22/10/13
Fotógrafo alemão descreve experiência em colônias de Hanseníase | Escola Médica de Pós Graduação – PUC-Rio de Janeiro
Endereço
História
Organização
Cursos
Publicações
Notícias
Fotógrafo alemão descreve
experiência em colônias de
Hanseníase
Contato
Perguntas Frequentes
busque aqui …
Ir
Publicado em 20 de agosto de 2013 por admin
Letícia de Oliveira
Na quinta-feira 15
Veja
também:
de
agost o ,
penúltimo dia da
XVI Mostra PUC, o
Heiner Pflug
fotógrafo
e
escritor
Heiner
Pflug
compartilhou, em
Conselho Federal de
uma palestra, um
pouco de sua
experiência
nas
colô n i a s
de
isolamento
dos
Conselho Regional de
portadores
Hanseníase.
Medicina
Medicina
de
A jornada de Pflug começou quando ele se casou com
Carmen, sua atual esposa e também voluntária das
colônias. Começou doando eletrodomésticos a esses
centros e, aos poucos, foi se aproximando da questão da
Lepra. “Conheci diversos ex-portadores de Lepra. Fiquei
profundamente sensibilizado com a vida dessas pessoas.”
Para ele, a peregrinação nos centros de isolamento foi uma
www.empg.puc-rio.br/arquivos/416
1/4
22/10/13
Fotógrafo alemão descreve experiência em colônias de Hanseníase | Escola Médica de Pós Graduação – PUC-Rio de Janeiro
lição de vida. “Hoje, se convencionou chamar a Lepra de
Hanseníase e os leprosos de portadores de Hanseníase.
Entretanto, a doença e todo o preconceito que a envolvem
continuam iguais”.
O livro de Heiner Pflug, “Quebrando barreiras: um mergulho
no estigma da Lepra”, é resultado das pesquisas de campo
do fotógrafo nas colônias de isolamento. É baseado em
conversas e fotos dos portadores da doença. Em seu relato,
foi descrito o tratamento desumano que se dava aos
portadores de Hanseníase na idade Média. “As vítimas eram
renegadas, condenadas à solidão desde os tempos bíblicos
e cruelmente abandonadas pelas famílias. A exclusão
chegava ao constrangimento e à humilhação. (Os doentes)
sem ter para onde ir, perambulavam nas estradas e
cidades, o que, inevitavelmente, os conduzia ao cruel
isolamento, sem qualquer tipo de afeição.”.
Estima-se que vivam, hoje, mais de três milhões de pessoas
com deficiências físicas em consequência da Lepra. “A
hanseníase chegou ao Brasil com os primeiros navegadores
portugueses, e mais tarde com os navios carregados de
escravos africanos.” Heiner explicou a alta incidência da
Lepra no Brasil, segundo país com maior número absoluto
de infectados no mundo, sendo superado apenas pela
Índia. “A Índia tem um bilhão de pessoas, nós temos
duzentos milhões. Então, em proporção ao total de
população, estamos, infelizmente, em primeiro lugar”.
O fotógrafo lembrou, ainda, que um dos grandes problemas
da Lepra é o desconhecimento de muitos acerca da doença.
Com isso, ela acaba sendo diagnosticada tardiamente. “O
diagnóstico precoce é fundamental.”. Entre os principais
sintomas está o surgimento de manchas avermelhadas
acompanhado pela perda de sensibilidade do local.
“Quando a doença está avançada, o tratamento não
recupera o paciente, gerando sequelas, estigmas, aflição,
rejeição e marginalização”, esclarece Pflug.
Heiner explicou também como funcionavam a internação e a
vida nas colônias. “Uma vez descoberta a enfermidade, o
paciente era compulsoriamente internado na colônia
estadual. A política de segregação dos portadores de
Hanseníase foi completa”, lembra ele, descrevendo o início
do surgimento dos centros de isolamento. “Como as
colônias eram cercadas e vigiadas ininterruptamente, a vida
www.empg.puc-rio.br/arquivos/416
2/4
22/10/13
Fotógrafo alemão descreve experiência em colônias de Hanseníase | Escola Médica de Pós Graduação – PUC-Rio de Janeiro
nelas era autônoma. Os próprios pacientes assumiam as
funções internas de enfermagem, limpeza, construção,
administração e segurança. As colônias se tornaram
autossuficientes, com toda a estrutura de uma cidade
planejada”. Com isso, os moradores não necessitavam de
contato com o mundo exterior. Ainda assim, as fugas eram
frequentes. “As colônias foram construídas para excluir os
hansenianos da sociedade. A maior parte dos pacientes
esperava, em vão, desde o primeiro dia de internação por
visitas de família, ou pelo menos uma carta. Muitos
passaram até cinquenta anos internados sem que ninguém
os procurasse, como se já estivessem mortos”, descreve
Pflug.
Mesmo com o passar dos anos, o fotógrafo acredita que o
preconceito relativo à Hanseníase ainda seja muito presente
em nosso país. “O preconceito só se pode combater à base
de mais conhecimento, debate e discussão. Com
desconhecimento da causa vamos continuar com
preconceitos.” Heiner descreveu situações de discriminação
vividas e contadas pelos moradores das colônias.
“Em 1940, com o surgimento dos antibióticos, o tratamento
da Hanseníase passou a ser mais eficaz. Entretanto, a
utilização desse conhecimento só começou no Brasil em
1986. Hoje, a ciência médica tem os remédios para vencer a
Hanseníase nos primeiros estágios.”. Apesar disso, os
maiores obstáculos para enfrentar a doença são o
preconceito e a falta de altruísmo. “A vida nos mostra
exemplos de que ao exercitarmos o coletivismo,
compartilhando dores, tristezas, lutas e alegrias, com
certeza as conquistas virão”.
‹
Atendimentos médicos: benefícios para médicos e pacientes
Participação na Mostra PUC colabora na formação dos alunos
da EMPG
›
Publicado em Notícias
www.empg.puc-rio.br/arquivos/416
3/4
22/10/13
Fotógrafo alemão descreve experiência em colônias de Hanseníase | Escola Médica de Pós Graduação – PUC-Rio de Janeiro
Í ndic e de A a Z
Buscar em puc-rio.br
P ontifíc ia U nivers idade C atólic a do Rio de J aneiro - P U C - Rio
Rua M arquês de São V ic ente, 2 2 5 , G ávea - Rio de J aneiro, RJ - Bras il - C ep: 2 2 4 5 1 - 9 0 0 - C x. P os tal: 3 8 0 9 7
T elefone: (5 5 2 1 ) 3 5 2 7 - 1 0 0 1
P U C - RI O © 1 9 9 2 - 2 0 1 2 . T odos os direitos res ervados .
www.empg.puc-rio.br/arquivos/416
4/4
Download

Matéria Pflug EMPG