Instituto Cultural Judaico
Marc Chagall
Boletim nº 39
Edição Julho 2015
Destaques dessa Edição
Resumo das Histórias de Vida
homenageando os nascidos no ano de 1915
Págs. 5-6
rias:
ó
m
e me
d
ivo
ú
t
a
a
b
m
Do
nfor
i
m
i
let
-15
o bo
4
1
.
Págs
E mais:
Exposiç
ão Gráf
Sibemb
erg
Pág. 7
Pesquisadores
ica
Dicas Culturais
Equipe ICJMC
Biblioteca
Parcerias e Projetos
3
Instituições da Comunidade
O Clube Campestre
Na década de 1950, grande parte da comunidade judaica
estava radicada no bairro Bom Fim e frequentava as programações
socioculturais do Circulo Social Israelita (CSI) e desportivas do Grêmio Esportivo Israelita (GSI). Nos finais de semana, as áreas de lazer junto à natureza, na Zona Sul da cidade, eram as preferidas da
comunidade judaica. Por isso, um pequeno grupo desejou ir além das idas e vindas às proximidades do Guaíba. A
partir dessa vontade, iniciaram a busca por um espaço de lazer fixo, que atendesse a esta demanda. Algumas ofertas
foram cogitadas para compra, como as áreas próximas ao Lar Maurício Seligman e a sede da boate Mil e Uma Noi-
tes, todavia ambas foram rechaçadas em virtude da distância da água. Os fundadores da entidade justificam a eleição do local onde o clube se encontra da seguinte maneira:
[...] O que nós queríamos, unicamente, era criar uma área de lazer para as nossas famílias, onde se pudesse
conviver com conforto e segurança. [...] Nós éramos apenas um pequeno grupo de amigos que pretendia construir uma sede de lazer para descansar nos fins de semana. [...] Quero falar sobre a escolha do local. Nós costumávamos procurar os bairros da Zona Sul de Porto Alegre para descansar, principalmente em dias quentes.
Então, nós queríamos um lugar a beira do rio e próximo a avenida. [...] Honestamente, eu nunca imaginei que
O Campestre iria se transformar nessa obra portentosa, gigantesca.[...] Uma das grandes satisfações que eu tenho é ver o entusiasmo dos meus filhos e netos em irem ao Campestre nos fins de semana.[...] As bases para a
fundação do Club Campestre foram lançadas no dia 22 de agosto de 1958, em uma assembleia na residência
de Natalio Broide. Além dele, participaram, como fundadores, Joeli Back, David Gerchman, William Schneider,
José Knijnik, Isaac Knijnik, Samuel Burd, Wilson Grimberg, Miguel Barchamovitch, Abrão Grimberg e Henrique Scaletski. Abrahão Steinbruch, ausente da reunião também é um dos partícipes. A intenção primeira do
grupo era a de construir para a comunidade judaica uma sede de campo para o lazer semanal. Na época, nem o
Grêmio Esportivo Israelita e nem o Circulo Social, supriam essa carência. (O Campestre, 1998, nº 49, p. 8-9)
O Clube Campestre tem uma longa história, afinal, está próximo da sexta década de existência. As primeiras
gerações de sócios já não são presença assídua em sua sede, mas
os jovens da comunidade vêm assumindo sua direção e reconfi-
gurando a sua organização. Nas últimas décadas, a Instituição
passou por acréscimos, inclusive em relação a sua extensão, com
a compra de áreas contíguas e sucessivas obras. Seus espaços internos foram mudando de uso e o clube nunca parou de crescer e
realizar melhorias. Atualmente, a estrutura do Campestre conta
com “31 mil m² de área verde no coração da Zona Sul de Porto
Alegre; salão de festas com dois ambientes climatizados e capacidade para até 400 convidados; gastronomia com a equipe de Joaquim Aita; três piscinas (semiolímpicas, média e infantil); campo
de futebol com iluminação e grama natural; ginásio poliesportivo (com arquibancadas para 600 pessoas); salão de festas com
churrasqueira (espaço coberto); duas quadras de tênis cobertas e duas quadras de tênis abertas; duas quadras de
pádel cobertas; playground infantil; churrasqueiras ao ar livre na beira do Guaíba e estacionamento”.
4
Há poucos anos, o nome do Clube Campestre modificou-se para Clube Campestre Macabi. De acordo
com informações fornecidas pela entidade a alteração ocorreu:
“Em 2005, pois existia dentro da comunidade um grupo de jovens responsáveis pela instituição Macabi RS,
que representava os ideais judaicos, cujos integrantes se reuniam para jogar futebol e participar de torneios. Além disso, esse grupo era associado à Confederação Brasil Macabi e à World Union Maccabi,e organizava a participação gaúcha em Macabíadas Nacionais, Panamericanas e Mundiais. Então, esses jovens foram convidados a se juntar ao Clube Campestre, assumindo a sua direção. Em 17/11/2005, por meio de
uma Assembleia Extraordinária, foi ratificada a decisão do Conselho Deliberativo de incorporar o nome
Macabi ao do Clube Campestre, passando a denominação estatutária do clube para Clube Campestre Macabi.”
Diferentes gerações já passaram pela direção do clube. A atual gestão administrativa, eleita em abril de
2015, com mandato até abril de 2017, é composta pelo presidente Telmo Joel Golbspan; vice-presidente administrativo financeiro: Claudio Rubens Steimez; vice-presidente de esportes: Felipe Groisman Sieben; vicepresidente social: Ilton Cesar Kinijnik e pelos diretores adjuntos: Bernardo Strazas e Marcelo Bondar.
Referências:
*
O Instituto Cultural Judaico Marc Chagall possui alguns números do jornal O Campestre e da revista que leva o mesmo
nome. Esses impressos, ricos em informações, circularam para os sócios do clube, durante algum tempo e auxiliaram na
síntese da história desta associação, além da contribuição de informações fornecidas pela secretaria do Clube, a quem agradecemos.
Relembrando o passado. O Campestre. Porto Alegre, set. 1998. Nº 49, Edição comemorativa p. 8-9.
EQUIPE ICJMC
No mês de julho, a equipe do Instituto Cultural Judaico
Marc Chagall despede-se dos estagiários Adriano Bier e Carolina
Francisco Pelisoli. Adriano é graduando do curso de História da
UFRGS e realizou o estágio obrigatório do 7º semestre no ICJMC. O
estudante frequentou a instituição todas as quartas-feiras, de março a julho, e pode auxiliar na elaboração dos resumos das Histórias
de Vida para os boletins, participar da organização da exposição
sobre a Gráfica Sibemberg, entre outras atividades. Já a estudante
Carolina está no 5º semestre do curso de História da PUCRS e tra-
balhou como estagiária durante um ano e meio, colaborando em
diferentes tarefas, entre elas a digitalização dos microfilmes da ICA,
a organização e catalogação de arquivos particulares, de arquivos
de história contemporânea e de bens musealizados. Além disso, co-
laborou na pesquisa sobre a Gráfica Sibemberg e auxiliou, por diversas vezes, nas pesquisas dos textos preparados para os informativos do ICJMC. No mês de agosto, Anielly Tedesco,
estudante do 5º semestre do curso de História da PUCRS, iniciará um estágio no ICJMC, substituindo Carolina, que
está de partida para um intercâmbio no exterior.
5
HISTÓRIAS DE VIDA
Sara Nudelman
Sara nasceu em Porto Alegre, em 15 de novembro de 1915. Seus avós imigraram por meio da ICA, fugidos
dos pogroms que perseguiam os judeus no Leste Europeu. Os pais de Sara conheceram-se e casaram-se em Philippson, embora ambas as famílias fossem oriundas da Bessarábia. Ele trabalhava como mascate e ela como dona de
casa. Após morar algum tempo em Quatro Irmãos, o casal mudou-se para Porto Alegre, onde teve sete filhos, sendo
Sara a segunda mais velha. Uma de suas memórias de infância mais vivazes remete-se a uma época anterior à dos
postes elétricos, quando homens corriam com escadas ao redor das ruas para acender as luzes ao anoitecer. Aos
oito anos, sua família mudou-se para Pelotas, onde ela deixou a escola muito cedo. Por ser uma jovem alta, Sara
conseguiu trabalhar dos treze aos dezesseis anos numa loja, sem que os patrões desconfiassem que ela ainda estava
em idade escolar. Mais tarde, quando tinha cerca de dezoito anos, Sara retornou a Porto Alegre, ao lado dos pais e
irmãos, e passou a trabalhar como costureira em diversas alfaiatarias. Nessa época, década de 1930, Sara observou
a difícil convivência da comunidade judaica com os integralistas, que começaram a ocupar cada vez mais espaços
no Bom Fim. Chegou a passar pela experiência de comerciantes recusarem-se a atendê-la pelo fato de ser judia. Em
1937, Sara casou-se com um rapaz de origem russa, que representava a equipe israelita nos jogos de futebol do
Bom Fim. Ele trabalhava como lustrador de móveis e, posteriormente, conseguiu abrir uma fábrica de móveis. O
casal teve quatro filhos: Jaime, que trabalhou como gerente no comércio do pai; Ênio, que trabalhou num escritório
de representações; Carlos, que se tornou pediatra; e Luís, que se tornou instrutor de Educação Física e abriu uma
academia. Após muitos anos de casamento, Sara e o marido se desquitaram. Sara passou a participar ativamente do
programa “Viva a Vida”, ligado ao Círculo Israelita. As atividades do programa envolviam reuniões de senhoras pa-
ra conversar, tomar chá, fazer crochê e mobilizar-se em prol de instituições de caridade. Sara assumiu uma função
na diretoria do programa, que também lhe permitiu reencontrar-se com amigas da juventude e entrar em contato
com o Lar dos Velhos.
Mayer Nahum
Mayer Nahum nasceu em 20 de fevereiro de 1915 em Magnsia, na Turquia. Seu pai, Benjamin Nahum, era
um homem de posses e cultivava vinhas e grãos. Mayer teve uma infância boa e recorda-se dela com felicidade,
principalmente dos verões passados nas colheitas do pai. Entretanto, esse período foi interrompido quando, em se-
tembro de 1922, durante a Guerra Greco-Turca (1919 – 1922), os turcos, na tentativa de libertar a região que havia
sido tomada pelos gregos, invadiram a cidade. Após inúmeros combates, os gregos, em retirada, atearam fogo nas
cidades. Durante o conflito, templos e escolas foram incendiados e muitos tiveram que imigrar para Smirna apenas
com os objetos pessoais que conseguissem salvar. A situação econômica do pai de Mayer, que havia perdido suas
posses no incêndio, não era boa, por isso, em 1926, imigraram para o Cairo, no Egito, onde tinham alguns parentes.
O pai conseguiu trabalho e Mayer pode continuar seus estudos e chegou a ingressar no curso de Direito, mas não
chegou a conclui-lo. Acabou tornando-se um importante comerciante atacadista e levou uma vida tranquila até o
início da guerra da Independência de Israel, em 1948, quando começaram as discriminações aos judeus por parte
dos árabes radicais. Nahum relata que não conseguia ir à sua loja de tecidos, pois os vizinhos lhe lançavam pedras e tomates. As perseguições que sofriam e o agravamento de sua situação econômica, com o fechamento se sua loja por parte do
governo, foram os motivos para sua decisão de sair do Egito. Então, em 1957, imigrou para o Brasil. Vieram com ele
6
sua esposa Estrea Mazliacm Nahum, os quatro filhos, o pai, a irmã e o cunhado. Chegaram em novembro do mesmo
ano ao porto de Santos, e com a ajuda da Hayas, foram para a cidade de São Paulo, onde ficaram em uma hospedaria
de imigrantes. Os primeiros dias no Brasil não foram como o esperado, pois viram como seria difícil achar acomodação e trabalho para uma família numerosa, além disso a incerteza do futuro era desoladora. A situação começou a
melhorar quando, aconselhados pela Hayas, vieram para Porto Alegre onde poderiam encontrar melhores oportunidades. Ao chegar ao aeroporto Salgado Filho foram recebidos por um comitê da SIBRA. Apesar das diferenças culturais que encontraram no Brasil, não houve problemas de adaptação. Na capital gaúcha, Mayer começou a trabalhar
como representante comercial vendendo tecidos, deu aulas de francês e inglês e iniciou uma produção de doces e
salgados.
Pedro Wainer
Pedro Wainer nasceu em 03 de maio de 1915 na cidade de Sernik, Polônia. Seu pai, Samuel Wainer, viajava
muito tendo em vista que seu ofício era transportar madeira da sua cidade para a Alemanha. Entretanto, com I Guerra
Mundial e as fronteiras entre os países aniquiladas, foi obrigado a parar com as viagens e abriu uma loja onde vendia
todo tipo de utensílios. Pedro vivia na Polônia com os pais e mais dez irmãos. Na pequena cidade de Sernik a comunidade judaica era grande e havia sinagoga, escola, celebração das festividades e companhias de teatro geridas por jovens. Na escola regular as aulas eram ministradas em russo, mas também existiam os colégios israelitas que, geralmente, eram propriedades privadas mantidas pela comunidade com professores particulares. Foi em uma dessas casas
que Pedro estudou o judaísmo, mas durante pouco tempo, pois aos onze anos a família decidiu emigrar. Após a eclosão da I Guerra Mundial o convívio com os russos ficou mais difícil, pois os judeus começaram a sofrer perseguições.
Muitos foram presos injustamente, tiveram seus estabelecimentos invadidos e destruídos entre outros tipos de agressões. Foi em um destes episódios de violência que um dos irmãos de Pedro foi morto ao tentar ajudar uma de suas irmãs. Em meio aos rumores da iminência de uma nova guerra, o pai de Pedro decidiu que a família deveria emigrar.
Então, por volta de 1926, por intermédio do Sr. Ioschpe, conhecido da família, saíram de Sernik para a Alemanha, e de
lá para Havre, na França, onde embarcaram em um navio rumo ao Brasil. Chegaram antes da Páscoa no Rio de Janeiro
e esperaram alguns dias até formarem um grupo de aproximadamente 40 famílias para poder seguir rumo a Porto
Alegre. Da capital gaúcha pegaram um trem para Santa Maria e de lá para Philippson, em seguida foram levados para
Quatro Irmãos e finalmente chegaram à colônia de Barão Hirsh, região com muita mata e terra a ser cultivada. Na
colônia receberam uma casa pronta, uma vaca, um cavalo e uma carroça. Plantaram feijão, arroz, milho, trigo e árvores frutíferas. No início o trabalho e a adaptação foram difíceis, mas com a ajuda de alguns brasileiros aprenderam
muito sobre o novo país e, principalmente, sobre a língua portuguesa. Depois de dois anos morando em Barão Hirsh
com a família, Pedro decidiu ir para Quatro Irmãos trabalhar na carpintaria do irmão, onde permaneceu por dois
anos. Em 1930, após uma carta do irmão falando sobre Porto Alegre, decide mudar-se para a capital. Na nova cidade
arrumou um emprego de marceneiro no estabelecimento de um casal que também lhe arrumou um lugar onde morar. Trabalhou por dois anos e após foi para a Móveis Friedmann, onde foi empregado por muitos anos até montar seu
próprio negócio de móveis em sociedade com Jaime Edner e Samuel Wainer. Dois anos depois a sociedade foi desfeita.
Aos 25 anos Pedro casou com Manoela Wainer e ambos decidiram ir para Passo Fundo com os filhos, pois achavam
que a vida na capital explorava muito o trabalhador. Em Passo Fundo, fez uma nova sociedade com o irmão no ramo
da marcenaria. Depois de 17 anos voltou para Porto Alegre, pois os filhos queriam entrar para a faculdade. Pedro
nunca foi praticante da religião judaica em função da vida corrida, mas após o falecimento de Manoela, começou a
rezar o Kadish e passou a frequentar a sinagoga e comemorar as datas festivas. Alguns anos após o falecimento de
Manoela, Pedro casou com Sofia Kurt, também viúva e imigrante polonesa.
7
EXPOSIÇÃO GRÁFICA SIBEMBERG
No dia 18 de maio comemora-se o Dia Inter-
nacional de Museus. Por este motivo, o Instituto Brasileiro de Museus organiza a Semana Nacional de
Museus, com o objetivo de incentivar a aproximação
entre sociedade e museus e mobilizar os museus brasileiros a desenvolver atividades especiais como exposições, palestras, oficinas, seminários e ações educativas. Desde 2006 (com exceção do ano de 2014), o
Instituto Cultural Judaico Marc Chagall tem participado dessa programação, com alguma atividade específica.
Neste ano de 2015, o ICJMC realizou a expo-
sição “Gráfica Sibemberg: pioneira na impressão bi-
língue português-hebraico”. A mostra continha sete
banners, que visavam recuperar a história da imprensa escrita, especialmente a tipográfica, e a me-
mória da Gráfica Sibemberg. Foram expostos tambémde objetos marcantes, como os tipos gráficos em
caracteres hebraicos e os materiais usados para impressão de figuras emblemáticas do judaísmo, bem
como amostras de cartões bilíngues produzidos na
gráfica.
Na abertura da exposição, ocorrida no dia 18
de maio, o senhor Salomão Sibemberg, fundador e
proprietário da Gráfica, falou ao público sobre a história da tipografia e sua utilização na época da imigração judaica e na formação das comunidades no
estado e para o Brasil..
Durante o período em que esteve aberta ao
publico, 18 de maio a 18 de junho, a exposição foi
vista por cerca de 100 pessoas. Além disso, os alunos
do Colégio Israelita Brasileiro puderam fazer uma
visita à Gráfica, onde o sr. Salomão mostrou-lhes o
funcionamento das máquinas de impressão, incluindo uma relíquia do século XIX, e conheceram um
pouco mais sobre a história da imprensa escrita.
8
Professora da Universidade Hebraica de Jerusalém faz palestra em Porto Alegre
No dia 07 de julho, no auditório da FIRS, ocor-
reu a palestra proferida pela professora Ruth
Fine, da área de literatura, da Universidade
Hebraica de Jerusalém. O público, composto
por cerca de 50 pessoas, pode escutá-la explanar sobre Dona Gracia Nasi, uma das mais
nobres mulheres judias da Europa renascentista, que se casou com um banqueiro internacional da eminente dinastia da família Mendes. O evento foi uma parceria entre o ICJMC,
o Centro Hebraico Riograndense e a FIRS. A
professora Ruth também realizou de uma pa-
lestra (08/07) na Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Campus do Vale, sobre a fé no
universo literário de Jorge Luis Borges, que
contou com a participação de estudantes do
Programa de Pós-Graduação em Sociologia e
do Programa de Pós-Graduação em Letras.
PRINCIPAIS PESQUISAS NA INSTITUIÇÃO
O ICJMC é um centro de referência para pesquisadores da temática judaica, reconhecido nacional e internacionalmente. No último trimestre vieram à Instituição:

Micaele Scheer – UFRGS - Interesse: médicos judeus

Lucas Silva da Rosa - PUCRS - Interesse: imigrantes judeus de Portugal

Rafael Leite Alvarez Júnior - Interesse : comunidade judaica e o integralismo no
RS

Rodrigo de Azevedo Werner - FEE - Interesse: migrações rurais-urbanas entre
1943-1963


Rosa Vidal - Instituto Goethe - Interesse: Acervo Particular Herbert Caro
Carolina Argenti Rocha - Interesse: Arquivo Institucional União Israelita Porto
Alegrense e Acervo Iconográfico
9
BIBLIOTECA ICJMC
A Biblioteca do ICJMC, organizada pela voluntária Paulete
Golbert, conta com um acervo de mais de mil livros em diversas línguas (português, francês, inglês e espanhol) sobre
temática judaica, além de teses e dissertações acadêmicas. É
hoje uma referência, constituindo-se num valioso acervo
para pesquisadores interessados em investigar os diferentes
aspectos da história e da vida dos judeus no Brasil.
No mês de maio a biblioteca da Instituição recebeu uma
valiosíssima doação de livros que pertenceram a Klaus e
Zelda Oliven. O ICJMC agradece aos filhos do casal Ruben,
Judith, Daniel e Gabriel pela doação que enriqueceu o
acervo bibliográfico, com cerca de 120 livros que envolvem
as áreas de literatura, história, artes e religião, entre outros
assuntos.
ICJMC é parceiro na exposição ‘Deportados’
O Consulado Geral do Uruguai, em parceria com Instituto Cultural Judaico Marc Chagall, B’nai B’rith e
Colégio Israelita Brasileiro, realizou a expo-
sição Deportados, com obras do artista uruguaio Roberto Saban. Na mostra ele retratou
a busca intensa sobre os destinos dos avós
paternos, perseguidos e deportados durante
a Segunda Guerra Mundial. Saban, por meio
de suas obras, trouxe centenas de materiais
como cartas, fragmentos de jornais, fotografias e seres anônimos que retratavam as lem-
branças e revelações familiares. Eram respostas oficiais sobre os destinos dos parentes,
reconstrução de testemunhos e de perfis trabalhados pelo artista com a utilização da técnica da colagem. A mostra apresenta-
va elementos surpreendentes, e também, quase humorísticos, como brinquedos e pequenos objetos. A visitação
esteve aberta ao público de 19 de junho a 15 de julho no Museu de Direitos Humanos do Mercosul.
10
Projetos e Parcerias ICJMC
No dia 13 de julho, as representantes do ICJMC, Anita Brumer e Ieda Gutfreind, receberam as professoras
Dóris Bittencourt Almeida (PPG Educação UFRGS) e Luciane Grazziotin (PPG Educação Unisinos) para uma reunião. O encontro visava estabelecer uma parceria entre o grupo de pesquisa das docentes e a Instituição. Há interesse, por parte das pesquisadoras, em abrir um projeto de pesquisa junto ao Conselho Nacional de Pesquisa
(CNPQ) sobre o Acervo de História Oral, no qual seriam previstos recursos para transferência do áudio das entrevistas, atualmente em fitas k7, para uma mídia mais moderna e fácil de preservar. Além disso, esse projeto viabilizaria uma ampla investigação no campo de história da educação da comunidade judaica no RS, assunto ainda
pouco explorado nas Universidades. A professora Dóris Almeida, com base na documentação do ICJMC, apresentou no VIII Congresso Nacional de História da Educação, realizado na Universidade Estadual de Maringá entre os
dias 29 de junho e 02 de julho, o trabalho “No rastro de narrativas do povo judeu: o acervo de História Oral do
Instituto Cultural Judaico Marc Chagall (Porto Alegre/RS 1985-1995).”
No dia seguinte, 14 de julho, o ICJMC recebeu a visita da artista plástica argentina Rosa Groisman. A
reunião teve como intuito discutir a possibilidade de realização de uma exposição de arte no Instituto durante a
14ª Semana Nacional de Museus prevista para ocorrer em maio de 2016. As primeiras ideias foram trocadas entre as representantes do ICJMC e a artista e ambas as partes se entusiasmaram com a ideia de formular um projeto que contemple a exposição dos vitrais, a edição de um vídeo mostrando as técnicas da arte em vidro, a visitação de escolas e a realização de pequenas oficinas. Rosa é judia, nascida em Rosário, Argentina e radicada em
Porto Alegre desde 1979. Fez os vitrais dos templos do Colégio Israelita e da SIBRA, assim como os relevos em
metal colocados nas mesas do culto cerimonial da mesma Instituição. Ela trabalha com arte em vidro, vitrais,
pintura em vidro, tela e papel, escultura, murais, joias. Seu ateliê localiza-se na Rua Silveiro, nº 1124 no bairro
Menino Deus.
Painel Compromisso Moral e Lições de Solidariedade
No último trimestre, o ICJMC, em parceria com a B’nai
B’rith, deu continuidade às apresentações do Painel Compromisso
Moral e Lições de Solidariedade. O grupo participou de seis atividades em escolas da rede pública e privada do Estado, além de
instituições de ensino superior. Destaca-se também que, no dia
19 de maio, no auditório da FIRS, ocorreu a gravação de um programa piloto da CCTV (China Central Television) com os palestrantes do Painel. As coordenadoras do projeto Ieda Gutfreind
(ICJMC) e Liana Richter (B’nai B’rith) foram procuradas pela produtora Tatiana Polastri da CCTV Latin America para viabilizarem
essas entrevistas. A CCTV é a maior estação de televisão da China,
tendo iniciado suas transmissões em 1958. Atualmente possui
uma rede de 25 canais com 70 escritórios espalhados pelo mundo
e acessíveis para cerca de um bilhão de espectadores.
11
Os Israelenses
Israel é um pequeno país que abriga 0,11% da população do mundo, mas, ainda assim,
capta grande parte da atenção dos meios de comunicação de todos os continentes. Cada
um tem seu ponto de vista sobre esse pedaço de terra e ninguém pode ser considerado
completamente certo ou errado. Mas, e seu povo? Como os israelenses veem Israel? As
respostas são variadas e foram reunidas aqui, em um dos livros mais originais sobre Israel em décadas. Descubra os mundos em colisão, em que uma mistura surpreendente de
7,2 milhões de pessoas, sejam elas devotas tradicionais ou radicalmente modernas, vivem
e, mais importante ainda, convivem. Você conhecerá judeus árabes que fugiram de países
islâmicos; etíopes que usam dreadlocks e cantam reggae em hebraico; cristãos em Nazaré,
que publicam revista de moda de estilo árabe; jovens muçulmanos de Israel que sabem
mais sobre o judaísmo do que a maioria dos judeus da diáspora e tantos outros persona-
gens e suas culturas. “Os israelenses” é um entrelaçamento de centenas de histórias pessoais, costuradas por pesquisas abrangentes, que mostra um povo alegre, algumas vezes irreverente, porém sempre fascinante.
Caminhos Cruzados
O livro de Paulo Carneiro resgata a saga dos judeus do Recife no século XVII. O autor des-
taca a conversão forçada em Portugal, a resistência à Inquisição, o oásis de liberdade no
período de Nassau no Nordeste e as marcas culturais fincadas ao longo da jornada. Descen-
dente de cristãos-novos, com influências negra, indígena e holandesa, o pernambucano
Paulo Carneiro narra em “Caminhos Cruzados” a história dos judeus do Recife no século
XVII, que construíram a primeira sinagoga das Américas. A saga começa com a expulsão da
Espanha, em 1492, e avança até 1654, quando 23 judeus oriundos de Pernambuco desem-
barcam na então colônia holandesa de Nova Amsterdã e fundaram o que viria a ser a co-
munidade judaica de Nova York, a segunda maior do mundo depois de Israel. Carneiro ainda recupera detalhes do ambiente em que se deu a diáspora espanhola, passando pelo abri-
go em Portugal, a participação de cientistas judeus no projeto das explorações marítimas e a
conversão forçada ao catolicismo, em 1497. Além disso, conta como foi a batalha movida
pelo rei D. João III junto ao Vaticano para instalar a Inquisição no reino, marco da decadência do império marítimo português. Para o autor, “Caminhos Cruzados” recupera um capítulo importante da história do Brasil, geralmente ofuscado pelo brilho da Corte de Maurício
de Nassau, que contribui para o estudo e a formação dos brasileiros. “Busquei trazer pontos
marcantes da trajetória dos judeus à obra. Entre eles que no Recife, a sinagoga Zur Israel,
hoje restaurada, é espelho dessa herança, assim como a Ponte Maurício de Nassau, originalmente construída pelo judeu Baltazar da Fonseca.
12
Descendo da Nuvem
Em todas as crônicas que compõem a obra descobre-se a presença de uma tradição, nascida com os românticos e tornada magistral, em meados do século XX, por
meio dos livros de Rubem Braga, Antônio Maria, Fernando Sabino, Paulo Mendes
Campos e, sobretudo, Nelson Rodrigues. À referida tradição pertencem os textos
do autor de “Descendo da Nuvem”. É na extraordinária força expressiva dos velhos mestres que parecem residir os modelos da escrita de Iolovitch, desde a lin-
guagem rápida e precisa, o tom de conversa falsamente banal, até as maneiras de
observar o mundo concreto para nele buscar o insólito, o comovente e o risível.
Surpreendem também no livro os comentários que antecedem cada crônica. Re-
presentam uma troca imediata, um diálogo sem mediações entre o autor e os internautas que desfrutam os pequenos textos postados e os comentam livremente.
Isto quer dizer que, quando Léo Iolovitch decide publicar em livros suas crônicas,
ele já conhece (pelo menos parcialmente) a recepção que as mesmas terão junto
ao público.
College Nation: América, a tragédia em 17 atos
Esta é uma história de conquistas da América. Omar, nosso herói se esforça
para conquistar o sonho americano. O fato dele ser brasileiro de origem árabe muçulmano, não ajuda muito. Mas, com garra latina, já que ele é de São
Borja, RS, e charme oriental, Omar navega por diferentes dramas . American
Nation (A Nação Universidade) mostra as entranhas da América, que os turis-
tas brasileiros não veem, mas com humor e graça. O livro possui também um
glossário de termos, ideias, palavras e fatos desta nação (América) que aprendemos a amar à distância. Com esta história, estamos mais perto, se não do
dinheiro, mas de seus dramas e tragédias. São 17 capítulos onde cada um é
uma apresentação dramática. Como diz Shakepeare: “ A vida é palco.” E para
Omar: “Esta é a América que eu conheço e vou conquistar.” Suas verdadeiras
conquistas são uma surpresa para todos.
The World o four Mothers
Originalmente publicado em 1988 o livro The World o four Mothers apresenta
a história de quarenta e seis mulheres, imigrantes judias, vindas da Rússia e da
Polônia para recomeçar sua vida nos Estados Unidos, no início do século XX. Ao
mesmo tempo em que essas mulheres diferem em múltiplos aspectos, compartilham de uma herança cultural, marcada pela influência que as mães pareciam
ter na formação das atitudes de suas filhas para com maridos e filhos. Além disso, a idade com que emigraram, aparentemente, tornou-se um difícil fator para
suas adaptações ao novo país.
13
Lugar Nenhum na África
Pouco antes da Segunda Guerra Mundial estourar, em 1938, restavam
poucos lugares para onde os judeus da Alemanha poderiam fugir. As portas no hemisfério norte já estavam fechadas. Percebendo a ameaça iminente, o advogado Walter Redlich (Merab Ninidze) decidiu ir para o Quênia,
então colônia inglesa. Para muitos, a ideia parecia um disparate. Até mesmo sua mulher, Jettel (Juliane Köhler), era reticente, já que não queria deixar seus parentes para trás. Quando conseguiu se estabelecer em um em-
prego - capataz de uma pequena fazenda -, Redlich pediu a Jettel que ela e
Regina (Karoline Eckertz e Lea Kurka), a filha de cinco anos do casal, se
mudassem pra lá. Uma aparentemente interminável viagem separa ambas
da confortável casa, com louças importadas, da casa de madeira no meio
de uma empoeirada savana queniana. Mas separa também o clima som-
brio de uma sociedade à beira do Holocausto de outro completamente diferente - acolhedor, permeado de crenças e sorrisos puros. A extraordinária mudança provoca reações diferentes na família. A filha parece tentar
entender, munida de toda a curiosidade infantil, o que é aquele lugar e aca-
ba até por encontrar um amigo, o cozinheiro da casa Owuor (Sidede Onyulo). Já a mãe não se conforma, sente medo, chora. O pai quer vê-las felizes. E
é nessa relação familiar, em meio a animais e tambores africanos, que boa
parte do filme se concentra. Jettel precisa aprender a lidar com a ideia de
que a situação de seu país se degringolara a tal ponto que um possível retorno estava cada vez mais distante. E aprender a lidar com sua nova realidade,
seu novo papel dentro daquela cultura e, principalmente, dentro da própria
família. Lugar Nenhum na África cativa ora pelo enredo surpreendente,
ora pelas belas atuações, ora pelas belíssimas paisagens. A decisão da dire-
tora em gravar no Quênia e não na África do Sul - o que tornaria as filmagens mais simples, foi extremamente acertada. Deu autenticidade ao filme,
especialmente em cenas de festejos típicos, como a cerimônia noturna em
que cerca de 400 Pokots, membros de uma das tribos nômades do país,
dançam tradicionalmente vestidos e, de quebra, participam como extras
em um dos filmes que melhor retrata o choque de culturas.
14
Do baú de memórias do ICJMC: o boletim informativo
por Adriano Bier *
O boletim informativo do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall foi publicado pela primeira vez em julho
de 1993, com o intuito de divulgar suas ações e aproximar-se da comunidade. Foi o primeiro passo de uma trajetória que, agora, na comemoração de trinta anos do Instituto, constitui uma das mais ricas fontes de acesso à sua
história.
Sobretudo, a primeira edição do boletim apresentou-se como um efetivo canal de comunicação com a comunidade, atestando o compromisso da instituição com a cultura judaica rio-grandense. Esse valor, espelhado pelo registro periódico da vida do Instituto persevera o seu compromisso cidadão e historicamente relevante.
Nessa época, o Instituto atuava conforme sua configuração antiga,
segmentado em diferentes Câmaras, cada qual responsável por um de seus
eixos: Música e Teatro, Ciências Sociais, Ciência e Tecnologia, Artes, e Letras. Dessa forma, em suas primeiras edições o informativo apresentava em
relatos e crônicas a variedade de eventos promovidos pela instituição. Por
sua vez, o Departamento de Memória e Documentação, responsável por
gerir o acervo histórico e museológico do Instituto, trazia mais visibilidade
para a importante dimensão da preservação da memória, participando aos
leitores as exposições, os cursos e outras atividades por ele proporcionados.
No ano de 2005, a publicação do boletim passou a ocorrer sob formato eletrônico, aproveitando a praticidade da comunicação pela Internet,
bem como a vantagem dessa nova configuração do ponto de vista da sustentabilidade. Desde 1997, o ICJMC já se
encontrava estruturado diferentemente, agora concentrado exclusivamente em torno do arquivo que preserva a
memória da comunidade judaica rio-grandense. O primeiro boletim eletrônico, então, ratificou os princípios norteadores e objetivos do Instituto e, mais especificamente, as metas do Departamento de Memória e Documentação,
além de informar a respeito do conteúdo do acervo do Instituto e apresentar a equipe.
A partir de 2009, surgiram novidades no conteúdo do boletim, entre as quais informações a respeito das
suas funções e seus propósitos como arquivo. Além disso, o informativo passou a oferecer recomendações literárias
e cinematográficas, e destacar, quando da época próxima, elementos históricos e culturais das mais importantes
efemérides judaicas, como Chanuká, Rosh Hashana, Yom Kippur, Purim, Pessach, e Shavuot, entre outras.
Em 2010, o boletim introduziu a seção “Instituições da Comunidade”, que até o presente, a cada edição,
conta a história do nascimento, desenvolvimento e consolidação de diversas associações precursoras e significativas para a cultura judaica no Rio Grande do Sul, desde a década de 1910, incluindo: a Sinagoga e o Cemitério da
15
União Israelita Porto-alegrense, a Associação das Damas de Caridade, o Colégio Israelita Brasileiro, a Sinagoga do
Centro Hebraico Riograndense, o Grêmio Esportivo Israelita, o Centro Social Israelita, a Poilisher Farband, o Linat
Hatsedec, a Chevra Kedisha, a Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e Beneficência, a Organização Sionista Unificada do RS, a WIZO de Porto Alegre, o programa radiofônico “A Hora Israelita”, a Na’amat Pioneiras em Porto
Alegre, e a B’nai B’rith do Rio Grande do Sul. Mais adiante, em 2012, o boletim passou a publicar sínteses das inspiradoras Histórias de Vida de membros
da comunidade, contemplando a cada ano aqueles cujo nascimento dataria
de 100 anos no ano de publicação.
Outras importantes atividades do Instituto Marc Chagall ao longo do
tempo receberam divulgação nas páginas do boletim, como as pesquisas e
publicações derivadas, por parte de seus profissionais e colaboradores; ações
junto à comunidade, como o “Projeto Compromisso Social e Lições de Solidariedade”, que apresenta debates em escolas sobre o Holocausto, com falas de
sobreviventes e pesquisadores, e a participação no Corredor Cultural do Bom
Fim; a inauguração da página do Instituto na web; o lançamento da revista
acadêmica WebMosaica; e exposições, promovidas ou apoiadas pelo Instituto, que há anos tornaram-se tradicionalmente atrações da Semana Nacional dos Museus.
As exposições versaram sobre as mais diversas temáticas de pesquisa do Instituto, desde a imigração judaica
no Rio Grande do Sul e a experiência das colônias agrícolas judaicas no estado, passando pela vida e obra de Herbert Caro, pela história dos cristãos-novos durante o período da Inquisição na Península Ibérica e no continente
americano – a qual deu origem ao grupo de pesquisa “Cristãos-Novos e Inquisição na América Meridional” –, até a
mais recente delas, acerca da Gráfica Oriente e do papel da família Sibemberg no fomento da imprensa judaica rio
-grandense.
Enfim, percebeu-se que um passeio pelo memorial dos boletins informativos da instituição permite o resgate da história do tesouro que ela preserva: o registro da história judaica no Rio Grande do Sul. Josef Halpern, estudioso da história da imprensa judaica no Rio Grande do Sul, recordou os primórdios do boletim do Instituto Marc
Chagall ainda em sua versão impressa, chamando a atenção para a contribuição daqueles primeiros escritos ao
conjunto das publicações judaicas rio-grandenses. O autor observa a participação de expoentes do jornalismo do
Rio Grande do Sul no periódico, tal qual Moacyr Scliar e Túlio Milman, então colaboradores diretos do Instituto.
Atualmente, a história continua a ser contada, por meio da cooperação da equipe do Instituto e de seus colaboradores, dia após dia, compelidos a fazer parte dessa escrita, cientes de que mais importante do que a própria
autoria é a salvaguarda da memória judaica, confiantes de que o esforço para preservar o registro do passado é um
passo decisivo rumo a um futuro consciente e responsável.
*Adriano Bier é graduado em psicologia pela PUCRS, possui mestrado em Psicologia Social pela UFRGS e atualmente está
cursando o Bacharelado em História na UFRGS. Adriano realizou no ICJMC, no período de março a julho de 2015, o estágio
obrigatório do 7º semestre do seu curso.
16
Doações Recebidas pelo Instituto Cultural Judaico Marc Chagall
de maio de 2015 a julho de 2015
Doador
Publicações


Terra Mátria a família de Thoman Mann e o Brasil
Mutterland die familie Mann und Brasilien



El Djudió – nº 55 – maio 201
El Djudió nº 56 – junho 2015
El Djudió- nº 57 – julho 2015



Ideias e práticas fascistas no Brasil – Autora: Natalia dos Reis Cruz
Novos Cristãos em Lisboa: reconhecendo estigmas, negociando estereótipos – Autora: Claudia Wolff Swatowiski
Prestamistas, comerciantes e doutores: uma história dos judeus em Niterói – Autora: Andréa Telo da Corte
O tiro da bruxa: identidade, magia e religião na imigração – Autora: Joana Bahia











Jornal Shalom, São Paulo, 4 de maio 2015 – 18º ano – nº 867
Jornal Shalom, São Paulo, 11 de maio 2015 – 18º ano – nº 868
Jornal Shalom, São Paulo, 18 de maio 2015 – 18º ano – nº 869
Jornal Shalom, São Paulo, 25 de maio 2015 – 18º ano – nº 870
Jornal Shalom, São Paulo, 31 de maio 2015 – 18º anos – nº 871
Jornal Shalom, São Paulo, 07 de junho 2015 – 18º ano – nº 872
Jornal Shalom , São Paulo, 14 de junho 2015 – 18º ano – nº 873
Jornal Shalom, São Paulo, 21 de junho 2015 – 18º ano – nº 874
Jornal Shalom, São Paulo, 28 de junho 2015, 18º ano – nº 875
Jornal Shalom, São Paulo, 5 de julho 2015, 18º ano – nº 876
Jornal Shalom, São Paulo, 19 de julho 2015, 18º ano—nº 877





Guerra sem Guerra: a mobilização e o cotidiano em São Paulo durante a Segunda
Guerra Mundial – Autor: Roney Cytrynowicz
Os arquivos imperfeitos: memória social e cultura eletrônica –Autor: Fausto Colombo
A Hagadá de Pessach—desenhos de Leonard Baskin
Israel Pronunciamentos Deputado Sérgio Ilha Moreira
Zweig: a morte em cena—Autor: Silvio Back
Die Perlen des judentums - Autor: Luis Böhm

Revista Devarim – Ano 10, nº26 maio de 2015
Evelyn Ioschpe

Curso de Trajetórias Judaicas no Rio de Janeiro 2015
Marcos Relojoeiro


Abram Goldsztein – Autor: Jacques A. Wainberg
Salimen: uma história escrita em cores – Autora: Carla Santos
Instituto Morashá de Cultura

Morashá – Ano XXII – Edição 88 – Junho 2015
Grupo Na’amat Pioneiras

Revista do 56º Bazar/2015

L’Héritage de Jacob: l’histoire de Juifs travers le prisme de la génétique – Autor:
Paulo Astor Soethe
Centro Hebraico Riograndense
FAPERJ
SHALOM
Ieda Gutfreind
Associação Religiosa Israelita do RJ
Hedy Hoffman


David B. Goldstein
Leo Iolovitch

Descendo da Nuvem – Autor: Leo Iolovitch
Jairo Dechtiarr

College Nation: América, a tragédia em 17 atos - Autor: Jairo Dechtiar
Doador
Publicações

Operação Babilônia: a história do resgate dos judeus do Iraque – Autor: Shlomo Hillel

“... auf brsilianischem Boden fand ich eine neue Heimat” - Autora: Marlen
Eckl



Klezmer- Musik – Autores: Rita Ottens e Joel Rubin
Heritage: Civilization and the Jews – Autor: Abba Eban
Stories an Exhibition – Two Millennia of German Jewish History

Estudos de História: Jesus e Israel – Autor: Jules Isaac

Os refugiados árabes – Autora: Martha Gellhorn

Coletânea de escritos e relatos sobre o Leante do Gueto “Lições de uma Época”
– Org. J. U. S. Hashomer Hatzair do Brasil



O caminho de uma geração 1933-1966 – Autor: Fritz Pinkuss
Salvação - Sholem Asch
Juden und Judentum in der Literatur – Autor: – Herausgegeben von Herbert
A. Strauss und Cristhard Hoffmann


Ostjuden in Deutschland 1880 -1940 – Autor: S. Adler Rudel
Ben Gurion A personalidade, a carreira, a atuação do mais importante líder
judeu, um dos fundadores do Estado de Israel – Autor: Oscar Nimitz



FAMÍLIA OLIVEN

Os judeus no Brasil – Autor: Solidonio Leite Filho
História Judaica – Autor: Simon Dubnow
Nossas Receitas – Org. Grupo Kidma Na’amat Pioneiras
As angústias dos judeus – História do Antissemitismo – Autor: Edward H.
Flannery


Pequena História da Língua Hebraica – Autor: Chaim Rabin
Os carrascos voluntários de Hitler: o povo alemão e o Holocausto – Autor: Daniel Jonah Goldhagen



Ten Rungs Hasidic Sayings – Collected and edited by Martin Buber
Estudos sobre a imigração semita no Brasil – Autor: Artur Hehl Neiva
The World Must Know – The history of the holocausto as told in the United
States Holocaust Memorial Museum – Autor: Michael Berenbaum





O judeu no teatro romântico brasileiro – Autor:Käte Windmüller
O despertar de um estado – Autor: David Bem Gurion
Entre dois mundos – Coleção Judaica dirigida por J. Guinsburg
A cabala e seu simbolismo – Autor: Gershom G. Sholem
Caminhos do povo judeu – Volume II – Org. Rifka Berezin

Dictionary of Jewish Biography – Autor: Geoffrey Wigoder

A paixão do ser: depoimentos e ensaios sobre a identidade judaica – Org.
Abrão Slavutzky

Fugindo da morte: imigração de judeus alemães para Rolândia/PR, na década
de 1930 – Autor: Hermann Oberdiek

Jerusalém – Ilustrated History Atlas – Autor: Martin Gilbert
Doador
Publicações

Realidades de IsraelContribuições dos judeus ao desenvolvimento brasileiro –
Org. Arnaldo Niskier










A saga do marrano – Autor: Marcos Aguinis
A bíblia ilustrada – 125 famosos quadros bíblicos – Autor: G. Dorè
The Jews of Germany: a Historical Portrait
Tales of the Hasidim - Autor: Martin Buber
O levanter de Varsóvia (agosto – outubro de 1944) - Autor: Ubaldo Soares
Permanent Exhibition of the Jewish Community of Rome
Valores permanents do jusdaísmo – Autor: Aron Barth
Rutas por las Juderías de España
Voices from the Yidish – Autores: Irwing Howe e Eliezer Greenberg
Odyssey of Exile: jewish woman flee the Nazis from Brazil – Autora: Katherine
Morris

Judaísmo e Modernidade: metamorphose da tradição messiânica – Org. Bernardo Sorj e Monica Grin






FAMÍLIA OLIVEN


















Die schönsten Gotteshäuser des Judentums Synagogen
The orientalists postcards of the Holy Land 1880-1935 – Eretz Israel Museum
Breve introduçãoao Talmud – Autor: Henrique Iusim
Pequeno ABC do pensamento judaico – Autor: Hugo Schlesinger
História e Historiografia – Autor: Salo W. Baron
Guide des collections Musée d’art et d’historie du Judaisme
A Essência do Talmud – Autor: Theodore M. R. Von Keler
Breve Introdução à bíblia hebraica – Autor: Henrique Iusim
We have not forgotten
Pequeno ABC do pensamento judaico - Autor: Hugo Schlesinger
O mundo do antigo testamento – E. W. Heaton
A maravilhosa História da Bíblia – Autor: G. S. Wegener
A árvore da vida (Cabala) – Autor: Shimon Halevi
Firstfruit a harvest of 25 years of Israeli Writing – Autor: James A. Michener
O anti-semitismo alemão – Autor: Pierre Sorlin
Judaism: A historical presentation – Autor: Isidire Epstein
The Dybbuk – Autor: S. Ansky
O iídiche a língua familiar dos judeus da Europa Oriental e sua literatura
O novo conto israelense – Autor:Rifka Berezin
Nova e Velha Pátria – Org. J. Guinsburg
Estudos de História do Povo Judeu na Idade Média – Autor: Nachman Falbel
A sobrevivente A21646 – Autora: Tailor Diniz
Golda Meir – Autora: Marie Syrkin
The Sephardic Tradition – Ladino and Spanish Jewish Literature- Org. Moshe
Lazar




Pergaminhos do Mar Morto um legado para humanidade
Historical Sites in Israel – Autor: Moshe Pearlman and Yaacov Yannai
Jewish Art an Illustrated History – Org. Cecil Roth
Bar Mitzvah Illustrated – Autor: Abraham I. Katsh
Doador
Publicações





Wer sind die Juden – Autor: Salcia Landmann
Difficult Questions in Polish Jewish Dialogue – Org.The Jewish Committee
Os judeus no desenvolvimento brasileiro – Autor: Hertz Uderman
Inmigracion a Israel de los judios soviéticos – Autor: Z. Alexander
Fé e Razão introdução ao pensamento judaico moderno – Autor: Samuel H.
Bergman














As raízes do judaísmo clássico – Autor: Henrique Iusim
The Case for Israel – Autor: Alan Dershowitz
Biblioteca de Cultura Religiosa: Judaísmo – Autor: Arthur Hertzberg
Diário da Queda – Autor: Michel Laub
Sidur para receber o Shabat
Os marranos brasileiros – Autor: Isaac Izecksohn
Os judaizantes nas capitanias de cima – Autor: Elias Lipiner
Das Gewürz Die Saga der Juden in Amerika – Autor: Jürgen Thorwald
Imigrantes judeus: relatos crônicas e perfis – Autor: Moysés Eizirik
Introdução à História da Literatura Judaica – Autor: Edmond Fleg
50 anos de trabalho, emoção e idealismo Na’amat Brasil 1948-1998
Bella Chagall – Autor: Erste Begegnung
Great Jewish Ideas – Volume I - V
Este é o meu Deus – uma visão lúcida da religião judaica – Autor: Herman
Wouk
FAMÍLIA OLIVEN







Survey of Jewish Affairs 1982 – Edição: William Frankel
Um genocídio cultural: a política antijudaica da União Soviética
Últimas crônicas do judaísmo Europeu – Autor: Salo Baron
O levante do Gueto de Varsóvia – Autor: Marcos Marguiles
The meaning of the Dead Sea Scrolls – Autor: A. Powell Davies
Max Broad and his age – Autor: Robert Weltsch
Ashkenaz: modern Hebrew literature and the pre-modern german jewish experience



Versão soviética dos “Protocolos dos Sábios de Sion” – Autor: William Korey
A Holiday magazine travel guide Israel
Hebrew trrough pictures – Autores: I. A. Richards, David Weinstein and
Christine Gibson











Guia de leitura aos mapas da bíblia
Ancient Jerusalem - Autores : Avi Yonah and R. Jonas
The cereal Murders: a culinary mystery – Autor: Diane Mott Davidson
Como foi salvo um milhão de judeus – Autor: André Biss
Minha vida – Autora: Golda Meir
O Despertar de um Estado – Autor: David Bem Gurion
Judaísmo é otimismo – Autor: Henry I. Sobel
My Father, His Daugheter – Autor: Yaël Dayan
Eichmann Interrogated:transcripts from the archives of the Israeli police
Mamãe, já posso chorar? – Autora: Néssia Orlovitz Reznik
Masada der letzte kampf um die Festung des Herodes – Autor: Yigael Yadin
Doador
Publicações


Die Bibel von Neapel (altes testament) – Org. Eva Irblich e Gabriel Bise
Bar-Kokhba The rediscovery of the legendar hero of the last Jewish Revolt
against Imperial Rome – Autor: Yigael Yadin


The Chosen – Autor: Chaim Potok
Bábi Iar – romance documentário sobre os horrores do nazismo – Autor: Anatoly Kuznetsov





O judeu na década de 80 – Autor: Henry I. Sobel
Terra sem sombra – Autor: Ionat e Alexander Sened
Oh Jerusalém – Autores: Dominique Lapierre e Larry Collins
Israel in Crisis – Autor: A. B. Magil
The World o four Mothers- the lives of jewish imigrant woman – Autor: Sydney Stahl Weinberg



Jüdische Mütter – Autor: Egon Jacobsohn/Leo Hirsch
La vérite sur Treblinka – Autora: Miriam Novitch
The juvenile court in a Changing Society : young offenders in Israel Autor:
David Reifen





FAMÍLIA OLIVEN












The gatesof the forest – Autor: Elie Wiesel
A Beggar in Jerusalém – Autor: Elie Wiesel
The Fifthson – Autor: Elie Wiesel
The Testament – Autor: Elie Wiesel
Night – Autor: Elie Wiesel
Dawn – Autor: Elie Wiesel
Neue Jüdische Märchen – Autor: Israel Zwi Kanner
My Name is Asher Lev – Autor: Chaim Potok
The Books of Lights – Autor: Chaim Potok
Os judischer Humor – Autor: Chajim Bloch
A passage in the night – Autor: Sholem Asch
Reaches of Heaven – Autor: Isaac Singer
O antissemitismo: uma alergia social – Autor: Isaac Izecksohn
Chassidische Geschiten – Jizchok Leib Perez
The adventures of Menahem-Mendl – Autor: Sholom Aleichem
Frente a una obstinada beligerancia – Autor: Walter Eytan
The precious legacy judaic treasures from the czechoslovak state collections –
Autor: David Altshuler

Tríal and Error – The autobiography of Chaim Weizmann first president of
Israel




Os Rothschilds – Autor: Frederic Morton
Jerusalem the Eternal – Autor: Eli Landau
The world art library: Chagall – Autor: Jean Cassou
The Jewish Caravan: great stories of twenty-five centuries – Autor: Leo W.
Schwarz


Disraeli: a picture of the Victorian age – Autor: André Maurois
A Golden Treasury of Jewish Literature – Autor: Leo W. Schwarz

Davita’s Harp – Autor: Chaim Potok

In the beginning – Autor: Chaim Potok
Publicações
Doador







The Golem: legends of the ghetto of Prague – Autor: Chayim Bloch
Tradições e costumes judaicos: uma viagem em torno do ano hebreu
The old country – Autor: Sholom Aleichem
Jewish Ceremonial Art: ano religious observance – Autor: Abram Kanof
Hebrew manuscript painting – Autor: Joseph Gutmann
Israel – Autor: Abraham Harman
Jerusalem sacred city of mankind a history of forty centuries – Autor: Teddy
Kollek e Moshe Pearlman




Navio de emigrantes – museu Lasar Segall fevereiro de 2008- fevereiro 2009
Corpo presente a convivção figurativa na obra de Lasar Segall 1891 – 1957
The Synagogue – Autor: Brian de Breffny
From the Beginning: Archaeology and art in the Israel Museum, Jerusalem
Autores: Karl Katz, P. P. Kahane e Magen Broshi








FAMÍLIA OLIVEN





Marc Chagall: Fábulas de La Fontaine
The diáspora story – Autor: Joan Comay
The Vanished Worlds of Jewry – Autor: Raphael Patai
La vraie histoire de la bible – Autores: Michael Avi-Yonah/ Emil Kraeling
Geschichte der jüdischen kultur in Bildern – Autor: Bezalel Narkiss
So sorry we won – Autores: Ephraim Kishon/Kariel Gardosch
Im Scheunenviertel – Autor: Eike Geisel
Pictorial History of Israel – Autores: Jacob. A. Rubin/ Meyer Barkai
O livro de Ester – Tradução:Eliezer Levin
Excavations and Surveys in Israel 1987/88
History of the jews in America – Autora: Linda Gutstein
La danse des fidèles – Autor: Leonard Freed
Jerusalem e the Holy Land in old Engrabings and Illustrations (1483-1800) –
Edited Ely Schiller






Memórias de Sefarad – Autora: Leonor Scliar
Lander der Bibel
Piker Avot – Ética dos Pais : Tradução Eliezer Levin
Marc Chagall: life and work – Autor: Franz Meyer
A picture history of Russia – Edited by John Stuart Martin
In the Shadow of the Temple: the discovery of ancient Jerusalem – Autor: Meir
Ben-Dove



Jerusalem die lebendige Stadt – Autor: Joshua Prawer
Zionist Landmarks – thirty documents from the central zionist archives
Sefarad, Sefard – La España Judía – Autores: J.L.Lacare/M.Armengol/
F.Outañón



Hallelujah Jerusalem – Photographiert von Hilla um Max Jacob
This is Israel - Autor: I. F. Stone
The Land of Israel – Introduction by Heirich Böll photographs by Hilla and
Max Jacoby


Encyclopedia of Zionism and Israel – Edited by Raphael Patain
Poetry Contemporary Israeli Verse – Edited by Simon Halkin
Doador
Documentos
Benjamin Strazas

Currículo documentado

Biografia manuscrita
Instituto Cultural Judaico Marc Chagall
www.chagall.org.br
[email protected]
www.facebook.com/icjmcrs
http://www.seer.ufrgs.br/webmosaica
[email protected]
Fone: (51)3019-4600 ramal 34
Horário de atendimento: Segunda a Quinta - 13h às 18h
Criação e Edição: Fabiana Pinheiro
Revisão: Anita Brumer e Ieda Gutfreind
Colaboração: Adriano Bier, Carolina Pelisoli e João Felipe Reichenbach
Download

39º Boletim Informativo (julho 2015)