Edição Nº 14
A tecnologia das salas
híbridas de cirurgia
Novos centros cirúrgicos contam com
equipamentos de última geração que
permitem a realização de procedimentos
de alta complexidade e exames de
imagem em tempo real
Os desafios da neurociência
Estudos do cérebro podem ajudar
no combate a depressão e doenças
degenerativas
Obesidade infantil
Entenda como o excesso de peso
está provocando doenças de adultos
em crianças
C A R TA S
EXPEDIENTE
Para quem está na melhor idade como
eu é importante realizar atividades
como pinturas, leituras e exercícios físicos para manter a mente ativa. Realmente dá certo!
Rose Antonine
Preciso realizar o procedimento cirúrgico para combater as varizes
e postergava, pois o tempo de recuperação é longo. Depois de ler
a matéria me senti animada com a
possibilidade de ser feita a laser com
recuperação em 24h.
Angela Fernandesr
A HCor Saúde é uma publicação do
HCor – Hospital do Coração
Associação do Sanatório Sírio
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Presidente: Antonio Carlos Kfouri
Conselho Editorial:
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Santos, Ronald Nicolau
Jornalista Responsável e Editor:
Ronald Nicolau - MTB 23.068
e-mail: [email protected]
Coordenação Geral:
Gerência de Marketing e Comunicação
do HCor – Sérgio Luiz Henrique
2013
agosto/
Apliquei as dicas que li na excelente
matéria, "perca peso e ganhe saúde
com pequenas trocas nas refeições" e
percebo mais disposição no meu dia
a dia e perca de peso também.
Nº 13
anter a
Como mnte ativa
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Combina anticoncepcior os riscos
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de pílula
Jacqueline Antunes
Produção Editorial:
Target Estratégia em Comunicação
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Redação:
Bruno Folli, Ricardo Costa, Thaís Souzza
e Italo Genovesi
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11/07/20
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2
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HCor Saúde
EDITORIAL
Salas híbridas tornam
cirurgias mais seguras e
precisas
C
onceito recente na área médica-hospitalar, as salas híbridas
consistem na união entre centro cirúrgico e sala para procedimentos
de intervenção não cirúrgica associado a
equipamentos de imagem de alta definição. O espaço é desenhado para que os
exames sejam realizados antes, durante e
depois das intervenções, proporcionando mais segurança e precisão em procedimentos complexos.
O novo prédio do HCor, o recéminaugurado Edifício Dr. Adib Jatene,
tem duas salas híbridas: uma exclusiva
para cardiologia e outra para procedimentos neurológicos. Essa última é
chamada de "Brain Suite" e teve como
base trabalhos desenvolvidos nos Estados Unidos e na Alemanha.
O "Brain Suite" oferece na mesma
sala todo o suporte para ressonância
magnética. Assim, qualquer dificuldade durante a cirurgia pode ser resolvida
ali mesmo, sem a necessidade de transportar o paciente para radiologia.
A remoção de tumores também se
faz de forma mais completa e precisa
em salas híbridas, pois nem sempre o
cirurgião consegue visualizar todo o
tumor durante a cirurgia. É comum o
paciente passar por exames pós-operatórios, e neles, descobrir que será preciso uma nova cirurgia. Na sala híbrida,
Sala híbrida pode ser usada para diversos procedimentos diferentes
tudo isso acontece ao mesmo tempo,
no mesmo procedimento.
Para as doenças cardiovasculares,
a vantagem está na possibilidade de
adotar procedimentos minimamente
invasivos em múltiplas situações. Os
médicos usam imagens sobrepostas com
auxílio de softwares modernos para servirem de guia durante os procedimentos, o que garante precisão milimétrica
ao intervencionista.
Por fim, tanta tecnologia à disposição dos médicos altamente qualificados
não se limita ao que a ciência já conhece: as salas híbridas abrem a possibilidade para descobertas e para a criação de
novos métodos.
Outro destaque do prédio é a
passarela de dois andares, com jardim hidropônico entre eles, usada
para integrar o edifício ao complexo
HCor. A construção rara no cenário
paulistano chama a atenção de quem
passa pela Rua Desembargador Eliseu
Guilherme.
Boa leitura!
3
ÍNDICE
6
Entrevista
8
Prevenção de HPV
10
Salas híbridas
O neurocirurgião Dr. Antonio De Salles
fala sobre os avanços da neurociência, dos
novos investimentos do HCor Neuro e de
pesquisas contra obesidade e depressão
Vacina contra vírus sexualmente
transmissível pode ser aplicada no início
da adolescência. Medida pode evitar
câncer de útero
Novo conceito em centro cirúrgico, essas salas
levam sofisticados exames de imagem à mesa
de operações
14
Obesidade infantil
17
Choque contra dor
18
Coração protegido
Uma técnica inovadora utiliza ondas de
choque para controle da dor. Pacientes
com dor crônica têm apresentado melhoras
rapidamente
Entra na segunda fase o estudo da dieta cardioprotetora do HCor. Centenas de cardápios
estão sendo testados em todo o país, com
alimentos regionais, para proteger o coração
Excesso de peso em crianças e adolescentes
antecipa doenças que antes eram vistas
apenas em adultos. Veja dicas simples para
combater o problema com boa alimentação
4
HCor Saúde
N o va C l ínica
Clínica de Radioterapia traz
tecnologia de ponta e atendimento
integrado contra o câncer
A
nova Clínica de Radioterapia do
HCor foi inaugurada recentemente na Rua Tomás Carvalhal, 172,
no Paraíso, a duas quadras do complexo
hospitalar. O espaço é equipado com acelerador linear de alta precisão capaz de realizar
procedimentos radioterápicos com o mínimo de dano aos tecidos saudáveis.
O acelerador é importado, de origem
sueca, e pode ser usado contra diversos tipos
de câncer e doenças benignas. Sua precisão
é milimétrica. Dentro do próprio aparelho,
uma tomografia chamada Cone Beam CT
permite monitorar o paciente.
Existem ainda outros recursos modernos
que viabilizam técnicas de intensidade modulada do feixe (IMRT) e terapia rotacional
(VMAT). Assim, é possível realizar qualquer
tipo de tratamento, incluindo os mais modernos como radiocirurgia de lesões muito pequenas e radiocirurgia extra corpórea
(SBRT) de coluna e pulmão, por exemplo.
Acelerador usado no tratamento de pacientes
Fachada da clínica de radioterapia
“Na clínica, profissionais de renome internacional
utilizam as mais recentes tecnologias no tratamento radioterápico. Temos o paciente e sua família como foco principal para um atendimento individualizado e humano. O
núcleo engloba assistência, educação e pesquisa para prevenção, rastreamento, diagnóstico precoce e tratamento do
câncer”, explica Dr. João Victor Salvajoli, radioncologista
do HCor Onco.
O HCor Onco é liderado pelo Dr. Gilberto Lopes.
Professor assistente de oncologia da Universidade John
Hopkins e membro do comitê de assuntos internacionais
da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO),
o Dr. Gilberto retorna ao Brasil depois de trabalhar nos
Estados Unidos e na Ásia por quinze anos.
5
Os avanços da neurociência
Dr. Antonio De Salles coordena pesquisas no HCor Neuro
N
o mundo todo, os estudos e
pesquisas publicados sobre neurologia apontam algum tipo de
avanço nos tratamentos ou revelam possibilidades ainda desconhecidas. Informações
sobre as doenças do cérebro, que afetam
cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo, fazendo 6,8 milhões de vítimas fatais, conforme levantamento da OMS - Organização
Mundial da Saúde, aos poucos vão sendo
desvendadas.
É sabido que o mal de Alzheimer (uma
das principais doenças degenerativas) e outros tipos debilitantes que causam demência atingem 24,3 milhões de pessoas. E esse
6
quadro pode dobrar a cada 20 anos, principalmente nos países em desenvolvimento.
Neste cenário, que envolve uma das
áreas mais complexas do corpo humano,
uma equipe de especialistas acaba de ser
formada para fundar o Centro de Neurociência do Hospital do Coração, o HCor
Neuro. Coordenado pelo Dr. Antonio De
Salles e tendo a Dra. Alessandra Gorgulho
como vice-coordenadora, o centro terá
uma equipe de quatro neurocirurgiões e
um neurologista dedicados ao tratamento
de tumores cerebrais, doenças vasculares
cerebrais, epilepsia refratária, doenças da
coluna vertebral, doença de Parkinson,
tremores e outras doenças degenerativas do
sistema nervoso central e periférico.
Após 30 anos fora do país o Dr. De
Salles retorna com o know how de ter atuado em instituições como Harvard University, Medical College of Virginia, UCLA
- University of California at Los Angeles,
nos Estados Unidos e Umea University, na
Suécia. Recentemente, ganhou o prêmio
de Pioneiro em Medicina, no Canadá, por
duas técnicas novas desenvolvidas por ele e
seu grupo de pesquisas. Uma na implantação do marca-passo cerebral para pacientes
com estresse pós-traumático. A outra técnica consiste no desenvolvimento de um
método totalmente não invasivo, aplicado
à radiocirurgia contra metástases cerebrais e
outros tumores malignos (câncer cerebral) e
benignos do cérebro e da coluna.
HCor Saúde – Quais os diferenciais do
Centro de Neurociência do HCor?
Antonio De Salles – Teremos os serviços de neurologia, neurocirurgia e também
faremos muitas pesquisas em termos de
neurociência, que estamos desenvolvendo
junto ao Ministério da Educação com a Filantropia do HCor. Temos a possibilidade
de usar não só a melhor tecnologia possível
como também a melhor metodologia científica, junto ao IEP-HCor. Teremos os melhores equipamentos para neurocirurgia existentes no mundo como a Gamma Knife, que
iniciou a qualidade que existe hoje em dia
em radiocirurgia e é o que existe de melhor
nesta área, dedicada exclusivamente ao cérebro, e também um aparelho chamado
Access Linak, dedicado ao tratamento de
tumores na coluna e medula que também
pode ser usado em outras especialidades
como a radiocirurgia de pulmão, fígado,
pâncreas, próstata e cérebro.
Isso é o que existe de mais moderno
no tratamento de doenças neurológicas
complexas como lesões vasculares, má
formação arteriovenosas, tumores da pituitária, neurinomas do acústico, lesões
do tronco cerebral, metástases e tumores
cerebrais em geral.
A parte de cirurgia contará com duas
salas híbridas novas, sendo uma dedicada à
cardiologia e outra a neurocirurgia, ortopedia e outras especialidades.
H.S. – As salas híbridas são uma tendência mundial?
A.S. – Sim. É uma tendência ter imagens dentro da sala de cirurgia hoje em
dia. Os trabalhos evoluíram principalmente na Alemanha e Estados Unidos. A
sala de cirurgia do cérebro foi desenvolvida no nosso serviço da UCLA há aproximadamente 10 anos. Operávamos dentro
da sala de ressonância magnética. Ou seja,
desenvolvemos o "brain suite" que estará
HCor Saúde
E N T R E V I S TA
A estimulação diária do cérebro faz com que a memória recente, que é a mais
prejudicada pelo mal de Alzheimer, não seja perdida.
disponível aqui no hospital, colocando o
HCor como o único hospital do país a
oferecer esse serviço.
H.S. – E quais são as principais vantagens?
A.S. – Com uma sala adaptada para
ter imagens, com ressonância e tomografia
disponíveis, a grande vantagem é que se
houver qualquer problema durante a cirurgia não será preciso transportar o paciente
para o serviço de radiologia, tudo é feito
ali mesmo na sala de cirurgia. A agilidade
é fundamental nesses momentos para salvar
a vida do paciente. Também as remoções de
tumores são mais completas. Muitas vezes
alguns tumores não são visualizados completamente na cirurgia. Com essa capacidade de localização mais precisa a cirurgia é
muito mais eficaz. Quando a cirurgia termina o paciente é avaliado com uma imagem e
só será transportado para a terapia intensiva
se tudo estiver controlado.
H.S. – Existe algum estudo em andamento?
A.S. – Sim, dois estudos em conjunto
com o Ministério da Educação e a Filantropia
do HCor. Um deles é o marca-passo cerebral
para obesidade mórbida, indicado para os
pacientes que esgotaram as possibilidades de
tratamento, inclusive com cirurgia bariátrica,
ou àqueles que não querem fazê-la. Encontramos uma área no cérebro que podemos
aumentar o metabolismo basal do paciente.
É como se fosse um exercício para aumentar
o metabolismo e sem restrições na alimentação. O paciente perde peso lenta e continuamente até, por exemplo, regularizar
índices de colesterol e glicemia. Como é um
neuromodulador é possível ajustar a estimulação para o nível que for necessário: 2, 4,
10, 24 horas por dia. Essa é uma pesquisa
trabalhosa e que requer a tecnologia e a estrutura que o HCor nos oferece com todos
os trâmites para que seja feita da maneira
mais ética e correta possível.
H.S. – Isso mostra que o marca-passo
é um importante recurso também na neurologia?
A.S. – Sem dúvida, tanto que é o recurso utilizado em nossa outra pesquisa
para o tratamento da depressão com estimulação do nervo trigêmeo. Pegamos somente o ramo que vem para face, que sai
debaixo da sobrancelha, e por meio de um
eletrodo podemos ligar um marca-passo. A
estimulação periódica desse nervo, geralmente durante a noite, dará uma melhora
considerável ao quadro de depressão. O estudo piloto foi feito na UCLA pelo nosso
grupo, trouxemos para cá o procedimento
cirúrgico e vamos comparar com o procedimento não invasivo. O que foi feito foi
estimular o nervo com o eletrodo colado
na pele e deu resultado. A estimulação do
nervo vai ao cérebro nas áreas que fazem
com que a pessoa se sinta melhor. Com
isso a medicação pode até ser suspensa,
mas não pode ser tirada de imediato e sim
gradativamente dependendo de cada caso.
A depressão é uma das maiores causas de
absenteísmo no trabalho.
H.S. – E quais são os projetos para o
futuro?
A.S. – Temos várias ideias que gostaríamos de desenvolver no HCor, principalmente porque cérebro e coração traba-
lham muito juntos. Em todas as emoções
o coração recebe um impulso cerebral e
passa a bater mais rápido. Existem várias
maneiras que podemos ajudar a função
cardíaca usando esses reflexos que fazem
com que o cérebro influencie o coração.
Por exemplo, podemos diminuir a frequência cardíaca estimulando áreas específicas do cérebro. Um paciente com arritmia
cardíaca pode ser tratado sem drogas com
a estimulação dessas áreas. Essa é uma das
razões que resolvemos montar um centro
de neurociência dentro de um hospital
cardíaco, pois temos muita coisa para desenvolver nesta área. Com a qualidade do
centro de pesquisa que já existe no HCor
é possível desenvolver novos aparelhos e
tratamentos em geral.
H.S. – Sobre as doenças neurológicas,
quais podemos destacar e o que vem sendo
feito para combatê-las?
A.S. – As doenças degenerativas,
como o Alzheimer, progridem rapidamente se a pessoa não exercita o cérebro.
As células começam a morrer. O cérebro
tem o princípio que o uso não deixa degenerar tão rapidamente, não sabemos
ainda se podemos parar uma doença degenerativa do cérebro somente com exercício cerebral, mas sabemos que diminui
a progressão por várias razões, uma é que
está se trazendo mais irrigação e nutrientes para o cérebro à medida que ele é utilizado. Somos proponentes de uma boa
higiene cerebral, que inclui também uma
boa alimentação. A dieta mediterrânea
que é boa para o coração, por exemplo,
também é boa para o cérebro. Comer
peixe também.
7
Prevenção contra HPV
começa na adolescência
A vacinação é a principal forma de prevenção contra o vírus, segundo a Organização Mundial da
Saúde; ginecologista do HCor recomenda que ela seja aplicada antes do início da vida sexual
E
mbora o HPV (Papilomavírus humano) seja uma doença
sexualmente transmissível, a
prevenção pode começar bem antes da
vida sexual. Já existem vacinas indicadas
para meninas e jovens de 9 a 26 anos.
“São três doses. O ideal seria que elas
fossem tomadas antes da iniciação sexual, quando ainda não houve contato
com o vírus. A eficácia da vacina é alta:
95% de sucesso no combate às principais cepas causadoras de câncer”, afirma
Dra. Regina Paula Ares, ginecologista
do HCor.
Quando a vida sexual começar, recomenda-se o uso de preservativo para
reforçar a prevenção contra o HVP.
Mas a camisinha, nesse caso, não é
100% segura. "Como a infecção depende apenas do contato com a pele e
não necessariamente da penetração, é
importante o uso do preservativo desde o início da relação. Isso ajuda, mas
não oferece proteção total contra o
HPV. A vacinação, segundo a Organização Mundial da Saúde, é a principal
forma de prevenção contra o vírus.",
afirma.
O HPV se destaca como uma das
doenças sexualmente transmissíveis
mais comuns no mundo. Oito entre
dez mulheres sexualmente ativas contraem pelo menos um tipo do papilomavírus ao longo da vida. O Minis-
8
Há vacinas indicadas para meninas e jovens de 9 a 26 anos
tério da Saúde registra 137 mil novos
casos no país a cada ano. Hoje, o desenvolvimento da doença é responsável por 90% dos casos de câncer de
colo de útero.
Existem mais de 150 tipos (cepas) de
vírus, explica a Dra. Regina. A doença se
manifesta como verrugas nas regiões genitais de homens e mulheres. No entanto,
só os tipos mais suaves do HPV desen-
HCor Saúde
S a ú de da M u l her
A maioria das pessoas não apresenta nenhum sintoma ao contrair a
doença e, por isso, não procura tratamento. Esse comportamento é o
grande responsável pela disseminação do vírus
volvem tais sintomas. Os que atuam de
maneira imperceptível podem produzir
problemas mais sérios e levar ao câncer.
O Brasil é um dos líderes mundiais em incidência de HPV. As vítimas preferenciais são mulheres entre
15 e 25 anos, embora a doença também acometa os homens. O número
menor de registros no sexo masculino
pode ser explicado pela baixa procura
dos homens por serviços de urologia,
por preconceito ou falta de informação, o que tornaria a doença subdiagnosticada.
Há três formas de contrair o HVP:
em relações sexuais, por via sanguínea
ou por transmissão vertical (de mãe
para filho, na hora do parto). Discreta, a doença pode permanecer incubada
por um ano e, às vezes, por muito mais
tempo. Assim, é difícil saber quando
o vírus foi contraído. A ginecologista
do HCor explica que o exame de Papanicolau pode detectar a doença desde
a fase inicial nas mulheres. "O Papanicolau é o primeiro exame indicado.
Quando a doença está em fase aguda,
ele é capaz de descobrir facilmente a
presença do vírus", afirma.
Nesse tipo de exame, recolhe-se um
material da parede do colo uterino para
análise em laboratório. Se houver resultados alterados, o ginecologista deve recorrer
ao exame de colposcopia para analisar o
colo do útero.
Para evitar que a contaminação pelo
HPV se transforme em câncer, é fundamental que as mulheres se submetam
ao papanicolau regularmente. Número
elevado de gestações, o uso de contraceptivos orais, tabagismo e infecção por
HIV ou outras doenças sexualmente
transmissíveis também podem favorecer o surgimento de tumores no colo do
útero.
Um levantamento realizado pelo
Instituto Nacional de Câncer (Inca)
mostrou que existem cerca de 18 mil
novos casos de câncer de útero a cada
ano no país. A maioria tem ligação direta com o HPV, como sugere outro
estudo realizado pelo Instituto Ludwig
de Pesquisas - um dos centros de excelência no assunto. Estima-se que nove
em cada dez casos de câncer de útero
tenha ligação com a presença de HPV
no organismo.
"A maioria das pessoas não apresenta
nenhum sintoma ao contrair a doença e,
por isso, não procura tratamento. Esse
comportamento é o grande responsável pela disseminação do vírus", alerta
a ginecologista do HCor. É importante
ressaltar que toalhas, roupas e superfícies
como a tábua do vaso sanitário também
favorecem a transmissão do vírus.
Entenda o HPV
Nome
Papilomavírus humano
Transmissão
Relações sexuais
Via sanguínea
Vertical (de mãe para filho,
no parto)
Sintomas
Não provoca dor e costuma
ser assintomático
Pode causar pequenas
verrugas
Risco
Pode evoluir para um câncer
de colo de útero
Prevenção
Vacina contra HPV, aplicada
em três doses, indicada para
meninas e jovens entre 9 e
26 anos
Diagnóstico
Exame de papanicolau.
Deve ser realizado uma vez
ao ano, depois do início da
vida sexual
9
Sala híbrida leva exames de
imagem para dentro do centro
cirúrgico
Novo modelo reúne tecnologia avançada para garantir mais segurança aos casos de alta complexidade
Sala híbrida para procedimentos cardiovasculares
P
or mais simples que seja a cirurgia,
é preciso que o paciente passe por
exames antes e depois do procedimento. Os exames anteriores vão ajudar
no planejamento da operação, enquanto
os exames posteriores servem para verificar
10
o sucesso das intervenções. Embora essa
rotina seja eficaz em casos simples, existem
diversos procedimentos cirúrgicos bem
mais complexos e delicados, que podem se
tornar mais seguros e eficientes com outros
modelos de acompanhamento.
Essa é a proposta das salas híbridas.
Elas levam os exames de imagem mais sofisticados que existem ao centro cirúrgico,
para que eles possam ser utilizados durante o procedimento. Assim, os cirurgiões
passam a usar imagens de alta resolução,
HCor Saúde
mat é ria de capa
Brain Suite, a sala híbrida para cirurgias no cérebro
atualizadas em tempo real. Na prática, o
médico ganha um olhar ampliado do problema. Em casos de tumores do cérebro,
por exemplo, não são raras as situações
em que o câncer não é totalmente visualizado pelo cirurgião. Parte dele pode
ser deixado durante a cirurgia, tornando
necessária outra intervenção para retirá-lo
completamente.
"Dentro da sala híbrida, temos mais
controle da situação. Quando o procedimento termina, o paciente é analisado
com uma nova imagem de ressonância
magnética para garantir que a remoção
foi completa", explica Dr. Antonio De
Salles, neurocirurgião do HCor Neuro.
Em janeiro, o hospital inaugurou
um prédio com duas salas híbridas - uma
focada em procedimentos neurológicos
e oncológicos e outra para cirurgias cardiovasculares. A sala de neuro é chamada
de "Brain Suite" e reúne recentes conceitos de cirurgia de alta complexidade,
baseada em projetos desenvolvidos nos
Estados Unidos e na Alemanha.
Na sala híbrida para procedimentos cardiovasculares, o grande desafio
está na busca por soluções ainda menos
invasivas de tratamento. O Dr. Carlos
Pedra, cardiologista do HCor, explica
que as imagens de um raio X em três
dimensões, semelhantes às de uma tomografia, são sobrepostas e comparadas
por um sistema informatizado.
Essa integração de imagens é usada
como guia de navegação em cirurgias.
Com auxílio do software Econavigator, o ecocardiografista faz marcações
para garantir precisão milimétrica ao
intervencionista. "Isso possibilita uma
recuperação mais rápida do paciente,
pois a tecnologia aplicada ao procedimento o torna menos invasivo", explica Dr. Pedra.
Novos procedimentos
Os recursos desses modernos centros cirúrgicos dão margem para a criação de procedimentos ainda mais seguros e eficientes. “Conforme utilizamos
o espaço, encontramos a possibilidade
de novas aplicações como, por exemplo,
a broncoscopia (exame que visualiza o
sistema respiratório) por meio do cateterismo. É um aprendizado constante”,
revela Dr. Pedra.
11
Gamma Knife tem
precisão milimétrica para
radiocirurgia
Com essa
precisão toda,
temos mais
segurança para
tratar lesões
em regiões
extremamente
delicadas do
cérebro
Sala do Gamma Knife, no subsolo do edificio Dr. Adib Jatene
C
om uma precisão submilimétrica, o equipamento de
Gamma Knife dispara feixes estritos de radiação em
alvos extremamente pequenos do cérebro. Não é preciso anestesia geral e sequer incisões nesse procedimento. Hoje,
esse equipamento é considerado padrão ouro (gold standard) da
radioterapia e, em São Paulo, o primeiro foi colocado em uso no
Edifício Dr. Adib Jatene, inaugurado em janeiro.
"Já existem outros equipamentos que tentam alcançar a sua
precisão, mas até hoje nenhum deles obteve êxito”, comenta
Dr. Antonio De Salles, neurocirurgião do HCor Neuro. O que
12
confere tanta precisão ao Gamma Knife é sua capacidade de
fixar o paciente com uma espécie de guia na cabeça. Outros
equipamentos usam máscaras, que permitem deslocamentos de
até 2,0 milímetros. Parece pouco, mas já é suficiente para interferir no procedimento.
“Com essa precisão toda, temos mais segurança para tratar lesões em regiões extremamente delicadas do cérebro, como lesões
vasculares, malformações arteriovenosas, tumores da pituitária,
neurinomas do acústico, lesões do tronco cerebral, metástases e
tumores cerebrais em geral”, esclarece Dr. De Salles.
HCor Saúde
mat é ria de capa
Passarela liga complexo hospitalar HCor ao Edifício Dr. Adib Jatene
HCor inaugura edifício com estrutura para
tratamento de alta complexidade
O HCor inaugurou em janeiro um edifício de 13 andares e 5 subsolos, junto ao complexo do
Paraíso, na Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 130. Em homenagem ao diretor-geral do hospital, a unidade é chamada de Edifício Dr. Adib Jatene. Planejado para abrigar os novos centros
de neurologia e de oncologia do HCor, o novo edifício reúne tecnologias de ponta, que garantem mais precisão e segurança aos pacientes. A unidade tem 38 apartamentos para internação,
andar exclusivo para quimioterapia e centro de convenções para 210 pessoas. A construção
destaca-se pela passarela que integra a unidade ao complexo hospitalar. Cenário raro em São
Paulo, sua estrutura é composta por dois níveis, sendo que o inferior fica a oito metros da calçada. Entre os níveis, existe um jardim suspenso.
13
Pais devem incentivar vida saudável
para combater obesidade
Longe de ser apenas uma questão estética, a dieta hipercalórica e inadequada
transforma esses jovens em verdadeiras bombas-relógios para as doenças cardiovasculares
Participe das refeições do seu filho e aproveite a oportunidade para explicar a importância da boa alimentação
A
epidemia da obesidade não é
mais exclusividade dos adultos,
ela já atinge o universo infantil.
Levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou
que 51,4% dos meninos e 43,8% das me-
14
ninas, entre 5 e 9 anos, estão acima do
peso ideal.
Muitos fatores contribuem para esse
quadro preocupante. Nem sempre os pais
podem acompanhar a alimentação dos filhos de perto, por causa do dia a dia corri-
do. As crianças também estão mais sedentárias, porque a violência e o crescimento
das cidade estão minando as brincadeiras
ao ar livre. E o pior: nas longas horas em
que ficam assistindo à televisão ou jogando videogame, elas costumam recorrer às
guloseimas calóricas.
Além disso, muitas famílias estão deixando de ser bons exemplos de conduta.
Cerca de 50% dos brasileiros adultos estão
acima do peso, em meio a um cenário repleto de produtos industrializados, com o
apelo das redes de fast e os alimentos calóricos das cantinas escolares.
Contra isso, a Dra. Ieda Jatene, chefe
da Cardiologia Pediátrica do HCor, recomenda conscientizar a sociedade para o
problema: "A obesidade na infância e na
adolescência antecipa doenças da vida adulta, como os altos níveis de colesterol, o diabetes e a hipertensão, tornando esses jovens
pequenas bombas-relógios para as doenças
cardiovasculares".
Segundo a médica do HCor, o processo aterosclerótico (acúmulo de gordura
nas artérias) se instala ainda na infância.
"E a doença não só compromete as coronárias, mas as artérias renais e cerebrais.
Quanto antes instalados, esses danos
trazem uma série de complicações. Hoje
temos pacientes de 20 e 30 anos com ma-
HCor Saúde
Levantamento do IBGE
(Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística)
apontou que 51,4%
dos meninos e 43,8%
das meninas, entre 5 e
9 anos, estão acima do
peso ideal
nifestação de doenças coronarianas e aterosclerose, algo que não víamos no passado", ressalta.
A solução do problema
Não à toa que a programação do
Congresso da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), em
maio passado, reservou espaço para uma
nova discussão: a palestra "Formas de
doenças cardiovasculares na infância" foi
incluída na pauta, justamente para atualizar a sociedade médica.
"Ao longo dos últimos anos, os pediatras acompanharam uma transformação
que culminou no controle da desnutrição
para a obesidade. Antes, nossos pacientes
tinham apenas doenças cardíacas congênitas, hoje vemos adolescentes com maus
hábitos de vida que levam a doenças comuns no envelhecimento", esclarece. "Não
é fácil mudar os hábitos dos mais velhos,
mas educar as crianças mostrando a importância de uma alimentação saudável é uma
alternativa eficaz. Para tanto, precisamos
envolver, além dos jovens, pais, cuidadores, avós, professores, educadores físicos,
psicólogos, pediatras, nutricionistas e os
demais profissionais envolvidos com as
crianças", defende a médica.
N utri ç ã o
Reeducação alimentar,
não reestrição
É importante que os pais saibam:
crianças e adolescentes não devem se submeter a dietas restritivas porque estão em
fase de desenvolvimento e precisam de
uma alimentação variada e balanceada,
explica Rosana Perim, gerente de Nutrição do HCor. "O caminho de sucesso
na luta contra a balança se resume basicamente em quatro frentes de combate:
conscientização, educação, mudança de
hábitos à mesa e inclusão de atividade física no cotidiano."
Uma das alternativas é aumentar o
número de refeições à mesa reunindo a
família, as crianças e os adolescentes. "Alguns estudos já demonstraram que esses
jovens costumam comer de forma mais
equilibrada e possuem menos problemas
com o peso", argumenta Perim.
A prática de atividades físicas na infância é uma
forma de reverter o excesso de peso e garantir
uma vida adulta mais saudável
HORA DA REFEIÇÃO
•Prefira pães, massas e bolachas à
base de farinha integral: além de
proporcionar maior saciedade,
são ricos em fibra e auxiliam no
funcionamento do intestino.
•Substitui os doces industrializados
por frutas da estação ou secas: é
uma forma de suprir a vontade de
comer algo adocicado.
•Opte por sorvetes à base de frutas
que são menos calóricos.
•No lugar de refrigerantes e sucos
prontos (ambos ricos em açúcar e
sódio), opte por água e sucos naturais.
•É possível preparar o hambúrguer
em casa e assá-los ao em vez de
fritar. O mesmo vale para a batata
frita e outros frituras.
•Troque as bolachas recheadas por
aqueles sem recheio - com menos
gordura, açúcar e sódio.
•Para não oferecer sempre os salgadinhos industrializados, uma opção é trocá-los por vegetais cortados em formatos pequenos, como
cenoura, tomate, pepino - temperados com sal e azeite são ótimos
petiscos para serem devorados na
frente da TV.
•Ensine os pequenos a se alimentarem a cada 3 horas com opções
saudáveis, como frutas, vitaminas
ao leite, iogurtes, queijos magro.
•Não faça drásticas restrições,
use o bom senso, uma vez ou
outra, petiscos podem fazer parte
da dieta.
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Saiba como prevenir riscos
da Hepatite C
A contaminação pode
acontecer por transfusão
de sangue e outros
instrumentos cortantes,
como as ferramentas da
manicure
Os instrumentos da manicure devem estar devidamente esterilizados para
evitar a transmissão da doença
A
hepatite C é uma doença que
estima-se atingir 180 milhões
de pessoas no mundo, das quais
cerca de três milhões seriam brasileiros.
Doença inicialmente silenciosa, ela costuma evoluir para um quadro crônico sem
ser diagnosticada em 85% dos casos. O
diagnóstico precoce favorece o sucesso de
tratamentos para o controle dos sintomas e
do avanço da doença.
"A contaminação pode acontecer por
transfusão de sangue e outros instrumentos cortantes, como as ferramentas da manicure", alerta a hepatologista Dra. Edna
Strauss, do HCor. Para se proteger, a mé-
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dica sugere algumas alternativas, como usar
instrumentos próprios ao fazer as unhas ou
ir apenas a manicures que tenham equipamentos apropriados de esterilização.
Para reforçar os cuidados com esse tipo
de serviço, o Ministério da Saúde recomenda às manicures lavar as mãos antes e depois
de cada procedimento, não reutilizar lixas
de unhas nem palitos de madeira, trocar
revestimentos de plástico e lavar bacias de
mãos, usar toalhas limpas para cada cliente,
esterilizar alicates, espátulas e outros instrumentos de metal, em estufas ou autoclaves.
Cerca de 30% dos contágios de hepatite C acontecem por meios desconhecidos.
Por isso, a especialista recomenda não compartilhar objetos como escovas de dentes,
agulhas de acupuntura e aparelhos de barbear, além do uso de preservativos nas relações sexuais.
A doença é caracterizada pela inflamação
do fígado na infecção aguda e fibrose, nos casos crônicos. “Seus sintomas iniciais podem
ser confundidos com os da gripe: febre, dores
no corpo, náusea e falta de apetite. Atualmente, em São Paulo, estima-se a existência de 156
mil pessoas infectadas pelo vírus da hepatite
C”, afirma a Dra. Edna.
Uma vez diagnosticada, a doença requer tratamento medicamentoso, realizado
com antivirais. É necessário pelo menos seis
meses de tratamento, sendo que em muitos
casos, o uso dos medicamentos se prolonga
por até 12 meses. Se a pessoa ainda não tiver desenvolvido cirrose, a chance de cura é
alta, chegando a até 70%.
Para comprovar a eliminação do vírus,
é preciso esperar seis meses após o término
do tratamento para ser submetido a novos
exames. Na literatura médica, as chances
gerais de cura variam entre 40% e 60%. O
início do tratamento costuma gerar algumas reações adversas, como náuseas, perda
de cabelo, febre e dores no corpo, como
uma gripe forte.
HCor Saúde
T ecnologia m é dica
HCor reduz dores crônicas
em pacientes com aplicação
de técnica inovadora
Tratamento não-invasivo com "ondas de choque" elimina a dor em casos de lesões e inflamações
crônicas. Método estimula a regeneração de tecidos moles e ósseos
U
m dos maiores desafios da medicina atualmente é a busca por tratamentos não-invasivos, que possibilitem uma
recuperação mais rápida e efetiva do paciente. Nesse
cenário, o tratamento com "ondas de choque" desponta como alternativa promissora para combater dores crônicas.
"As ondas de choque normalizam a circulação sanguínea e
estimulam as células em regiões debilitadas do organismo, fazendo
com que elas voltem a se reproduzir de maneira saudável. Assim,
inicia-se um processo de regeneração dos tecidos tratados, evitando medicamentos e procedimentos invasivos", explica o fisiatra do
HCor, Dr. Gilson Shinzato.
Por mais incapacitantes e persistentes que sejam as dores, a
grande maioria dos pacientes já observa algum alívio na aplicação
inicial, e obtém a cura até a terceira sessão de tratamento. Casos
com muitas áreas inflamadas precisam de mais sessões.
O tratamento utiliza um equipamento similar ao ultrassom,
que também faz as aplicações através da pele, com gel comum. A
intensidade das ondas é aumentada gradualmente, de acordo com
a tolerância do paciente. "As ondas inibem das fibras nervosas finas que conduzem a dor, o que gera sensação de alívio em poucos
minutos. Não é preciso nenhuma anestesia", destaca Dr. Shinzato.
O paciente é liberado com recomendação de repouso nos primeiros dias para aproveitar o efeito antiinflamatório e regenerativo
que ocorre nas primeiras 48 horas. As sessões se repetem com intervalos semanais ou quinzenais.
O sistema é considerado o mais versátil no mercado mundial
e oferece tratamento abrangente através de dois tipos de ondas de
choque: as focais e as radiais. O primeiro tipo tem maior energia,
atinge tecidos mais profundos e trata problemas como tendinites com calcificações, fascites, inflamações nas inserções tendíneas
(entesites), pontos-gatilho de dor miofascial mais profundos, além
de retardo de consolidação em fraturas.
Paciente recebe aplicações de ondas acústicas em região
afetada pela dor crônica
Já as ondas de choque radiais são geradas por mecanismo pneumático, e têm sua excelência nos tecidos mais superficiais como a pele, as
inserções de tendões e tecidos musculares de menor profundidade.
Como surge a dor crônica
A dor se torna crônica após alguma lesão ou degeneração tecidual quando há dificuldade no processo natural de regeneração,
não ocorrendo a cura espontânea. É comum o atendimento de pacientes com dores muito crônicas em várias regiões do corpo, que
não responderam aos tratamentos convencionais. “Só quando se
tratam completamente os quadros inflamatórios dos tendões e das
articulações é que as dores musculares se resolvem, pois são consequência de uma reação de defesa do organismo ao redor das áreas
inflamadas”, afirma o fisiatra.
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E stud o naci o na l
Cardápios regionais são criados
para proteger o coração
Dieta cardioprotetora brasileira tem eficácia pesquisada em todo o país pelo HCor
C
omer os alimentos certos é uma
das mais importantes armas
contra doenças cardiovasculares.
Existem alimentos reconhecidos cientificamente por terem propriedades cardioprotetoras, ou seja, eles promovem benefícios ao
organismo que impactam positivamente na
saúde do coração. Um exemplo é o salmão,
rico em ômega-3, que reduz os índices de
colesterol ruim (LDL) e aumenta o colesterol bom (HDL).
O salmão é um dos principais protagonistas da dieta mediterrânea, assim como o
vinho, as nozes e o azeite. Essa dieta é baseada no padrão alimentar de moradores da região mediterrânea e, após diversos estudos,
foi reconhecida como uma das melhores
dietas para prevenção e controle de eventos
cardiovasculares. Contudo, os alimentos
disponíveis lá têm preços mais elevados no
Brasil, o que dificulta seu acesso.
Para contornar o problema, um grupo de nutricionistas do HCor elaborou
centenas de receitas com alimentos que
sejam cardioprotetores e acessíveis à mesa
do brasileiro. Os pratos consideram, inclusive, as diferenças regionais do país.
Esse trabalho é parte de um amplo estudo, que envolve 40 centros de cardiologia
no país. "Em cada centro, 50 pacientes
serão acompanhados por um ano. São
cardiopatas com mais de 45 anos, ou seja,
são pessoas que já passaram por algum
evento cardiovascular, como o infarto",
18
A sopa de
capeletti é uma
das receitas
criadas pela
Nutrição do
HCor, composta
por alimentos
com propriedades
cardioprotetoras.
Existem outras
receitas criadas
com base na
diversidade
gastronômica
de cada região
do país, para
que a dieta
cardioprotetora
seja acessível em
qualquer parte
do Brasil
explica Rosana Perim, gerente de nutrição
do HCor e responsável da pesquisa.
Essa já é a segunda fase da pesquisa. Na primeira, o Instituto de Ensino e
Pesquisa (IEP) do HCor verificou a eficácia de algumas receitas em pacientes
de São Paulo. Com o estudo, realizado
em parceria com o Ministério da Saúde, espera-se que a dieta cardioprotetora do HCor possa ser prescrita contra
problemas do coração. Hoje, as doenças
cardiovasculares são a principal causa de
morte no país, responsáveis por mais de
29% dos óbitos.
HCor Saúde
N O TA S
IEP recebe prêmio
do Ministério da Saúde
O
Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do HCor recebeu em
dezembro o Prêmio Ciência e
Tecnologia para o SUS. A entrega aconteceu em Brasília, em reconhecimento ao
projeto Bridge, que prevê melhorias no
atendimento a casos de infarto. A pesquisa teve participação de 34 hospitais
públicos e conseguiu reduzir em 20% a
mortalidade por infarto.
O estudo já havia conquistado repercussão internacional. Ele fora apresentado em Chicago (EUA), na sessão
principal do Congresso do Colégio
Americano de Cardiologia, e também
fora publicado pelo JAMA, uma das
mais importantes revistas científicas de
ciências médicas.
O prêmio foi entregue pelo ministro
da Saúde, Dr. Alexandre Padilha, ao diretor do IEP-HCor, Dr. Otávio Berwanger. “Ficamos extremamente felizes com
tamanha honraria, a qual demonstra a
nossa estratégia acertada de buscar a diferenciação por meio da geração de conhecimento relevante e que tenha alto
impacto científico”, diz o Dr. Berwanger.
O infarto representa a principal causa de
morte no país, responsável por cerca de
140 mil óbitos anualmente.
Dr. Otávio Berwanger apresenta o projeto Bridge
nos Estados Unidos
Dr. Eduardo Sousa é homenageado
nos EUA por inovações na cardiologia
A
Fundação de Pesquisa Cardiovascular (Cardiovascular Research Foundation), entidade
norte-americana dedicada à promoção
de inovações na cardiologia, homenageou
o Dr. José Eduardo Sousa, cardiologista
do HCor, que utilizou pela primeira vez
em humanos o stent farmacológico. A
homenagem aconteceu no jantar anual
da entidade, o Annual Pulse of the City
Gala, em Nova York (EUA), no dia 13 de
dezembro.
Convidado especial do evento, o
Dr. Sousa é mundialmente reconheci-
do por diversas inovações na medicina,
entre elas a utilização do stent farmacológico. Trata-se de uma versão aperfeiçoada do stent convencional, que libera
medicamento diretamente no local da
obstrução.
Além disso, o Dr. Sousa realizou em
todo o mundo o primeiro implante de
stent convencional, em 1987. O procedimento é feito por cateterismo, evitando,
assim, complexas e delicadas cirurgias
cardíacas. Essas conquistas representaram
um grande salto para a cardiologia brasileira, com repercussão mundial.
Dr. Eduardo Sousa recebe homenagem
nos Estados Unidos
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A tecnologia das salas híbridas de cirurgia