Avaliação da Flexibilidade Cognitiva em Idosos com Diabetes
Tipo II
Regina Maria Fernandes Lopes, Irani I. L. Argimon (orientador)
Programa Pós-Graduação, Faculdade de Psicologia, PUCRS,
Introdução
Workman et al (2000) identificou a existência de uma conexão entre Diabetes e
demência. O índice elevado de açúcar no sangue pode ser um fator significativo para
incidência de Alzheimer, podendo ser uma causa secundária de demência. A flexibilidade
cognitiva implica na capacidade de alternar os cursos dos atos ou dos pensamentos de acordo
com o que o ambiente exige.
O presente estudo tem por objetivo avaliar a flexibilidade cognitiva em idosos com
diabetes através do Teste Winsconsin de Classificação de Cartas.
Metodologia
O delineamento é de um estudo quantitativo transversal. A amostra foi constituída por
44 idosos de ambos os sexos com idade igual ou superior a 60 anos com diagnóstico de
Diabetes Tipo II e 210 idosos de ambos os sexos do grupo controle da população geral.
Os instrumentos utilizados foram: Ficha de Dados Sócio–demográficos, o Teste
Wisconsin de Classificação de Cartas (WCST), Mini-Exame do Estado Mental, Inventário de
Depressão de Beck, Inventário de Ansiedade de Beck e GDS. Da Escala Wechsler de
Inteligência para Adultos- III, foi utilizado os subtestes: span de números, vocabulário, cubos
e código.
Foram excluídos da pesquisa idosos que apresentaram um quadro demencial ou problemas
visuais e/ou auditivos que pudessem intervir na realização dos instrumentos.
Para a análise dos dados foram levantadas freqüências, percentis, médias e desviospadrões sobre as variáveis demográficas e psicopatológicas. Foi utilizado o Teste t de Student
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para comparação das médias dos escores gerais e específicos do Teste Wisconsin no grupo
composto por idosos com Diabetes Tipo II e do grupo da população geral.
Resultados
Para análise exploratória dos dados foram utilizados os Testes estatísticos Descritivos
e de Freqüência. Para análise inferencial, o Teste t de Student e o Mann-Whitney para
comparação das médias dos escores gerais e específicos do Teste Wisconsin Classificação de
Cartas no grupo composto por idosos com Diabetes TIPO II e do grupo da população geral.
(SPSS 11.5)
Grupo 1: Diabetes x Grupo 2 – Pop. Geral –WCST
Indicadores Avaliativos Grupo 1 - N=44
do WCST
Média
DP
2. Número Total Corretos 57,25
17,46
3. Número Total de Erros 67,07
23,14
4. Percentual de Erros
53,17
17,04
5. Respostas Perseverativas 56,18
37,27
6. Percentual de Respostas 44,15
28,77
Perseverativas
7. Erros Perseverativos
45,00
26,88
8.Percentual de Erros
35,40
20,66
Perseverativos
12. Percentual de Respostas 32,00
21,26
de Nível conceitual
Grupo 2 - N=210
Média
DP
63,00
16,216
58,39
23,51
46,55
16,79
39,39
27,15
29,84
19,33
t
p
2,11
-2,23
-2,37
-3,47
-4,06
0,035
0,027
0,018
0,001
0,000
33,45
26,43
20,11
14,97
-3,25
-3,36
0,001
0,001
39,42
21,90
1,865
0,041
O desempenho dos dois grupos nos indicadores acima descritos revela que há diferença
estatisticamente significativa (p<0,05) t de Student . Assim os idosos com Diabetes Tipo II
apresentaram pior desempenho no WCST.
Resultados nos Instrumentos utilizados para Triagem
Instrumentos
N=44
t
Grupo 2 -N=210
p
Média
DP
Média
DP
1. MEEM
27,37
2,37
27,26
2,64
-0,22
0,81
2. Vocabulário
10,23
2,16
10,42
2,30
0,49
0,61
3. Códigos
10,79
3,05
11,52
2,63
1,43
0,15
4. Cubos
10,37
2,54
11,34
2,70
1,96
0,51
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5. Dígitos
11,26
2,89
11,97
3,17
1,23
0,21
6. BDI
14,24
9,76
8,43
5,57
-5,40
0,000*
7. BAI
12,43
9,08
7,21
7,39
-3,66
0,000*
8. GDS
1,54
0,61
1,15
0,37
-5,08
0,000*
Os achados revelam que os Idosos com Diabetes Tipo II, apresentam mais sintomas de
depressão e ansiedade de acordo com os instrumentos BDI, BAI e GDS, demonstrando
diferença significativa ( p<0,05) teste t de Student),
Conclusão
Na pesquisa realizada os idosos com Diabetes Tipo II apresentaram pior desempenho
no WCST, com diferença estatisticamente significativa (p<0,05) t de Student. Além de
apresentarem mais sintomas de depressão e ansiedade com os instrumentos BDI, BAI, e GDS,
igualmente revelaram diferença estatisticamente significativa( p<0,05) teste t de Student).
Referências
BECK, A. T., STEER, R. A., & BROWN, G. K. BDI-II Manual. The Psychological
Corporation, Harcourt Brace & Company. San Antonio, 1996.
FOLSTEIN, M. F., FOLSTEIN, S. E., & MCHUGH, P. R. Mini-Mental State: A pratical
method for grading the cognitive state of patients for the clinician. Journal of Psychiatry
Research, 12(1975), 189-198.
WECHSLER,D. Wais-III: Escala de Inteligência Wechsler para Adultos: Manual/ David
Wechsler; Adaptação e Padronização de uma amostra Brasileira, 1ª ed; Elizabeth do
Nascimento. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004).
WORKMAN, R.H.JR., MCULLOUGH, L.B., MOLINARI V., KUNIK, M., ORENGO,
C.,KHALSA, D.K. EL AL. Clinical and Ethical Implications of Impaired Executive Control
Functions for Patient Autonomy ; Psychiatric Serv. : American Psychiatric Association, mar,
2000.
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