Céleres®
Os Benefícios Econômicos da
Biotecnologia Agrícola no Brasil:
1996/97 a 2012/13
• O caso do algodão geneticamente modificado
• O caso do milho geneticamente modificado
• O caso da soja geneticamente modificada
PREFÁCIO
CONTEÚDO
Benefícios econômicos da biotecnologia no Brasil: 1996/97 a 2012/13
2
Crescimento previsto para a produção agrícola no Brasil (2013/14 – 2022/23)
3
Estimativa dos benefícios econômicos da biotecnologia no Brasil: 2013/14 x 2022/23
5
O impacto econômico potencial da não adoção da biotecnologia
6
Considerações finais
7
FIGURA 1.
2
Benefícios econômicos da biotecnologia no Brasil: 1996/97 a 2012/13,
por cultura
FIGURA 2.
Benefícios econômicos da biotecnologia no Brasil: 1996/97 a 2012/13,
Benefícios econômicos acumulados da biotecnologia no Brasil: 1996/97
2
a 2012/13
FIGURA 4.
Evolução dos registros e do tempo médio das aprovações dos eventos na
O documento completo com o estudo “Benefícios
econômicos da adoção da biotecnologia: 1996/97 –
2012/13” pode ser acessado no site www.celeres.com.br
1/
2/
2
por benefício
FIGURA 3.
Este documento tem por objetivo, comentar
os principais resultados do estudo “Benefícios
econômicos da adoção da biotecnologia:
1996/97 – 2012/13”1/ realizado pela Céleres2/ no
segundo semestre de 2013. O foco do relatório é
analisar os resultados dos benefícios econômicos
gerais obtidos pela adoção de algodão, milho e
soja geneticamente modificados.
A Céleres® é uma empresa de consultoria especializada
no agronegócio brasileiro, baseada em Uberlândia, Minas
Gerais. A Céleres® realiza estudos independentes nas
áreas de economia agrícola e inteligência de negócios.
3
CTNBio
FIGURA 5.
Produção de pluma de algodão no Brasil
4
FIGURA 6.
Área com algodão no Brasil
4
FIGURA 7.
Produção de milho no Brasil
4
FIGURA 8.
Produção de soja no Brasil
4
FIGURA 9.
Área com milho no Brasil
5
FIGURA 10. Área com soja no Brasil
5
FIGURA 11. Benefícios econômicos da biotecnologia no Brasil: 2013/14 a 2022/23,
5
por cultura
FIGURA 12. Benefícios econômicos da biotecnologia no Brasil: 2013/14 a 2022/23,
5
por benefício
FIGURA 13. Benefícios econômicos acumulados da biotecnologia no Brasil: 2013/14
6
a 2022/23
FIGURA 14. Padrão de crescimento da área com algodão, 2013/14 a 2022/23
6
FIGURA 15. Padrão de crescimento da área com milho, 2013/14 a 2022/23
6
FIGURA 16. Padrão de crescimento da área com soja, 2012/13 a 2021/22
6
FIGURA 17. Estimativa de custos com a não adoção da biotecnologia: 2013/14 a
7
2022/23, por cultura
FIGURA 18. Estimativa de custos com a não adoção da biotecnologia: 2013/14 a
7
2022/23, por item de custo
FIGURA 19. Benefícios econômicos associados à adoção da biotecnologia agrícola no
7
Brasil, 2013/14 a 2022/23
FIGURA 20. Análise dos retornos decorrentes do uso da semente transgênica, safra
8
2012/13
FIGURA 21. Análise dos retornos decorrentes do uso da semente transgênica, safras
2010/11 a 2012/13
8
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+55 (34) 3229-1313
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Benefícios econômicos da biotecnologia no Brasil:
1996/97 a 2012/13
FIGURA 2:
Benefícios econômicos da biotecnologia no
Brasil: 1996/97 a 2012/13, por benefício
A adoção da biotecnologia agrícola no Brasil, por parte de
produtores rurais das culturas do algodão, do milho e da
soja completou, em 2012/13, o seu 17º ano. A Céleres®,
pelo sétimo ano consecutivo, estuda e analisa os benefícios
econômicos advindos do uso desta tecnologia, capturados
por meio dos produtores rurais e das indústrias detentoras da
tecnologia. A metodologia é baseada em pesquisas anuais
de campo, nas principais regiões produtoras das referidas
culturas, por meio de levantamento de dados e informações
relevantes com os usuários das tecnologias geneticamente
modificadas, que são disponibilizadas pela indústria detentora
e autorizadas pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança).
Indústria
20%
Ganho de
produtividade
52%
US$ 24,8
bilhões
Redução de
custos
28%
Fonte: CÉLERES® (2013)
Com base nos estudos de campo, estima-se que, desde a introdução da
De acordo com a análise dos benefícios, nota-se que 80% do total são
biotecnologia agrícola no Brasil, na safra 1996/97, os benefícios econômicos
diretamente capturados pelos produtores rurais, ou US$ 19,8 bilhões,
alcançados pelos usuários desta tecnologia, no caso, os produtores rurais e
no período considerado. A indústria, também parte importante no
indústria detentora, chegam a um montante de US$ 24,8 bilhões, decorrentes
desenvolvimento tecnológico da biotecnologia, capturou o benefício
dos 17 anos de adoção de lavouras geneticamente modificadas.
remanescente ou US$ 5,0 bilhões.
A cultura do milho, última a ser liberada comercialmente no país (apenas a
A redução de custos ainda é apontada como importante benefício
partir de 2008/09), responde por 55% do benefício econômico gerado, ou
obtido pelo agricultor que adota culturas geneticamente modificadas.
seja, terceiro ano seguido de liderança. Em segundo lugar aparece a cultura
No entanto, o ganho de produtividade aparece como principal
da soja (a primeira a ser adotada, em 1996/97), que detém 41% do total de
benefício direto, não somente para o agricultor, se estendendo ao
benefício econômico alcançado, seguida pela cultura do algodão, cuja adoção
longo da cadeia de valor, o que gera benefícios indiretos e, em última
da biotecnologia começou em 2004/05, respondendo por apenas 4% do
instância, ao consumidor final, por meio do maior fornecimento
benefício total, devido à menor área semeada, se comparado à da soja e do
de matéria-prima à indústria de alimentação animal e humana, ou
milho.
seja, na medida em que tal excedente garante o abastecimento da
indústria, contribui também para manter os preços das matérias-
Na análise por benefício econômico, o ganho de produtividade continua sendo
primas das rações e, consequentemente, da produção de carnes sob
o maior responsável pelos benefícios criados, 52%, especialmente com a
controle.
entrada da soja RI/TH, o que auxilia no aumento da importância do ganho, no
rendimento por hectare das culturas, devido à resistência a insetos, presente
A Figura 3 mostra a evolução dos benefícios econômicos acumulados
nas três culturas analisadas. Portanto, do total de US$ 24,8 bilhões criados
com a adoção da biotecnologia, desde 1996/97, com a introdução
como benefícios, 52% foram alcançados por meio de ganhos de produtividade,
da soja no Rio Grande do Sul, mesmo que ainda não liberada
seguidos pela redução do custo de produção, com 28% do benefício total, e
oficialmente. A safra 12/13 acumulou US$ 6,5 bilhões, ou 26,1% do
pela indústria (detentora da tecnologia GM), que capturou apenas 20% do
total no acumulado de 17 safras. O milho foi o maior responsável pelo
total gerado nos últimos dezessete anos.
benefício gerado na safra atual, 51%.
FIGURA 1:
FIGURA 3:
Benefícios econômicos da biotecnologia no Brasil:
1996/97 a 2012/13, por cultura
Benefícios econômicos acumulados da
biotecnologia no Brasil: 1996/97 a 2012/13
30,0
Algodão
4%
24,8
Milho
55%
25,0
US$ Bilhões
20,0
US$ 24,8
bilhões
15,0
10,0
5,0
Soja
41%
0,0
Fonte:
CÉLERES® (2013)
2
96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 Total
Fonte: CÉLERES® (2013)
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FIGURA 4:
Apesar do montante acumulado, a dimensão dos custos de oportunidade
incorridos com a não adoção da biotecnologia deve ser analisada detalhadamente.
Evolução dos registros e do tempo médio das
aprovações dos eventos na CTNBio
O atraso nas liberações das tecnologias geneticamente modificadas custou, ao
setor agroindustrial brasileiro, um total de US$ 29,7 bilhões, durante os dezessete
anos considerados, pois o benefício potencial que a biotecnologia poderia ter
trazido aos produtores de algodão, milho e soja, no mesmo período chegaria
Número de Protocolos
e o efetivo, de US$ 29,7 bilhões, é a quantia que deixou de ser capturada por
todos os componentes da cadeia de valor, mas principalmente pelos próprios
produtores rurais, que são os principais beneficiários desta tecnologia. Além
do montante que potencialmente poderia ter sido capturado, outros custos
intangíveis como a facilidade de manejo, menor tempo gasto na produção
agrícola, comodidade, praticidade e ganho de escala produtiva também têm seu
Tempo (meses)
12
120
10
100
8
80
6
60
4
40
2
20
-
98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13
valor, muitas vezes até maior que o próprio benefício econômico. Em última
Meses
Protocolos
à impressionante marca dos US$ 54,5 bilhões. A diferença entre o potencial
-
Fonte: CTNBio | Elaboração: CÉLERES® | Dados de julho 2013
instância, o consumidor final do comércio varejista, seguindo o exemplo dos
benefícios indiretos ao longo da cadeia (a exemplo, do fornecimento de matériaprima para a indústria alimentícia na produção de carnes) e mantendo o preço
do produto sob controle no período analisado, como também a indústria têxtil,
Assim sendo, tais fatores contribuem para a manutenção da
que, utilizando por ventura o algodão para a fabricação de tecidos.
competitividade da produção agrícola nacional, num momento em
A análise dos resultados anteriores mostra que ao longo dos últimos dezessete
que as expectativas sobre demanda crescente por alimentos no mundo
anos, a adoção da biotecnologia agrícola trouxe expressivos ganhos, diretos e
tomam conta da discussão local e internacional, fazendo com que a
indiretos, para os produtores rurais, detentores da tecnologia e para consumidores
biotecnologia agrícola alcance o seu real potencial de desempenho
em geral. Fica claro também, que no caso da biotecnologia, o custo da sua não
na garantia de oferta de alimentos, já escassos no mundo, além de
adoção – medido como custo de oportunidade – acaba sendo substancialmente
biocombustíveis para uma população mundial crescente, em número
maior do que o próprio benefício decorrente do seu uso.
e em poder aquisitivo.
Logo, é imperativo o aprimoramento e contínuo
Crescimento previsto para a
produção agrícola no Brasil
(2013/14 – 2022/23)
acompanhamento das políticas públicas que
garantam um ambiente institucional favorável ao
desenvolvimento da biotecnologia no Brasil.
Com base nas premissas de crescimento econômico e demográfico
para os próximos anos, estima-se que o Brasil poderá continuar
A eficiência e consolidação do sistema de análise para liberação comercial,
como um dos principais fornecedores internacionais de alimento. A
empreendidas pela CTNBio, serve de modelo para outros países, pois segue
contínua adoção e desenvolvimento de tecnologias geneticamente
um dos padrões mais rigorosos do mundo nas avaliações de biossegurança de
modificadas contribuem para a melhora da competitividade do país
culturas geneticamente modificadas (GM), uma realidade muitas vezes criticada
frente aos principais concorrentes, como Estados Unidos, e natural
erroneamente no seu formato. Esse modelo é, na verdade, internacionalmente
fortalecimento das condições necessárias para o atendimento das
elogiado por seguir rigorosos padrões e protocolos de avaliação dos produtos GM
demandas globais por alimentos. Neste horizonte, a estimativa é de
para liberação comercial. A eficácia citada é demonstrada na Figura 4, visto que, a
que produção de algodão brasileiro cresça 81,6%, passando de 1,58
partir da aprovação da Lei de Biossegurança (nº 11.105/2005), as aprovações de
bilhão de toneladas em 2013/14, para 2,86 bilhões de toneladas em
pedidos de liberação comercial ficaram mais eficientes, pois, o período médio de
2022/23 (CÉLERES®, 2013).
análise dos processos, antes da referida lei, era de aproximadamente 49 meses.
A produção brasileira de algodão deve crescer ao longo dos
Após essa data, esse tempo médio caiu para cerca de 16 meses, mantendo-se o
próximos dez anos. Nesse período, certamente haverá a necessidade
mesmo rigor e ambiente institucional favorável ao funcionamento da comissão,
de se aumentar a área de plantio dessa cultura para atender a
que já demonstrou, inúmeras vezes, sua preocupação com a avaliação rigorosa
demanda mundial, mesmo levando-se em conta o crescimento da
de todas as questões ligadas à biossegurança, de acordo com os protocolos
produtividade brasileira do algodão com a adoção de tecnologias GM
internacionais.
mais produtivas. Assim, a área total brasileira cultivada de algodão
deve passar de 1,0 milhão de hectares, em 2013/14, para 1,66
milhão de hectares na safra 2022/23, ou 67,0% de aumento. Nesse
3
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mesmo período, considera-se que a adoção do algodão GM passará de 447,0 mil
2022/23 será de 18,0 milhões de hectares, dos quais 15,3 milhões de
hectares da safra 2012/13 para 1,03 milhão de hectares na safra 2022/23, ou
hectares serão destinados ao milho GM, ou 85,0% de adoção (Figura
uma penetração de 61,9%.
6) (CÉLERES®, 2013).
A produção brasileira de milho também crescerá ao longo dos próximos dez
Por fim, para a cultura da soja, com base nas premissas de
anos, como forma de atender a crescente demanda não só local, mas também
crescimento econômico e demográfico para os próximos anos,
global, e consequentemente, haverá maior necessidade de área para atender
estima-se que o Brasil continuará entre os maiores produtores
tal demanda. Contudo, o crescimento da produção do cereal estará baseado
mundiais da oleaginosa. Em 2022/23, os sojicultores brasileiros
no constante aprimoramento das tecnologias, com maiores ganhos médios
produzirão 112,2 milhões de toneladas, um crescimento de 38,1%
de produtividade, especialmente no tocante às tecnologias geneticamente
em relação à 2012/13. O aumento de produtividade, proporcionado
modificadas, que combinam diversos genes de resistência a insetos e tolerância
pelo avanço nas tecnologias, sobretudo geneticamente modificadas,
a herbicidas, num mesmo evento transgênico.
será determinante para atingir tais níveis de produção, mesmo com
um crescimento de área de 29,9% no mesmo período analisado
Desta forma, projeta-se que a área total de milho cultivada no Brasil, em
(Figura 7) (CÉLERES®, 2013).
FIGURA 5:
FIGURA 6:
Produção de pluma de algodão no Brasil
GM
Convencional
Área com algodão no Brasil
Total
Área total
3,5
1,6
Milhões ha
2,1
1,4
1,2
0,8
0,7
0,4
0,0
0,0
03/04
13/14
03/04
22/23
Valores em milhões t
13/14
22/23
Valores em milhões hectares
Fonte: CÉLERES®
Fonte: CÉLERES®
FIGURA 7:
FIGURA 8:
Produção de milho no Brasil
GM
Convencional
Área com milho no Brasil
Total
Área total
125,0
Área com milho GM, efetiva
Potencial
20,0
100,0
16,0
75,0
Milhões ha
Milhões t
Potencial
2,0
2,8
Milhões t
Área com milho GM, efetiva
50,0
25,0
12,0
8,0
4,0
0,0
0,0
03/04
13/14
22/23
03/04
Valores em milhões t
13/14
22/23
Valores em milhões hectares
Fonte: CÉLERES®
4
Fonte: CÉLERES®
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FIGURA 9:
FIGURA 10:
Produção de soja no Brasil
GM
Convencional
Área com soja no Brasil
Total
Área total
125,0
Potencial
40,0
100,0
32,0
Milhões ha
75,0
Milhões t
Área com milho GM, efetiva
50,0
25,0
24,0
16,0
8,0
0,0
0,0
03/04
13/14
22/23
03/04
Valores em milhões t
13/14
22/23
Valores em milhões hectares
Fonte: CÉLERES®
Fonte: CÉLERES®
mais na redução de custos de produção, que terá participação de
21% do total dos benefícios. Por esses percentuais, conclui-se que
Estimativa dos benefícios
econômicos da biotecnologia no
Brasil: 2013/14 x 2022/23
o produtor rural ficará com 77% dos benefícios gerados, enquanto o
restante seguirá para os detentores da biotecnologia (indústria), ou
seja, 23, ante aos 20% da década anterior.
FIGURA 11:
Diante das novas tecnologias geneticamente modificadas que estão por vir, a fim
Benefícios econômicos da biotecnologia no
Brasil: 2013/14 a 2022/23, por cultura
de facilitar e simplificar o manejo do produtor rural no campo, além de promover
o desenvolvimento econômico da agricultura no país, a estimativa dos benefícios
econômicos para a próxima década deve ser analisada a partir de um cenário
Algodão
6%
favorável à adoção de culturas geneticamente modificadas. Logo, o benefício
total calculado poderá ser de US$ 90,8 bilhões, considerando-se as três culturas
Milho
38%
analisadas, algodão, milho e soja.
Do benefício econômico gerado, o milho perde a liderança em função das novas
US$ 90,8
bilhões
tecnologias de soja, que reassume o protagonismo da biotecnologia para os
próximos dez anos. Portanto, a soja deve liderar com 56% do total acumulado
no período, seguida pelo milho com 38% e por fim pelo algodão, com 6%. A
importância da soja aumenta justamente pelo fato de ter maior área em relação
Soja
56%
às demais culturas, além da entrada de tecnologias com eventos combinados
Fonte: CÉLERES® (2013)
(RI/TH), o que favorece ainda mais a adoção de biotecnologia na oleaginosa.
O milho ainda merecerá destaque, também com um aumento da participação
FIGURA 12:
de tecnologias com eventos combinados, inclusive com diferentes genes de
Benefícios econômicos da biotecnologia no
Brasil: 2013/14 a 2022/23, por benefício
resistência/tolerância incluídos na semente do cereal. O algodão continuará
com participação menor, devido à sua menor área, quando comparado às outras
culturas, mas também dando opções ao cotonicultor de escolha de diferentes
tecnologias, incluindo-se aqui eventos combinados com diferentes genes de
resistência a insetos e tolerância a herbicidas.
Indústria
23%
Ganho de
produtividade
56%
Outro aspecto importante na análise dos benefícios econômicos é a especificação
de qual o benefício tem maior participação no montante de US$ 90,8 bilhões,
US$ 90,8
bilhões
para os próximos dez anos. Na década anterior, 28% do benefício econômico
foi criado pela redução dos custos de produção, já perdendo participação para
o ganho de produtividade (excedente de produção), que ficou com 52%. Nos
Redução de
custos
21%
próximos 10 anos, o ganho de produtividade (excedente de produção) aumentará
a participação no montante e ficará com 56% do total, pois, os novos eventos
estão sendo desenvolvidos com maior foco no aumento de produtividade e não
5
Fonte: CÉLERES® (2013)
Copyright © Céleres® 2013
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FIGURA 14:
Com o “ganho de produtividade” na liderança de participação dos benefícios
econômicos diretos, deve-se também destacar os benefícios indiretos capturados
Padrão de crescimento da área com algodão,
2013/14 a 2022/23
ao longo da cadeia de valor da indústria de alimentação animal e humana, como
mencionado na análise da década passada, a exemplo do abastecimento da
indústria de rações animais, mantendo-se o preço da matéria-prima e com
benefício também para a produção de carnes. Ou seja, um ganho para o
Com adoção
consumidor final, nos mercados atacadistas e varejistas.
Sem adoção
2,0
FIGURA 13:
1,5
Benefícios econômicos acumulados da biotecnologia
no Brasil: 2013/14 a 2022/23
1,0
0,5
0,0
13/14
100
90,8
22/23
Valores em milhões de hectares
US$ Bilhões
80
Fonte: CÉLERES®
60
Sob a mesma ótica, para o caso do milho, entre 2012/13 e 2021/22,
169,7 milhões de hectares deverão ser semeados com
40
a cultura
nesse período, assumindo-se as taxas de adoção da biotecnologia
20
demonstradas na Figura 8. Porém, a não adoção do milho transgênico
levaria a uma necessidade de área plantada total de 187,7 milhões de
0
13/14
14/15
15/16
16/17
17/18
18/19
19/20
20/21
21/22
22/23
Total
hectares, no acumulado do período, ou cerca de 10,6% a mais do que
o que será necessário com a utilização da biotecnologia (Figura 15).
Fonte: CÉLERES® (2013)
Nas últimas safras, o Brasil vem sendo o protagonista no crescimento da
FIGURA 15:
adoção de biotecnologia no mundo. Para a próxima década, com todos os
Padrão de crescimento da área com milho,
2013/14 a 2022/23
benefícios econômicos gerados com essa adoção, o País continuará em posição
de destaque em relação ao desenvolvimento da tecnologia GM, sendo mais
competitivo no mercado internacional, podendo garantir a oferta de alimentos e
também biocombustível para a população mundial.
Com adoção
Sem adoção
25,0
20,0
O impacto econômico potencial da
não adoção da biotecnologia
15,0
10,0
5,0
0,0
13/14
O atraso nas liberações das tecnologias geneticamente modificadas, devido
22/23
Valores em milhões de hectares
à morosidade e falta de eficiência no passado, custou, ao setor agroindustrial
brasileiro, um total de US$ 29,7 bilhões, durante os dezessete anos considerados
Fonte: CÉLERES®
(1996/97 a 2012/13), valor até maior que o próprio acúmulo de benefícios
FIGURA 16:
econômicos no mesmo período.
Padrão de crescimento da área com soja,
2013/14 a 2022/23
Portanto, admitindo-se um cenário de não adoção da biotecnologia no Brasil,
chega-se à conclusão de que área adicional de cultivos, que seria necessária,
totalizaria 30,78 milhões de hectares (18,03 milhões para a cultura do milho,
Com adoção
11,63 milhões para a cultura da soja e 1,12 milhões para a cultura do algodão)
ao longo dos próximos dez anos.
Sem adoção
40,0
Com a previsão da adoção da biotecnologia na cultura do algodão, entre 2012/13
36,0
e 2021/22, 14,3 milhões de hectares deverão ser semeados com a cultura. Como
32,0
ocorreu em outros países, o aprimoramento do uso da biotecnologia no algodão,
28,0
24,0
tem o potencial de alavancar a curva de crescimento da produtividade do cultivo,
20,0
o que leva, por consequência, a uma menor necessidade de área plantada ao
13/14
longo do tempo, conforme mostrado na Figura 14.
22/23
Valores em milhões de hectares
6
Fonte: CÉLERES®
Copyright © Céleres® 2013
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FIGURA 19:
Como resultado da área adicional a ser semeada num cenário sem a adoção da
biotecnologia, o montante financeiro necessário para essa necessidade chegaria
Benefícios econômicos associados à adoção
da biotecnologia agrícola no Brasil, 2013/14 a
2022/23
a US$ 97,1 bilhões, ao longo dos próximos dez anos, considerando-se não só o
custo de produção desses hectares, mas também o investimento adicional em
máquinas e implementos, equipamentos e infraestrutura agrícola necessárias.
FIGURA 17:
90,8
Estimativa de custos com a não adoção da
biotecnologia: 2013/14 a 2022/23, por cultura
-97,1
Beneficios econômicos diretos,
associados com a biotecnologia
Algodão
6%
US$ 97,1
bilhões
Custos diretos, associados com
a não adoção da biotecnologia
Milho
61%
Fonte: CÉLERES® (2013)
Outro aspecto importante, mas não computado nesta análise, é o
valor econômico do bem ambiental, no caso o desmatamento de
Soja
33%
áreas virgens adicionais e o uso de recursos naturais com água, solo e
combustíveis fósseis necessários para o cultivo dos hectares adicionais
que seriam necessários.
Fonte: CÉLERES® (2013) baseada em pesquisas próprias
Considera-se também o gasto necessário na abertura de novas áreas, tanto
Premissas consideradas no cálculo do custo adicional
virgens quanto de pastagens, que necessariamente teriam de ser convertidas
Item
para a agricultura, como forma de manter as relações de oferta e demanda dos
produtos agrícolas aqui considerados em equilíbrio.
FIGURA 18:
US$/hectare
Custo direto de produção1/
$
4.042,1
CAPEX2/
$
4.482,0
Abertura de novas áreas3/
$
908,6
1/Considerando
o custo de produção para um hectare de soja, milho e algodão na condição
do Oeste da Bahia
Estimativa de custos com a não adoção da
biotecnologia: 2013/14 a 2022/23, por item de custo
2/Investimento
em máquinas e equipamentos para a condição do Oeste da Bahia
Investimento padrão para a abertura de um hectare de cerrado virgem na condição do Oeste
da Bahia
3/
Fonte: CÉLERES® (2013)
CAPEX
38%
Abertura de
novas áreas
29%
Considerações finais
US$ 97,1
bilhões
A análise dos resultados anteriores mostra que ao longo dos últimos
17 anos, a adoção da biotecnologia agrícola trouxe expressivos
e notáveis ganhos, diretos e indiretos, para os produtores rurais,
detentores da tecnologia e para o consumidor final, em geral, e o
Custos
33%
custo da sua não adoção – custo de oportunidade – acaba sendo
substancialmente maior do que o próprio benefício decorrente do
Fonte: CÉLERES® (2013) baseada em pesquisas próprias
seu uso.
Se levarmos em conta o benefício econômico direto acumulado, somado ao
custo da não adoção da biotecnologia agrícola, na próxima década, chega-
Para a safra 2012/13, à exemplo da anterior, o ritmo de aprovações
se à conclusão que a agricultura brasileira, caso a tecnologia geneticamente
não trouxe grandes novidades em eventos de biotecnologia, mas,
modificada fosse excluída, ficaria privada de US$ 187,9 bilhões, medido como
alguns dos eventos que já foram aprovados em anos anteriores,
custo de oportunidade, que acaba sendo substancialmente maior do que o
foram introduzidos de forma substancial, principalmente no caso de
próprio benefício decorrente do uso da biotecnologia agrícola.
milho e algodão, além de outros eventos ganharem mais espaço. A
soja RI/TH, nesta safra, foi semeada apenas em áreas experimentais,
sendo que, o seu cultivo de forma comercial estará presente na safra
2013/14.
Ainda há eventos no pipeline das principais empresas
7
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FIGURA 21:
detentoras das tecnologias GM que estão por vir, sobretudo eventos combinados
(RI/TH) e também para outras culturas, como o caso do feijão (já aprovado
Análise dos retornos decorrentes do uso
da semente transgênica, safras 2010/11 a
2012/13.
pela CTNBio), cana-de-açúcar, eucalipto, dentre outras. Portanto, o Brasil
confirma que está em condições de igualdade tecnológica com os principais
concorrentes internacionais, podendo assumir o protagonismo de adoção de
culturas geneticamente modificadas nos próximos anos. A partir da sua adoção,
espera-se que o acúmulo de benefício econômico crescerá, como consequência
2011/12
2010/11
2012/13
de uma melhor eficiência e adaptabilidade dessas tecnologias às necessidades
dos agricultores brasileiros, ficando a critério do próprio produtor rural a sua
utilização e escolha de tecnologia.
R$ 3,59
R$ 3,50
R$ 2,61
R$ 3,00
R$ 3,40
R$ 1,59
R$ 2,10
R$ 3,35
R$ (1,30)
Nesse sentido, podemos afirmar que o nível de benefícios econômicos previstos
Algodão
neste estudo são consideravelmente conservadores, dado o potencial intrínseco
Milho
Soja
de ganhos previstos para tais tecnologias. E principalmente se for considerado
Fonte: CÉLERES® (2013) | Baseado nos resultados da pesquisa de campo
o desdobramento de tais benefícios ao longo da cadeia produtiva de grãos,
oleaginosas e fibras, que, em última instância, beneficia o consumidor local e
Assim, os mercados globais não podem se dar ao luxo de abrir mão
internacional de alimentos.
de tecnologias, como a biotecnologia agrícola, que vem permitindo a
A análise dos resultados individuais para cada cultura mostra um elevado nível
aceleração dos ganhos de produtividade das culturas agrícolas.
de retorno para os agricultores que utilizam sementes transgênicas. Para cada
E nesse contexto de necessidade crescente de alimentos e fibras,
R$ 1 investido na aquisição de sementes transgênicas, o retorno para a cultura
destaca-se, como nas edições anteriores desse estudo, a importância
do algodão foi de R$ 3,50, na média Brasil. Para o milho, já considerada a média
do aprimoramento, implementação e contínuo acompanhamento
ponderada entre a safra verão (considerando-se o estado do Paraná como
das políticas públicas que garantam um ambiente institucional
referência, devido à área semeada) e inverno (levando-se em conta o estado
favorável ao desenvolvimento da biotecnologia no Brasil, como forma
do Mato Grosso, também pela área semeada), o retorno chega a R$ 3,40 para
de contribuir para a manutenção da competitividade da produção
cada R$ 1 investido. E na soja, o nível de retorno chega a R$ 3,35 para cada R$
agrícola nacional.
1 investido, na comparação da RI/TH com a convencional, conforme mostrado
Deste modo, a biotecnologia agrícola tem o potencial de desempenhar
na figura 18.
papel importante, senão fundamental, nesse contexto, pois, como
A análise do retorno decorrente do uso da tecnologia se mostra de suma
verificado anteriormente, seu principal benefício econômico está no
importância, num momento de alta dos custos de produção e o recorrente
ganho de produtividade, gerando benefícios diretos e indiretos do
temor de crises alimentares decorrentes de escassez de alimentos no mercado
agricultor ao consumidor final do mercado varejista, além de dispensar
global, associados aos riscos relacionados ao quadro de oferta e à demanda
a abertura de novas áreas, fato que ocasionaria na necessidade de
de alimentos e suas implicações sobre a estabilidade econômica e política de
maiores investimentos por parte dos pelos produtores rurais, além de
diversos países consumidores de alimentos.
maiores impactos ambientais e de recursos naturais.
FIGURA 20:
Análise dos retornos decorrentes do uso da semente
transgênica, safra 2012/13
Soja1/
Milho2/
Algodão
Resultado na
margem
operacional
R$ 3,35
R$ 3,40
R$ 3,50
Investimento
em sementes
transgênicas
R$ 1,00
R$ 1,00
R$ 1,00
Fonte: CÉLERES® (2013) | Baseado nos resultados da pesquisa de campo 2012/13
1/Retorno ponderado, considerando somente a soja RI/TH em comparação com a convencional
2/Considerando regiões de referência – PR para milho verão e MT para milho inverno
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