Gesilane de Oliveira Maciel José
Nome completo do Aluno,
centralizado, minúsculo e
negrito. Fonte 12.
APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO HUMANO: A FORMAÇÃO DO
INDIVÍDUO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
Título do artigo,
centralizado e negrito.
Fonte 12.
Campo Grande
2014
Cidade, centralizado, minúsculo
e negrito. Fonte 12.
Gesilane de Oliveira Maciel José
Nome completo do Aluno,
centralizado, minúsculo e
negrito. Fonte 12.
APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO HUMANO: A FORMAÇÃO DO
INDIVÍDUO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
Artigo Científico apresentado ao Curso Bacharel
em Teologia da FATHEL – Faculdade
Theológica, para obtenção de nota da disciplina
de Estágio Supervisionado, sob orientação da
Professora Andressa Marques da Silva.
Especificações do
trabalho. Fonte 11.
Alinhado em 8,0 cm.
Campo Grande
2014
1
APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO HUMANO: A FORMAÇÃO DO
INDIVÍDUO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
Título do Trabalho (fonte 12)
Gesilane de Oliveira Maciel José1
Nome completo do Aluno
alinhado à direita.
RESUMO
A pesquisa investiga o processo de formação do indivíduo e sua aprendizagem, apontando os
fatores sociais que influenciam em seu desenvolvimento. A partir de uma pesquisa
bibliográfica, são apresentados os principais conceitos sobre o tema sob a ótica da teoria
marxista e sócio-histórica, na visão de Gramsci (1987), Meszáros (2008), Neves (2010) e
Vigotski (2007), entendendo que o processo do aprender é permeado pelos significados da
inserção do indivíduo em seu meio social e pela interiorização dessas relações historicamente
organizadas pela sociedade, não podendo ser compreendido senão por suas relações e
vínculos sociais e pela sua inserção em uma determinada sociedade, em um momento
histórico específico. A pesquisa aborda a questão do trabalho e as contradições que permeiam
as relações capitalistas, além das situações econômicas, sociais e intelectuais, que influenciam
diretamente nas questões educacionais e que fazem parte do desenvolvimento e da
aprendizagem humana. Percebeu-se que é possível estabelecer uma interação entre as ações
humanas objetivas e concretas e a educação, numa proposta que rompe com a lógica do
capital e que universaliza a educação e o Otrabalho.
Estes
seriam os novos rumos a serem
resumo deve
conter:
Objetivo
da pesquisa
/ Principais
autores
perseguidos em busca da transformação da
sociedade
num/ Justificativa
sentido mais
amplo,
social e
de para
pesquisa
(bibliográfica,
pesquisa
designificativa.
campo, etc.) /
emancipador, com maiores condições de se Tipo
voltar
uma
aprendizagem
mais
Principais conclusões.
Palavras-chave: Aprendizagem. Desenvolvimento humano. Educação e Trabalho.
Coloque 3 palavras que sintetizariam seu trabalho.
SUMÁRIO
Fonte 12, centralizado e negrito.
Observe que no sumário de artigo não
se coloca número de página.
INTRODUÇÃO. 1 APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO HUMANO:
SIGNIFICADOS E SENTIDOS. 2 EDUCAÇÃO E TRABALHO: UMA RELAÇÃO
PERMANENTE PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO. CONCLUSÃO.
REFERÊNCIAS.
INTRODUÇÃO
Fonte 12, centralizado e negrito.
O artigo aborda as reflexões sobre o processo de formação e aprendizagem humana,
apontando os fatores sociais que interferem nesse desenvolvimento. Parte-se do princípio de
que o indivíduo é historicamente construído, sendo resultado da relação do individual e do
social, inserido em seus aspectos culturais.
1
Aluna do Curso de Bacharel em Teologia pela FATHEL – Faculdade Theológica
Nota de rodapé com
um breve currículo
acadêmico do aluno.
2
Nesse cenário, a interação entre trabalho e educação torna-se inerente ao
desenvolvimento humano, posto que o homem, ao desenvolver a atividade prática, cria
formas de relações sociais com outros homens; os processos educativos formais e informais
que se apresentam constituem o trabalho humano e permitem o desenvolvimento da cultura.
Para compreender essas relações e as formas de aprendizagem, foram utilizadas
algumas ideias de Gramsci (1987), Meszáros (2008) e Neves (2010). Utilizou-se ainda de
pensadores voltados para a perspectiva histórico-cultural, apropriando-se das teorias de
Vygotsky (2007).
Ressalta-se que, embora o marxismo não apresente ideias voltadas para a psicologia
de forma direta, suas teorias do conhecimento apontam caminhos para se compreender o
sentido e as intenções da relação homem e sociedade. As mudanças históricas na vida
material produzem modificações na natureza humana, ou seja, na consciência e no
comportamento. Vygotsky foi o primeiro a correlacionar sua proposta com as questões
psicológicas, por isso foram empregadas essas abordagens para maior compreensão das
relações do desenvolvimento humano e das perspectivas de aprendizagem.
A pesquisa inicia com a abordagem sobre a aprendizagem e desenvolvimento humano.
Na sequencia procura-se desenvolver a relação entre educação e trabalho como uma relação
permanente para que ocorra o desenvolvimento humano.
A introdução deve conter:
Objetivo da pesquisa / Justificativa / Principais autores / Tipo de pesquisa (bibliográfica,
pesquisa de campo, etc.) / Como organizou os capítulos do artigo.
1 APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO HUMANO: SIGNIFICADOS E
A numeração começa no 1º capítulo.
Título com letra maiúscula, negrito e
alinhado à esquerda.
SENTIDOS
Vygotsky
teve
uma
preocupação
constante
em
estudar
as
questões
do
desenvolvimento humano, compreender sua origem e seu percurso. Sempre relacionou o tema
com os processos de aprendizado.
O desenvolvimento é visto a partir de três aspectos, o instrumental, o cultural e o
histórico. O aspecto instrumental refere-se à natureza basicamente mediadora das funções
psicológicas complexas; o homem não apenas responde aos estímulos apresentados no
ambiente, mas altera e se utiliza das modificações como um instrumento de seu
comportamento. O aspecto cultural volta-se para as atividades e os tipos de instrumentos,
tanto mentais como físicos. O aspecto histórico funde-se com o cultural, pois os instrumentos
que o homem usa para dominar seu ambiente e seu próprio comportamento foram criados e
modificados ao longo da história social da civilização. (VYGOTSKY, 2007).
3
Esse conceito ajuda a compreender o desenvolvimento humano como um processo de
construção permanente, contraditório e mutável, que ocorre além das questões físicas,
afetivas, intelectuais e sociais, pois é na relação com o trabalho que o indivíduo se constitui,
transformando a natureza, suas relações e transformando-se a si mesmo. Assim sendo, o
desenvolvimento está alicerçado sobre o plano das interações, onde o indivíduo faz da sua
ação um significado partilhado.
Contudo, esse desenvolvimento não pode ser fragmentado internamente, como se cada
aspecto pudesse se desenvolver separadamente. O processo ocorre em sua totalidade; as áreas
se encontram e permanecem em movimento constante:
É claro que, para estar em movimento, esta totalidade não pode ser um bloco rígido,
compacto, monolítico, pesado. Ao contrário, estar em movimento significa um
constante ir e vir, colocando em jogo todas as suas dimensões, umas mais, outras
menos, para depois trocar tudo novamente, em um processo feito de rupturas e
continuidade, desequilíbrios, equilíbrios e novos desequilíbrios, de maneira que o
indivíduo esteja sempre em movimento. (MIRANDA, 1999, p. 51).
Citação direta acima de 3 linhas:
Por isso, as circunstâncias internas e externas ao indivíduo
não podem simples
ser encaradas
fonte 10, espaçamento
(1,0),
colocar sobrenome, ano e página. Dar
como realidades distintas; elas participam da mesma realidade,
na interação entre o homem e
recuo de 4,0 cm.
sua realidade concreta, seu contexto histórico e seu trabalho.
A aprendizagem, por sua vez, “[...] é o processo pelo qual o indivíduo adquire
informações, habilidades, atitudes, valores, etc. a partir de seu contato com a realidade, com o
meio ambiente e com as outras pessoas”. (OLIVEIRA, 2009, p. 59).
Santos (2008, p. 25) salienta que a aprendizagem pode ser
definida
a partir
Citação
direta até
3 linhas:dos
Colocar entre aspas. Colocar
sobrenome, ano e página.
seguintes princípios:
. Estar vivo é estar aprendendo.
. Conhecer e pensar não significa chegar à verdade absolutamente certa, mas sim
dialogar com a incerteza.
. Transformação em coexistência com o outro.
. Processo contínuo de transformação estrutural que um organismo pode sofrer em
função da conservação da sua autoconstrução.
Tais conceitos ajudam a conhecer esse processo de desenvolvimento humano,
percebendo o indivíduo em constante transformação. Ele jamais poderá ser compreendido
senão por suas relações e vínculos sociais e pela sua inserção em uma determinada sociedade,
em um momento histórico específico. A aprendizagem depende dessa interação social e inclui
a interdependência dos indivíduos envolvidos nessas relações.
É importante comentar que o processo do aprender não acontece apenas no ambiente
formal, mas ocorre o tempo todo. Situa-se, principalmente, fora das instituições educacionais
formais.
4
Alves (2004) assinala que o homem tem os mais diferentes recursos disponíveis ao
conhecimento, tem acesso imediato às informações produzidas nos centros científicos mais
avançados do mundo e a consulta em bibliotecas e arquivos das mais expressivas instituições
culturais do universo. Paradoxalmente, o conhecimento culturalmente significativo que
circula por diversos canais da sociedade não faz parte do espaço da escola.
Para Mészaros (2008, p. 53), esse contexto é positivo,
[...] porque esses processos não podem ser manipulados e controlados de imediato
pela estrutura formal legalmente salvaguarda e sancionada. Eles comportam tudo,
desde o surgimento de nossas respostas críticas em relação ao ambiente material
mais ou menos carente em nossa primeira infância, do nosso primeiro encontro com
a poesia e a arte, passando por nossas diversas experiências de trabalho, sujeitas a
um escrutínio racional, feito por nós mesmos e pelas pessoas com quem as
partilhamos e, claro, até o nosso envolvimento, de muitas diferentes maneiras e ao
longo da vida, em conflitos e confrontos, inclusive as disputas morais, políticas e
sociais dos nossos dias.
Segundo sua premissa, a escola tornou-se secundarizada. O processo de aprender é
constituído de diversas formas, no cotidiano, nas relações de convivência, através de outras
instituições informais, pelos meios de comunicação de massa, como a televisão, o cinema e o
rádio, ou seja, “a aprendizagem é a nossa própria vida, desde a juventude até a velhice, de fato
quase até a morte; ninguém passa dez horas sem nada aprender”. (MÉSZAROS, 2008, p. 47).
Para Marx (1978), o homem, como um ser histórico e social, constitui-se em uma
unidade: o pensar e o ser. Apropria-se do seu ser global de forma plena, como um homem
Citações indireta:
É atotal.
ideia do
autor.uma
Colocar
Cada
das relações humanas com o mundo, como ver, ouvir, cheirar, saborear,
apenas o sobrenome e
sentir, pensar, observar, perceber, querer, atuar, amar, enfim, todos os órgãos de sua
ano.
individualidade são, em seu comportamento objetivo, a apropriação do mundo. Isso quer dizer
que o ser humano é singular, dotado de capacidade intelectual e sensitiva, centrado nas
circunstâncias históricas em que se insere.
Desse modo, essas relações devem ser consideradas dentro de um contexto específico,
onde os processos de apropriação de conhecimento promovem ao indivíduo novas
possibilidades de pensar e de agir. O aprender é permeado pelos significados da inserção do
indivíduo em seu meio social e pela interiorização dessas relações historicamente organizadas
pela humanidade.
Isto significa, simplesmente, que certas categorias de funções mentais superiores
(atenção voluntária, memória lógica, pensamento verbal e conceptual, emoções
complexas, etc.) não poderiam emergir e se constituir no processo de
desenvolvimento sem o aporte construtivo das interações sociais (IVIC, 2010, p. 1617).
5
Santos (2008, p. 26) ainda acrescenta que,
[...] tudo que aprendemos surge de uma transformação dos outros: tudo que
aprendemos surge de uma transformação da coexistência com o outro, da
importância que existe na relação com os outros. Isso é fundamental para um bom
aprendizado, para a experiência ótima de aprender, para que o aprender seja
prazeroso e dê sentido para a pessoa.
Essas relações tornam-se um pré-requisito para a aprendizagem, à medida que
desempenham um papel construtivo no desenvolvimento humano. As rupturas e as
contradições são inevitáveis. Assim sendo, o homem deve ser considerado como um ser
social, histórico e político, que trabalha e transforma a natureza, compreende trocas
recíprocas, produz conhecimento e participa ativamente da construção da sociedade, sempre
num movimento contraditório e permanente.
Esse processo de movimento contínuo faz parte da condição do próprio indivíduo,
uma vez que ele não é um sujeito pronto ou acabado. Está em constante processo de
modificação, como um ser individual e, ao mesmo tempo, inserido em um contexto mais
amplo, ou seja, dentro do coletivo.
Miranda (1999) reforça que, além de o desenvolvimento humano ocorrer de forma
contínua e contraditória, deve ser apreendido, ao mesmo tempo, sob uma perspectiva de
ruptura e continuidade e de igualdade e diferença. À medida que o homem vai se
constituindo, mantém uma estabilidade em seu modo de ser e, consecutivamente, rompe com
outros modos de ser. Ele vai assumindo características que o identificam e o distinguem das
outras pessoas. Contudo, essa estabilidade é sempre relativa, porque todas essas
características estão em contínua interação com o todo social e, portanto, em permanente
transformação.
É interessante questionar se essa transformação, que ocorre o tempo todo, modifica a
realidade do indivíduo e se acontece de forma consciente, ou se apenas favorece a
conservação das relações capitalistas tão presentes na sociedade contemporânea.
Mészaros (2008) comenta que a aprendizagem é a nossa própria vida, desde a
juventude até a velhice, mas questiona o que realmente se aprende.
Será que a aprendizagem conduz à auto-realização dos indivíduos como “indivíduos
socialmente ricos” humanamente (nas palavras de Marx), ou está ela a serviço da
perpetuação, consciente ou não, da ordem social alienante e definitivamente
incontrolável do capital? Será o conhecimento o elemento necessário para
transformar em realidade o ideal da emancipação humana, em conjunto com uma
firme determinação e dedicação dos indivíduos para alcançar, de maneira bemsucedida, a auto-emancipação da humanidade, apesar de todas as adversidades, ou
será, pelo contrário, a adoção pelos indivíduos, em particular, de modos de
comportamento que apenas favorecem a concretização dos objetivos reificados do
capital? (MÉSZAROS, 2008, p. 47-48).
6
Assim, o que está em jogo não é apenas o aprender, mas saber o que se aprende, e de
que forma esse aprendizado modifica sua realidade e suas relações. Miranda acrescenta que,
[...] o desenvolvimento pode ser compreendido, entre outras, na perspectiva
ontogenética da história do indivíduo, da fecundação até a velhice; na perspectiva
filogenética da história bioevolutica do indivíduo como espécie, da horda primitiva
até a completa civilização; e na perspectiva da história do indivíduo socialmente
determinado na sua condição de classe [...]. (MIRANDA, 1999, p. 49).
Dentro desses aspectos, as ações humanas objetivas e concretas, ou seja, o trabalho,
fazem parte da construção permanente desse indivíduo. Torna-se, então, essencial entender
como se estabelecem as relações de trabalho e suas atividades produtivas dentro do modo
capitalista, para compreender o processo global do desenvolvimento e da aprendizagem
humana.
2 EDUCAÇÃO E TRABALHO: UMA RELAÇÃO PERMANENTE PARA O
DESENVOLVIMENTO HUMANO
Fonte 12, negrito e alinhado à esquerda.
As diferentes concepções que concorrem para a compreensão do desenvolvimento
humano perpassam pela educação. Entretanto, compreender a totalidade do próprio termo
„educar‟ é complexo, tendo em vista as divergências que existem entre pensadores, filósofos e
educadores que encaram a educação de forma diferenciada, desde seu conceito até a
compreensão de suas funções.
Gramsci considera que,
É difícil definir a totalidade do termo “educação” quando se opera na desintegração
entre as disciplinas e os campos de investigação cultural, considerando que a
educação segue paralelamente ao crescimento das crianças e de sua escolarização,
desde o jardim de infância à universidade. (MONASTA, 2010, p.12).
E ainda complementa que a educação “é um campo no qual a teoria e a prática, a
cultura e a política, inevitavelmente, se confundem; em que a pesquisa e a descoberta teórica
se misturam com a ação social e política” (p.12). Ou seja, a educação e a cultura são inerentes
ao desenvolvimento humano. É necessário que o indivíduo compreenda a concepção
dominante de mundo e as crises geradas Este
pelocolchete
sistema[...]capitalista
que influenciam no processo.
é utilizado quando
Alves (2004, p. 249) defende que:
“suprimimos” uma informação que não é
importante para o contexto do trabalho.
[...] para o decantado “exercício consciente da cidadania”, o homem carece de
entendimento acerca de como funciona a sociedade. Como o ser da sociedade é o ser
do próprio homem, a compreensão do social pelo acesso do pensamento à totalidade
é a condição necessária para que o ser pensante compreenda a si mesmo.
7
Ou seja, diante de todo o cenário complexo vivido pela educação e que influencia
diretamente na condição de vida do homem, é preciso que se tenha consciência das suas
condições histórica e culturalmente estabelecidas.
Segundo Neves (2010), existe uma série de crises educacionais constituídas desde o
final dos anos 1980, que foram difundidas nos países latino-americanos, tais como: a
revolução tecnológica, que demanda novas qualificações básicas do trabalhador; a
necessidade de redefinição dos recursos destinados à escola pública diante do aparelho
burocrático estatal e a ampliação do chamado Terceiro Setor, que exige da escola a
preparação de novos perfis profissionais. Um dos problemas decorrentes dessa crise é que os
princípios, as diretrizes estabelecidas e as políticas públicas educacionais não são bem
elaboradas e normalmente são implantadas sem orientações claras e definições sistemáticas.
Alves (2004) destaca que a crise escolar que permeia a sociedade liga-se precisamente
à crise econômica vivida não somente pelo Brasil, mas pela África, Ásia, e se dissemina por
regiões desenvolvidas pelo capitalismo, onde a pobreza é crescente. Ainda assim, existe um
discurso de que os impostos assustadores, o baixo salário dos trabalhadores e o desemprego
seriam situações passageiras e controláveis. O que se tem visto, na verdade, é uma crise na
sociedade de cunho generalizado, e não especificamente educacional.
Tal constatação considera os reais problemas da sociedade. A situação de miséria é
caótica tanto no aspecto econômico e social como no campo intelectual, e isso tem sido
crescente. Este é um dos grandes fatores que têm gerado um impacto direto na educação,
comprometendo todas as condições que a cercam, entre elas a formação dos indivíduos.
No que se refere a essa formação do indivíduo, Gramsci considera a relação intrínseca
entre homo faber e homo sapiens – não existe atividade humana da qual se possa excluir toda
intervenção intelectual. (MONASTA, 2010). Considera-se, sob essa perspectiva, que todos os
indivíduos são intelectuais. No entanto, nem todos têm condições de desempenhar na
sociedade essa função, tendo em vista que existem graus diversos de atividade específica
intelectual.
Neves (2010) procura esclarecer o sentido do termo „intelectual‟. Segundo o autor, o
termo, em sua concepção genérica, vem sendo empregado para nomear os indivíduos letrados
de uma sociedade. Existem alguns tipos de intelectuais, que são considerados de função
pública, por terem conhecimento mais sistematizado em relação a determinadas temáticas
sociais, e por possuírem o discernimento de propor, de forma autônoma, soluções comuns às
necessidades da sociedade em seu conjunto. Dentro do capitalismo, os intelectuais são, em
8
sua maioria, orgânicos da classe burguesa e, em menor número, da classe trabalhadora. Ainda
existem outros tipos de intelectuais, o urbano e o rural.
Gramsci centrou nos intelectuais e em suas diferentes funções desempenhadas na
sociedade, seus métodos de análise e de ação educativa, na busca de renovar todo o sistema de
educação estabelecido no ensino primário, secundário e superior. Esse novo tipo de intelectual
seria encontrado entre os administradores, gerentes da indústria e na profissão docente,
considerando essa classe cada vez mais importante na formação profissional e no trabalho.
Em sua concepção de intelectuais,
[...] a escola constitui-se no espaço e instrumento estratégicos de formação dos
intelectuais profissionais da cultura urbano-industrial. Quer para conservar, quer
para transformar as relações sociais vigentes, a escola, em diferentes níveis e
modalidades, forma os intelectuais criadores e disseminadores da cultura nas
sociedades ocidentais. (NEVES, 2010, p. 32).
Essa cultura deveria ser disseminada de forma crítica, socializando as informações e
possibilitando que fossem transformadas em base de ações vitais, de ordem intelectual e
moral. “O fato de que uma multidão de homens seja conduzida a pensar coerentemente [...] é
um fato “filosófico” bem mais importante e “original” que a descoberta por parte de um gênio
“filosófico”, de uma nova verdade que permaneça como patrimônio de pequenos grupos
intelectuais”. (GRAMSCI, 1987, p.13-14).
Finalmente, todo homem, fora de sua profissão, desenvolve alguma atividade
intelectual, ou seja, é um “filósofo”, um artista, um homem de gosto, participa de
uma concepção do mundo, possui uma linha consciente de conduta moral, contribui,
portanto, para manter ou para modificar uma concepção do mundo, isto é, para
promover maneiras de pensar. (MONASTA, 2010, p. 126).
Ou seja, todo homem contribui para a formação de uma concepção de mundo. Tanto o
mais primitivo como o menos qualificado devem constituir a base de um novo tipo de
intelectual, interagindo a escola e o trabalho. Contudo, é preciso
[...] perder o hábito e deixar de conceber a cultura como saber enciclopédico, no
qual o homem é visto sob a forma de recipiente para encher e amontoar com dados
empíricos, com fatos ao acaso e desconexos, que ele depois deverá arrumar no
cérebro como nas colunas de um dicionário para poder então, em qualquer altura,
responder aos vários estímulos do mundo externo. Esta forma de cultura é deveras
prejudicial, especialmente para o proletariado. Serve apenas para criar desajustados,
ente que crê ser superior ao resto da humanidade porque armazenou na memória
certa quantidade de dados e de datas, que aproveita todas as ocasiões para
estabelecer quase uma barreira entre si e os outros. (MONASTA, 2010, p.52)
9
Assim sendo, o homem, como um indivíduo intelectual, precisa definir o caminho a
ser perseguido em busca de uma mudança revolucionária. Mészáros (2008, p. 13) defende
que,
[...] construir, libertar o ser humano das cadeias do determinismo liberal,
reconhecendo que a história é um campo aberto de possibilidades. Esse é o sentido
de se falar de uma educação para além do capital: educar para além do capital
implica pensar uma sociedade para além do capital
Como forma de enfrentar as barreiras impostas pelo capitalismo e pelo sistema
dominante de ordem política e socioeconômica estabelecidas, rompendo com a lógica do
capital, Mészaros (2008) apresenta dois grandes desafios: o de universalizar a educação e de
universalizar o trabalho como atividade humana autorrealizadora.
A educação para além do capital visa a uma ordem social qualitativamente diferente.
Agora não só é factível lançar-se pelo caminho que nos conduz a essa ordem como o
é também necessário e urgente. Pois as incorrigíveis determinações destrutivas da
ordem existente tornam imperativo contrapor aos irreconciliáveis antagonismos
estruturais do sistema do capital uma alternativa concreta e sustentável para a
regulação da reprodução metabólica social, se quisermos garantir as condições
elementares da sobrevivência humana. O papel da educação, orientado pela única
perspectiva efetivamente viável de ir para além do capital, é absolutamente crucial
para esse propósito. (MÉSZAROS, 2008, p. 71-72).
Essas mudanças deveriam acontecer agora, numa interrrelação entre a universalização
do trabalho e da educação. “Um avanço pelas sendas de uma abordagem à educação e à
aprendizagem qualitativamente diferente pode e deve começar “aqui e agora”, [...] se
quisermos efetivar as mudanças necessárias no momento oportuno”. (idem, p. 67).
Esse processo de reestruturação radical abrangeria todo o sistema, além do próprio
homem, envolvendo mudanças nas condições concretas de reprodução da sociedade, no
regime político e econômico vigente. Somente a tomada de consciência e as ações dos
indivíduos teriam condições de mudar as condições estabelecidas pelo sistema capitalista,
voltando-se para uma automudança consciente dos indivíduos. A escola, assim, sai do
encarceramento e torna-se libertadora.
Alves (2004), partindo do cenário contemporâneo, encara o futuro da educação com
algumas características, com o trabalho do professor não se resumindo apenas à transmissão
do conhecimento. Os manuais didáticos implantados por Comenius no século XVII, e que
ainda resistem na condição de instrumento de trabalho desse professor, deveriam ser
definitivamente abolidos. O educando se apropriaria das tecnologias mais avançadas a favor
de novas aprendizagens, sendo assegurada maior autonomia na realização de suas atividades.
Já os encontros com os professores ganhariam formas mais diversificadas e não se resumiriam
10
apenas às aulas formais. As instituições de ensino, por sua vez, reestabeleceriam novas
relações entre professor e aluno quanto às possibilidades de acesso ao conhecimento
culturalmente significativo. Desta forma, uma nova didática resultaria de uma ação coletiva,
com a educação no centro das preocupações dos educadores.
Nesse empreendimento de pensar numa sociedade além do capital, rumo à construção
de um indivíduo liberto e autônomo, o homem deixaria de ser definido „apenas‟ pela ação de
trabalho que desenvolve, mas especialmente pelo que desempenha na sociedade.
Este seria um caminho a ser perseguido, em que a educação teria maiores condições de
se transformar num sentido mais amplo, social e emancipador, possibilitando um melhor
desenvolvimento humano e dando maiores condições para uma aprendizagem mais
significativa.
CONCLUSÃO
Fonte 12, negrito e centralizado.
A partir do diálogo empreendido, é possível perceber que a história da sociedade e o
desenvolvimento do homem caminham juntos e, mais do que isso, operam de forma contínua
num processo de construção, desconstrução e reconstrução, de forma dialética e contraditória.
O desenvolvimento humano e a aprendizagem ocorrem ao longo da vida, dentro do
contexto historicamente estabelecido. As relações com os outros homens, além das questões
sociais, políticas e culturais, interferem e influenciam diretamente na formação do indivíduo.
Já a relação entre trabalho e educação é fundamental para que ocorra esse
desenvolvimento, considerando que o homem, ao desenvolver a atividade prática, cria formas
de interação social com outros indivíduos, e os processos educativos, tanto nos aspectos
formais como especialmente nos informais que se apresentam, constituem o trabalho humano
e permitem o desenvolvimento da cultura. Essas relações situam-se dentro da lógica do
capital. A proposta apresentada é de romper com esse processo, negando o capitalismo em
rumo de uma automudança consciente dos indivíduos.
Esta seria uma alternativa concreta e sustentável para garantir as condições essenciais
de sobrevivência humana para a sociedade contemporânea. É o caminho mais viável para que
o desenvolvimento humano e a aprendizagem se tornem mais significativos e a educação
possa atuar como um organismo de transformação social e emancipador, e não mais como
uma mera transferência de conhecimento.
11
REFERÊNCIAS
Fonte 12, negrito e centralizado.
ALVES, Gilberto Luiz. A produção da escola pública contemporânea. 2. ed. Campinas:
Autores Associados; Campo Grande: UFMS, 2004.
Observe no manual de normas a
formatação para as referências.
GRAMSCI, Antonio. Concepção dialética da história. 7. ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1987.
IVIC, Ivan; Lev Semionovich Vygotsky. Coleção Educadores MEC. Recife: Fundação
Joaquim Nabuco, Massangana, 2010.
MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos e outros textos escolhidos (Os
pensadores). São Paulo: Abril Cultura, 1978.
MÉSZAROS, István. A educação para além do capital. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2008.
MIRANDA, Marília Gouvea de. Psicologia do desenvolvimento: o estudo da construção do
homem como ser individual. Educativa, Goiânia/GO, v. 2, p. 45-62, 1999.
MONASTA, Attilio. Antonio Gramsci. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Massangana,
2010.
NEVES, Lúcia Maria Wanderley. Direita para o social e esquerda para o capital. São
Paulo: Xamã, 2010.
OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky: Aprendizado e Desenvolvimento um processo sóciohistórico. São Paulo: Scipione, 2009.
PORTELLA, Fabiani Ortiz; BRIDI, Fabiane R. de Souza. Aprendizagem: tempos e espaços
do aprender. Rio de Janeiro: Wak, 2008.
SANTOS, Bettina S. dos. Os tempos de aprender e aprender através dos tempos. In:
Aprendizagem: tempos e espaços do aprender. PORTELLA, Fabiani Ortiz; BRIDI, Fabiane
R. de Souza. Rio de Janeiro: Wak, 2008.
VIGOTSKI, Lev Semenovich. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,
2007.
Download

Gesilane de Oliveira Maciel José APRENDIZAGEM E