AULA PRÁTICA ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO 2 Apesar do desenvolvimento de técnicas modernas e sofisticadas de diagnóstico, a identificação de vírus através de seu isolamento em um sistema biológico permanece sendo um método de diagnóstico clássico. SISTEMAS BIOLÓGICOS DE ISOLAMENTO VIRAL Inoculação em: Cultivo Celular Ovos embrionados Animais Isolamento em Cultivo Celular: Método direto mais utilizado em diagnóstico virológico. É aplicado a quase todos os vírus de interesse veterinário [com raras exceções] e possui grande sensibilidade. O material suspeito é inoculado em células animais cultivadas in vitro e a replicação do vírus é evidenciada pela produção de efeito citopático ou pela detecção de proteínas ou ácidos nucléicos virais nas células infectadas. O material enviado ao laboratório deve ser acompanhado de um histórico clínico que permita a formulação de hipóteses sobre os possíveis vírus suspeitos. Com base nesse histórico e no conhecimento do virologista, é possível estabelecer qual o agente suspeito, facilitando a decisão com relação ao tipo de célula e da técnica utilizada para identificação do agente. ESCOLHA DAS CÉLULAS TIPOS DE CÉLULAS [PRIMÁRIAS/LINHAGENS] ESPÉCIE ANIMAL DE ORIGEM/VÍRUS Geralmente utiliza-se células de mesma espécie da qual o material é originado. TIPO E PREPARAÇÃO DO MATERIAL Alguns vírus podem ter dificuldades, ou mesmo ser incapazes de replicar em algumas células de linhagens, mesmo sendo essas mesmas espécie de origem do material. INOCULAÇÃO Os materiais mais frequentemente enviados são tecidos, secreções, fezes, conteúdo intestinal, líquidos vesículares, soro e sangue integral. TECIDOS Macerados para romper células e liberar as partículas virais. FLUÍDOS E SECREÇÕES São centrifugados para remoção de sujidades, bactérias e restos celulares. FEZES São filtradas para retenção de bactérias e centrifugadas. SANGUE INTEGRAL Pode ser inoculado diretamente ou centrifugado para a separação de leucócitos. DETECÇÃO - A presença de ECP é indicativo da presença de vírus no material. Em geral, cada família de vírus produz um tipo de ECP característico. - A escolha da placa de cultivo depende do número de amostras a serem examinadas. - As células devem estar em fase exponencial de multiplicação, com uma confluência de 70%. 1 2 3 Remover o meio de cultivo, e adicionar o material suspeito; Controle negativo MDBK. ECP de BHV-1 em MDBK - Alguns vírus replicam e não produzem ECP, podendo ser identificados através de técnicas de detecção de antígeno. Incubar em estufa de CO2 a 37ºC por 1 a 2h, essa fase é denominada adsorção; Imunofluorescênica [IF] Repor o meio e incubar na estufa, monitorar diariamente ao microscópio invertido. Imunoperoxidase [IPX] - Em caso de resultado negativo na primeira passagem, procede-se uma segunda e terceira passagem. Somente considera-se negativo após 3 passagens sem detecção de produtos virais específicos. Aula 02: Virologia Veterinária, Professor Titular: Paulo Michel Roehe. Colaboradores: Fabrício Souza Campos [pós-doutorando] e Helton Fernandes dos Santos [pós-doutorando] LabVir - ICBS - UFRGS DIFICULDADES DA TÉCNICA TOXICIDADE CONTAMINAÇÃO - Alguns materiais clínicos podem ser tóxicos para ás células, ocasionando alterações morfológicas que podem ser confundidas com ECP. - O material clínico coletado a campo frequentemente contém contaminação bacteriana e/ou fúngica, causando alteração ou morte celular do cultivo. - Diluir o material em MEM ou soro. - Lavagem do tapete celular após a adsorção. Isolamento em Ovos Embrionados: Ovos embrionados de galinha são muito apropriados para o cultivo de certos vírus. O material suspeito, dependendo do vírus que procura, pode ser inoculado por diversas vias em diferentes idades do embrião. Membrana corioalantóide Câmara de ar Cavidade Aminiótica Casca Inoculação na Membrana corioalantóide - Coleta do material com a máxima assepsia possível. - Utilizar meio de cultivo com alta concentração de antibiótico ou antifúngicos para resuspensão do inóculo. - Filtragem do material antes de inocular. Isolamento em Animais: Com o advento dos sistemas de ovo e m b r i o n a d o e c u l t i v o c e l u l a r, a inoculação de animais para isolamento de vírus com fins diagnósticos foi gradativamente sendo substituída. No entanto, essa técnica ainda tem alguma utilidade, sobretudo como forma de confirmação de diagnósticos específicos, quando executada em paralelo à outras técnicas. Inoculação Aminiótica Saco da gema Membrana Albumina Cavidade alantóica da casca VANTAGENS DESVANTAGENS Inoculação Alantóica Inoculação no saco da gema - Boa sensibilidade; - Fácil manipulação; - Custo baixo. - Risco de contaminação; - Restrito a alguns vírus. DIAGNÓSTICO DA RAIVA - Utiliza-se a imunofluorescência direta seguida de inoculação em camundongos, para ter a confirmação do diagnóstico. Aula 02: Virologia Veterinária, Professor Titular: Paulo Michel Roehe. Colaboradores: Fabrício Souza Campos [pós-doutorando] e Helton Fernandes dos Santos [pós-doutorando] LabVir - ICBS - UFRGS