PEREIRA, G.N.D.; SOUZA, E.H.; SOUZA, J.J.; SOUZA, F.V.D.; Do Banco Ativo de Germoplasma de Abacaxi até o consumidor final.
In: II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste, 2015, Fortaleza. Anais do II Simpósio da RGV Nordeste.
Fortaleza, Embrapa Agroindústria Tropical, 2015 (R 116).
Do Banco Ativo de Germoplasma de Abacaxi até o consumidor final
Gabriella Navarro Donato Pereira¹; Everton Hilo de Souza2; José da Silva Souza3; Fernanda
Vidigal Duarte Souza3
¹Mestranda em Recursos Genéticos vegetais, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, 44380-000,
Cruz das Almas, BA, [email protected] ²Pós-doutorando CAPES/ Embrapa Mandioca e Fruticultura,
3
44380-000, Cruz das Almas, BA, [email protected] Pesquisadores da Embrapa Mandioca e
Fruticultura, 44380-000, Cruz das Almas, BA, [email protected], [email protected]
Palavras-chave: Ananas comosus (L.) Merrill, melhoramento genético, mercado consumidor.
Introdução
O trabalho de caracterização realizado no germoplasma de abacaxi, que buscou identificar acessos
com potencial ornamental (Souza et al., 2012) e permitiu a geração de híbridos para usos variados (Souza
et al., 2014), deve chegar até o consumidor como produto final.
Dentre os produtos desenvolvidos, as hastes para consumo como flor de corte, possuem um grande
potencial para chegar ao mercado. Existe, inclusive, uma demanda do mercado externo, principalmente o
Europeu, para este tipo de produto. No entanto, esse consumidor é exigente na qualidade do produto, que
não deve apresentar nenhuma deformação, e possuir no mínimo 40 cm de comprimento e uma relação
coroa/sincarpo próxima a 1 (Souza et al., 2012; 2014). Assim, averiguar a aceitação de um público próprio
para este produto é uma etapa importante e crucial do seu desenvolvimento e inserção no mercado. Desta
forma, este trabalho teve como objetivo avaliar a aceitação e o comportamento dos consumidores em
relação as hastes florais de abacaxizeiros ornamentais, quanto ao preço do produto e de novos híbridos
desenvolvidos pelo programa de melhoramento.
Material e Métodos
Os dados foram produzidos por meio de levantamento de dados primários e entrevistas individuais,
realizadas na 15ª Feira Internacional de Paisagismo, Jardinagem, Lazer e Floricultura, Fiaflora ExpoGarden,
em São Paulo - SP. Foram apresentados híbridos de abacaxizeiros ornamentais produzidos pelo programa
de melhoramento da Embrapa Mandioca e Fruticultura. No questionário foram considerados os seguintes
aspectos: gênero, faixa etária, estado de origem, profissão, flores de interesse, valor pago pelas hastes e
®
aceitação de cinco híbridos. O tratamento dos dados foi realizado pelo programa Microsoft Excell 2010 .
Resultados e Discussão
Participaram da entrevista 205 pessoas, de maneira aleatória e voluntária sendo 40 % profissionais
de paisagismo, 25 % consumidores comuns, 8 % proprietário de floricultura, 5 % produtores de flores, 3 %
proprietário de horto e 19 % em outras categorias como designer floral e decorador. Em relação ao gênero,
a maioria dos entrevistados foi do sexo feminino (64,87%).
Verificou-se ainda que a faixa etária dos entrevistados variou de 21 anos a mais de 70 anos, sendo
que a grande maioria (28 %) foi registrada de 41 a 50 anos. A predominância de origem foi do Estado de
São Paulo (72%), seguido do Rio de Janeiro (5 %) e Paraná (3,9%). Vale destacar que representantes de
19 estados foram entrevistados. Dentre as principais flores mais procuradas pelos consumidores para
compra destacou-se as flores tropicais (64,3%) seguidas das rosas (15,6%).
Quando perguntados sobre a aceitação das hastes de abacaxizeiros ornamentais, 97 % dos
entrevistados responderam que comprariam as hastes, enquanto apenas 2,43 % tiveram dúvida na compra
deste produto.
As hastes apresentadas foram avaliadas quanto à aceitação dos consumidores (Figura 1), com
notas de 0-10. A nota 10 foi atribuída por 87,8 % dos entrevistados, seguida da nota 8 (6,34%), deixando
claro o excelente nível de aceitação deste publico pelo produto.
Quanto a avaliar o potencial de outros materiais para futuros lançamentos, foram expostos cinco
novos híbridos (Figura 1B) a fim de registrar a preferencia. O hibrido de número quatro foi o mais votado
com 64,3 %, seguido do híbrido dois (21 %), três (8 %) cinco (4 %) e a menor escolha o híbrido um com 2,7
%. O híbrido quatro apresenta coloração avermelhada, haste com aproximadamente 40 cm de
comprimento, brácteas recobrindo os frutilhos e uma relação coroa/ sincarpo próximo a 1, o que é
considerado ideal para a comercialização no mercado internacional.
II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste
Fortaleza, 10-13 de novembro de 2015
Valorização e Uso das Plantas da Caatinga
Quanto à sugestão de preço pago pela haste de abacaxi ornamental, registrou-se uma variação de
R$ 3,00 a R$ 10,00. O valor intermediário de R$3,01 a R$ 5,00 correspondeu a 29,7 %, seguido de R$ 5,01
a R$ 8,00 com 21,5 % e R$ 8,01 a R$ 10,00 com 21,5 %.
Os resultados obtidos nestas avaliações mostraram um consumidor interessado, com excelente
nível de aceitação pelo produto ofertado e com disposição de pagar um preço acima de R$ 5,00,
considerado satisfatório.
1
2
3
4
5
A
B
Figura 1. Hastes de abacaxizeiros ornamentais. A) Hastes apresentadas para avaliação quando a aceitação
dos consumidores. B) Híbridos apresentados para aceitação de preferência dos consumidores.
Conclusões
Os resultados da pesquisa demonstram que há uma grande aceitação dos abacaxis ornamentais.
Os entrevistados foram de uma classe altamente especializada no ramo da floricultura e paisagismo. O
valor sugerido para venda varia de R$ 3,01 a R$ 10,00.
Referências
SOUZA, E. H.; SOUZA, F. V. D.; COSTA, M. A. P. C.; COSTA JUNIOR, D. S.; SANTOS-SEREJO, J. A.;
AMORIM, E. P.; LEDO, C. A. S. Genetic variation of the Ananas genus with ornamental potential. Genetic
Resources and Crop Evolution, v. 59, p. 1357-1376, 2012.
SOUZA, E. H.; COSTA, M. A. P.C.; SANTOS-SEREJO, J. A.; SOUZA, F. V. D. Selection and use
recommendation in hybrids of ornamental pineapple. Revista Ciência Agronômica, v. 45, p. 409-416,
2014.
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