Distrito Federal
Em 2010, no Distrito Federal (DF), moravam 2,5 milhões de pessoas, onde parcela
relevante de 5,0% (127,6 mil) tinha 65 ou mais anos de idade. No ano de 1991, esta
proporção era de apenas 2,5%. A esperança de vida ao nascer no DF foi de 68,9 em
1991, 73,9 em 2000 e 77,3 em 2010. Indicadores sociodemográficos selecionados estão
apresentados na tabela 1.
Tabela 1: Indicadores selecionados: valores do Distrito Federal (1991, 2000 e 2010)
Indicador
Taxa de mortalidade infantil por mil NV
Taxa de mortalidade na infância por mil NV
Proporção da população em condição de pobreza (%)
Proporção da população analfabeta (%)
Proporção da população sem acesso à água encanada (%)
Ano
Valor
1991
27,4
2000
20,7
2010
14,1
1991
31,8
2000
24,0
2010
15,9
1991
15,0
2000
12,3
2010
4,9
1991
9,4
2000
5,8
2010
3,7
1991
13,5
2000
7,6
2010
1,9
137
ATLAS de Desenvolvimento Sustentável e Saúde | Brasil 1991 a 2010
Figura 1: Distribuição de indicadores selecionados no DF, comparada com as medianas da região Centro-Oeste e do Brasil
(1991, 2000 e 2010)
A. Taxa de mortalidade infantil (por mil NV)
B. Proporção da população em condição de pobreza (%)
130
100
98
75
65
50
32
25
0
0
1991
2010
1991
2000
C. Proporção da população analfabeta (%)
100
75
75
50
50
25
25
0
0
2010
2000
D. Proporção da população sem acesso à água encanada (%)
100
1991
2010
2000
1991
Muncípios
Centro−oeste
Distrito Federal
Mediana e distribuição
Mediana
Valor
2010
2000
Em 1991, em geral, as medianas do DF da taxa de mortalidade infantil, da proporção da população em condição de
pobreza, da proporção da população analfabeta e da proporção da população sem acesso à água encanada eram melhores
que aquelas apresentadas na região Centro-Oeste e no Brasil (figura 1). Em 2010, todos esses indicadores diminuíram
no DF. Observa-se, também, para o ano de 2010, uma maior aproximação das medianas do DF com as medianas da
região e do Brasil para os quatro indicadores analisados. Destaca-se a queda da mediana da mortalidade infantil, de
27,4 para 14,1 por mil NV, entre os anos de 1991 e 2010, respectivamente.
138
Observação mais detalhada do desempenho de todo
o pais e do DF em relação aos quatro indicadores
analisados está disponíveis na figura 2, cuja diagonal
indica manutenção do valor do indicador em ambos
os anos estudados.
De forma geral, quase a totalidade dos municípios do
pais estão abaixo das diagonais, indicando tendências
temporais consistentes de melhoria nos quatro
indicadores analisados (figura 2). Como já mencionado
anteriormente, o DF apresentou melhorias consistentes
para os quatro indicadores analisados entre 1991 e 2010.
Em relação à taxa de mortalidade infantil (por mil NV),
em 1991, para o Brasil, 14 (0,3%) municípios tinham
alcançado a meta de 15,7 (linha vermelha = meta a
ser alcançada pelo Brasil até 2015 segundo os ODM).
No ano de 2010, 2.309 (41,5%) deles já tinham
alcançado valores inferiores à essa meta. De maneira
semelhante, em 1991, o DF não tinha alcançado essa
meta, mais a alcançou em 2010 (figura 2A).
Os demais indicadores também mostraram melhorias em
todo o pais entre os anos estudados, observadas tanto na
redução dos valores desses indicadores no conjunto dos
municípios, como também na redução das desigualdades.
Essa última, evidenciada em 2010, pela menor dispersão
dos valores quando comparada ao ano de 1991. O DF
se encontra em situação muito favorável para todos os
indicadores estudados, em comparação ao conjunto de
municípios brasileiros (figuras B, C e D)
CENTRO-OESTE | Distrito Federal
DF
Figura 2: Desempenho dos municípios segundo mudanças nos indicadores selecionados, Brasil e o DF (1991 e 2010)
0
32
65
98
25
50
75
100
100
75
50
0
25
Proporção(%) em 2010
75
50
0
0
130
0
25
Proporção(%) em 1991
Taxa em 1991
D. Proporção da população sem acesso
à água encanada (%)
25
Proporção(%) em 2010
100
75
50
0
25
Proporção(%) em 2010
98
65
32
0
Taxa em 2010
C. Proporção da população analfabeta (%)
100
B. Proporção da população em condição
de pobreza (%)
130
A. Taxa de mortalidade infantil (por mil NV)
50
75
100
0
Proporção(%) em 1991
25
50
75
100
Proporção(%) em 1991
Figura 3: Desempenho dos municípios segundo indicadores selecionados nas quatro dimensões de análise (saúde, social, econômica e ambiental), Brasil e o DF (1991, 2000 e 2010)
A. 1991 (Distrito Federal)
B. 2000 (Distrito Federal)
S
S
A
E
D. 1991 (Brasil)
S
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
E
C. 2010 (Distrito Federal)
E
E
Legenda:
Triângulo:
S: Dimensão Social (% alfabetizados)
E: Dimensão Econômica (% “não pobres”)
A: Dimensão Ambiental (% com acesso à água encanada)
A
E
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
A
E
A
Círculo:
Taxa de mortalidade infantil (por mil NV)
3° quartil
3° quartil
1° quartil
1° quartil
A figura 3 mostra a evolução dos indicadores que representam as quatro dimensões
estudadas, nos anos de 1991, 2000 e 2010. Houve, no período estudado, grande
redução da taxa de mortalidade infantil nos municípios brasileiros, ao mesmo tempo
esses municípios tornaram-se menos desiguais para esse indicador. Isso é observado no
movimento do círculo central, tornando-se mais fino e em direção ao centro do triângulo.
Para o Brasil, os quartis 1º e 3º variaram (respectivamente) de 28,9 e 65,7 por mil
S
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
A
F. 2010 (Brasil)
S
S
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
A
E. 2000 (Brasil)
NV, em 1991, para 13,8 e 23,8 por mil NV, em 2010. O DF tinha uma TMI de 27,4
por mil NV em 1991 e de 14,0 por mil NV em 2010. As demais dimensões estudadas
também apresentaram melhorias dos indicadores, evidenciadas pela aproximação das
linhas (verdes e vermelhas) aos vértices do triângulo cinza (condição ideal). O DF
apresentou em geral para todas as três dimensões analisadas, desempenho muito próximo
ao melhor quartil do conjunto de municípios do Brasil, no período de 1991 a 2010.
139
ATLAS de Desenvolvimento Sustentável e Saúde | Brasil 1991 a 2010
Figura 4: Distribuição dos indicadores componentes (educação, renda e longevidade) do
Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) nos municípios brasileiros, medianas
da região Centro-Oeste e no DF (1991, 2000 e 2010)
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
Figura 5: Evolução do Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) segundo proporção
acumulada da população no Brasil, destacando a posição do DF (1991, 2000 e 2010)
Renda
Longevidade
Mediana e distribuição
Mediana e distribuição
Mediana e distribuição
2000
2010
Centro−Oeste
Brasil
Mediana
Melhorias relevantes ao longo do período de análise nos municípios do Brasil podem
ser notadas nos três componentes (educação, longevidade e renda) do Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM, figura 4). São observadas importantes
reduções dos intervalos interquartílicos desses componentes, indicadas pelo tamanho
da caixa do gráfico, quando o ano de 1991 é comparado ao ano de 2010. Esse fato
revela que os municípios do Brasil apresentaram, nos anos mais recentes, valores mais
semelhantes entre si para esses componentes. Os valores dos componentes do IDHM
do DF são marcadamente melhores que as medianas da Região Centro-Oeste e as
medianas do Brasil. Em 2010, os indicadores do DF estão usualmente localizados
próximo ao limite superior do melhor quartil da distribuição dos municípios brasileiros
para esses três componentes.
100
POPULAÇÃO (%)
Educação
1991
2000
2010
1991
2000
2010
1991
0.0
140
Na figura 5 são descritas as linhas das proporções acumuladas da população dos municípios
do Brasil segundo os níveis do IDHM em 1991, 2000 e 2010. Essas linhas mostram a
grande evolução experimentada pela população no período estudado, com o deslocamento
da esquerda para a direita dessas curvas, indicando melhoria do indicador e maior
concentração da população vivendo em municípios com mais alto IDHM. Além disso,
observa-se movimento de verticalização dessa curva de 1991 para 2010, indicando que os
municípios passaram a ser mais parecidos segundo os valores do IDHM, com consequente
redução das desigualdades desse indicador síntese entre eles. Destaca-se a posição relativa
de elevado IDHM do DF quando comparado com o conjunto dos municípios brasileiros,
nos três anos de estudo e, em especial, no ano de 2010.
75
50
25
0
0.000
0.100
IDHM:
0.200
0.300
Muito baixo
1991
0.400
0.500
0.600
Baixo
2000
0.700
Médio
0.800
0.900
1.000
Muito alto
Alto
2010
Em 1991 o DF encontrava-se com IDHM médio, com uma população de 1,6 milhões
de habitantes. Em 2000 o DF passou a ter IDHM alto e sua população foi de 2,1
milhões de habitantes. Finalmente, em 2010, IDHM muito alto, com 2,6 milhões
de habitantes. Para o Brasil, em 2010, 1.933 (34,7%) municípios foram classificados
com IDHM alto ou muito alto, o que inclui 128,0 (67,1%) milhões de habitantes,
enquanto que os classificados com IDHM muito baixo e baixo foram de 1.399 (25,1%),
que incluiu 21,6 (11,3%) milhões de habitantes.
CENTRO-OESTE | Distrito Federal
Figura 6: Desigualdades na Taxa de Mortalidade na Infância (TMIn) segundo o Índice
de Desenvolvimento Humano (IDHM) dos municípios brasileiros, destacando
a posição do DF (1991, 2000 e 2010)
A. TMIn média segundo quintis do IDHM.
1991
2000
2010
IDHM (quintis)
5º (Mais alto)
4º
3º (Médio)
2º
1º (Mais baixo)
0
25
50
75
100
0
25
50
75
100
0
25
50
75
100
Taxa (por mil NV)
Figura 7: Taxa de Mortalidade na Infância (TMIn) segundo quintis de indicadores selecionados
e ano nos municípios brasileiros, destacando a posição do DF (1991, 2000 e 2010)
Grupos (quintis)
Ausência de água encanada (%)
2010
1º (Mais favorecido)
2000
2º
1991
3º (Intermediário)
Pobreza (%)
DF
As desigualdades na probabilidade de morrer antes de completar 5 anos de
idade, segundo o IDHM dos municípios brasileiros, vem reduzindo de maneira
importante no período de 1991 a 2010 (figura 6A). A TMIn observada, em 2010,
para o grupo de municípios classificados com os mais baixos IDHM eram mais
baixas do que essas taxas para o grupo com o mais alto IDHM no ano de 1991.
Nos três anos de análise, DF foi incluído no grupo com os mais altos IDHM
e com as mais baixas TMIn, acompanhando a tendência de queda no Brasil.
A tendência da TMIn nos municípios brasileiros pode ser também observada
segundo quartis das três dimensões selecionadas nesta análise (figura 7). Partindo
de 1991 para 2010, o movimento para a esquerda dos gráficos, indica que a
TMIn caiu no período. Além disso, a diminuição da distância entre os círculos
reflete a diminuição absoluta da desigualdade na TMIn dos municípios agregados
segundo quartis do indicador selecionado (ausência de água encanada, pobreza
ou analfabetismo).
Acompanhando essa tendência, o DF se insere no grupo dos municípios mais
favorecidos (1º quintil) para os indicadores analisados. A única exceção é o
indicador ausência de água encanada (em 1991 e 2000), com o DF incluído
no 2º quintil.
4º
2010
5º (Menos favorecido)
2000
1991
Pop. < 5 anos (totais)
Analfabetismo (%)
2e+06
2010
4e+06
2000
6e+06
1991
25
50
75
100
O Distrito Federal apresenta desempenho muito favorável no período de análise
para os indicadores selecionados. Estudos específicos seriam importantes para
avaliar se esse notável desempenho médio nas últimas décadas foi acompanhado
por todas as suas áreas geográficas e grupos sociais.
8e+06
141
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Distrito Federal