UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
EM CADEIAS DE SUPRIMENTOS DE ALIMENTOS
JOSÉ ALBERTO YEMAL
SÃO PAULO
2014
UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
PROGRAMA DE DOUTORADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
EM CADEIAS DE SUPRIMENTOS DE ALIMENTOS
Tese apresentada ao Programa de
Doutorado em Engenharia de Produção da
Universidade Paulista – UNIP.
Orientadora:
Professora
Irenilza de Alencar Nääs.
Doutora
Área de Concentração: Engenharia de
Produção.
Linha de Pesquisa: Redes de Empresas
e Planejamento da Produção.
Projeto
de
Pesquisa:
Sistemas
Inovadores de Produção Aplicados ao
Agronegócio.
JOSÉ ALBERTO YEMAL
SÃO PAULO
2014
YEMAL, José Alberto
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de
suprimentos de alimentos./
José Alberto Yemal. São Paulo, 2014. 101 p.
Tese (Doutorado) – Universidade Paulista - UNIP, 2014.
Área de Concentração: Engenharia de Produção.
Linha de Pesquisa: Redes de Empresas e Planejamento da Produção.
Projeto de Pesquisa: Sistemas Inovadores de Produção Aplicados ao
Agronegócio.
Orientadora: Professora Doutora Irenilza de Alencar Nääs.
1. Desenvolvimento.
2. Sustentabilidade.
3. Indicadores.
4. Cadeias de Suprimentos.
5. Alimentos.
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JOSÉ ALBERTO YEMAL
INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM
CADEIAS DE SUPRIMENTOS DE ALIMENTOS
Tese apresentada ao Programa de
Doutorado em Engenharia de Produção da
Universidade Paulista – UNIP.
Área de Concentração: Engenharia de
Produção.
Linha de Pesquisa: Redes de Empresas e
Planejamento da Produção.
Projeto de Pesquisa: Sistemas Inovadores
de Produção Aplicados ao Agronegócio.
Aprovado em: _______/_______/_________.
BANCA EXAMINADORA
________________________________
Profa. Dra. Irenilza de Alencar Nääs
Universidade Paulista – UNIP
_______________________________
Prof. Dr.
Universidade
_____________________________
Prof. Dr.
Universidade
_____________________________
Prof. Dr.
Universidade
_____________________________
Prof. Dr.
Universidade
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Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção (Doutorado)
III
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Dedicatória
Dedico este trabalho ao meu filho, Nicholas
por ser a grande inspiração e a maior razão
para realizá-lo, pela sua paciência e
compreensão, e que infelizmente não esta
mais ao meu lado, mas onde quer que esteja
está vendo e acompanhando esta conquista.
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IV
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Agradecimentos
AGRADECIMENTOS
À Professora Doutora Irenilza de Alencar Nääs meu agradecimento, muito especial,
por disponibilizar seu tempo, seus conselhos, sua dedicação, broncas, cobranças,
orientações e principalmente em acreditar na minha capacidade de realizar este
trabalho, meus sinceros agradecimentos.
Ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade
Paulista, na pessoa de seu coordenador o Professor Doutor Oduvaldo Vendrametto e
da assistente Débora Daniel da Silva.
Aos Professores Doutor José Benedito Sacomano, Doutor Pedro Luiz de Oliveira da
Costa Neto e Doutor Mario Mollo Neto que muito contribuíram com suas
experiências e ensinamentos.
Aos funcionários da Universidade Paulista pela dedicação e prontidão no
atendimento prestado.
Aos meus pais, Elias e Magdalena, pelo apoio e carinho em mais um desafio de
minha vida, como em outros que passaram e os que ainda virão.
As amigas, colegas e Professoras Mestre Nieves Orosa Vilariño Teixeira, Mestre
Izilda Guedes Elias e a Doutora Adriana Pina pela ajuda, paciência e contribuição no
desenvolvimento deste trabalho
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V
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Agradecimentos
A minha grande amiga Fernanda Vasconcelos Martinez Kurjata pela oportunidade,
disposição, paciência e por abrir as portas de sua empresa, “Supermercado Caçula”,
permitindo assim a realização deste trabalho.
As distribuidoras de Carne Bovina e Pescados, que solicitaram por não divulgarem
seus nomes, pela disposição e contribuição na pesquisa.
Agradeço a Katya Lais Ferreira Patella Couto pelo seu trabalho e pronta disposição
na revisão ortográfica do trabalho.
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VI
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Epígrafe
Alguns homens veem coisas que existem
e perguntam “Por quê?”
Eu vejo coisas que nunca existiram e
pergunto “Por que não?”.
Robert Kennedy
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VII
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Lista de Tabelas
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Medidas de desempenho em Cadeias Globais de Suprimentos ........... 44
Tabela 2 - Escala de pesos aos atributos selecionados .......................................... 57
Tabela 3 - Indicadores de Desenvolvimento Sustentável para Cadeia de
Suprimentos .......................................................................................... 61
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VIII
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Lista de Figuras
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Tripé do Desenvolvimento Sustentável ................................................ 33
Figura 2 - As cinco dimensões da sustentabilidade .............................................. 34
Figura 3 - Cadeia de Valor Genérica..................................................................... 36
Figura 4 - Cadeia Socialmente Responsável ......................................................... 39
Figura 5 - Painel da Sustentabilidade .................................................................... 48
Figura 6 - Modelo da Estrutura hierárquica da AHP ............................................ 52
Figura 7 - Pesos acumulados referentes aos critérios de Desenvolvimento
Sustentável ............................................................................................ 60
Figura 8 - Pesos referente ao critério Ambiental .................................................. 62
Figura 9 - Pesos referente ao critério Econômico ................................................. 63
Figura 10 - Pesos referentes ao critério Social ...................................................... 65
Figura 11 - Faixa etária dos consumidores ........................................................... 68
Figura 12 - Gênero dos consumidores .................................................................. 69
Figura 13 - Estado civil dos consumidores ........................................................... 70
Figura 14 - Grau de instrução dos consumidores .................................................. 70
Figura 15 - Renda mensal dos consumidores ........................................................ 71
Figura 16 - O que mais influência os consumidores no momento da escolha
de um produto ....................................................................................... 71
Figura 17 - Faixa salarial x influência na escolha do produto .............................. 72
Figura 18 - Conhecimento sobre degradação do meio ambiente causada pelas
indústrias de um modo geral ................................................................. 72
Figura 19 - Grau de instrução x conhecimento sobre degradação ........................ 73
Figura 20 - Nível de preocupação dos consumidores com o meio ambiente ........ 74
Figura 21 - Nível de preocupação com o meio ambiente x grau de instrução ...... 75
Figura 22 - Nível de preocupação com o meio ambiente x grau de instrução x
faixa etária ............................................................................................ 75
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IX
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Lista de Figuras
Figura 23 - Conhecimento sobre degradação do meio ambiente x nível de
preocupação com o meio ambiente ...................................................... 76
Figura 24 - O que os consumidores entendem por produto ecologicamente
correto ou produto verde ou produto sustentável ................................. 76
Figura 25 - O que os consumidores costumam fazer depois de utilizar um
produto ou quando não funciona mais ou quando não tem mais
utilidade ................................................................................................ 77
Figura 26 - Depois de utilizar um produto ou quando não funciona mais ou
quando não tem mais utilidade x nível de preocupação com o meio
ambiente ............................................................................................... 77
Figura 27 - Qual a maior dificuldade que os consumidores encontram na
aquisição de produtos ecologicamente corretos ................................... 78
Figura 28 - O que leva os consumidores a adquirirem um produto
ecologicamente correto ......................................................................... 79
Figura 29 - O que leva os consumidores a adquirirem um produto
ecologicamente correto x o que mais influencia no momento da
escolha de um produto .......................................................................... 79
Figura 30 - Quem pode influenciar os consumidores no momento da decisão
de comprar um produto ecologicamente correto .................................. 80
Figura 31 - O que mais influencia você no momento da escolha de um
produto x quem pode influenciar você no momento da decisão de
comprar um produto ecologicamente correto ....................................... 80
Figura 32 - Os consumidores procuram saber sobre a origem, fabricação dos
produtos e de seus fornecedores quanto a: ........................................... 81
Figura 33 - Os consumidores deixariam de comprar um produto de uso
habitual por saber que as empresas envolvidas na sua produção Os
consumidores procuram saber sobre a origem, fabricação dos
produtos e de seus fornecedores quanto a: ........................................... 81
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X
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Lista de Abreviaturas e Siglas
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AHP
Analytic Hierarchy Process (Processo Analítico Hierárquico).
BS
Barometer of Sustainability (Barômetro da Sustentabilidade).
CERES
Coalition for Environmentally Responsible Economies.
CVC
Criação de Valor Compartilhado.
DJSI
Dow
Sustentabilidade).
Jones
Sustainability
Index
(Índice
Dow
DS
Dashboard of Sustainability (Painel da Sustentabilidade).
EFM
Ecological Footprint Method (Pegada Ecológica).
GRI
Global Reposting Initiative.
IDRC
International Development Research Centre.
IUCN
International Union for Conservation of Nature.
TBL
Triple Bottom Line
UNIP
Universidade Paulista.
Jones
de
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XI
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Resumo
RESUMO
Com a atual pressão sobre as organizações para um direcionamento do
desenvolvimento sustentável e com a concorrência, cada vez mais, deixando de ser
entre empresas e passando a ser entre cadeias de suprimento, surge a necessidade de
se mensurar o grau de desenvolvimento sustentável da cadeia de suprimento como
um todo. Baseando-se no conceito de Ignacy Sachs sobre desenvolvimento
sustentável e nos diversos indicadores utilizados atualmente sobre sustentabilidade,
esta tese propõe a criação de indicadores específicos para medir o grau de
desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos. Foi utilizada como estudo
uma cadeia de suprimento de alimentos e para verificar a consistência dos
indicadores criados foi utilizada a ferramenta AHP – Analytic Hierarchy Process
(Processo Analítico Hierárquico). Para se verificar a importância dos indicadores foi
feita uma pesquisa junto aos consumidores finais da cadeia de suprimento de
alimentos, averiguando o conhecimento e o valor dado ao desenvolvimento
sustentável das empresas envolvidas na produção dos produtos consumidos. Com os
resultados obtidos na pesquisa junto aos consumidores e na aplicação dos indicadores
em três empresas que fazem parte de uma cadeia de suprimento de alimentos, foi
possível determinar a importância e a consistência dos indicadores propostos.
Palavras-chave: Desenvolvimento;
suprimento; alimentos.
sustentabilidade;
indicadores;
cadeia
de
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XII
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Abstract
ABSTRACT
With the current pressure on organizations to a sustainable development targeting
and increasing competition is no longer between companies and passing to be
between supply chains, arises the need to measure the degree of sustainable
development of the supply chain as a whole. Based on the concept of Ignacy Sachs
on sustainable development and the various indicators used currently on
sustainability, as proposed in this thesis the creation of specific indicators to measure
the degree of sustainable development in supply chains. It was used as a study of
food supply chain and to check the consistency of the indicators created, tool was
used AHP-Analytic Hierarchy Process. To verify the importance of the indicators
was done a survey of consumers of the food supply chain checking the knowledge
and the value given to the sustainable development of the enterprises involved in the
production of the products consumed. With the results obtained in the survey of
consumers and in the application of the indicators in three companies that are part of
a chain of food supply, it was possible to determine the relevance and the consistency
of the proposed indicators.
Key-words: Development; sustainability; indicators; supply chaim; food.
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XIII
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Sumário
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 15
2 PROJETO DE PESQUISA ......................................................................... 17
2.1 Justificativa .............................................................................................. 17
2.2 Problema de Pesquisa .............................................................................. 20
2.3 Hipótese ................................................................................................... 20
2.4 Objetivos ................................................................................................. 21
2.4.1 Objetivo geral ................................................................................... 21
2.4.2 Objetivos específicos ........................................................................ 21
2.5 Metodologia ............................................................................................. 21
2.5.1 Procedimento Metodológico............................................................. 22
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................... 25
3.1 Redes de suprimentos .............................................................................. 25
3.1.1 Fatores relacionados à Competitividade ........................................... 28
3.2 Sustentabilidade....................................................................................... 29
3.2.1 Desenvolvimento Sustentável........................................................... 31
3.3 Criação de Valor Compartilhado ............................................................. 35
3.4 Indicadores .............................................................................................. 39
3.4.1 Indicadores de Desempenho em Cadeia de Suprimentos ................. 41
3.4.2 Indicadores ou Índices de Desenvolvimento Sustentável................. 45
3.4.2.1 Indicadores de Desenvolvimento Sustentável da Organização
das Nações Unidas (CSD) ...................................................................... 46
3.4.2.2 Pegada Ecológica ....................................................................... 47
3.4.2.3 Barômetro da sustentabilidade ................................................... 47
3.4.2.4 Painel da sustentabilidade .......................................................... 48
3.4.2.5 Global Reporting Initiative (GRI) .............................................. 49
3.4.2.6 Métricas de Sustentabilidade da Instituição dos Engenheiros
Químicos da Inglaterra (IChemE) .......................................................... 50
3.4.2.7 Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI) ........................... 50
3.4.2.8 Índice Triple Bottom Line (TBL) .............................................. 50
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XIV
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Sumário
3.4.2.9 Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial ...... 51
3.5 AHP ......................................................................................................... 51
3.6 Stakeholders ............................................................................................ 53
3.6.1 Cliente como stakeholder ................................................................. 54
4 METODOLOGIA ...................................................................................... 56
4.1 Análise multicriterial para estabelecimento de indicadores .................... 56
4.2 Coleta de dados ....................................................................................... 57
4.3 Aplicação dos indicadores ....................................................................... 58
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................. 60
5.1 Resultados e discussão da aplicação dos indicadores ............................. 60
5.2 Considerações sobre o teste dos indicadores ........................................... 66
5.3 Pesquisa com o Consumidor Final .......................................................... 67
6 CONCLUSÃO .............................................................................................. 83
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 85
APÊNDICE I ................................................................................................... 93
APÊNDICE II .................................................................................................. 97
APÊNDICE III – Parecer Consubstanciado do CEP ................................ 101
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15
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 1 - Introdução
1
INTRODUÇÃO
No início do século XX, as empresas, de forma geral, tinham suas estruturas
totalmente verticalizadas. Dessa maneira, uma única empresa gerenciava e
controlava toda uma cadeia produtiva. Como exemplo, a Ford, nessa época, produzia
todos os componentes necessários para a montagem de um automóvel, desde a
extração da borracha até o pneu. Com a necessidade de se aumentar a produtividade
e uma exigência maior por parte de mercado consumidor, as organizações passaram a
focar em suas competências e transferiram as tarefas de apoio para outras
organizações. Seguindo o mesmo exemplo citado anteriormente, atualmente a Ford
passou a ser uma montadora que não manufatura praticamente qualquer componente
utilizado em seus automóveis, delegando essa função a outras organizações. Assim,
cada organização faz o que sabe de melhor.
No fim dos anos 1980, as organizações deixaram de se preocupar com a
forma pela qual seus fornecedores estavam atendendo às suas necessidades, o
importante era que estavam atendendo. Não se importavam com o modo como era a
relação com os fornecedores dos fornecedores e a assim sucessivamente até o
fornecedor da matéria prima mais básica, desde que a necessidade da organização
estivesse sendo atendida.
No final do século XX, com a competitividade mais acirrada e globalizada, o
mercado consumidor muito mais exigente, o ciclo tecnológico de inovações
diminuindo cada vez mais, uma cobrança maior pelas partes interessadas na
organização (stakeholders) e uma visão socioambiental cada vez mais presente, as
organizações passaram a se relacionar de forma mais ativa com os seus fornecedores
diretos, vendo esses como parceiros. Entende-se que qualquer tipo de decisão tomada
pelos fornecedores pode afetar direta ou indiretamente a própria organização, seja de
forma positiva, seja negativa.
Nesse sentido, a ideia de rede de suprimentos passou a fazer parte das
organizações, elas querendo ou não. Surge a visão de que uma organização faz parte
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16
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 1 - Introdução
de uma rede de empresas interligadas, como se fossem elos de uma corrente,
existindo quatro fluxos contínuos (fluxo de produtos/serviços, fluxo financeiro, fluxo
de informação e fluxo reverso), o que possibilita a existência da rede mesmo que a
organização não enxergue essa rede. Indo para dentro das organizações, vê-se que o
desempenho de uma empresa não depende tão somente da mensuração de seus
resultados, mas também da compreensão e/ou identificação dos facilitadores e dos
entraves em todos os elos anteriores e posteriores a sua atuação. Assim, faz-se
necessário mensurar, além do desempenho individual de cada empresa, o
desempenho competitivo da cadeia produtiva na qual está inserida.
Para que haja competitividade na cadeia, é necessária uma integração efetiva
entre seus elos, os quais devem estar direcionados para as necessidades e
expectativas dos consumidores finais. Também, todas as informações e recursos
devem ser repassados aos elos, de acordo com as necessidades e expectativas
previamente levantadas. Todavia, a eficiente sincronia entre os elos da cadeia reflete
as melhorias globais na própria cadeia, sendo necessário que o monitoramento ou
avaliação seja constante e efetivo, pois, do acompanhamento de indicadores de
desempenho serão identificados os problemas ou oportunidades de melhoria na
cadeia e/ou em elos mais fracos. Assim, ações de melhoria poderão ser introduzidas
ou priorizadas, possibilitando a competitividade na cadeia.
A implementação de ações deverá acontecer sob uma coordenação única,
integrando todos os elos de uma determinada cadeia de suprimentos. Para se
conseguir essa coordenação, necessita-se de uma Gestão da Cadeia de Suprimentos.
Esse gerenciamento normalmente deve ser exercido pelo elo mais forte da cadeia ou
por aquele que detém as informações mais importantes sobre o mercado onde
determinada cadeia atua. O que se percebe é uma dificuldade em gerenciar a Cadeia
de Suprimentos pela falta de visão holística de toda a cadeia, ou pelo desinteresse em
assumir essa responsabilidade de gerenciamento, ou pela dificuldade de conciliar os
objetivos de todos os integrantes na mesma direção, ou, ainda, pela diferença dos
interesses e culturas das organizações que compõem a cadeia de suprimentos.
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17
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 2 – Projeto de Pesquisa
2 PROJETO DE PESQUISA
2.1 Justificativa
Atualmente, muito se fala em parcerias, alianças, redes de empresas com o
objetivo de participar mais efetivamente de um ambiente competitivo cada vez mais
globalizado e internacionalizado. A concorrência está saindo do âmbito entre
empresas e caminhando em direção a cadeias de suprimentos. Daí a preocupação na
busca da eficiência no gerenciamento das cadeias produtivas, ou da cadeia de
fornecimento, ou cadeia de suprimentos, ou rede de suprimentos, que nos leva a
gerenciar os fluxos produtivos até o consumidor final, administrando os recursos,
cada vez mais, escassos.
Vários fatores podem influenciar, de forma positiva ou negativa, nos
resultados da cadeia e de seus elos. Entre esses fatores podem-se citar: as mudanças
de preços, provocadas por variações cambiais; os custos de produção; a diferenciação
de produto, que exerce um importante papel na formação de estratégias competitivas;
a estrutura de mercado; os ganhos de produtividade; a confiabilidade e os prazos nas
entregas; a qualidade; a disponibilidade dos serviços pós-vendas; a inovação
tecnológica; o investimento em capital físico e humano; a influência dos meios
institucionais; a infraestrutura, dentre outros (DURSKI, 2003).
Não se pode gerenciar aquilo que não se conhece; não se conhece aquilo que
não se controla; não se controla aquilo que não se mede. Essas frases sintetizam bem
a importância da mensuração de desempenho para a gestão de qualquer empresa. No
âmbito da cadeia de suprimentos, é necessária a utilização de indicadores de
desempenho que representem a realidade e disponibilizem informações concisas aos
gestores. Em verdade, considerando que o fornecimento externo representa cerca de
50% de todos os custos de muitas empresas, é fundamental compreender como
andam a eficiência e a eficácia desses fornecedores. O mesmo princípio é aplicado
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18
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 2 – Projeto de Pesquisa
aos distribuidores e intermediários, que estão ocupando uma grande porção do custo
marginal dos produtos (CHRISTOPHER, 1999).
Nos últimos anos, muitas pesquisas vêm sendo feitas, tentando “avaliar
propriamente a competitividade das cadeias de suprimentos ou rede de empresas”
(FUSCO e GOBBO JUNIOR, 2004). Entretanto, as cadeias de suprimentos e redes
de empresas permanecem dinâmicas, multidimensionais, e usualmente entidades
pouco entendidas. Quando o assunto envolve a globalização dos negócios, a questão
de como permanecer competitivo quando se participa de uma rede global traz a
necessidade de análise sob uma perspectiva mais holística.
Dois assuntos muito discutidos na atualidade em todos os setores da
sociedade são a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável, em função da
expansão econômica mundial que evidenciou diferentes formas de articulação entre o
desenvolvimento e os recursos da biodiversidade. O modelo de desenvolvimento
praticado atualmente permitiu não só o crescimento populacional e um
desenvolvimento desigual em termos qualitativos como forçou uma integração ao
comércio internacional que resultou em distorções quanto ao uso, apropriação e
conservação dos recursos naturais. O impacto dessas distorções sobre a vida na Terra
intensificou a preocupação quanto ao modo como as sociedades irão se desenvolver,
apontando a necessidade de um novo padrão de desenvolvimento que permitisse um
crescimento econômico socialmente mais justo e compatível com a preservação da
base de recursos naturais.
De acordo com o Relatório da Comissão Mundial de Desenvolvimento e
Meio Ambiente das Nações Unidas, o desenvolvimento sustentável é aquele “capaz
de suprir as necessidades da população mundial sem comprometer as necessidades
das populações futuras” (CMMAD, 1998). A ideia de desenvolver indicadores para
avaliar a sustentabilidade surgiu na Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente –
Rio 92, conforme registrado no capítulo 40 da Agenda 21 (SICHE et al., 2007).
A proposta era definir padrões sustentáveis de desenvolvimento que
considerassem aspectos ambientais, econômicos, sociais, éticos e culturais. Para
atingir esse objetivo, tornou-se necessário elaborar indicadores que mensurassem e
avaliassem o sistema em estudo, considerando todos esses aspectos (SICHE et al.,
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19
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 2 – Projeto de Pesquisa
2007). Dessa forma, diversas pesquisas vêm sendo desenvolvidas com o objetivo de
analisar o desenvolvimento sustentável de uma região, de uma comunidade ou de
uma empresa. Outros trabalhos buscam entender os fatores necessários para o
desenvolvimento sustentável e assim identificar um modelo a ser seguido por outros
setores da sociedade, como o de Marzall e Almeida (2000), Journel et al. ( 2003),
Wilson; Tyedners e Pelot (2007), entre outros.
De acordo com González-Cabán; Fenn e Scatena (1994), a sustentabilidade é
definida como o parâmetro que reflete a capacidade do meio de continuar cumprindo
suas diversas funções em níveis que garantam às futuras gerações a oportunidade de,
no
mínimo,
continuarem
usufruindo
desses
mesmos
níveis
atuais.
O
desenvolvimento sustentável está baseado no tripé composto pelo social, ambiental e
econômico. A maioria dos trabalhos desenvolvidos em sustentabilidade foca o lado
socioambiental e se esquece do lado econômico ou financeiro, tão importante quanto
os outros dois.
Sendo, hoje, o estudo das cadeias produtivas uma realidade para o
desenvolvimento de novas tecnologias e criação de modelos analíticos de processos e
gestão, é de suma importância que se desenvolvam alternativas de medição de
desempenho da posição estratégica de uma determinada cadeia produtiva em seu
ambiente. Com essa medição, será possível direcionar todos os esforços da rede de
fornecimento para uma gestão sustentável dos atores envolvidos, no que diz respeito
à visão social, ambiental e econômica. No qual essa visão não está restrita somente
às grandes corporações, mas que as pequenas empresas envolvidas na cadeia de
suprimento também estejam direcionadas para a visão de desenvolvimento
sustentável junto com todos os atores que integram a sua cadeia.
Hassini; Surti e Searcy (2012) pesquisaram as publicações sobre Gestão de
Cadeias de Suprimentos Sustentáveis no período de 2000 a 2010 e perceberam que
nenhuma pesquisa sobre indicadores de desenvolvimento sustentável abordava as
três dimensões da sustentabilidade (ambiental, social e econômica) em cadeias de
suprimentos, necessitando assim o desenvolvimento de novas pesquisas mais
especificas e abrangentes.
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20
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 2 – Projeto de Pesquisa
Neste
trabalho
buscou-se
elaborar
um
modelo
de
indicador
de
desenvolvimento sustentável para ser aplicado em cadeia de suprimentos de
alimentos, com o objetivo de determinar, dentre as empresas que compõem uma
determinada cadeia, quais estão mais preocupadas com e mais focadas na
sustentabilidade e, assim, identificar os pontos fortes e os pontos a serem melhorados
na busca pelo desenvolvimento sustentável de toda a cadeia de suprimentos.
2.2 Problema de Pesquisa
Cada vez mais é importante saber como uma empresa está se desenvolvendo,
como está gerenciando seus recursos e os recursos naturais. Esse conhecimento já é
difícil somente para uma única empresa, sendo mais difícil e complicado para um
conjunto de empresas interligadas que compõem uma cadeia de suprimentos. Quando
se fala de desenvolvimento sustentável, passa a ser um desafio identificar o grau de
desenvolvimento de uma empresa e, principalmente, de uma cadeia de suprimentos.
Dentro desse contexto atual, surge o questionamento:
De que forma é possível avaliar se os atores que compõem uma determinada
cadeia de suprimentos estão alinhados entre si para um desenvolvimento sustentável
de toda a cadeia?
2.3 Hipótese
Através de um conjunto de indicadores, focando o âmbito social, ambiental e
financeiro, com o objetivo de monitorar uma determinada cadeia de suprimentos de
alimentos, integrando todas as empresas dessa cadeia e alinhando suas metas, é
possível identificar o nível de desenvolvimento sustentável de toda uma cadeia.
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21
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 2 – Projeto de Pesquisa
2.4 Objetivos
2.4.1 Objetivo geral
Desenvolver um conjunto de indicadores para medir/avaliar o nível de
desenvolvimento sustentável de uma cadeia de suprimentos utilizando análise
multicritério para determinar a consistência dos indicadores.
2.4.2 Objetivos específicos
Pesquisar os indicadores utilizados para se avaliar o desempenho de cadeias
de suprimentos e os indicadores de desenvolvimento sustentável.
Identificar os indicadores mais adequados em cadeias de suprimentos no
âmbito social, econômico e ambiental.
Aplicar a ferramenta AHP - Analytic Hierarchy Process (Processo Analítico
Hierárquico) para selecionar os indicadores identificados.
Aplicar o conjunto de indicadores de desenvolvimento sustentável em uma
determinada cadeia de suprimentos.
Pesquisar os consumidores sobre o conhecimento e interesse do
desenvolvimento sustentável e produtos verdes.
2.5 Metodologia
Este trabalho está dividido em nove etapas:
Etapa 1 – Desenvolvimento do Referencial Teórico em que foi elaborada a
revisão teórica sobre o tema.
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Capitulo 2 – Projeto de Pesquisa
Etapa 2 – Pesquisa dos Indicadores de desempenho empresariais e em cadeia
de suprimentos utilizados atualmente, com a finalidade de identificar, dentre os
indicadores encontrados, aqueles que podem ser utilizados para se avaliar o
desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos.
Etapa 3 – Classificar os indicadores encontrados dentro dos critérios adotados
para se avaliar o desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos.
Etapa 4 – Aplicação dos indicadores nas empresas escolhidas (que façam
parte de uma cadeia de fornecimento), por meio de um instrumental de pesquisa.
Etapa 5 – Analisar os resultados obtidos nos indicadores.
Etapa 6 – Elaborar um instrumental de pesquisa para se avaliar o grau de
conhecimento e interesse dos consumidores sobre desenvolvimento sustentável.
Etapa 7 – Aplicar os instrumental de pesquisa junto aos consumidores através
do Google Drive.
Etapa 8 – Analisar os resultados obtidos na pesquisa com os consumidores.
Etapa 9 – Elaborar a conclusão baseada nas análises realizadas.
2.5.1 Procedimento Metodológico
Após definidos os indicadores, foi executado o seguinte procedimento
metodológico para comprovação da hipótese levantada:
a) Elaboração de um questionário direcionado aos consumidores para se
verificar o grau de importância dada às questões como sustentabilidade e
produtos/serviços considerados verdes (APÊNDICE I).
b) Aplicação do questionário por meio de um formulário eletrônico,
divulgado aos consumidores de forma geral por correio eletrônico e redes
sociais.
c) Análise dos resultados obtidos com os consumidores, avaliando o nível de
compreensão e envolvimento com o desenvolvimento sustentável.
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Capitulo 2 – Projeto de Pesquisa
d) Construção de um formulário eletrônico com os indicadores encontrados
para se aplicar nas empresas que fazem parte de uma cadeia de
fornecimento de alimentos (APÊNDICE II).
e) Aplicação do formulário eletrônico nas empresas, começando por um
supermercado e, na sequência, em alguns fornecedores do supermercado.
f) Utilização da ferramenta AHP, que se baseia no Processo de Analise
Hierárquica, para verificar a consistência dos resultados obtidos. Dentre
os atributos da avaliação de atributos múltiplos, está o Analitical
Hierarchy Process – AHP. O AHP é uma técnica de análise de decisão e
planejamento de múltiplos critérios (SAATY, 1991). Essa técnica tem
sido usada em planejamento empresarial, tomada de decisão, alocação de
recursos e resolução de conflitos, mostrando ser uma metodologia versátil
e útil, fornecendo a cientistas de diferentes áreas um novo meio de
compreender antigos problemas (SCHMIDT, 1995). A metodologia
baseia-se no princípio de que, para a tomada de decisão, os dados
experimentais e a experiência, além do conhecimento dos usuários a
respeito de determinada tecnologia, são tão valiosos quanto os dados
utilizados. A aplicação desse processo reduz o estudo de sistemas
complexos a uma sequência de comparações aos pares de componentes
adequadamente identificados.
g) Análise e critica dos resultados obtidos, utilizando o software
MakeItRational® (2012).
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Capitulo 2 – Projeto de Pesquisa
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Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Redes de suprimentos
Para Lee e Billington (1993), cadeia de fornecimento representa uma rede de
trabalho (network) que possui funções de busca de material, transformação dos
materiais em produtos intermediários e acabados, bem como distribuição dos
produtos aos clientes finais. Uma rede de trabalho reúne diversas competências e
funções que se articulam, a partir do emprego de múltiplos conhecimentos
corporativos, com o propósito de sequenciar e ordenar a própria cadeia produtiva.
Por sua vez, Christopher (1999) define cadeia de fornecimento como sendo
uma rede de organizações que estão envolvidas por meio de ligações à jusante
(downstream) e à montante (upstream), em relações de causa e efeito nos diferentes
processos e atividades que produzem valor na forma de produtos e serviços liberados
ao consumidor final. Verifica-se, nessa definição, a visão macro do trabalho não
como processo individual, mas como sistema corporativo. As organizações são
sistemas independentes que se combinam, a partir de suas competências
complementares, para produzirem as condições objetivas de consumo.
Essa compreensão é reforçada por Lambert et al.(1998), que apontam a
cadeia de fornecimento não como somente uma cadeia de negócios com
relacionamentos um a um, mas uma rede de múltiplos negócios e relações. Na
mesma direção, Arnold (1999) afirma que a cadeia de fornecimento consiste de
várias empresas ligadas por uma relação de oferta e demanda, ou seja, a cadeia de
fornecimento contempla desde o surgimento de matéria-prima, incluindo manufatura
e montagem, até a sua distribuição ao consumidor final. O que se observa é uma
complementaridade consensual entre cada definição, sendo que todas sinalizam para
a formação de parcerias e alianças estratégicas em toda a cadeia produtiva.
As parcerias, alianças, redes de empresas e outras formas de articulação
comercial são estratégias que objetivam preparar as empresas para participarem mais
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
efetivamente
do
ambiente
competitivo
do
mercado
desfronteirizado.
Progressivamente, a concorrência migra do cenário entre empresas e segue em
direção concorrencial entre cadeias de fornecimentos e sistemas sustentáveis de
empresas. Essa nova ordem mercadológica exige maior preparo e eficiência no
gerenciamento das cadeias produtivas, de fornecimento, de suprimentos ou rede de
suprimentos. Seja qual for a exigência das novas práticas de gestão ou ferramentas de
planejamento, o que está em questão é o controle dos fluxos produtivos até o
consumidor final, seja administrando sustentavelmente os recursos, cada vez mais,
escassos, seja inovando tecnologicamente o emprego do capital intelectual
(CORRÊA, 2010).
A rede de suprimentos passou a fazer parte das organizações, elas querendo
ou não. A visão de que uma organização faz parte de uma rede de empresas
interligadas, como se fossem elos de uma corrente, existe em três fluxos contínuos:
fluxo de produtos/serviços, fluxo financeiro e fluxo de informação, possibilitando a
existência da rede mesmo que a organização não perceba de imediato essa rede. Ao
se observar dentro das organizações, verifica-se que o desempenho de uma empresa
não depende tão somente da mensuração de seus resultados, mas também, da
compreensão e/ou identificação dos facilitadores, bem como, dos entraves em todos
os elos anteriores e posteriores a sua atuação (CORRÊA, 2010).
Considerando o alinhamento entre os pontos de contatos da cadeia, faz-se
necessário mensurar o processo, além do desempenho individual de cada empresa, e
também monitorar e dimensionar o desempenho competitivo da cadeia produtiva na
qual a referida empresa está inserida. Dessa forma, para que haja competitividade na
cadeia, é necessária uma integração efetiva entre seus elos, os quais devem estar
direcionados para as necessidades e expectativas dos consumidores finais (HASSINI,
SURTI e SEARCY, 2012).
Evidentemente, não se pode perder de vista que todas as informações e
recursos devem ser repassados aos elos da cadeia, de acordo com as necessidades e
expectativas previamente levantadas. Contudo, a eficiente sincronia entre os elos da
cadeia refletirá as melhorias globais na própria cadeia, sendo necessário que o
monitoramento ou avaliação seja constante e efetivo, uma vez que o
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Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
acompanhamento de indicadores de desempenho é que possibilitará a identificação
dos problemas ou oportunidades de melhoria na cadeia e/ou nos elos mais fracos
(CORRÊA, 2010).
A implementação de ações deverá acontecer sob uma coordenação única,
integrando todos os componentes de uma determinada cadeia de suprimentos, para se
conseguir essa coordenação entra a Gestão da Cadeia de Suprimentos. Esse
gerenciamento normalmente deve ser exercido pelo elo mais forte da cadeia ou por
aquele que detém as informações mais importantes sobre o mercado onde
determinada cadeia atua. O que se percebe é uma dificuldade em Gerenciar a Cadeia
de Suprimentos pela falta de visão de toda uma cadeia ou pelo desinteresse em
assumir essa responsabilidade de gerenciamento, ou pela dificuldade de integrar os
objetivos de todos os integrantes na mesma direção, ou pela diferença dos interesses
e culturas das organizações que compõem a cadeia de suprimentos (CORRÊA,
2010).
Vários fatores podem influenciar de forma positiva ou negativa, nos
resultados da cadeia e de seus elos. Entre os fatores, conforme aborda Durski (2003),
consideram-se as mudanças de preços provocadas por variações cambiais; os custos
de produção; a diferenciação de produto, que exerce um importante papel na
formação de estratégias competitivas; a estrutura de mercado; os ganhos de
produtividade; a confiabilidade e os prazos nas entregas; a qualidade; a
disponibilidade dos serviços pós-vendas; a inovação tecnológica; o investimento em
capital físico e humano; a influência dos meios institucionais; a infraestrutura, entre
outros.
No âmbito da cadeia de suprimentos, é necessária a utilização de indicadores
de desempenho que representem a realidade e disponibilizem informações concisas
aos gestores. Considerando-se que o fornecimento externo representa pelo menos a
metade de todos os custos de muitas empresas, é fundamental compreender como
andam a eficiência e a eficácia dos fornecedores. O mesmo princípio é aplicado aos
distribuidores e intermediários, que estão ocupando uma grande porção do custo
marginal dos produtos (CHRISTOPHER, 1999).
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Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Corrêa e Corrêa (2006) afirmam que não basta mais para uma empresa ser
excelente na gestão exclusiva de seus ativos, para ter sucesso sustentável no
ambiente competitivo de hoje e do futuro. É necessário que haja uma gestão coesa da
rede de suprimentos à qual a empresa pertence, para que o cliente final (o único a
pagar por todos os custos operacionais e retornos sobre investimento feitos na rede
toda) possa tonar-se satisfeito e fiel.
3.1.1 Fatores relacionados à Competitividade
Seguindo o raciocínio de cadeias de suprimentos, outro ponto a ser observado
atualmente é o crescimento da interdependência entre as empresas que compõem
uma cadeia de suprimentos. Assim, pode-se dizer que uma empresa não pode
sobreviver nem ser autossuficiente em fornecimento de insumos dentro do mercado
em que atua. Com isso existe cada vez mais uma maior preocupação no
gerenciamento das cadeias de suprimentos. Cadeia de fornecimento, cadeia de
suprimento ou Supply Chain pode ser definida como sendo o conjunto dos processos
que envolvem fornecedores-clientes e ligam as empresas desde a fonte inicial de
matéria-prima até o ponto de consumo do produto acabado. Envolve as funções
dentro e fora de uma empresa, de modo a garantir que a cadeia de valor
correspondente possa fazer e providenciar seus produtos e serviços aos clientes. A
cadeia abrange todos os esforços envolvidos na produção e liberação de um produto
final, desde o primeiro fornecedor até último cliente do cliente (PIRES, 2004).
A credibilidade de uma empresa e sua legitimidade não é construída
isoladamente, mas influenciadas pela imagem das outras empresas às quais está
associada na cadeia produtiva. O consumidor questiona mais incisivamente como um
bem ou serviço foi produzido e considera em sua análise, além de aspectos técnicos
vinculados à qualidade intrínseca: cumprimento de normas; uso de recursos naturais;
descarte de resíduos e de lixo; uso de energia renovável; indícios de trabalhos
escravo e infantil, uso de matéria-prima reciclável, envolvimento da organização
com corrupção, entre outros. É a unidade, a coerência e a consistência das decisões
estratégicas dos agentes da cadeia que orientam uma identidade positiva e sustentável
no mercado (ALIGLERI, ALIGLERI e KRUGLIANSKAS, 2009).
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Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Os problemas socioambientais não devem ser tratados isoladamente nem
classificados como aqueles que estão fora ou dentro das empresas. Isso porque as
organizações são cada vez mais pressionadas para olhar o impacto de suas operações
para além das suas paredes institucionais, sob o risco de serem questionadas e
cobradas pela estreita visão sistêmica (BORGER e KRUGLIANSKAS, 2002). Wood
Jr. e Zuffo (1997) afirmam que o empenho pela competitividade relaciona-se cada
vez mais com a busca do ótimo sistêmico dentro e além das fronteiras da empresa.
As “organizações estão deixando de serem sistemas relativamente fechados para
tornarem-se sistemas cada vez mais abertos. Suas fronteiras estão se tornando mais
permeáveis e, em muitos casos, difíceis de identificar”. Não é suficiente apenas
dispor de recursos, pois a competitividade depende da aplicação e do relacionamento
a ser construído com diferentes agentes externos que interagem com a empresa.
Empresas com imagem e marca forte têm se preocupado com a reputação e
legitimidade dos outros agentes da cadeia. A habilidade de compartilhar atividades
na cadeia de valor é a base para a competitividade empresarial, porque a integração
realça a vantagem competitiva por aumentar a diferenciação com outras redes de
negócio. Esta condição sugere que o alcance da sustentabilidade só ocorre se for
integrada ao longo da cadeia de negócios (PORTER, 2001).
3.2 Sustentabilidade
Um ponto sendo discutido hoje, como determinante para a competitividade e
sobrevivência das organizações, é o desenvolvimento sustentável. De um lado,
destaca-se a forma como o mercado enxerga a organização no âmbito social e
ambiental; de outro lado, examina-se como a organização se vê em um futuro
próximo, no que diz respeito a seu desenvolvimento ou até existência.
Entende-se que sustentabilidade está relacionada a como administrar hoje os
recursos escassos para que não falte para as próximas gerações. Pode-se analisar a
visão do mercado como uma preocupação baseada em dois lados do tripé que
mantém a sustentabilidade, o lado social e o lado ambiental, preocupando-se com as
consequências causadas pelo crescimento da organização nesses dois fatores. No
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Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
mesmo caminho desse pensamento, pode-se concluir que uma organização que
deseje alcançar um desenvolvimento sustentável deverá focar os três lados do tripé
de forma igual: o social, o ambiental e o econômico. Mas o que ainda se vê é uma
tendência em focar mais para o lado econômico. Considerando o tripé da
sustentabilidade, o lado econômico é aquele baseado no retorno financeiro ou no
custo financeiro, ou seja, se é viável financeira ou economicamente para uma
determinada organização (WU e PAGELL, 2010).
O quão difícil será essa transformação é discutível. Alguns pesquisadores
sugerem que muitas organizações podem alcançar os objetivos dos negócios e
reduzir seus impactos ambientais simultaneamente, por exemplo, Russo e Fouts
(1997); Christmann (2000); e Melnyk et al. (2003). No entanto, enquanto a redução
de resíduos e poluição está alinhada com os objetivos tradicionais da gestão de
operações, nem todas as práticas ambientais trarão redução de custos e alguns irão
aumentar os custos, especialmente no curto prazo. Um exemplo é a pró-atividade de
investimentos em tecnologia verde que pode não ser paga por décadas. E há
evidências de que algumas empresas levam a ousada ação ambiental em detrimento
da sua saúde financeira, como afirmam Margolis et al. (2007). O desafio é como
gerir um negócio viável hoje sem comprometer o meio ambiente natural no futuro
(WU e PAGELL, 2010).
Seguindo o raciocínio de desenvolvimento sustentável das organizações,
pode-se levar o conceito de Rede de Suprimentos para outro nível no qual se está
buscando a sustentabilidade de uma Cadeia de Suprimentos, ou seja, desenvolver
ações que proporcionem a gestão dos recursos atuais de uma determinada cadeia,
sejam eles hoje escassos ou não, para que não faltem recursos no futuro em toda a
cadeia produtiva. Como exemplo desse objetivo, pode-se ver um movimento de
determinadas cadeias produtivas, através da iniciativa de um elo da cadeia, em
determinar o volume exato de água utilizada na fabricação de um produto em todos
os processos dentro da cadeia produtiva, ou seja, quanto cada empresa utiliza de água
em seus processos, desde a extração da matéria prima mais básica até o produto
entregue ao consumidor final. Determinando o volume de água consumido em cada
processo e em toda a cadeia, pode-se, assim, identificar em quais estágios existe a
possibilidade de se reduzir o consumo de água e assim permitir que esse recurso,
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limitado e cada vez mais escasso, possa ser mantido por mais tempo (CORRÊA,
2010).
O verdadeiro desafio para as organizações é quando os impactos de ações
ambientais não são claros, ou quando tais ações impõem custos a curto prazo,
enquanto os benefícios revertem para a cadeia de suprimento – bem como as partes
interessadas externas – apenas a longo prazo. Assim, ações ambientais oferecem
oportunidades e desafios. As organizações precisam descobrir uma maneira de
equilibrar prioridades concorrentes que influenciam, a curto e a longo prazo, com a
incerteza, as tomadas de decisões (WU e PAGELL, 2010).
3.2.1 Desenvolvimento Sustentável
Dias (2009) descreve que, após longo tempo, desde os primórdios da
Revolução Industrial, crescimento econômico foi sinônimo de desenvolvimento,
revelando a importância da economia no dia a dia da humanidade. De fato, a
industrialização trouxe a importância econômica de utilização dos recursos naturais
para o beneficio da humanidade, com o desenvolvimento de produtos para satisfazer
a suas necessidades. Todavia, durante muito tempo, pensou-se que os recursos
naturais fossem infinitos, que durariam eternamente, e agiu-se, desse modo, com o
desperdício sendo a marca registrada do crescimento. O autor ainda comenta que,
num determinado momento, diversos estudos demonstraram que a natureza não
estava mais suportando sua exploração e que muitos dos recursos utilizados em breve
deixariam de existir. O alarme causou uma mobilização continuada, que desencadeou
numa nova proposta de desenvolvimento que contempla o meio ambiente natural,
que deveria ser preservado para a utilização futura das novas gerações.
A década de 1970 é marcada pela discussão sobre a produção econômica e a
conservação do meio ambiente, com destaque para o conceito de ecodesenvolvimento, proposto por Ignacy Sachs (RIBEIRO, 2001).
O termo eco-desenvolvimento foi introduzido por Maurice Strong na
Conferência de Estocolmo, em 1972 (MONTIBELLER, 2004). O princípio
preconizado pelo desenvolvimento sustentável popularizou-se de tal modo que hoje
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há um número incontável de interpretações dele, o que não desfaz sua importância,
por trazer no processo de desenvolvimento os limites de uso da natureza. E todas as
interpretações procuram se pautar pelos princípios básicos enunciados pela Comissão
Brundtland em 1987, que preconiza que o desenvolvimento só deve ser realizado se
atender às gerações atuais e futuras. Deve-se, a todo custo, utilizar os recursos,
somente na exata medida em que não se prejudique sua mesma utilização pelas
gerações futuras (DIAS, 2009).
As
discussões
tratavam
do
impacto
ambiental
de
um
modelo
desenvolvimentista focalizado apenas no crescimento econômico. A consolidação do
conceito ocorreu em 1988, sendo assim descrito pela Comissão Mundial para o Meio
Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD): “aquele que atende às necessidades do
presente, sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas
próprias
necessidades”
(CMMAD,
1998).
Para
Alier
(1998),
o
termo
desenvolvimento sustentável combina as ideias de “desenvolvimento econômico e
capacidade de sustento”. Sachs (2004) sugere o desdobramento do conceito em
inclusão social, ambiente sustentável e economia sustentada no tempo.
Os problemas ecológicos somente podem ser compreendidos, estabelecendose a relação entre o desenvolvimento e o meio ambiente. O desenvolvimento
sustentável refere-se à garantia da continuidade humana e a seu meio externo,
baseado em outra forma de relação da sociedade com a natureza (BELLEN, 2006).
Nessa linha de abordagem, um ponto é visto atualmente como determinante
para a competitividade e sobrevivência das organizações: o desenvolvimento
sustentável. Sobre esse tema se destaca a visão de, por um lado, como o mercado
percebe a organização no âmbito social e ambiental e, por outro lado, como a
organização se percebe em um futuro próximo, no que diz respeito ao seu
desenvolvimento ou até existência.
Além disso, o desenvolvimento sustentável introduz a dimensão ética e
política que considera o desenvolvimento como processo de mudança social, com
consequente democratização do acesso aos recursos naturais e distribuição equitativa
dos custos e benefícios do desenvolvimento. Camargo apud Novaes (2002) diz que,
nos últimos dois séculos, as sociedades têm vivido sob a tríade da liberdade, da
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Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
igualdade e da fraternidade. À medida que se caminha no século XXI, torna-se
necessário ter como inspiração os quatros valores: liberdade, igualdade, fraternidade
e sustentabilidade.
Considerando que sustentabilidade está relacionada diretamente a como
administrar hoje os recursos para que não faltem para as próximas gerações, pode-se
analisar a visão do mercado como uma preocupação fundamentada em dois lados do
tripé que mantém a sustentabilidade: o lado social e o lado ambiental, preocupandose com as consequências causadas pelo crescimento da organização nesses dois
fatores. Nessa direção de raciocínio, compreende-se que uma organização que deseje
alcançar o desenvolvimento sustentável deverá focar equitativamente os três lados do
tripé: social, ambiental e econômico. Mas o que vemos ainda é uma tendência em
focar mais para o lado econômico. Fundamentado no tripé da sustentabilidade, o lado
econômico é aquele caracterizado pelo retorno financeiro ou no custo financeiro, isto
é, se é viável financeira ou economicamente para determinada organização (Figura
1).
Figura 1 - Tripé do Desenvolvimento Sustentável
Fonte: Adaptado de COPESUL (2009)
O desenvolvimento sustentável, além de equidade social e equilíbrio
ecológico, para Donaire (1999), apresenta, como terceira vertente principal, a
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questão do desenvolvimento econômico. Induz um espírito de responsabilidade
comum, como processo de mudança, no qual a exploração de recursos materiais, os
investimentos financeiros e as rotas do desenvolvimento tecnológico deverão
adquirir sentidos harmoniosos. Nesse sentido, o desenvolvimento da tecnologia
deverá ser orientado para metas de equilíbrio com a natureza e o incremento da
capacidade de inovação dos países em desenvolvimento. O progresso será entendido
como fruto de maior riqueza, maior benefício social equitativo e equilíbrio ecológico.
Figura 2 - As cinco dimensões da sustentabilidade
Fonte: (SACHS, 2008)
Sachs (2008) apresenta cinco dimensões do que se pode chamar
desenvolvimento sustentável (Figura 2):
 A sustentabilidade social – que se entende como a criação de um processo
de desenvolvimento sustentado por uma civilização com maior equidade na
distribuição de renda e de bens, de modo a reduzir o abismo entre os padrões
de vida dos ricos e dos pobres.
 A sustentabilidade econômica – que deve ser alcançada através do
gerenciamento e alocação mais eficientes dos recursos e de um fluxo
constante de investimentos públicos e privados.
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 A sustentabilidade ecológica – que pode ser alcançada através do aumento
da capacidade de utilização dos recursos, limitação do consumo de
combustíveis fósseis e de outros recursos e produtos facilmente esgotáveis,
redução da geração de resíduos e de poluição, através da conservação de
energia, de recursos e da reciclagem.
 A sustentabilidade espacial – que deve ser dirigida para a obtenção de uma
configuração rural-urbana mais equilibrada e uma melhor distribuição
territorial dos assentamentos humanos e das atividades econômicas.
 A sustentabilidade cultural – incluindo a procura por raízes endógenas de
processos de modernização e de sistemas agrícolas integrados, que facilitem a
geração de soluções específicas para o local, o ecossistema, a cultura e a área.
3.3 Criação de Valor Compartilhado
Nos últimos anos, a atividade empresarial tem sido encarada como uma das
principais causas de problemas sociais, ambientais e econômicos. Dessa forma, as
organizações adotaram ações de Responsabilidade Socioambiental Empresarial e
com isso passaram a ser mais responsabilizadas pelos problemas da sociedade. Com
essa cobrança, lideranças políticas instituíram normas que afetam a competitividade
do setor empresarial, inibindo seu crescimento econômico. Grande parte desse
problema é culpa das próprias organizações que continuam presas a um modelo
ultrapassado de criação de valor (Figura 3), onde colocam todos os esforços no
aumento dos resultados financeiros de curto prazo e ignoram as necessidades dos
clientes e outros fatores importantes para o sucesso organizacional de longo prazo
(PORTER e KRAMER, 2011).
É nesse cenário que Porter e Kramer (2011) acreditam que a solução para os
problemas organizacionais está no princípio da Criação de Valor Compartilhado, que
envolve a geração de valor econômico, de forma a criar também valor para a
sociedade. Valor compartilhado não é responsabilidade social, filantropia nem
mesmo sustentabilidade, mas uma nova forma de alcançar sucesso econômico. Não
está na margem do que as organizações fazem, mas no centro. Está no capitalismo a
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grande oportunidade de satisfazer as necessidades humanas, melhorando a eficiência,
criando empregos e gerando riqueza. As organizações, quando atuam efetivamente
em seus negócios, e não como um ente filantrópico, têm grande força para atender à
atuais questões da sociedade.
Figura 3 - Cadeia de Valor Genérica
Fonte: (PORTER, 1989)
O objetivo de que, para beneficiar a sociedade, as organizações devem sair do
foco de suas atividades acaba impondo limites a sua lucratividade, ajudando com que
os gestores excluam as considerações socioambientais de suas estratégias, passando
apenas a subsidiar governos e Organizações não-Governamentais (ONGs) em
programas de Responsabilidade Socioambiental Empresarial, vendo este movimento
como um gasto necessário e essencial para a imagem da empresa (PORTER e
KRAMER, 2011). Os autores citam as certificações como uma meta de aumentar a
receita para o produtor rural de baixa renda com o pagamento de prêmio na compra
de seus produtos. Pode parecer um ato de nobreza, porém, trata-se apenas de
redistribuição de receitas e não gera valor ao comprador. Na perspectiva de valor
compartilhado, o foco seria na melhoria das técnicas de produção, fortalecimento de
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Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
um cluster1 local de fornecedores e outras técnicas em beneficio do produtor para o
aumento da sua eficiência no cultivo, qualidade do seu produto, sustentabilidade dos
negócios, etc.. Isso levaria ao aumento da fatia de lucro tanto para o produtor quanto
para a organização.
Para demonstrar como se cria valor compartilhado, Porter e Kramer (2011)
mostram o círculo virtuoso do valor compartilhado, apresentando as três maneiras
distintas para se criar valor econômico ao mesmo tempo em que se cria valor social:
redefinir produtos e mercados, redefinir produtividade na cadeia de valor e promover
o fortalecimento de cluster de apoio nas localidades da empresa. Ao conectar o
sucesso da organização com a melhoria socioambiental, o conceito de valor
compartilhado revela novas maneiras de satisfazer novas necessidades, ganhar
eficiência, criar diferenciação e expandir mercados.
A cadeia de valor de uma organização afeta, e é afetada, por várias questões
socioambientais, como uso de recursos naturais, saúde e segurança, condições de
trabalho, etc. Nesse sentido, a criação de valor compartilhado descobre
oportunidades, pois tais questões, por muitas vezes, acarretam custos econômicos na
cadeia de valor da organização.
Quando há a conscientização da ligação entre o progresso social e o aumento
da eficiência produtiva na cadeia de valor, surgem oportunidades de criação de
soluções, como, por exemplo, para evitar desperdício, aumentando, em
consequência, a lucratividade da organização. Ao aumentar o acesso a insumos,
compartilhamento de tecnologias e de financiamento, uma organização pode
melhorar a qualidade e a produtividade de seus fornecedores e, ao mesmo tempo,
garantir o acesso a um volume crescente. Em algumas das áreas mais importantes, a
abordagem de valor compartilhado está transformando a cadeia de valor. As áreas
não funcionam de maneira independente, mas se reforçam mutuamente (PORTER e
KRAMER, 2011):
1
Clusters são empresas concentradas e interligadas em um mesmo espaço geográfico. Essas empresas
cooperam e colaboram para o desenvolvimento de regiões promovendo vantagens econômicas e
estatísticas para todos. Uma vantagem está relacionada à localização dos empreendimentos em um
mesmo lugar (FUSCO, 2004).
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Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
 Logística e uso de energia.
 Uso de recursos.
 Compras.
 Distribuição.
 Produtividade do trabalhador
 Localização.
A criação de valor compartilhado será mais eficaz e muito mais sustentável
do que a maioria das iniciativas empresariais de hoje em dia, pois deixa a hipocrisia
de lado e toca no ponto em que todos se preocupam em como serem bem sucedidos,
de maneira que a sociedade cresça. O valor compartilhado gera muitas necessidades,
novos produtos a oferecer, novos clientes a servir e novas maneiras de configurar a
cadeia de valor. E as vantagens competitivas que resultam da criação de valor
compartilhado em geral serão mais sustentáveis do que avanços convencionais em
custo e qualidade. O valor compartilhado faz a organização se concentrar no lucro
certo: o lucro que gera — em vez de reduzir – benefícios para a sociedade (PORTER
e KRAMER, 2011).
Não há como pensar na criação de valor compartilhado sem considerar uma
cadeia de fornecimento como um todo. Afinal, o que se tem é uma rede de
organizações interligadas dependendo uma das outras para atender a uma ou várias
necessidades do cliente final ou consumidor. Dessa forma, o conceito de criação de
valor compartilhado poderá favorecer uma sustentabilidade a toda cadeia de
fornecimento, ou seja, uma cadeia socialmente responsável (Figura 4).
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39
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Figura 4 - Cadeia Socialmente Responsável
Fonte: (ALIGLERI, 2012)
3.4 Indicadores
O termo indicador é um parâmetro selecionado e considerado isoladamente
ou em combinação com outros sobre as condições do sistema em análise.
Normalmente um indicador é utilizado como um pré-tratamento aos dados originais
(SICHE et al., 2007). Muitas vezes, indicador é considerado o mesmo que índice. Os
autores entendem que o índice é um valor numérico que representa a correta
interpretação da realidade de um sistema ou complexo, utilizando bases científicas e
métodos adequados. O índice pode servir como um instrumento de tomada de
decisão e previsão, sendo considerado um nível superior da junção de um jogo de
indicadores ou variáveis.
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40
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Mitchell (1996) explica que indicador é uma ferramenta que permite a
obtenção de informações sobre uma dada realidade, tendo como característica
principal a de poder sintetizar diversas informações, retendo apenas o significado
essencial dos aspectos analisados. Um indicador pode ser um dado individual ou um
agregado de informações, sendo que um bom indicador deve conter os seguintes
atributos: entendimento simples; quantificação estatística e lógica coerente; e
comunicação eficiente do estado do fenômeno observado (MUELLER, TORRES e
MORAIS, 1997).
Pode-se dizer que os indicadores são ferramentas utilizadas por uma
organização para monitorar determinados processos (geralmente os denominados
críticos), quanto ao alcance ou não de uma meta ou padrão mínimo de desempenho
estabelecido. Visando correções de possíveis desvios observados a partir do
acompanhamento de dados, buscam-se identificação das causas prováveis do não
cumprimento de determinada meta e propostas de ação para melhoria do processo.
Esses dados ainda fornecem informações importantes para o planejamento e o
gerenciamento dos processos, podendo contribuir para o processo de tomada de
decisão (CAMPOS e MELO, 2008).
Neely (1999) descreve alguns motivos que levaram a comunidade de
negócios a procurar o uso de avaliação de desempenho nos últimos anos:
 Competição mais acirrada: pressões competitivas levam as empresas a
buscarem diferenciar-se da concorrência em termos de qualidade, serviço,
flexibilidade para personalizar produtos, inovação e respostas rápidas e
confiáveis a mudanças do mercado. Fazem isso porque têm de competir não
só com base em preço, mas com base no valor oferecido.
 Novas iniciativas de melhoramento em operações: respondendo a uma
competição mais acirrada por mercados, as empresas têm embarcado num
fluxo ininterrupto de iniciativas de melhoramento de desempenho (qualidade
total, operações enxutas, Just in time, entre outras). Há algo em comum entre
elas: a necessidade de basear-se em mensuração de desempenho. A
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41
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
abordagem de Benchmarking 2 como melhoria em particular contribuiu
bastante para o aumento no interesse pela mensuração do desempenho.
 Mudança nas demandas externas: as organizações estão cada vez mais
sujeitas a uma grande quantidade de demandas e controles externos, como
órgãos do governo que controlam e regularizam o desempenho das empresas
privadas.
3.4.1 Indicadores de Desempenho em Cadeia de Suprimentos
Dentro da revisão dos sistemas de medição de desempenho realizada por
Tezza, Bornia e Vey (2010) que descrevem a evolução dos indicadores de
desempenho em cadeia de suprimentos, um dos primeiros indicadores voltados para
cadeia de suprimentos foi o de Andersson, Aronsson e Storhagen (1989) por meio de
uma proposta de medição focando os aspectos quantificáveis do sistema logístico, os
autores abordaram medidas financeiras e não financeiras chamadas de medidas
físicas quantitativas.
Stewart (1995) propõe uma estrutura de indicadores balanceados para
melhorar o desempenho da cadeia de suprimentos, com quatro aspectos-chave para a
excelência na cadeia de suprimentos: desempenho da entrega; flexibilidade e
responsabilidade; custo logístico; e gerenciamento dos ativos. Stainer (1997) coloca a
produtividade das operações logísticas e demonstra de que forma ela pode ser
medida pela análise de seu desempenho através de um modelo para gestão com o
foco de sua eficácia, a longo prazo. Christopher (1999) aborda a medição e avaliação
do desempenho sob duas perspectivas: em termos absolutos – baseado em custos; e
em termos relativos – baseados na comparação com a concorrência. Lambert, Cooper
e Pagh (1998) também exploram a perspectiva de custos através do monitoramento
das seguintes ferramentas: padrões de custos e orçamentos flexíveis; práticas
orçamentárias; padrões de produtividade; e controle estatístico do processo.
2
Benchmarking é uma técnica que usa comparações de níveis de desempenho e práticas entre
empresas no sentido de localizar e copiar/adaptar as melhores práticas, baseando-se fortemente em
medidas de desempenho (CORRÊA e CORRÊA, 2006).
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
A existência da correlação entre os indicadores de desempenho logístico e os
indicadores de desempenho corporativo é focada em quatro elementos de
competitividade corporativa: custos; produtividade; qualidade; e tempo. Esses
elementos estruturais devem estar ligados a inter-relações e padronizações do
processo para apoiar os critérios de decisão na escolha dos indicadores (REY, 1999).
A iniciativa de avaliação de desempenho deve se iniciar com um claro entendimento
dos processos existentes, demonstrados através de estudos realizados em uma planta
da GM, com um mapeamento dos processos-chave da cadeia de suprimentos, que
incluem: obtenção; aquisição; processamento; e distribuição (DREYER, 2000).
Ellinger e Daugherty (2000) demonstram a importância das relações entre a
integração de marketing e logística interdepartamental no desempenho de uma
empresa. A troca de informações na cadeia de suprimentos pode auxiliar as empresas
a desenvolverem pensamento sistêmico em relação à cadeia de suprimentos. Os
objetivos estratégicos devem ser definidos a partir das necessidades do cliente final
da cadeia (HOLMBERG, 2000). Gunasekaran et al. (2001) propõem um modelo e
uma avaliação de desempenho para mensurar os aspectos mais importantes de uma
cadeia de suprimentos: planejamento de ordens; parcerias na cadeia; produção;
distribuição; serviço e satisfação do cliente; e custos financeiros e logísticos da
cadeia. Lambert e Pohlen (2001) propõem indicadores alinhando o desempenho dos
processos-chave entre pares de empresas, a partir das ligações existentes entre as
empresas. As etapas da abordagem são: (i) mapear a cadeia; (ii) analisar cada
ligação; (iii) desenvolver uma demonstração do resultado para cada empresa; (iv)
realinhar processos da cadeia; (v) alinhar indicadores não financeiros com
financeiros; e (vi) envolver os parceiros. A integração da cadeia de suprimentos e
seus indicadores é assunto discutido por diversos autores, como Dornier et al. (2000)
e Bowersox et al. (2007).
Corrêa (2010) explica que um dos pontos fracos na gestão da cadeia de
suprimento tem sido exatamente a dificuldade de as empresas adaptarem seus
tradicionais sistemas de avaliação de desempenho à nova realidade competitiva. Tal
realidade busca mais cooperação ao invés de conflito entre empresas e requer que as
cadeias de suprimento trabalhem para objetivos comuns globais mais que para
objetivos isolados de cada uma das empresas. Alguns fatores colaboram para que as
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
empresas necessitem de novos sistemas de avaliação de desempenho, quando
gerenciam suas cadeias de suprimento em relação àqueles tradicionalmente usados
internamente (LAMBERT, 2008):
 Falta de medidas que capturem o desempenho ao longo da cadeia de
suprimentos como um todo.
 Necessidade de ir além dos limites das empresas individuais e adotar uma
perspectiva da cadeia global de suprimentos
 Meta de encorajar comportamento cooperativo entre funções corporativas e
entre empresas da cadeia de suprimentos.
 Necessidade de determinar mais claramente as relações entre os objetivos
corporativos e os objetivos da cadeia de suprimentos.
 Complexidade crescente das cadeias de suprimentos.
 Necessidade de alinhar atividades e incentivos e compartilhar informações
sobre medidas de desempenho para alcançar os objetivos da cadeia.
 Necessidade de alocar benefícios e ônus resultantes de mudanças funcionais
dentro das cadeias de suprimento.
Hassini et al. (2012) descrevem as dificuldades na elaboração de indicadores
de desenvolvimento em cadeias de suprimentos, como:
 Embora existam indicadores ambientais, há uma dificuldade em saber qual
usar, quando e como (HERVANI, HELMS e SARKIS, 2005).
 Diferentes atores da cadeia de suprimento devem concordar sobre quais
indicadores devam usar e com quais dados (HERVANI, HELMS e SARKIS,
2005).
 Incompatibilidade entre os indicadores de produção dentro das organizações e
indicadores da cadeia de suprimentos devem ter foco interorganizacional
(LEHTINEN e AHOLA, 2010).
 Inexiste um órgão de supervisão que controle a Cadeia de Suprimentos.
Algumas
medidas
ambientais
estão
ligadas
a
regulamentações
governamentais; todavia, muitas medidas sociais e financeiras não estão.
Logo, é geralmente dificil impor conformidade a toda a Cadeia de
Suprimentos.
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
 Falta confiança e há medo de que o sigilo dos dados possa ser comprometido.
 Há dificuldades no alinhamento de estratégias ao longo da Cadeia de
Suprimentos, embora sejam elas pré-requisito de indicadores de desempenho
que permitem adaptação em todas as empresas que fazem parte da cadeia.
 Existem dificuldades na coordenação de competencias. Indicadores de
desempenho são projetados para capitalizar competências internas de uma
organização e usá-los para fortalecer suas competências externas.
 Existe dinamismo nas cadeias de suprimentos. Não são apenas os indicadores
de desempenho que devem mudar com o tempo, um fornecedor é susceptível
de desempenhar papéis diferentes em Cadeias de Suprimentos diferentes.
Tabela 1 - Medidas de desempenho em Cadeias Globais de Suprimentos
CADEIA GLOBAL
 Custo total de propriedade do item.
Custo
 Custo final do produto acabado.
 OEE – Overall Equipament Effectiveness (eficácia total do
equipamento).
 Giro total dos ativos.
Produtividade
 Giro total de estoques.
 Ciclo cash to cash (pagamentos – recebimentos).
 OTIF (On Time In Full) – percentual de entregas no prazo e
completas.
 Perfect order – OTIF em perfeitas condições, incluindo
documentações.
Serviço e satisfação
 Nível de satisfação do consumidor.
 Nível de recomendação do consumidor.
 Resolução de reclamações/recuperação do cliente.
 Ciclo de introdução de novos produtos no mercado.
 Percentual de faturamento devido a novos produtos.
 Capacidade de resposta a aumento/diminuição de volumes.
 Número de produtos na linha.
Flexibilidade e inovação
 Percentual de faturamento devido a novos produtos.
 Taxa de introdução de novos produtos.
 Taxa de inovação em processos de produção e entrega de
produtos.
 Volume de devoluções por qualidade.
 Custos totais de garantia.
Qualidade
 Número de defeitos no campo (partes por milhão).
 Qualidade percebida pelo consumidor.
 Percentual dos relacionamentos cliente-fornecedor da cadeia com
relações colaborativas.
Relacionamento
 Nível geral de confiança entre membros da cadeia de suprimento.
Fonte: adaptado de Corrêa (2010)
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Para Corrêa (2010), os indicadores de desempenho em cadeias de suprimento
devem ser mais globais que locais e mais relativos a processos que a funções, já que
as cadeias operam por processos que cruzam tanto fronteiras funcionais como
fronteiras corporativas. Dessa forma, para se obter o alinhamento da cadeia, deve-se
utilizar a abordagem da avaliação de desempenho da cadeia global com um todo. Na
Tabela 1, Corrêa descreve seis critérios (custo, produtividade, serviço e satisfação,
flexibilidade e inovação, qualidade e relacionamento) e suas medidas de desempenho
para se avaliarem as cadeias globais de suprimentos.
3.4.2 Indicadores ou Índices de Desenvolvimento Sustentável
Lima (2004) descreve uma confusão conceitual a respeito da distinção entre
Indicadores
Ambientais,
Indicadores
de
Desenvolvimento
Sustentável
e
Indicadores de Desempenho Ambiental. Para o autor, Indicadores Ambientais
traduzem dados relativos a um determinado componente ou conjunto de
componentes de um ou vários ecossistemas; já os Indicadores de Desenvolvimento
Sustentável
compreendem
informações
relativas
às
várias
dimensões
da
sustentabilidade: dimensões econômica, social, ambiental e institucional; e, por
último, os Indicadores de Desempenho Ambiental preocupam-se em refletir os
efeitos sobre o meio ambiente dos processos e técnicas adotados para realizar as
atividades de uma organização. Nessa direção à busca por indicadores que
demonstrem o desenvolvimento sustentável de uma empresa ou de uma determinada
região ou de um determinado setor da economia levam a diversas sugestões focadas
para se avaliar e comparar o estágio de sustentabilidade.
Pode-se relacionar o contexto de desenvolvimento sustentável com o
pensamento de Guerreiro (2006), que explica que a elaboração de indicadores de
desenvolvimento local para cidades é um passo anterior à implantação da sociedade
de informações, já que esta se fundamenta pelas potencialidades socioeconômicas,
ambientais, culturais e políticas do território e do espaço físico da cidade.
É imprescindível mensurar a sustentabilidade para inseri-la no processo de
decisão em todos os níveis organizacionais. Essa mensuração pode ser feita por meio
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
de índices ou conjuntos de indicadores. Independente do tipo de mensuração, suas
funções devem ser as mesmas e devem estar ligadas ao embasamento da tomada de
decisão (DELAI e TAKAHASHI, 2008):
 Auxiliar os tomadores de decisão na avaliação do desempenho em relação aos
objetivos do desenvolvimento sustentável, fornecendo bases para o
planejamento de ações futuras,
 Tornar mais perceptível uma tendência ou fenômeno que não seja
imediatamente detectável, antecipando futuras condições e tendências.
 Quantificar, medir, sumarizar, simplificar, comparar e comunicar informações
relevantes à tomada de decisão.
 Auxiliar os tomadores de decisão na compreensão do significado operacional
do conceito de desenvolvimento sustentável, funcionando como ferramenta
educacional.
Bellen (2006) descreve três principais ferramentas para avaliar o nível de
sustentabilidade: EFM – Ecological Footprint Method, ou Método da Pegada
Ecológica; DS – Dashboard of Sustainability, ou Painel da Sustentabilidade; e BS –
Barometer of Sustainability, ou Barômetro da Sustentabilidade. O que orienta as
dimensões e os indicadores de cada uma dessas ferramentas é o seu posicionamento
conceitual do que vem a ser desenvolvimento sustentável. Delai; Takahashi (2008)
selecionaram mais seis iniciativas de mensuração da sustentabilidade, além das três
citadas.
3.4.2.1 Indicadores de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações
Unidas (CSD)
É um conjunto de indicadores desenvolvido pela Comissão para
Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas, em 1995. Tem
como principal objetivo tornar os indicadores de desenvolvimento sustentável
acessíveis aos tomadores de decisão, por meio da definição e explicação de suas
metodologias e do treinamento para sua utilização (DELAI e TAKAHASHI, 2008).
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
3.4.2.2 Pegada Ecológica
A Pegada Ecológica, de autoria de Wackernagel e Rees, tem como objetivo
determinar o espaço ecológico capaz de sustentar um sistema ou unidade,
considerando a capacidade tecnológica. A medida é dada pela contabilização entre as
entradas e saídas dos fluxos de matéria e energia de um sistema econômico,
convertidos em área de terra ou água disponível na natureza, necessária para a vida
sustentável nesse sistema. Para o Ecological Footprint Method, a Pegada Ecológica
no desenvolvimento sustentável corresponde a um padrão de vida confortável
materialmente e numa relação de paz com os demais e com os recursos disponíveis
na natureza (BELLEN, 2006).
O método está baseado no conceito de capacidade de carga, ou seja, qual a
população humana que um sistema é capaz de suportar, sem comprometer sua
sobrevivência indeterminadamente. A base do modelo está na ideia de que a todo
item de energia consumida pelo grupo humano corresponde uma área de terra
necessária para fornecer os fluxos desses recursos e absorver seus dejetos (BELLEN,
2006).
3.4.2.3 Barômetro da sustentabilidade
O Barometer of Sustainability – Barômetro da Sustentabilidade – foi
desenvolvido por um grupo de especialistas ligados aos institutos International
Union for Conservation of Nature – IUCN – e International Development Research
Centre – IDRC. Seu principal pesquisador é Robert Prescott-Allen. É uma
ferramenta cujo objetivo é medir e informar o bem-estar e o progresso da sociedade
para a sustentabilidade, por meio da organização e combinação de indicadores sobre
as condições das pessoas e do ecossistema e o efeito entre ambos (PRESCOTTALLEN, 2011).
A medida mais utilizada para avaliar a sustentabilidade é a monetarização,
enquanto o Barômetro integra indicadores biofísicos e da saúde social, para avaliar o
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
progresso rumo à sustentabilidade, baseado em indicadores de grande variedade de
questões ou dimensões, tais como qualidade da água, emprego, economia, educação,
crime e violência (BELLEN, 2006). Bossel (1999) considera que o Barômetro
cumpre a função de avaliar, simultaneamente, a dimensão social e a ecológica do
desenvolvimento sustentável.
3.4.2.4 Painel da sustentabilidade
A ferramenta DS – Dashboard of Sustainability –, ou Painel da
Sustentabilidade, foi desenvolvido em 1998 pelo Consultative Group for Sustainable
Development Indicators e está baseada na metáfora do painel de controle dos
automóveis, onde inclusive sua representação gráfica corresponde à metáfora
(Figura 5). A motivação para o seu desenvolvimento foi uma ferramenta robusta de
indicadores de sustentabilidade, que ganhasse a aceitação internacional (BELLEN,
2006).
Figura 5 - Painel da Sustentabilidade
Fonte: (BELLEN, 2004)
O painel contém três displays, que correspondem a três blocos para medir o
desempenho das dimensões econômica, social e ambiental de um país, cidade,
município ou região. Seu conceito é o índice agregado de indicadores contidos em
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
cada um dos mostradores, obtido pelo resultado final do cálculo dos índices de cada
mostrador (BELLEN, 2006).
Em cada uma das três ferramentas, os indicadores correspondem às
dimensões consideradas em suas respectivas abordagens conceituais sobre
desenvolvimento sustentável, que correspondem às dimensões ecológica, econômica,
social e institucional. Exemplos das medidas utilizadas em cada uma das dimensões
são: na dimensão ecológica, qualidade da água, do ar e do solo, níveis de lixo tóxico;
na dimensão econômica, emprego, investimentos, produtividade, distribuição de
receitas, competitividade, inflação e utilização eficiente de materiais e energia; na
dimensão social, gênero, crime, saúde, mortalidade, nutrição, condições sanitárias,
água potável, educação, alfabetização, moradia, violência e população, pobreza,
educação, governança, gastos militares e cooperação internacional (BELLEN, 2006).
A Pegada Ecológica trabalha apenas com os indicadores de recursos naturais,
não incluindo a economia nem a sociedade em suas análises. O Barômetro usa
índices de bem-estar social e da ecosfera3. Nesse caso, são utilizados indicadores da
água, terra, ar, biodiversidade e utilização de recursos. Para o bem-estar social, são
usados indicadores de bem-estar individual, saúde, educação, desemprego, pobreza,
rendimentos, crime, negócios e atividades humanas (BELLEN, 2006).
3.4.2.5 Global Reporting Initiative (GRI)
Trata-se de mais de um guia para elaboração de relatórios de sustentabilidade,
lançado em 1997 pela Organização não-Governamental americana Coalition for
Environmentally Responsible Economies (CERES) e pelo United Nations
Environment Programme. Tem como objetivo auxiliar as empresas e suas partes
interessadas no entendimento e na comunicação das contribuições da organização ao
alcance do desenvolvimento sustentável, melhorando a qualidade e utilidade dos
relatórios de sustentabilidade. Possui como foco o conceito do resultado triplo –
3
Ecosfera: dentro da visão ecológica, é um conjunto de interação de todos os ecossistemas entre si,
sendo que o conjunto dos sistemas vivos integra a Litosfera, a Hidrosfera e a Atmosfera, constituindo
uma única unidade funcional de forma dinâmica, integrada e autorregulada (LUTZENBERGER,
1990).
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50
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
equilíbrio nas complexas relações atuais entre necessidades econômicas, ambientais
e sociais que não comprometa o desenvolvimento futuro (DELAI e TAKAHASHI,
2008).
3.4.2.6 Métricas de Sustentabilidade da Instituição dos Engenheiros Químicos
da Inglaterra (IChemE)
É um conjunto de indicadores, com ênfase em mensuração da
sustentabilidade de indústrias, desenvolvido pela Instituição dos Químicos da
Inglaterra, que também utiliza o conceito de resultado triplo: equilíbrio,
responsabilidade
ambiental,
retorno
econômico
(geração
de
riqueza)
e
desenvolvimento social (DELAI e TAKAHASHI, 2008).
3.4.2.7 Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI)
O Dow Jones Sustainability Index (DJSI) foi estabelecido em 1999 e avalia o
desempenho das empresas líderes mundiais em sustentabilidade selecionada dentre
as 2.500 maiores empresas globais. É constituído a partir de um questionário com 33
diferentes critérios, documentos e informações prestadas pelas empresas aos
analistas, à imprensa e às partes interessadas. Esse índice define sustentabilidade com
sendo para criar valor de longo prazo aos acionistas por meio do aproveitamento das
oportunidades e do gerenciamento dos riscos derivados dos desenvolvimentos
econômico, social e ambiental (DELAI e TAKAHASHI, 2008).
3.4.2.8 Índice Triple Bottom Line (TBL)
O TBL é um índice corporativo que se diferencia dos demais por mensurar
também as inter-relações entre as dimensões do desenvolvimento sustentável: ecoambiental, eco-social, socioambiental e eco-socioambiental. Adota o conceito de
sustentabilidade do resultado triplo: melhorar o crescimento financeiro reduzindo os
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51
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
impactos ambientais negativos e atendendo às expectativas da sociedade (WANG,
2005).
3.4.2.9 Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial
É um conjunto de indicadores lançado em 2002 pela Organização nãoGovernamental Instituto Ethos para servir de ferramenta de autoavaliação do
desempenho organizacional em relação às práticas de responsabilidade social.
Enfoca aspectos sociais da sustentabilidade e considera a Responsabilidade Social
Empresarial uma forma de gerenciar buscando competitividade, sustentabilidade e
atendendo às demandas da sociedade (DELAI e TAKAHASHI, 2008).
3.5 AHP
Para se identificarem e avaliarem os indicadores de desenvolvimento
sustentável, será utilizada a ferramenta de análise multicritério AHP – Analytic
Hierarchy Process (Processo Analítico Hierárquico). O método foi desenvolvido por
Thomas L. Saaty em meados da década de 70, cujas características são especialmente
direcionadas à superação das limitações cognitivas dos decisores. O método é
conhecido por sua simplicidade e robustez e caracteriza-se por ser um instrumento de
apoio à tomada de decisão, sendo sua aplicação feita em duas fases: a de construção
da hierarquia e a de avaliação.
Na fase de construção da hierarquia, o problema é estruturado em quatro
níveis que mostram as relações entre a meta, os critérios que exprimem os objetivos,
os subcritérios com os sub-objetivos e as alternativas que envolvem a decisão. A
estrutura hierárquica forma uma árvore invertida, sendo que a estrutura vai descendo
da meta da decisão para os critérios, subcritérios e alternativas, em sucessivos níveis,
conforme a Figura 6 (SAATY, 1990).
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52
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Figura 6 - Modelo da Estrutura hierárquica da AHP
Essa estruturação do problema exige que o decisor ou grupo de decisores
participe direta e ativamente do processo decisório, o que pode incentivar um maior
comprometimento pela implementação da decisão recomendada pelo modelo, visto
que a mesma embute suas preferências e valores. Após a hierarquização do
problema, inicia-se a fase de avaliação com a comparação paritária, entre os critérios
e subcritérios, dependendo da hierarquia do problema, em que serão determinadas as
importâncias relativas (pesos) dos elementos. Os elementos são comparados segundo
a escala de julgamentos de importância relativa concebida por Saaty (1990): 1 =
importância igual; 3 = importância fraca; 5 = importância forte; 7 = importância
muito forte; 9 = importância absoluta; 2, 4, 6, 8 = valores intermediários.
Vários estudos tiveram como sustentação metodológica a AHP, como o
trabalho de Figueiredo e Gartner (1998), que utilizaram a AHP como ferramenta para
priorizar ações relacionadas com a gestão da qualidade e produtividade em transporte
urbano. Em problemas de logística, Granemann e Gartner (2000) aplicaram o método
AHP para a escolha modal/submodal de transporte, como forma de hierarquizar
alternativas de seleção de um transportador/operador logístico, com uma amostra de
técnicos e dirigentes de diversas empresas brasileiras. Salomon et al. (1999) usaram
o método da AHP para analisar os riscos e a incertezas nos projetos industriais de
investimento e quantificar a opinião de especialistas em decisões de investimento,
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
obtendo resultados satisfatórios. Steiner (2010) utilizou o método AHP para
identificar os centros comerciais com a melhor gestão de resíduos sólidos do
Município de Curitiba, Paraná. Abreu et al. (2000) aplicaram esse método no apoio à
tomada de decisão para a escolha de um programa de controle da qualidade da água
potável para consumo humano no Brasil. Essa análise permitiu a agregação de
informações quantitativas e qualitativas. Os autores ainda concluíram que a forma de
agregação dessas variáveis exige que o tomador de decisão participe ativamente do
processo de estruturação e avaliação do problema, o que contribui para tornar os
resultados propostos pelo modelo mais consistentes. Nääs et al. (2005) utilizaram o
método AHP para avaliar o uso de três formas de rastreabilidade em granja de
suínos: manual, eletrônica e mista (manual e eletrônica).
3.6 Stakeholders
Não existe uma tradução especifica para língua portuguesa de Stakeholder,
mas pode-se considerar que o termo expresse AS PARTES INTERESSADAS. Um
dos primeiros autores a definir a teoria dos Stakeholders foi Edward Freeman (1994),
em seu artigo “The Politics of Stakeholder Theory: Some Future Directions”4 . A
gestão com base na teoria dos Stakeholders envolve a alocação de recursos
organizacionais e considera os impactos dessa alocação em vários grupos de
interesse dentro e fora da organização.
Os Stakeholders são divididos em primários – acionistas e credores –, isto é,
aqueles que possuem estabelecidos os direitos legais sobre os recursos da
organização. Em secundários – comunidade, funcionários, consumidores/clientes,
entre outros –, ou seja, aqueles cujo direito sobre os recursos da organização é menos
estabelecido em lei e/ou é baseado em critérios de lealdade ou em obrigações éticas.
A teoria dos Stakeholders baseia-se na ideia de que o resultado final da atividade de
uma dada organização empresarial deve levar em consideração os retornos que
otimizam os resultados de todos os Stakeholders envolvidos, e não apenas os
resultados dos acionistas (FREEMAN, 1994).
4
FREEMAN, Edward R. The Politics of Stakeholder Theory: Some Future Directions. Business
Ethics Quarterly, v.4 p. 409-422, 1994.
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Considerando que uma cadeia de fornecimento é composta por diversas
organizações interligadas, pode-se considerar que a teoria dos Stakeholders também
é válida para a cadeia de fornecimento como um todo. Assim, as cadeias de
fornecimento devem considerar todos os Stakeholders envolvidos, sejam primários
ou secundários, na sua estratégia.
Questões ambientais e sociais estão interligadas, sendo de interesse dos
Stakeholders. Tais questões não eram tradicionalmente consideradas em decisões de
cadeia de fornecimento, mas, de uma hora para outra, passaram a ser envolvidas no
processo, como citam Gladwin et al. (1995) e Pagelll e Wu (2009). Para Donaldson e
Preston (1995), as organizações têm Stakeholders com prioridades diferentes, devido
a seus valores e interesses e, portanto, muitas vezes são obrigadas a fazer escolhas
básicas (HERTWICH, HAMMITT e PEASE, 2000). Por exemplo, proprietários e
gestores focam em rentabilidade, enquanto membros da comunidade estão
provavelmente preocupados com a habitabilidade geral da comunidade e os impactos
ambientais da produção (WU e PAGELL, 2010).
3.6.1 Cliente como stakeholder
Sendo o consumidor ou cliente final um Stakeholder secundário e entendendo
que toda cadeia de fornecimento tem como objetivo principal atender a uma ou
várias necessidades desse consumidor ou cliente final, deve, então, uma cadeia de
fornecimento saber entender as necessidades desse Stakeholder e atender a elas, para
considerar ter obtido um resultado positivo para toda a cadeia de fornecimento.
Horne (2009) em sua pesquisa relata que os consumidores estão
sobrecarregados de informações sobre os produtos e não confiam nas declarações dos
produtores e varejistas sobre sustentabilidade, mas tendem a confiar em declarações
de Organizações Não Governamentais sobre assuntos relacionados aos produtos e
sua produção, sendo a favor ou contra aos produtos. As escolhas dos consumidores
estão relacionadas a normas sociais, hábitos, infraestrutura disponível, dentre outros,
mas cada vez mais o consumidor passa a interferir na forma como devem ser
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55
Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
produzidos e comercializados os produtos (STYLES, SCHOENBERGER e
GALVEZ-MARTOS, 2012).
As cadeias de suprimentos estão experimentando crescentes demandas por
parte dos consumidores sobre qualidade e sustentabilidade. Estão se tornando cada
vez mais vozes ativas em suas exigências para o desempenho sustentável, e essas
demandas determinam como empresas devem alinhar suas operações e atividades de
marketing para os princípios de desenvolvimento sustentável. Os consumidores estão
cada vez mais interessados na origem dos produtos, e os governos e organismos de
política da indústria estão exigindo relatórios de desempenho de sustentabilidade
(BOURLAKIS et al., 2013).
Para uma cadeia de fornecimento ter em sua estratégia o desenvolvimento
sustentável, é de suma importância oferecer produtos e serviços que satisfaçam as
necessidades atuais do consumidor ou cliente final e que saibam exatamente as
tendências atuais e futuras do mercado. Assim, uma cadeia de fornecimento deve
manter o fluxo de informações alinhado e constante dentro de toda a cadeia de
fornecimento, buscando na ponta da cadeia, consumidor ou cliente final, todas as
informações necessárias para melhorar, aperfeiçoar e desenvolver produtos e
serviços que garantam a fidelidade do consumidor e a sustentabilidade de toda a
cadeia de fornecimento.
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 4 - Metodologia
4 METODOLOGIA
4.1 Análise multicriterial para estabelecimento de indicadores
A análise multicriterial AHP foi utilizada para determinar o nível de
Desenvolvimento Sustentável em que os critérios escolhidos são o Econômico, o
Social e o Ambiental. Para se determinarem os subcritérios dos indicadores de
avaliação, foram estudados os diversos indicadores utilizados atualmente de forma
isolada no âmbito econômico, social e ambiental. Busca-se, assim, integrá-los em um
único indicador, obtendo-se visão sistêmica de toda a cadeia e de seu
desenvolvimento sustentável.
A utilização de indicadores já praticados pelas
organizações tem a intenção de facilitar a implantação dessa metodologia.
Cada empresa que faz parte de uma cadeia de suprimentos determinou o grau
de importância para cada subcritério, de acordo com a escala de julgamento de
importância relativa concebida por Saaty (1990). O questionário utilizado encontrase no APÊNDICE II. Foram atribuídos os valores de cada empresa par a par, de
forma a comparar o grau de importância relativo entre as empresas pesquisadas e
com isso obter um balanceamento em cada subcritério (nível 2), dentro de cada um
dos cinco critérios (nível 1). Finalmente, para alcançar a meta de avaliar o grau de
desenvolvimento de uma cadeia de suprimento, será atribuído um peso igual para os
cinco critérios (nível 1).
Para o desenvolvimento dos pesos dos critérios utilizados, tomou-se a escala
de Saaty (1977), que usa os valores de 1–9 para comparação par a par. Se o fator i
tem na matriz formada um número conectado ao peso descrito, quando comparado ao
fator j, então j tem um valor recíproco, quando comparado com i. A partir da
construção de uma matriz quadrada (n x n), avalia-se a importância de uma
característica sobre a outra, utilizando-se para isso uma escala adequada. Saaty
(1977) propõe a utilização da escala mostrada na Tabela 2. Preenchida a matriz de
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 4 - Metodologia
comparação, calcula-se o autovalor e seu correspondente auto vetor. O auto vetor (λ)
dá a ordem de prioridade ou hierarquia das características estudadas. O autovalor é a
medida que permitirá avaliar a consistência (CI = (λmax – n)/(n – 1)) ou a qualidade
da solução obtida.
Intensidade de
Importância
1
Tabela 2 - Escala de pesos aos atributos selecionados
Definição
Explicação
Mesma importância.
Duas atividades contribuem igualmente para o
objetivo.
3
Importância pequena de uma
sobre a outra.
A experiência e o julgamento favorecem
levemente uma atividade em relação à outra.
5
Importância
essencial.
ou
A experiência e o julgamento favorecem
fortemente uma atividade em relação à outra.
7
Importância muito grande ou
demonstrada.
Uma atividade é fortemente favorecida; sua
dominação de importância é demonstrada na
prática.
9
Importância absoluta.
A evidência favorece uma atividade em relação
à outra com o mais alto grau de certeza.
grande
2, 4, 6, 8
Recíprocos dos
valores acima
Valores intermediários.
Se a atividade j recebe um
dos valores acima, quando
comparada com a atividade j,
então j tem o valor recíproco
de i.
Fonte: (SAATY, 1977)
Quando se deseja maior compromisso.
Uma designação razoável.
4.2 Coleta de dados
Foi elaborada uma pesquisa junto aos consumidores para se identificar a
importância do desenvolvimento sustentável em cadeia de suprimentos. Foram
enviados e-mails e divulgados por meio das redes sociais, estimasse que foram feitos
1000 (mil) contatos no total e foram obtidas 300 respostas através da ferramenta
eletrônica Google Drive. A pesquisa com os consumidores teve o objetivo de
identificar o grau de importância e conhecimento sobre a produção de produtos de
forma sustentável, sendo o cliente final um integrante da cadeia de suprimentos e
uma das partes interessadas nas empresas.
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 4 - Metodologia
Participaram da aplicação dos indicadores 3 (três) empresas: um
Supermercado de médio porte situado em Bertioga no Litoral paulista, um dos
fornecedores de Carne Bovina de grande porte e um dos fornecedores de Pescados de
grande porte. Foi escolhido esse supermercado pela parceria em muitas pesquisas já
realizadas anteriormente e pelo fácil acesso aos proprietários. Através do
supermercado foram contatados os 20 maiores fornecedores de produtos, mas apenas
dois se colocaram a disposição de participar da pesquisa. Muitos ficaram com receio
de informar detalhes financeiros e outros apenas recusaram em participar. Os
diretores de cada empresa que responderam o instrumental de pesquisa.
4.3 Aplicação dos indicadores
Para se avaliarem os indicadores de desenvolvimento sustentável de cadeia de
suprimentos e o modelo AHP, foi aplicado o instrumental junto a um supermercado e
dois fornecedores em maio de 2010, no qual eles sinalizaram o grau de importância
dado para cada indicador do instrumental.
Com base no modelo AHP, foi estabelecido como objetivo da decisão
determinar o Grau de Desenvolvimento Sustentável de parte de Cadeia de
Fornecimento de Alimentos para o Varejo. Os critérios escolhidos foram o
Econômico, o Social e o Ambiental, seguindo, assim, o conceito do tripé da
sustentabilidade. Para se determinarem os subcritérios dos indicadores de avaliação,
foram estudados os diversos indicadores utilizados atualmente de forma isolada no
âmbito econômico, social e ambiental. Buscou-se, assim, integrá-los em um único
indicador, obtendo uma visão sistêmica de toda a cadeia e de seu desenvolvimento
sustentável. O objetivo de se utilizar indicadores já praticados pelas organizações é o
de facilitar a implantação dessa metodologia e não sobrecarregar os gestores das
empresas com excessivos controles de medição.
Dentro do critério Social, foi utilizado como base o Indicador Ethos de
Responsabilidade Social Empresarial (CUSTODIO e MOYA, 2007), por ser um
instrumental já consolidado e de referência no Brasil. Buscou-se identificar aqueles
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 4 - Metodologia
indicadores que mais se relacionam a uma cadeia de suprimentos para se construírem
as alternativas de decisão. No critério Ambiental, além do Indicador Ethos, também
foram utilizados como base os indicadores de desempenho dos Sistemas de Gestão
Ambiental (SGA) dentro dos requisitos das normas da ISO 14001 (International
Organization for Standardization) (Campos et al., 2008) e os indicadores da Agenda
21 brasileira (Malheiros, et al., 2008). No critério Econômico, foi utilizado o trabalho
de Durski (2003).
Para se avaliar os indicadores propostos, foi elaborado um instrumental de
pesquisa para que cada empresa pudesse atribuir um grau de importância a cada
indicador proposto e posteriormente ser aplicado na ferramenta AHP os resultados
obtidos no instrumental. Foram escolhidas três empresas que fazem parte de uma
Cadeia de Fornecimento de Alimentos para o Varejo: Supermercado de médio porte
na cidade de Bertioga (litoral do estado de São Paulo), um de seus Distribuidores de
Carne Bovina e um de seus Distribuidores de Pescados.
Através da aplicação do instrumental de pesquisa, cada empresa determinou o
grau de importância para cada alternativa, de acordo com a escala de julgamento de
importância relativa concebida por Saaty (1990). Na ferramenta AHP, foram
atribuídos os valores de cada empresa par a par, de forma a comparar-se o grau de
importância relativo entre as empresas pesquisadas e, com isso, obter-se um
balanceamento em cada alternativa (nível 4). Na sequência da avaliação, foi
comparada cada alternativa par a par e, assim, encontrou-se um balanceamento nos
subcritérios (nível 3). Com o mesmo objetivo, foi comparado cada subcritério,
também par a par, dentro de cada um dos três critérios (nível 2). Finalmente, para se
alcançar a meta de avaliar o grau de desenvolvimento de uma cadeia de suprimento,
foi atribuído peso igual para os três critérios, o social, o ambiental e o econômico
(nível 1).
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 5- Resultados e Discussão
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Resultados e discussão da aplicação dos indicadores
Utilizando a ferramenta AHP, pode-se analisar os resultados obtidos. Na
Figura 7, estão demonstrados os pesos em cada critério (social, econômico e
ambiental), relativos a cada organização pesquisada. A distribuidora de Pescados
demonstrou maior preocupação com os critérios social e ambiental e a distribuidora
de Carne, com o econômico. O supermercado demonstrou menor preocupação nos
três critérios. Pode-se notar uma forte consistência nos valores atribuídos, sendo que
em nenhuma das alternativas (nível 4) houve necessidade de ajuste. Apenas 15 das
56 alternativas apresentaram um desvio na consistência, que ficou entre 0,01 e 0,05,
demonstrando a forte consistência entre os valores atribuídos pelas empresas e pelos
indicadores (Tabela 3).
Figura 7 - Pesos acumulados referentes aos critérios de Desenvolvimento Sustentável
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 5- Resultados e Discussão
Tabela 3 - Indicadores de Desenvolvimento Sustentável para Cadeia de Suprimentos
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 5- Resultados e Discussão
Figura 8 - Pesos referente ao critério Ambiental
Ao se analisarem os subcritérios ambientais, a distribuidora de pescados
apresentou maior preocupação ambiental e o supermercado, menor (Figura 8).
Apenas no subcritério de gerenciamento de recursos hídricos houve maior equilíbrio
entre as três empresas. O único subcritério em que o supermercado apresentou maior
preocupação que a distribuidora de carne bovina foi o de gerenciamento de
embalagens, em razão do número elevado de tipos e de materiais para embalagens
que passam por ali. Giunipero et al. (2012) afirmam que, no século XXI, as questões
de sustentabilidade global voltaram-se para a cadeia de suprimentos, considerando-se
ciclo de vida do produto durante a seleção do material, impacto da compra verde na
seleção de fornecedores, gestão dos resíduos e embalagens. Pode-se entender a
menor preocupação do supermercado no critério ambiental, em função de não ser
uma empresa de manufatura, já que seu foco maior é a prestação de serviço. Todavia,
percebe-se a distribuidora de carne bovina apresentando menor preocupação em
relação à distribuidora de pescados e maior preocupação em relação ao
supermercado, em função de sua participação no mercado internacional. Tal
participação faz com que praticamente já estejam incorporadas a seus processos as
rotinas de preocupação ambiental, o que torna intrínseco à empresa como um todo o
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 5- Resultados e Discussão
objetivo de obter certificações internacionais e possibilitar o comércio internacional.
Tal ideia vai ao encontro do que afirmam Giunipero et al. (2012) sobre a busca de
certificações pelas organizações globais. A maior preocupação apresentada pela
distribuidora de pescados está relacionada ao pouco envolvimento histórico do setor
com os impactos e problemas ambientais causados pelo sistema extrativista de pesca
no Brasil e que o setor vive até hoje, mas com uma maior cobrança da sociedade e de
leis ambientais sobre esses impactos, existe a necessidade de mudanças causando
assim essa preocupação no critério ambiental. Para Kang et al. (2012), as pressões
dos consumidores e as regulamentações governamentais relacionadas ao meio
ambiente e reciclagem passaram a ser uma ameaça às empresas e a seus custos.
Contudo, tais pressões tornaram-se uma motivação, no sentido de fazer as empresas
melhorarem seus processos produtivos, buscando o crescimento verde.
Figura 9 - Pesos referente ao critério Econômico
No critério econômico, percebe-se um equilíbrio maior entre as empresas, em
comparação com o critério ambiental (Figura 9). O supermercado apresenta menor
importância nesse critério, novamente em função de focar mais na prestação de
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 5- Resultados e Discussão
serviço. O único subcritério em que os três apresentaram maior igualdade foi na
seleção, avaliação e criação de parceria com fornecedores: o supermercado
apresentou maior importância em relação à distribuidora de carne bovina, mas menor
importância que a distribuidora de pescados.
Isso mostra a preocupação do supermercado com seus fornecedores e, no
contraponto, menor preocupação da distribuidora de carne bovina, em razão de seus
fornecedores pertencerem, na maioria deles, à mesma corporação. Percebe-se, nesse
critério, a maior preocupação da distribuidora de carne bovina nos subcritérios
produtividade e inovação. Tal distribuidora também está mais preocupada com a
qualidade em relação às outras duas empresas, demonstrando a característica do
setor, diante do mercado internacional. Em outras palavras, focando na qualidade e
inovação, pode destacar-se internacionalmente, o que está relacionado também à
afirmação de Giunipero et al. (2012) sobre a busca de certificações pelas
organizações globais.
A distribuidora de pescados, preocupando-se com o marketing, mostra sua
difícil tarefa de vender a imagem de um produto mais saudável que outras carnes,
mas que tem como ponto negativo o preço maior. E mais, sendo uma atividade
extrativista, depende totalmente da natureza, para disponibilizar seu produto no
mercado. Para Closs et al. (2011), a preocupação pelo marketing está relacionada à
criação de vantagem competitiva através do marketing verde demonstrando que seu o
produto é mais saudável e tem menos impacto ambiental.
Do ponto de vista de Kang
et al. (2012), é difícil para as empresas
individuais obterem suas próprias competências, ainda mais com a economia
instável. Além disso, competências adquiridas são difíceis de manter quando
expostas a catástrofes naturais ou à deterioração de gestão. Para atenuar isso, a
colaboração entre as empresas está se tornando muito importante como uma maneira
de conseguir sua sustentabilidade. Essa colaboração oferece às empresas
oportunidade para serem flexíveis às mudanças, compartilhando o custo e o lucro da
cadeia de suprimentos.
Por último, no critério social, com um pouco mais de importância, a
distribuidora de pescados apresenta maior preocupação com o fato de seus
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 5- Resultados e Discussão
fornecedores estarem estabelecidos em determinadas regiões pesqueiras. Estes são,
na sua maioria, empresas familiares e nacionais e não fazem parte de qualquer
grande corporação, tendo assim maior relação com comunidades locais pesqueiras
(Figura 10).
Figura 10 - Pesos referentes ao critério Social
Em contradição à característica exposta, a distribuidora de pescados deu
pouca importância ao subcritério de relações com comunidades locais, o que
demonstra ainda a pouca visão das empresas do setor, no que se refere à
responsabilidade social, contradizendo o que Closs et al. (2011) e Giunipero et al.
(2012) explicam sobre desenvolvimento sustentável da cadeia de suprimentos.
Segundo os autores, as empresas da cadeia se relacionam e se preocupam com seus
stakeholders. No caso do supermercado, por atender à população do seu entorno,
também apresenta um maior relacionamento com a comunidade. Mesmo que algum
supermercado pertença a uma grande rede multinacional, o foco normalmente é
local. Isso pode ser comprovado nos subcritérios diálogo e participação (colaborador
e sindicato), ação social e relações com a comunidade local, confirmado a explicação
de Closs et al. (2011); e Giunipero et al. (2012) sobre desenvolvimento sustentável
da cadeia de suprimentos.
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 5- Resultados e Discussão
No caso da distribuidora de carne bovina, sua importância no critério social
está relacionada também à característica da empresa, que pertence normalmente a
corporações internacionais e está diretamente relacionada à cultura da organização.
Kang et al. (2012) explicam que a cadeia de suprimentos deve coexistir com a
cultura e a sociedade regional, não por causa dos objetivos das empresas, mas,
especialmente, porque é responsável pelo desenvolvimento equilibrado da sociedade
através do bem-estar da sociedade e do entorno. Além disso, a sociedade regional são
clientes e participantes, como elementos, do meio ambiente e da sociedade, estando
ligados à responsabilidade empresarial.
5.2 Considerações sobre o teste dos indicadores
Foram identificados os indicadores, baseados em indicadores já existentes,
para compor os três critérios do desenvolvimento sustentável, a saber, os critérios
Ambiental, Econômico e Social. Para se analisarem os indicadores e o grau de
desenvolvimento sustentável da cadeia onde as empresas estão inseridas, foram
escolhidas três empresas que fazem parte de uma cadeia de suprimentos de
distribuição de alimentos: um supermercado, uma distribuidora de carne bovina e
uma distribuidora de pescados.
Com a análise dos resultados obtidos na ferramenta AHP, percebeu-se um
desequilíbrio entre as três empresas, mostrando que deve haver maior alinhamento
entre as empresas, principalmente entre o supermercado e as distribuidoras.
Demonstrou-se que a cadeia de suprimentos, pelo menos entre as empresas
pesquisadas, ainda não apresenta um grau de desenvolvimento sustentável
consistente, causado pelo desequilíbrio no foco entre três critérios avaliados:
ambiental, econômico e social. Entende-se que, para haver uma sustentabilidade da
cadeia, as empresas participantes da cadeia devem estar mais alinhadas entre elas, o
que poderia ser visto se houvesse um maior equilíbrio entre os indicadores.
Entretanto, notou-se um equilíbrio entre os três critérios nas empresas
pesquisadas, o que demonstra a preocupação com a sustentabilidade do negócio
existente. O que falta é a busca pelo desenvolvimento sustentável da cadeia como um
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 5- Resultados e Discussão
todo. Para Bourlakis et al. (2013), é evidente que há uma necessidade crescente de
coordenação mais estreita entre as operações ao longo da cadeia de suprimentos.
Além disso, melhorar o desempenho individual da empresa e da cadeia é
extremamente importante.
Ressalte-se que, nos últimos anos, o desempenho da sustentabilidade tem
emergido como um fator importante, cada vez mais influenciado por avaliações dos
Stakeholders e de como se atende a demanda do mercado através das operações da
cadeia de suprimentos (CLOSS, SPIER e MEACHMAN, 2011).
Avaliando os indicadores utilizados no teste, percebeu-se a necessidade de
um maior esclarecimento dos indicadores e da escala utilizada para a atribuição dos
valores das alternativas no momento da aplicação do instrumental de pesquisa junto
às empresas. Contudo, pode-se considerar que os indicadores escolhidos foram os
necessários e permitiram avaliar o grau de desenvolvimento sustentável da cadeia de
suprimentos, o que leva a buscar a melhoria e o aperfeiçoamento dessa
importantíssima ferramenta de avaliação de sustentabilidade.
5.3 Pesquisa com o Consumidor Final
No
desenvolvimento
do
estudo
sobre
cadeia
de
suprimentos
e
desenvolvimento sustentável, surgiu a necessidade de se saber o ponto de vista do
consumidor final sobre esses assuntos, principalmente sendo o consumidor final o
foco de qualquer cadeia de fornecimento e também uma das partes interessadas
(stakeholders).
Para isso foi criado um instrumental de pesquisa com o objetivo de identificar
não só o nível de conhecimento do consumidor final bem como preocupação com os
problemas e ações das organizações relacionadas com o desenvolvimento
sustentável. Esses consumidores deveriam ter relação com uma Cadeia de
Suprimentos de Alimentos. Assim, qualquer consumidor que comprasse e/ou
utilizasse produtos alimentares estaria dentro desse universo.
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 5- Resultados e Discussão
Durante o mês de maio de 2012, foi disponibilizado de forma digital pelo
Google Docs (DRIVE) o instrumental de pesquisa para os consumidores
(APÊNDICE I). Foram enviados em torno de 1000 e-mails (mensagens eletrônicas)
e mensagens pelas redes sociais o endereço de acesso do instrumental. Estima-se que
aproximadamente 1400 pessoas receberam ou leram a divulgação do instrumental de
pesquisa. No período de 30 dias (1o. a 30 de maio de 2012), obtiveram-se 300
respostas. Na sequência, estão os resultados obtidos na pesquisa realizada com os
consumidores. Da Figura 11 até a Figura 15 está o perfil do consumidor
respondente; da Figura 16 até a Figura 33, está o resultado da pesquisa.
Figura 11 - Faixa etária dos consumidores
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Capitulo 5- Resultados e Discussão
Figura 12 - Gênero dos consumidores
Percebe-se que dos 300 respondentes, 35% (104) estão na faixa de 18 a 25
anos, 22% (67) na faixa de 26 a 30 anos, 20% (60) na faixa de 31 a 40 anos e 26%
(69) acima de 41 anos (Figura 11). Nota-se, então, que 57% (171) estão na faixa
entre 18 a 30 anos, demonstrando um grupo jovem.
Averiguou-se, ainda, que mais da metade (60 %) são do sexo feminino
(Figura 12). Com relação ao estado civil dos respondentes, 59 % (176) são solteiros
e 34 % (104), casados, como é visto na Figura 13.
A maioria, 73 % (218), esta cursando ou já concluiu o ensino superior e 20%
(59) está cursando ou já concluiu uma pós-graduação (especialização, MBA,
mestrado ou doutorado) (Figura 14). Pouco mais da metade, 54 % (161), tem renda
mensal entre 2 e 4 salários mínimos, 17 % (51) estão na faixa entre 5 e 7 salários
mínimos e 23% (70) recebem acima de 7 salários mínimos por mês (Figura 15).
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Capitulo 5- Resultados e Discussão
Figura 13 - Estado civil dos consumidores
Figura 14 - Grau de instrução dos consumidores
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Capitulo 5- Resultados e Discussão
Figura 15 - Renda mensal dos consumidores
Figura 16 - O que mais influência os consumidores no momento da escolha de um produto
Ao se questionar o que mais influencia no momento da escolha de um
produto, 72 % (217) responderam qualidade; 12 % (36), informação; e 10% (30),
preço (Figura 16). Pode-se notar na Figura 17 que a metade (15) dos que
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 5- Resultados e Discussão
responderam que o preço é o que mais influencia no momento da escolha de um
produto está na faixa salarial de 2 a 4 salários mínimos e 57% (123) dos que
responderam qualidade também estão nessa faixa salarial. Isso demonstra que,
mesmo não tendo um poder aquisitivo muito alto, esse grupo é mais influenciado
pela qualidade do que pelo preço dos produtos. Giunipero et al. (2012) estão corretos
ao afirmarem que, cada vez mais, os consumidores estão pressionando as empresas
por produtos com maior qualidade.
Figura 17 - Faixa salarial x influência na escolha do produto
Figura 18 - Conhecimento sobre degradação do meio ambiente causada pelas indústrias de um
modo geral
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 5- Resultados e Discussão
Figura 19 - Grau de instrução x conhecimento sobre degradação
Sobre o conhecimento da degradação ao meio ambiente causada pelas
indústrias de um modo geral, 60 % (181) disseram ter razoável conhecimento, 18%
(53) muito conhecimento, 16 % (48) pouco conhecimento e 5 % (15) total
conhecimento (Figura 18). Dos 181 que disseram ter razoável conhecimento, 136
(75 %) concluíram ou estão cursando o ensino superior e 32 (18 %) concluíram ou
estão cursando pós-graduação (Figura 19). Isso demonstra que o fato de se ter um
maior grau de instrução não quer dizer que necessariamente se tenha conhecimento
sobre degradação ao meio ambiente.
Bourlakis et al. (2013) relatam que os consumidores se preocupam com as
ações das empresas e seus impactos na sociedade e no meio ambiente, sendo uma
voz ativa nas decisões das organizações.
Quando os consumidores foram questionados sobre a preocupação com o
meio ambiente, 52 % (155 respondentes) disseram estar muito preocupados, 31 %
(92) disseram ter razoável preocupação, 14 % (43) disseram estar extremamente
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 5- Resultados e Discussão
preocupados e apenas 3 % (10) estão pouco preocupados com o meio ambiente
(Figura 20). Na Figura 21, percebe-se que dos 155 respondentes que estão muito
preocupados com o meio ambiente, 68 % (106) têm ou estão cursando o ensino
superior. Dos 43 consumidores que estão extremamente preocupados, 79 % (34)
também têm ou estão cursando o ensino superior. E dos 140 consumidores que estão
muito e extremamente preocupados com o meio ambiente e têm ou estão cursando o
ensino superior, 44 % (62 consumidores) estão na faixa entre 18 e 25 anos (Figura
22). Tal resultado demonstra que os jovens que estão na ou já concluíram a
universidade têm maior preocupação com o meio ambiente.
Figura 20 - Nível de preocupação dos consumidores com o meio ambiente
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 5- Resultados e Discussão
Figura 21 - Nível de preocupação com o meio ambiente x grau de instrução
Figura 22 - Nível de preocupação com o meio ambiente x grau de instrução x faixa etária
Na Figura 23, percebe-se que 120 (40%) respondentes que têm razoável
conhecimento sobre a degradação do meio ambiente estão muito ou extremamente
preocupados com o meio ambiente, 14 % (43 respondentes) têm muito conhecimento
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Capitulo 5- Resultados e Discussão
sobre a degradação do meio ambiente e estão muito ou extremamente preocupados
com o meio ambiente e 5 % (15) têm total conhecimento e estão muito ou
extremamente preocupados com o meio ambiente.
Figura 23 - Conhecimento sobre degradação do meio ambiente x nível de preocupação com o
meio ambiente
Figura 24 - O que os consumidores entendem por produto ecologicamente correto ou produto
verde ou produto sustentável
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Capitulo 5- Resultados e Discussão
Para saber o que o consumidor entende sobre produto ecologicamente correto
ou produto verde ou produto sustentável, foram dadas algumas opções. Poderiam ser
escolhidas até três dentre elas. Na Figura 24, pode-se pode notar que 68% (205)
consideram aqueles produtos que podem ser reciclados ou reutilizados como sendo
produtos sustentáveis. Depois, vêm aqueles provenientes de fontes renováveis com
58 % (175), 44 % (133) são biodegradáveis, 43 % (128) utilizam materiais reciclados
e 34% (103) consomem menos energia.
Figura 25 - O que os consumidores costumam fazer depois de utilizar um produto ou quando
não funciona mais ou quando não tem mais utilidade
Figura 26 - Depois de utilizar um produto ou quando não funciona mais ou quando não tem
mais utilidade x nível de preocupação com o meio ambiente
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Capitulo 5- Resultados e Discussão
Quando questionados sobre o que costumam fazer com os produtos depois de
utilizados ou quando não funcionam mais ou quando não têm mais utilidade para
eles, praticamente a metade dos entrevistados (151) disse separá-los para reciclagem
(Figura 25). O que chamou a atenção foi que 33 % (97 respondentes) disseram que
jogam no lixo.
Quarenta e nova respondentes disseram estar muito ou extremamente
preocupados com o meio ambiente, mas jogam no lixo os produtos depois de serem
utilizados (Figura 26). Quarenta e seis consumidores, mesmo tendo razoável
preocupação com o meio ambiente, separam ou levam para reciclagem ou reutilizam
os produtos após a sua utilização.
Quarenta e seis por cento (138) dos consumidores respondentes afirmaram
que o custo elevado é a maior dificuldade na aquisição de produtos ecologicamente
corretos (Figura 27), 31 % (93) afirmaram que é difícil encontrar produtos
ecologicamente corretos e 21 % (63), que a maior dificuldade é informação.
Demonstra-se, assim, que o preço é uma grande barreira para o consumidor ter
acesso a produtos ecologicamente corretos. Confirma-se o que Giunipero et al.
(2012) falam sobre as empresas que estão focadas no desenvolvimento sustentável:
elas criam uma vantagem competitiva e ao mesmo tempo obtêm retorno financeiro a
médio e longo prazo.
Figura 27 - Qual a maior dificuldade que os consumidores encontram na aquisição de produtos
ecologicamente corretos
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Capitulo 5- Resultados e Discussão
Quando questionados sobre o que influencia no momento de adquirir um
produto ecologicamente correto, 55 % (167) disseram que é o fato de os produtos
terem menor impacto ambiental; 18% (53), produtos com maior beneficio para a
saúde; e 17 % (50), produtos que têm preço mais baixo (Figura 28). Dos 50
consumidores que responderam preço mais baixo, apenas 9 (18 %) também
responderam preço quando questionados sobre o que mais influencia no momento da
compra de um produto (Figura 29).
Figura 28 - O que leva os consumidores a adquirirem um produto ecologicamente correto
Figura 29 - O que leva os consumidores a adquirirem um produto ecologicamente correto x o
que mais influencia no momento da escolha de um produto
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Capitulo 5- Resultados e Discussão
A Figura 30 demonstra que 218 (73%) dos entrevistados reponderam que a
informação é o que mais pode influenciá-los no momento da decisão de comprar um
produto ecologicamente correto e 48 (16%) afirmaram que a propaganda é que pode
influenciar. O resultado mostra que a maioria se baseia na informação que recebe ou
tem sobre o produto para adquiri-lo ou não. Todavia, na Figura 31, percebe-se que,
dos 218 respondentes, apenas 26 também responderam que a informação é o que
mais influencia no momento da escolha de um produto qualquer. Dentre os mesmos
218 respondentes, 161 afirmam que a qualidade é o que mais influencia na escolha
de um produto qualquer. Isso demonstra que a qualidade e a informação estão
interligadas no momento do consumidor decidir qual produto irá comprar.
Figura 30 - Quem pode influenciar os consumidores no momento da decisão de comprar um
produto ecologicamente correto
Figura 31 - O que mais influencia você no momento da escolha de um produto x quem pode
influenciar você no momento da decisão de comprar um produto ecologicamente correto
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Capitulo 5- Resultados e Discussão
Quando questionados se procuram saber sobre a origem dos produtos, da
fabricação dos produtos e dos fornecedores (Figura 32), os respondentes podiam
escolher até três respostas. As mais citadas foram: 59% (177) responderam que
procuram saber sobre reciclagem e reutilização dos materiais; 55% (164), que
procuram saber sobre certificações ou selos verdes; 45% (136), que procuram saber
sobre a preocupação na redução do consumo de energia e água por parte das
empresas. Isso demonstra que os consumidores se preocupam com a origem dos
produtos que adquirem e com o comportamento dos fabricantes quanto a qualidade,
desperdícios e consumo dos recursos disponíveis.
Figura 32 - Os consumidores procuram saber sobre a origem, fabricação dos produtos e de seus
fornecedores quanto a:
Figura 33 - Os consumidores deixariam de comprar um produto de uso habitual por saber que
as empresas envolvidas na sua produção Os consumidores procuram saber sobre a origem,
fabricação dos produtos e de seus fornecedores quanto a:
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Capitulo 5- Resultados e Discussão
Quando questionados se deixariam de comprar um produto de uso habitual se
soubessem que a empresa fabricante desse produto estava envolvida em casos de
degradação ambiental ou situações negativas no âmbito social (Figura 33), 52%
(158) responderam que deixariam de comprar um produto se soubessem do
envolvimento da empresa fabricante com utilização de mão de obra infantil ou
escrava; 31% (92) responderam que se os produtos causassem algum dano ao meio
ambiente, isso seria motivo para deixarem de comprar o produto, e 7% (21)
afirmaram que se a empresa não trata e nem reduz seus resíduos de produção ou
utiliza agrotóxicos, haveria motivo para deixarem de comprar esse produto. Isso
demonstra que a forma como as empresas tratam o meio ambiente e sua mão de obra
reflete na imagem da empresa e do produto. Sendo o consumidor um stakeholder,
toda decisão de compra influencia o modo como as empresas devem se comportar
seja em seus produtos, seja em seus processos. Dessa forma, os consumidores
influenciam as decisões da alta direção das organizações (LEHTINEN e AHOLA,
2010).
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 6 – Conclusão
6 CONCLUSÃO
Com o mundo empresarial altamente competitivo e com a pressão do
mercado e de diversos setores da sociedade por uma maior dedicação das empresas
com relação à responsabilidade socioambiental, as organizações não podem mais
deixar de se preocupar com o desenvolvimento sustentável. Além disso, uma
organização sozinha não consegue disputar o mercado e também não consegue se
desenvolver de forma sustentável, somente focando a cadeia de suprimento de forma
global. Para isso é de suma importância a medição do potencial de desenvolvimento
sustentável das cadeias de suprimento como um todo.
Atualmente não existem indicadores específicos para se medir o grau de
desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos. Surgiu, assim, a
necessidade de se ter uma ferramenta específica para essa medição. Por isso a
proposta deste trabalho em desenvolver indicadores para fazer essa medição.
Foi elaborado um conjunto de indicadores para medir/avaliar o nível de
desenvolvimento sustentável de uma cadeia de suprimentos e utilizado o AHP –
Analytic Hierarchy Process (Processo Analítico Hierárquico), para determinar a
consistência dos indicadores.
Foram pesquisados os indicadores utilizados atualmente para se avaliar o
desempenho de cadeias de suprimentos. Percebeu-se que, atualmente, não existem
indicadores relacionados com o desenvolvimento sustentável em cadeias de
suprimentos. Os indicadores existentes focam nos custos e resultados financeiros
e/ou foco no sistema logístico dentro da cadeia de suprimentos (distribuição –
armazenagem). Quanto aos indicadores de desenvolvimento sustentável, foram
identificados nove indicadores mais utilizados mundialmente. Quatro deles focam
mais nas dimensões social e ambiental e os outros cinco envolvem as três dimensões,
social, ambiental e financeira, sendo que os nove indicadores não estão relacionados
com cadeia de suprimentos.
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Capitulo 6 – Conclusão
Após a pesquisa realizada sobre os indicadores de desenvolvimento
sustentável e dos indicadores de desempenho em cadeias de suprimentos, foram
identificados os indicadores mais adequados com cadeias de suprimentos dentro do
contexto das dimensões social, econômica e ambiental, conforme descritos na
Tabela 3.
Sendo os consumidores finais parte integrante e fundamental de uma cadeia
de suprimentos, além de ser uma das partes interessadas (stakeholders) nas empresas
que compõem uma cadeia de suprimento, foi realizada uma pesquisa junto a eles,
com o intuito de se identificar a importância do desenvolvimento sustentável das
empresas para o consumidor final. Percebeu-se que os consumidores entrevistados
têm um nível de conhecimento e procuram saber sobre a origem dos produtos e das
empresas que o produzem e comercializam. Existe, ainda preocupação maior com a
qualidade dos produtos e com os impactos gerados pela produção dos mesmos.
Todavia, os consumidores precisam se envolver mais ativamente no processo de
desenvolvimento sustentável da sociedade como um todo. Isso demonstra a
importância das empresas e, principalmente, das cadeias de suprimento; do
diagnóstico por meio de indicadores; do seu grau de desenvolvimento sustentável.
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Apêndices
APÊNDICE I
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Apêndices
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Apêndices
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Apêndices
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Apêndices
APÊNDICE II
AVALIAÇÃO PARA ELABORAÇÃO DE UM INDICADOR DE
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM CADEIA DE
FORNECIMENTO
O objetivo desta avaliação é testar a proposição de um indicador para se avaliar o
estágio de Desenvolvimento Sustentável de uma determinada Cadeia de
Fornecimento, permitindo que todas as empresas dessa cadeia possam saber os
pontos fracos e fortes dentro dos três critérios básicos do Desenvolvimento
Sustentável (econômico, social e ambiental), dessa forma espera-se que será possível
alcançar a sustentabilidade de toda a cadeia de fornecimento. Estes indicadores
foram baseados nos indicadores do Instituo ETHOS. Esta avaliação faz parte do
processo de elaboração da Tese de Doutorado do programa de Pós Graduação em
Engenharia de Produção da Universidade Paulista (UNIP) do doutorando Prof Ms
José Alberto Yemal.
Valor:
1 - Sem importância
2 - Fraco importância
3 - Moderado importância
4 - Moderada importância acrescida
5 - Forte importância
6 - Forte importância acrescida
7 - Importância muito forte
8 - Muito grande importância acrescida
9 - Extrema importância
Avaliação dos Critérios
CADEIAS DE SUPRIMENTOS SUSTENTÁVEIS
1. AMBIENTAL
1.1. Responsabilidade Gerações Futuras
1.1.1. Compromisso Melhoria Qualidade Ambiental .............................. ( )
1.1.2. Educação/Conscientização Ambiental .......................................... ( )
1.2. Gerenciamento do Impacto Ambiental
1.2.1. Gerenciamento Ciclo de Vida Produto/Serviços ........................... ( )
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Apêndices
1.2.2. Sustentabilidade da Economia Florestal ........................................ ( )
1.2.3. Minimização Entradas/Saídas Materiais ....................................... ( )
1.3. Geração/Redução/Destino Resíduos
1.3.1. Compromisso com redução resíduos ............................................. ( )
1.3.2. Gerenciamento destino dos resíduos ............................................. ( )
1.4. Gerenciamento Energético
1.4.1. Redução/eliminação fonte energética poluidora ........................... ( )
1.4.2. Compromisso com energias renováveis ........................................ ( )
1.5.
Gerenciamento Recursos Hídricos
1.5.1. Redução cosumo de água .............................................................. ( )
1.5.2. Gerenciamento no reuso/tratamento da água ................................ ( )
1.6. Gerenciamento de Embalagens
1.6.1. Reaproveitam embalagem pós venda/consumo............................. ( )
1.6.2. Compromisso redução no uso de embalagem ............................... ( )
1.6.3. Substituição por materiais recicláveis / biodegradáveis ................ ( )
2. ECONÔMICO
2.1. Seleção/Avaliação/Parceria Fornecedores
2.1.1. Critérios Seleção/Avaliação Fornecedores .................................... ( )
2.1.2. Apoio Desenvolvimento Fornecedores ......................................... ( )
2.2. Competitividade
2.2.1. Custo .............................................................................................. ( )
2.2.2. Preço .............................................................................................. ( )
2.2.3. Vendas ........................................................................................... ( )
2.3. Qualidade
2.3.1. Produto/Serviço ............................................................................. ( )
2.3.2. Processo Produtivo ........................................................................ ( )
2.4. Produtividade
2.4.1. Produção por funcionário .............................................................. ( )
2.4.2. Vendas por funcionário ................................................................. ( )
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Indicadores de desenvolvimento sustentável em cadeias de suprimentos de alimentos
Apêndices
2.5. Inovação
2.5.1. Esforço inovativo........................................................................... ( )
2.5.2. Resultados Obtidos com Inovação ................................................ ( )
2.6. Marketing
2.6.1. Esforço de marketing ..................................................................... ( )
2.6.2. Resultados obtidos do marketing................................................... ( )
3. SOCIAL
3.1. Auto Regulação da Conduta
3.1.1. Compromissos Éticos .................................................................... ( )
3.1.2. Enraizamento Cultura Organizacional .......................................... ( )
3.1.3. Governança Corporativa ................................................................ ( )
3.2. Relações Transparentes Sociedade
3.2.1. Relações com a Concorrência ....................................................... ( )
3.2.2. Diálogo/engajamento partes interessadas (stakeholders) ............. ( )
3.2.3. Balanço Social ............................................................................... ( )
3.3. Dialogo e Participação
3.3.1. Relações com Sindicatos ............................................................... ( )
3.3.2. Gestão Participativa ....................................................................... ( )
3.4. Respeito ao Indivíduo
3.4.1. Compromisso com Futuro das Crianças ........................................ ( )
3.4.2. Compromisso Desenvolvimento Infantil ....................................... ( )
3.4.3. Valorização da Diversidade ........................................................... ( )
3.4.4. Relações Trabalhadores Terceirizados .......................................... ( )
3.5. Trabalho Decente
3.5.1. Política Remuneração/Benefícios/Carreira ................................... ( )
3.5.2. Cuidados Saúde/Segurança/Trabalho ............................................ ( )
3.5.3. Compromisso Desenvolvimento Profissional/Empregabilidade ... ( )
3.5.4. Comportamento nas Demissões .................................................... ( )
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Apêndices
3.5.5. Preparação para a Aposentadoria .................................................. ( )
3.6. Relações com a Comunidade Local
3.6.1. Gerenciamento Impacto na Comunidade Local ............................ ( )
3.6.2. Relações com Organizações Locais .............................................. ( )
3.7. Ação Social
3.7.1. Financiamento da Ação Social ...................................................... ( )
3.7.2. Envolvimento com Ação Social .................................................... ( )
3.8. Dimensão Social do Consumo
3.8.1. Política de Comunicação Comercial ............................................. ( )
3.8.2. Excelência do Atendimento ........................................................... ( )
3.8.3. Conhecimento/Gerenciamento Danos Potenciais Produto/Serviços ( )
3.9. Transparência Política
3.9.1. Contribuições Campanhas Políticas .............................................. ( )
3.9.2. Construção Cidadania pelas Empresas .......................................... ( )
3.9.3. Práticas Anticorrupção/Antipropina .............................................. ( )
3.10. Liderança Social
3.10.1. Liderança e Influência Social ........................................................ ( )
3.10.2. Participação Projetos Sociais Governamentais ............................. ( )
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Apêndices
APÊNDICE III – Parecer Consubstanciado do CEP
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