EFEITO DOS EXERCÍCIOS AERÓBICOS NO MEIO AQUÁTICO EM DIABÉTICOS
MELLITUS TIPO II
VENDRUSCULO, Alecsandra Pinheiro1; SILVA, Marília Gomes²; ROSO, Clarice
Zuquetto Viana²; BORDIN, Daiane Fontana2; DIAS, Caliandra Coelho2; RIBAS,
Alexandre2
Artigo de revisão
1
Professora orientadora, docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário, Santa Maria, RSBrasil, e-mail: [email protected]
2
Acadêmicos do curso de fisoterapia, Centro Universitário, Santa Maria, RS-Brasil, e-mail:
[email protected]
2
Acadêmicos do curso de fisoterapia, Centro Universitário, Santa Maria, RS-Brasil, e-mail:
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2
Acadêmicos do curso de fisoterapia, Centro Universitário, Santa Maria, RS-Brasil, e-mail:
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2
Acadêmicos do curso de fisoterapia, Centro Universitário, Santa Maria, RS-Brasil, e-mail:
[email protected]
2
Acadêmicos curso de fisoterapia,
[email protected]
Centro
Universitário,
Santa
Maria,
RS-Brasil,
e-mail:
Resumo
Introdução: Hoje em dia é bem comum conhecermos pessoas com Diabetes Mellitus (DM) tipo II,
muitas vezes causada pelos maus hábitos de vida. Objetivo: mostrar a importância das atividades
aeróbicas no meio líquido para as pessoas portadoras de DM, demonstrar que o treinamento físico
regular é capaz de proporcionar mudanças metabólicas, que resultaram em melhora da homeostase
da glicose. Metodologia: o material bibliográfico foi encontrado no banco de base de dados Scielo,
LILACS, OMS no período de março de 2007 a outubro de 2011. Conclusão: observou-se que os
exercícios aeróbicos na água aquecida fortalecem os músculos cardíacos, regulam a pressão arterial,
estimulam a produção de células, fortalecem ligamentos, e, ainda, regulam a concentração de glicose
no sangue.
Palavras chave: Diabetes Mellitus II, Hidroterapia, Exercício físico
INTRODUÇÃO
A diabete é uma enfermidade crônica que aparece quando o pâncreas não produz
insulina suficiente ou quando o organismo não utiliza eficazmente a insulina que produz. A
insulina é um hormônio que regula o açúcar do sangue (OMS, 2011). Em âmbito mundial,
sabe-se que, em 2007, atingiu cerca de 7% da população total, sendo que a maior parte dos
casos encontra-se em países desenvolvidos. No Brasil, a prevalência estimada é de 11% da
população com idade igual ou superior a 40 anos, o que, em números absolutos, constituem
5,5 milhões de pessoas (LOPES, 2006).
Segundo Motta e Cavalcanti (1999), o efeito da diabete não controlado e a
hiperglicemia, com o passar do tempo afeta gravemente muito os órgãos do sistema,
especialmente os nervos e os vasos sanguíneos. Dentro destas citadas existem inúmeras
complicações, entre as quais insuficiência renal, cegueira, doenças cardiovasculares e
alterações vasculares que podem exigir a amputação de membros, em casos de pé
diabéticos, em especial quando não devidamente monitorados, ou quando não se obtém o
controle glicêmico. Para a prevenção da enfermidade e das consequências citadas, a ação
de saúde deveria estar voltada para a mudança do modo de vida dos diversos grupos
sociais, considerando-se o modo de vida como aquele relativo a processos particulares de
grupos populacionais característicos, e que marcam traços específicos de diferentes grupos
sociais, delimitando processos singulares (BREILH, 1997).
A hidroterapia vem sendo indicada e utilizada por médicos e fisioterapeutas em
programas multidisciplinares de reabilitação para pacientes nas mais diversas áreas. Com o
seu ressurgimento na década passada, houve um grande desenvolvimento científico das
técnicas e tratamentos aquáticos, permitindo uma ampla abordagem e atuação com os
pacientes neste meio (BIASOLI e MACHADO, 2006).
Segundo Souza (2000), os exercícios terapêuticos e a água aquecida atuam em
diversos sistemas do corpo humano seja o sistema cardíaco, muscular, respiratório,
endócrino entre outros, levando a alterações fisiológicas. Os exercícios físicos associados
nestes usuários têm a possibilidade de reduzir o risco de Diabéticos Mellitus (DM), assim
como reduzir os riscos de complicações micro e macrovasculares através do controle
glicêmico (COSTA e SILVA, 1992).
Os benefícios clínicos reconhecidos do treinamento físico nesses indivíduos a
melhora da capacidade aeróbica, diminuição dos lipídios e glicose plasmáticos, além da
redução da PA (STEPPEL e HORTON, 2005).
Busca-se com este, refletir/discutir o recurso de hidroterapia para Diabéticos
Mellitus Tipo II, relacionando-o com bibliografias atuais e relevantes da área da saúde
contribuindo de forma clara e objetiva na importância crescente deste tipo de abordagem.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para esta revisão de literatura, realizou-se um levantamento bibliográfico
compreendendo o período de 1988 até 2011, utilizando livros, artigos de periódicos e
Internet. Nesta última, foram pesquisados artigos pela base de dados Scielo (Scientific
eletronic library online), LILACS, OMS.
A consulta foi sistemática, em fontes clássicas e atuais da literatura científica
nacional e internacional no período de março de 2007 a outubro de 2011.
Os critérios de inclusão adotados para a seleção dos materiais bibliográficos foram:
publicações científicas, apresentar abordagens a respeito de Diabetes Mellitus II, e ou suas
características e estágios, apresentar abordagens sobre exercícios de hidroterapia,
hipertensão arterial, exercícios aeróbicos.
Foram encontrados vários artigos sobre o assunto, destes foram selecionados 20
entre o ano de 1988 a 2012 baseados nos critérios de inclusão que serão discutidos no
presente estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Diabetes Melittus Tipo II é definido pela Associação Americana de Diabetes
(1997) como um grupo heterogêneo de doenças metabólicas caracterizadas pela
hiperglicemia, causada por um dos defeitos na secreção da insulina ou na ação desta, ou
por ambas as coisas.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD, 2011) e a Sociedade
Portuguesa de Diabetes (SPD), no DM ocorrem alterações no funcionamento endócrino que
atingem principalmente o metabolismo dos carboidratos. A insulina interfere na manutenção
do controle glicêmico, atuando na redução e manutenção a níveis considerados normais,
além da ação hipoglicemiante, a insulina participa da lipogênese e da proteogênese, sendo
o principal hormônio anabólico.
Na escolha de um programa de exercícios para pessoas com DM, deve-se levar em
consideração o impacto do exercício no controle metabólico. Tradicionalmente, os
programas de exercício para DM envolvem o regime de treinamento aeróbio, consistindo de
exercício repetitivo de grandes grupos musculares que visam à aptidão cardiorrespiratória.
Durante o exercício o transporte de glicose na célula muscular aumenta, bem como a
sensibilidade da célula à ação da insulina.
Segundo Zanuso et al., (2010), o treinamento físico aeróbio melhora o controle
glicêmico, a sensibilidade à insulina e o VO₂máx. Além disso, quanto mais intenso for
exercício aeróbio, melhor será o controle glicêmico e a sensibilidade à insulina
(O'DONOVAN et al., 2005 e HORDERN et al., 2009).
Estudos mostram que o treinamento combinado é o mais eficaz em relação à
redução da hemoglobina glicosilada, na melhora da sensibilidade e à insulina. Já o
treinamento aeróbio, é mais eficaz na glicose plasmática. Onde o programa de treinamento
combinado foi constituído de três sessões semanais, durante um período de 20 semanas,
totalizando 60 sessões com duração de 60 minutos. As sessões tinham início às 8h e
terminavam às 12h. A carga foi determinada de forma subjetiva pelo avaliador. A duração
das sessões de treinamento aeróbico foi de 15 minutos para o paciente iniciante. Essa
duração foi sendo aumentado em 5 minutos por semana, até o participante completar os 60
minutos totais da parte aeróbia. A intensidade da atividade aeróbia foi delimitada por meio
da frequência cardíaco alvo.
Segerström et al., (2010), examinaram o efeito do treinamento combinado na
sensibilidade à insulina e HbA1c em mulheres diabéticas, por um período de seis meses de
treino. Os pesquisadores constataram aumento significativo na sensibilidade à insulina e
uma significativa diminuição da HbA1c, e concluíram que a sensibilidade à insulina está
relacionada diretamente à intensidade do exercício, enquanto que a HbA1c está relacionada
principalmente ao volume de treino.
O DM vem tomando proporções epidêmicas em razão do aumento da expectativa
de vida, do crescimento da prevalência de obesidade e dos hábitos de vida sedentária. A
associação do DM divulgou alguns fatores de risco: como problemas cardiovasculares,
incluindo HAS, obesidade e resistência à insulina. Estudos vêm demonstrando que a
resistência à insulina é o fator-chave na patogênese do DM e é um cofator no
desenvolvimento da HAS.
A hiperinsulinemia, secundária à resistência à insulina, pode elevar a pressão
arterial por diversos mecanismos, incluindo ativação do sistema nervoso simpático e
retenção de sódio (LANDSBERG et al., 1992).
A redução de peso e o aumento de atividade física melhoram a sensibilidade à
insulina, sendo utilizados como medidas preventivas da HAS em nível populacional. De
forma semelhante ao exercício agudo, o treinamento físico promove redução dos níveis
pressóricos no período pós-exercício, mas com a vantagem de que hipertensos treinados
apresentam menor PA durante a realização da atividade física e o mais importante, redução
nos níveis da PA no período de repouso.
Indivíduos hipertensos e resistentes à insulina têm menor capacidade funcional em
resposta ao exercício, a qual tem sido associada com os fatores de risco para doenças
cardiovasculares usualmente presentes (ESTÁCIO et al., 1996). A melhora desses fatores
de risco tem sido relacionada à redução da insulinemia e é provável que muitos dos efeitos
cardiovasculares benéficos do exercício nestes indivíduos se devam à melhor sensibilidade
à insulina que ele causa (HISHMAN et al., 1988).
CONCLUSÃO
Conclui-se que a Diabetes Melittus Tipo II é uma enfermidade crônica que aparece
quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando o organismo não utiliza
eficazmente a insulina que produz. Que com o passar do tempo afeta gravemente muito os
órgãos do sistema, especialmente os nervos e os vasos sanguíneos.
A prática de exercícios físicos é necessária para qualquer pessoa, sendo esta com
alguma condição de saúde adversa, como pessoas com diabetes tipo II, ou somente para
aqueles que querem fazer a manutenção da vida. Os exercícios aeróbios fortalecem os
músculos cardíacos, melhora a frequência cardíaca, regula a pressão arterial, melhora a
postura, estimula a produção de células, incluindo células ósseas, fortalece ligamentos, e,
ainda, regula a concentração de glicose no sangue.
E o nosso foco é tentar diminuir a glicose do sangue e a atividade física que é
responsável por diminuir a incidência dessa doença, e de muitas outras. Nosso corpo foi
feito para receber doses diárias de exercícios, somente assim ele poderia funcionar de
maneira perfeita. Juntamente com a alimentação saudável, o organismo pode ter seu
funcionamento correto.
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efeito de exercícios aeróbicos no meio aquático em diabéticos