Comunidade do Evangelho
segundo Marcos
Um Cristianismo das regiões
da Síria-Palestina
Um Cristianismo das regiões
da Síria-Palestina
O evangelho de Marcos pertence a história
dos
cristianismos
originais
siríacopalestinos da segunda metade do século I
dC. É parte da história dos judaísmos
primitivos da mesma região.
Os autores do texto participam imerso em
seu contexto vivendo suas contradições e
conflitos.
• O texto de Marcos quer responder às
perguntas: quem é Jesus? O que é ser
discípulo de Jesus de Nazaré?
• Mas também também revela conflitos com
os grupos a autoridades judaicas do 2o.
Templo e com outras propostas de
cristianismo.
A importância que tem a região da Galiléia
para o evangelista foi motivo para se propor
que a Galiléia fosse precisamente o lugar
onde o evangelho foi escrito.
Mas chama a atenção que seja na zona de
fronteira - ou além da fronteira - da Galiléia,
e particularmente ao este-sudeste do Lago
de Genesaré, que, no evangelho de Marcos,
o projeto de Jesus é semeado de modo
surpreendentemente promissor.
As autoridades: É interessante que os
escribas são as únicas autoridades judias
que aparecem ao longo do evangelho de
Marcos. Algumas vezes estão com os
fariseus (ver 7,1.5; cf. 2,16; 9,11). Com
maior freqüência juntam-se com os sumos
sacerdotes (e com os presbíteros: ver 8,31;
10,33; 11.18.27; 14,1.43.53; 15,1.31). Mas
também são mencionados sozinhos.
É interessante que os escribas são as únicas
autoridades judias que aparecem ao longo
do evangelho de Marcos. Algumas vezes
estão com os fariseus (ver 7,1.5; cf. 2,16;
9,11). Com maior freqüência juntam-se com
os sumos sacerdotes (e com os presbíteros:
ver 8,31; 10,33; 11.18.27; 14,1.43.53;
15,1.31). Mas também são mencionados
sozinhos.
• No evangelho de Marcos dá-se também
uma polêmica contra vários cristianismos
primitivos. Os judeus "inimigos" de Jesus
são menos problemáticos para o evangelista
que seus "amigos" cristãos.
• Entre eles estão o grupo dos apóstolos e dos
familiares de Jesus. O segredo messiânico
• O chamado "segredo messiânico" no
evangelho de Marcos quer evitar a imagem
de um Jesus curandeiro, ou seja, um "Jesus
dos milagres". O segredo messiânico referese à proibição reiterada por Jesus na
primeira metade do evangelho de Marcos
que os curados por ele não tornem
conhecido o que acabam de experimentar.
Comunidade de Colossenses
Um Cristianismo de Herança Paulina
na Ásia Menor
Carta aos Colossenses
• O Cristo apresentado é mais cósmico como sendo
Senhor do universo.
• Refere-se primeiramente a uma igreja, cujo
fundamento está no céu (1,18.24) e não tanto a
comunidade local.
• A moral pregada é a da família conservadora e
patriarcal. Nas comunidades paulinas na 1a.
geração temos em sua maioria pessoas
convertidas. Já na 2a. geração temos famílias
inteiras nas comunidades e junto com elas se
infiltra a moral patriarcal.
Carta aos Colossenses
• Há uma mudança de modelo de igreja: antes a
comunidade era o corpo de Cristo (total,
completo). Agora a comunidade é o corpo e Cristo
é a cabeça. Isso vai ser afirmado várias vezes nesta
e em outras cartas (Ef e Pd).
• A comunidade está sofrendo influência de
correntes filosóficas gregas como o gnosticismo (a
gnose, ou seja, o conhecimento), a forças
cósmicas, seres angélicos e elementos de outras
religiões;
Carta aos Colossenses
• Afinal, que processo estão passando as
comunidades paulinas, sobretudo as da Ásia
Menor?
• Lento processo de patriarcalização: deixa de viver
uma comunidade de iguais, pois eram perseguidos
por isso, para adotar a forma de vida das famílias
gregas, romanas e judaicas. É a postura de total
submissão de mulheres, crianças e escravos ao pai
de família. É ele quem decide o rumo da família e
a partir de agora da comunidade.
Carta aos Colossenses
• processo de hierarquização. Nas cartas autênticas,
não há referência a presbíteros e uma única vez
aos epíscopos que tinham uma função de diaconia
(serviço).
• Na 2a. Geração nos textos de Atos, temos a
refêrencia de presbíteros (At 11,30) e epíscopos
(20,28) como lideranças instituídas que
coordenam e supervisionam as comunidades.
Hino de Filipenses 2,1-11 (1a. geração)
2
1 Portanto, se há um conforto em Cristo, uma consolação
no amor, se existe uma comunhão de espírito, se existe
ternura e compaixão, 2 completem a minha alegria: tenham
uma só aspiração, um só amor, uma só alma e um só
pensamento. 3 Não façam nada por competição e por
desejo de receber elogios, mas por humildade, cada um
considerando os outros superiores a si mesmo. 4 Que cada
um procure, não o próprio interesse, mas o interesse dos
outros. 5 Tenham em vocês os mesmos sentimentos que
havia em Jesus Cristo:
Hino de Filipenses 2,1-11 (1a. geração)
6 Ele tinha a condição divina,
mas não se apegou a sua igualdade com Deus.
7 Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo,
assumindo a condição de servo
e tornando-se semelhante aos homens.
Assim, apresentando-se como simples homem,
8 humilhou-se a si mesmo,
tornando-se obediente até a morte,
e morte de cruz!
Hino de Fl 2,1-11 (1a. geração)
9 Por isso, Deus o exaltou grandemente,
e lhe deu o Nome
que está acima de qualquer outro nome;
10 para que, ao nome de Jesus,
se dobre todo joelho
no céu, na terra e sob a terra;
11 e toda língua confesse
que Jesus Cristo é o Senhor,
para a glória de Deus Pai.
Hino de Cl 1,15-20 (2a. geração)
13 Deus Pai nos arrancou do poder das trevas e nos transferiu
para o Reino do seu Filho amado, 14 no qual temos a
redenção, a remissão dos pecados.
15 Ele é a imagem do Deus invisível,
o Primogênito,
anterior a qualquer criatura;
16 porque nele foram criadas todas as coisas,
tanto as celestes como as terrestres,
as visíveis como as invisíveis:
tronos, soberanias, principados e autoridades.
Tudo foi criado por meio dele e para ele.
Hino de Col 1,15-20 (2a. geração)
17 Ele existe antes de todas as coisas, e tudo nele subsiste.
18 Ele é também a Cabeça do corpo, que é a Igreja.
Ele é o Princípio, o primeiro daqueles
que ressuscitam dos mortos,
para em tudo ter a primazia.
19 Porque Deus, a Plenitude total, quis nele habitar,
20 para, por meio dele,
reconciliar consigo todas as coisas,
tanto as terrestres como as celestes,
estabelecendo a paz
pelo seu sangue derramado na cruz.
Heranças das Comunidades Paulinas
• Na segunda geração Cristã, os discípulos de Paulo
continuaram o trabalho missionário da equipe de Paulo
iniciado na geração anterior.
• Continuaram a redação de textos em forma de carta e
também de Evangelho.
• Reuniram as cartas escritas na 1ª. geração para que não
haviam sido perdidas. Estas inclusive passaram a ser
conhecidas e adotadas por outras tradições de comunidades
cristãs como as comunidades de Tiago e do discípulo
amado. Divulgaram assim o jeito paulino de seguir Jesus de
Nazaré.
Heranças das Comunidades Paulinas
• Um dos primeiros textos a serem escritos
por esta geração e está ligada às igrejas de
Tessalônica;
Heranças das Comunidades Paulinas
• Além desta carta temos ainda outros 3
grupos de escritos produzidos por esta
geração:
a. Os textos atribuídos a Lucas: Evangelho e
Atos dos Apóstolos (uma obra em 2
volumes)
b. Cl e Ef e 1Pd
Heranças das comunidades de Tiago
• São comunidades fundadas ou de influência
dos Apóstolos como Pedro e pelos parentes
de Jesus. São lideranças dessas comunidades
Tiago, irmão do Senhor (Gl 1,18-19; 2,9;
At 15,6-21) e Judas que após o martírio de
Tiago, substituiu na direção das igrejas de
Jerusalém. Ambos são parentes de Jesus.
Heranças das comunidades de Tiago
• Eram comunidades formadas por pessoas
vindas do Judaísmo. A tradição judaica
ainda ocupava lugar central, portanto muito
ligadas a observância da Lei.
Heranças das comunidades de Tiago
•
•
•
•
Temos 3 grupos de escritos produzidos:
a. Mt (Evangelho);
b. Tg (carta);
c. Jd (carta);
Evangelho segundo Mateus
• Escrito no final dos anos 80 na Palestina,
em uma região com comunidades formadas
por pessoas de origem judaica (talvez nas
regiões da Galiléia);
• A primeira geração de seguidores de Jesus
dessas comunidades viveram na Judéia e
migraram para a Galiléia e Síria no período
da Guerra Judaica;
Evangelho segundo Mateus
• Entre os apóstolos, Pedro é o que ganha
maior destaque (compare Mc 8,27-30 com
Mt 16, 17-19);
• É um Evangelho das comunidades de
herança dos apóstolos e familiares de Jesus;
Evangelho segundo Mateus
• Seus autores devem ser escribas judeucristãos (Mt 13,52) e profundos
conhecedores das Escrituras judaicas;
• Fazem um paralelo e uma oposição ao
grupo de rabinos judeus da linha farisaica
de reconstruir o Judaísmo nos anos 80, ou
seja, após a tragédia da Guerra judaica;
Evangelho segundo Mateus
• Para escrever o Evangelho os rabinos
utilizaram as Escrituras (versão grega), o
Evangelho segundo Marcos e a Fonte “Q”
(230 versículos), além de material próprio
que circulava em suas comunidades (330
versículos);
A Carta de Tiago
• O autor deve ser um judeu-cristão com
profundo conhecimento das Escrituras,
principalmente da literatura sapiencial (3o.
Bloco da Bíblia Hebraica);
• Era um cristão das comunidades de
Jerusalém até os anos 70.
• Homenageia Tiago irmão do Senhor que
liderou as comunidades de Jerusalém até 62,
quando foi martirizado;
A Carta de Tiago
• O texto cita somente 2 vezes o nome de
Jesus (Tg 1,1;2,1). Além disso não há nada
de explicitamente cristão;
• O texto não tem estrutura de carta.
Apresenta-se na verdade como uma
coletânea de ditos de sabedoria muito bem
organizada de acordo com os costumes
judaicos;
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Cristianismos da 2a. Geração