmo com valor igual a zero da infestação do vetor.
Em relação à análise espacial, devido ao fato do período ser considerado inter
epidêmico, não foi possível traçar um padrão da influência dos vizinhos no período, mas
sim para os anos de 2007, 2008 e 2009.
Recomenda-se que as ações de controle da dengue sejam tomadas independentes
das medições do índice de infestação vetorial e a vigilância de casos deve ser continuas
para redução de gravidade.
119
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control -2009. Geneva.New edition.2009b:1-60.
125
ANEXOS
Tabela 7 - Incidência de Dengue e o IIP nos 65 municípios matogrossense com a
população menor 10.000 hab, no período de 2007 a 2009.
Ano
Municípios
Acorizal
Alto da Boa Vista
Alto Garças
Alto Paraguai
Alto Taquari
Apiacás
Araguaiana
Arenápolis
Bom Jesus do Araguaia
Campos de Júlio
Castanheira
Cocalinho
Conquista do Oeste
Curvelândia
Dom Aquino
Figueirópolis
Gaúcha do Norte
General Carneiro
Glória do Oeste
Indiavaí
2007
Pop DEN* IIP
5.53
0
5,42
0
5.02
0,4
5
0
1
9.13
0,2
2
0
5
8.14
0,6
4
2,46
2
6.05
0,1
8
1,65
9
7.92
6
5,05
0
2.97 780,0 0,0
4
9
5
9.86
0,7
9
13,17 3
4.52
0
0
0
4.77
0
83,86 0,2
7.80
1,2
8
1,28
3
5.84
1
0
0
3.10 199,6 0,3
6
1
8
4.83
0,1
5
2,07
6
8.26
2,1
1
38,74 8
3.64 260,4 3,4
8
2
7
5.81 142,7 0,9
6
1
2
4.80
3
185,3 0,2
3.12
4
28,81 0,5
2.52 229,7 2,8
4
9
5
Pop
5.679
2008
DEN* IIP
5.269
3,52
199,2
8
9.445
8,47
8.361
0
6.321
0
8.228
1,22
141,4
2
3.038
10.07
0
21,85
4.696
0
5.010
23,95
8.040
3,73
6.039
0
3.226
31
4.994
0
8.497
0
3.721
0
6.052
38
4.969
38,24
3.204
0
2.623
0
Pop
2009
DEN* IIP
0,1
8,83
2
3,3
1,83
5
0,6
90,05 8
1,0
2,4
3
0
5.660
2,7
0,4
7
0,5
5
0,2
2
5.473
6.495
0
0
0
8.381
0
0,1
1,1
9
3.003
9.902
33,3
160,5
7
0
0,1
6
1,3
8
0
0,7
4
4.785
2,09
5.220
51,72
0,5
0,0
3
0,1
4
8.059
50,87
6.101
3.282
1,64
329,0
7
1,4
1,2
2
2,0
4
0,4
3
0,8
1
0,2
8
0,7
3
5.042
59,5
8.497
3.652
2,35
334,0
6
6.192
90,44
5.036
41,7
3.184
56,53
680,8
8
9.550
8.329
2.673
0
0,6
4
1,2
0,2
5
0,6
1
0,5
5
1,7
2,1
3
1,9
8
1,3
8
0,8
8
0,9
3
126
Ipiranga do Norte
Itanhangá
Itaúba
Jangada
Juruena
Lambari do Oeste
Luciara
Nortelândia
Nova Brasilândia
Nova Guarita
Nova Lacerda
Nova Marilândia
Nova Maringá
Nova Monte Verde
Nova Nazaré
Nova Santa Helena
Nova Ubiratã
Novo Horizonte do Norte
Novo Mundo
Novo São Joaquim
Planalto da Serra
Pontal do Araguaia
Ponte Branca
Porto Alegre do Norte
Porto dos Gaúchos
4.12
9
4.70
3
4.62
5
8.05
8
8.73
1
4.87
0
2.40
5
6.23
7
4.89
1
4.87
7
4.94
9
2.31
5
5.55
4
8.13
3
2.74
5
3.34
7
7.78
2
3.80
2
6.72
5
6.88
0
2.73
4
4.96
6
1.79
4
9.63
9
6.11
249,4
6
138,2
1
229,1
9
0,7
8
0,1
7
0,5
6
0,5
6
2,6
1
3,2
6
4.643
0
1,5
0,0
8
0,6
3
0,4
5
1,2
7
1,4
9
2.472
0
6.368
1,57
4.989
2
4.980
0
5.144
1,94
2.369
4,22
23,41
0,6
0,1
9
0,8
2
5.803
1,23
0
3,64
331,6
4
165,7
7
0
4.376
4,57
4.911
8,14
4.701
44,67
8.345
0
9.182
3,27
5.026
0
0,5
8
0,5
2
0,3
3
5.065
4.582
9.597
50,8
245,9
1
5.065
82,92
0
2.467
6.275
4.899
4.895
16,34
5.251
62,85
2.349
93,66
3,45
0,8
0,9
2
0,1
6
0,4
4
1,2
1
0,8
1
4,05
210,3
6
453,1
5
5.990
65,11
8.443
1,18
0
8.601
0
2.867
0
3.468
8.125
0
3.930
0
0
0,6
6
0,8
8
0,5
4
2.958
3.453
0
133,2
2
63,44
490,8
6
254,3
4
7.015
0
7.047
5,68
2.807
5.178
3,56
150,6
4
1.831
16,38
0
0,3
6
0,1
3
0,6
1
0,1
2
7.218
16,72
0
0,1
4
1,3
3
1,1
6
0,0
9
0,2
1
0,2
8
1,5
4
0,3
3
2,07
0
0
0,1
9.979
6.321
9,02
3,16
0
0,1
33,21
39,01
0
3,21
10,22
194,7
9
6,06
4,32
2,63
0
21,8
0
20,14
8.465
28
102,6
7
429,9
4
8.373
3.971
6.987
2.786
5.323
1.816
10.10
3
6.383
1,1
4
1,8
6
1,2
7
0,5
5
1,0
5
2,3
6
0
0,8
8
1,2
9
0,0
7
1,4
6
1,0
4
0,7
5
0,1
4
0
0
0,7
5
1,0
2
0,5
1
0,0
7
0,7
5
0,3
1
1,0
3
0,1
3
0,99
10,97
0
1,7
6,93
380,7
1
104,0
9
199,1
4
127
Porto Espiridião
Porto estrela
Reserva do Cabaçal
Ribeirão Cascalheira
Ribeirãozinho
Rio Branco
Rondolândia
Salto do Céu
Santa Carmem
Santa Cruz do Xingu
Santa Rita do Trivelato
Santa Terezinha
Santo Antônio do Leste
São José do Povo
São José do Xingu
São Pedro da Cipa
Torixoréu
União do Sul
Vale de São Domingos
Vera
6
9.60
6
4.01
1
2.50
5
8.67
7
2.10
7
5.05
3
3.34
8
3.65
0
4.31
9
2.11
6
2.47
8
7.29
3
3.24
9
3.30
5
4.19
8
4.02
8
4.10
1
3.99
8
2.87
3
9.18
8
8
134,2
9
24,93
91,82
9,22
4,75
286,9
6
0
164,3
8
60,2
0
48,43
0
49,25
0
76,23
94,34
2,44
60,03
13,92
45,71
1,8
1,1
9
0,7
4
0,6
9
0,0
6
1,4
2
9.871
0
4.093
0
2.584
3,87
9.006
2.176
27,76
468,7
5
5.201
7,69
0
1,2
6
1,5
4
3.457
5,79
3.698
8,11
4.486
0
0,1
8
2.236
57,96
313,0
6
2.615
7,65
0
0,3
7
1,7
4
0,8
2
0,5
8
0,0
7
0,8
8
0,2
2
0,9
4
7.564
0
3.418
4.285
0
108,2
8
294,0
5
4.175
7,19
4.184
38,24
4.106
0
2.955
20,3
9.468
1,06
3.417
Fonte: SINAN/IBGE/SESMT
Nota:
*DEN: Incidência de Dengue calculado por 10.000 habitantes
5
1,5
2
1,8
1
0,3
4
0,9
5
0,1
8
1,0
4
8
9.850
39,59
4.032
27,28
2.606
42,21
9.170
85,06
154,8
3
485,4
2
2.196
5.212
0
0,6
6
1,3
6
0,4
9
4,7
6
3.478
2.755
4,25
130,6
7
0
0,1
4
0,9
6
0,6
6
0,4
5
7.687
1,3
3.585
69,74
3.452
4.234
89,8
151,5
2
184,2
2
0
0,5
1
4.124
12,12
4.093
0,4
0,7
9
2.956
68,41
517,5
9
9.502
27,36
3.580
4.575
2.354
4.224
2,88
606,1
5
271,0
4
0,2
2,1
8
0,8
5
0,2
6
0,4
1
1,2
1
0
0,7
1
1,3
2
2,0
8
2,1
2
0
0,8
2
1,0
7
0,7
1
0,4
1
0,1
3
0,4
1
0,8
6
1,1
6
128
Tabela 8 - Incidência de Dengue e o IIP nos 141 municípios com a população >10.000 hab
a <100.000 hab, no período de 2007 a 2009.
Ano
2007
2008
2009
Município
Pop
Tx*
IIP
Pop
Tx*
IIP
Pop
Tx*
IIP
Água Boa
18.991
10
0,76 19.777 1,52 0,61 20.279 52,76 0,41
Alta Floresta
49.140 162,6 0,64 51.136 52,6 0,26 51.414 47,65 0,88
Alto Araguaia
13.790
0,73
0,08 14.324 2,09 0,17 14.613
8,9
0,25
Araputanga
15.335 208,67 0,87 15.878 2,52 0,45 16.091 250,45 2,21
Aripuanã
19.100 116,23 1,93 19.930 61,21 1,02 20.512 719,09 0,64
Barra do
32.490 115,11 2,03 33.724
8,6
1,58 34.348 75,99 2,04
Bugres
Barra dos
53.243 113,82 0,92 54.882 147,22 1,11 55.120 487,12 1,56
Garças
Brasnorte
13.975
2,86
0,69 14.609 71,19 0,49 15.094 16,56
1,1
Cáceres
84.175 31,36 1,25 86.805 2,53 1,22 87.261 326,72 1,67
Campinápolis
13.666
1,46
0,27 14.137
9,9
0,4 14.301 16,08
0,4
Campo Novo
22.322 339,13 0,98 23.230 18,08 0,94 23.785 242,17 1,31
dos Parecis
Campo Verde
25.924 66,35 1,07 27.151 5,16
2,3 28.139 57,22 2,32
Canarana
17.183 23,86 2,23 17.785 7,31 1,65 18.019 182,03 1,71
Carlinda
12.108 450,94 0,57 12.032 68,98 0,28 12.091 14,89 0,75
Chapada dos
17.377
0,58
1,4 17.978 1,11
2,9 18.189 3,85
1,96
Guimarães
Claúdia
10.670 323,34 1,13 11.032 23,57 1,56 11.149 34,98 1,42
Colíder
30.695
30,3
0,32 31.744 100,81 0,24 32.096 657,71 0,44
Colniza
27.882 29,41 0,76 29.636 1,35
0,2 31.599 72,15 0,35
Comodoro
17.939 20,07 1,87 18.623 29,53 1,11 18.970 64,31 1,51
Confresa
21.361 13,11 1,17 22.180 73,94 1,3 22.606 47,33 1,92
Cotriguaçu
13.740 142,65 1,3 14.406 24,3
0
14.967 0,67
0
Denise
10.349
0
0,61 10.808
0
0,41 11.140 27,83 0,79
Diamantino
18.428 97,13 0,67 18.966
29
0,43 18.988 318,62 0,79
Feliz Natal
10.279
10,7
1,71 10.769 8,36 1,35 11.172 8,06
1,57
Guarantã do
30.754 36,74
1,2 31.801 13,21 1,09 32.142 42,93 0,64
Norte
Guirantinga
13.883 31,69 1,46 14.360 2,09 0,67 14.524 19,28 1,12
Itiquira
12.159
2,47
0,43 12.676
0
0,46 13.020
0
0,72
Jaciara
24.945 110,24 0,36 25.745 1,94 0,27 25.925 137,32 1,57
Jauru
10.774 97,46 1,51 10.972 37,37 1,6 10.746 200,07 1,51
Juara
32.023 39,35 1,37 33.040 2,42 1,32 33.246 8,72
0,99
129
Juina
Juscimeira
Lucas do Rio
Verde
Marcelândia
Matupá
Mirassol do
Oeste
Nobres
Nossa Senhora
do Livramento
Nova
Bandeirantes
Nova Canaã do
Norte
Nova Mutum
Nova Olímpia
Nova Xavantina
Paranaíta
Paranatinga
Pedra Preta
Peixoto de
Azevedo
Poconé
Pontes e
Lacerda
Poxoréo
Primavera do
Leste
Querência
Rosário Oeste
Santo Antonio
do Leverger
São Felix do
Araguaia
São Jose do Rio
Claro
São José dos
Quatros Marcos
Sapezal
Sorriso
Tabaporã
Tangara da
Serra
Tapurah
Terra Nova do
Norte
38.422
11.830
30.741
154,6
43,96
40,99
2,22
0,59
1,02
39.582
12.168
32.255
13,9
4,11
53,02
2,17
0,59
0,94
39.707 124,41
12.168 129,03
33.551 150,82
3,28
1,21
1,1
14.084
14.243
24.538
79,52
61,78
66,43
1,1
1,33
1,76
14.482 238,92 1,16
14.821 118,75 0,8
25.360 0,39 0,92
14.474 26,25
15.167 126,59
25.605 51,16
0,83
0,83
1,93
14.862
12.386
47,77
22,61
0,43
0,53
15.296
12.766
3,27
0
0,35
0,49
15.323 118,12
12.820 107,64
0,89
0,55
12.742
3,14
0,26
13.425
6,7
0,97
14.079
9,23
0,16
12.652
53,75
0,32
13.087 178,04 0,16
13.236
58,17
0,2
24.368
19.474
18.670
11.540
20.033
15.638
28.987
112,03
66,24
0,54
8,67
2,5
11,51
17,59
0,72
0,72
0,61
0,11
1,29
1,62
0,98
25.658
20.330
19.268
11.950
20.874
16.208
29.995
15,59
4,92
6,75
64,44
18,68
8,64
12,34
0,89
0,63
0,73
0,54
1,12
1,01
0,39
26.873 277,97
20.945 183,81
19.400 96,91
12.110 12,39
21.426 399,05
16.461 71,68
30.363 14,49
1,16
1,11
0,81
1,61
3,65
0,74
0,68
31.118
37.910
1,29
187,55
0,25
1,45
32.059
39.071
2,18
59,89
0,27
1,07
32.164
39.227
63,74
96,87
0,58
1,15
17.592
44.729
1,71
150,46
1,42
1,39
17.985
46.311
2,78
1,08
0,9
0,89
17.758
46.931
6,19
75,64
1,33
1,48
10.682
18.031
19.197
6,55
6,1
1,04
0,63
0,55
1,12
11.179
18.531
19.964
15,21
20,51
1,5
0,17
0,52
0,81
11.572 77,77
18.494 206,55
20.410 0,49
0,6
2,18
0,88
10.713
0,93
0,47
11.097
10,81
0,24
11.258
42,64
0,43
17.345
44,97
1,18
18.102
1,66
0,9
18.636
55,27
0,55
19.001
28,95
4,91
19.527
2,56
3,5
19.494 165,18
4,42
14.254
55.134
10.484
76.657
24,55
93,95
1,91
103,32
0,39
1,7
0,88
1,59
15.014
57.799
10.776
79.870
3,33
5,19
0,93
22,04
0,53
1,71
0,67
2,04
15.735 102,32
60.029 321,84
10.760 23,23
81.957 190,83
0,67
2,22
0,49
1,77
10.478
14.584
142,2
25,37
3,14
0,07
11.020
15.063
3,63
55,77
2,17
0,29
11.514
15.192
2,51
0,17
33,87
9,22
130
Vila Bela da
13.886 13,68 0,28
Santíssima
Trindade
Vila Rica
18.934 35,91 2,41
Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT
Nota:
*Tx: Tx de Inc. de dengue por 10.000hab.
14.362
27,15
0,16
14.521 156,33
19.672
48,8
3,33
20.076
2,99
0,82
2
Download

Análise espacial da distribuição dos casos de dengue no