SAÚDE
Hospital Nossa Senhora das Graças
junho 2014
HISTÓRIA
gestão
Sete Lagoas parcerias
e o hospital de sucesso
pág. 4
pág. 8
voluntariado
solidariedade
e carinho
pág. 10
irmandade
comemora
135 anos
Tenha em mãos uma
caderneta com prestação
de contas do HNSG
e outras curiosidades,
publicada em 1909
MOMENTO SAÚDE 1
editorial
Hospital Nossa Senhora das Graças:
uma história de coragem
C
ostumo falar que o Hospital Nossa Senhora das Graças é
um patrimônio dos cidadãos de Sete Lagoas. E falo isso
com conhecimento de causa. Pouca gente sabe, mas minha
família esteve ligada à vida do hospital, desde a fundação. E
sempre falávamos abertamente sobre a necessidade de ajudarmos a manter o hospital. Só assim foi possível alcançar 133
anos de atuação diferenciada na saúde de nossa região, hoje
com cerca de 650 mil habitantes. Mantendo o caráter filantrópico e o respeito absoluto às pessoas e ao contexto social de
cada uma, nos tornamos o sétimo maior prestador do SUS de
nosso estado.
Esta publicação coroa um momento especial, em que sentimos a necessidade de resgatar a prática da caridade e do acolhimento em sua essência. Sete Lagoas acabou de completar
146 anos, e fazemos questão de manter unidas as imagens
do hospital e da cidade. Por isso, destacamos as duas trajetórias ao longo deste período e o resultado que esta promissora
união tem gerado.
Também é importante apresentar o que tem acontecido no
hospital atualmente. Há cerca de dois anos, a Irmandade de
Nossa Senhora das Graças, mantenedora do hospital, decidiu
adotar um novo modelo de gestão. A partir daí, unimos toda a
tradição centenária da instituição a práticas modernas de gestão. Também destacamos o poder dos voluntários do hospital.
Eles sustentam o que há de mais poderoso e digno: ajudar ao
próximo sem querer nada em troca.
Registramos também o envolvimento corajoso de três cidadãos com o hospital: padre Antônio Diniz Costa; dr. Bernardo
Costa Alves, meu avô; e dr. Márcio Paulino. Eles, juntos a outros tantos, escreveram linha por linha essa história de sucesso.
Ao longo desta trajetória, todos foram abençoados por Deus
e por Nossa Senhora das Graças. Que sigam iluminados também nossos representantes do poder público, grandes responsáveis pela parceria que está resultando no desenvolvimento
de projetos para melhorar nossos serviços à população.
Por fim, nesse momento de resgate histórico, apresentamos um relatório administrativo do hospital, datado de
1909 – período em que meu
bisavô, dr. Ulysses de Vasconcelos, foi provedor da Irmandade. É um retrato da época,
que demonstra a participação
ativa e voluntária dos cidadãos sete-lagoanos na rotina
da instituição. Esse sentimento merece ser resgatado para
dar continuidade ao trabalho
que temos desenvolvido nos
últimos cem anos.
Patrícia Alves Costa Machado
Presidente do Conselho de Administração da INSG
Rua Teófilo Otoni, 224 -Centro – Sete Lagoas
Irmandade de Nossa Senhora das Graças
Conselho de Administração
Presidente:
1ª vice-presidente:
2° vice-presidente:
1o Secretário:
2o Secretário:
Diretoria
Diretor de Desenvolvimento Institucional:
Diretor administrativo-financeiro:
Diretor Técnico:
Diretora Jurídica:
Redação
Projeto gráfico e diagramação:
Texto:
Tiragem:
2
MOMENTO SAÚDE
Patrícia Alves da Costa Machado
Maria Celeste Rocha Oliveira
Heber Henrique Campos Moreira
Adélio Araújo de Faria
Ivan Viana Alves
Felipe Toledo Rocha
João Batista Auad
Wanderley Rodrigues Moreira
Kátia de Oliveira Rocha
Mariano Vale
Assessoria de Comunicação
2 mil exemplares
MOMENTO SAÚDE 3
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Capa
1. Cônego Hugo Alberto Fesingher 2. Cônego Raimundo
Nonnato Vaz de Melo 3. Dr Sebastião Mascarenhas 4.
Dr Frederico Augusto Álvares da Silva 5. Dr Ulysses de
Vasconcellos 6. Dr Márcio Paulino 7. Coronel João Antônio de
Avelar 8. Padre José Thomaz da Cunha 9. Bernardino Vaz de
Melo 10. Joaquim Dias Drummond 11. Irmã Lourdes Rocha
12. Dr Bernardo Alves Costa 13. Padre Antônio Diniz Costa
14. HNSG na Praça Tiradentes
RETROSPECTIVA HISTÓRICA
Sete Lagoas e Irmandade:
união de mais de 130 anos
Irmandade de Nossa Senhora das Graças celebra 133 anos de atuação na cidade, com
novo modelo de gestão e muitos benefícios para a saúde dos moradores da região
E
m 7 de março de 1880, a Irmandade de Nossa Senhora das Graças (INSG)
nasceu, realizando o sonho de seus fundadores e dos moradores da região de Sete Lagoas. Hoje, mais de 130 anos depois, a INSG faz jus a seu
estatuto: “uma associação religiosa, de utilidade pública, sem fins econômicos,
de caráter beneficente e de assistência à saúde, fundada e mantida no espírito
do Evangelho, segundo ensinamentos e orientações da Igreja Católica, e sob a
presidência do bispo da Diocese de Sete Lagoas”.
cisca Silva Fonseca, na cartilha educativa Sesmaria de Sete Lagoas, produzida
pelo Departamento de História da Secretaria Municipal de Cultura e Comunicação Social.
Apenas 13 anos mais nova do que o município, a INSG acompanhou a evolução da cidade. O município viu crescer
a organização econômica e política do
Apenas 13 ans
entorno das fazendas, o pequeno comérmais nova do que
cio de produção de açúcar, rapaduras,
cachaças, farinha de mandioca e, posteo municipio, a
riormente,a mineração e a siderurgia. “Os
INSG acompnhou a
calçadões de Copacabana, no Rio de Jaevolução da cidade.
neiro, foram feitos com as pedras de Sete
Lagoas”, relatam os historiadores Dalton
Antônio de Avelar Andrade e Shirley Fran-
Conselho integrado, ações efetivas
A Irmandade mantém o Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG) e seus
anexos, como a maternidade Odete Valadares, o pavilhão infantil pediátrico Dr.
Márcio Paulino e os escritórios do Planseg, plano de saúde da instituição.
Hoje, a INSG tornou-se referência em qualidade e resolubilidade. E muitas
dessas conquistas se devem ao empenho do Conselho de Administração. Gerido por cinco membros efetivos, o grupo conta com a presidente Patrícia Alves
Costa Machado, os primeiro e segundo vicepresidentes, Maria Celeste de Oliveira e Ivan Alves Viana, e outras seis pessoas escolhidas em assembleia geral.
À frente do conselho há 12 anos, Patrícia é reconhecida pela competência e
transparência de sua gestão. Sua escolha para a presidência consolidou uma
tradição iniciada há gerações. A família da atual presidente participa ativamente
da trajetória da INSG desde 1909, quando o bisavô, dr. Ulysses de Vasconcelos,
tornou-se provedor da instituição. Em
1928, foi a vez do avô de Patrícia, dr.
Bernardo Alves da Costa, assumir o
cargo, ficando no mesmo até 1937.
Para Patrícia, essa missão familiar é
um desígnio divino. “Dar continuidade
ao trabalho desenvolvido pela minha
família desde os primórdios da instituição é um presente”, afirma. A atual
presidente começou seu trabalho na
irmandade como voluntária do HNSG.
Desde então, já se passaram 35 anos
de muita dedicação e conquistas.
“Cresci num ambiente em que falávamos que todos tínhamos que ajudar a
manter o hospital”, explica.
Auad, como superintendente do
hospital.
1 2
Desde o início da gestão de Patrícia, o HNSG já comemorou a
inauguração da UTI Neonatal, em
2006, efetivou o credenciamento
para atendimento de oncologia pelo
SUS, em 2007, ampliou o Centro de
Imagens e iniciou as obras do novo
Centro Materno Infantil, ambos em
2013. Para 2014, a meta é de ainda
mais melhorias, com a ampliação
da Hemodiálise e a implantação do
Centro de Radioterapia.
3
5
4
De olho no futuro
Atualmente, com o processo de contratualização junto ao SUS, a ampliação
da Hemodiálise e as obras do novo Centro Materno Infantil, a irmandade colhe
os frutos da boa administração. O dr.
Felipe Toledo foi convidado por Patrícia
para atuar, ao lado do diretor-geral João
Década de 80
Capela do hospital
Membros do Conselho de Administração: 1. Patrícia Costa, 2. Celeste Oliveira, 3. Heber Moreira,
4. Adélio de Faria 5. Ivan Viana
2013
Hospital atualmente
1909
Hospital na
Praça Tiradentes
Hospítal Novo na década de 70
2014
Futuro Centro
Materno-infantil
Linha do Tempo
4
MOMENTO SAÚDE
4
MOMENTO SAÚDE
Década de 30
Construção da
nova materidade
1973
A maternidade do HNSG
MOMENTO SAÚDE 5
RETROSPECTIVA HISTÓRICA
RETROSPECTIVA HISTÓRICA
Protagonistas de
uma grande história
Uma história marcada
pelo amor à causa
Personagens que participaram da construção do HNSG superaram desafios para
mudar realidade de Sete Lagoas
A
história do Hospital Nossa Senhora das Graças se inicia em 1880, numa
pequena casa. Na construção simples de taipa e adobe, os doentes
eram atendidos com carinho e dedicação pelos médicos da época, que
nem remédios tinham para tratar os pacientes.
Curiosidades como essa estão presentes no documento de prestação de contas da Irmandade de Nossa Senhora das Graças de 1909, que trazemos anexo a
esta edição do Momento Saúde. O impresso revela ainda como eram pagos os
tratamentos, geralmente quitados com o doente tinha disponível. “É emocionante ver que se pagava com galo, galinhas, sacos de arroz e carros de lenha”,
diz Patrícia Alves Costa Machado, presidente do Conselho de Administração da
Irmandade. “Era o que podiam dar”, conclui.
Dr. Márcio Paulino, médico formado pela UFMG, com 25 anos incompletos,
chega a Sete Lagoas em fevereiro de 1930. Nesta época era Provedor do Hospital, chamado de “Hospital Velho”, o Dr. Bernardo Alves Costa. Dr. Márcio,
com entusiasmo juvenil, põe mãos à obra, recupera antigos instrumentos, faz
pequenas reformas na sala de cirurgia. Consultava, tratava e operava. Os resultados corriam de boca em boca e mais gente aparecia. A fila crescia. Um dia ele
procurou o Dr. Bernardo e disse: “Dr. Bernardo, eu gosto é de operar. A cirurgia
é minha vocação. Aqui no hospital não há condições adequadas. Se não for
possível resolver isto, com a construção de um novo hospital, sou obrigado a ir
embora de Sete Lagoas.
Dessa forma, o velho hospital mantinha-se de pé na praça Tiradentes, onde hoje
funciona o colégio Regina Paces. Logo em frente, morava o dr. Ulysses Gabriel de
Vasconcelos, médico formado na única faculdade de medicina do país na época,
em Salvador. E foi o dr. Ulysses quem iniciou a medicina em Sete Lagoas.
Para evitar que o amigo fosse exercer a medicina em outra cidade, dr. Bernardo viabilizou a obra do novo hospital, com um complexo cirúrgico. A cidade se
mobilizou para erguer o hospital, e foram inúmeras as doações dos cidadãos.
De acordo com relatos históricos, foi a partir desse momento que Sete Lagoas
assumiu o protagonismo na saúde da região.
O tempo passou
Novos tempos
Em 1910, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, formava o dr. Bernardo Alves Costa. De volta a Sete Lagoas, ele e o dr. Ulysses tornaram-se os pioneiros da medicina sete-lagoana. Com o passar dos anos, a pequena estrutura
do hospital precisou mudar.
“Tenho a certeza de que os grandes líderes da atualidade podem se espelhar
nos benfeitores do passado, fazendo muito pelo nosso HNSG. Gosto muito da
frase que diz que um sonho sonhado sozinho é apenas um sonho. Mas um
sonho sonhado junto é realidade”, ressalta a atual presidente,Patrícia.
A mudança de endereço e a construção da nova sede, conhecida como “hospital novo”, só foram possíveis com o legado de 100 contos de réis deixado
para a Irmandade pelo padre Antônio Diniz Costa. Sua concretização, contudo,
foi fruto da amizade entre o Dr. Bernardo, então diretor clínico do hospital, e o
cirurgião Márcio Paulino, que chegara à cidade em 1930.
Hoje, a Irmandade busca realizar outro sonho, priorizando cada vez mais o
atendimento humanitário e de qualidade, principalmente para pessoas carentes. O próximo desafio é erguer a segunda unidade do HNSG para atendimentos a convênios e particulares. “Convoco a todos os conterrâneos, amigos e
benfeitores a nos ajudarem a deixar essa grande marca para o futuro”, afirma a
presidente.
A história do HSNG é caracterizada principalmente pela vontade de muitos
personagens em manter em funcionamento um hospital que ajudasse a
população. Não sabiam eles, em Março de 1880, data da primeira ata, que
hoje suas lutas e anseios teriam se transformado no hospital referencia na
região e no Estado
U
ma trajetória difícil que contou com o empenho de muitas pessoas importantes
da cidade que imaginaram, idealizaram, projetaram e fundaram o hospital da
Irmandade de Nossa Senhora das Graças. O espírito doador daquelas pessoas
sempre foi a semente do hospital. Resultado: o que começou com 10 leitos, hoje se
transformou no 7º maior prestador SUS do estado de Minas Gerais.
Segundo o Sr. Antônio Campolina França, que esteve ligado ao hospital por pelo
menos 18 anos, sendo provedor por 12 anos até 1999, criador do Planseg e um
dos personagens marcantes dessa trajetória, “um hospital tem o papel importante
no contexto humano para cuidar
da vida, cuidar da saúde”.
Responsável por muitas reformas
e transformações no HSNG o Sr.
Antonio sente se orgulhoso de ter
feito parte dessa história, mesmo
com as dificuldades enfrentadas,
“atender aquelas pessoas é
reconfortante”.
Olha, se me perguntarem,
eu não acho que o meu
trabalho mudou o hospital,
mas o hospital, sim, mudou
a minha vida.
Em uma entrevista concedida
à Assessoria de Comunicação do
hospital, ele mostrou muita emoção
ao falar da Irmandade e da história da instituição que é ligada a pessoas que se doaram
de maneira efetiva para que o hospital fizesse parte da vida da cidade desde o início.
“Olha, se me perguntarem, eu não acho que meu trabalho foi importante para o
hospital, mas o hospital, sim, mudou a minha vida”, finalizou o ex-provedor.
Sr. Antônio Campolina, provedor
Dr. Bernardo
Alves Costa
Dr. Márcio
Paulino
6
MOMENTO SAÚDE
Padre Antônio
Diniz Costa
Dr Ulysses Gabriel
de Vasconcellos
do HNSG entre 1990-2002
MOMENTO SAÚDE 7
gestão em foco
hospital do ensino
Administração inovadora une
competências rumo ao sucesso
O Hospital Nossa Senhora das Graças contribui mais uma vez para o desenvolvimento da saúde em
Sete Lagoas e região com desenvolvimento de um programa de relevada importância
Boa gestão garante melhoria de processos e expansão de serviços,
dando ainda mais qualidade no atendimento à população
O
A
s anos de 2010 e 2011 não foram fáceis para o Hospital Nossa Senhora
das Graças (HNSG). Diante de uma crise financeira, administrativa e de
imagem, foi preciso coragem para transformar o momento delicado em
oportunidade de mudança. Assim fez a Irmandade de Nossa Senhora das Graças
(INSG) – mantenedora da instituição de saúde.
instituição está se transformando em um Hospital de Ensino que favorece a troca de conhecimentos e o aprendizado de médicos residentes.
Após a primeira visita de representantes de um comitê do Ministério da
Educação (MEC) ao hospital, a viabilidade da implantação do Programa de Residência Médica seguiu a todo vapor e hoje, já está credenciado como hospital de ensino
nas especialidades de Clínicas Médica, Ginecológica, Obstétrica e Pediátrica.
Para guiar essa nova fase, a direção do hospital passou a ser compartilhada entre
o superintendente, dr. Felipe Toledo, especialista em gestão hospitalar, e o diretorgeral João Batista Auad, que tem quase 20 anos de experiência em administração
hospitalar. A parceria, iniciada há quase dois anos, deu certo. “Foram agendados no
fluxo de caixa os pagamentos do curto e médio prazos e o cronograma está sendo
cumprido à risca. Isso nos deu liberdade e sustentabilidade para expandir o tratamento de qualidade que oferecemos aos nossos pacientes e parceiros”, disse João
Auad.
Outra conquista da nova gestão foi a melhora da relação com o poder público,
o que gerou investimentos de R$16 milhões para a construção do Centro Materno
Infantil (CMI). O espaço será exclusivo para a maternidade, com atendimento de
urgência e maior humanização do parto.
Transformação do HNSG em
Hospital de Ensino é realidade
Dra. Flávia Lima Nogueira, membro da Comissão de Residência Médica do hospital (Coreme) e preceptora de Clínica Médica, afirma que o HNSG já estava pronto
para consolidar-se nessa nova etapa. “O hospital tem ampla área física e boa estrutura. É um hospital- polo para a região, além de ser referência em Cardiologia
e Neurologia.” E completa: “Hoje, temos alguns programas de estágio nas áreas
de Enfermagem e Nutrição em parceria com o Centro Universitário de Sete Lagoas
(Unifemm). Então, a instituição já tem vocação de ser um hospital de ensino”.
No total serão sete residentes para dar início a essa nossa fase do hospital, quatro
destes já iniciaram seus trabalhos no mês de março.
O que é o Programa de Residência Médica?
Mais do que uma iniciativa que confere ao médico residente o título de especialista, o Programa de Residência Médica é pré-requisito para transformar uma
instituição de saúde, como o HNSG, em um Hospital de Ensino. Para elaborar
o projeto, a entidade conta com a Comissão de Residência Médica (Coreme),
formada por um grupo experiente de médicos. Entre os membros do Coreme,
presidido pelo Dr. Aloísio Nascimento, estão a Dra. Luciana Andreata, coordenadora de Clínica Médica; o Dr. Rogério Vicente, coordenador de Ginecologia e
Obstetrícia e o Dr. Ronaldo Junho, coordenador de Pediatria.
Primeira turma de residentes do HNSG
Governador Antonio Anastasia em encontro com a presidente do Conselho de
Administração, Patrícia, e a vice-presidente Maria Celeste
Setor público, um grande parceiro
As parcerias com o setor público têm sido muito importantes para a
manutenção da infraestrutura hospitalar, já que 70% dos atendimentos no HNSG são feitos pelo SUS. A contratualização firmada por meio
da parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, que teve início no
segundo semestre, é exemplo disso. “Agora, temos um convênio que
nos paga de forma justa e, principalmente, que investe na Irmandade”, esclarece o superintendente, dr. Felipe Toledo.
Para a vice-presidente do Conselho de Administração, Maria Celeste de Oliveira, outros dois pontos que merecem ser destacados são a
ampliação da Hemodiálise – um aporte de R$3 milhões feito pela Secretaria de Estado da Saúde, que garantirá 30 novas máquinas capazes
de atender a mais de 200 pacientes – e a implantação da Radioterapia.
“Melhoramos em todos os aspectos”, conclui.
Da esquerda para a direita: o deputado estadual Duílio de Castro; o secretário Municipal de Saúde, Breno Simões; o prefeito
de Sete Lagoas, Márcio Reinaldo; o então superintendente da INSG, Dr. Felipe Rocha; o secretário de Estado de Saúde,
Antônio Jorge; a presidente do Conselho da INSG, Patrícia Machado; o então deputado federal Eduardo Azeredo; a vicepresidente do Conselho da INSG, Celeste Oliveira; e o então diretor-geral da INSG, João Auad
8
MOMENTO SAÚDE
MOMENTO SAÚDE 9
ações de voluntariado
ENTREVISTA
a enfrentarem as dificuldades”, afirma a vice-presidente
da Irmandade, Maria Celeste.
O poder do voluntariado
Embora seja difícil quantificar os benefícios dos trabalhos voluntários e da
humanização no tratamento dos pacientes, Celeste conta que a melhora dos
quadros clínicos é notável. “Os pacientes recuperam-se mais rápido quando
recebem atendimento próximo, carinhoso e até espiritual. A autoestima aumenta,
enquanto a intensidade do sofrimento e a quantidade de queixas diminuem”.
A importância das doulas
Hospital Nossa Senhora das Graças alia ações solidárias a tratamento médico e
mostra que tem a fórmula certa para realizar um atendimento humanizado e eficiente
Um dos grandes orgulhos da entidade é também um exemplo de altruísmo.
O projeto Doulas, desenvolvido há três anos, conta com a atuação de 20
voluntárias, que se empenham para suavizar a dor e a ansiedade de grávidas
prestes a dar à luz, oferecendo suporte físico e emocional às parturientes e a seus
acompanhantes. “As doulas atuam nas horas mais delicadas e, com a calma e a
resiliência de quem é experiente, conseguem controlar as situações de tensão”,
afirma a vice-presidente.
B
oas doses de solidariedade, compromisso e
amor ao próximo não faltam nos projetos
voluntários do Hospital Nossa Senhora das
Graças (HNSG), em Sete Lagoas. Aqui, as equipes
estão sempre dispostas a oferecer um tratamento
humanizado aos pacientes e auxiliar, com
competência, o trabalho dos médicos.
É impossível mensurar todo
o trabalho prestado pelo
HNSG ao povo de Sete Lagoas
Foi com gentileza e muita satisfação que nossa
equipe colheu uma entrevista com um dos
mais importantes empresários de Sete Lagoas,
o Sr. Antônio Pontes. Na sala de reuniões do
Conselho da Irmandade, ele falou sobre sua
ligação com o hospital e com as pessoas que
atuaram para fazer dele uma instituição de
respeito na cidade e no Estado.
Dedicação incondicional
Um dos projetos que faz a diferença na entidade
é desenvolvido pela Associação das Voluntárias
Senhora das Graças (Avosg). Há 27 anos, o grupo,
composto por cerca de 100 mulheres de várias faixas
etárias, oferece uma importante ajuda aos pacientes.
Elas captam doações de roupas, alimentos, remédios
e fraldas, providenciam o transporte de pacientes e
ainda proporcionam apoio espiritual.
Acompanhei o desenvolvimento do hospital
desde a minha juventude e, posteriormente,
quando fui trabalhar no Banco Agrícola
pude ver de perto o empenho dos saudosos
Bernardo Alves Costa, Márcio Alves Costa e
Múcio Alves Costa, no apoio à Irmandade. Mais
recentemente, venho acompanhando o trabalho
da querida Patrícia Costa, hoje presidente do
Conselho de Administração da instituição.
Tive a oportunidade de participar de
perto de algumas campanhas realizadas
pela presidente e sempre me coloquei
à disposição para arrecadar donativos e
auxiliar na sustentabilidade do hospital.
É importante ressaltar que sempre fomos
muito bem recebidos pela comunidade e
alcançamos bons frutos nesses trabalhos
realizados em prol do hospital.
Particularmente, nossa empresa, a CalSete,
tem buscado colaborar com o hospital
sempre que possível e atualmente ajudamos
na reforma da Capela do hospital.
É impossível mensurar ao longo dos 134
anos de funcionamento, todo o trabalho
prestado pelo hospital ao povo de Sete
Lagoas, como também a todos aqueles que
o procuram na busca de cura ou para tratar
seus problemas de saúde.
Por fim, preciso registrar que merecem
reconhecimento especial todas as pessoas,
ou empresas, que ao longo dos anos têm
colaborado para que o hospital cumpra com
sua nobre missão de cuidar da nossa saúde.
Membros da Asvog
Segundo a vicepresidente do Conselho
Administrativo da Irmandade de Nossa Senhora
das Graças (INSG), Maria Celeste de Oliveira, as
voluntárias se esforçam ao máximo para atender
a todos os pacientes carentes. “Nem sempre elas
conseguem suprir tudo, mas amenizam bastante
as dificuldades. Tenho certeza de que, sem essa
ajuda, as dietas médicas, por exemplo, ficariam
prejudicadas”, observa Celeste.
O riso como um santo remédio
Outro exemplo bem-sucedido na área da
humanização é o trabalho da Patrulha da Alegria
– grupo de atores voluntários que proporciona
momentos de descontração e boas risadas aos
pacientes. Desde 2005, a entidade recebe visitas
semanais de “patrulheiros” que fazem plantões
nas unidades de internação, garantindo interação e
alegria a crianças, jovens, adultos e idosos.
“No imaginário das pessoas, o hospital representa
um lugar triste e frio. A Patrulha quebra essa
impressão ao levar diversão e emoções positivas às
pessoas. O lado lúdico dos atores ajuda os pacientes
10 MOMENTO SAÚDE
A doula Glauce Evaristo em atendimento
Patrulha da Alegria
MOMENTO SAÚDE 11
com a palavra
O HNSG na visão de
quem entende de Saúde
O HSNG é hoje o sétimo hospital do Estado em atendimento ao SUS e passa atualmente por importantes
transformações visando aprimorar a atenção para Sete Lagoas e região
A
s mudanças que vêm
acontecendo no HSNG já são
perceptíveis, um exemplo
é o Centro Materno-Infantil que
já está como sua estrutura prémoldada pronta, com previsão de
inauguração ainda para 2014. Além
do investimento em uma nova
construção, o hospital passa por
reformas em sua estrutura atual
e está adquirindo equipamentos
de ponta para proporcionar maior
conforto e segurança a pacientes e
profissionais.
Para enfatizar melhor as mudanças
no âmbito da saúde, convidamos
quem entende do assunto para
retratar especificamente quais as
reais mudanças surgidas com o
investimento do hospital em cada
área de atuação médica.
Confira a seguir o que
importantes médicos que atuam no
HNSG disseram sobre as evoluções
e o futuro do hospital.
Dr Antônio Bahia
Responsável Técnico pela UTI
“A equipe de cardiologia foi toda reestruturada”
Setor: Cardiologia
Principais Avanços: Foram feitas grandes mudanças na estrutura física do
hospital. Houve reestruturação de leitos, gerando mais conforto ao paciente e
ampliação da disponibilidade de leitos, melhorando as condições de atendimento.
Uma grande notícia é o atendimento a 100% de procedimentos de Angioplastia. É
preciso registrar ainda a reestruturação de toda equipe da cardiologia.
Dr Aloísio Nascimento
Coordenador da UTI Adulto e Coordenador da Residência Médica
“A residência médica irá transformar o HNSG em um
hospital ensino”
Setor: UTI Adulto
Principais Avanços: Participação de equipes multidisciplinares, ampliação dos
leitos, maior interação entre diretoria técnica e de desenvolvimento, aporte no
diagnóstico de imagem.
Diferenciais do HSNG: Aproximação do corpo clínico com o administrativo, foca
na qualidade, parcerias.
HSNG no futuro: Ampliação de mais leitos, com a criação da Unidade Coronariana;
desenvolvimento e aperfeiçoamento do programa Residência Médica que o
transforma em hospital de ensino, humanização, gestão com foco em segurança e
medicina baseada em evidências.
Diferenciais do HSNG: Hoje nossos diferencias são estrutura (espaço e
equipamentos) e aproximação da direção com o corpo clínico.
HSNG no futuro: Abordagem mais especializada no tratamento cardiológico.
Dra Cíntia Aparecida Santos Oliveira
Responsável Técnica pela Maternidade e uma das Coordenadoras da
Residência Médica.
“A reestruturação física é
aliada a uma assistência qualificada”
Setor: Maternidade e Bloco Obstétrico
Principais Avanços: Estruturação da área física do hospital, com assistência
qualificada ao paciente.
Diferenciais do HSNG: Equipe diferenciada para o atendimento às mães,
aos bebês e à família.
HSNG no futuro: Com o Centro Materno Infantil, o hospital vai contar com
uma equipe diferenciada, especializada para esse tipo de paciente, através
de um trabalho conjunto entre obstetras, pediatras, anestesistas, enfermeiros
obstetras, fisioterapeutas e assistentes sociais. Será implantada também a Casa
da Gestante que é uma estrutura de assistência externa para aqueles pacientes
que necessitam de apoio. O projeto irá beneficiar mães de recém-nascidos
prematuros ou grávidas de outras cidades em acompanhamento do pré-natal.
12 MOMENTO SAÚDE
Dra Mariane Avelar de Aquino
Coordenadora da Linha de Cuidados Pediátricos
“A nova gestão trabalha para
integrar humanização e técnica”
Principais Avanços:
- A união da equipe com estrutura mais humana, mais interação interdisciplinar,
uso de protocolo clínico, satisfação entre as mães, elogios na assistência.
- Maior organização em serviços especializados, como cirurgias pediátricas.
- Mensalmente realizamos indicadores de berçários e pediatria.
Diferencial do HNSG:
- A humanização.
- Estrutura física e equipamentos.
- Humanização e eficiência.
- Interesse da nova gestão em integrar humanização e parte técnica científica.
HNSG do futuro:
A Pediatria do HNSG está crescendo a cada dia. Vem aí o Centro Materno Infantil,
que terá 20 leitos de UTI Neo e oito leitos de UCI Neo.
Estamos trabalhando para crescer e ser um hospital de referência.
MOMENTO SAÚDE 13
RETROSPECTIVA HISTÓRICA
CAPELANIA HOSPITALAR DA IRMANDADE
NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS:
Os Benefícios ao paciente e sua família, ao Hospital e à comunidade.
Padre Israel Alves Cardoso – Atual Capelão do Hospital Nossa Senhora das Graças.
RETROSPECTIVA HISTÓRICA
Hospital Nossa
Senhora das Graças
– Obra perene
Márcio Vicente
A
Irmandade Nossa Senhora das Graças comemora 130 anos, momento propício para
revisitarmos as páginas da história e poder relembrar momentos ricos e importantes
que marcaram essas décadas. Recordar a atuação de tantas pessoas que por lá
passaram e deixaram suas marcas na composição de cada espaço e na alegria de servir.
É praticamente impossível falar do hospital sem sua referência principal, seu ponto de
acolhimento, sua visibilidade na chegada, que é a sua linda capela situada no centro das
duas entradas principais. Como muitos dizem: é o coração do hospital.
M
ostra-nos a história que o gênio humano pode realizar projetos que
desafiam os séculos. Mas somente os predestinados são capazes de
levantar obras que conquistam os corações e as mentes, projetandose no tempo e no espaço, criando assim sua própria perenidade. Em Sete
Lagoas, um exemplo dessa conquista é o Hospital Nossa Senhora das Graças,
realização coletiva efetivada sob lideranças fortes e certamente iluminadas.
Nenhuma outra alquimia justifica sua gênese, nem pode explicar como dois
homens devotados à Medicina – Dr. Bernardo Alves Costa e Dr. Márcio Paulino
– viessem um dia a se encontrar na consecução de um mesmo objetivo.
Quem entra na capela vê, com emoção, o crucifixo iluminado acima do altar, e do
lado direito a imagem de Nossa Senhora das Graças, com sua coroa e raios iluminados
saindo de sua cabeça e de suas mãos, nos mostrando as bênçãos que ela derrama
constantemente sobre todos. Na sacristia (dependência interna da capela) esta a foto da
irmã Lourdes, que segundo testemunhas era a primeira a chegar à capela, a bater o sino
chamando os fiéis vizinhos.
Dr. Márcio clinicava em Sete Lagoas desde fevereiro de 1930 e, três anos
depois, procura Dr. Bernardo, então provedor do Hospital: “Dr. Bernardo,
eu gosto é de operar. A cirurgia é minha vocação, e aqui no hospital não há
condições adequadas para uma residência médica. Se não for possível resolver
isso, com a construção de um novo hospital, sou obrigado a ir-me embora de
Sete Lagoas”. A resposta de Dr. Bernardo veio com um lampejo de otimismo e
determinação: “Márcio, vamos então fazer um novo hospital. Há um dinheiro
deixado pelo padre Antônio Diniz Costa, que rende juros no Banco. Também é
possível fazer-se uma campanha popular...”
Percebe-se que no aspecto físico e estrutural o hospital não é mais o mesmo, o
progresso o transformou adequando-o às necessidades e demandas atuais. Contudo, algo
permaneceu: sua capela lindamente reformada. É a vida espiritual do hospital que continua
a pulsar. Nas suas dependências incontáveis missas já foram celebradas, inúmeros capelães
(padres) por ali já passaram e prestaram valiosos serviços na chamada Pastoral Hospitalar. E
é por meio dela que o Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG) leva a palavra de Deus e
presta assistência religiosa aos pacientes, como Unção dos Enfermos, Confissão, Eucaristia,
Comunhões nos leitos, Benção, Batizados de Emergência e Atendimento Individual.
Na ocasião, Sete Lagoas registrava população de pouco mais de 18 mil
habitantes, que recorria em suas necessidades médicas e cirúrgicas às precárias
instalações de uma “casa de saúde” que funcionava, desde 1910, num
edifício em estilo colonial localizado onde está agora o educandário Regina
Pacis. Esse era o segundo endereço do hospital, fundado em 1880 e que
ocupara originalmente modesta casa na Rua do Campo, hoje, Souza Viana.
Mas, à época (e certamente pela fama de “exímio operador” que Dr. Márcio
já granjeara) Sete Lagoas era tida como o mais importante centro de serviços
médicos da região.
Pastoral lembra a ação do pastor, aquela que acompanha, cuida, orienta e protege o
seu rebanho, em todas as situações da vida, especialmente no momento da fragilidade.
Assim são as ações da Pastoral Hospitalar do HNSG, realizadas pelo capelão e uma equipe
formada por Ministros/as Extraordinários da Comunhão Eucarística e sua dedicada zeladora
a senhora Raimunda (Raimundinha como amorosamente a chamamos).
A Organização mundial da Saúde (OMS) define saúde não como ausência de doença, e
sim como bem estar biopsicosocialespiritual, que na prática se traduz enquanto enxergar
o sujeito como um todo. O HNSG através de sua provedora, a Senhora Patrícia Machado,
tem, portanto, este olhar para como o ser humano em vista de sua totalidade, ou seja, dá
uma atenção especial a cada um destes aspetos importantes e constitutivos da vida.
No que diz respeito à assistência espiritual no HNSG, a mesma é desenvolvida de forma
respeitosa, compartilhando e acolhendo as diferenças religiões. As principais atividades
desenvolvidas pela Pastoral Hospitalar no HNSG são:
– Visitas para apoio e assistência espiritual, presença solidária, escuta, atenção às
necessidades psico-espirituais dos pacientes, diariamente realizadas pelo Capelão;
– Celebrações: Missa para os que desejam participar todas as terças, sextas e domingos
às 07 horas da manhã;
– Celebrações em datas especiais, para colaboradores, voluntários/voluntárias e
profissionais da saúde.
14 MOMENTO SAÚDE
Através dos serviços da Capelania, O HNSG desenvolve atividades
baseadas nos princípios católicos que marcam o diferencial de seu
atendimento hospitalar. Sabe-se que em um hospital, muitos aspectos
devem ser incorporados em seu planejamento estratégico, tais como,
medicamentos, profissionais altamente qualificados e equipamentos
de ponta. Contudo, tudo isso seria insuficiente sem a consideração da
dimensão espiritual, pois a fé traz impacto de bem estar prático emocional
e físico como recurso importante para enfrentar a doença. Finalizo com as
palavras do Evangelho: “Ao visitarmos um enfermo no hospital, estamos
visitando o próprio Senhor Jesus, que disse:” (...) Estive enfermo e, me
visitastes; (...) sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos
mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25,36-40).
A história registra a saga da construção do chamado “hospital novo”, na
Rua Teófilo Otoni, em terrenos doados por José Duarte de Paiva, sogro de Dr.
Márcio. O dinheiro depositado no Banco foi levantado e uma fazenda, também
deixada em testamento pelo padre, vendida. Deflagrou-se grande mobilização
popular que empolgou as cidades vizinhas e ensejou o lançamento, em Sete
Lagoas, de uma curiosa campanha, o “Tostão de Nossa Senhora”, através
da qual os consumidores de cerveja pagavam um tostão (a menor fração da
moeda em circulação no País, o Réis) por garrafa da bebida. Ao fim de quatro
anos, no dia 25 de julho de 1937, era inaugurado o “hospital novo”.
Dr. Márcio registrou em uma página de memória: “Uma nova era se instalou.
Grande e competente equipe médica, novos métodos, técnica cirúrgica evoluída, e
Sete Lagoas em pouco transformou-se numa Meca, para onde afluíam, e sempre
em maior número, doentes de todos os recantos. Operávamos quase diariamente
– e com êxito”. O espírito empreendedor continuava pulsando e, em 1945, teve
início a construção da Maternidade, inaugurada no dia 22 de maio de 1954 com o
nome de Odete Valadares em homenagem à presidente da LBA em Minas Gerais,
esposa do ex-governador Benedito Valadares, que muito havia colaborado para a
execução de edifício hospitalar.
Hoje, passados 80 anos da chegada de Dr. Márcio Paulino a Sete Lagoas,
a cidade pode fazer um raio-x da história – e, principalmente, dos homens
e das mulheres – que revela o espírito empreendedor dos que conduzem a
centenária Irmandade de Nossa Senhora das Graças nesse trabalho hercúleo, e
muitas vezes anônimo, de prover a cidade dos recursos médicos e hospitalares
requeridos por uma sociedade que se moderniza. Entretanto, algo nos diz
que a coragem, a competência – e o sucesso – desse empreendimento não
esgotam sua explicação no engenho humano. Envoltos em fé e mistério, os
numes tutelares dessa obra estão presentes. Daí, sua perenidade.
Márcio Vicente é autor, entre outros livros, de “Dr. Márcio Paulino – Uma
história biográfica”.
MOMENTO SAÚDE 15
Feito com gente!
sinônimo de saúde em Sete Lagoas.
Há 135 anos, o Hospital Nossa Senhora das Graças é
nsável por cuidar de mais de 600 mil pessoas
A cidade cresceu junto com o hospital que também é respo
o. Isso só foi possível graças ao empenho de
que moram em pelo menos 35 outros municípios da regiã
as desta centenária instituição ao longo desta
inúmeras pessoas que escreveram seus nomes nas págin
ança nos serviços prestados.
história. Como resultado, a tradição, o respeito e a confi
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