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NÚMERO
DO
DIA
OFERECIMENTO
R$ 130,4 mi
TERÇA-FEIRA, 17 DE NOVEMBRO DE 2015
é o quanto a FPF distribuirá
aos 20 clubes que jogam a Série
A-1 do Paulistão em 2016
EDIÇÃO • 383
Paulistão cria prêmio por mérito
que amplia distância entre times
POR ERICH BETING
Torneio de futebol que mais dá
dinheiro para os clubes no Brasil,
o Campeonato Paulista terá, no
ano que vem, um novo sistema
de premiação para os clubes que
procura dar mais ênfase aos méritos técnicos às equipes. Mas o
modelo adotado pela Federação
Paulista de Futebol tende a ampliar a distância de arrecadação
entre clubes grandes e pequenos.
A Máquina do Esporte teve
acesso ao novo modelo, que foi
apresentado aos clubes durante o
Conselho Arbitral do torneio, no
começo deste mês. A FPF criou
um sistema que dá prêmio aos
clubes pelo tempo de permanência na Série A-1 estadual, além de
dar um dinheiro extra conforme a
divisão nacional que o time está.
Há, ainda, uma bonificação por
performance na gestão. O clube
que apresentar bons resultados
financeiros também é premiado,
em critérios que serão apresentados em janeiro do ano que vem.
Pelo novo sistema, os quatro
grandes clubes e a Ponte Preta re-
cebem R$ 750 mil por estarem há
mais de 15 anos na elite estadual,
e outros R$ 1,2 milhão por jogarem a Série A do Brasileirão.
Um time que está na Série B
nacional ganha R$ 400 mil. O da
Série C recebe R$ 200 mil e os
que disputam a Série D, R$ 75 mil.
O modelo de premiação deixou
alguns clubes menores insatisfeitos. Afinal, ele amplia a distância
entre as equipes, já que, ao negociar o contrato de TV de forma
separada, os grandes Corinthians,
Palmeiras, Santos e São Paulo
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faturam cerca de cinco vezes mais
do que um clube como a Ponte.
A FPF também aumentou a
premiação pela colocação final
no torneio. O aumento, porém,
é proporcionalmente maior entre
os times que ficam nas primeiras
colocações. O campeão, que em
2015 ganhou R$ 3 milhões, no
próximo ano receberá R$ 4 mi.
A mudança no sistema de cotas
fará com que a FPF distribua R$
9,8 milhões em prêmios no Paulistão de 2016, ou 53% a mais do
que foi distribuído neste ano.
Isinbayeva mostra que esporte
precisa separar joio do trigo
POR PRISCILA BERTOZZI
Repórter
repórter da Máquina do Esporte
A luta de Yelena Isinbayeva para
competir nos Jogos Olímpicos do
Rio de Janeiro de 2016 é, além de
comovente, um alerta que ultrapassa as fronteiras do esporte. A
recordista mundial do salto com
vara cogita competir sob a bandeira
olímpica caso a suspensão da Rússia
seja mantida até a competição.
Já disse Nelson Rodrigues que
toda unanimidade é burra. A generalização, também. Toda a campanha por ética e transparência no
esporte tem dois lados. É preciso
punir com rigor envolvidos no caso
de doping no atletismo russo. Na
mesma proporção, é preciso deixar
claro que nem todo atleta russo
compete usando substâncias ilícitas.
Guardadas as devidas proporções
esportivas e sociais, atribuir o fardo
do doping a todos os atletas russos é
o mesmo que espalhar que todo muçulmano é terrorista. Todo pobre é
ladrão. E todas essas lendas urbanas
criadas - ou não - a partir de um fato
isolado. O preconceito começa a se
enraizar em momentos como esse.
Os atletas vivem de imagem e
performance, distribuídos de forma
igualitária na equação do sucesso. O
esquema de doping escancarado na
Rússia é tão daninho para o esporte
que, dificilmente, os envolvidos terão direito a uma segunda chance.
Limpa, a carreira de uma atleta
brilhante, dona de 28 recordes mundiais aos 33 anos, não pode ficar maculada pelo doping. Seria irreversível para Isinbayeva, já arranhada
pelas acusações de homofobia há
dois anos. Seria uma perda irreparável para as Olimpíadas do Rio.
Antes de rotular, o esporte precisa
aprender a separar o joio do trigo.
Bandeira olímpica pode virar solução
para recordista russa disputar o Rio-2016
POR REDAÇÃO
Mesmo com a Rússia suspensa do atletismo, a
russa Yelena Isinbayeva pode disputar os Jogos
Olímpicos do Rio de Janeiro-2016 sob a bandeira
olímpica. Segundo o técnico dela, Yevgeni Trofimov, essa opção é estudada pela Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo).
“É uma possibilidade. Ela está limpa e quer demonstrar sua inocência”, afirmou Trofimov, que
descobriu a russa quando ela tinha 15 anos.
Se isso ocorrer, não será caso inédito. Em Moscou-1980, o próprio presidente da Iaaf, Sebastian
Coe, competiu sob a bandeira olímpica, após o
Reino Unido aderir a boicote encabeçado pelos
EUA pela invasão soviética ao Afeganistão.
“Seria injusto proibir atletas inocentes de participar dos Jogos Olímpicos. Todas as minhas vitórias foram limpas”, afirmou Isinbayeva, bicampeã
olímpica e recordista mundial do salto com vara.
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Na última sexta-feira, a Iaaf suspendeu a Rússia
do atletismo por conta do escândalo de doping
que assola o país. Segundo relatório de comissão de investigação da Wada (Agência Mundial
Antidoping),
houve uso sistemático de doping
no atletismo russo
nos últimos anos.
Preocupado
com a situação,
Alexander Zhukov,
presidente do
Comitê Olímpico Russo, reuniu-se com o alemão
Thomas Bach, presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional. O encontro ocorreu sábado,
em Londres, para discutir medidas antidoping a
serem implementadas no país.
Futebol inglês tem mais um
clube comprado por americano
POR ADALBERTO LEISTER FILHO
Os empresários das grandes ligas dos EUA estão cada vez mais
presentes no Campeonato Inglês.
Josh Harris, dono do Philadelphia
76ers na NBA e do New Jersey
Devils na NHL, acabou de ser
mais um a entrar nessa lista.
O empresário comprou 18% do
Crystal Palace mediante ampliação de capital do clube londrino.
A verba adicional pagará parte
dos custos com a remodelação
do estádio Selhurst Park, que será
ampliado para 40 mil assentos.
Harris terá participação idêntica
à de David Blitzer, seu sócio nas
franquias nos EUA, e de Steve
Parish, presidente do clube. Já os
46% restantes seguirão com o trio
de empresários que comprou o
clube em 2010: Stephen Browett,
Jeremy Hosking e Martin Long.
“Eles [novos sócios] trazem algumas ideias novas, o que será
positivo”, disse Parish.
Agremiação mais modesta, o
Crystal Palace segue tendência
de ter cada vez mais clubes
nas mãos de empresários do
esporte americano. É o caso do
Manchester United, de Malcolm Glazer, também dono do
Tampa Bay Bucaneers, da NFL.
O maior investidor, porém,
é Stan Kroenke, maior dono do
Arsenal. A empresa dele, Kroenke
Sports Enterprises também é
dona de Denver Nuggets (NBA),
Colorado Avalanche (NHL), Colorado Rapids (MLS), Colorado
Mammoth (NLL, a liga de lacrosse) e St. Louis Rams (NFL).
Já o Liverpool tem como dono
John W. Henry, também proprie-
tário do Boston Red Sox (MLB),
além do jornal Boston Globe e da
equipe de automobilismo Roush
Fenway Racing, que disputa a
Nascar (stock car dos EUA).
Rebaixado na temporada passada, o Fulham foi adquirido por
Shahid Khan em julho de 2013. O
milionário paquistanês, radicado
nos EUA, é dono do Jacksonville
Jaguars, que disputa a NFL.
Flamengo lança cartão pré-pago para atrair sócios
Assim como fizeram Corinthians e Botafogo nas
últimas semanas, o Flamengo aposta no mercado
de cartões de crédito. O clube anunciou no último
domingo (15) parceria com Brasil Pré-Pagos e Visa
para lançamento de série de cartões pré-pagos.
Com o acordo, o cartão de acesso do Nação
Rubro-Negra, o sócio-torcedor do Flamengo,
passará a ser um cartão pré-pago com a função
débito, podendo ser utilizado em qualquer estabelecimento que aceite a bandeira Visa. Além disso, o produto terá diversas funções aos torcedores
do clube, que vão desde mesada para os filhos,
ao carregamento em seis moedas estrangeiras.
“Já experimentamos o boleto bancário pelo
programa de sócios-torcedores e não funcionou.
Agora, esse cartão pré-pago é um produto que
permite o relacionamento de camadas menos
favorecidas da torcida do Flamengo. Com R$
19,90 ele já é dono do cartão e com suas compras
por esse cartão ele ajuda o clube”, disse Fred Luz,
CEO do Flamengo, ao anunciar o produto.
O evento de lançamento serviu para ampliar o
discurso do clube para incentivar a associação de
torcedores. Além do foco no cartões pré-pagos, o
Flamengo aposta na criação de uma rede de estabelecimentos parceiros para atrair torcedores.
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Adidas e Crefisa tentam frear
polêmica com o Palmeiras
POR DUDA LOPES
Na última sexta-feira, o patrocinador máster do Palmeiras, a
Crefisa, criou uma situação nada
confortável com o clube. A dona
da empresa, Leila Pereira, usou o
diário Lance! para tecer uma série
de críticas à direção do time.
O mote era um email enviado
pelo Palmeiras com o pedido da
Adidas para fazer uma camisa
comemorativa usando a marca da
Parmalat, antiga parceira do time.
Sob ameaças de romper o
acordo, Leila afirmou que o ato
era “falta de lealdade, falta de
escrúpulo com o patrocinador”.
Na segunda-feira, o sistema de
combate ao incêndio foi acionado. A Adidas soltou comunicado
à imprensa para esclarecer que
a ideia da camisa retrô partiu,
de fato, da empresa de material
esportivo. E afirmou que ela só
sairia do papel caso “o clube e
seus demais patrocinadores estivessem totalmente de acordo”,
como costuma ser o procedimento para lançar novos produtos.
Procurada pela Máquina do
Esporte, Leila Pereira demonstrou irritação com a situação. A
executiva afirmou que não quer
mais falar sobre o assunto, tanto
da camisa em questão quanto
sobre a relação entre o patrocínio
da Crefisa com o Palmeiras.
Mas, no Lance!, Leia foi além.
“Onde ele [Paulo Nobre, presidente do clube] vai achar um
patrocinador para fazer as contratações de quinta categoria que
ele fez?”, chegou a afirmar.
Entre outras críticas, a executiva
chegou a ameaçar romper com o
clube e “ir para o Flamengo, que
dá muito mais visibilidade”. As
críticas foram mal recebidas pelos
torcedores do clube paulista.
Nesta temporada, Leila Pereira,
por meio da Crefisa e da Faculdade das Américas, investiu R$ 40
milhões no clube, somente com
patrocínios. As empresas da família também têm auxiliado o clube
com reformas nas estruturas e nas
contratações de jogadores, como
Lucas Barrios e Victor Hugo.
O Palmeiras não quis se pronunciar sobre o tema, evitando
ampliar ainda mais a crise gerada
pelo seu principal patrocinador.
MUITO ALÉM DO PATROCÍNIO
R$ 42 mi R$ 8 mi
É o quanto Crefisa e FAM, que
são dos mesmos donos, pagam para ter a marca exposta
na camisa do Palmeiras.
Foram investidos para realizar
a reforma no Centro de Treinamento do Palmeiras. A verba
foi à parte do patrocínio.
5
R$ 31 mi
Foi o quanto a Crefisa pagou
para que o Palmeiras tivesse o
paraguaio Lucas Barrios atuando pelo time neste semestre.
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Paulistão cria prêmio por mérito que amplia distância entre times