OFICINA DE PSICOLOGIA
Uma viagem rumo à
mudança
Filipa Jardim Silva
Oficina de Psicologia
2012
R. PINHEIRO CHAGAS, 48, 4º
ANDAR
Setembro 2012
UMA VIAGEM RUMO À MUDANÇA Artigo da 3ª Edição
É com grande entusiasmo que lhe apresentamos este Caso da Revista Casos&Casos da
Oficina de Psicologia. Temos trabalhado no sentido de ir ao encontro das necessidades de
quem nos lê regularmente. Assim, isolámos agora os artigos da revista para que possa
escolher apenas aqueles que realmente quer ler, sem ter de adquirir toda a revista.
Naturalmente, se achar interessante a leitura deste artigo, poderá comprar a revista
Casos&Casos na íntegra.
Se nos tem acompanhado já sabe que esta publicação resulta de um intenso contributo dos
terapeutas da Oficina de Psicologia, para levarem até ao leitor as suas reflexões clínicas a
propósito de casos reais que acompanham. As características sócio-demográficas de cada
caso foram cuidadosamente alterados para que não fosse possível identificar pessoas.
O objectivo desta publicação é dar a conhecer, de uma forma resumida e fluida, as muitas
formas de actuar em psicoterapia – os diferentes olhares que advêm de terapeutas com
percursos académicos e de vida diferentes, as diversas correntes teóricas e, sobretudo, as
variadas e infinitas interacções que se entretecem entre um cliente e um clínico – duas
pessoas movidas pelo mesmo objectivo de mudança e de restabelecimento de bem-estar,
equilíbrio e qualidade de vida.
Sendo uma das missões mais importantes da Oficina de Psicologia a da divulgação de
temas de Psicologia Clínica, desmitificando ideias desactualizadas e actuando ao nível da
prevenção em saúde mental junto do grande público, e promovendo o conhecimento com
áreas científicas mais recentes junto dos profissionais de saúde mental, esforçamo-nos por
manter uma fórmula de escrita que possa continuar a ser do interesse tanto do profissional
em saúde mental, como do leigo.
É expressamente proibida a cópia ou publicação não autorizada da totalidade ou partes
desta publicação, integralmente redigida por elementos da Oficina de Psicologia, e apenas
existente em formato digital, de distribuição exclusiva pela Mindkiddo – Oficina de
Psicologia, Lda. A sua reprodução não autorizada seria, acima de tudo, uma profunda falta
de respeito para com o enorme esforço de toda uma equipa cujo único objectivo é fazer
chegar até si o que de melhor a Psicologia Clínica tem para lhe oferecer.
Setembro, 2012
UMA VIAGEM RUMO À MUDANÇA Setembro 2102
Uma viagem rumo à mudança – integração do eu
Filipa Jardim Silva
Resumo
Este artigo é uma partilha de um percurso psicoterapêutico que conta com 14 sessões,
iniciado a partir de uma queixa de ansiedade com sintomas depressivos. À luz de uma
abordagem integrativa, observa-se a confluência de diversas variáveis pessoais, fatores
inerentes à aliança terapêutica e estratégias e táticas terapêuticas. Observa-se como a
mudança nos esquemas interpessoais nucleares permitiu à Filipa desconstruir as suas
experiências ansiosas e gerir as dificuldades sentidas no seu mundo interior e com os
outros.
Palavras-chave
Ansiedade, esquemas disfuncionais, tomada de consciência, Mindfulness.
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Setembro 2012
UMA VIAGEM RUMO À MUDANÇA Estação de partida: aqui e agora Não é tarefa fácil agradar a todos, cumprir inequivocamente todas as regras e códigos de
conduta e assegurar que nada de mal acontece aos que mais amamos; correção, será mesmo
impossível. Por mais assertivos, regrados e cuidadosos que sejamos, a vida não se coaduna
com tamanha rigidez e controlo. O equilíbrio possível é um desequilíbrio equilibrado. Ora
se julgamos tais objetivos viáveis garantimos uma imensa frustração, um medo de perda e
sentimentos de culpa e ansiedade despoletando a necessidade de procura de controlo
permanente versus a sensação de descontrolo aterradora.
A Filipa entrou na primeira sessão determinada a desbravar caminho no seu mundo interior
e o brilho nos seus olhos indicava determinação e esperança em consegui-lo. Mostrou-se
empenhada em descrever pormenores da sua sintomatologia, evidenciando já ter refletido
sobre o assunto nos tempos recentes.
Com 34 anos referiu sentir-se incapaz de experienciar prazer nos últimos tempos, ainda que
consiga identificar diversos motivos para estar satisfeita com a sua vida: tem uma casa de
que gosta, um bom trabalho, um carro pago, uma relação estável. Contudo, nada disto a
consegue satisfazer. Passa os seus dias com uma constante preocupação excessiva com o
que se passa à sua volta, em particular com a saúde da mãe, da casa de quem saiu há 4 anos.
É-lhe difícil permitir-se sentir alegria e divertimento, quando não consegue assegurar que a
sua mãe também o sente. Se por algum motivo a mãe demora mais tempo a retornar a um
telefonema, sente rapidamente um aceleramento do ritmo cardíaco, suores frios e por vezes
tonturas.
Olhando para dentro para vermos para onde vamos Ao explorarmos a sua infância descobrimos a separação dos pais aos 2 anos e a imposição
de uma dieta alimentar rigorosa nos primeiros anos de vida devido ao diagnóstico de
doença celíaca, tendo deixado de ter sintomas subitamente aos 8 anos, altura em que
iniciou uma alimentação dita normal. Aos 9 anos colocou um aparelho dentário corretivo e
aos 10 anos mudou-se para uma escola com um código de comportamento rígido.
Nenhuma destas vivências foi sentida como desagradável ou questionada em momento
algum. Para a Filipa só havia uma possibilidade: cumprir as regras e aceitar a realidade. Não
desejando mais do que aquilo que se tem diminui-se a frustração, não se questionando a
realidade não se criam atritos. Era deste cumprimento que retirava satisfação e no qual
UMA VIAGEM RUMO À MUDANÇA Setembro 2102
passou a assentar a sua identidade: se fosse cumpridora as pessoas elogiavam-na e não se
iam embora, e assim não se correria tantos riscos, segue-se apenas o que está determinado,
sem improvisos. Mas a Filipa cresceu e a incapacidade de questionar os outros manteve-se,
não se conseguindo afirmar por sentir a pressão de ser adequada e cumpridora a todo o
momento, mesmo quando não concorda com o estabelecido ou este colide com os seus
interesses. Este apego a um guião pré-definido fê-la perder espontaneidade e capacidade de
leitura do seu corpo e das suas emoções.
À medida que estabelecemos relações com pessoas significativas, colocamos na nossa rede
de memórias de ligações interpessoais aquilo que designamos de “mapa de
relacionamentos”. O padrão de relação central pode ser chamado de “esquema interpessoal
nuclear” (Beitman, 1992 cit. Gilbert & Orlans, 2011) e incluí uma rede de crenças que a
pessoa tem acerca de si, dos outros e da natureza das relações que estabelece. Outro
conceito associado é o de “sistema de raquete” (Erskine e Zalcman, 1979 cit. Gilbert &
Orlans, 2011) que se foca nos padrões disfuncionais de interação repetidos que a pessoa
sucessivamente ativa. Este conceito do “sistema de raquete” consiste na ligação de três
campos que interagem. O primeiro é o sistema pessoal de crenças internas moldado por
crenças fixas acerca de si, dos outros e da qualidade de vida. O segundo é o campo dos
comportamentos, através dos quais o padrão fixo é ativado nas relações com os outros,
geralmente de forma repetida. O terceiro é o campo das memórias, nas quais as pessoas
colecionam e armazenam informação que é utilizada como evidência das suas crenças
centrais. Este é um processo circular repetitivo e quando se entra neste ciclo, tende a
excluir-se informação que não vá de encontro ao sistema de forma automática, reforçando
a manutenção de crenças e o enviesamento da realidade.
Tanto o “sistema de raquete” como o “esquema interpessoal nuclear” constroem-se a partir
de experiências na infância. Ora no caso da Filipa, à luz destes conceitos, compreende-se o
perpetuar do seu comportamento cumpridor e respeitador que não deixou espaço a uma
Filipa mais interveniente e ativa. Mesmo reconhecendo-se como tal, durante muito tempo
não se permitiu expressar livremente por receio da reação dos outros e em última instância,
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UMA VIAGEM RUMO À MUDANÇA porque acreditava dentro de si que enquanto fosse cumpridora não desiludiria quem a
rodeia, tal como a experiência de vida lhe ensinou.
A Filipa entre a primeira e a segunda sessão aceitou fazer um registo escrito de
monitorização dos seus pensamentos, emoções, sensações corporais, descrevendo-os,
classificando-os a nível de intensidade e duração e refletindo acerca dos episódios
ocorridos. Rapidamente nos apercebemos, tanto eu como a Filipa, que a escrita era um
meio de reflexão e introspeção de excelência para si. Transportando as ideias para o papel,
sentia-se mais leve e organizada, libertando espaço mental. Utilizámos desde então esse
recurso e à medida que tem construído narrativas acerca das suas experiências emocionais,
denota-se uma organização crescente e um processamento de uma forma mais estruturada,
o que se tem revelado extremamente produtivo ao longo de todo o processo
psicoterapêutico.
Segunda paragem Numa segunda sessão a Filipa referiu um conjunto de sensações corporais em diferentes
situações da sua vida quotidiana. Experienciava um ritmo cardíaco acelerado e mãos frias e
suadas em contextos diversos, sem conseguir encontrar uma linha condutora. A Filipa era
incapaz de experienciar por muito tempo as suas sensações corporais de medo, mudando
rapidamente para a cogitação acerca dos seus possíveis significados. A partir do momento
em que a sua atenção se focava no seu estado ansioso, diversos pensamentos e sentimentos
negativos ocorriam espontaneamente. Muitas vezes, a Filipa tinha consciência do seu receio
destas sensações corporais, mas noutras ocasiões sentia-se envergonhada, zangada e
desanimada por constatar a repetição destas sensações. Uma sequência experiencial típica
para a Filipa era, por exemplo, não ter resposta telefónica pronta da sua mãe, sentir
palpitações cardíacas e mãos frias e suadas, pensar que alguma coisa de mal tinha
acontecido à sua mãe, pensar que não aguentaria mais uma perda, o que significava que
ficaria sozinha, o que lhe despoletava imensos sentimentos de angústia e desespero, que se
atenuavam quando ligava de imediato novamente à mãe, sentindo-se ridícula ao perceber
que estava tudo bem com a mãe e que uma vez mais a sua preocupação tinha sido
excessiva. Esta sequência revela a complexidade associativa da rede de pensamentos e
sentimentos que constitui o significado implícito de ansiedade.
UMA VIAGEM RUMO À MUDANÇA Setembro 2102
Mas nesta sessão um dos monstros sem cara ganhou um nome: ansiedade antecipatória.
Mais do que os acontecimentos em si, o tempo que os antecedia é que despoletava
ansiedade na Filipa, em torno da tentativa de controlar e antever exatamente o que iria
acontecer, cogitando cenários negros. Se porventura lhe surgisse algum imprevisto, ainda
que fosse positivo, o desconforto físico e inquietude sobreponha-se à possível satisfação de
um gesto de amor espontâneo, de uma demonstração de amizade genuína ou de uma
novidade profissional vantajosa. A Filipa desligava-se da realidade e detetava apenas uma
variável: acontecimento fora do guião que significava perda de controlo logo risco/ perigo.
O facto de termos conseguido dar nome a este conjunto de sintomas ajudou a Filipa a
sentir o problema mais palpável e a ganhar consciência sobre ele em tempo real. Com a
introdução de exercícios de Mindfulness pretendia-se que a Filipa se permitisse colocar
numa posição de observadora de si mesma no momento presente, sem estar numa lógica
crítica ou de julgamento. Mais do que evitar ou agir sobre as suas emoções, nesta primeira
fase era crucial que se permitisse simplesmente estar com o que sentia.
Insights -­‐ explorando o baú das memórias Entre a 2ª e a 3ª sessão a Filipa experienciou o que ela refere como tendo sido sic “uma
espécie de epifania”. Começou a colocar um conjunto de perguntas a ela própria a partir da
nova informação retida acerca dos seus modelos de funcionamento. No decorrer deste
processo de questionamento desatou a chorar; um choro intenso mas sentido como
libertador perante a constatação de que o maior trauma da sua vida tinha sido perder
subitamente o seu pai aos 10 anos e que foi desde aí que começou a ter medo de que algo
de mal acontecesse à sua mãe. Tornou-se claro naquele momento para a Filipa que não
tinha exteriorizado a sua tristeza naquela altura, não tinha aliás expressado qualquer emoção
fosse desgosto, raiva ou incompreensão. Sic “Julgo ter guardado todas essas emoções em
alguma gaveta do meu cérebro e fechei-a bem fechada, tal é a força do impacto de todas as
emoções que estão aí guardadas. Se calhar não fiz o luto devidamente, mas
inconscientemente deve ter sido a estratégia que encontrei para seguir em frente e tentar
superar esse trauma.” Mas ao longo dos anos, esta gaveta deixou de ser suficiente para
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UMA VIAGEM RUMO À MUDANÇA guardar tamanhas emoções que constituíram uma sobrecarga para o seu sistema emocional.
É como se este acontecimento traumático fosse uma ilha que outrora se desapegou do
continente principal; ao longo do tempo, esta ilha tornou-se num arquipélago à deriva no
mar mental da Filipa, diminuindo-lhe recursos. A não integração destas ilhas de memórias e
experiências resultou sic “num desequilíbrio entre rigidez (necessidade de controlo, falta de
espontaneidade e de flexibilidade como acontecia com os imprevistos do quotidiano) e
caos emocional.”
A viagem faz-­‐se ao comando do leme A Filipa é um excelente exemplo de como o grande trabalho psicoterapêutico se realiza
entre sessões, no dia-a-dia. Desde o início que investiu nos exercícios sugeridos de
monitorização emocional, de mindfulness e de relaxamento. As dificuldades e dúvidas
sentidas foram sendo apresentadas, quer por email quer presencialmente nas sessões,
permitindo um trabalho fluído. Em simultâneo começou a frequentar de forma assídua o
ginásio realizando aulas de dança e de pilates, e desafiou-se a estar com pessoas, a socializar
quer com conhecidos ou amigos, aventurando-se (!) a sair de uma rotina de dias iguais.
A tudo isto se junta a excelente capacidade de pensar e de colocar em causa processos
extremamente enraizados em si, tomando como balanço a confiança no processo
psicoterapêutico, a força da aliança terapêutica e a motivação para a mudança. Sic: “Em
suma, todos estes sintomas sempre existiram. Esta capacidade de auto-análise e autocompreensão graças às ferramentas que me tem disponibilizado é que é bem mais recente e
tem contribuído bastante para a minha caminhada em frente, no sentido de ultrapassar
várias inseguranças pessoais, cuja raiz eu de facto não tinha consciência de que estava tão lá
atrás.”
Dessensibilizando e reprocessando – integração do EMDR No decorrer do trabalho terapêutico um dos focos que se insurgiu foi concluir o processo
de luto que ficou interrompido. Nesse sentido, e face ao sentimento de angústia e
frustração da Filipa por não ter dito e expressado um conjunto de emoções ao pai, foi
sugerido que lhe escrevesse uma carta. Não podemos alterar os acontecimentos de vida do
passado, mas podemos mudar o impacto que eles têm na nossa vida presente e futura. Esta
estratégia fez sentido à Filipa porque lhe iria permitir exprimir e comunicar de forma
UMA VIAGEM RUMO À MUDANÇA Setembro 2102
simbólica com o pai, mas referiu sentir um bloqueio que a impedia de escrever. O seu
medo do que encontraria na sua caixa de Pandora revelava-se intenso, como se o seu Ego a
quisesse proteger do risco de uma desorganização face a conteúdos guardados e não
controlados.
Foi então que a Filipa chegou à imagem seguinte sic: “o meu trauma, o luto pendente pelo
falecimento do meu pai e tudo o que ele abarca em termos emocionais, está realmente
fechado numa caixa. Só que essa caixa depois, para além de ter um cadeado, está fechada
dentro de uma gaveta de um armário. Este armário, por sua vez, está fechado dentro de
uma sala que também está trancada. À porta desta sala está um guarda, que pode
perfeitamente ser o monstro Adamastor. E para chegar até esta porta, tenho ainda de
escalar um muro com uma altura considerável. Existem, portanto, uma série de obstáculos
que tenho de ultrapassar até chegar à caixa e é isso que me está a bloquear o caminho.” É
extraordinário como a Filipa teve a capacidade de produzir uma imagem tradutora na
perfeição dos seus mecanismos de defesa, que colocaram entre si e a memória traumática
um conjunto de filtros / obstáculos que permitiram que esta caixa Pandora ganhasse
dimensão dentro de si ao longo dos anos.
Nas últimas sessões, partiu-se para a aplicação de um protocolo clássico de EMDR
(Dessensibilização e Reprocessamento através do Movimento Ocular) utilizando
precisamente esta imagem dada pela Filipa. Ao lado do muro alto inicialmente vislumbrado,
num ambiente frio e cinzento, surgiu uma árvore, para onde a Filipa subiu depois de muito
caminhar de um lado para o outro. O muro foi-lhe parecendo mais e mais pequeno, até que
quando deu por si já o tinha ultrapassado. Foi caminhando então, sem conseguir ver o chão
mas equilibrando-se sempre, rumo a uma masmorra. Quando chegou junto à porta
encontrou na sua mão uma chave em forma de coração que lhe permitiu entrar.
Vislumbrou então dois lances de escada, um a subir mais iluminado e outro a descer, mais
sombrio. Qual deles levará a Filipa ao seu destino? Esta é uma viagem fascinante em
realização.
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UMA VIAGEM RUMO À MUDANÇA Sic: “Mesmo com todos estes receios, quero ser capaz de ir em frente em vez de continuar
a voltar as costas ao âmago da questão, isto é, a um dos episódios que mais marcaram a
minha vida e que moldaram até a minha própria personalidade.”
Coordenadas: em frente é o caminho Passadas 14 sessões existe um caminho sólido realizado pela Filipa. A capacidade ganha de
gestão e monitorização emocional, a determinação em olhar para dentro de si e agir face ao
medo, a possibilidade de ser e sentir-se espontânea e genuína traduzem algumas das
jornadas já percorridas. Essencialmente, a Filipa tem procurado centrar-se mais naquilo que
é do que naquilo que não é e supostamente “devia” ser, substituindo os “deveres” da sua
vida por “poderes” e “queros”. Não existirá maior medo do que o medo de ter medo, pelo
que a partir daqui espera-se uma libertação crescente. Para mim enquanto terapeuta tem
sido um privilégio imenso fazer parte desta viagem.
Sic: “Sinto que tenho dado passos enormes na minha afirmação enquanto pessoa plena.
Sinto-me muito feliz por ter conseguido alcançar tal progresso. Sentimentos como o medo
ou a vergonha estão gradualmente a ser suplantados pela capacidade de afirmação e por
uma maior auto-estima e segurança.”
UMA VIAGEM RUMO À MUDANÇA Setembro 2102
Referências Bibliográficas Crane, R. (2009). Mindfulness-Based Cognitive Therapy. London and New York:
Routledge.
Gilbert, M. & Orlans, V. (2011). Integrative Therapy – 100 Key Points and Techniques.
London and New York: Routledge.
Greenberg, L. & Paivio, S. (2003). Working with emotions in psychotherapy. New York:
The Guilford Press.
Siegel, D. (2010). Mindsight: the new science of personal transformation. New York:
Bantam Books.
Shapiro, F. (2007) Eye Movement Desensitization and Reprocessing – Princípios Básicos,
Protocolos e Procedimentos (2ª ed.). Brasília: Nova Temática.
Wolfe, B. (2005). Understanding and Treating Anxiety Disorders – an integrative approach
to healing the wounded self. Washington: APA.
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