AS PRATICAS PEDAGÓGICA DO ENSINO DE GEOGRAFIA NAS ESCOLAS
PUBLICAS DA CIDADE DE PARNAMIRIM-RN
Allan Fernandes Bezerra/IFRN
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INTRODUÇÃO
Dilemas com relação ao ensino de Geografia, no Ensino Fundamental e Médio a
cada dia vêm sendo visto com mais freqüência. Essa é uma questão crucial para o
ensino de Geografia. Pois no período atual, a compreensão geográfica e suas estratégias,
tem deixado muito a desejar. Segundo Oliveira (1998), A geografia vem sendo chamada
cada vez mais para explicar o mundo. Então como entender a importância da Geografia,
e ao mesmo tempo o seu desinteresse nas escolas. É grande a dificuldade de
aprendizado por parte do corpo discente em relacionar os conceitos da disciplina com o
espaço geográfico no qual eles estão inseridos. Esta pesquisa preocupa-se em mostrar
como está desenvolvendo-se o ensino e aprendizado de Geografia em algumas escolas
na cidade de Parnamirim RN.
Diante desse contexto o objetivo deste trabalho é compreender como está a
prática pedagógica e as estratégias utilizadas no ensino de Geografia na cidade de
Parnamirim-Rn. Evidenciando os principais conteúdos que trazem dificuldade de
aprendizado por parte dos alunos em sala de aula, os que eles assimilam com maior
facilidade e como os eles vêm compreendendo e relacionando o ensino de Geografia
com o espaço geográfico no qual estão inseridos.
COMO
OS
ALUNOS
DAS
ESCOLAS
PÚBLICAS
VÊEM
COMPREENDENDO E RELACIONANDO O ENSINO DE GEOGRAFIA COM
O ESPAÇO GEOGRÁFICO NO QUAL ESTÃO INSERIDOS?
Essa é a grande questão levantada nesse trabalho: entender como os alunos estão
construindo os conceitos de Geografia e como eles estão relacionando estes conceitos
com as transformações vividas constantemente Atualmente, Existe um grande problema
por parte dos docentes: que é o de conseguir estratégias que possam suprir as
necessidades do aluno em relação ao saber geográfico.
Segundo Oliveira (1998), o ensino de Geografia é fundamental para que as novas
gerações possam acompanhar e compreender as transformações do mundo.
Ensinar geografia nos dias de hoje requer dos professores a formulação de
questões que possibilitem ao aluno perguntas centrais tais como: Para que ensinar
geografia?Por que ensinar Geografia? Qual será a influência dela em minha vida?
De acordo Vesentini (1999), a Geografia deve proporcionar ao aluno a
construção de conceitos que o possibilite compreenderem o presente e pensar com mais
responsabilidade no seu futuro. Entretanto o que foi observado neste trabalho e que a
disciplina geográfica tem se tornado desinteressante nas escolas. Segundo
Castrogiovanni (2003) Por que a Geografia pode não ser tão interessante?Esse é um
problema que vem desde as séries iniciais.
Na compreensão de Castrogiovanni (2003), pesquisas comprovam que muito dos
nossos professores que atuam nas séries iniciais não foram alfabetizados em Geografia.
As crianças chegam à quinta série do Ensino Fundamental sem a construção das noções
e elaborações conceituais que compreenderia tal “alfabetização geográfica”.
Isto foi observado no levantamento a dificuldade dos alunos em relação a conceitos
inicia da disciplina geográfica, problemática não só foi diagnosticada no ensino
fundamental mais também no ensino médio em Parnamirim RN.
Para Cavalcante (1998) O ensino de geografia deve levar ao aluno a
compreender a realidade sob o ponto de vista de sua espacialidade. Ou seja, o espaço
geográfico a que ele esta inserido.
Segundo Kaercher (1998) O espaço geográfico é entendido como fruto do trabalho
humano pela sobrevivência onde nessa luta o homem constrói, destrói, modifica a si e a
natureza.
Esses assuntos entenderam como um grande desafio, fazer com o que nossos
alunos a saibam verdadeira importância da ciência geográfica e sua relação com a
construção do espaço geográfico.Aponta Callai(1998) três motivos para se ensinar
geografia, o primeiro trata-se em conhece o mundo e obter informações a seu respeito, o
segundo é conhecer o espaço produzido pelo homem,o terceiro e fornecer informações
que possibilitem ao aluno condições para construir sua cidadania.
Em pesquisa realizada na cidade de Parnamirim RN, entre os períodos de Maio a Julho
de 2009, fizemos justamente este tipo de questionamento com os alunos, foi aplicado
um questionário com os alunos e professores, em turnos pela manhã e tarde para
sabermos como estava a compreensão dos mesmos em relação a ciência geográfica e
seus conceitos básicos, em Parnamirim, foram entrevistados cerca de 170 aluno do
ensino fundamental e ensino médio de duas escolas de Parnamirim RN, Escola
Estadual Antônio Basílio,Escola Estadual Santos Dumont.
Nessa pesquisa foi levantada a seguinte problemática:
• O que é Geografia para você?Muitos alunos deram as seguintes respostas:
• ”Geografia e a matéria que descreve a terra,”
• “Geografia e a matéria que estuda os mapas”, geografia e a matéria que estuda o
mundo.
• Geografia e a ciência que estuda as paisagem, geografia ajuda a aprender as
capitais e países do mundo,
• Geografia e a matéria que estuda a terra e seus fenômenos,geografia ajuda a
entender as questões atuais.
O que se pode observa a partir das respostas obtidas foi que, o aluno ainda tem a visão
de uma geografia fragmentada, e não vêem a disciplina como um conjunto.
Quando foi perguntado sobre a importância do ensino de geografia no espaço
geográfico em eles vivem? Alguns responderam:
• A geografia e importante porque tem o poder de informar as pessoas,
• Geografia e importante porque ajuda a compreender o nosso dia-a-dia,geografia
e importante porque ajuda a nos informa sobre o lugar onde vivemos,
• Geografia e importante porque nos ajuda a compreender a política dos países e
as guerras.
Segundo Kaercher (1998 p:11) “O ensino de geografia ainda é muito tradicional e
fragmentado da realidade”.
Observamos desde então quantas definições sobre o saber geográfico que foram
colhidas nessas informações. Mas observo também, de certa forma um pouco limitada e
mecânica por parte dos alunos pesquisados, além do que a geografia é muita, mas do
que o estudo da terra, paisagem, terras e seus fenômenos, estudo de mapas, a geografia e
suas contribuições são muito mais do que compreender o nosso dia-a-dia, do que
informa sobre a política de um determinado pais ou compreender guerras.
QUAIS OS PRINCIPAIS CONTEÚDOS QUE APRESENTAM DIFICULDADES
DE APRENDIZADO DE ACORDO COM OS ALUNOS EM SALA DE AULA?
Na pesquisa realizada tivemos a preocupação em saber entre conteúdos trabalhados
pelos professores das escolas quais os que traziam mais dificuldades no aprendizado
para o corpo discentes dessas escolas. Os assuntos perguntados no questionário foram:
Dinâmica Populacional, Dinâmica da Natureza, Cartografia, Urbanização e
Industrialização, A dinâmica do espaço mundial na contemporaneidade.
E interessante observa que dos quase 170 alunos pesquisados nas escolas 45
alegaram que os assuntos que trazem mais dificuldades para eles são a dinâmica da
natureza e seus conceitos tais como: Relevo, Clima, Vegetação, Hidrografia, solos,
impactos ambientais e outros e cerca de 40 desses alunos responderam que Cartografia
e sua conceitos como(Mapas,escalas,projeções cartográficas e outros) e 40 responderam
que a dinâmica do espaço mundial e sua contemporaneidade e seus conceitos
como(Globalização,blocos econômicos e outros)causam dificuldades por parte desses
alunos pesquisados.
Ao analisar a pesquisa observamos que os conceitos de Cartografia, dinâmica da
natureza foram os conteúdos mais respondidos, pude percebe que nas escolas o material
didático era bem escasso, na parte cartográfica. Nem mapas e globos que existiam
estavam em boas condições de uso e fora do contexto em que os alunos estavam
vivendo.
Aplicando o questionário e até mesmo atuando em sala de aula percebi que os
alunos tinham grande dificuldades em conceitos básicos da ciência geográfica
principalmente no que diz respeito à parte de leitura de mapas que foi a parte de maior
escassez encontrada, ou seja, como interpretar um mapa e relacionar com realidade na
qual eles estão inseridos e conceitos de orientação cartográficas como escala e fuso
horários por exemplo .
Em ralação a problemática dos mapas em sala de aula de acordo com
Castrogiovanni (2003), ler mapas significa dominar o sistema semiótico da linguagem
cartográfica.
O professor tem que proporcionar a compreensão de que o mapa é uma
decodificação do espaço geográfico em que ele participa. Para que o aluno possa
entender os lugares e paisagens, territórios em que ele vive de forma representativa
através de um mapa.
Segundo Almeida e Passini (1991) ler mapas e um processo que começa com a
interpretação de mapas envolvendo algumas etapas metodológicas que devem ser
respeitadas para que a leitura ela seja eficaz.
Nas escolas pesquisadas foi constatado problemas com relação à leitura dos
mapas, conceitos básicos de leitura como legendas, localização, meridianos os alunos
não sabiam interpretar, além das péssimas condições e desatualização em que os mapas
encontravam-se.
De acordo com Castrogiovanni (2003) o mapa, como auxiliar didático,
possibilita ao aluno mecanismos de percepção visual e processos mentais que interrelacionam o entendimento e a memória (níveis variáveis de abstração).
Castrogiovanni (2003) afirma que: A cartografia e um conjunto de estudos e operações
lógicas, matemáticas, artísticas e técnicas.
Segundo Kaecher (1998) ainda maior o compromisso do professor em aproximar
os resultados e descobertas produzidas pela ciência geográfica.
Para BRABANT (1990:22) “a crise da geografia na escola se resume
essencialmente na crise de sua finalidade”
A falta de dinamização nas aulas de geografia tem despertado um grande
desinteresse por parte dos alunos nas escolas visitadas em Parnamirim RN e,
conseqüentemente, a não compreensão dos assuntos. Além do que, como o professor
pode ministrar cartografia no ensino médio sem sequer trabalhar com um mapa atual e
com boas condições em sala de aula? O mapa desperta no aluno o entendimento de
fazer uma leitura com detalhes do espaço em que ele esta inserido.
Porem, como os alunos irão compreender relevo, clima, vegetação, hidrografia etc. sem
que vejam pelo menos um mapa temático sobre o assunto ou mesmo um estudo do
meio sobre o tema relatado? É o que acontece com os conteúdos geográficos. Eles são
apenas “vomitados” no quadro sem que os alunos vejam como funciona todo processo.
Alem do, mas, eu sei como e complicado se fazer um estudo do meio em escola publica.
Porem, o estudo do meio tanto trás mais dinâmica as aulas de geografia como é uma
ferramenta importantíssima na compreensão da ciência geográfica.
E QUAIS OS CONTEÚDOS MAIS ASSIMILADOS EM SALA DE AULA?
Nas escolas pesquisadas os conteúdos que apresentaram mais assimilação por
parte dos alunos foi: dinâmica populacional e urbanização e industrialização, vemos
nessas duas analises que geografia física ainda gera muita dificuldade por parte do
corpo discente pesquisado, principalmente em relação aos materiais disponibilizados
bastante deteriorados e ultrapassados. Alguns alunos explicaram o porquê da melhor
compreensão na geografia humana do que na geografia física, nas escolas que foram
pesquisadas.
(Aluno1) E porque na parte física são usados muitos termos técnicos.
(Aluno2) O professor não leva parte do relevo para nossa realidade pra pratica
fica só no quadro.
(Aluno3) só no livro não tem como aprender falta recurso.
(aluno4) os recursos da parte física são muito ultrapassados.
Esses foram problemas constatados quando foram ministrados conteúdos da
geografia física, já quando sobre os conteúdos da geografia humana os alunos
responderam o seguinte:
(Aluno1) O professor usa vídeo sobre o tema
(Aluno2) Pelo menos o material sobre os temas são mais atualizados e estão em
bom estado de conservação, da pra aprender alguma coisa.
(Aluno3) Há porque pelo menos na parte humana os professores levam mais
para o nosso cotidiano.
(Aluno4) A parte da geografia humana o professor ainda leva jornais, revistas na
questão e da pra entender as relações políticas.
Diagnosticamos aqui um problema não só das escolas pesquisadas aqui em
Parnamirim, a questão da grande deficiência em se compreender a parte física da ciência
geográfica. Observamos que a falta de material atualizado e com bom estado de
conservação é um dos principais problemas, enfrentados pelos professores e alunos
dessas escolas.
A
PRÁTICA
PEDAGÓGICA
DESENVOLVIDAS
PELOS
E
AS
PRINCIPAIS
PROFESSORES
PARA
O
ESTRATÉGIAS
ENSINO
DE
GEOGRAFIA NAS ESCOLAS PESQUISADAS EM PARNAMIRIM RN.
Nessa parte do trabalho vamos analisar como os professores estão trabalhando, a
pratica pedagógica e suas principais estratégias utilizadas para os alunos dessas escolas.
A pratica pedagógica de um professor segundo Kearcher (2005) tem que
proporcionar a construção da autonomia do educando.
Na pratica pedagógica na minha opinião ela tem que despertar no aluno o desejo
de saber e de aprender, pelo que pude analisar nas aplicações das aulas ainda fica aquela
relação professor, quadro,aluno.
De acordo com Kearcher (2005) O professor precisa desejar ensinar, precisa
gostar do que faz.Senão fará de forma precária,pouco atrativa e sem brilho o ato
pedagógico.
Entretanto Segundo Kearcher (2005) O Aluno precisa desejar aprender senão
não há professor ou aula, por mais bela que sejam que fará o aluno aprender sem a
vontade do esforço do pessoal.
Na questão da pratica pedagógica no ele cita o Francês Clermont Gauther em
que este autor relata que a ação de um professor baseia-se em dois eixos chamados de
“gestão de matéria” e “gestão de classe”.
A gestão de Matéria segundo Gauther (2005, p.2), fala a gestão de matéria tratase da parte mais informativa e técnica do professor. Já a parte da gestão de sala refere-se
a relação professor e aluno diz respeitos a critérios disciplinares e comportamentais.
Pelo que foi analisado nas escolas e observando nessas duas praticas a primeira
pratica gestão da matéria é aplicada mesmo que de forma mecânica e limitada, porem a
segunda gestão a de classe tem deixado a desejar, essa proximidade professor e aluno
ainda e muito deficiente e esse tem se tornado um problema nas escolas, ainda pelo que
pude observa na analise os professores ainda são muitos tradicionais e criam certa
barreira entre o aluno.
E isso na ciência geográfica é um grande problema, pois as aulas ficam menos
dinâmicas atrapalhando assim o aprendizado dos alunos, e o professor não tem como
saber criando essa barreira a realidade do aluno para se construir na mente do mesmo o
chamado “raciocino geográfico”.
Em relação ao preparo das aulas os professores sempre faziam de forma bem
mecânica, sem trazer algo diferente em sua aulas, como a simples utilização de mapas.
Pelo que pude perceber era sempre aquela relação, monótona entre professor quadro e
aluno. Onde dificultava muito a aprendizagem do aluno, e fazendo com o que as aulas
de geografia, tornassem cada vez mais desinteressantes segundo Kearcher (2005), O
trabalho do docente tem que ser sempre inovador e alternativo e reflexivo.
As estratégias utilizadas pelos professores de Geografia se desenvolvem a partir de um
tema e dos objetivos que se pretende alcançar com determinado conteúdo. Segundo
Cavalcanti (2002, p71),
O caminho mais adequado para desenvolver o tema de
procedimentos no ensino de Geografia é o de uma reflexão inicial sobre os
objetivos de ensino. Ensino é o processo de conhecimento mediado pelo
professor, no qual estão envolvidos, de forma interdependente, os objetivos,
os conteúdos e as formas organizativas do ensino.
Os professores foram questionados, primeiro, quanto à organização do conteúdo,
ou seja, de que modo eles procuram construir uma relação com a realidade dos alunos e
se isso é, para eles, uma preocupação. As respostas foram:
“- Com a realidade deles... a gente, ? Vamos pegar um assunto:”
Migrações “, ? É... seu pai trabalha em Parnamirim ou natal “,sabia que ele
esta fazendo algum tipo de migração “,que e chamada de migração pendular.
Observamos que as vezes os próprios alunos praticam geografia no seu dia a
dia sem perceber (Professor1 ).
“- É... por exemplo... Gripe suína ai eu perguntei: qual o impacto
dessa epidemia pra sociedade Brasileira? eles responderam: pode Morrer
muita gente professor!!!!
- Uma coisa que deu certo também, quando eu pedi pra eles
desenharem explicando a sua trajetória da saída de sua casa ate a escola
relatando os detalhes...os quarteirões... A rua deles, o tipo de
comércio”(Professor2 )
Os professores demonstraram a preocupação em articular o conteúdo ao vivido,
variando da dimensão mais conceitual (migração), até um contexto mais amplo (gripe
suína). Entretanto, quando o professor procurou dinamizar mais aula, pedindo para que
o aluno construísse um mapa temático, sobre a sua trajetória a aula foi mais proveitosa,
ou seja, deu resultado.
Cavalcanti (2002) aponta o papel do professor como sendo de extrema
importância para o desenvolvimento do conteúdo estudado através de “ligações do
conteúdo com a matéria anteriormente estudada e com o conhecimento cotidiano do
aluno. É preciso, sobretudo problematizar o conteúdo a ser estudado (CAVALCANTI,
2002, p. 80)
O professor sempre tem que tentar fazer com o que aluno observe o chamado
“raciocino geográfico” como Vlach(2007) tinha proposto.Alem do mais vejo que as
aulas da ciência geográfica tem que esta mais próxima do cotidiano do aluno para que o
mesmo possa realmente entender aquilo que e passado para ele.
Os professores foram questionados sobre as estratégias utilizadas em classe e
seus resultados. Ao refletir sobre as estratégias que não deram certo, As justificativas
para o fracasso se confundem muitas vezes com outros elementos que não são relativos
aos conteúdos ministrados. Por exemplo, o Professor esclarece que a escola tem poucos
recursos para trabalhar determinadas questões, mas não expôs os procedimentos
adotados em sala de aula que não foram bem sucedidos. De certa forma, é uma tentativa
de preservar sua prática, atribuindo à estrutura da escola elementos que a limitam. As
respostas foram:
“- [...] olha a gente acaba sendo muito limitado, ? A gente tem assim,é...
pouco espaço na escola para estar trabalhando determinadas questões, até
mesmo para sair da sala de aula, para estar olhando o sol assim é um tanto
complicado ? A gente sai atravessa o pátio, o pátio é super pequeno pra gente
ta olhando o sol, vendo com o aluno... sol nasce, essa coisa toda, ? A gente
depende muito de fazer uma excursão pra tá saindo de sala de aula e a gente
não tem recurso pra isso, então a dificuldade tá ai, na falta de recurso que a
gente não tem.” (Professor 1)
E interessante observa que alem dos fatores associados a escola,os
professores argumentaram que os alunos não tem bom desempenho nas
interpretações dos conteúdos e nas atividades escritas como segue o exemplo
a seguir:
“- Agora quando eu pedi pra ele escreverem sobre as principais atividades
Urbanização de São Paulo conteúdo que eu já tinha passado, deu totalmente
errado. Eles não escreveram... eles não escrevem... aliás eles não fizeram, só
dois alunos fizeram, Mesmo assim...uma coisa que não deu certo...
- Quando eu expliquei a diferença entre populoso/povoado é... eles
entenderam, mas mesmo assim eles ficavam na dúvida...
- Eu já tentei explicar quinhentos e cinqüenta e cinco mil de vezes a
diferença, mas mesmo assim alguns na hora da prova travam. Não sabem
olhar na tabela. ”(Professor1)
A representação escrita da atividade proposta pelo Professor um não deu certo,
pois os alunos não a fizeram. O problema na redação dos textos pode estar relacionado à
dificuldade de compreender o que foi explicado pelo professor.
A dificuldade do aluno em redigir em português está relacionada à dificuldade
de compreensão dos textos lidos (conteúdo semântico) e que essas dificuldades
impedem a organização ao nível conceitual. Muitas vezes, só compreende o significado
das palavras de uso diário, o que interfere no resultado final do trabalho com qualquer
texto, mesmo o mais simples.
Durante a pesquisa realizada foi perguntado como os professores explicavam os
conteúdos em sala de aula, se eles explicavam relacionando com a realidade do aluno, o
professor1, justificou que não porque ele seguia de forma fiel o livro, ou seja se o livro
falava sobre a urbanização de São Paulo ele não procurava relacionar com o publico a
quem ele estava dando aula que era os alunos de Parnamirim RN.porque o professor não
só deve falar de urbanização de São Paulo mas também falar das principais atividades
economias de Parnamirim ou seja trazer pra realidade do aluno os conteúdos
trabalhados será que os alunos não iam ter mais sucesso?
Kaercher (2007) aponta a necessidade de se fazer algumas ponderações sobre as
observações colocadas em pesquisas que analisam a prática dos professores distantes do
“calor do dia-a-dia” da sala de aula, destacando que “seria um exercício idealista e
inócuo: projetar um modelo ideal de professor, a partir da adição de uma série de
positividades”. Não é pretensão de esse estudo projetar um modelo de profissional, mas
levantar algumas contradições vividas na prática que nos impedem de discutir e avançar
no ensino de Geografia.
Olha eu não tinha essa concepção, de tentar trazer o conteúdo para realidade do
aluno, para que eles pudessem compreender melhor.
“Quando comecei a trabalhar mais com mapas em sala de aula foi incrível a
assimilação dos alunos a te pra trabalhar a cartografia, foi muito proveitoso”.
(professor1)
Considero que a relação com o conteúdo ministrado e a realidade do aluno é um
elemento importante para que ele possa materializar os conteúdos de forma mais
próxima. Entretanto o professor tem que deixar se for mecânico em sua aula e preocupase mais com o aluno, de forma que ele venha trazer informações sobre os assuntos
ministrados, volto a repetir trazendo para a realidade do aluno relacionando com
contexto em que ele vive.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho não pretendo encerrar esta discussão de como está o ensino da
ciência geográfica nesta cidade e de como ela está sendo transmitida aos alunos. Mas a
meu ver alguma questão tem que ser revistas tanto por parte do corpo docente, como por
parte do corpo discente.
Espero que estas questões levantadas possam levar a reflexão de como está a
geografia escolar, porem em minha opinião esta não tem sido uma problemática só das
escolas analisadas cidade de Parnamirim RN, Mas existe em um contexto bem maior. E
que a geografia na escola possa contribuir para que o aluno contextualize com o seu diaa-dia e resolvam as sua inquietações com o saber geográfico.
O ensino de geografia que tenha este objetivo deverá esclarecer os alunos acerca
das complexas implicações de poder contidas no espaço, possibilitando-lhes fazer uma
análise espacial consistente e coerente, que contribua não apenas para que fiquem
cientes de que é preciso “saber pensar o espaço” (LACOSTE, 1989:115), mas que
saibam também “como” fazê-lo
REFERÊNCIAS
BRABANT, Jean-Michel. Crise da geografia, crise da escola. In: OLIVEIRA,
Ariovaldo U. (org.). Para Onde Vai o Ensino de Geografia? São Paulo: Contexto,
1990. P. 15-23.)
LACOSTE, Yves. A Geografia – Isso Serve, em Primeiro Lugar, Para Fazer a Guerra.
2a. Ed. Campinas, SP: Papirus, 1989. .
CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia e práticas de ensino: Geografia escolar e
procedimentos de ensino numa perspectiva sócio construtivista. Goiânia, Alternativa,
2002. p.71-100
KEARCHER, Nestor Andre.A geografia escolar na pratica docente:a utopia e os
obstáculos epistemológicos da geografia critica.in:8 encontro nacional de praticas de
ensino de geografia,2005,Dourados.
KEARCHER, Nestor Andre. A geografia é o nosso dia-a-dia. Geografia em sala de aula
pratica e reflexões. Porto Alegre: Ed da UFRGS, 1998.
Castrogiovanni. Antonio Carlos. Geografia em sala de aula pratica e reflexões. Porto
Alegre: Ed da UFRGS, 1998.
CALLAI, Helena Copetti. Geografia em sala de aula pratica e reflexões. Porto Alegre:
Ed da UFRGS, 1998.
KEARCHER, Nestor Andre. Desafios e utopias no ensino de Geografia. Geografia em
sala de aula pratica e reflexões. Porto Alegre: Ed da UFRGS, 1998.
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