C.14.1 – Zoologia
Frequência de esporos de Nosema spp. em ninhos naturais de Apis mellifera localizados em
área de cultura perene
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Monique da Silva Souza , Lilian F. de Oliveira , Larissa T. Carneiro , Rayanne V. de M. Marinho , Caio E.C.
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Domingues , Josimere C. de Assis , Elaine C. M. S. Zacarin .
1. Graduandas na Universidade Federal de São Carlos campus Sorocaba – UFSCar; *[email protected]
2. Graduanda na Universidade Paulista campus Sorocaba – UNIP
3. Mestrandos - Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Monitoramento Ambiental (PPGBMA) - Universidade Federal de São
Carlos campus Sorocaba – UFSCar
4. Laboratório de Biologia Estrutural e Funcional da Universidade Federal de São Carlos campus Sorocaba - UFSCar
Palavras Chave: Nosema spp.,Apis mellifera, ninhos naturais
Introdução
Os serviços ecossistêmicos fornecidos pela polinização
por abelhas trazem inúmeros benefícios tanto econômicos
quanto qualitativos para a agricultura. Estima-se que o
valor global destes serviços ecossistêmicos sejam
equivalentes a cerca de 22,8 a 57 bilhões de euros
considerando o mercado e produção apícola (UNEP,
2010).
No entanto, as populações das abelhas silvestres e
abelhas manejadas encontram-se ameaçadas em nível
global. As abelhas são insetos polinizadores expostas a
múltiplos fatores de risco que levam declínio de suas
populações, como por exemplo: a Colony Collapse
Disorder (CCD), uma síndrome onde as abelhas
forrageiras não retornam ao ninho. Ainda não se conhece
quais são as causas do desaparecimento das abelhas, o
que se sabe até o momento é que pode ser a associação
de vários fatores tanto internos ou externos à colônia.
Dentre os fatores que podem contribuir para o
enfraquecimento das colônias de Apis mellifera, espécie
de abelha manejada de interesse econômico, estão os
microsporídios Nosema spp., agentes causadores da
nosemose em operárias adultas. Estes endoparasitas
infectam as células epiteliais do ventrículo (intestino
médio) da abelha. A transmissão da patologia dá-se pela
ingestão de esporos dos patógenos durante a alimentação
ou limpeza da colméia, através de água e favos
contaminados e pelo comportamento de trofalaxia entre os
indivíduos. Em casos extremos, as colônias infectadas
apresentam sintomas como fezes marrons no favo e em
frente à colméia, indivíduos mortos ou doentes próximos à
colméia, abelhas com abdomens dilatados, operárias com
tremores e diminuição na produção da cria e no tamanho
das colônias durante o outono e inverno, podendo afetar a
produção de mel.
O monitoramento de Nosema spp. só é realizado em
apiários, porém em ninhos não manejados presentes
naturalmente em campo ainda é escasso. Portanto,
estudos para compreender a dinâmica destes patógenos
diante a diferentes condições bióticas e abióticas são de
extrema importância. Tendo em vista a problemática aqui
exposta, o presente trabalho pretende monitorar a
frequência do microsporídeo Nosema spp. em ninhos
naturais de Apis mellifera presentes na fazenda São Pedro
(área de cultura perene) e no apiário Bico Doce (apiário
comercial) analisando de forma quantitativa os patógenos
em função da sazonalidade das estações do ano e
correlacionar estes dados com a avaliação das
características bióticas e abióticas das áreas de estudo.
Resultados e Discussão
As áreas de estudo estão localizadas nos limites entre os
municípios de Sorocaba e Votorantim – área de cultura
perene (Figura 1) – e no município de Piedade – apiário
comercial. A cada estação do ano serão realizadas duas
coletas para observação da frequência de esporos de
Nosema spp. e avaliação das características bióticas e
abióticas das áreas de estudo para uma posterior
correlação destes dados. Até o presente momento foi
realizada a coleta no mês de janeiro de 2015. No apiário,
as abelhas foram coletadas na entrada do ninho durante o
procedimento de manejo. Na fazenda, as abelhas em
atividade de voo foram coletadas com rede entomológica
nas proximidades dos ninhos de Apis mellifera. Ambas as
coletas foram realizadas no período da manhã com
diferença de três dias entre elas. A análise dos indivíduos
coletados no apiário comercial evidenciou alta taxa de
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infecção, sendo 7,985 x 10 esporos/ abelha. Na fazenda
(área de cultura perene), as abelhas dos ninhos naturais
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apresentaram taxa de infecção de 5,975 x 10 esporos/
abelha, a qual também é considerada alta. É importante
ressaltar que o mês de janeiro de 2015 foi atípico no
Estado de São Paulo, com altas temperaturas e baixo
índice pluviométrico. No entanto, tanto o ninho manejado,
localizado no apiário, quanto o ninho natural, alocado na
fazenda, estão em áreas de fragmentos de vegetação com
sombreamento constante.
Figura 1. Área de estudo fazenda São Pedro.
Conclusão
Os dados revelaram menor taxa de esporos/abelha no
ninho natural localizado na cultura perene do que no ninho
manejado localizado em apiário. As possíveis causas
dessa
diferença
são:
variabilidade
intra-colônia,
características do microclima, diferenças na diversidade
floral (fonte de alimento) e manejo da colônia, esse último
no caso do ninho localizado em apiário.
UNEP (2010). Global Honey Bee Colony Disorder and other threats to insect
pollinators. UNEP Emerging Issues.
67ª Reunião Anual da SBPC
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frequência de esporos de nosema spp. em ninhos naturais de apis