SOCIEDADE MINEIRA DE CULTURA
MANTENEDORA DA PUC Minas E DO
COLÉGIO SANTA MARIA
TEXTO II
DATA: 27 / 04 / 2007
UNIDADE:
I VESTIBULAR SIMULADO DE LITERATURA
Aluno(a):
Nº
Professor:
Valor:
2ª Série/EM–Turma: _____
04_ Média:
2,4
Pontos Obtidos:
TEXTO I
Olhos Verdes
Eles verdes são:
E têm por usança,
Na cor esperança,
E nas obras não
Camões — Rimas
São uns olhos verdes, verdes,
Que podem também brilhar;
Não são de um verde embaçado,
Mas verdes, da cor do prado,
Mas verdes da cor do mar.
Mas ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!
São uns olhos verdes, verdes,
Uns olhos de verde-mar,
Quando o tempo vai bonança;
Uns olhos cor de esperança,
Uns olhos por que morri;
Que ai de mi!
Como se lê num espelho,
Pude ler nos olhos seus!
Os olhos mostram a alma,
Que as ondas postas em calma
Também refletem os céus;
Mas ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!
Como duas esmeraldas,
Iguais na forma e na cor,
Têm luz mais branda e mais forte,
Diz uma — vida, outra — morte;
Uma — loucura, outra — amor.
Mas ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!
TEXTO III
Este inferno de amar
Quando te Vi
Beto Guedes
Nem o sol, nem o mar, nem o brilho das estrelas.
Este inferno de amar — como eu amo!
Quem mo pôs aqui n’alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida — e que a vida destrói —
Como é que se veio a atear,
Quando — ai quando se há-de ela apagar?
Tudo isso não tem valor sem ter você.
Sem você, nem o som da mais linda melodia,
Nem os versos dessa canção irão valer.
Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez... — foi um sonho —
Em que paz tão serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, ai de mim! despertar?
Nem o perfume de todas as rosas é igual
a doce presença do seu amor.
O amor estava aqui, mas eu nunca saberia
o que um dia se revelou quando te vi.
Só me lembra que um dia formoso
Eu passei... dava o Sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? eu que fiz? — Não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei.
GARRETT, Almeida. In CEREJA, W. R. MAGALHÃES, T.C. Português:
Linguagens. 4 ed. São Paulo: Atual, 2004.
http://vagalume.uol.com.br Acesso em 19.03.07
QUESTÃO 01
Os textos lidos, de Almeida Garrett, Beto Guedes e Gonçalves Dias, abordam a mesma temática. Redija
um parágrafo, DETERMINANDO-A e REVELANDO se o tratamento dado a ela é o mesmo nos três textos.
1
Dizei vós, ó meus amigos,
Se vos perguntam por mi
Que eu vivo só da lembrança
De uns olhos cor de esperança,
De uns olhos verdes que vi!
Que ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!
São verdes da cor do prado,
Exprimem qualquer paixão,
Tão facilmente se inflamam,
Tão meigamente derramam
Fogo e luz do coração;
Mas ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!
Dizei vós: Triste do bardo!
Deixou-se de amor finar!
Viu uns olhos verdes, verdes,
Uns olhos da cor do mar:
Eram verdes sem esp’rança,
Davam amor sem amar!
Dizei-o vós, meus amigos,
Que ai de mi!
Não pertenço mais à vida
Depois que os vi!
QUESTÃO 02
Redija um parágrafo, CONTRAPONDO a poesia de Castro Alves à poesia gonçalvina, em relação ao
nacionalismo.
DIAS, Gonçalves. In FACIOLI, Valentin. OLIVIERI, Antonio Carlos. Poesia Brasileira Romantismo. 11 ed. São Paulo: Ática, 2004. p. 36.
I VESTIBULAR SIMULADO 2007
1
I VESTIBULAR SIMULADO 2007
2
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QUESTÃO 03
Em Dias&Dias, de Ana Miranda, a personagem Feliciana, mais de uma vez, aproxima sua história de
amor ao mais popular poema de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”. Ela associa a sua imagem a uma
palmeira e a de Antonio ao sabiá.
Levando em consideração o enredo da obra, redija um breve texto, EXPLICANDO a aproximação feita
por Feliciana.
QUESTÃO 04
Cantiga de amor
1
Você me proibiu, senhora,
de que lhe dissesse qualquer coisa
sobre o quanto sofro por sua causa.
Mas então me diga,
por Deus, senhora: a quem falarei
o quanto sofro e já sofri por você
senão a você mesma?
Ou a quem direi o meu amor
se eu não o disser a você?
Calar-me não é o que quero
mas dizê-lo também não adianta.
Sofro tanto de amor por você...
Se eu não lhe falar sobre isso
como saberá o que sinto?
Ou a quem direi o sofrimento
que me faz sofrer,
se eu não for dizê-lo a você?
Diga-me: o que faço?
E, assim, se Deus lhe perdoa,
coita do meu coração,
a quem direi o meu amor?
D. DINIS. In CEREJA, W. R. MAGALHÃES, T. C. Panorama da Literatura Portuguesa. 2 ed. São Paulo: Atual, 1997. p. 13.
Em Encarnação, de José de Alencar, as atitudes de Amália, diante da relação amorosa com o seu esposo,
permitem-nos relacioná-la ao eu lírico trovadoresco das Cantigas de Amor. Redija um parágrafo,
JUSTIFICANDO como se dá essa relação, a partir da Cantiga de Amor, de D. Dinis.
1
PVSV/VAMR/RCV/gmf
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I VESTIBULAR SIMULADO 2007
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