VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
ARTIGOS CIENTÍFICOS – AGRONOMIA
SUMÁRIO
SELEÇÃO E AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE SOJA EM SEGUNDO ANO DE PLANTIO
QUANTO AO TEOR DE ÓLEO E PROTEÍNA....................................................................... 3
EFEITOS NO DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DO GIRASSOL COM AUMENTO DA
VELOCIDADE DO CONJUNTO TRATOR-SEMEADORA-ADUBADORA............................ 8
EFEITO DA APLICAÇÃO DE BIOFERTILIZANTE NA PRODUÇÃO DE ALFACE ............ 13
RESPOSTA DO FEIJOEIRO A ADUBAÇÃO FOLIAR COM BORO E MANGANÊS. ........ 18
AVALIAÇÃO DE DOENÇAS FOLIARES DE SOJA EM DIFERENTES ARRANJOS E
DATAS DE SEMEADURA ................................................................................................... 22
EFEITO DO CICLO DE MATURIDADE NA QUALIDADE DA SEMENTE EM GENÓTIPOS
DE SOJA.............................................................................................................................. 29
EFEITO DO USO DE SILÍCIO NA PRODUTIVIDADE DO MILHO DOCE NA RESISTENCIA
A DOENÇAS FOLIARES..................................................................................................... 35
AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE LINHAGENS PRODUTIVAS DE SOJA COM
POTENCIALIDADE PARA PRODUÇÃO DE BIODIESEL .................................................. 42
COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO NO MUNICÍPIO DE UBERABAMG........................................................................................................................................ 48
AVALIACAO DE DIFERENTES VARIEDADES DE SOJA QUANTO A RESISTENCIA AO
ROTYLENCHULUS RENIFORMIS DE SOJA. .................................................................... 53
AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE SOJA EM DIFERENTES ÉPOCAS DE PLANTIO E
DENSIDADE DE SEMEADURA .......................................................................................... 57
PRODUTIVIDADE E CONCENTRAÇÃO DE SACAROSE DA CANA-DE-AÇÚCAR EM
DIFERENTES SISTEMAS DE ROTAÇÃO DE CULTURAS ................................................ 64
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE FORRAGEIRAS TROPICAIS VARIANDO DE
ACORDO COM A RADIAÇÃO FOTOSSINTÉTICAMENTE ATIVA .................................... 68
AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS DE VARIEDADES DE CANA-DEAÇÚCAR EM ROTAÇÃO COM SOJA E AMENDOIM ........................................................ 74
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AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DO SORGO GRANÍFERO NO TRIÂNGULO MINEIRO
A PARTIR DE MODELAGEM AGROMETEOROLÓGICA .................................................. 83
COMPARAÇÃO DE METODOLOGIA DE ANÁLISE E RECOMENDAÇÃO DE CALAGEM
PARA CULTURA DO TOMATEIRO .................................................................................... 90
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE PODA PARA RECUPERAÇÃO DO CAFEEIRO
IRRIGADO POR GOTEJAMENTO ...................................................................................... 96
PERFORMANCE PRODUTIVA DE CULTIVARES DE SOJA DE DIFERENTES GRUPOS
DE MATURAÇÃO EM UBERABA-MG .............................................................................. 101
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SELEÇÃO E AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE SOJA EM SEGUNDO ANO
DE PLANTIO QUANTO AO TEOR DE ÓLEO E PROTEÍNA
CAVALCANTE, A.K.1; ESPINDOLA, S. M. C. G.2 ;BISINOTTO, F. F. 1;COSTA, E. G. 4; LIMA, P.
C. 3; FINHOLDT, R.A. 4
1
Mestrandos da área de Produção Vegetal, pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESPJaboticabal., e-mail:[email protected];
2
Professora das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas, fone: (34) 3318 4188, email: [email protected];
3
Graduando do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas,
fone: (34) 3318 4188
4
Ex-Graduandos do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do
Tutunas, fone: (34) 3318 4188
* Projeto financiado por programa de iniciação científica -PIC/PIBC disponibilizado pela Fundagri (Fundação Educacional
para o Desenvolvimento das Ciências Agrárias) com parceria ICIAG/UFU .
Resumo: A soja é uma importante oleaginosa presente no mundo, por apresentar propriedades
químicas e físicas muito importantes como fonte de matéria-prima para as industrias alimentícias e,
constituir uma alternativa de biocombustível renovável, biodegradável e ambientalmente correto. O
objetivo do presente trabalho é avaliar e selecionar linhagens de soja de ciclo precoce e tardio com
alto teor de óleo para a produção de biodiesel, avaliar o teor protéico e comparar os resultados de dois
métodos de extração de óleo do grão da soja quanto à eficiência e os teores obtidos. O ensaio foi
instalado na área experimental da Fazenda Escola da FAZU – Faculdades Associadas de Uberaba em
Uberaba –MG no ano agrícola de 2008/09 como segundo ano de plantio, utilizando-se 24 linhagens de
ciclo precoce e 24 linhagens de ciclo tardio em blocos casualizados com 3 repetições comparadas com
variedades comerciais. Para identificação das linhagens superiores foram avaliados os seguintes
caracteres agronômicos: número de dias para floração (NDF), número total de vagens (NTV), número
de dias para a maturidade (NDM),acamamento (AC), peso de 100 sementes e produção de grãos (PG).
O teor de óleo será obtido pelo método Sohxlet e ressonância magnética nuclear e o teor de proteína
apenas pelo método de ressonância magnética nuclear. Os dados coletados serão analisados
estatisticamente pelo teste F e as diferenças significativas entre tratamentos serão comparadas
estatisticamente pelo teste de Tukey em nível de 5% de significância.
Palavras-chave: Glycine ma; produtividade grãos; proteína de soja; óleo.
INTRODUÇÃO
A soja (Glycine max (L.).Merrill) é uma das mais importantes leguminosas do Brasil e do
mundo e destaca-se no cenário mercadológico interno com uma produção de 58,1 milhões de
toneladas na safra 2008/9, consolidando o nosso país como o segundo maior produtor mundial
(CONAB, 2009).
A cultura da soja possui potencial para exercer múltiplas funções em sistemas de produção.
Além de gerar produto de elevado valor biológico, como o alto teor de proteína dos grãos, cerca de
40% das cultivares (Hungria et al., 1994), apresenta capacidade de fixar biologicamente elevadas
quantidades de nitrogênio.
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O lipídeo de soja é o líder mundial dos óleos vegetais representando entre 20 e 24% de todos
os óleos e gorduras consumidas no mundo. No Brasil este número se eleva acima de 50% em produtos
alimentícios (Moreira, 1999). O teor de óleo no grão é em torno de 18%, correspondendo, em media, a
600Kg de óleo por hectare (Agricultura Brasileira em números –Anuário,2008).
O teor de proteína nos grãos de soja está diretamente relacionado à fixação biológica do
nitrogênio e esse teor se altera de acordo com variações de ambiente, principalmente, no que se refere
ao regime pluviométrico no período de enchimento de grãos (PÍPOLO, 2002). O mesmo acontece com
os teores de óleo; normalmente as cultivares apresentam entre 15 e 25% de lipídios totais. Esta
característica apresenta variação ambiental entre plantas do mesmo genótipo, entre vagens da mesma
planta e entre sementes de uma mesma vagem (MIRANDA et al., 1984).
A produtividade da cultura é definida pela interação entre a planta, o ambiente e o manejo.
Altos rendimentos somente são obtidos quando as condições ambientais são favoráveis em todos os
estágios de crescimento da soja (Gilioli et al. 1995). Dessa forma, a época de semeadura é um fator
determinante para o sucesso na busca de altas produtividades, alcançadas quando se conseguem
justapor o desenvolvimento das fases fenológicas da cultura com a presença de ambiente climático
favorável à expressão da produtividade da cultivar em uso. De maneira geral, existem épocas
adequadas de semeadura para as cultivares nas quais a produção é potencialmente maior (Oliveira
2003).
Caracterização das cultivares de soja quanto ao teor de óleo e proteína possibilita
disponibilizar informações sobre as cultivares mais indicadas para determinados usos, agrega valor
qualitativo a esses produtos e viabiliza o aumento de sua participação no mercado. A avaliação dos
efeitos do local de semeadura sobre o teor de óleo permite a recomendação de locais que otimizem a
expressão desta característica de qualidade (PÍPOLO, 2002). Com isso, o objetivo do presente
trabalho é avaliar e selecionar linhagens de soja de ciclo precoce e tardio com alto teor de óleo para a
produção de biodiesel, avaliar o teor protéico e comparar os resultados de dois métodos de extração de
óleo do grão da soja quanto à eficiência e os teores obtidos.
MATERIAL E MÉTODOS
Para a realização do presente estudo foi usados grãos provenientes de genótipos avaliados em
ensaios de competição de linhagens de soja conduzidos em Uberaba-MG. O ensaio foi implantado na
Fazenda Escola da FAZU em Uberaba-MG, situada na longitude 470 57’27’’WGR, latitude 190 44’
13’’S e altitude de 780m. O clima dessa cidade segundo a classificação Koepper, é AW (clima
tropical), tropical quente e úmido com inverno frio e seco. As médias anuais de precipitação e
temperatura são 1.474 mm e 22,60C, respectivamente. O solo é do tipo latossolo vermelho distrófico.
Esse experimento é parte dos ensaios regionais de competição de linhagens do Programa de
Melhoramento de Soja da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) e a sua instalação em Uberaba é
fruto de uma parceria entre as duas instituições de ensino.
O delineamento experimental foi do tipo blocos ao acaso com 28 tratamentos (materiais
genéticos: 24 linhagens e 4 testemunhas) e 3 repetições. As parcelas experimentais constaram de 4
linhas espaçadas a 0,45m entre si e com 5,0m de comprimento, onde as duas linhas centrais de cada
parcela foram utilizadas para coleta de dados, descartando meio metro de cada extremidade. A
produtividade foi obtida pelo valor de massa de grãos obtidos em cada parcela útil correspondente a
kg por 4m2 e foram transformados para kg.ha-1 corrigidos a 13% de umidade.
Após a instalação do experimento, as parcelas de soja foram conduzidas de acordo com os
procedimentos técnicos necessários a fim de mantê-las livres da interferência de plantas daninhas e
pragas.
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A partir da avaliação e identificação dos materiais potencialmente produtivos será avaliado o
teor de óleo. As análises químicas dos grãos serão realizadas no Laboratório de Nutrição Animal da
FAZU e no Laboratório de Analises Químicas da Cargill.
Os caracteres agronômicos avaliados foram:
NDF: Número de dias para a floração, definido como o período entre a data de semeadura e a
data em que estiverem no estádio R1-R2, com 50% das flores abertas;
NDM: Número de dias para a maturidade, definido como o período entre a data de semeadura
e a data em que aproximadamente 95% das vagens apresentarem-se maduras (estádio R8).
APM: altura da planta (cm) na maturidade, medida desde o colo da planta até o ápice da haste
principal.
AC: acamamento, avaliado na maturidade [estádio R8 ], através de uma escala de notas visuais
mostrada na tabela abaixo:
TABELA 1 – Notas adotadas para grau de acamamento de plantas.
Notas
Descrição
inclinação
1
todas as plantas eretas
2
todas as plantas levemente inclinadas
19%
3
todas as plantas moderadamente inclinadas
4
todas as plantas acentuadamente inclinadas
5
todas as plantas fortemente inclinadas
40%
Fonte: SPECHT; WILLIAM (1984).
Níveis
de
até 10%
11%
a
20% a 29%
30% a 39%
acima de
Peso de 100 sementes: Realizadas retirando-se amostras de 100 grãos da parcela ao acaso, em
4 repetições, efetuando-se a pesagem numa balança de precisão.
PG: produção de grãos, em gramas, obtida fazendo-se a pesagem de cada parcela, numa
balança de precisão.
Análise do teor de óleo
Extração do óleo com uso de Soxhlet:
Após-colheita manual, os grãos de soja serão separados das vagens secas, homogeneizados em
processador e acondicionados em frascos de vidro de 500mL. Os frascos serão fechados com tampas
envolvidas em papel alumínio e armazenados em freezer a temperatura de -180C até a ocasião das
análises.
O teor de óleo será determinado em uma amostra de 1 g de grãos, de cada tratamento, tomada
em triplicata, pelo método de Soxhlet, com éter de petróleo como solvente, seguindo metodologia
oficial American Oil Chemists Society (AOCS, 1997).
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O peso do óleo será calculado subtraindo-se o peso do balão mais o óleo menos o peso do
balão. A percentagem do óleo na soja será calculado multiplicando-se a massa do óleo por 100 e o
resultado dividido pela massa do grão. O teor de óleo nos grãos expresso em porcentagem (%OL),
produtividade de óleo em kg/h (PO). Estes parâmetros serão avaliados no Laboratório de Nutrição
Animal da FAZU.
Teor de óleo e proteína por ressonância magnética nuclear (RMN):
Para determinar as porcentagens de óleo e proteína será coletada em cada parcela 100 g de
semente de soja, a análise será realizada através do Espectrômetro de Ressonância Magnética Nuclear
(RMN), média de duplicada.
Os dados coletados serão analisados estatisticamente pelo teste F e as diferenças significativas
entre tratamentos serão comparadas estatisticamente pelo teste de Tukey nível de 5% de significância.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O experimento foi implantado no dia 22 de novembro de 2008. A germinação ocorreu na
semana seguinte, com uma boa uniformidade e com a população desejada. A colheita foi realizada no
mês de março, foram colhidas as precoces depois as tardias.
REFERÊNCIAS
AGRICULTURA BRASILEIRA EM NÚMEROS-ANUÁRIO.Brasília: MAPA, (2004). Disponível
em: <http:www.agricultura.gov.br>. Acesso em: 8 agosto.2008.
AMERICAN OIL CHEMISTS SOCIETY – AOCS. Official methods and recommended practices
of the AmericanOil Chemists Society. 5.ed. Champaign, IL: AOCS, 1997. v.1.
CONAB- Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira:grãos:
sétimo levantamento, abril 2009. Brasília, 30f.
GILIOLI, J. L., F. TERASAWA, W. WILLEMANN, O. P. ARTIAGA, E. A. V. MOURA & W. V.
PEREIRA. Soja: Série 100. FTSementes, Cristalina, Goiás. 18 p. 1995. (Boletim Técnico 3).
HUNGRIA, M.; VARGAS, M. A. T.; SUHET, A. R.; PERES, J. R. R. Fixação biológica de
nitrogênio em soja. In: ARAÚJO, R. S.; HUNGRIA, M. (Ed.). Microrganismos de importância
agrícola. Brasília: Embrapa-SPI, 1994. p. 9-89.
MIRANDA, M. A. C. de; SUASSUNA FILHO, J.;BULISANI, E. A.; MASCARENHAS, H. A.;
TISSELI FILHO, O.; BRAGA, N. R. Efeito maternal e do genótipo sobre o teor de óleo e tamanho de
sementes F1 de soja. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE PESQUISA DE SOJA, 3., Campinas, 1984.
Anais... Campinas: EMBRAPACNPSo, 1984. p. 309-317.
MOREIRA, M. A. Programa de Melhoramento genético da qualidade de óleo e proteína da soja
desenvolvido na UFV. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SOJA, 1., 1999, Londrina. Anais...
Londrina: Embrapa Soja, 1999. p. 99-104.
OLIVEIRA, E. de. Comportamento de genótipos de soja quanto a doenças de final de ciclo e
qualidade de sementes em diferentes ambientes no Estado de Goiás. Tese de Doutorado.
Universidade Federal de Goiás. Goiânia, Goiás. 2003. 177 p.
PIPOLO, A. E. Influência da temperatura sobre as concentrações de proteína e óleo em sementes
de soja (Glycine max (L.) Merrill). Piracicaba, Tese de Doutorado. Universidade Estadual de São
Paulo. 2002. 128 p.
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SPECHT, J.E. & WILLIAM, J.H. Contribution of genetic technology to soybean productivity retrospect and prospect In: FEHR, W.R., ed. Genetic contributions to yield of live major crops plants.
Madison, American Society of Agronomy,1984. p.49-74.
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EFEITOS NO DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DO GIRASSOL COM
AUMENTO DA VELOCIDADE DO CONJUNTO TRATOR-SEMEADORAADUBADORA
BORGES, B.M.M.N.¹; LUCAS, F.T.2; SILVA JÚNIOR, L.C. 1; PAES, J.M.V.3
¹ Graduandos do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – FAZU. Bolsistas da Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG/EPAMIG; Email: [email protected]
² Engenheiro Agrônomo graduado em Agronomia pelas Faculdades Associadas de Uberaba – FAZU, Tecnólogo em
Processos Gerenciais pela Universidade de Uberaba – UNIUBE e Pós-graduando em Gestão Ambiental pela Universidade
de Uberaba – UNIUBE. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico –
CNPq/EPAMIG/UFV;
³ Doutor em Fitotecnia, Pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – EPAMIG, Uberaba/MG.
Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG.
Resumo: O girassol é uma cultura muito importante no contexto econômico atual em razão de sua
produção de óleo comestível de alta qualidade e também por seu valor. Este trabalho teve como
objetivo analisar os diferentes efeitos das operações de semeadura em três velocidades (4, 8 e 12
Km.h-1). O experimento foi instalado na Fazenda Experimental das Faculdades Associadas de
Uberaba – FAZU no ano agrícola 2008/2009, contendo três tratamentos (velocidades) e três
repetições, utilizando o delineamento inteiramente casualizado. Foram analisados o efeito das
diferentes velocidades de semeadura na disposição das sementes e do adubo distribuídos, o
desenvolvimento da cultura e sua produtividade. Após a realização do plantio foram analisadas as
profundidades de sementes e adubo. Ao longo do desenvolvimento da cultivar foram analisados altura
de plantas, diâmetro do caule e população. No ponto de ensilagem foram medidas a massa verde e
massa seca dos capítulos. Quando analisados profundidades de sementes e adubo, diâmetro e altura de
plantas, massa seca e porcentagem de massa seca, não foram encontradas diferenças significativas. Já
na população e na produção de massa verde dos capítulos, o aumento de velocidade proporcionou uma
queda em ambas variáveis, sendo a velocidade ideal a de 4.Km h-1.
Palavras-chave: Diâmetro; Helianthus annuus; profundidade; sementes.
INTRODUÇÃO
A cultura do girassol vem crescendo em diversos países em razão de sua produção de óleo
comestível de alta qualidade e também por seu valor econômico. Além de oferecer uma opção a mais
nos sistemas de rotação e de sucessão de cultura, o girassol beneficia a estrutura e a fertilidade do
solo, por causa de seu sistema radicular pivotante (LEITE; PAULA JÚNIOR; VENZON, 2007).
O girassol cultivado do gênero Helianthus annuus compreende 49 espécies e 19 subespécies,
com 12 espécies anuais e 37 perenes, todas nativas das Américas. O girassol comum é a espécie de
maior importância comercial, sendo utilizada na alimentação como semente oleaginosa (LEITE;
PAULA JÚNIOR; VENZON, 2007). É uma planta de alto valor nutricional podendo ser usado na
dieta de vários animais, em que os valores de proteína e óleo são, respectivamente, 24 e 47,3%
(WATT; MERRIL, 1978).
A população gira em torno de 40.000 a 45.000 plantas.ha-1, e tem como espaçamento mais
recomendado de 0,70 a 0,90 m, variando de acordo com a plataforma de colheita. Portanto, é de
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fundamental importância para serem alcançadas tais condições, a adequada regulagem das
semeadoras-adubadoras (LEITE; PAULA JÚNIOR; VENZON, 2007).
O presente trabalho teve como objetivos avaliar os efeitos das operações de semeadura em
diferentes velocidades no desenvolvimento do girassol e ainda na uniformidade de distribuição de
sementes e de adubo.
MATERIAL E MÉTODOS
O projeto foi instalado no ano agrícola 2008/2009 na Fazenda Experimental das Faculdades
Associadas de Uberaba – FAZU, localizada a 19.73°S, 47.95°W, onde se predomina o solo do tipo
Latossolo Vermelho Eutrófico, típico franco-argiloso-arenoso, fase cerrado, fertilidade natural baixa,
baixa acidez e elevada intemperização (PEDROSO NETO et al., 2008).
O experimento, constituído de três velocidades de semeadura com três repetições, foi instalado
utilizando o delineamento inteiramente casualizado. Cada parcela foi constituída de quatro linhas de
15,0 m espaçadas de 0,8 m e separadas por igual área destinada para eventuais regulagens. Foram
desprezadas as linhas externas (bordaduras). A área útil foi constituída de duas linhas de três metros.
A adubação de plantio foi feita utilizando 350 Kg.ha-1 de 08-20-16 e 150 Kg.ha-1 de 30-00-25 em
adubação de cobertura mais 2,0 Kg.ha-1 de Boro. Foi utilizado o híbrido “Helio 250” da Helianthus
do Brasil.
As operações de semeadura-adubação foram realizadas através de semeadora acoplada a trator
em três velocidades (4, 8 e 12 Km.h-1). Após a realização do “plantio” foram analisados os espaços
entre as sementes, sua distribuição e a profundidade da disposição das sementes e do adubo. Durante o
desenvolvimento da cultivar foram avaliadas as seguintes características: profundidade de semente,
profundidade de adubo, altura de plantas, diâmetro do caule e população. A altura foi medida no ponto
mais alto da planta e o diâmetro a 20 cm do solo, simulando o corte de uma ensiladora.
A população inicial foi de sete plantas por metro, ou seja, aproximadamente 87.500 plantas por
hectare. Foi feito o desbaste, reduzindo o número de plantas pela metade trabalhando com uma
população de aproximadamente 43.750 plantas ha-1. Ao ponto de ensilagem foi medida a massa verde
e a massa seca dos capítulos. O corte foi feito a 10 cm do capítulo. A análise estatística dos dados foi
feita por meio do programa ANOVA e após a análise de variância foi aplicado o teste de Tukey (0,05)
para comparação das médias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Não houve diferença na profundidade de sementes e adubo, mostrando então que a
uniformidade de profundidade dos mesmos não varia com a velocidade de conjunto, conforme Tabela
1.
Tabela 1. Profundidades de sementes e adubo, em função da velocidade de semeadura
Velocidades
(Km.h-1)
4
8
12
1C.V. (%)
Profundidade de Semente
(cm)
2,5 a
3,4 a
3,2 a
15,1
Profundidade
de
Adubo
(cm)
4,7 a
5,8 a
5,6 a
14,9
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Em uma mesma coluna, médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade;
1 C.V. = Coeficiente de variação.
O aumento da velocidade proporcionou menor número de espaçamentos normais e aumento no
número de espaçamentos múltiplos e falhos, apresentando também maior coeficiente de variação e
índice de precisão menor. A melhor distribuição de sementes em relação à precisão ocorreu na menor
velocidade de deslocamento, não havendo variação na população em relação à velocidade (MAHL et
al., 2004).
Mesmo em semeadoras de precisão a vácuo, a melhor condição de semeadura foi observada a
uma velocidade inferior a 3,6 Km.h-1 (BOZDOGAN, 2008). Mostrando que mesmo semeadoras de
precisão, que potencialmente poderiam trabalhar à uma velocidade maior, os melhores resultados
ainda são encontrados em velocidades mais baixas.
Relativo à massa verde, o tratamento de menor velocidade (4 Km.h-1) foi o que apresentou
maior massa em relação aos outros mas, quando comparados os números de massa seca e
porcentagem de massa seca, todos apresentaram o mesmo comportamento, não diferindo entre as
velocidades, conforme Tabela 2. Foi colhido um metro de cada parcela para avaliação de massa verde
e massa seca.
Tabela 2. Massa verde, massa seca e porcentagem de massa seca, em função da velocidade de
semeadura
Velocidades
(Km.h-1)
Massa Verde
(Kg.ha-1)
Massa
Seca
1Massa Seca
(%)
(Kg.ha1)
4
8
12
2C.V. (%)
46363 a
33050 ab
22838 b
27,3
5671 a
4491 a
2837 a
28,2
12,3 a
13,9 a
12,3 a
15,6
Em uma mesma coluna, médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade;
1 Percentual da massa seca em relação à massa verde;
2 C.V. = Coeficiente de variação.
A silagem de girassol apresenta valor quantitativo menor que a de sorgo e milho, no entanto,
apresenta valor qualitativo superior, juntamente com a de milho, em relação à de sorgo (MELLO;
NÖRBERG; ROCHA, 2004).
Foram medidos diâmetros e altura das plantas em três metros lineares escolhidos
aleatoriamente dentro das parcelas, verificando que não houve diferença entre os tratamentos quando
avaliados diâmetros e alturas. Porém, em relação à população, verifica-se na Tabela 3 que a mesma
varia significativamente com os tratamentos (velocidades) implantados.
Tabela 3. Avaliação de diâmetro, altura de plantas e população aos 60 dias, em função da
velocidade de semeadura
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Velocidades
(Km.h-1)
4
8
12
1C.V. (%)
Diâmetro
(mm)
Altura
de
População
(plantas ha-
Plantas
(cm)
159 a
134 a
132 a
11,9
20,3 a
18,9 a
15,4 a
14,1
1)
45833 a
25000 b
12500 c
12,2
Em uma mesma coluna, médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade;
1 C.V. = Coeficiente de variação.
A quantidade de sementes é afetada com o aumento da velocidade de 9 e 11,2 Km.h-1, com
uma redução quando comparado com as velocidades de 3 e 6 Km.h-1, verificando que como a
quantidade de sementes é afetada com a velocidade, logicamente a população também será (SILVA,
KLUTHCOUSKI, SILVEIRA; 2000).
Na cultura do milho o aumento na velocidade do conjunto causou uma menor porcentagem de
espaçamentos normais e menor produtividade do híbrido simples, mas por outro lado não afetou a
produtividade no híbrido duplo (MELLO et al., 2007). Uma menor porcentagem no espaçamento
normal também diminuiu a população, diminuindo também o peso de massa verde, mas, não afetando
a massa seca como visto na Tabela 2.
Ao contrário do que fora dito pelos outros autores, Mercante (2005) fala que a uniformidade da
distribuição não foi afetada significativamente pela velocidade, mas verificou-se tendencioso aumento
no espaçamento juntamente com o aumento da velocidade. Aumento esse comprovado quando em
velocidades muito altas superiores a 8 Km.h-1.
Também foram avaliados a altura e diâmetro das plantas, mas aos 100 dias quando a planta
atingiu ponto de ensilagem. Nessa avaliação nota-se que diâmetros e alturas continuam não
significativos entre si quando comparados os tratamentos (Tabela 4).
Tabela 4. Avaliação de diâmetro e altura de plantas, em função da velocidade de semeadura
Velocidades
(Km.h-1)
4
8
12
1C.V. (%)
Diâmetro Final
(mm)
32,2 a
29,6 a
38,0 a
13,7
Altura Final
(cm)
197 a
170 a
176 a
8,8
Em uma mesma coluna, médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade;
1 C.V. = Coeficiente de variação.
CONCLUSÃO
O aumento na velocidade do conjunto trator-semeadora-adubadora causou queda na população
de plantas e na produção de massa verde dos capítulos;
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19 a 24 de outubro de 2009
Não houve diferença quando avaliados profundidades de sementes e adubo, diâmetro e altura
de plantas, massa seca e porcentagem de massa seca.
REFERÊNCIAS
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Piracicaba, v. 65, n. 3, p. 318-322, 2008.
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PAULA JÚNIOR, T. J. de; VENZON, M. (coord). 101 Culturas – Manual de Tecnologias
Agrícolas. Belo Horizonte: EMBRAPA, 2007. p. 397-404.
MAHL, D. et al.. Demanda energética e eficiência da distribuição de sementes de milho sob
variação de velocidade e condição de solo. Engenharia Agrícola, v. 24, n. 1, p. 150-157, 2004.
MELLO, A. J. R. et al.. Produtividade de híbridos de milho em função da velocidade de
semeadura. Engenharia Agrícola, v. 27, n. 2, p. 479-486, 2007.
MELLO, R.; NÖRNBERG, J. L.; ROCHA, M. G. da. Potencial produtivo e qualitativo de híbridos
de milho, sorgo e girassol para ensilagem. Revista Brasileira de Agrociência, v. 10, n. 1, p. 87-95,
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FAZU. FAZU em Revista, n. 5, p. 34-38, 2008.
SILVA, J. G. da, KLUTHCOUSKI, J.; SILVEIRA, P. M da. Desempenho de uma semeadoraadubadora no estabelecimento e na produtividade da cultura do milho sob plantio direto.
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Department of Agriculture, 1978. 190 p.
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
EFEITO DA APLICAÇÃO DE BIOFERTILIZANTE NA PRODUÇÃO DE
ALFACE
CARMO, D.A.¹; SERAFIM, R.S.²; BONILHA M.A.F.³
¹ Graduando do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas,
fone: (34) 3318 4188, e-mail: [email protected];
² Professora das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas, fone: (34) 3318 4188, email: [email protected];
³ Professora das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas, fone: (34) 3318 4188, email: [email protected];
* Projeto financiado pelo PIC.
Resumo: O aproveitamento dos dejetos de ovinos na forma de biofertilizante poderá proporcionar um
maior rendimento e um menor custo. Quatro biodigestores preenchidos com dejetos de ovinos em
diferentes concentrações forneceram biofertilizantes em diferentes concentrações que serão utilizadas,
para avaliar desenvolvimento da alface, bem como alterações na disponibilidade de nutrientes no solo.
A pesquisa será desenvolvida na Faculdades Associadas de Uberaba no setor de horticultura (estufa),
e terá como utilização biofertilizantes a partir de dejetos de ovinos nas concentrações de 2%; 4%; 8%
e 16%, onde todas as concentração são apartir de sólidos totais provenientes dos dejetos de ovinos. Os
tratamentos serão em delineamento inteiramente casualizado com seis tratamentos, sendo T1:
Controle; T2: Adubação orgânica na base, sendo originadas de quatro fontes sendo um para cada
concentração de sólidos totais (T2-2%; T2-4%; T2-8% e T2-16%); T3: Adubação química na base.
Todos os tratamentos receberão uma aplicação foliar de biofertilizante diluído, dez dias após o
replantio. Serão avaliados a altura da planta, diâmetro da cabeça, comprimento da maior folha, massa
proveniente da raiz, massa total e massa seca e ao final do experimento serão retiradas algumas
plantas de cada tratamento para determinar os teores de N, P, Ca e K.
Palavras - chave: rendimento, nutriente, Lactuca sativa, adubação orgânica, sólidos totais, adubação
química.
INTRODUÇÃO
Segundo Melo, (1997), citado por Factor; Araújo e Vilella (2008), o aumento da produtividade
agrícola vem sendo acompanhado, na grande maioria das vezes, pela degradação ambiental, com o
mau uso de inseticidas nas lavouras, erosão e lixiviação dos solos cultiváveis e por alguns problemas
sociais (recursos para produção e uso desorganizados de recursos naturais).
O principal causador da degradação ambiental é sempre o ser humano, pois os processos
naturais não degradam os ambientes, apenas causam mudanças onde a degradação e uma perda de
qualidade ambiental, a qual refere-se a qualquer estado de alteração de um ambiente e a qualquer tipo
de ambiente (SANCHEZ, 2008).
Umas das principais ocorrências é a poluição indesejável nas características físicas, químicas e
biológicas da atmosfera, em que poluentes podem ser considerados como resíduos desenvolvidos pela
ação humana (utilização de produtos na indústria e na agricultura) e isso implica em um impacto
ambiental indesejável que causa várias alterações no ambiente (BRAGA et al., 2006). Para minimizar
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estes impactos ambientais, o homem precisa compreender as dinâmicas dos diferentes ecossistemas e
usar seus conhecimentos e tecnologias para planejar sistemas de uso e manejo da terra, que sejam
sustentáveis ao longo do tempo (OLIVEIRA; ALMEIDA, 2004).
A produção agrícola moderna vem em busca de certa sustentabilidade, que faz conservar os
recursos naturais e usando com eficiência a economia de energia e fertilizantes (MELO, 1997, citado
por FACTOR; ARAÚJO; VILELLA, 2008). Todos os seres vivos necessitam de energia para a sua
sobrevivência, aonde esta energia vem através da alimentação realizada pelos seres vivos, que se
dividem em dois grandes grupos, os autotróficos, que sintetizam o seu próprio alimento e os
heterotróficos que não sintetizam o seu próprio alimento. O autótrofos se dividem em dois grupos,
quimiossintetizantes e os fotossintetizantes (BRAGA et al., 2006).
A maioria dos pequenos produtores, principalmente os que se especializam na produção de
hortaliças, necessita explorar o máximo de rendimento de sua pequena propriedade e isso faz com que
o produtor busque novas técnicas para garantir uma produção agrícola mais acessível e sustentável.
Uma das técnicas da agricultura moderna que vem se desenvolvendo para promover o cultivo com
menos custo e assim aumentam a produtividade é a utilização de biodigestores para a produção de
biofertilizante, pois o Brasil possui condições climáticas ideais para explorar energia derivada dos
dejetos de animais (ovino, suíno, bovino, etc.) e restos culturais, onde isto libera gás metano (CH4) e
o biofertilizante (MELO, 1997, citado por FACTOR; ARAÚJO; VILELLA, 2008).
Os biodigestores são equipamentos utilizados para desenvolver o processo de biodigestão
anaeróbica. Existem vários modelos de biodigestores que diferem nas suas tecnologias para melhores
obtenções de rendimentos e nas características que os tornem mais adequados ao resíduo que for
utilizado (SANTOS; LUCAS JÚNIOR, 2003). Deverão ser duráveis, sólidos e práticos, de arquitetura
simples e com baixo custo de produção. A qualidade do biodigestor é essencial e se deve tomar uma
atitude rigorosamente científica no processo de construção. A produção do biogás representa um
importante meio de estimulo à agricultura, promovendo a devolução dos produtos vegetais ao solo,
onde estes excrementos fermentados apresentam grande qualidade de rendimento agrícola (SILVA,
1983).
As recomendações da utilização dos minerais do solo irá depender da qualidade de diagnóstico
sobre o grau de deficiências de determinado elemento no solo que se pode conhecer pelo método de
análise. O manejo preciso da adubação beneficia o meio ambiente, pois irá causar menores níveis de
acidificação, eutrofização das águas, poluição do lençol freático e salinização de áreas, além de
contribuir para o produtor com uma maior produtividade e consumidores pela melhor qualidade dos
produtos a baixo custo (FONTES, 2001).
A garantia de boas safras nas épocas passadas reparou-se exclusivamente na adubação
orgânica, onde para os antigos agricultores, não era possível manter ou aumentar a fertilidade do solo
sem incorporar restos vegetais e estercos animais (KIEHL, 1993).
A adubação orgânica pode influenciar de várias maneiras durante a produção do
biofertilizante, entre os principais fatores pode-se destacar o aumento de produção das culturas,
controle de erosão, economia de adubos químicos e fonte de renda. A matéria orgânica é formada por
uma grande variedade de materiais como vermes, insetos e microorganismos, a adubação orgânica
pode ajudar no controle das ervas daninhas e estimular o desenvolvimento das culturas agrícolas e o
melhoramento das condições biológicas (SOUSA, 1989).
A matéria orgânica presente no biofertilizante tem um papel importante na fertilização do solo,
exercido por mecanismos diversos agindo nas propriedades físico - química e biológica do solo e por
um outro lado influenciam na fisiologia vegetal (KIEHL, 2004) as culturas exigem muito minerais e
com uma pequena quantidade de dejetos pode-se conseguir grande quantidade de biofertilizantes
(SOUZA, 1989).
Dentre as principais fontes de matéria orgânica (M.O) produzida na agropecuária destaca-se
os dejetos de ovinos para a produção de biofertilizantes.
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A criação de ovinos no Brasil se destaca principalmente na região Nordeste, que em 1997 tinha
um total de 7.166,639 cabeças, e em 2006 passou para 10.129,267, porém, está presente em todas as
regiões do Brasil, totalizando hoje 17.105,572 cabeças (ANUALPEC, 2006).
A alface (Lactuca sativa) originou-se de espécies silvestres, ainda atualmente encontradas em
regiões de climas temperado, no sul da Europa e na Ásia ocidental. Trata-se de uma planta herbácea
delicada com caule diminuto ao qual se prende as folhas, possui sistema de raiz não ramificado
apresenta o crescimento em roseta em volta do caule, podendo ser lisa ou crespa, com coloração em
vários tons de verde ou roxo (FILGUEIRA, 2008), a coloração roxa é decorrente da presença de
“antocianina” (PENTEADO, 2007). A coloração de cada planta também irá depender da variedade a
ser cultivada (FILGUEIRA, 2008).
É uma hortaliça tipicamente de inverno, sendo que já existem alguns materiais genéticos que
são tolerantes ao verão, com isso nos locais de altitude é possível cultivá-la o ano todo (SOUZA;
RESENDE, 2003). O olericultor tem à sua disposição, sementes de variedades adaptáveis à
temperatura e a região onde será cultivada (FILGUEIRA, 1987).
Segundo Caetano et al., (2001), a alface vem ocupando posição cada vez mais importante na
lista de produtos alimentícios prioritários das famílias brasileiras. Possui grande importância, pois
constitui-se uma das mais ricas fontes de minerais e de celulose, necessitando de uma quantidade de
água relativamente grande para seu desenvolvimento (FILGUEIRA, 1982, citado por
BAUMGARTNER et al.,2008). Excelente fonte de vitamina A, possuindo quantidades apreciáveis das
vitaminas B1 e B2 e certa porção de vitamina C e dos elementos cálcio e ferro (MURAYAMA, 1983).
A adubação orgânica para a cultura da alface irá proporcionar uma maior produtividade por
área, diminui a utilização de adubos químicos e assim eliminando custos, e proporcionando uma
melhor estrutura física do solo e também maior resistência das plantas ao ataque de pragas e doenças
(HORTITEC, 2006). O preparo do solo para a cultura da alface poderá ser feito com gradagem com
rotativa, e a adubação orgânica pode ser realizada a lanço antes do preparo dos canteiros.
O emprego de insumos químicos em hortaliças pode trazer resultados satisfatórios, porém os
produtos obtidos deste processo desordenado podem vir a prejudicar a saúde dos consumidores, com
riscos de contaminação ou excesso de nutrientes, além de elevar os custos de produção (COSTA,
1994, citado por MEDEIROS et al., 2007).
O interesse na utilização de resíduos orgânicos provenientes do meio rural poderá acarretar em
uma reciclagem dos elementos minerais que ali se encontram, como também no aumento do
rendimento das culturas (LUCAS JÚNIOR, 1994, citado por FACTOR; ARAUJO; VILELLA
JUNIOR, 2008).
A utilização de biofertilizantes nas áreas rurais poderá trazer diversos benefícios aos
produtores, e entre os quais a melhora da fertilidade do solo processo físico e biológico do mesmo,
além de proporcionar o aumento da produção.
Os principais objetivos do projeto proposto contemplam a avaliação da fertilidade e matéria
orgânica dos solos adubados com o biofertilizante em função da concentração dos sólidos totais (ST)
presentes no mesmo, além da composição química das plantas cultivadas.
Proporcionar uma maior economia e uma maior produção, fornecendo um produto final com
mais vigor e melhor qualidade das folhas ou raízes. Fazer com que o solo onde for aplicado este
material possa reter mais água e proporcionar uma melhor vida microbiana e qualidade física e
química do solo.
O objetivo geral baseia-se em dar uma destinação adequada do biofertilizante produzido em
biodigestores modelo batelada na cultura da alface.
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19 a 24 de outubro de 2009
MATERIAL E MÉTODO
O experimento será realizado em condições de campo, instalado em área pertencente à
Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU), localizada no município de Uberaba-MG (19º 03”52” de
latitude sul e 48º 08' 52” de longitude oeste). A média anual da temperatura é de 23,2ºC e umidade
relativa do ar, média anual é de 64%.
No experimento anterior para a produção do biofertilizante foram utilizados quatro
biodigestores abastecidos com dejetos de ovinos com capacidade para armazenar 10 L de substrato, e
as concentrações utilizadas de sólidos totais (ST) no substrato foram: 2, 4, 8 e 16%.
Ao final de 12 meses (maio de 2009) de retenção, o biofertilizante gerado nos biodigestores
será coletado para posterior caracterização química realizada através de análises laboratoriais, as quais
incluem a fertilidade e matéria orgânica do solo. Este material produzido será utilizado na adubação
orgânica da alface, a qual será produzida em saquinhos plásticos de (15 cm X 30 cm) colocados na
superfície do solo.
O solo que irá ser utilizado terá sua composição química analisada quanto aos macronutrientes
e ao teor de matéria orgânica (MO) onde ocorrerá a condução das mudas até o fim de seu ciclo.
Serão realizadas duas coletas de solo durante o experimento (início e fim), onde se avaliará a
fertilidade (macronutrientes) e matéria orgânica do mesmo nos tratamentos em questão.
A cultura a ser adubada com o biofertilizante gerado nos biodigestores será a alface (Lactuca
sativa), variedade (Vera). T1: Controle; T2: Adubação orgânica na base, sendo originadas de quatro
fontes sendo um para cada concentração de sólidos totais ( T2-2%; T2-4%; T2-8% e T2-16%); T3:
Adubação química na base.
Para cada tratamento serão utilizados 10 mudas, sendo que a metade, isto é cinco plantas, em
cada tratamento receberão adubação foliar ao décimo dia após o transplantio. O total de mudas para a
execução do experimento será de 60 mudas.
O delineamento estatístico será inteiramente casualizado, com 6 tratamentos e 10 repetições
comparados pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os parâmetros avaliados serão: altura da
planta, diâmetro da cabeça, comprimento da maior folha, massa da raiz, massa total e massa seca e no
final da execução da pesquisa iremos retirar 4 plantas de cada tratamento para determinar os teores de
N, P, Ca e K, segundo método descrito por Silva e Queiroz (2002), as alfaces ficarão em saquinhos na
estufa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O determinado trabalho está em desenvolvimento, portanto não a resultados e discussões
definidas.
CONCLUSÃO
A ênfase geral sobre o determinado trabalho, é de demonstrar a importância do aproveitamento
dos dejetos para a produção de biofertilizantes, onde irá proporcionar redução de custos, na obtenção
de uma agricultura sustentável e um menor impacto ambiental, devido de ter a possibilidade de
aproveitar os gases provenientes da decomposição destes dejetos e transformando-os em fontes de
energia.
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Ressalta-se que esta técnica é interessante para a produção de qualquer cultura orgânica, a
utilização de biofertilizantes traz somente benefícios para a área agrícola, reduzindo significamente o
custeio da produção e diretamente valorizando o produto.
REFERÊNCIAS
ANUALPEC. Anuário da Pecuária Brasileira. São Paulo: Instituto FNP, 2006.
BAUMGARTNER, Dirceu et al. Reúso de águas residuárias da piscicultura e da suinocultura na
irrigação da cultura da alface. Disponível em:
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BRAGA, Benedito et al. Introdução a engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento
sustentável. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2006. 318 p.
CAETANO, Luiz Carlos Santos et al. A cultura da alface perscpectiva-tecnologiase-viabilidade.
78. ed. Niterói: Pesagro-rio, 2001. 23 p.
FACTOR, Thiago L.; ARAÚJO, Jairo A. C. de; VILELLA JÚNIOR, Luiz V. E.. Produção de
pimentão em substratos e fertirrigação com efluente de biodigestor. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141543662008000200006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 07 abr. 2009.
FILGUEIRA, Fernando Antônio Reis. Abc da olericultura: quia da pequena horta. São Paulo:
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FILGUEIRA, Fernando Antonio Reis. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na
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HORTITEC: show em tecnologias hortifrutícolas. Uberlândia: Campo e Negócio, v. 13, 13 jun. 2006.
KIEHL, Edmar José. Fertilizantes organominerais. 2. ed. Piracicaba: Degaspari, 1993. 319 p.
KIELH, Edmar José. Manual de compostagem: maturação e qualidade do composto. 4. ed.
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MEDEIROS, Damiana Cleuma de et al. Produção de mudas de alface com biofertilizantes e
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MURAYAMA, Shizuto. Horticultura. 2. ed. Campinas: Instituto Campineiro de Ensino Agrícola,
1983. 328 p.
OLIVEIRA, Maurício Carvalho de; ALMEIDA, Rodrigo Marroso de. Uso sustentável da terra e
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PENTEADO, Silvio Roberto. Cultivo ecológico de hortaliças: como cultivar hortaliças sem veneno.
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SÁNCHEZ, Luis Enrique. Avaliação de impacto ambiental conceitos e métodos. São Paulo:
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SANTOS, Tânia Mara Baptista, LUCAS JÚNIOR, Jorge de. Utilização de resíduos da avicultura de
corte para a produção de energia. CONGRESSO INTERNACIONAL DE ZOOTECNIA (ZOOTEC) 5
Uberaba, MG 2003 Anais Maio 2003 p.131-141.
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chinês. 2. ed. Brasilia: Embrater, 1983. 90 p. (26).
SOUZA, Lúcio Deon Nunes de. Adubação orgânica. Viçosa: Tecnoprint S.a, 1989. 116 p
SOUZA, Jacimar Luiz; RESENDE, Patrícia. Manual de horticultura orgânica. Viçosa: Aprenda
Fácil, 2003. 564 p. (Il).
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
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RESPOSTA DO FEIJOEIRO A ADUBAÇÃO FOLIAR COM BORO E
MANGANÊS.
BONILHA, M.A.F.1; OLIANI, D.2
1
Professor das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas, fone: (34) 3318 4188, e-mail:
[email protected] ;
2
Graduando do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas,
fone: (34) 3318 4188, e-mail: [email protected]
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo avaliar em condição de campo, a resposta do
feijoeiro à aplicação foliar de quatro doses de boro e quatro de manganês, bem como a possível
interação, sendo medidos, estande inicial e os componentes de produção: número de vagens por
planta, número de grãos por vagem umidade e rendimento de grãos. O experimento foi conduzido em
um LATOSSOLO VERMELHO distrófico de textura média, na Faculdade Associadas de Uberaba,
em sistema de plantio direto, sendo utilizado o delineamento blocos casualizados, com quatro
repetições, sendo que as parcelas foram de quatro linhas de 6m de comprimento, com espaçamento de
0,5 m. Na ocasião da colheita, os parâmetros avaliados serão os componentes de produção: estande
final número de vagens por plantas, número de grãos por vagens, umidade e o rendimento de grãos.
De acordo com o livro de Recomendação Para o Uso de Corretivos e Fertilizantes em Minas Gerais 5ª Aproximação cita, que na deficiência de boro e, ou, zinco, aplicar 1kg.ha-1 de B e 2 a 4 kg.ha-1 de
Zn. O micronutriente manganês, não consta recomendações para sua deficiência, com isso este
trabalho favorecerá para edição do próximo livro.
Palavras-chaves: adubação foliar; feijão; micronutrientes.
INTRODUÇÃO
O Brasil é o maior produtor e consumidor mundial de feijão comum, sendo Minas Gerais o
segundo maior estado produtor respondendo por aproximadamente 15% da produção nacional
(BORÉM e CARNEIRO, 2006). Segundo FERREIRA et al. (2004) o feijão é considerado uma das
culturas mais exigente a nutrientes, o equilíbrio nutricional é, muitas vezes, o fator mais importante e
critico na determinação da sua produtividade e para poder expressar todo o seu potencial produtivo. A
questão do fornecimento de micronutrientes à cultura do feijão, em Minas Gerais, ainda demanda
muitos estudos, pois há muitos pontos a serem esclarecidos.
De acordo com VIEIRA (2006) estudos comprovam que o boro participa de funções de
extrema importância no metabolismo das plantas. Este nutriente este envolvido na divisão celular, no
crescimento e na formação de parede celular, na síntese de proteínas e no transporte de sacarose
através da membrana celular (MALAVOLTA et al., 1997).
Segundo (FAQUIN, 2001) o boro é o único nutriente que não atende o critério direto de
essenciabilidade, mas satisfaz o critério indireto. A prova de sua essenciabilidade consiste em que, nos
solos de regiões tropicais, é o micronutriente que mais promove deficiências nas culturas.
O efeito do boro foi estudado por BRAGA (1972), que, utilizando um solo de Viçosa, obteve
incremento de produção com doses de até 0,69 Kg/ha (a máxima usada), na forma do bórax. Em
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Lavras (Sul de Minas Gerais), Lima et al. (1996) verificaram que o B e Zn, em aplicação foliar, não
trouxeram vantagem para a cultura. Em Coimbra (Zona da Mata), SCARAMUSSA et al. (1996),
verificaram que o Zn não teve efeito, mas o bórax (11% de B), na dose de 22 Kg/ha, aumentou a
produção em 14% em relação a dose zero. (VIEIRA, 1998).
Dentre os micronutrientes, apenas o boro e o cloro apresentam acentuada mobilidade no solo.
(RIBEIRO, GUIMARAES, ALVARES, 1999).
De acordo com van RAIJ et al. (1996), o boro pela sua mobilidade no solo, pode ser aplicado
em adubação de cobertura, até em culturas anuais.
A aplicação foliar pode ser utilizada para os micronutrientes, com solução de sais inorgânicos
solúveis em água. Nos casos em que isso é recomendado, as concentrações preconizadas são dadas
nas tabelas de adubação. Para diversas culturas perenes, a pulverização foliar com micronutrientes é
uma rotina, aproveitando-se a aplicação de pesticidas. Para as hortaliças, a prática é também bastante
comum, mas para culturas anuais extensivas, a adubação foliar de micronutrientes em geral só se
justifica em situações de emergência. Em todas as situações, quando houver deficiência de zinco e
manganês é recomendável a aplicação ao solo, de preferência no plantio.( RAIJ et al. 1996).
O Manganês é o micronutriente mais abundante no solo depois do ferro, desempenha função
de ponte de ATP, na síntese de proteínas e na multiplicação celular, com os sintomas de carência se
manifestando primeiramente nas folhas mais novas (FAQUIN, 2001).
A deficiência de micronutrientes, especialmente a de manganês, pode reduzir a atividade
metabólica devido à demanda em processos fisiológicos, como componentes de enzimas essenciais e
também comprometer a manutenção estrutural e integridade funcional das membranas (RÖMHELD e
MARSCHNER, 1991).
O manganês está relacionado à formação da lignina (MARSCHNER, 1995), que, por sua vez,
é uma das substâncias presentes na parede celular, conferindo-lhe impermeabilidade (MCDOUGALL
et al., 1996), exercendo assim, efeito significativo sobre a capacidade e a velocidade de absorção de
água através do tegumento, interferindo desse modo, na quantidade de lixiviados liberados para o
meio externo durante a fase de embebição do processo de germinação de sementes.
Para verificar se o solo necessita de algum micronutriente, pode-se lançar mão dos sintomas
visuais de deficiência, de diagnose foliar e do conhecimento das condições favoráveis à deficiência.
Na diagnose foliar procura-se avaliar o estado nutricional da planta, analisando-lhe os teores de
minerais nas folhas e comparando-os com os de folhas tidas como padrão do ponto de vista
nutricional. Assim, ficar-se-á sabendo se o material analisado está com falta de algum nutriente.
(VIEIRA, 1998).
O boro causa caule anormalmente engrossado, podendo mostrar rachadura longitudinal na
região do epicótilo, morte do broto terminal; folhas novas com clorose internerval. O manganês afeta
a área foliar originado sistema radicular reduzido; folhas novas com clorose internerval; folíolos com
superfície enrugada e poucas vagens. (VIEIRA, 1998)
As condições que propiciam a ocorrência de deficiência de micronutrientes são as seguintes,
segundo OLIVEIRA et al. (1996): boro – solos leves e arenosos, pobres em matéria orgânica; solos
originados de material pobre em B; solos alcalinos; solos turfosos ou orgânicos; manganês – solos
alcalinos; solos arenosos; solos originados de rochas pobres em Mn. (VIEIRA, 1998).
TÓPICOS A SEREM ABORDADOS
O experimento foi implantado no município de Uberaba (MG), Fazenda Escola das Faculdades
Associadas de Uberaba (FAZU/FUNDAGRI). A posição geográfica é delimitada pelas coordenadas
47º 57’ de latitude Sul e de 19º 44’ de longitude Oeste, com altitude média de 700 m acima do nível
do mar. O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo mesotérmico com inverno
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
seco (Aw), com precipitação média de 1.589,4 mm, evapotranspiração de 1.046 mm e temperatura
média anual de 21,9 ºC, conforme INEMET-EPAMIG. O relevo é predominantemente suave
ondulado com declividades médias variando de 2 a 8 %. A área experimental onde será realizado o
experimento é constituída de um LATOSSOLO VERMELHO Distrófico de textura média.
O ensaio foi constituído por um fatorial 4x4, sendo quatro doses de boro e quatro de
manganês, com os mesmo valores (0, 150, 300, 450 g.ha). O delineamento foi em blocos
casualizados, com quatro repetições. As parcelas foram de quatro linhas de 6m de comprimento com
espaçamento de 0,5 m. A área útil foi de duas linhas de 4 m de comprimento constituindo 4m2. As
doses de boro e manganês foram divididas em duas aplicações, aos 20 e 30 dias após a emergência,
com pulverizador de CO2, com as soluções dos foi realizada 20 dias antes do plantio com as doses de
4,0 e 0,8 L.ha, dos herbicidas glifosato e 2,4-D, respectivamente. Em maio do presente ano foi feita a
amostragem de solo para análise completa. O plantio foi executado com semeadora adubadora de
plantio direto, sem revolvimento do solo em agosto do presente ano (inverno/primavera), em área
irrigada por pivot central. A adubação de cobertura foi composta por duas aplicações de uréia, de 100
kg há-1 cada, aos 25 e 35 dias após a emergência (DAE), totalizando 90 kg ha de N. Serão realizados
controles fitossanitários com aplicação dos fungicidas e inseticidas recomendados. As plantas
daninhas foram controladas por meio da aplicação de fomezafem + fluazifop p-butil, na dose de 1 L
ha.
Os parâmetros avaliados foram estande inicial e os componentes de produção: estande final
número de vagens por planta, numero de grãos por vagens, umidade e o rendimento de grãos. Após
análise de variância, as médias com diferença significativa no teste de F, a 5% de significância,
passarão por análise de regressão. O software utilizado será o Sisvar® (FERREIRA, 2000).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O experimento ainda está na fase de término, e como o principal objetivo do trabalho são:
avaliar em condição de campo, a resposta do feijoeiro à aplicação foliar de doses de boro e manganês;
mostrar a interferência da aplicação foliar de doses de boro e manganês na cultura do feijoeiro em
número de vagens por planta, número de grãos por vagem, e rendimento de grãos.
Com isso ainda não é possível mostras os resultados para a discussão.
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
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889p.
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19 a 24 de outubro de 2009
AVALIAÇÃO DE DOENÇAS FOLIARES DE SOJA EM DIFERENTES
ARRANJOS E DATAS DE SEMEADURA
GONÇALVES, D. A. R.1; LOPES, E. W. 2; FERREIRA JUNIOR, J. A.3; ESPINDOLA, S. M. C. G.4.
1
Aluno de graduação do Curso de Agronomia, FAZU - Faculdades Associadas de Uberaba, Av. do Tutunas, 720 – CEP
38061-500, Uberaba – MG, e bolsista da FAPEMIG, e-mail: [email protected];
2
Aluno de graduação do Curso de Agronomia, FAZU - Faculdades Associadas de Uberaba, Av. do Tutunas, 720 – CEP
38061-500, Uberaba – MG, estagiário da EPAMIG e bolsista da FAPEMIG, e-mail: [email protected];
3
Aluno de graduação do Curso de Agronomia, FAZU - Faculdades Associadas de Uberaba, Av. do Tutunas, 720 – CEP
38061-500, Uberaba – MG, estagiário da EPAMIG e bolsista da FAPEMIG, e-mail: [email protected];
4
Prof. Dr. Curso de Agronomia, FAZU - Faculdades Associadas de Uberaba, Av. do Tutunas, 720 – CEP 38061-500,
Uberaba – MG, e-mail: [email protected];
* Projeto financiado pela FAPEMIG/FUNDAGRI.
RESUMO: Esse trabalho tem como objetivo a avaliação, no campo, da ocorrência e severidade de
doenças foliares de variedades plantadas em diferentes densidades populacionais e diferentes épocas
de plantio no município de Uberaba-MG. As avaliações foram determinadas através de análises pela
escala de notas de 1 a 6 para as doenças. Para as diferentes densidades populacionais o delineamento
experimental foi de blocos casualizados, sendo quatro variedades em três densidades de semeadura (8,
10 e 12 plantas por metro). Com relação às diferentes épocas de semeadura, o delineamento
experimental foi de blocos casualizados com quatro variedades em duas épocas de semeadura
diferentes (com intervalos de quinze dias entre um plantio e outro). As parcelas experimentais
constaram de 4 linhas espaçadas a 0,50m entre si e com 5,0m de comprimento. As duas linhas centrais
de cada parcela foram utilizadas para coleta de dados, descartando meio metro de cada extremidade.
As variedades em geral não apresentaram grandes variações para as médias de severidade de doenças
foliares, com uso de fungicidas. As notas foram satisfatórias podendo dizer que foi observada baixa
severidade de doenças foliares nas variedades tanto nas diferentes densidades como nas épocas de
semeadura em Uberaba na safra 2008/2009.
PALAVRAS-CHAVE: densidade; doenças foliares; Glycine max; épocas de plantio.
INTRODUÇAO
A soja (Glycine max(L.) Merril) vem despontando como uma das mais importantes, dentre as
espécies cultivadas no Brasil e no Mundo. De acordo com dados fornecidos pela CONAB (2009),
estima-se que a soja, na safra 2008/2009, tenha uma produção de 57,63 milhões de toneladas, ou seja,
4,0% menor que a atingida na safra 2007/2008.
Entre os principais fatores que limitam a obtenção de altos rendimentos em soja estão a
umidade, a temperatura e o fotoperíodo, que variam com as diferentes épocas do ano, apresentando
variações mais acentuadas em regiões de maior latitude (CÂMARA, 1998), doenças foliares, causadas
por fungos, são outro grande fator de limitação de grandes produtividades, comprometendo desde
20% do rendimento de grãos da cultura da soja, podendo chegar a valores superiores a 75% quando na
presença da ferrugem asiática ( DALLAGNOL et al., 2006).
Na cultura da soja, as cultivares devem apresentar necessariamente características como
resistências à Mancha-olho-de-rã (Cercospora sojina), à Pústula bacteriana (Xanthomonas axonopodis
cv glycines), Cancro da haste (Diaphorte phaseolorum f. sp. meridionalis), sendo desejável que
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19 a 24 de outubro de 2009
apresentem resistências ou tolerâncias ao Oídio (Erysiphe diffusa), ou Nematóide de cisto da soja
(Heterodera glycines), ou Nematóide de galhas ( Meloidogyne incognita, M.javanica e M.arenaria), ou
Antracnose (Colletotrichum dematium var. truncata), ou mosaico comum da soja (VMCS), ou
tolerância à Podridão Vermelha da Raiz (Fusarium solani), ou Doenças de Final de Ciclo ( Septoria
glycines e Cercospora kikuchi), ou Mancha Parda da Haste (Phialophora gregata), ou Necrose da haste
da soja (VNHS), entre os mais importantes, das 45 doenças de soja, que ocorrem em nosso país
(EMBRAPA, 2006).
O número de doenças continua aumentando com a expansão da soja para novas áreas e como
conseqüência da monocultura. A importância econômica de cada doença varia de ano para ano e de
região para região, dependendo das condições climáticas de cada safra (EMBRAPA, 2006).
As mudanças de temperatura e de precipitação, que irão ocorrer devido ao aquecimento global,
interferirão no período de molhamento foliar, que em muitas doenças da soja é determinante para a
infecção do patógeno. As mudanças de cada componente do clima, isoladamente, a inter-relação dos
vários fatores do clima, a variabilidade genética existente em vários patógenos associados à cultura da
soja e a interferência do homem nos sistemas agrícolas resultam na formação de um sistema de alta
complexidade, que exige análise minuciosa do impacto das mudanças climáticas sobre as doenças de
soja (GHINI; HAMADA, 2008).
A melhor época de semeadura varia em função do cultivar, da região de cultivo e das
condições ambientais do ano agrícola, afetando de modo acentuado, a arquitetura, o comportamento
da planta e a reação aos patógenos, podendo causar variação drástica no rendimento, bem como no
porte das plantas (EMBRAPA, 1996).
O controle das doenças já citadas envolve um conjunto de práticas, entre elas o uso de
cultivares resistentes, tratamento de sementes, adubação mineral equilibrada, uso de fungicidas na
parte aérea e rotação de culturas (BALARDIN, 1999). Essas estratégias, quando empregadas de forma
integrada, apresentam alta eficácia e proporcionam retorno econômico (MIGNUCCI, 1993).
A soja constitui, atualmente, assunto de intensa atividade de pesquisa dirigida para a obtenção
de informações que possibilitem aumentos de produtividade. Considerando que o desenvolvimento da
soja é influenciado por inúmeros fatores ambientais, entre estes a temperatura, a precipitação pluvial,
a umidade relativa do ar, a umidade do solo e, principalmente o fotoperíodo, a época de semeadura
exerce influência decisiva sobre a quantidade e a qualidade da produção (MOTTA et al, 2000).
A variação do espaçamento e da densidade na linha são responsáveis pela distribuição das
plantas no campo. Vários estudos têm mostrado que a melhor população de plantas é de
aproximadamente 400.000 plantas.ha-1, havendo tolerância da cultura para variações da ordem de
20% a 25% desse número para mais ou para menos. Entretanto, a melhor população depende da
região, época de semeadura e cultivar (EMBRAPA, 1996). Desta forma se torna importante a
avaliação da influência das diferentes densidades populacionais e das diferentes épocas de plantios, na
incidência e severidade de ataque de doenças foliares na soja.
MATERIAL E MÉTODOS
O ensaio foi conduzido na área experimental das Faculdades Associadas de Uberaba (FAZUFUNDAGRI), no município de Uberaba, MG, em altitude de 780 m; 19º e 44’ de latitude Sul e 47º e
57‘ de longitude Oeste de Greenwich; no ano agrícola 2008/2009. As normais climatológicas obtidas
do INEMET-EPAMIG, Estação Experimental Getulio Vargas são as seguintes: precipitação de
1.589,4 mm, evapotranspiração de 1.046 mm e temperatura média anual de 21,9 ºC. O solo utilizado é
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19 a 24 de outubro de 2009
classificado como LATOSSOLO VERMELHO distrófico, textura franco-arenosa, relevo suavemente
ondulado e fase cerrado subcaducifólio. Foram implantadas em duas áreas experimentais.
Para o experimento onde se avaliou a incidência de doenças em diferentes épocas de
semeadura, o delineamento experimental foi de blocos casualizados, sendo quatro variedades (M7211RR, M-7639RR, M-7908RR e M-8221RR) em duas épocas de semeadura (duas épocas
diferentes com intervalos de quinze dias entre um plantio e outro), totalizando oito tratamentos, com
três repetições, e no experimento onde as doenças foram avaliadas em diferentes densidades
populacionais, o delineamento experimental foi de blocos casualizados, sendo quatro variedades em
três densidades de semeadura (8, 10 e 12 plantas por metro) com três repetições, totalizando doze
tratamentos. As parcelas experimentais constaram de 4 linhas espaçadas a 0,50m entre si e com 5,0m
de comprimento, onde as duas linhas centrais de cada parcela foram utilizadas para coleta de dados,
descartando meio metro de cada extremidade.
O plantio para avaliação de diferentes densidades foi realizado juntamente com o plantio de
primeira época, ambos foram implantados no dia 11 de novembro de 2008 e o plantio de segunda
época foi realizado no dia 26 de novembro de 2008. Foram realizadas quatro aplicações de fungicidas,
sendo que na primeira e na segunda, 24/12/2008 e 07/01/2009, foram usados azoxistrobina +
ciproconazol(200 + 80 Gramas por Litros), na terceira e na quarta aplicação, 27/01/2009 e
17/02/2009, foram usados epoxiconazol + piraclostrobina(50 + 133 Gramas por Litros).
Para a avaliação da severidade e incidência das doenças foliares foram feitas amostragem de
folhas em três datas, no dia 6 de janeiro de 2009, no dia 7 de fevereiro de 2009 e no dia 1 de março de
2009. A severidade das doenças que incidiram foi obtida por meio da média de nota das cinco folhas
coletadas aleatoriamente no terço médio das plantas contidas em cada parcela, e avaliadas com auxilio
da escala de notas adaptadas de KLINGELFUSS; YORINORI, 2001. As notas foram referentes aos
seguintes intervalos:
1=ausência de fungo;
2=traços a 10%;
3=11% a 25%;
4=26% a 50%;
5=51% a 75% e
6=76% a 100%.
As doenças notadas foram: ferrugem asiática, míldio, oídio e mancha parda.
As características avaliadas foram submetidas à análise de variância e à comparação de
médias, conforme o teste de DMS-t a 5% de significância. Os dados foram analisados estatisticamente
por meio do Programa Estatístico Assistat (SILVA, 2009).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Analisando a Tab. 1 verificou-se que a incidência de míldio aumentou do florescimento para a
formação das vagens, no entanto, posteriormente esta doença cedeu espaço para as doenças de final de
ciclo (DFC) e ao ataque de ferrugem sendo que o fungo apresentava seus esporos em fase necrótica
mais para o fim da cultura.
Azevedo (2005) avaliou genótipos de soja, observando que as cultivares Msoy 8211, Fortuna
(Impacta), Coodetec 208 e Emgopa 313 comportaram-se como mais resistentes parcialmente à
ferrugem asiática. No presente trabalho, nota-se que as MSOY 7639RR e MSOY 7908RR
apresentaram menor média de severidade da ferrugem no inicio de seu ciclo, do que as variedades
MSOY 7211RR e MSOY 8221RR. No entanto, todas as variedades apresentaram incidência da
ferrugem, quando esta obteve condições ideais para sua multiplicação, como observado em R6.
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
Almeida et al.(2001), avaliando genótipos para resistência à mancha parda, notou que nenhum
dos genótipos testado era imune a esse patógeno. De acordo com os dados mostrados na Tab. 1,
nenhum genótipo apresentou média de severidade, para nenhuma das doenças avaliadas, maior do que
três. Isso indica que, em média, o comprometimento da área foliar foi menor que 25% em resposta às
aplicações foliares dos fungicidas utilizados.
Tabela 1: Severidade da infestação de doenças foliares em duas épocas de semeadura, 11 de novembro de 2008 e 26 de
novembro de 2008, avaliadas em R2, R4 e R6, em Uberaba-MG na safra 2008/2009.
FERRUGEM
MILDIO
MILDIO
MILDIO
FERRUGEM
MANCHA
(R2)
(R2)
(R4)
(R6)
PARDA (R6)
(R6)
GENÓTIPO 0
1
20
10
20
10
20
10
20
10
20
10
20
A
A
A
B
A
B
A
A
A
A
A
A
ép.
ép.
ép.
ép.
ép.
ép.
ép.
ép.
ép.
ép.
ép.
ép.
M-7211RR 1,0 a 1,3 a 1,7 a 1,0 a 2,0 bc 1,3 a 2,7 a 3,0 a 2,3 a 2,3 a 1,0 b 1,3 a
M-7639RR 1,0 a 1,0 a 1,7 a 1,3 a 3,0 a
1,0 a 2,7 a 2,7 a 1,7 ab 1,7 ab 1,7 ab 1,3 a
M-7908RR 1,0 a 1,0 a 2,3 a 1,0 a 1,7 c 1,3 a 2,3 a 3,0 a 1,0 b 1,0 b 2,0 ab 2,3 a
M-8221RR 1,3 a 1,3 a 1,7 a 1,0 a 2,7 ab 1,0 a 2,3 a 2,3 a 1,0 b 1,0 b 2,7 a 2,3 a
CV%
31.43
46.42
23.33
19.05
36.00
33.40
*Médias seguidas de letras MAIÚSCULAS diferentes entre si na horizontal apresentam diferença significativa entre as
épocas de plantio pelo teste de DMS-t à 5% de probabilidade.
**Médias seguidas de letras MINÚSCULAS diferentes entre si na vertical apresentam diferença significativa entre os
genótipos pelo teste de DMS-t à 5% de probabilidade.
Segundo Madalosso (2007), a variação na severidade das doenças na cultura da soja, mostrou
que somente o arranjo diferenciado de plantas na área foi suficiente para atrasar o desenvolvimento da
doença. Em se tratando de oídio (R4) na Tab. 2 e ferrugem (R2) na Tab. 5, podemos dizer que não
foram encontradas valores com diferença estatística, ou seja, as diferentes densidades de plantas não
influenciaram na incidência e severidade destas doenças nas variedades avaliadas neste trabalho
avaliada como resposta as aplicações de dois diferentes fungicidas.
Tabela 2: Severidade da infestação de oídio, em quatro variedades, dispostas em três
diferentes densidades populacionais, avaliadas em R2, R4 e R6, em
Uberaba-MG na safra 2008/2009.
GENÓTIPO
OÍDIO(R4)
No pl/m
10
12
M-7211RR
1,0 Aa
8
1,0 Aa
1,7 Aa
M-7639RR
M-7908RR
1,3 Aa
1,0 Aa
1,7 Aa
1,0 Aa
1,7 Aa
1,0 Aa
M-8221RR
1,0 Aa
1,3 Aa
1,0 Aa
DMS-t
C
1,0 L
0,8
CV%
V
63,5 D
37,3
*Médias seguidas de letras MAIÚSCULAS diferentes entre si na vertical, e médias
seguidas de letras MINÚSCULAS diferentes entre si na horizontal, apresentam
diferenças significativas pelo teste de DMS-t à 5% de probabilidade. C (colunas), V
(variedades), L (linhas), D (densidade), CV% (coeficiente de variação), DMS-t
(diferença mínima significativa).
A variedade M-7908RR apresentado um índice alto na densidade de 8 plantas/m em relação as
outras. Ainda sobre a variedade citada anteriormente, esta também demonstrou fragilidade ao míldio
tanto no estádio R2, como no estádio R4 e R6, demonstrando sua maior susceptibilidade a esta doença
(Tab. 3).
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
A variedade M-7211RR se mostrou mais susceptível ao míldio (Tab. 3) no estádio R2 em
relação às outras, tendo isso ocorrido na densidade de 12 plantas/m, o que provavelmente pode ser
explicado pelo maior número de plantas, o que gerou mais massa verde, propiciando uma condição
ótima para o desenvolvimento do fungo. Segundo Balardin (2002), os adensamentos de plantas
provocados pelos espaçamentos menores propiciaram condições para que o sombreamento foliar
provocado pelas folhas das plantas vizinhas e da própria planta seja mais intenso.Com isso, ocorre a
formação de um microclima favorável ao patógeno, onde a temperatura sofre menores alterações,
permanecendo abaixo de 28ºC e o orvalho tem sua evaporação retardada, determinando um tempo de
molhamento foliar em torno de 10 horas por dia, ideal para a germinação e infecção de seu esporo.
Tabela 3: Severidade da infestação de míldio, em quatro variedades, dispostas em três diferentes densidades
populacionais, avaliadas em R2, R4 e R6, em Uberaba-MG na safra 2008/2009.
MILDIO
GENÓTIPO
(R2)
12
MILDIO
8
10
8
10
M-7211RR
1,3 Ab
1,7 Ab
2,7 Aa 1,3 Bb
M-7639RR
1,7 Aa
1,3 Aa
M-7908RR
2,0 Aa
M-8221RR
1,3 Aa
(R4)
MILDIO
(R6)
12
8
10
12
1,3 Bb
2,0 Ba
1,0 Ba
1,0 Aa
1,0 Aa
1,0 Ba 1,0 Bb
1,7 Ba
1,3 BCab 1,0 Ba
1,3 Aa
1,0 Aa
1,7 Aa
1,3 Ba 2,7 Aa
3,0 Aa
3,0 Aa
2,3 Aa
1,0 Ab
1,3 Ab
1,0 Aa
1,0 Ba 1,0 Ba
1,0 Ba
1,0 Ca
1,0 Ba
1,3 Aa
1,3 Aa
DMS-t
C
0,9 L
1,0
C
0,7 L
0,5
C
0,6 L
0,7
CV%
V
36,3 D
36,9
V
31,6 D
18,4
V
22,3 D
33,4
*Médias seguidas de letras MAIÚSCULAS diferentes entre si na vertical, e médias seguidas de letras
MINÚSCULAS diferentes entre si na horizontal, apresentam diferenças significativas pelo teste de DMS-t à
5% de probabilidade. C (colunas), V (variedades), L (linhas), D (densidade), CV% (coeficiente de variação),
DMS-t (diferença mínima significativa).
Segundo Oliveira, Godoy e Martins (2005), cultivares tolerantes podem demandar menor
número de aplicação de fungicidas e, com isso, reduzir o custo de controle da doença. Neste trabalho,
observou que as variedades M-8221RR e M-7908RR apresentaram menor incidência de mancha parda
(Tab. 4), principalmente na densidade de 8 e 12 plantas/m, demonstrando assim maior tolerância à
doença, o que acarreta maior gasto com fungicidas para doenças no final do ciclo da soja.
Tabela 4: Severidade da infestação de mancha parda, em quatro variedades, dispostas em
três diferentes densidades populacionais, avaliadas em R2, R4 e R6, em
Uberaba-MG na safra 2008/2009.
GENÓTIPO
MANCHA PARDA (R6)
8
10
12
M-7211RR
M-7639RR
2,7 Aa
2,7 Aa
2,0 Aa
2,3 Aa
2,3 Aa
2,3 Aa
M-7908RR
M-8221RR
1,0 Bb
1,7 Ba
2,3 Aa
2,0 Aa
1,7 Aab
1,7 Aa
DMS-t
C
0,9 L
1,0
CV%
V
9,4 D
28,7
*Médias seguidas de letras MAIÚSCULAS diferentes entre si na vertical, e médias
seguidas de letras MINÚSCULAS diferentes entre si na horizontal, apresentam diferenças
significativas pelo teste de DMS-t à 5% de probabilidade. C (colunas), V (variedades), L
(linhas), D (densidade), CV% (coeficiente de variação), DMS-t (diferença mínima
significativa).
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
Quanto à ferrugem (Tab.5) a variedade M-7211RR em R6, foi menos atacada quando
comparada com as outras, nas três densidades apresentadas, já entre as densidades, esta variedade não
apresentou diferença significativa, ao contrario da M-8221RR e da M-7908RR que tiveram menor
ataque de doenças com 12 plantas por metro, e a variedade M-7639RR foi a que apresentou as médias
maiores, não se diferenciando estatisticamente entre as diferentes densidades e igualando-se as médias
das variedades mais atacadas.
Tabela 5: Severidade da infestação de ferrugem, em quatro variedades, dispostas em três diferentes
densidades populacionais, avaliadas em R2, R4 e R6, em Uberaba-MG na safra 2008/2009.
GENÓTIPO
FERRUGEM (R2)
FERRUGEM (R6)
8
10
12
8
10
12
M-7211RR
M-7639RR
1,0 Aa
1,0 Aa
1,0 Aa
1,0 Aa
1,0 Aa
1,3 Aa
2,0 Ba
3,0 Aa
2,0 Ba
3,0 Aa
2,0 Ba
2,7 Aa
M-7908RR
M-8221RR
1,3 Aa
1,0 Aa
1,0 Aa
1,3 Aa
1,3 Aa
1,0 Aa
3,0 Aa
2,7 Aab
3,0 Aa
3,0 Aa
2,3 ABb
2,3 ABb
DMS-t
C
0,6 L
0,5
C
0,6 L
0,7
CV%
V
41,5 D
26,0
V
8,3 D
14,4
*Médias seguidas de letras MAIÚSCULAS diferentes entre si na vertical, e médias seguidas de letras
MINÚSCULAS diferentes entre si na horizontal, apresentam diferenças significativas pelo teste de
DMS-t à 5% de probabilidade. C (colunas), V (variedades), L (linhas), D (densidade), CV%
(coeficiente de variação), DMS-t (diferença mínima significativa).
CONCLUSÃO
Através da avaliação de doenças em diferentes épocas de plantio, foi observada, uma baixa
incidência e severidade de doenças foliares, demonstrando a eficiência dos produtos fungicidas
utilizados, tendo algumas variedades, como a MSOY 7908RR, demonstrado, em média, uma melhor
sanidade as doenças foliares. Quanto a época de semeadura, se mostrou com melhor sanidade no
segundo plantio, sendo justificável pelo ano atípico, pois a safra 2008/2009, teve, de modo geral, um
atraso no plantio devido a demora do inicio das chuvas.
E na avaliação de doenças em diferentes densidades, observou-se também, uma baixa
incidência e severidade de doenças foliares, demonstrando a eficiência dos produtos fungicidas
utilizados. Com destaque para a variedade M-7908RR que se demonstrou bastante susceptível ao
míldio, e à mancha parda esta se portou mais tolerante. Já a variedade M-7211RR se mostrou a mais
tolerante à ferrugem apresentando baixos índices da doença. No que se refere à densidade de
semeadura, estas foram bastante instáveis, tendo se comportado de maneiras diferentes, sendo difícil
apresentar uma densidade ideal pois não houve interferência singnificativa nas condições deste
trabalho.
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
EFEITO DO CICLO DE MATURIDADE NA QUALIDADE DA
SEMENTE EM GENÓTIPOS DE SOJA.
LOPES, E.W.1; ESPINDOLA, S.M. C.G.2; GONÇALVES, D.A.R.1, LIMA, P.C.1,
CUNHA, F.A.G.1, FERREIRA JUNIOR, J.A1.
1
Graduando do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro
do Tutunas, fone: (34) 3318 4188, e-mail: [email protected]; [email protected],
[email protected]; [email protected]; [email protected].
2
Professor das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas, fone: (34)
3318 4188, e-mail: : [email protected].
* Projeto financiado por FAZU/FUNDAGRI.
Resumo: A qualidade das sementes de soja é um fator de extrema importância para a
expansão desta cultura em regiões tropicais e subtropicais e dentro desse contexto o
ciclo de maturação exerce influência sobre a mesma, pois dependendo do ciclo a planta
ficará mais ou menos tempo no campo, o que pode acarretar diferenças tanto na sua
composição química quanto na sua estrutura física. Além disso, ela é responsável pela
transferência de inovações tecnológicas e dos ganhos genéticos resultantes dos trabalhos
de melhoramento, seja ele tradicional ou resultado da engenharia genética, até o campo.
Dessa forma a qualidade da semente pode ser definida como o somatório de todos os
atributos genéticos, físicos, fisiológicos e sanitários, e é um dos principais fatores na
determinação do sucesso de uma cultura. Portanto, esse trabalho tem como objetivo
avaliar o efeito do ciclo de maturidade na qualidade da semente em genótipos de soja na
cidade de Uberaba/MG. Para isso serão instalados experimentos referentes a testes de
germinação, germinação em papel toalha, índice de velocidade de emergência e
comprimento de plântulas com sementes originadas das linhagens de ciclo precoce e de
ciclo tardio do ensaio regional de competição de linhagens do Programa de
Melhoramento de Soja da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) da safra 2008/09.
O delineamento experimental será do tipo inteiramente casualizado, o teste F será
utilizado para a análise de variância dos dados e as médias comparadas pelo teste de
Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Palavras-chave: ciclo; Glycine Max; linhagens; melhoramento; qualidade; semente.
INTRODUÇÃO
A soja (Glycine max L. Merril) tem se mostrado a cultura de maior geração de
divisas do agronegócio brasileiro e para a safra de 2008/2009, a produção esperada é
de 57,6 milhões de toneladas, 0,3% menor que a cotação feita em janeiro de 2009. Este
decréscimo contabiliza os prejuízos que as condições climáticas adversas (estiagem)
determinaram à cultura, especialmente, nas regiões Oeste dos estados sulinos, bem
como o sul do estado do Mato Grosso do Sul. As melhores cotações que a soja vem
alcançando refletem a menor produção mundial, face às quedas das safras brasileira e
argentina, (IBGE, 2009).
O Brasil é o maior exportador de soja em grãos do mundo, não somente grãos,
pois o farelo e óleo de soja, subprodutos desta leguminosa, também são largamente
29
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
exportados. O quadro de oferta e demanda mostra que o país exporta em média 40% do
que produz, o que demonstra a dependência em relação ao comércio exterior. Isto o
torna vulnerável às incertezas da economia mundial. O comércio internacional é
baseado fundamentalmente em crédito, o que anda escasso em função da crise
financeira. Isto pode fazer com que as empresas exportadoras da oleaginosa reduzam
suas compras antecipadas e façam a maior parte dos negócios à vista, deixando para
comprar quando a safra estiver colhida e a oferta maior, o que pode pressionar os preços
para baixo. Neste sentido, mesmo que haja uma queda nos preços no início de 2009, a
tendência é de alta ou manutenção dos preços médios, gerando uma boa receita para os
produtores, (CONAB, 2009).
Em se tratando da qualidade de sementes de soja o melhoramento constitui um
fator de extrema importância para a expansão desta cultura em regiões tropicais e
subtropicais. Diversas técnicas podem ser utilizadas para a produção de sementes de
melhor qualidade em tais regiões como, por exemplo, a localização dos campos de
produção em regiões propícias para a produção de sementes, escolha de épocas de
semeadura específicas e controle de doenças pela aplicação de fungicidas foliares.
Entretanto, o melhoramento genético para qualidade de sementes é, sem dúvida, o
método mais eficaz para alcançar ganhos de qualidade (FRANÇA NETO E HENNING,
1984).
O sucesso de um programa de melhoramento de produção de diversas espécies
agrícolas, propagadas por meio de sementes, depende da utilização de genitores
superiores. Além de possuir elevado potencial de produtividade, resistência às doenças e
insetos, ampla adaptação ambiental e alguns parâmetros especiais, como qualidade de
fibra e de grão (Krzyzanowski, 1998), esses cultivares devem produzir sementes de alta
qualidade, o que assegurará a obtenção de populações adequadas de plantas.
A semente é responsável pela transferência de inovações tecnológicas e dos
ganhos genéticos resultantes dos trabalhos de melhoramento, seja ele tradicional ou
resultado da engenharia genética, até o campo. A qualidade da semente, definida como
o somatório de todos os atributos genéticos, físicos, fisiológicos e sanitários, é um dos
principais fatores na determinação do sucesso de uma cultura (Vieira, 1980). Esses
atributos são em grande parte reflexos das funções do tegumento da semente de soja
(SILVA, 2003).
Ainda com relação à semente, sua qualidade fisiológica pode ser reduzida pela
deterioração decorrente de fatores climáticos associados às mudanças bioquímicas e
fisiológicas, que provocam alterações na viabilidade, decréscimo na capacidade
germinativa, causados pela desestruturação dos sistemas de membranas celulares,
resultando num aumento da permeabilidade celular (Carvalho, 1994). As causas
fisiológicas e os fatores genéticos que afetam a viabilidade e o vigor de sementes de
soja são pouco conhecidos e, em geral, os trabalhos buscam selecionar genótipos que
produzam sementes com melhores características de germinação e vigor, ignorando a
ação bioquímica (REIS et al., 1989).
Dentre as principais características de uma cultivar de soja, o ciclo de maturação
é de grande relevância. A avaliação de linhagens potenciais para o Estado de Minas
Gerais pertencentes ao grupo de maturação precoce constitui-se em atividade de
pesquisa importante, pois é o grupo de maior sensibilidade à época de semeadura
devido ao seu maior fotoperíodo crítico (Câmara et al., 1998) e além disso o uso desse
grupo de maturação permite a instalação de milho safrinha após a colheita da soja
(ALBERINI et al., 1992).
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
Portanto, esse trabalho tem como objetivo avaliar o efeito do ciclo de maturidade
na qualidade da semente em genótipos de soja na cidade de Uberaba/MG.
MATERIAL E MÉTODOS
Os experimentos serão realizados com sementes oriundas de 10 linhagens de
ciclo precoce e de 10 linhagens de ciclo tardio do ensaio regional de competição de
linhagens do Programa de Melhoramento de Soja da UFU (Universidade Federal de
Uberlândia) da safra 2008/09.
O plantio foi realizado no dia 05/12/2008 e a colheita no mês de abril/2009 na
fazenda escola da FAZU(Faculdades Associadas de Uberaba), situada na longitude 470
57’27’’WGR,latitude 190 44’ 13’’S e altitude de 780m. O clima de Uberaba segundo a
classificação Koepper, é AW (clima tropical), tropical quente e úmido com inverno frio
e seco. As médias anuais de precipitação e temperatura são 1474mm e 22,60C,
respectivamente. O solo é do tipo latossolo vermelho distrófico.
Os ensaios para avaliação da qualidade das sementes serão realizados nas
Instalações do Laboratório de Microbiologia e no Laboratório de Anatomia e Fisiologia
Vegetal da Fazu e consistem nos seguintes testes:
4.1-Testes em laboratório
4.1.1-Teste de germinação
Serão semeadas quatro repetições com 50 sementes de cada tratamento em
bandeijas plásticas, tendo como substrato vermiculita de textura média, umedecida com
água e reumedecida quando necessário, mantidas em condições de laboratório, sob
temperatura ambiente. No oitavo dia, segundo as Regras para Análises de Sementes
(BRASIL, 1992), o número de plântulas normais será anotado.
4.1.2-Teste de germinação em papel toalha
Quatro repetições de 50 sementes serão distribuídas sobre dois papéis e cobertas
com um terceiro, previamente umedecidos com três vezes o peso do papel em volume
de água. Os rolos contendo as sementes serão acondicionados em sacos plásticos e
mantidos a temperatura ambiente. Será efetuado no quinto e oitavo dia a contagem das
plântulas normais (BRASIL, 1992).
4.1.3-Comprimento de plântulas
Serão aplicados os procedimentos descritos por Nakagawa (1999), adaptado de
Aosa (1983). Serão utilizadas dez repetições de 10 sementes de soja. Uma linha será
traçada no terço superior do papel toalha de germinação no sentido longitudinal. Os
papéis serão umedecidos previamente com água destilada equivalente a 2,5 vezes a
massa seca do papel. As sementes de soja serão posicionadas de forma que a micrópila
fique voltada para a parte inferior do papel. Os rolos serão acondicionados em sacos
plásticos posicionados verticalmente no germinador por sete dias a 25ºC. Ao final deste
período, será efetuada a medida das partes das plântulas normais emergidas (raiz
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
primária e hipocótilo) utilizando-se uma régua. Os resultados médios por plântulas
serão expressos em centímetros. Além do cálculo convencional, também será realizado
um cálculo alternativo onde será considerado não só as plântulas normais, mas o
número total de sementes postas para germinar. Tal procedimento é baseado no teste
realizado para algumas gramíneas (poáceas) descrito no Manual de Vigor da ISTA
(HAMPTON; TEKRONY, 1995), onde o número total de sementes é considerado
visando verificar como seria a classificação dos lotes quanto à qualidade.
4.2-Testes em campo
4.2.1- Emergência de plântulas
Serão utilizadas 200 sementes de soja por tratamento (quatro repetições de 50
sementes). As sementes de cada repetição serão semeadas no campo a três centímetros
de profundidade, em linhas de 2,5 m de comprimento, espaçadas de 50 cm. A contagem
das plântulas normais emergidas será efetuada ao vigésimo primeiro dia após a data da
semeadura. Os resultados serão expressos em porcentagem (NAKAGAWA, 1994).
4.2.2-Índice de velocidade de emergência (IVE)
Para a determinação do índice de velocidade de germinação, serão realizadas
contagens diárias, computando-se o número de sementes germinadas (com emergência
total dos cotilédones), até atingir a estabilização, quando será feito seu cálculo, de
acordo com Maguire (1962), citado por Nakagawa (1999), pela fórmula IVE = N1/D1 +
N2/D2 + ... + Nn/Dn, onde IVE = índice de velocidade de emergência de plântulas; N =
número de plântulas emergidas e computadas da primeira e última contagem; D =
número de dias da semeadura da primeira a última contagem.
4.1-Análises estatísticas:
O teste F será utilizado para análise de variância dos dados e as médias serão
comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade e será utilizado o
Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC). Os resultados dos testes de laboratório e
os de campo serão determinados pelo coeficiente de correlação simples.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A qualidade das sementes de soja é um fator de suma importância para a
expansão desta cultura em regiões tropicais e subtropicais e dentro desse contexto o
ciclo de maturação exerce influência sobre a mesma, pois dependendo do ciclo a planta
ficará mais ou menos tempo no campo, o que pode acarretar diferenças tanto na sua
composição química quanto na sua estrutura física, ou seja, é de extrema pertinência
que se estude a qualidade e o ciclo da semente para uma melhor utilização da mesma
visando maximização de produtividade e de lucro na cultura da soja.
É importante ainda mencionar que o experimento está em fase de implantação e
que ainda irá ser concluído posteriormente.
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
EFEITO DO USO DE SILÍCIO NA PRODUTIVIDADE DO MILHO
DOCE NA RESISTENCIA A DOENÇAS FOLIARES
CUNHA, G.A.F.1; ESPINDOLA,G.C.S 2 ; LIMA,C.P.¹.
I
Graduando do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720,
Bairro do Tutunas, fone: (34) 9194-9027 , e-mail: [email protected]
2
Professora das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas, fone: (34)
3318 4188, e-mail: [email protected];
* Projeto financiado pelo programa PIC/PIBIC da FAZU/Fundagri- Fundação para o Desenvolvimento
das Ciências Agrárias.
Resumo: Com o aumento continuo de áreas de milho doce no Brasil, visando atender a
demanda do mercado nacional e internacional, a produtividade e qualidade do produto é
de fundamental importância para o sucesso da cultura. Esse trabalho objetiva avaliar o
efeito da aplicação de silício em plantas de milho doce sobre a produtividade,
rendimento industrial e a tolerância às principais doenças foliares que acometem a
cultura. Para isso foi utilizado o modelo de delineamento experimental em blocos ao
acaso (DBC), constando de 5 tratamentos com agrosilício (Si 10,5 %, SiO2 22,4 %) nas
diferentes dosagens: 0kg/ha-1 (testemunha); 500 kg/ha-1; 1000 kg/ha-1; 2000kg/ha-1;
4000 kg/ha-1.Para avaliação dos tratamento analisou-se área foliar de cada parcela, e
identificamos o grau de infestação em uma escala de 1 a > 75% de acordo com a
metodologia utilizada pela EPAMIG (Empresa de pesquisa Agropecuaria de Minas
Gerais.
PALAVRA-CHAVE: Zea mays, resistência, agrosilício, rendimento.
Introdução
O milho doce (Zea mays L.) é classificado como especial e destina-se
exclusivamente ao consumo humano. É utilizado principalmente como milho verde,
tanto “in natura” como para processamento pelas indústrias de produtos vegetais em
conserva (BORIN, 2005).
Este cereal é muito popular nos Estados Unidos e no Canadá. Nesses países, o
milho doce é tradicionalmente consumido “in natura” (Bordallo et al., 2005).
Atualmente, a área mundial cultivada é de 900 mil hectares. No Brasil cultivam-se 36
mil hectares, onde praticamente 100% da produção é destinada ao processamento
industrial (Barbieri et al., 2005). A produção concentra-se nos estados do Rio Grande
do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Pernambuco (Parentoni et al.,
1990). Na região Nordeste, este produto, principalmente na forma de espiga, possui
muita importância econômica devido ao expressivo consumo regional e a utilização
como matéria prima de muitos pratos da culinária local (PEDROTTI et al., 2003).
A exploração da cultura é realizada durante todo o ano utilizando-se irrigação e
o escalonamento da produção, permitindo um fluxo constante do produto para a
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
comercialização (Teixeira et al., 2001). Este seguimento tem crescido nos últimos anos
e a tendência é a manutenção deste crescimento, visando principalmente o mercado para
exportação. Assim, o Brasil, como um grande produtor de milho comum, apresenta
grande potencial para a produção de milho doce. Entretanto, em virtude do pouco
conhecimento por parte dos consumidores e da pequena disponibilidade de sementes,
seu cultivo tem sido restrito. Acredita-se que, em pouco tempo, o milho doce se tornará
uma importante cultura hortícola no Brasil, podendo ser uma alternativa agronômica
rentável (ARAUJO et al., 2006b).
As pragas e os patógenos (fungos, bactérias e vírus) são responsáveis por
grandes perdas da agricultura, por causarem injúrias e doenças, além de se alimentarem
dos tecidos de plantas. As perdas na produção da agricultura mundial, devido ao ataque
de pragas e doenças, chegam a 37%, sendo 13% dessa perda causada por insetos
(GATEHOUSE et al., 1992 apud FRANCO).
Em programas de Manejo Integrado de Pragas (MIP), a combinação de
estratégias de controle, como resistência de plantas a insetos e controle biológico, pode
potencializar a regulação do número de insetos pragas, mantendo-os abaixo do nível de
dano econômico, com menor impacto ao meio ambiente (MORAES et al., 2004).
Segundo Rosseto (1967), todos os métodos de controle têm suas vantagens e
limitações. O uso de cultivares resistente não é a solução para todos os problemas, mas
deve ser incluído como opção em programa amplo e racional de controle integrado.
O uso de silicatos, em vegetais, apresenta grande potencial na indução de
resistência a insetos e doenças, uma vez que formam uma barreira mecânica
denominada “dupla camada silício-cutícula”, tornando a parede celular das plantas mais
espessa, dificultando insetos fitófagos e doenças foliares (ATANAZIO, 2005). Entre os
principais benefícios do silício nas plantas destacam-se: aumento da tolerância ao
estresse hídrico, aumento da capacidade fotossintética, redução no acamamento,
redução na transpiração e aumento na resistência ao ataque de pragas e doenças
(KORNDORFER, 2004).
O uso de silicatos poderá constituir-se em alternativa como corretivo da acidez
dos solos, como fonte de silício para as plantas e, também, para diminuir o consumo de
inseticidas e fungicidas, pois as plantas bem nutridas com Si têm sua resistência a
pragas e doenças aumentada (PRADO et al., 2001). Portanto, necessita-se de mais
estudos e mais conhecimentos sobre o uso adequado desses compostos.
Esse trabalho objetiva avaliar o efeito da aplicação de silício em plantas de
milho doce sobre a produtividade, rendimento industrial e a tolerância às principais
doenças foliares que acometem a cultura
Material e Métodos
O experimento foi instalado na Fazenda escola da FAZU (Faculdades
Associadas de Uberaba) em Uberaba–MG. Situada na longitude 470
57’27’’WGR,latitude 190 44’ 13’’S e altitude de 780m. O clima de Uberaba segundo a
classificação Koepper, é AW (clima tropical), tropical quente e úmido com inverno frio
e seco. As médias anuais de precipitação e temperatura são 1474mm e 22,60C,
respectivamente. O solo é do tipo latossolo vermelho distrófico.
A instalação do experimento foi precedida pela análise química do solo, para
avaliação técnica de nutrientes já existentes apresentados na tabela 1.
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
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Tabela 1- Resultado da analise de solo da area utilizada na instalção (camada 0-20 cm )
resultado da analise de solo
M.O. pH
P
K
Ca
Mg
Al
S.B.
V Si
mg/dm³ Acidez mg/dm³ mmolc/dm³ mmolc/dm³ mmolc/dm³ mmolc/dm³ mmolc/dm³ % mg/kg
25
5.9
11
5.9
0.9
22
8
31
61 6
Areia limo
Argila
g/dm³ g/dm³ g/dm³
650
250
100
A incorporação do agrosilício (Si 10,5% SiO2 22,4 %), foi realizada 40 dias antes do
plantio . As quantidades nutricionais informadas pelo fabricante mostradas na tabela 2.
tab 2- Composição química do silicato;Agrosílicio comercializado pela Agroneli
Agrosilísio em pó (Silicato de cálcio de magnésio)
Elemento
Cálcio
Magnésio
Silício
Forma
Ca
CaO
Mg
Mgo
Si
teor
25,00%
34,90%
6,00%
9,90%
10,50%
SiO²
22,40%
O ensaio foi implantado com as sementes do híbrido Tropical Plus (Syngenta). Para
isso usou-se o delineamento experimental do tipo blocos ao acaso (DBC) com 5 tratamentos
sendo agrosilício (Si 10,5 %, SiO2 22,4 %) em quatro diferentes dosagens: 0kg/ha-1
(testemunha); 500 kg/ha-1; 1000 kg/ha-1; 2000kg/ha-1; 4000 kg/ha-. Cada parcela constou
de 6 linhas espaçadas a 0,80m entre si e com 5,0 m de comprimento considerando a área útil
de 10 m lineares ou 2 linhas centrais .
A adubação no plantio foi realizada na dosagem de 400 kg/ha-1 da formulação
comercial 08-28-16 de NPK, e na adubação de cobertura após 20 dias a semeadura utilizouse da formula 20-0-20 de NPK na dosagem de 250 kg/ha-1. Após 12 dias a emergência foi
feito o desbaste para adequação do estande populacional, contendo 6 plantas/metro linear. A
adubação foliar (Cu 8% + S 4%) foi realizada na fenologia V8 (com oito folhas
desenvolvidas), na dosagem de 0,5 l/ha-1.
Com 90 dias após emergência das plântulas, avaliou-se a incidência de plantas com
Phaeosphaeria
sintomas das doenças, Ferrugem Tropical (Puccinia polysora),
(Phaeosphaeria maydis), Diplodia (Diplodia maydis). Para isso, tomou-se como base os
critérios de notas a porcentagem da folhas avaliadas atacadas, variando na escala de 0 a >
75 % A colheita da área útil de cada parcela foi realizada de forma manual aos 105 dias
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após o plantio , descartando bordadura e extremidades, o processamento industrial foi feito
manualmente com despalhamento das espigas pesagem de grãos.
Resultados e discussão
As doenças foliares que incidiram nas plantas de milho doce foram Ferrugem
Tropical (Puccinia polysora), Phaeosphaeria (Phaeosphaeria maydis), Diplodia
(Diplodia maydis), sendo que todas estas tiveram variação de ocasionamento
condizentes aos seus tratamentos .Conforme tab 3.
Tabela 3- Média da incidência de doenças em plantas de milho doce, submetidas a correção com
Agrosilício
tratamento
500 kg/há¹
1000 kg/há¹
2000 kg/há¹
4000 kg/há¹
5
Média
CV (%)
FERR.TROP PHAEOSPHAERIA DIPLODIA
15 a3 c
13.1 a2 c
10.0 b
6.25 a
17.5 c
11,80
17.53
6.25 b
6.50 b
3.00 a
2.25 a
5.00 a b
4.6
28,69
5.75 b
4.50 a b
4.00 a b
2.75 a
11.25 c
5.65
22.56
PRODUTIVIDADE
Kg/há¹
11575 a
11719 a
10812 a
11575 a
12000 a
11565,00
7.93
RENDIMENTO
Kg/amostragem
1.257 a
1.232 a
1.230 a
1.211 a
1.231 a
1.232
7.56
*Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a
5%
Para a ferrugem tropical as médias de incidência variaram entre 6.25 a 17.50
conforme tabela 3. O tratamento de 4000 kg/há¹ que apresentou menor nota mostrou-se
estatisticamente diferente tanto da testemunha e dos demais tratamentos. Todos os
demais tratamentos foram estatisticamente diferentes entre si e em relação a testemunha,
com exceção do tratamento de 500 kg/há¹ que não apresentou diferença estatística em
relação a testemunhas.
Na ocorrência de Phaeosphaeria (Phaeosphaeria maydis), as médias de notas
dadas na avaliação, oscilaram entre 2.25 a 6.50 conforme tabela 3. O tratamento que
obteve a menor nota foi o tratamento de 4000 kg/há¹ , que estatisticamente mostrou-se
diferente da testemunha mas q não diferiu estatisticamente do tratamento 2000 kg/há¹, o
restante dos tratamentos não diferiram da testemunha estatisticamente .
Para a diplódia (Diplodia maydis), as médias de incidência variaram entre 2.75 a
11.25 conforme tabela 3. O tratamento que obteve a menor nota foi o tratamento de
4000 kg/há¹ que diferiu-se estatisticamente do restante dos tratamentos, enquanto os
demais tratamentos não diferenciaram estatisticamente entre si somente da testemunha.
Na avaliação da produtividade as médias avaliadas variaram em 11575 a
12000Kg/há¹ .Onde nenhum tratamento estatisticamente foi diferente entre eles.
Para o rendimento industrial as médias avaliadas oscilaram entre 1.211 a
1.257kg/amostragem , onde não houve variação de nenhum tratamento
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
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CONCLUSÃO
O agrosílicio aplicado até 4000kg/ha-1 não aumentou na produtividade e o
redimento industrial do milho-doce.
As dosagens de 4000 e 2000 kg/há¹ do agrosilicio implicaram numa menor
incidência das doenças foliares: Ferrugem Tropical (Puccinia polysora), Phaeosphaeria
(Phaeosphaeria maydis), Diplodia (Diplodia maydis) na cultura do milho-doce nas
condiçãos da safra 2008/2009 em Uberaba MG.
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
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41
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE LINHAGENS PRODUTIVAS DE
SOJA COM POTENCIALIDADE PARA PRODUÇÃO DE
BIODIESEL
CUNHA, G.A.F.1; ESPINDOLA,G.C.S2
I
Graduando do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720,
Bairro do Tutunas, fone: (34) 9194-9027 , e-mail: [email protected]
2
Professora das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas, fone: (34)
3318 4188, e-mail: [email protected];
* Projeto financiado pelo programa PIC/PIBIC da FAZU/Fundagri- Fundação para o Desenvolvimento
das Ciências Agrárias.
Resumo: A soja é considerada uma das mais importantes culturas do Brasil e no
mundo devido as suas diversas utilizações, tanto, para indústria, quanto, para
alimentação humana e animal. O objetivo proposto neste trabalho é a avaliação do
desempenho produtivo e agronômico de linhagens de soja com alto teor de óleo para a
produção de biodiesel. O experimento será conduzido na Fazenda Escola da FAZU –
Faculdades Associadas de Uberaba. Serão avaliadas as características agronômicas de
24 linhagens de ciclo precoce e 24 linhagens de ciclo tardio, em blocos casualizados
com 3 repetições e comparadas com variedades comerciais (testemunhas). As sementes
das linhagens já tratadas e prontas para plantio serão fornecidas pela Universidade
Federal de Uberlândia (UFU). Cada parcela constará de 4 linhas de cinco metros de
comprimento com 0,5m entre linhas. Assim, espera-se identificar entre as linhagens
plantadas aquelas de melhor desempenho no campo com potencial para
desenvolvimento de cultivar para produção de biodiesel.
Palavras-chaves: Produtividade, biodiesel, seleção, Glycine max.
INTRODUÇÃO
A cultura da soja (Glycine max L.) Merrill é originaria da Ásia, mais
precisamente da região nordeste da china. Pertence à classe Dicotyledoneae, ordem
Rosales, família Leguminosae, é uma planta anual, de porte ereto, ramificada
esparsamente, com um tipo de crescimento arbustivo e com folhas trifolioladas alternas,
os folíolos são ovalados, ovais a lanceolados-elípticos, as flores são brancas ou roxas
podendo haver diferenças de tonalidades, as vagens são retas ou ligeiramente curvadas,
contendo uma a quatro sementes de forma ovalada ou subesférica, as cores do
tegumento podem variar de amarelo-claro, verde-oliva ou marrom a preto avermelhado
(SEDIYAMA et al. 2005).
Alguns historiadores relatam que a soja chegou ao Brasil em 1882, outros em
1892, e outros apontam que o grão chegou com os primeiros imigrantes japoneses em
1908. No RS, foi introduzida oficialmente em 1914 enquanto no PR o seu cultivo
iniciou-se em 1954. Porém, a expansão da soja no Brasil aconteceu nos anos 70, com o
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
interesse crescente da indústria de óleo e a demanda do mercado internacional. No
início, o plantio estava concentrado nos estados do Sul do País, aproveitando a
entressafra da cultura do trigo. Até 1975, toda a produção brasileira de soja era realizada
com cultivares e técnicas importadas dos Estados Unidos, onde as condições climáticas
e os solos são diferentes do Brasil. Assim, a soja só produzia bem, em escala comercial,
nos Estados do Sul, onde as cultivares americanas encontravam condições semelhantes
a seu país de origem. Com o melhoramento genético da soja e a criação de inúmeros
outros cultivares, a soja passou a ser plantada também em regiões de clima tropical no
Brasil Centro-Oeste, Nordeste e Norte (CONWAY, 2003).
No final dos anos 70, mais de 80% da produção brasileira de soja ainda se
concentrava nos três estados da região sul, embora o Cerrado, na região central do país,
sinalizasse que participaria como importante ator no processo produtivo da oleaginosa,
o que efetivamente ocorreu a partir da década de 1980. Em 1970, menos de 2% da
produção nacional foi colhida nessa região e estava concentrada no Estado de Mato
Grosso do Sul (MS). Em 1980, essa porcentagem passou para 20%, em 1990 já era
superior a 40% e, em 2007, superou os 60%, com tendências a ocupar maior espaço a
cada nova safra (Dall’Agnol et al., 2008).
O desenvolvimento de cultivares de soja adaptadas ao Cerrado e às baixas
latitudes tem propiciado a expansão da fronteira agrícola brasileira, como verificado nas
últimas três décadas (Embrapa Soja, 2002).
Um dos principais objetivos considerados nos programas de melhoramento é o
aumento da produtividade. Uma cultivar altamente produtiva representa uma
combinação bem balanceada de genes. Uma vez atingido este equilíbrio, ganhos
adicionais de produtividade tornam-se mais difíceis de serem conseguidos (Almeida e
Kiihl,1998).
Uma cultivar de soja deve ter alta produtividade, estabilidade de produção e
ampla adaptabilidade aos mais variados ambientes existentes na região onde é
recomendada. A resistência genética às principais doenças e pragas e a tolerância aos
fatores limitantes edafo-climáticos são garantias de estabilidade de produção e de
retorno econômico que podem ser ofertadas com o uso de semente de cultivares
melhoradas (ALMEIDA et al.,1999).
Tanto o crescimento da produção quanto o aumento da capacidade competitiva
da soja brasileira estão associados aos avanços científicos e à disponibilização de
tecnologias ao setor produtivo. Os programas de melhoramento genético da cultura são
essenciais para atender à crescente demanda por maiores produções, possibilitando,
através da criação de variabilidade e ampliação da base genética, a seleção dos melhores
genótipos de uma população, capazes de superar os patamares de produtividade
(CONAB, 2008).
JUSTIFICATIVA
Atualmente o Brasil ocupa a 2ª posição entre os países produtores de soja, sendo
que o maior produtor são os Estados Unidos da América. De acordo com dados da
Companhia Nacional de Abastecimento CONAB (2009) em território nacional tem-se
área total plantada de 46,6 milhões de hectares, onde 21,5 milhões de hectares são de
soja com a estimativa da produção de 58,1 milhões de toneladas para essa cultura.
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
O estado de Minas Gerais tem a área total plantada com soja de 902,2 mil
hectares, onde a produção estimada para safra 2008/2009 é de aproximadamente 2,6
milhões de toneladas. Na última década teve um acréscimo na produtividade de 14%
passando de 2.040 kg.ha-1 na safra 1990/1991 para 2.350 kg.ha-1 na safra 1999/2000.
Já na safra 2001/2002 a produtividade atingiu 2710 kg.ha-1, sendo que para a safra
2008/2009 é esperado 2.536 kg.ha-1. O Estado do Mato Grosso é o maior produtor de
soja do pais, com produção estimada para safra 2008/2009 de 17,8 milhões de toneladas
(CONAB, 2009).
A principal utilização da soja, em todo o mundo, é como matéria prima para a
indústria de esmagamento que produz óleo degomado e farelo, que por sua vez é
matéria prima para vários outros segmentos industriais. A maioria das cultivares de soja
apresenta: 30 a 45% de proteínas, de 15 a 25% de lipídeos, de 20 a 35% de carboidratos
e cerca de 5% de cinzas em suas sementes. Quando processados, 100 quilos de soja
produzem, em média, 79 quilos de farelo (que possui cerca de 50% de proteína) e 18,4
quilos de óleo. O óleo de soja é o líder mundial dos óleos vegetais e é responsável por
20 a 24% de todas as gorduras e óleos consumidos no mundo. No Brasil, o óleo de soja
contabiliza bem acima dos 50% de todos os óleos e gorduras dos produtos alimentícios.
No entanto, o maior uso do óleo de soja na alimentação humana é na cocção dos
alimentos, nas frituras, na produção de margarinas e de gorduras vegetais (Moreira et al,
1999).
O aumento no teor de óleo tem sido obtido com sucesso, em programas de
seleção recorrente (Miranda et al. 1994, Hamawaki, 2000), cujos resultados permitiramno concluir que o esquema de seleção recorrente divergente, com a utilização de macho
esterilidade genética, é eficiente tanto para aumentar o peso de semente, quanto para
elevar o teor de óleo nas sementes de soja.
O programa Melhoramento soja tem selecionado linhagens com diferenciado
teor de óleo o que potencializa esses genótipos para o uso na produção de biodiesel.
Diante disso esse trabalho tem como objetivo a avaliação do potencial produtivo
e agronômico de linhagens de soja de ciclo precoce e tardio em Uberaba-MG.
METODOLOGIA
O experimento será instalado durante a safra 2008/2009 na área experimental
localizada na Fazenda Escola da Faculdades Associadas de Uberaba –
FAZU/FUNDAGRI, em Uberaba, MG- a 780 m de altitude; 19° 44' de latitude Sul e 47º
57' de longitude Oeste de Greenwich. O solo local é classificado como Latossolo
Vermelho Distrófico. Tal experimento faz parte do Ensaio Regional de Competição
Linhagens do Programa de Melhoramento de Soja da Universidade Federal de
Uberlândia-MG.
O delineamento experimental será do tipo blocos ao acaso com 33 linhagens de
ciclo precoce e 31 linhagens de ciclo tardio em 3 repetições. As parcelas experimentais
constarão de 4 linhas espaçadas a 0,50m entre si e com 5,0m de comprimento, onde as
duas linhas centrais de cada parcela serão utilizadas para coleta de dados, descartando
meio metro de cada extremidade.
Após a instalação do experimento, as parcelas de soja serão conduzidas de
acordo com os procedimentos técnicos necessários a fim de mantê-las livres da
interferência de plantas daninhas e pragas.
Avaliação de desempenho
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
Para a avaliação do desempenho das linhagens serão avaliadas as seguintes
características agronômicas:
NDF: Número de dias para a floração, definido como o período entre a data de
semeadura e a data em que estiverem no estádio R1-R2, com 50% das flores abertas;
NTV: número total de vagens, a obtenção é realizada pela contagem direta das
vagens formadas em cada planta.
NDM: Número de dias para a maturidade, definido como o período entre a data
de semeadura e a data em que aproximadamente 95% das vagens apresentarem-se
maduras (estádio R8).
APF: altura da planta (cm) na floração, medida desde o colo da planta até o
ápice da haste principal
APM: altura da planta (cm) na maturidade, medida desde o colo da planta até o
ápice da haste principal;
AIV: altura da inserção da 1º vagem, medida por uma régua graduada em
centímetros, desde o solo até a altura da inserção da 1º vagem da planta.
AC: acamamento, avaliado na maturidade [estádio R8 , Burris & Fehr, (1971)],
através de uma escala de notas visuais mostrada na tabela abaixo:
PO: produtividade de óleo em kg/ha; este caráter é obtido multiplicando-se o
teor de óleo pela produtividade de grãos de cada parcela.
Peso de 100 sementes: Realizadas retirando-se amostras de 100 grãos da parcela
ao acaso, em 4 repetições, efetuando-se a pesagem numa balança de precisão.
ANÁLISES ESTATÍSTICAS
Os dados coletados serão analisados estatisticamente pelo teste F e as diferenças
significativas entre tratamentos serão comparadas estatisticamente pelo teste de Tukey.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O experimento que será conduzido na safra 2009/2010, por isso esta na fase de
revisões bibliográfica, sendo o plantio realizado no inicio do mês de novembro, com
transcorrendo com os tratos culturais e avaliações necessárias.
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
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Pessoal envolvido
A instalação e desenvolvimento desse projeto conta com a participação e
colaboração de alguns alunos e profissionais.
Alunos envolvidos:
Diogo Aristóteles Rodrigues Gonçalves -7º. Período do curso de Agronomia
Eduardo William Lopes - 7º. Período do curso de Agronomia
Fernando Augusto Gonçalves Cunha -8 º. Período do curso de Agronomia
Gustavo Alvarenga Alves - 7º. Período do curso de Agronomia
Jeferson Soares Alves – 1° Periodo de Agronomia
José Arantes Ferreira Jr – 7°. Período do curso de Agronomia
Plínio César de Lima - 6º. Período do curso de Agronomia
Thiago Finholdt – 8°. Período de Agronomia
Thiago Oliveira – 5° Período de Agronomia
Verônica Cintra – 6° Período de Agronomia
Professora responsável:
Sybelli M. Coelho Gonçalves Espindola
Professores colaboradores:
Osvaldo T. Hamawaki - Universidade Federal de Uberlândia
Técnico de campo
01 profissional de campo para auxiliar na colheita e aplicação de defensivos e
outras práticas culturais
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Leones Alves de; KIIHL, Romeu A. S.. Melhoramento da soja no BrasilDesafios e Perspectiva. In: CAMARA, Gil Miguel de Sousa (Org.). Soja Tecnologia da
produção. Piracicaba: Publique, 1999. p. 40CONAB ( Companhia Nacional do Abastecimento). Avaliação da safra Agrícola
2007/2008 (Décimo Primeiro Levantamento de Plantio). 2008. Disponível em : < http
www.conab.gov.br/conabweb/download/safra/estudo_safra.pdf:// >. Acessado em 10 de
agosto de 2008.
ABASTECIMENTO, Companhia Nacional de. Série histórica da cultura da soja.
Disponível em:
<http://www.conab.gov.br/conabweb/download/safra/SojaSerieHist.xls>. Acesso em:
05 Abril 2009.
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DALL’AGNOL, Amélio
et al. O agronegócio da soja no Brasil e no Mundo. In:
BRASIL. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Tecnologias de produção de
soja - na região central do Brasil 2008. Londrina: Embrapa, 2008. p. 11-30.
EMBRAPA SOJA. Tecnologias de produção de soja: região Central do Brasil, 2001.
Londrina, 2002. 199p.
HAMAWAKI, O. T., VELLO, N. A., DIDONÉ, C. A. Potential of selected progenies in
octuple crosses soybean with emphases on seed oil yield. Genetics and Molecular
Biology. Ribeirão Preto: , v.23, n.4, p.855 - 864, 2000.
MIRANDA, M. A C. Seleção recorrente divergente para peso de sementes e
porcentagem de óleo em soja com o uso de machoesterilidade genética.
MOREIRA, C.T.; SOUZA, P.I.M.; FARIAS NETO, A.L.; ALMEIDA, L.A. Ocorrência
de variações na coloração do hilo de sementes de cultivares de soja [Glycine max (L.)
Merrill]. Planaltina: Embrapa Cerrados, 1999. (Comunicado Técnico, 5).
SEDIYAMA, T.; TEIXEIRA, R. C.; REIS, M. S. Melhoramento da soja. In: BOREM,
A. Melhoramento de espécies cultivadas. Viçosa-MG: Editora UFV, 2005.p.553-603.
Piracicaba, 1994. 112p. Tese (Doutorado) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz”, Universidade de São Paulo.
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19 a 24 de outubro de 2009
COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO NO
MUNICÍPIO DE UBERABA-MG
HENRIQUE, F. H.1; ARAÚJO L. C. A.2; CAVALCANTE A. K.3; REIS, A. C.4;
MANTOVANI G. L.5; LACA-BUENDÍA J. P.6;
¹ Francisco Humberto Henrique é graduado em Agronomia, Faculdades Associadas de Uberaba, Uberaba
- MG, E-mail: [email protected]
² Lilian Cristina Andrade de Araújo é graduanda de Agronomia, Faculdades Associadas de Uberaba,
Uberaba -MG. Email: [email protected]
³ Anaísa Kato Cavalcante é graduada em Agronomia, Faculdades Associadas de Uberaba, Uberaba - MG
E-mail: [email protected]
4
Ana Cláudia Reis é graduada em Agronomia, Faculdades Associadas de Uberaba, Uberaba – MG E
mail: [email protected]
5
Guilherme Lima Mantovani é graduado em Agronomia, Faculdades Associadas de Uberaba, Uberaba –
MG E-mail: [email protected]
6
Julio Pedro Laca-Buendia é Professor Titular das Faculdades Associadas de Uberaba, Faculdades
Associadas de Uberaba, Uberaba, MG, CEP 38061500. E-mail: [email protected]
*Projeto financiado pela FUNDAGRI
Resumo: O experimento foi realizado no município de Uberaba, MG, com o objetivo
de avaliar o comportamento morfológico e agronômico de seis genótipos de algodão
(Gossyum hirsutum L. r. latifolium Hutch.). Os genótipos foram: Delta Opal, Delta
Penta, BRS Cedro, IAC-25, EPAMIG Precoce I e IAC- 06/191. Foi utilizado o
delineamento de blocos casualizados, com quatro repetições. As características
analisadas foram: altura do primeiro ramo produtivo, altura de plantas, capulho por
planta, diâmetro do caule, estande final, peso de sementes por capulho, peso de 100
sementes, produtividade de pluma, índice de fibra, peso de capulho e produtividade. As
características altura de plantas, capulho por planta e diâmetro do caule não diferiram
estatisticamente. Para a análise da altura do primeiro ramo produtivo, os genótipos
BRS-Cedro e IAC-06/191 apresentaram as maiores médias. Os genótipos Precoce I e
IAC-06/191 apresentaram estande final inferior aos demais genótipos. As características
do peso de sementes por 20 capulhos, o peso de capulho e produtividade, não diferiram
estatisticamente. Para a análise de peso de 100 sementes, houve destaque para a
linhagem IAC-06/193. BRS-Cedro destacou-se pela produtividade de pluma, além de %
de fibra, juntamente com Delta Opal. Com relação ao índice de fibra, Delta Opal e
EPAMIG Precoce I apresentaram-se inferiores quando comparadas aos demais
genótipos.
Palavras-chave: Algodão, Gossypium hirsutum L. r. latifolium Hutch., Melhoramento.
INTRODUÇÃO
A espécie G. hirsutum L., é uma das dez principais espécies domesticadas pelo
ser humano entre mais de 230 mil espécies de plantas superiores denominadas de
espermatófitas. O algodoeiro é a única espécie domesticada, tida em termos econômicos
como trina, por produzir fibra - seu principal produto - que atualmente ainda veste quase
metade da humanidade, óleo que serve para alimentação humana e para a produção de
energia (biodiesel) (BELTRÃO; AZEVEDO, 2008).
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
O melhoramento genético do algodoeiro tem como objetivo a obtenção de
cultivares produtivas e de qualidade. Na escolha da cultivar, deve-se considerar a
disponibilidade de sementes, o rendimento (kg de algodão em caroço por hectare), a
porcentagem de fibra no beneficiamento e a qualidade da fibra, além de caracteres
agronômicos como porte e arquitetura da planta, resistência a doenças, precocidade e
exigências nutricionais. Uma boa cultivar deve atender aos três segmentos da cadeia
produtiva do algodão: produção, beneficiamento e indústria de fio e tecelagem
(LANZA, PENNA; 2007).
Para tanto, este trabalho objetivou avaliar seis genótipos de algodoeiro, por meio
da análise dos parâmetros: peso de sementes por capulho, peso de 100 sementes, pluma,
índice de fibra, percentagem de fibra, peso de capulho e produtividade, no município de
Uberaba, Minas Gerais.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no ano agrícola 2008/2009, no município de
Uberaba – MG na fazenda escola das Faculdades Associadas de Uberaba – FAZU,
localizada à longitude 47° 57’ 22” WGR, latitude 19° 44' 6,82" S e a altitude de 775 m.
O clima segundo a classificação de Köppen é AW (clima tropical quente e úmido com
inverno frio e seco). As médias anuais de precipitação e temperatura são de 1.474 mm e
23,2 °C, respectivamente. O solo é classificado como Latossolo vermelho distrófico,
textura arenosa, com 74 % de areia, 19% argila e 7% de silte. Após análise química do
solo, prosseguiu-se a correção do mesmo.
O plantio foi realizado no dia 5 de dezembro de 2008, com o estande de 15
sementes. metro linear - 1. A adubação de plantio utilizada foi de 500 kg ha-1 da
fórmula 4-30-16 de N, P2O5 e K2O. Foi realizado o desbaste deixando-se de 10 a 11
plantas. linha-1.
Posteriormente foi aplicada a adubação em cobertura, na base de 63 kg N ha-1,
parcelada em duas vezes, sendo a primeira 20 dias após emergência (DAE) e a segunda
40 DAE. Durante a fase de desenvolvimento da cultura foi efetuado o controle de
plantas daninhas e pragas. No controle de plantas daninhas, foram feitas três aplicações
sendo a primeira aplicação quatro dias antes do plantio utilizou-se Diuron e Alachlor na
pré-emergência, uma segunda aplicação em pós emergência com Diuron e MSMA, com
21 dias após a germinação (DAG) da cultura e a terceira com 10 DAG, com a
composição anterior.
No controle do bicudo-do-algodoeiro, (Anthomonus grandis) efetuaram-se nove
pulverizações, sendo a primeira com o inseticida Thiamethoxam a 300 g ha-1
adicionado a 1,0 ml de óleo mineral, aos 35 DAE da cultura e a segunda com a mesma
dosagem aos 40 DAE. As duas aplicações subseqüentes foram efetuadas na mesma
dosagem com um intervalo de cinco dias cada uma. Na quinta aplicação houve um
intervalo maior, de 12 dias. Nessa aplicação também foi feito o controle de formigas
(Atta sp.). A sexta aplicação foi realizada utilizando-se Bifinthrin na dosagem de 300
ml. ha-1. Efetuaram-se mais três aplicações de inseticida (Thiamethoxam a 300 g ha-1)
com 140, 145 e 150 DAE.
Utilizou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso, com seis
tratamentos e quatro repetições. As variedades avaliadas foram: Delta Opal, Delta
Penta, BRS Cedro, IAC-25, EPAMIG Precoce I e uma linhagem IAC-06/191. As
parcelas foram constituídas de quatro linhas de cinco metros de comprimento com
espaçamento entre linhas de 0,70m., sendo que as duas linhas centrais (3,5m2), foram
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
consideradas área útil e as outras duas linhas, uma de cada lado, foram constituídas de
bordaduras.
Após a colheita, foram analisados: peso de sementes por capulho (massa de
sementes por capulho após beneficiamento em mini-descaroçador de algodão), peso de
100 sementes (massa em gramas, de 100 sementes), pluma (massa em gramas de pluma
após beneficiamento), índice de fibra (índice calculado multiplicando-se o peso de 100
sementes pelo peso total de pluma, e posteriormente dividindo o resultado pelo peso
total das sementes, e expresso em gramas), percentagem de fibra (massa relativa da
fibra obtida após o beneficiamento das amostras, determinado por diferença, a partir da
massa das sementes, e expresso em percentagem), peso de capulho (massa, em gramas
por capulho) e produtividade.
Foram realizadas análises individuais por caracteres e em seguida teste de média
pelo teste de Scott-Knott, a 5 % de probabilidade. O programa estatístico utilizado para
as análises foi o SasmAgri.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tab. 1 são apresentados os resultados das características morfológicas dos
genótipos avaliados. Observou-se diferença significativa apenas na inserção do primeiro
ramo
produtivo.
TABELA 1 - Caracteristicas morfológicas dos genótipos avaliados
Genótipos
Delta Opal
Delta Penta
BRS- Cedro
IAC- 25
EPAMIG Precoce I
IAC- 06/191
C.V.%
Altura 1º ramo
produtivo (cm)
21,85 b (1)
18,15 b
25,55 a
22,25 b
17,40 b
28,45 a
19,88
Atura das
Capulho por
plantas
Diâmetro
planta
(cm)
95,05 a
94,75 a
100,78 a
88,08 a
73,48 a
100,70 a
21,90
4,00 a
3,75 a
4,00 a
3,48 a
4,03 a
3,60 a
29,70
8,88 a
8,98 a
9,43 a
8,78 a
8,25 a
10,08 a
14,27
Estande Final
(pl ha -1 )
210714 a
212857 a
200000 a
190714 a
147143 b
164286 b
17,37
(1)
Em uma mesma coluna, médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, pelo critério
estatístico de Scott-Knott, a 5% de probabilidade.
Os genótipos BRS-Cedro e IAC-06/191, mostraram-se superiores
estatisticamente em comparação com os outros genótipos utilizados em relação à altura
da inserção do primeiro ramo produtivo. Os outros caracteres avaliados como a altura
das plantas e o diâmetro do caule na colheita não diferiram estatisticamente entre os
genótipos estudados.
De acordo com Beltrão; Azevedo; Nóbrega (2004), a altura média ideal das
plantas para colheita mecanizada, deve ser de até 1,60 m. Com esta análise pode-se
perceber que dentre os genótipos apresentados, todos estão de acordo com as médias de
alturas adaptadas à colheita, e não diferem entre si estatisticamente.
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
A Tab. 2 mostra os resultados obtidos através de análises do peso total de
sementes, peso de 100 sementes, peso de capulho, pluma, índice de fibra, e a
produtividade.
TABELA 2 - Médias do peso total de sementes, peso de 100 sementes, % de pluma, índice de fibra, % de fibra,
produtividade e peso de 1 capulho dos genótipos avaliados.
Genótipos
Delta Opal
Delta Penta
BRS- Cedro
IAC- 25
Precoce 1
IAC- 06/191
C.V.%
Peso de
sementes por
capulho (g)
Peso de 100
sementes (g)
3,07 a
2,83 a
3,14 a
3,09 a
3,05 a
3,25 a
7,54
11,23 b
10,45 c
11,00 b
11,58 b
10,30 c
12,73 a
4,43
Pluma Índice de % de
(Kg ha-1) fibra (g) Fibra
1793,18 b
1743,30 b
1975,20 a
1495,95 b
1244,68 b
1281,33 b
7,19
7,8 b
8,1 a
8,6 a
8,4 a
7,1 c
8,5 a
4,21
40,36 b
42,97 a
43,40 a
41,57 b
40,22 b
39,61 b
2,57
Peso 1
Produtividade
capulho
(Kg ha-1)
(g)
2772,76 a
2611,27 a
2899,60 a
2269,28 a
1926,52 a
2063,48 a
44,87
5,30 a
5,06 a
5,70 a
5,40 a
5,20 a
5,45 a
6,85
(1)
Em uma mesma coluna, médias seguidas pela mesmo letra não diferem entre si, pelo critério estatístico de
Scott-Knott, a 5% de probabilidade.
Para o parâmetro peso total de sementes, os seis genótipos não apresentaram
diferença estatística. Já para a característica peso de 100 sementes, houve destaque para
a progênie IAC 06/191 que obteve 12,73 g e mostrou-se superior a todos os demais
genótipos. A média dos capulhos mais pesados foi da cultivar BRS-Cedro com 5,70 g.
De acordo com Freire; Morello (2003), que caracterizou o algodoeiro ideal para
a região do cerrado, a porcentagem de fibra na planta deve estar entre 38 a 42%. Isso
demonstra que todos os genótipos utilizados obtiveram índices superiores ao esperado,
dando-se destaque a cultivar BRS-Cedro, que apresentou superioridade tanto na
porcentagem de fibra (43,40%) quanto no peso da pluma que chegou a quase 2.000 kg
ha-1. No índice de fibra (peso de fibra existente em 100 sementes) os genótipos Delta
Penta (8,1 g), IAC-25 (8,4 g) e BRS-Cedro (8,6 g) não diferiram estatisticamente entre
si, porém se mostraram superiores aos outros. Em análise quanto à produtividade,
percebe-se que os valores encontrados estão abaixo da média nacional que segundo
Conab (2009) é de 3767 Kg ha-1.
A variedade BRS-Cedro (2899,60 Kg ha-1) mais uma vez se destaca – em
valores absolutos visto que estatisticamente não houve diferença significativa entre os
tratamentos – como a de maior produção.
Essa redução drástica na produtividade de 36% comparada com a média
brasileira produzida na safra 2007/2008, deu-se devido à grande incidência do bicudodo-algodoeiro (Anthonomus grandis) ocasionando perda das estruturas frutíferas com a
conseqüente redução da produção de algodão. Fato este já encontrado por Fallieri et al.
(2003) que obteve uma diminuição de cerca de 41,4% na produtividade do algodoeiro
herbáceo no município de Uberaba-MG.
51
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
CONCLUSÕES
Comparativamente, todos os genótipos apresentaram características de índice de
fibra e porcentagem de fibra de acordo com as exigências do mercado.
De modo geral, no presente experimento, o genótipo BRS-Cedro apresentou
maior equilíbrio no conjunto dos parâmetros avaliados. A linhagem IAC-06/191
destacou-se para a característica de peso de 100 sementes, o que reforça a necessidade
de programas de melhoramento para incrementar as características agronômicas.
REFERÊNCIAS
BELTRÃO, N. E. M.; AZEVEDO, D. M. P.. Prefácio. In: BELTRÃO, N. E. M.;
AZEVEDO, D. M. P. (Ed.). Agronegócio do algodão no Brasil. 2 rev. ampl. Brasília:
EMBRAPA, 2008. p. 13.
CONAB Companhia Nacional de Abastecimento. Brasil. Algodão Brasil: Série
Histórica. Disponível em:
<http://www.conab.gov.br/conabweb/download/safra/AlgodaoSerieHist.xls>. Acesso
em: 30 abr.2009.
FALLIERI, J. et al. Ensaio Regional de Variedades de Algodoeiro Herbáceo no
Triângulo Mineiro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, 1., 2003,
Goiânia. Algodão um Mercado em Evolução. Goiânia, 2003. 4p.
FREIRE, E. C.; MORELLO, C. L. Cultura do algodoeiro em Goiás. Campina Grande:
EMBRAPACNPA. 2003. 30p. (EMBRAPA-CNPA. Circular técnica, 68).
LANZA, M. A. P.; PENNA, J. C. V. Algodão (Gossypium hirsutum L.). In: PAULA
JÚNIOR, T. J.; VENZON, M. 101 Culturas: manual de tecnologias agrícolas. Belo
Horizonte: EPAMIG, 2007. p. 63-74.
52
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
AVALIACAO DE DIFERENTES VARIEDADES DE SOJA
QUANTO A RESISTENCIA AO ROTYLENCHULUS RENIFORMIS
DE SOJA.
ALVES, J.S.2; ESPINDOLA, S.M1; LIMA, P.C2; CUNHA, A.G2; JUNIOR, C.L2.
1
Professor das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas, fone: (34)
3318 4188, e-mail: [email protected];
2
Graduando do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720,
Bairro do Tutunas, fone: (34) 3318 4188, e-mail: [email protected];
* Projeto financiado por programa de iniciação científica -PIC/PIBC disponibilizado pela Fundagri
(Fundação Educacional para o Desenvolvimento das Ciências Agrárias) com parceria ICIAG/UFU .
Resumo: Esse trabalho objetiva avaliar diferentes variedades comerciais de soja quanto
à resistência ao Rotylenchulus reniformis e selecionar genótipos de soja que oferece
resistência ao nematóide R. reniformis para uso em blocos de cruzamento. Serão
avaliados seis genótipos comerciais de soja e duas testemunhas sob condição de casa de
vegetação. O desenho experimental será inteiramente casualizado com seis repetições.
Sessenta dias após a inoculação será quantificado o número de nematóides no solo e nas
raízes, e determinado o peso fresco das raízes. Os dados obtidos serão utilizados para
estimar o fator de reprodução (FR) do parasita em cada genótipo de soja.
Palavras-chave: nematóide reniforme; resistência; Rotylenchulus reniformis.
INTRODUCAO
A soja teve rápida expansão no Brasil, devido ao seu valor econômico e graças
ao seu desenvolvimento, por meio de melhoramento genético de novas cultivares mais
adaptadas às condições do país. No entanto, essa expansão da cultura foi acompanhada
por problemas fitossanitários visto que vários patógenos disseminaram pelas regiões
produtoras (YORINORI, 2002).
Vários são os problemas fitossanitários dessa cultura, que dependendo da região
e do patógeno envolvido, limitam a sua produção.
Os nematóides são minúsculos organismos que vivem em diversos ecossistemas,
ocorrendo em quase todas as regiões do mundo. Podem ser de vida livre, não causando
danos a outras espécies e, podem alimentar-se de restos de outros animais. São
encontrados nas raízes e no solo, sendo pragas importantes em grandes culturas. Os
danos causados pelos nematóides são principalmente: redução no tamanho das plantas;
necrose nas folhas e raízes; tubérculos e bulbos mal formados; coloração anormal em
folhas e flores. Depreciando o valor econômico dos vegetais (TIHOHOD, 2000).
Nas raízes parasitadas por R. reniformis pode ser observada, a presença de solo
preso ao córtex, conferindo um aspecto sujo às raízes. Entretanto, após cuidadosa
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
lavagem, verifica-se que os grânulos de solo correspondem às massas de ovos aderidas
ao corpo das fêmeas de R. reniformis. Cada fêmea pode depositar em torno de 100 ovos
que completam seu ciclo em torno de 24 a 29 dias. O nematóide alimenta-se
diretamente nas células do floema, induzindo algumas vezes a formação de células
gigantes, as quais são centro de intensa atividade metabólica, o patogeno também
compete por nutrientes e alimento da planta. Rotylenchulus reniformis é um parasita
obrigatório e o estágio infectivo é o da fêmea jovem. A parte anterior da fêmea jovem é
introduzida no córtex das raízes e, a partir da alimentação, a parte posterior do corpo
engorda, lembrando o formato de um rim, o que denominou esse nematóide. Essa
espécie é adaptada para um modo sedentário de vida, não se movimentando após
estabelecimento no sítio de infecção (TIHOHOD, 2000).
Um importante parasita de várias culturas de interesse econômico (ROBINSON
et al, 1997), até o inicio da atual década, R. reniformis foi considerado um patógeno
secundário para a soja. Entretanto, sua ocorrência tem aumentado de forma consistente
nos últimos anos, principalmente no estado de Mato Grosso do Sul (ASMUS, 2005).
Soares & Santos (2003) relataram maiores incidências desse nematóide nas regiões de
Ituverava-SP, Meridiano-SP e em Santa Helena-GO.
Como os nematóides são organismos pouco móveis no solo, as atividades
agrícolas são os principais fatores de disseminação dos mesmos. Para isso é necessário
que os agricultores conheçam os fatores que contribuem para a disseminação, a fim de
que possam adotar as práticas agrícolas mais adequadas.
Lee et al (2003) avaliaram as possibilidades de dispersão de R. reniformis em
campos de produção de soja e algodão. Os autores coletaram amostras de terra em
plantadeiras e verificaram a presença em média de 726, 963, 896 e 659, nematóide por
100 cm3 de terra, coletado em partes implementos e de 633 nematóides/ 100 cm3, de
terra coletada em amostras dos pneus do trator. Isso mostra que as práticas culturais são
potenciais agentes de dispersão de nematóides.
Há relatos de fontes de resistência ao nematóide reniforme no germoplasma de
soja (ROBBINS et al, 2002). Destacam-se as cultivares norte-americanas Forrest e
Custer, consideradas padrões de resistência ao nematóide (ASMUS, 2005). Ao avaliar a
reação de cultivares e linhagens de soja ao nematóide de cisto da soja (Heterodera
glycines) e ao nematóide reniforme, Robbins & Rakes (1996) observaram que, a
exceção da PI 88788, as fontes de resistência ao nematóide de cisto da soja (NCS)
também conferiram resistência a R. reniformis.
Asmus & Schirmann (2004) avaliando algumas cultivares comerciais de soja
indicadas para a região do Mato Grosso do Sul, verificaram que ‘M-SOY 8001’ e ‘CD
201’, que são resistentes ao nematóide de cisto raça 3, também foram as mais resistentes
ao nematóide reniforme.
Esse trabalho tem como objetivo avaliar diferentes variedades comerciais de
soja, resistentes ao nematóide de cisto raça 3, quanto à resistência ao Rotylenchulus
reniformis.
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19 a 24 de outubro de 2009
MATERIAL E MÉTODOS
O ensaio será implantado na casa de vegetação da Fazenda escola da FAZUFaculdades Associadas de Uberaba, em Uberaba-MG.
O delineamento experimental será inteiramente casualizado com sete
tratamentos (variedades comerciais) e duas testemunhas com seis repetições. Cada
parcela será constituída por um vaso contendo uma planta de soja.
O inóculo será fornecido pelo Laboratório de Fitonematologia da Universidade
Estadual de São Paulo.
As sementes serão semeadas em vasos de polietileno, com capacidade para 500
mL, contendo mistura de solo e areia grossa na proporção 2:1 (v/v) umedecidos e
previamente autoclavada a 120°C por 20 minutos. Cada planta será inoculada com 5 mL
de uma suspensão aquosa contendo 1.000 ovos e formas larvais de uma população de R.
reniformis. O inóculo será depositado em dois orifícios de aproximadamente 3 cm de
profundidade, distantes 1cm do colo das plantas de soja.
Sessenta dias após a inoculação as plantas serão processadas segundo
metodologia descrita por Jenkins, 1964 e Collen & D’Herde, 1972, respectivamente, e
determinado o peso fresco das raízes. Os dados obtidos serão utilizados para estimar o
número de nematóides (ovos e formas larvais) na raiz e no solo o fator de reprodução
(FR) do parasita em cada genótipo de soja. Para a obtenção do FR será utilizada a
expressão:
Aquelas plantas que apresentarem o FR maior ou igual a 1, serão classificadas
como suscetíveis. Quando o FR for menor que 1 serão classificadas como resistentes.
Os dados obtidos serão submetidos a analise de variância e comparados pelo
teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto encontra-se em fase de execução e, em fase de desenvolvimento
bibliográfico. As variedades a serem avaliadas já foram escolhidas e, tem-se em mãos as
sementes das testemunhas resistentes disponibilizadas pela Embrapa.
REFERÊNCIAS
ASMUS, G.L.; SCHIRMANN, M.R. Reação de cultivares de soja recomendadas no
Mato Grosso do Sul ao nematóide reniforme. Nematologia Brasileira. p.239-240.2004.
ASMUS, G.L. Evolução da ocorrência de Rotylenchulus reniformis em Mato Grosso do
Sul, durante o quinquênio 2001/2005. Resumos, 27ª. Reunião de Pesquisa de Soja da
Região Central do Brasil. Cornélio Procópio PR. p. 221-222. 2005.
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
COOLEN WA, DHERDE; CJA Method for the quantitative extraction of nematodes
from plant tissue. Ghent, Belgium. State Nematology and Entomology Research
Station. 1972.
JENKINS, W.R. A rapid centrifugal flotation technique for separating nematodes from
soil. Plant Disease Reporter. p. 692. 1964.
LEE, H. K.; LAWRENCE, G. W.; DUBIEN, J. L.; KELLEY, A.T. Cultural pratiices
and the Reniform nematode in Mississipi. Journal of Nematology, v. 35, (3), p. 350,
2003.
ROBBINS, R.T.; RAKES, L. Resistance to the reniform nematode in selected soybean
cultivars and germplasm lines. Journal of Nematology, p. 612-615.1996.
ROBINSON, A.F.; INSERRA; R.N.; CASWELL-CHEN, E.P.; VOVLAS., N.,
TROCCOLI. A. Rotylenchulus species: identification, distribution, host ranges, and
crop plant resistance. Nematropica. p. 127-180. 1997.
ROBBINS, R.T.; SHIPE, E.R.; RAKES, L.; JACKSON, L.E.; GBUR, E.E.; DOMBEK,
D.G .Host suitability of soybean cultivars and breeding lines to reniform nematodes in
tests conducted in 2001. Journal of Nematology. p .378-383. 2002.
SOARES, P. L. M.; SANTOS, J. M. Dos; LEHMAN, P. S. Estudo Morfométrico
Comparativo de Populações de Rotylenchulus. Fitopatol. Bras., Jaboticabal -sp, v. 28,
n. 3. p. 292-297. 2003.
TIHOHOD, D. Nematologia Agrícola Aplicada. 2. ed. rev. amp. Jaboticabal, 2000.
P398-400.
YORINORI, J. T. Situação atual das doenças potenciais do cone sul. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE SOJA 2. 2002, MERCOSOJA, 2002, Foz do Iguaçu. Anais...
Londrina: Embrapa Soja, 2002 p 379.(Embrapa Soja documentos, 180).
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
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AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE SOJA EM DIFERENTES
ÉPOCAS DE PLANTIO E DENSIDADE DE SEMEADURA
FERREIRA JÚNIOR,J.A1.;GONÇALVES,D.A.R1.;LOPES,E.W1.;
ESPINDOLA,S.M.C.G2.;FINHOLDT,R.S3.
1
Graduando do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720,
Bairro do Tutunas, fone: (34) 3318 4188, e-mail: [email protected];
2
Professor das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas, fone: (34)
3318 4188, e-mail: [email protected];
3
Engenheiro Agrônomo: [email protected]
* Projeto financiado por FAZU/FUNDAGRI
Resumo: Este trabalho objetiva avaliar diferentes genótipos de soja quanto à sua
adaptação e desempenho agronômico, em diferentes datas de semeadura e diferentes
arranjos de plantas. O ensaio foi conduzido na área experimental das Faculdades
Associadas de Uberaba (FAZU-FUNDAGRI), no município de Uberaba, MG, em
altitude de 780 m; 19º e 44’ de latitude Sul e 47º e 57‘ de longitude Oeste de
Greenwich; no ano agrícola 2008/2009. O delineamento experimental utilizado foi em
blocos ao acaso (DBC). cada bloco continha todos os tratamentos. Foram utilizadas
quatro genótipos (M-7211RR,M-7639RR,M-7908RR e M8221RR) em duas épocas de
semeadura (11/11/08 e 26/11/08) e três densidades de semeadura(8,10 e 12 plantas por
metro linear) proporcionando populações de 180.000,200.000 e 240.000 plantas.ha-1
respectivamente. Foram utilizados vinte e quatro tratamentos com três repetições, em
esquema fatorial de 4X2X3. Todos os genótipos avaliados mostraram bom desempenho
produtivo, tanto na primeira quanto na segunda época de semeadura, demonstrando bom
desempenho destes materiais para o município de Uberaba.
Palavras-chave: Glycine max, Produtividade, Arranjo de plantas, Semeadura.
INTRODUÇÃO
A soja (Glycine max(L.) Merril) vem despontando como uma das mais
importantes, dentre as espécies cultivadas no Brasil e no Mundo.
Com a participação, em 2006/2007, de cerca de 60% do total de 385 milhões de
toneladas de grãos produzidos em nível global pelos principais grãos oleaginosos (soja,
girassol, canola, amendoim, algodão e mamona) a soja é o grão mais cultivado no
mundo (EMBRAPA, 2008). A disponibilidade de novas áreas no Brasil, principalmente
nos estados do centro-oeste, norte e nordeste, aliada a evolução da pesquisa agronômica
voltada para esta espécie, proporciona ao pais ótimas condições para ter uma
participação crescente no mercado de soja e derivados(BLACK,2000).
Atualmente o Brasil ocupa a 2ª posição entre os países produtores de soja, sendo
que o maior produtor é o Estados Unidos da América. De acordo com dados da
CONAB (2009) a safra brasileira de soja 2007/2008 alcançou 58.391.8 mil toneladas, e
para safra 2008/2009, consta como dados preliminares um volume de 60.017.7 mil
toneladas.
Por suas qualidades nutricionais, facilidade de adaptação, alta produtividade e
pela facilidade de cultivo, a soja pode ser considerada um dos alimentos básicos para
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
populações do futuro, por ser uma grande fonte de proteína de baixo custo e de alto
valor nutricional que se conhece para alimentação animal e principalmente humano
(FREITAS et al.,2001).
Segundo Heiffig (2002) ao longo dos anos 90 programas nacionais de
melhoramento genético da soja desenvolveram cultivares com maior potencial de
produtividade e mais exigentes em ambiente e manejo. Para Almeida et al.,(1999) uma
cultivar de soja deve ter alta produtividade, estabilidade de produção e ampla
adaptabilidade aos mais variados ambientes existentes na região onde é recomendada. A
resistência genética às principais doenças e pragas e a tolerância aos fatores limitantes
edafo-climáticos são garantias de estabilidade de produção e de retorno econômico que
podem ser ofertadas com o uso de semente de cultivares melhoradas.
Peixoto et al. (2002), estudando o efeito de épocas de semeadura e de diferentes
densidades sobre os componentes de produção e o rendimento de grãos em três
cultivares de soja, no Estado de São Paulo, constatou que a época de semeadura é o
fator que mais influencia.
A época de semeadura é um fator determinante para o sucesso na busca de altas
produtividades, alcançadas quando se conseguem justapor o desenvolvimento das fases
fenológicas da cultura com a presença de ambiente climático favorável à expressão da
produtividade da cultivar em uso. De maneira geral, existem épocas adequadas de
semeadura para as cultivares nas quais a produção é potencialmente maior (OLIVEIRA,
2003).
Komori et al.,(2004) testando épocas de plantio na cidade de Uberlândia,
utilizando cinco cultivares(DM- 309, DM- Vitória, DM- 603, DM- 339, DM- Nobre e
DM- 570) em quatro épocas de plantio, observou diferença significativa apenas na
última época avaliada que se deu no mês de Dezembro.
De acordo com Peixoto et al.,(2000) a soja tolera uma ampla variação na
população de plantas, alterando mais sua morfologia que o rendimento de grãos. A
menor resposta da soja à população se deve a sua capacidade de compensação no uso
dos espaços entre as plantas. Heiffig (2002) testando em Piracicaba-SP, populações de
plantas na cultura da soja não observou diferença significativa entre os tratamentos
testados, confirmando a plasticidade na cultura da soja, uma vez que esta espécie tem
pouca competição intra-específica.
A altura da planta e da inserção de primeira vagem e a vigor da soja é de elevada
importância, em razão de possíveis efeitos sobre: a produtividade de grãos, o controle
de plantas daninhas, o acamamento de plantas e a menor eficiência no rendimento da
colheita mecanizada. Cultivares de porte muito elevado ou extremamente baixo não
podem ser colhidas tão facilmente como aquelas de altura média e, em geral, não são
tão produtivas quanto as de porte médio (SEDIYAMA et al., 2009).
Segundo Resende e Carvalho (2007), para uma produção de alta produtividade e
elevado rendimento operacional da colhedora, preconiza-se que os cultivares modernos
de soja apresentem altura final de planta entre 60 e 120 cm. Plantas com altura superior
a 120 cm podem ter tendência natural ao acamamento. Sediyama et al. (2009) afirmam
que em solos relativamente planos e bem preparados pode-se efetuar uma boa colheita
mecanizada de plantas com 50 a 60 cm de altura. No entanto, na maioria das condições,
a planta de soja com pelo menos 70 a 80 cm de altura permite uma eficiente operação da
colheitadeira automotriz. Plantas muito acima de 100 cm tendem ao acamamento e,
além de dificultarem a eficiência das colhedoras, tendem a produzir menos.
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19 a 24 de outubro de 2009
Dessa forma, esse trabalho objetiva avaliar diferentes genótipos de soja quanto à
sua adaptação e desempenho agronômico, em diferentes datas de semeadura e diferentes
arranjos de plantas, em Uberaba-MG.
MATERIAL E MÉTODOS
O ensaio foi conduzido na área experimental das Faculdades Associadas de
Uberaba (FAZU-FUNDAGRI), no município de Uberaba, MG, em altitude de 780 m;
19º e 44’ de latitude Sul e 47º e 57‘ de longitude Oeste de Greenwich; no ano agrícola
2008/2009. As normais climatológicas obtidas do INEMET-EPAMIG, Estação
Experimental Getulio Vargas são as seguintes: precipitação de 1.589,4 mm,
evapotranspiração de 1.046 mm e temperatura média anual de 21,9 ºC. O solo utilizado
é classificado como LATOSSOLO VERMELHO distrófico, textura franco-arenosa,
relevo suavemente ondulado e fase cerrado subcaducifólio.
O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso (DBC).Cada
bloco continha todos os tratamentos. Foram utilizadas quatro linhagens (M-7211RR,M7639RR,M-7908RR e M8221RR) em duas épocas de semeadura (11/11/08 e 26/11/08)
e três densidades de semeadura(8,10 e 12 plantas por metro linear) proporcionando
populações de 180.000,200.000 e 240.000 plantas.ha-1 respectivamente. Foram
utilizados vinte e quatro tratamentos com três repetições, em esquema fatorial de
4X2X3. As parcelas experimentais constaram de 4 linhas espaçadas a 0,50m entre si e
com 5,0m de comprimento.As duas linhas centrais de cada parcela foram utilizadas para
coleta de dados, descartando meio metro de cada extremidade.
O preparo do solo, foi realizado em outubro, sendo constituído de uma aração
seguida de duas gradagens e a abertura dos sulcos de semeadura foi realizada
utilizando-se tração mecânica. No plantio foram aplicados 400 Kg.ha-1 do formulado
02-30-15 distribuído e incorporado aos sulcos e a inoculação com Rhizobium foi feita
no sulco no momento da semeadura. Para atender os tratamentos especificados acima,
foi realizado o desbaste quando as plantas já haviam se estabelecidos. O controle de
ervas daninha foi realizado através de uma aplicação do produto comercial Roundup
Read na dosagem de 1.5 litros.ha-1 por hectare, no instante em que a cultura se
encontrava no 3º trifólio.
Para controle da Ferrugem asiática (Pakshopora pakinrizi)foram realizadas
quatro aplicações de fungicidas, sendo que na primeira e na segunda, 24/12/2008 e
07/01/2009, foram usados Priore Xtra (300ml.ha-1), na terceira e na quarta aplicação,
27/01/2009 e 17/02/2009, foram usados Opera(500ml.ha-1), sendo que esta última
efetuou o controle das doenças de final de ciclo (DFC).
Para inferir o desempenho das linhagens foram avaliadas as seguintes
características agronômicas:
APF: altura da planta (cm) na floração, medida desde o colo da planta até o
ápice da haste principal.
APM: altura da planta (cm) na maturidade, medida desde o colo da planta até o
ápice da haste principal.
AIV: altura da inserção da 1º vagem, medida por uma régua graduada em
centímetros, desde o solo até a altura da inserção da 1º vagem da planta.
Peso de 100 sementes: Realizadas retirando-se amostras de 100 grãos da parcela
ao acaso, em 4 repetições, efetuando-se a pesagem numa balança de precisão.
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PG: produção de grãos, em gramas, obtida fazendo-se a pesagem de cada
parcela, numa balança de precisão.
As características avaliadas foram submetidas à análise de variância e à
comparação de médias, conforme o teste de DMS-t a 5% de significância. Os dados
foram analisados estatisticamente por meio do Programa Estatístico Assistat (SILVA,
AZEVEDO, 2002).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em relação aos genótipos testados a média geral de produtividade foi de 3179
Kg.ha-1 sendo este valor superior a média nacional da safra 2007/2008 que fechou em
2816 kg.ha-1 (CONAB, 2008). O resultado da análise de variância entre os fatores
genótipo e época, genótipo e densidade de semeadura, e época e densidade de plantio
para a característica produtividade não foi significativa para o teste de F a 5% de
probabilidade (Tabela 1). Todos os genótipos avaliados mostraram bom desempenho
produtivo, tanto na primeira quanto na segunda época de semeadura, demonstrando bom
desempenho destes materiais para o município de Uberaba.
Tabela 1. Analise de variância de genótipos de soja, em duas épocas de semeadura e
densidade de plantio
FATOR
Génotipos
M- 7211 RR
M-7639 RR
M-7908 RR
M-8221 RR
Épocas
1
2
Densidade
8
10
12
Teste de F
G
E
D
GXE
GXD
EXD
GXEXD
C.V.(%)
Altura da Planta na
Altura da Planta
Maturação(APM)
na Floraçao(APF)
(cm)
(cm)
Altura da
Inserção de 1ª
vagem(AIV)
(cm)
Peso de 100
sementes(g)
Produção de
Grãos (P.G)
(kg ha-1)
59,4
53,8
58,1
59,1
103,4 a
101,2 a
75,7 b
80,1 b
13,8
16,0
14,5
13,4
16,6
13,3
24,3
13,4
3259
3229
3151
3076
62,4
52,8
92 a
82,1 b
13,3
15,6
15,7
18,1
3268
3090
56,0
58,0
58,9
89,8
89,3
91,2
14,5
13,9
14,9
20,4
15,2
15,2
3139
3188
3208
4,1096*
57.0239**
1.8164 NS
7.8627**
0.1047 ns
0.8625 ns
0.9582 ns
9.39
56.4184 **
4.2336 *
0.3381 ns
1.5716 ns
0.8509 ns
0.0880 ns
0.3411 ns
8.92
15.7146 **
59.7675 **
3.7366 *
19.5970 **
1.2404 ns
3.4150 *
1.3095 ns
8.56
1.8899 ns
0.4248 ns
0.8517 ns
0.8718 ns
0.9267 ns
1.0501 ns
0.8267 ns
93.93
0.6618 ns
3.1008 ns
0.1645 ns
0.5150 ns
0.8527 ns
0.3850 ns
0.4162 ns
13.4
** - significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01)
* - significativo ao nível de 5% de probabilidade (.01 =< p < .05)
ns não significativo (p >= .05)
Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não se diferem estatisticamente entre si pelo Teste
de Tukey a 5% de Probabilidade.
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19 a 24 de outubro de 2009
De acordo com os dados mostrados na Tabela 2, a linhagem M-7211 RR obteve
os maiores valores para altura na floração na primeira época de semeadura sendo que foi
estatisticamente diferentes dos demais(Tabela 2). Já na segunda época de semeadura os
genótipos M-7908 RR e M-8221 RR obtiveram os maiores valores para este parâmetro ,
e são estatisticamente diferentes dos demais genótipos que não diferiram entre si.Para o
fator época, pode-se observar que houve uma redução na altura das plantas na
semeadura realizada dia 26/11 em relação a primeira época sendo estatisticamente
diferentes para cada genótipo em relação as duas datas avaliadas, exceto para a
linhagem M- 8221 RR que não apresentou este comportamento.
Dentre os genótipos avaliados o M-7211 RR obteve o maior valor para altura na
floração na primeira época de semeadura sendo que foi estatisticamente diferentes dos
demais.
Tabela 2.Efeito da interação entre épocas de semeadura e genótipos de soja para altura
na floração
M- 7211 RR
M-7639 RR
M-7908 RR
M-8221 RR
1
69.2 aA
57.9 bA
62.1 bA
60.5 bA
2
49.5 bB
49.7 bB
54.2 abB
57.7 aA
Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha e maiúscula na coluna não se diferem
estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Já na segunda época de semeadura os genótipos M-7908 RR e M-8221 RR
obtiveram os maiores valores para altura de plantas na floração, e são estatisticamente
diferentes dos demais genótipos que não diferiram entre si. Em relação a este fator pode
se inferir que houve uma redução na altura das plantas na floração na segunda época em
relação a primeira, sendo que foi observado diferença significativa entre elas. Exceto
para a linhagem M-8221 que teve o mesmo comportamento nas duas datas avaliadas.
Resultado semelhante foi obtido por Lelis (2007) testando genótipos de soja na cidade
de Uberlândia, observou diferença significativa entre as duas épocas avaliadas.
Para o parâmetro altura de inserção de 1ª vagem pode se inferir que o genótipo
M- 7639 RR, foi estatisticamente diferente na primeira época de semedura em relação
aos demais materiais avaliados. Já para a segunda época de semeadura apenas o cultivar
M- 7908 RR foi estatisticamente diferente dos demais (Tabela 3).
Tabela 3. Efeito da interação entre épocas de semeadura e genótipos de soja para
altura de inserção de 1ª vagem
M- 7211 RR
M-7639 RR
M-7908 RR
M-8221 RR
1
12.9 bB
16.4 aA
11.8 bB
12.1 bB
2
14.7 bA
15.6 bA
17.2 aA
14.7 bA
Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha e maiúscula na coluna
estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
não se diferem
A linhagem M- 7639 foi a única que apresentou altura de inserção de primeira
vagem obteve valores estatisticamente iguais quando se avaliou esse parâmetro em
relação a época de semeadura. Já os demais materiais obtiveram valores maiores para
61
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19 a 24 de outubro de 2009
este parâmetro na segunda época e apresentaram diferença significativa em relação a
primeira.De acordo com Sedyama(1972) a altura satisfatória para evitar perdas na
colheita está em torno de 12 a 15 cm. Todavia, em solos relativamente planos e
colheitadeiras adequadas, pode-se colher eficientemente com a altura da primeira vagem
em torno de 10 cm. Cultivares com inserção maior do que 15 a 20 cm, apesar de
facilitarem a velocidade de colheita e apresentarem menores perdas, podem apresentar
menor produtividade, não sendo dessa forma, as preferidas para o cultivo
Uma vez analisada a interação épocas de plantio e densidade pode-se perceber
que o efeito da densidade não foi influenciou o parâmetro inserção de 1ª vagem, pois
não observou-se diferença estatísticas dentro das duas épocas testadas(Tabela 4).
Tabela 4. Efeito da interação entre épocas de semeadura e densidade de plantio para
altura de inserção de 1ª vagem.
8
10
12
1
13 bB
12.7 bB
14.3 bA
2
16 aA
15.2 aA
15.5 aA
Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha e maiúscula na coluna não se diferem
estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Em relação a época de semeadura, observou-se diferença significativas entre elas
para as densidades de 8 e 10 plantas por metro, sendo que para 26/11 foram observados
os maiores valores para inserção de 1ª vagem, sendo que ambos estão acima dos valores
preconizados pela literatura como ideal para a colheita mecanizada conforme citado
acima (SEDYAMA,1972).
CONCLUSÃO
Os genótipos avaliados mostraram bom desempenho produtivo, tanto na
primeira como na segunda época de plantio, no município de Uberaba, sob as condições
da safra 2008/2009.
A época de semeadura influenciou na altura de plantas como na altura de
inserção de 1ª vagem, sendo que os genótipos avaliados obtiveram maiores valores na
primeira época, para o primeiro parâmetro avaliado.
Em relação a densidade houve interação com a época de semeadura, em relação
a altura de inserção da 1ª vagem.
REFERÊNCIAS
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Disponível em: http://www.conab.gov.br/conabweb/download/safra/SojaSerieHist.xls.
Acesso em: 03 abr. 2009.
ALMEIDA, L. A. DE, KIIHL, R. A. S.; MIRANDA, M. A. C. de; CAMPELO, G. J. A.
Melhoramento da soja para regiões de baixas latitudes. Recursos Genéticos e
Melhoramento de Plantas Para O Nordeste Brasileiro, Londrina- Paraná, p.1-15,
1999.
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CÂMARA, G. M. S. (Ed.). Soja: tecnologia da produção II. Piracicaba: ESALQ/LPV,
2000. p. 1-19.
DALL’AGNOL,A.ROESING,A.C.LAZAROTTO,J.J.HIRAKURI,M.H.OLIVEIRA,A.
B. O complexo agroindustruial da soja brasileira.2007. Disponível em:
http://www.cnpso.embrapa.br/download/cirtec/circtec43.pdf>. Acesso em: 03 abr. 2009.
FREITAS, M. A. de et al. O que a industria quer da soja. Cultivar, Pelotas, v. 26, n.,
p.16-21, mar. 2001. Mensal.
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diferentes arranjos espaciais. 2002. 81 f. Dissertação (Mestrado) - Escola Superior de
Agricultura "luiz de Queiroz", Piracicaba, 2002.
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de semeadura. 2007. 62 f. Dissertaçao (Mestrado) - Universidade Federal de
Uberlândia, Uberlândia, 2007.
KOMORI, E; HAMAWAKI, O. T; SOUZA, M.P; SHIGIHARA,D; BATISTA, A.M.
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Tese de Doutorado. Universidade Federal de Goiás. Goiânia, Goiás. 177 p.
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Alimentos: Métodos de conservação de Alimentos. In: SEDIYAMA, T. Tecnologias de
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Assistat para o sistema operacional Windows. Revista Brasileira de Produtos
Agroindustriais, Campina Grande, v.4,n.1,p71-78,2002.
63
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
PRODUTIVIDADE E CONCENTRAÇÃO DE SACAROSE DA
CANA-DE-AÇÚCAR EM DIFERENTES SISTEMAS DE ROTAÇÃO
DE CULTURAS
MENDES JUNIOR, L.1; GONÇALVES, D.A.R.1; ARAÚJO, L.C.A. 1; LOPES, E.W.1;
FERREIRA JUNIOR, J. A1.; RESENDE JUNIOR, C.P. 1; CARVALHO FILHO, A.2
1
Graduandos do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720,
Bairro do Tutunas, fone: (34) 3318 4188, e-mail: [email protected];
2
Professor da UFV – Campus Rio Paranaiba. e-mail: [email protected]
* Projeto financiado por FAZU/FUNDAGRI
Resumo: Está sendo conduzido um experimento de campo, visando analisar a
produtividade e a concentração de sacarose em duas variedades de cana-de-açúcar em
rotação com amendoim e soja. Os tratamentos estudados são: rotação de cana-de-açúcar
em solo cultivado com soja e em solo cultivado com amendoim e duas variedades
comerciais da região, sendo duas variedades de cana-de-açúcar (RB867151 e
SP813250) em área de primeiro ano de plantio. O delineamento experimental utilizado é
o delineamento em blocos ao acaso, com dois blocos (rotação em soja e em amendoim),
sendo 2 tratamentos e 12 repetições. Os canteiros experimentais são constituídos de 3
linhas de 10m de comprimento cada, espaçadas de 1,4m e com 3 a 4 gemas por colmo.
O tratamento rotacionado com amendoim continha a variedade caiapó, e o tratamento
rotacionado com soja continha a variedade de soja Valiosa RR. Com a crescente
preocupação de vários segmentos da agricultura brasileira quanto à possibilidade da
cultura canavieira chegar a ocupar áreas produtoras de culturas alimentícias e de fibras,
o projeto procura demonstrar a viabilidade técnica do cultivo de cana-de-açúcar em
rotação com culturas alimentícias.
Palavras-chaves: Saccharum sp; rotação de culturas; produtividade; teor de sacarose.
INTRODUÇÃO
A cana-de-açúcar, gramínea de clima tropical, tem sido cultivada em regiões de
clima quente com solos férteis e bem drenados, com características climáticas
compatíveis com as exigências técnicas da cultura. Ela é principalmente cultivada como
matéria-prima a ser fornecida, por esmagamento dos seus colmos para extração do seu
caldo (CESNIK; MIOCQUE, 2004).
Como a maioria das Poaceas (gramínea), a cana-de-açúcar é uma planta C4,
assim chamada por formar compostos orgânicos com quatro carbonos na captura de gás
carbônico. Apresenta maior taxa fotossintética e eficiência na utilização e resgate de gás
carbônico da atmosfera (SEGATO; MATTIUZ; MOZAMBANI, 2006).
Estabelecendo-se de forma definitiva nas regiões Centro-Sul e Nordeste, o país é
o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. O prognóstico da produção de cana-deaçúcar para a safra indica que o volume total a ser processado pelo setor sucroalcooleiro
deverá atingir um montante entre 662,0 e 633,7 milhões de toneladas. Este volume
representa um aumento de 8,6% a 10,7% do obtido na safra anterior, uma quantidade de
49,4 a 61,1 milhões de toneladas adicionais do produto (CONAB, 2009).
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
O etanol, derivado da cana-de-açúcar, figura como alternativa energética que
mais atende as preocupações das economias mundiais: é renovável, polui menos e
principalmente, pode reduzir a dependência do petróleo, cuja era, está chegando ao fim
(MOZAMBANI et al., 2006)
O Brasil contribui com cerca de 70% de toda área cultivada nas Américas, além
de se constituir num dos únicos países do mundo a utilizar o álcool como combustível
automotivo (álcool hidratado diretamente com combustível ou álcool anidrido em
mistura de 22% à gasolina) (MOZANBANI et al., 2006).
A expansão da área de cana-de-açúcar passou de 6,163 milhões de hectares na
safra 2006/2007 para 6,923 milhões de hectares no ciclo 2007/2008. O destaque fica
com os estados de MG, SP, MS, GO, MT e PR. Minas Gerais, que é a terceira maior
área do País, elevou em 16,8% a sua área, que saltou de 420 mil para 490 mil hectares, e
deverá colher 40,961 milhões de toneladas, com aumento de 22,1% em relação à safra
anterior (CORRÊA et al., 2007).
A área nacional de produção de cana-de-açúcar deve crescer rapidamente para
10 milhões de hectares, representado um aumento da área de reforma para produção de
grãos para 1,5 milhões de hectares ao ano (SEGATO; FERNANDES; PINTO, 2007).
Para que esse crescimento seja mantido, ele não deverá ser apoiado apenas no
aumento da produção, em função da incorporação de novas áreas, mas pelo aumento da
produtividade. Para tanto, a contribuição do melhoramento genético vegetal com o
lançamento de novas variedades geneticamente superiores, e do desenvolvimento e
aperfeiçoamento de técnicas, tanto fito técnicas de manejo da cultura, como industriais,
é de fundamental importância (MOZANBANI, 2006).
Se em 2006 os preços da cana alcançaram R$ 52,00 a tonelada e 2007 e 2008 de
R$ 35,00, abaixo dos custos de produção, definitivamente, estes anos não foram da
cana, mas sim dos grãos. Os preços do milho, soja e amendoim atingiram máximas
históricas em todo o mundo, e o produtor de cana ou a usina que desenvolve a prática de
reforma das áreas de cana com grãos teve uma forcinha para ajudar a salvar a lavoura
(PAIVA; LANCA; INGEGNERI, 2008).
Observa-se que os teores médios de ATR do inicio da safra até a primeira
quinzena de julho em kg/t das safras 2007/2008 (133,64 kg/t) e a atual 2008/2009
(128,64 kg/t), sendo que o teor de ATR da safra 2008/2009 até a 1a quinzena de julho
está com 5,0 kg de ATR/t abaixo do teor médio de ATR da safra 2007/2008 no mesmo
período. Isso se deve a chuva acima da média nos meses de fevereiro a abril, sendo esta
responsável pela queda de 5,0 kg de ATR abaixo do teor da safra 2007/2008 para o
mesmo período (SILVA, 2008).
Para se ter o valor de ATR, é necessário que se tenha o valor do BRIX, que é o
parâmetro mais utilizado na indústria do açúcar e do álcool. Estritamente, expressa a
porcentagem peso/peso dos sólidos solúveis contidos em uma solução pura de sacarose,
ou seja, mede o teor de sacarose na solução (FERNANDES, 2003).
O objetivo do trabalho se baseia em avaliar se haverá diferenças na
produtividade da cana-de-açúcar sobre área anteriormente cultivada com soja em
relação à produtividade da cana em área de rotação com amendoim e posteriormente a
verificação da diferença na concentração de sacarose da cana em diferentes formas de
rotação de culturas.
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19 a 24 de outubro de 2009
MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento está sendo realizado em condições de campo, instalado em área
pertencente à Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU), localizada no município de
Uberaba-MG (19º 03”52” de latitude sul e 48º 08' 52” de longitude oeste). A média
anual da temperatura é de 23,2ºC e umidade relativa do ar 64%. O clima caracteriza-se
como tropical de altitude.
O solo no qual se realiza o experimento passou por análise para posterior
correção. Foram realizadas gradagem e subsolagem como técnicas de preparo do solo.
DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
O delineamento experimental utilizado é o delineamento em blocos ao acaso,
com dois blocos (rotação em soja e em amendoim), sendo 2 tratamentos e 12 repetições.
Os canteiros experimentais são constituídos de 3 linhas de 10m de comprimento cada,
espaçadas de 1,4m, perfazendo uma área total de 1008m2 e com 3 a 4 gemas por colmo.
O tratamento rotacionado com amendoim continha a variedade caiapó, e o tratamento
rotacionado com soja continha a variedade de soja valiosa RR. A utilização de
bordadura verificou-se viável para que não haja mascaramento no experimento, sendo
esta as linhas laterais e um metro das extremidades, restando então oito metros de
parcela útil. O plantio foi realizado no mês de outubro, utilizando-se de duas variedades
de mercado na época do plantio da cana-de-açúcar (RB867151 e SP813250).
PLANTIO
O plantio foi realizado no dia 30 de outubro de 2008, com toletes, distribuído
conforme espaçamento acima citados. A profundidade de plantio foi realizada com 20
centímetros, sendo colocado adubo, o qual foi determinado após análise de solo e
calculado a quantidade a ser colocado por sulco.
O uso de agrotóxicos (inseticidas e fungicidas) está sendo adicionado conforme
a necessidade do experimento.
O experimento está sendo conduzido sem regime de irrigação.
AVALIAÇÕES
A avaliação de produtividade por área é o parâmetro usual nas unidades
produtoras de cana-de-açúcar, embora não seja o melhor conceito de desempenho que
possa ser adotado. Esse parâmetro considera o total de cana produzida por unidade de
área colhida. Para sistemas de somente “um corte’’ a produtividade por área
colhida(TCHc) será, naturalmente igual à produtividade do primeiro corte
<TCHc1=TCH1> (FERNANDES, 2003).
Quanto ao teor de sacarose, este será extraído das 24 parcelas experimentais,
pelo processo refratométrico a 20OC segundo metodologia de Scheneider (1979),
expresso em graus Brix, utilizando-se um refratômetro.
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19 a 24 de outubro de 2009
ANÁLISES ESTATÍSTICAS
Após o ciclo da cultura e obtenção dos resultados dos parâmetros analisados,
será realizada a discussão frente aos objetivos propostos e realizado análises de
variância pelo teste de F e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A avaliação das diferenças na produtividade da cana-de-açúcar sobre área
anteriormente cultivada com soja em relação à produtividade da cana em área de
rotação com amendoim e posteriormente a verificação da diferença na concentração de
sacarose da cana em diferentes formas de rotação de culturas tem grande importância
devido as tensões causadas pela mídia, onde diz que a cana-de-açúcar está tomando
espaço da área anteriormente cultivada com alimentos, no entanto, alem de a cana ser
também um alimento, na forma de açúcar, a área fornecida por ela para a rotação é uma
área considerável para a produção de culturas alimentícias, podendo estas também ser
benéficas para o posterior plantio da cana, sendo a ambição do trabalho ver qual das
culturas pode ter agregado maior produtividade e teor de sacarose para cana-de-açúcar.
REFERÊNCIAS
CESNIK, R.; MIOCQUE, J. Melhoramento da cana-de-açúcar. Brasília, DF:
Embrapa Informação Tecnológica, 2004. 307p.
CONAB-companhia Nacional de abastecimento Brasileira. 2009. Disponível
em<http://www.conab.gov.br/conabweb/download/safra/1cana_de_acucar.pdf>. Acesso
em: 25 de agosto 2009.
CORRÊA, S. et al.. Anuário brasileiro da cana-de-açúcar 2007. Santa Cruz do Sul:
Editora Gazeta Santa Cruz, 2007. 128p.
FERNANDES, A. C. Cálculos na Agroindústria da Cana-de-açúcar. Piracicaba, SP:
STAB, 2.ed, 2003. 240p.
MOZANBANI, A. E. et al. Histologia e Morfologia da cana-de-açúcar, in: SEGATO,
S. V.; PINTO, A. S.; JENDIROBA, E.; NÓBREGA, J. C. M. (org). Atualização em
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PAIVA, L. R. e LANÇA, J. D. INGEGNERI, C. De grão em grão....Revista Canamix,
ano 1, n. 1, p. 23-24, fev. 2008.
SEGATO, S. V.; FERNANDES, C.; PINTO, A. S. (org.). Expansão e renovação de
canavial. Piracicaba, SP: CP2, 2007. 352p.
SEGATO, S. V.; MATTIUZ, C. F. M.; MOZANBANI, A. E. Aspectos fenológicos da
cana-de-açúcar. In: SEGATO, S. V.; PINTO, A .S.; JENDIROBA, E.; NÓBREGA, J.
C. M. (org.) Atualização em produção de cana-de-açúcar. Piracicaba: CP2, 2006.
cap.2, p.19-36.
SILVA, T. de A. Acompanhamento da safra 2008/2009. Revista Canavieiros: a força
que movimenta o setor, Sertãozinho, SP, v.3, n.26, ago. 2008. p.28-29.
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE FORRAGEIRAS
TROPICAIS VARIANDO DE ACORDO COM A RADIAÇÃO
FOTOSSINTÉTICAMENTE ATIVA
SILVA JÚNIOR, L. C.1, LUCAS, F. T.2, BORGES, B. M. M. N.3, SILVA, W. J. 4
1
Graduando do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – FAZU – Av. do Tutuna,
720, Bairro do Tutunas, Uberaba/MG, Fone: (34) 3318-4188. Bolsista PIBIC da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG. E-mail: [email protected];
2
Engenheiro Agrônomo graduado em Agronomia pelas Faculdades Associadas de Uberaba – FAZU,
Tecnólogo em Processos Gerenciais pela Universidade de Uberaba – UNIUBE e Pós-graduando em
Gestão Ambiental pela Universidade de Uberaba – UNIUBE. Bolsista do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). E-mail: [email protected];
3
Graduando do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – FAZU. Bolsista PIBIC da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG. E-mail:
[email protected];
4
Doutor em Agronomia (Produção Vegetal), Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária – EMBRAPA, Uberaba/MG. E-mail: [email protected].
Resumo: O objetivo da pesquisa foi avaliar a influência da radiação fotossinteticamente
ativa interceptada (RFAi) no crescimento e desenvolvimento das forrageiras tropicais:
Brachiaria decumbens cultivar (cv) Basilisk, Brachiaria brizantha cv Marandu,
Brachiaria brizantha cv Xaraes, Panicum maximum cv Mombaça, Panicum maximum
cv Tanzânia e o Cynodon dactylon híbrido (hb) Tifton-85, durante as quatro estações do
ano. Foram realizadas análises para determinar massa seca final (MSf) e o índice de
área foliar. Foram realizadas 10 avaliações, seguindo metodologia específica de corte
para cada forrageira. Os cortes foram feito com alturas determinadas, Brachiaria
decumbes quando atingia 40 cm foi rebaixada para 20 cm, Brachiaria brizantha cv.
Marandu quando atingia 40 cm foi rebaixada para 20 cm, Panicum maximum cv.
Mombaça quando atingia 90 cm foi rebaixado a 40 cm, Panicum maximum cv. Tanzânia
quando atingia 70 cm foi rebaixada a 30 cm, Brachiaria brizantha cv. Xaraes quando
atingia 40 cm foi rebaixada para 20 cm, Cynodon dactylon cv. Tifion atingia 20 cm foi
rebaixado para 10 cm. Os dados de MSf foram confrontados, em regressão, com os
dados da radiação fotossinteticamente ativa, obtendo respostas em regressões lineares,
com alta correlação. Foi utilizado o delineamento em blocos ao acaso em parcelas
subdivididas no tempo. Na cv Basilisk e cv Xaraes observou-se maior resposta a RFAi,
sendo que, na cv Tanzânia e no hb Tifton-85 observou menor resposta. Concluiu-se que
existe uma relação direta entre a radiação fotossinteticamente ativa e a massa seca das
forrageiras avaliadas.
Palavras-chave: massa seca; índice de área foliar; interceptação da energia solar.
INTRODUÇÃO
A relação existente entre a produção de massa seca e a quantidade de radiação
fotossinteticamente ativa (RFA) interceptada ou absorvida tem sido amplamente usada
para definir a eficiência de uso da radiação pelas culturas (SIVAKUMAR; VIRMANI,
1984).
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
Considera-se que, em plantas sadias adequadamente supridas de água e
nutrientes, a fotossíntese líquida e a produção de fitomassa sejam proporcionais à
quantidade de RFA absorvida pelo dossel (MONTEITH, 1977).
Entretanto, cuidados são necessários quando se compara a produtividade da
cultura em diferentes níveis de radiação, pois a taxa fotossintética e a densidade de
fluxo de radiação não têm relação linear dentro do dossel, já que a maioria das folhas
está exposta a baixos níveis de radiação (RUSSELL et al., 1989).
Nas áreas de pastagens, nas regiões intertropicais, toda fitomassa forrageira está
sujeita a interrupções do seu processo de crescimento por ação de pastejo e,
principalmente, pela ação do clima (falta de umidade no solo e temperaturas baixas). A
competição inibidora que se estabelece por água, por luz, por energia e por nutrientes
pode ser modificada dentro de certos limites (LARCHER, 1975).
O objetivo da pesquisa foi avaliar a influência da radiação fotossinteticamente
ativa interceptada (RFAi) no crescimento e desenvolvimento das forrageiras tropicais:
Brachiaria decumbens cultivar (cv) Basilisk, Brachiaria brizantha cv Marandu,
Brachiaria brizantha cv Xaraes, Panicum maximum cv Mombaça, Panicum maximum
cv Tanzânia e o Cynodon dactylon híbrido (hb) Tifton-85, durante as quatro estações do
ano.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental do Instituto Federal de
Educação Tecnológica de Uberaba, localizada em Uberaba na latitude 19° 44’ S,
longitude 47° 56’ W e altitude de 738 m.
A correção inicial da fertilidade do solo foi feita de acordo com análise do solo,
aplicando-se a base de 250 Kg de P2O5 ha-1 antes do plantio e mais 250 Kg de P2O5 ha-1
após o 5º corte. Após cada corte, dos 10 realizados, aplicou-se 45 Kg ha-1 de N e 80 Kg
ha-1 de K20, perfazendo um total de 450 Kg ha-1 de N e 800 Kg ha-1 de K20.
Para que a água não fosse um fator limitante o experimento foi irrigado.
Foi utilizado o delineamento em blocos ao acaso em parcelas subdivididas no
tempo. Nas parcelas foram colocadas as forrageiras: cv Basilisk, cv Marandu, cv
Mombaça, cv Tanzânia, cv Xaraes, hb Tifton e nas subparcelas, dez épocas de
avaliação. As características avaliadas das gramíneas em função da época de avaliação
foram submetidas à análise de variância, sendo que as médias foram comparadas pelo
teste de Tukey a 1% de probabilidade e os efeitos quantitativos ajustados a um modelo
matemático de regressão.
Foram realizados 10 cortes para que se pudesse processar 10 avaliações. Os
cortes foram feitos com alturas determinadas, como: cv Basilisk quando atingiu 40 cm,
foi rebaixada para 20 cm; cv Marandu quando atingiu 40 cm, foi rebaixada para 20 cm;
cv Mombaça quando atingiu 90 cm, foi rebaixada para 40 cm; cv Tanzânia quando
atingiu 70 cm, foi rebaixada para 30 cm; cv Xaraes quando atingiu 40 cm, foi rebaixada
para 20 cm; hb. Tifton-85 quando atingiu 20 cm, foi rebaixado para 10 cm.
Nas amostras de cada corte, foi pesada a massa fresca de 3m2 do interior da
parcela e três plantas previamente identificadas foram colhidas e levadas para o
laboratório onde se determinou a massa fresca, número de perfilhos vivos e mortos,
comprimento dos perfilhos, largura e comprimento das folhas e área foliar. Em seguida,
as três plantas de cada forrageira foram acondicionadas em sacos de papel e submetidas
à secagem em 65°C por 72 horas, ou até o peso constante, em estufa com ventilação
forçada. Após a secagem o material foi resfriado por uma hora e pesado novamente
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
podendo, assim, determinar sua massa seca; em seguida foi moído e acondicionado em
vidros para análise bromatológica, determinando-se a massa seca a 105ºC. Uma vez
determinado a massa seca a 65ºC e 105ºC determinou-se a massa seca final (MSf),
usando a equação: MSf = (MS a 65ºC x MS a 105ºC)/100.
A área foliar (Af) foi estimada medindo-se o comprimento e a largura de todas
as folhas colhidas em cada parcela. Um fator de correção foi determinado, utilizando-se
100 folhas de cada forrageira. Fez-se a correção, medindo-se o valor real da área de
cada folha, através do medidor foliar ∆deltadevices correlacionando-a com o produto do
comprimento (C) e da largura (L) da mesma folha, através de análise de regressão
passando pela origem. O fator de correção encontrado para as seis forrageiras foi igual a
0,75. Posteriormente, aplicou-se a seguinte expressão:
n
Af = 0,75 ∑ (Ci − Li )
i =1
em que: “n” é o número total de folhas de uma planta de cada parcela.
O índice de área foliar (IAF) foi determinado para cada parcela através da
fórmula:
IAF = Af/At
em que: “At” é a área das projeções das folhas das forrageiras na mesma unidade da Af.
Dados meteorológicos:
A radiação fotossinteticamente ativa incidente (RFAo) foi determinada através
de sensor colocado acima da planta sem qualquer interferência.
A radiação fotossinteticamente ativa transmitida (RFAt) foi determinada através
de sensor colocado próximo ao solo, abaixo da última folha.
Com os dados da RFAi, da RFAt e o índice de área foliar, determinou-se o
coeficiente de extinção (K) da planta, segundo a lei de Beer, nas suas diferentes fases de
crescimento e desenvolvimento:
em que: “Ln” é o logaritmo neperiano.
Radiação fotossinteticamente ativa interceptada (RFAi) pelas folhas e ramos foi
determinada pela equação:
em que: “e” é a base do logaritmo neperiano.
O acompanhamento do experimento foi de maneira que os únicos elementos
limitantes foram os de ordem climática.
As informações meteorológicas foram submetidas a uma análise de regressão e
ajustadas a um modelo matemático. Foi feito uma correlação entre as avaliações da
70
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
planta e dos dados meteorológicos, quando se procurou identificar as limitações
climáticas à produção potencial de cada forrageira.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A RFAi durante as épocas de avaliação foi acumulada e confrontada com os
dados de produção das forrageiras em massa seca final (MSf). Na Tabela 1 e no Gráfico
1 encontram-se os resultados deste confronto.
Tabela 1. Produção de massa seca final (MSf) em T ha-1 época-1 e em T ha-1 ano-1 de 6
gramíneas forrageiras em 10 épocas de avaliação e durante as 4 estações do ano.
Uberaba/MG, 29 de Novembro de 2007 a 08 de Dezembro de 2008.
Época-Data
Basilisk
1 – 19/12/2007
2 – 25/01/2008
3 – 12/03/2008
4 – 10/04/2008
5 – 09/05/2008
6 – 15/06/2008
7 – 06/08/2008
8 – 11/09/2008
9 – 16/10/2008
10–
15/11/2008
TOTAL
(t ha-1ano-1)
2,9 Aab
5,5 BCab
8,0 Dc
3,4 ABab
6,4 CDc
3,4 ABa
4,1
ABCab
4,2
ABCab
8,1 Dc
5,2 ABCb
Marand
u
1,6 Aa
6,5 Cb
4,5 BCab
1,7 Aa
2,9
ABab
3,6
Aba
5,3 BCb
6,4 Cbc
4,9 BCb
5,1 BCb
51,2
42,5
Mombaça
Tanzânia
Xaraes
Tifton
2,6 ABab
5,0
BCDab
3,8 ABCa
4,3 ABCb
2,6 ABa
2,0 Aa
2,7 Aba
6,7 Dc
9,2 CDbc
3,9
ABCab
42,8
1,5 Aa
4,0 BCa
4,2 BCab
3,0
ABCab
1,9
Aba
1,8 Aa
3,8
ABCab
3,2
ABCa
4,6 BCb
5,2 Cb
4,4 ABCb
4,9
ABCab
6,2 Cbc
4,0 ABCb
5,0 BCbc
2,6 ABa
8,9 Dc
2,5 Aa
4,5 ABCb
5,1 Cb
4,1 Ab
4,2 Aa
2,4 Aa
3,7 Aab
2,9 Aab
2,1 Aa
2,0 Aa
2,9 Aa
1,9 Aa
2,8 Aa
33,2
48,1
29,0
C.V. (1) = 10,46% e C.V. (2) = 7,92.
Obs.: Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na vertical (Épocas de Avaliação) e pela mesma letra
minúscula na horizontal (Forrageiras) não diferem entre si pelo teste de Tukey a 1% de probabilidade.
(a)
(b)
71
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
(c)
(d)
(e)
(f)
Gráfico 1. [a-b-c-d-e-f] – Relação entre a radiação fotossinteticamente ativa
interceptada (RFAi), em mE, e a massa seca final (MSf) das forrageiras, Basilisk [a],
Marandu [b], Mombaça [c], Tanzânia [d], Xaraes [e] e Tifton [f], em T ha-1, em dez
épocas de avaliação: (1) 19/12, (2) 25/01, (3) 12/03, (4) 10/04, (5) 09/05, (6) 15/06, (7)
06/08, (8) 11/09, (9) 16/10, (10) 15/11, nos anos 2007 e 2008.
De acordo com o Gráfico 1 observa-se que houve diferença de crescimento em
produção de MSf entre as forrageiras avaliadas, pois cada uma responde diferentemente
à RFAi por apresentar diferentes ângulos de inclinação. A forrageira, cuja reta
apresentou maior inclinação, respondeu mais ao aumento da RFAi durante o ano inteiro,
em 10 épocas de avaliação.
Na cv Basilisk e cv Xaraes observou-se maior resposta a RFAi e na cv Tanzânia
e no hb Tifton, menor resposta.
No Gráfico 1 e na Tabela 1 nota-se produções de MS, no período de um ano,
acumulando em T ha-1 ano-1: 51 na cv Basilisk, 48 na cv Xaraes, 43 na cv Mombaça, 42
na cv Marandu, 33 na cv Tanzânia e 29 no hb Tifton. Soares et al. (2009), em condições
de pleno sol, encontraram valores inferiores de produtividade na cv. Basilisk com
produção de 35 Kg ha-1 ano-1, na cv Mombaça com produção de 21 T ha-1 ano-1, na cv
Marandu com produção de 39 T ha-1 ano-1, na cv Tanzânia com produção de 32 T ha-1
ano-1. Somente o hb Tifton conseguiu produtividade maior com produção de 36 T ha-1
ano-1. A superioridade de produção pode estar relacionada ao fato de ser irrigado,
fertilização mais pesada e a grande adaptabilidade às condições regionais.
O potencial produtivo está relacionado também à exigência nutricional de cada
espécie forrageira, sendo que algumas são mais exigentes e respondem melhor à
adubação e à irrigação.
CONCLUSÃO
Existe uma relação direta entre a radiação fotossinteticamente ativa e a massa
seca das forrageiras estudadas, podendo estimar a produção das forrageiras utilizando
apenas a radiação fotossinteticamente ativa e alguns fatores de correção.
O conceito de índice de área foliar no manejo de pastagens surge,
principalmente, pela necessidade de mudanças nas características fotossintéticas, na
agricultura e na composição botânica das pastagens.
72
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
A relação do índice de área foliar e interceptação da radiação fotossinteticamente
ativa é uma forma útil para produção de forragens e desenvolver cultivares e práticas de
manejos.
REFERÊNCIAS
LARCHER, W. Physiological plant ecology. New York: Springer-Verlag, 1975. 252p
MONTEITH, J. L. Climate and the efficiency of crop production in Britain.
Proceedings of the Royal Society of London, London, v. 281, p. 277-294, 1977.
RUSSELL, G.; JARVIS, P. G.; MONTEITH, J. L. Absorption of radiation by canopies
and stand growth. In: RUSSELL, G.; MARSHALL, B.; JARVIS, P. G. (Ed.). Plant
canopies: their growth, form and function. Cambridge, Inglaterra: Cambridge
University Press: 1989. p. 21-39. (Society for Experimental Biology Seminar Series,
31).
SIVAKUMAR, M. V. K.; VIRMANI, S. M. Crop productivity in relation to
interception of photosynthetically active radiation. Agricultural and Forest
Meteorology, Amsterdam, v. 31, p. 131-141, 1984.
SOARES, A. B.; SARTO, L. R.; ADAMI, P. F.; VARELLA, A. C.; FONSECA, L.;
MEZZALIRA, J. C. Influência da luminosidade no comportamento de onze espécies
forrageiras perenes de verão. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 38, n. 3, p. 443-451,
2009.
73
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS DE
VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR EM ROTAÇÃO COM
SOJA E AMENDOIM
ARAÚJO, L.C.A.1; GONÇALVES, D.A.R.2; ARANTES JÚNIOR, J.3; CARVALHO
FILHO, A.4
1
Graduando do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro
do Tutunas, fone: (34) 3318 4188, e-mail: [email protected];
2
Graduando do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro
do Tutunas, fone: (34) 3318 4188, e-mail: [email protected];
3
Graduando do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro
do Tutunas, fone: (34) 3318 4188, e-mail: [email protected];
4
Professor da Universidade Federal de Viçosa e-mail: [email protected]
* Projeto financiado por FAZU – Faculdades Associadas de Uberaba
* Projeto financiado por FUNDAGRI – Fundação Educacional para o Desenvolvimento das Ciências
Agrárias
Resumo: Foi conduzido no ano agrícola de 2008/2009, um experimento de campo,
visando o estudo de características fisiológicas (perfilhos por metro, diâmetro de
colmos, área foliar, estatura de colmo e número de colmos) da rotação de amendoim e
soja sobre a cultura da cana-de-açúcar. O delineamento experimental utilizado foi o
delineamento em blocos ao acaso. O experimento foi composto de 24 parcelas,
seguindo um esquema fatorial 2x2x6, sendo duas variedades de cana-de-açúcar (RB
867515 e SP 813250), duas formas de rotação (rotação com soja e amendoim) e seis
repetições. As parcelas experimentais foram constituídos de 3 linhas de 10 metros de
comprimento cada, espaçadas de 1,4 metros, perfazendo uma área total de 1008 m2 , e
de 42 m2 por parcela . O tratamento rotacionado com amendoim continha a variedade
caiapó e o tratamento rotacionado com soja continha a variedade de soja RR. Apesar de
os resultados apresentados no presente relatório não demonstrarem superioridade em
alguma das rotações estudadas, vale ressaltar a importância da rotação de culturas para
aumento efetivo de produções, a redução do nível de pragas e melhora nas condições
físicas do solo para a cultura subseqüente.
Palavras-chave: Glycine max; Arachis hypogaea L.; Saccharum spp.; .alterância
cultural.
INTRODUÇÃO
A crise energética mundial, que vem se agravando nas últimas décadas, tem
evidenciado todas as fontes energéticas oriundas da produção de biomassa,
principalmente a cana-de-açúcar que no Brasil passou a ser personagem central do
maior programa energético de biomassa já implantado (CASAGRANDE, 1991).
No Brasil, há indícios de que o cultivo da cana-de-açúcar seja anterior à época
dos descobrimentos, mas seu desenvolvimento se deu posteriormente, com a criação de
engenhos e plantações com mudas trazidas pelos portugueses. (SEGATO et al, 2006)
74
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
Segundo Marques (2007), nosso país é o maior produtor de cana-de-açúcar do
mundo. Segundo CONAB (2009) a safra de 200 chegou à cerca de 629.024,1 mil
toneladas.
A crescente preocupação de vários segmentos da agricultura brasileira quanto à
possibilidade da cultura canavieira chegar a ocupar áreas produtoras de culturas
alimentícias, vem ressaltar a importância de projetos de pesquisa que visem demonstrar
a viabilidade econômica da rotação de gêneros alimentares com a cana-de-açúcar. Esta
prática, ou seja, o cultivo de culturas alimentícias em áreas de reforma de cana-deaçúcar já é uma realidade, e está possibilitando o aumento das áreas de cultivo das
culturas alimentícias.
No caso específico da cultura do amendoim, que se encontrava com a área de
cultivo já bastante diminuída, com o emprego do sistema de cultura em área de reforma
de canavial, a cultura tem apresentado possibilidades de estabilização na área de cultivo
e, inclusive, com aumento da produção (GERIN, 1996).
Se em 2006 os preços da cana alcançaram R$ 52,00 a tonelada e em 2007 de R$
35,00, abaixo dos custos de produção, definitivamente, o ano não foi da cana, mas foi
dos grãos. Os preços do milho, soja e amendoim atingiram máximas históricas em todo
o mundo, e o produtor de cana ou a usina que desenvolve a prática de reforma das áreas
de cana com grãos teve uma forcinha para ajudar a salvar a lavoura (PAIVA; LANCA;
INGEGNERI, 2008).
A rotação de cultura entre uma Leguminosa (soja, amendoim, feijão) e uma
Poaceae (no caso a cana-de-açúcar) é uma das práticas mais efetivas para se obter altas
produções, tanto da gramínea quanto de leguminosas. A rotação reduz o nível de pragas
e melhora as condições físicas do solo para a cultura seguinte.No caso da cana, a
rotação com leguminosa permite economia de nitrogênio (MARUCCI, 2007).
Como citado acima, vê-se a atualidade do tema, e nada mais correto do que
salientar alguns aspectos morfológicos da cana-de-açúcar, bem como alguns fatores que
comprometem o desempenho de sua produção.
Morfologicamente, a cana se desenvolve em forma de touceira. A parte aérea é
formada por colmos (caule típico das gramíneas), folhas, inflorescências (conjunto de
flores arranjadas em uma haste) e frutos e a subterrânea por raízes e rizomas (caules
subterrânea, espessados, ricos em reservas, providos de nós e entrenós e de crescimento
horizontal). A cana-de-açúcar é adaptada ás condições de alta intensidade luminosa,
altas temperaturas e relativa escassez de água, já que a cultura necessita de grandes
quantidades de água para suprir as suas necessidades hídricas, uma vez que somente
30% de seu peso é representado pela matéria seca e, 70 % pela água, na dependência do
estádio fenológico (SEGATO et al, 2006).
Os toletes fazem parte do colmo que geralmente é cilíndrico, com a cor
característica da variedade, é formado de nó e entrenó. Dentre os elementos minerais
citados como os que mais poderiam favorecer a brotação. Destaca-se o nitrogênio. Isto
devido ao fato de que os toletes provenientes do ápice, cujas gemas brotam mais
rapidamente, apresentam também um teor mais alto deste elemento. (CASAGRANDE,
1991)
Casagrande (1991) nos revela ainda, que testes de pré-fertilização nitrogenada
não contribuiu para o aumento da porcentagem e na velocidade de emergência, embora
outros discordem de tal citação. O perfilhamento ocorre na parte subterrânea, e, no caso
da cana-de-açúcar, esse processo é limitado, levando a planta a formar uma moita ou
touceira-embora existam algumas exceções, como o caso de algumas variedades da
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
espécie Saccharum spontaneum, cujo perfilhamento, como na maioria das gramíneas, é
um processo constante e ilimitado.
Alguns fatores podem influenciar o perfilhamento da cana-de-açúcar, como a
variedade, a luminosidade, temperatura, umidade do solo, espaçamento, cobertura da
muda, acamamento, poda, época de plantio, plantas daninhas e a disponibilidade de
nutrientes, no qual se destacam a necessidade de nitrogênio e fósforo. Portanto, para se
chegar a uma boa população, há a necessidade de o canavial estar convenientemente
adubado.
A cana-de-açúcar inclui-se entre as plantas que, na grande lavoura, são
propagadas vegetativamente. Portanto, o conhecimento do processo de brotação, bem
como dos fenômenos que interferem no mesmo, revestem-se de grande importância para
o sucesso da cultura, na fase de implantação. Com a expansão da rotação de culturas
com grãos, o setor sucroalcooleiro conquista benefícios agronômicos, econômicos e de
imagem, mostra que também produz alimentos (PAIVA; LANCA; INGEGNERI, 2008)
Vê-se, portanto, a necessidade de estudos que possam colaborar para o
entendimento dos benefícios econômicos de rotação com cana-de-açúcar visto a ainda
presente instabilidade de preços no mercado, estudar os benefícios fisiológicos da
rotação de cana-de-açúcar em áreas de cultivo de amendoim e soja e demonstrar a
viabilidade técnica do cultivo de cana-de-açúcar em rotação com culturas alimentícias.
Para tanto, este trabalho objetivou avaliação fisiológica de duas variedades de
cana-de-açúcar (RB 867515 e SP 813250) em rotação com soja e amendoim, tais como:
área foliar, perfilhos por metro, estatura média de colmo, diâmetro de colmos, e número
de colmos. Com a crescente preocupação de vários segmentos da agricultura brasileira
quanto à possibilidade da cultura canavieira chegar a ocupar áreas produtoras de
culturas alimentícias e de fibras, será demonstrado a viabilidade técnica do cultivo de
cana-de-açúcar em rotação com culturas alimentícias.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente experimento foi instalado em área pertencente à Faculdades
Associadas de Uberaba - FAZU, localizada no município de Uberaba-MG, 19º 03”52”
de latitude sul e 48º 08' 52” de longitude oeste, com altitude de 780 m de altitude. As
médias anuais de precipitação pluviométrica, temperatura e umidade relativa do ar
média são 1.750,9 mm, 23,2ºC e 64% respectivamente. O clima de Uberaba é
classificado, pelo método de Köppen, como Aw, tropical quente e úmido, com inverno
frio e seco.
O solo local é classificado como tipo Latossolo Vermelho Amarelo álico, onde
foram realizadas gradagem e subsolagem como técnicas de preparo do solo.
O delineamento experimental utilizado foi o delineamento em blocos ao acaso.
O experimento foi composto de 24 parcelas, seguindo um esquema fatorial 2x2x6,
sendo duas variedades de cana-de-açúcar (RB 867515 e SP 813250), duas formas de
rotação (rotação com soja e amendoim) e seis repetições. As parcelas experimentais
foram constituídos de 3 linhas de 10 metros de comprimento cada, espaçadas de 1,4
metros, perfazendo uma área total de 1008 m2 , e de 42 m2 por parcela . O tratamento
rotacionado com amendoim continha a variedade caiapó e o tratamento rotacionado
com soja continha a variedade de soja RR.
O plantio foi realizado com toletes, distribuídos conforme espaçamento acima
citados, no dia 28 de outubro de 2008. A profundidade de plantio foi de 25 centímetros.
O uso de inseticidas e fungicidas foram dispensadas.
76
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
Para tratos culturais, realizou-se a aplicação de herbicida pré-emergente na
proporção de 4L.ha-1, de velpra. Realizou-se também, duas capinas manuais no decorrer
do desenvolvimento da cultura.
Foram analisadas índice de área foliar; perfilhos por metro; estatura média de
colmo; diâmetro de colmos e número de colmos. Foram realizadas três análise: a
primeira aos 70 Dias Após o Plantio (DAP), a segunda com 150 DAP e a terceira com
280 DAP. As amostras foram constituídas de dez amostras por parcela, dentro da área
útil.
A área foliar das cultivares de cana-de-açúcar permite correlacionar os cultivares
com seu potencial produtivo, massa seca, quantidade de açúcar ou taxa de assimilação
líquida. Pois a folha é a estrutura responsável pela produção da maior parte dos
carboidratos essenciais ao crescimento e desenvolvimento dos vegetais (Hermann e
Câmara, 1999). As folhas são os órgãos responsáveis por 90% da massa seca acumulada
nas plantas, resultante da atividade fotossintética (Benincasa, 1988).
A área foliar por colmo foi determinada por meio da contagem do número de
folhas verdes (folha totalmente expandida com o mínimo de 20% de área verde, contada
a partir da folha +1) e pelas medições realizadas nas folhas +3, sendo medido o
comprimento e a largura da folha na porção mediana, segundo metodologia descrita
por Hermann e Câmara (1999):
AF = C x L x 0,75 x (N+2)
Onde: AF - área foliar por colmo;
C - comprimento da folha +3;
L - largura da folha +3;
0,75 - fator de forma;
N - número de folhas abertas com pelo menos 20% de área verde (folha 0 a +7).
A altura da cana foi medida da base da planta até a altura de folha +1 (Figura 1).
Figura 1. Medida seguindo metodologia para altura de cana-de-açúcar.
O número de perfilhos foi obtido por contagem dos perfilhos amostrados em um
metro linear, para o cálculo do número médio de perfilhos por m2 (Figura 2).
77
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
Figura 2. Metodologia para análise de número de perfilhos.
A estatura média de colmo foi realizado com auxílio de uma régua graduada,
medido do nível do solo até a primeira aurícula visível, classificada como folha +1.
O número de colmos foi realizado contando-se o número de colmos.
O diâmetro médio de colmos foi mensurado com o auxilio de um paquímetro.
Cada valor da escala correspondeu a um diâmetro (mm). A medição foi realizada na
base do terceiro colmo (Figura 3).
Figura 3. Aferição de diâmetro de colmo.
Os resultados das avaliações foram submetidos à análise de variância
individuais de as comparações das médias pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade, realizadas pelo programa Sasmiagri.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observa-se na Tabela 1, o desenvolvimento de número de perfilhos das cultivares
RB 867515 e SP 813250 no desenvolvimento da cultura.
78
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
Tabela 1. Número de perfilhos, nos cultivares RB 867515 e SP 813250, em três
épocas de desenvolvimento. Área experimental das Faculdades Associadas de
Uberaba – FAZU, 2008/2009.
Tratamentos**
Amendoim
RB 867515
RB 867515
Média
Soja RR
SP 813250
SP 813250
Média
CV (%)
NÚMERO DE PERFILHOS/m2)
Dias após o plantio (DAP)
70
180
280
4,60 a *
3,93 a
4,67
9,43 a
8,76 a
9,05
16,35 a
17,34 a
14,90
4,74 a
4,85 a
4,39
7,50
8,67 a
8,76 a
8,76
8,45
13,45 b
12,45 b
14,90
7,87
*Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey 5%.
Observa-se que, embora aos 280 DAP, houve diferença estatística quanto
perfilhamento entre as cultivares, porém não houve diferença quanto diferentes
rotações, o que pode ser entendido como característica das cultivares adotadas.
Os resultados de diâmetro médio de colmos dos dois cultivares de cana-deaçúcar estão apresentados na Tabela 2.
Tabela 2. Diâmetro de colmos, nos cultivares RB 867515 e SP 813250, em três
épocas de desenvolvimento. Área experimental das Faculdades Associadas de
Uberaba – FAZU, 2008/2009.
Tratamentos
Amendoim
RB 867515
RB 867515
Média
Soja RR
SP 813250
SP 813250
Média
CV(%)
DIÂMETRO DE COLMOS (cm)
Dias após o plantio (DAP)
70
180
280
0,89 a*
0,90 a
0,90
2,06 a
2,13 a
2,09
2,67 a
2,68 a
2,67
0,85 a
0,79 a
0,82
10,67
2,29 a
2,17 a
2,23
12,56
3,05 b
2,74 a
2,40
11,75
*Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
Observou-se uma diferença significativa entre a cultivar SP 813250 rotacionado
com amendoim em detrimento dos demais tratamentos aos 280 DAP. Espera-se,
portanto, um maior incremento na produção de açúcar por este tratamento, embora
não seja algo ainda conclusivo.
79
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
Na Tabela 3, são apresentados os resultados para área foliar (IAF).
Tabela 3. Área foliar, nos cultivares RB 867515 e SP 813250, em três épocas de
desenvolvimento. Área experimental das Faculdades Associadas de Uberaba –
FAZU, 2008/2009.
Tratamentos
Amendoim
RB 867515
RB 867515
Média
Soja RR
SP 813250
SP 813250
Média
CV(%)
ÁREA FOLIAR (cm² perfilho-1)
Dias após o plantio (DAP)
70
180
280
298,67 a*
278,69 a
288,68
1050,67 a
1100,64 a
1075,65
3960,34 a
4390,20 a
8350,54
288,45 a
277,67 a
282,95
8,78
1000,67 a
1040,55 a
1020,61
6,56
5306,45 b
5212,20 b
5259,32
8,79
*Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey 5%.
De acordo com os resultados encontrados no presente estudo, aos 280 DAP
houve diferença significativa quanto a área foliar, mas, como na análise de
perfilhamento, esta diferença ocorreu devido diferença varietal das cultivares
adotadas, e não devido a rotação diferenciada.
Quanto à estatura média de colmos, as análises são apresentadas na Tabela 4.
Tabela 4. Estatura de colmo, nos cultivares RB 867515 e SP 813250, em três épocas
de desenvolvimento. Área experimental das Faculdades Associadas de Uberaba –
FAZU, 2008/2009.
Tratamentos
Amendoim
RB 867515
RB 867515
Média
Soja RR
SP 813250
SP 813250
Média
CV(%)
ESTATURA DE COLMO (cm)
Dias após o plantio (DAP)
70
180
280
5,60 a*
5,03 a
5,31
25,37 a
23,76 a
24,56
145,23 a
156,45 a
150,84
5,35 a
5,13 a
5,24
12,75
26,02 a
25,45 a
25,55
15,50
143,34 a
140,55 a
141,94
8,79
*Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey 5%.
A estatura de colmos não diferiu para nenhuma das épocas analisadas.
Para número de colmos, os resultados estão determinados na Tabela 5, a seguir.
80
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
Tabela 5. Número de colmos, nos cultivares RB 867515 e SP 813250, em três
épocas de desenvolvimento. Área experimental das Faculdades Associadas de
Uberaba – FAZU, 2008/2009.
NÚMERO DE COLMOS
Dias após o plantio (DAP)
Tratamentos
70
180
280
Amendoim
RB 867515
3,44 a*
25,37 a
12,43 a
RB 867515
3,02 a
23,76 a
13,01 a
Média
3,23
24,56
12,72
Soja RR
SP 813250
3,75 a
26,02 a
12,45 a
SP 813250
3,45 a
25,45 a
12,67 a
Média
3,60
25,73
12,56
CV(%)
17,75
15,50
17,67
*Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey 5%.
CONCLUSÃO
Apesar de os resultados apresentados no presente trabalho não demonstrarem
superioridade em alguma das rotações estudadas, vale ressaltar a importância da rotação de
culturas para aumento efetivo de produções, a redução do nível de pragas e melhoria nas
condições físicas do solo para a cultura subseqüente.
As análises experimentais continuam a ser realizadas na área, e esperasse encontrar
parâmetros que diferenciem as rotações utilizadas.
REFERÊNCIAS
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Jaboticabal : FUNEP, 1988. 42p
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http://www.rehagro.com.br/siterehagro/publicacao.do?cdnoticia=1389. Acesso em: 05
abr. 2008.
81
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MARQUES, T.A., et al. Parâmetros biométricos e tecnológicos de cultivares de canade-açúcar para o oeste paulista. STAB. v. 26, nº2, p. 46-51, nov/ dez 2007.
PAIVA, L.R. e LANÇA, J.D. INGEGNERI, C. De grão em grão....Revista Canamix,
ano 1, n. 1, p. 23-24, fev. 2008.
SEGATO, S.V. et al. Atualização em produção cana-de-açúcar. Piracicaba: CP 2, 2006.
415p.
82
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DO SORGO GRANÍFERO
NO TRIÂNGULO MINEIRO A PARTIR DE MODELAGEM
AGROMETEOROLÓGICA
DOMINGOS, M. K. R1; CARVALHO, H. P.2 FERNANDES, A. L. T.3
Graduanda do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720,
Bairro do Tutunas, fone: (34) 3318 4188, e-mail: [email protected];
2
Professor das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas, fone: (34)
3318 4188, e-mail: [email protected];
3
Professor das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas, fone: (34)
3318 4188, e-mail: [email protected];
* Projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais - FAPEMIG
1
Resumo: O desconhecimento das interações entre o clima e a cultura do sorgo,
principalmente com relação às épocas mais adequadas de semeadura e a diminuição da
produtividade em função das condições climáticas, tem influenciado sobremaneira a
produtividade desse cereal. Diante disso, trabalhos que ajudem a solucionar tais
problemas são de grande valia para técnicos e produtores. Nesse sentido, é proposto este
trabalho, o qual será estimada a perda de rendimento potencial da cultura do sorgo
granífero por deficiência hídrica em Uberlândia e Uberaba, Estado de Minas Gerais.
Para tanto, serão utilizados dados climatológicos coletados pela rede de observação
meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia. O município de Uberlândia conta
com uma série climática de 27 anos de monitoramento, enquanto que Uberaba possui
mais de 30 anos. Neste trabalho serão necessários os dados diários de temperatura do ar
(mínima, média e máxima) e número de horas de brilho solar (total diário). Serão
simuladas 36 datas de semeadura para cada localidade. Para cada data, serão calculadas
as produtividades potencial e real e a quebra relativa de produção da cultura do sorgo.
Com isso, será possível escolher para cada região, a melhor data de semeadura, bem
como inferir sobre o potencial de perdas de rendimento para qualquer outra data de
semeadura escolhida.
Palavras-chave: balanço hídrico, cerrado, evapotranspiração, produção.
INTRODUÇÃO
A região do Triângulo Mineiro é uma das mais importantes de Minas Gerais. Nela se
desenvolve uma agricultura altamente tecnificada, a qual responde pela maior parte da
produção de grãos do Estado, principalmente de cereais como soja, milho e sorgo
granífero. Com relação a este último cereal, dados do IBGE (2008) mostraram que
Minas Gerais, no ano de 2007, foi o terceiro em área plantada com a cultura, porém foi
o quinto em quantidade produzida. A produtividade dessa cultura é diretamente
dependente do clima, uma vez que o seu cultivo é realizado após a safra de verão, a qual
é, na maioria das vezes, explorada com cultivo de soja. Não obstante, pelas incertezas
climáticas, os produtores não investem recursos em adubos e tratos com a cultura, o que
influencia negativamente a produtividade.
Segundo Pereira, Angelocci e Sentelhas (2002) o nível de produtividade
potencial ou rendimento máximo de uma cultura é determinado, principalmente, por
83
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
suas características genéticas e pelo grau de adaptação ao ambiente. Doorenbos e
Kassan (1994), definem produtividade potencial ou rendimento máximo de uma cultura
como sendo aquela obtida de uma variedade altamente produtiva e bem adaptada ao
ambiente de crescimento, em condições que não haja limitações de fatores como água,
nutrientes, pragas e doenças, durante todo o ciclo até a maturação.
Existem várias metodologias para a estimativa da produtividade potencial de
uma cultura. Dentre eles, o mais conhecido e o mais utilizado é o método da zona
agroecológica, parametrizado por Doorenbos e Kassan (1994) e recomendado por Food
and Agriculture Organization – FAO, um órgão das Nações Unidas – ONU.
Na estimativa da produtividade potencial julga-se que não há qualquer restrição
à cultura, seja ela hídrica, fotoperiódica, radiativa, fitossanitária, nutricional e térmica.
No entanto, é fato conhecido que a deficiência hídrica induz adaptações fisiológicas e
morfológicas, com fechamento parcial ou total dos estômatos, reduzindo a fotossíntese,
a qual afeta adversamente o crescimento da cultura e sua produtividade. Essa
produtividade é a chamada real e ela pode ser igual ou menor do que a produtividade
potencial. Segundo Pereira, Angelocci e Sentelhas (2002), o balanço hídrico é um modo
prático de quantificar a deficiência hídrica das plantas e sua época de ocorrência.
A metodologia mais usada para quantificar a produtividade real dos cultivos
também é proposta por Doorenbos e Kassan (1994) e, assim como verificado para a
produtividade potencial, também é recomendado pela FAO. Não obstante, através desse
modelo é possível também, obter-se a queda de rendimento da cultura.
Existe um grande potencial de utilização do sorgo na região do triângulo
mineiro, visto que a tecnologia de cultivo é praticamente a mesma da soja e do milho.
No entanto, faltam informações importantes, principalmente aquelas relacionadas ao
clima. Coelho et al. (2002), relatam que dentre os fatores ligados ao clima os que mais
interferem na produtividade do sorgo granífero são a disponibilidade hídrica, o
fotoperíodo, a radiação solar e a temperatura. Segundo os autores, existem cultivares de
sorgo que são insensíveis ao fotoperíodo e que, portanto, podem ser cultivadas durante
todo o ano, desde que os outros fatores sejam atendidos.
Com relação à disponibilidade hídrica, verifica-se sua interdependência com a época de
semeadura, uma vez que essa prática deve ser ajustada para que a planta seja suprida
hidricamente de maneira satisfatória ao longo do seu ciclo, correndo o risco, caso
contrário, de haverem perdas na produtividade da cultura.
Nesse sentido, Marin et al. (2006), avaliaram a perda de produtividade potencial no
Estado de São Paulo em função da precipitação e verificaram que a semeadura realizada
em fevereiro apresenta riscos de perdas menores do que 5%. Por outro lado, semeaduras
realizadas a partir de abril tendem a apresentar riscos maiores do que 20%, o que indica
que uma safra em cinco poderá ser altamente prejudicada.
Utilizando metodologia semelhante, Brunini et al. (2001), avaliaram o risco climático
para a cultura do milho no Estado de São Paulo, procurando elaborar um zoneamento
agrícola para a cultura. Para tanto, calcularam a duração do ciclo da cultura, a
necessidade de água no solo e consideraram a insuficiência térmica e o risco de geada.
Eles verificaram que esse tipo de estudo se mostrou eficaz na quantificação e na
qualificação de áreas e de épocas adequadas a semeadura dessa cultura com 80% de
probabilidade de sucesso de redução de riscos climáticos.
A duração das fases fenológicas, assim como a produtividade de uma cultura, variam
entre regiões, anos e datas de semeadura, em razão das variações dos fatores climáticos
(GADIOLI et al., 2000). A temperatura tem-se mostrado um dos fatores climáticos mais
importantes na predição dos eventos fenológicos de uma cultura, desde que não haja
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
deficiência hídrica. Isto porque a temperatura média do ar, numa escala diária, afeta a
quantidade de energia química produzida pela respiração do material genético, e cada
espécie vegetal ou variedade possui uma temperatura adequada para o crescimento, que
pode variar em função da fase fenológica da planta (PEREIRA, AGELOCCI e
SENTELHAS, 2002). Para o sorgo granífero tem-se verificado que em temperaturas
inferiores a 8º/10 ºC o metabolismo da planta reduz bastante. Costa et al. (1994),
verificaram para a cultivar de sorgo granífero BRS300 que 10 ºC seria a temperatura
abaixo da qual não haveria crescimento..
Assim como a temperatura, a condição hídrica do solo é fator dependente da época do
ano, o que obriga os técnicos a escolherem adequadamente a data de semeadura.
Segundo Marin et al. (2006), a definição das melhores épocas de semeadura do sorgo
pode ser obtida utilizando-se técnicas convencionais de experimentação, nas quais se
faz a semeadura da cultura em diferentes datas, avaliando-se suas características
biométricas e a produtividade alcançada. Segundo os autores, esse tipo de avaliação
apresenta custo elevado e longo tempo de execução. Para contornar essa situação, Marin
et al. (2006), indicam a modelagem agrometeorológica, a qual permite simular o
desenvolvimento da cultura ao longo do tempo, oferecendo resultados consistentes, com
baixo custo e prazo relativamente curto.
MATERIAL E MÉTODOS
Obtenção dos dados climatológicos
Os dados climatológicos dos municípios de Uberlândia e Uberaba serão obtidos no 5º
Distrito Nacional de Meteorologia, pertencente ao Instituto Nacional de Meteorologia.
Os elementos climatológicos necessários neste trabalho serão a temperatura do ar diária
(mínima, média e máxima) e o número de horas de brilho solar (total diário). Para esses
dois parâmetros serão adquiridas e trabalhadas as séries históricas (30 anos de
observação) dessas localidades, com exceção de Uberlândia, onde as leituras foram
iniciadas em 1981, totalizando 27 anos de observações.
Estimativa da duração do ciclo da cultura
A duração do ciclo da cultura do sorgo, bem como a de cada fase fenológica, será
correlacionada com os graus dia, conforme citados por Costa et al. (1994), para a
cultivar de sorgo granífero BRS300. A soma térmica adotada será de 1574 ºC dia para o
período compreendido entre a germinação e a maturidade fisiológica, conforme Costa et
al. (1994).
Estimativa da produtividade potencial da cultura
A produtividade potencial será estimada segundo o método da Zona Agroecológica
(Doorenbos e Kassan, 1994), partindo do pressuposto que as exigências hídricas,
nutricionais e fitossanitárias da cultura sejam atendidas, e que a produtividade será
condicionada apenas pelo potencial genético da cultura, pela radiação solar, fotoperíodo
e temperatura do ar (De Wit, 1965). O método da Zona Agroecológica será
parametrizado como se segue:
85
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
Em que: PP se refere à produtividade potencial de grãos de sorgo (kg ha-1); PPBP
equivale à produtividade potencial bruta de matéria seca de uma cultura padrão (kg ha-1
dia-1); FT é um fator de ajuste em função da temperatura do ar máxima do dia
(adimensional); CIAF é um fator de correção do índice de área foliar (adimensional); CR é
um fator de correção para a respiração da planta; IC é o índice de colheita
(adimensional); ND representa o número de dias do período considerado (dia). Para a
obtenção do parâmetro CIAF serão adotados os valores de índice de área foliar propostos
por Marin et al. (2006) (Tabela 1).
Tabela 1. Valores de capacidade de água disponível (CAD) e índice de área foliar (IAF).
Fase fenológica
IAF
Estabelecimento
0,2
Des. Vegetativo
3,0
Florescimento
5,0
Frutificação
4,5
Maturação
4,0
O valor do índice de colheita e a da umidade residual do produto será adotado como
sendo 0,30 e 13%, respectivamente, segundo sugestão de Doorenbos e Kassan (1994).
O fator de ajuste da produtividade potencial em função da temperatura foi
parametrizado para a cultura do sorgo por Arkin, Vanderlip e Ritchie (1976), e usado na
estimativa da produtividade potencial do sorgo no Estado de São Paulo por Marin et al.
(2006). Esse fator será calculado da seguinte forma:
Se 5 ºC ≤ Tmax < 25 ºC
Ft = -0,25 + 0,05Tmax
Se 25 ºC ≤ Tmax < 40 ºC
Ft = 1
Se Tmax ≤ 40 ºC
Ft = 9 – 0,02Tmax
Em que: Tmax é a temperatura média máxima do dia (ºC).
Estimativa da produtividade real da cultura
A produtividade real da cultura para cada localidade avaliada, será estimada pela
metodologia sugerida por Doorenbos e Kassan (1994):
Em que: Pr se refere à produtividade real de grãos (kg ha-1); PPF é a produtividade
potencial final (kg ha-1); ky é um fator de sensibilidade ao estresse hídrico
(adimensional); ETr é a evapotranspiração real da cultura (mm); ETm é a
evapotranspiração máxima da cultura (mm).
No que se refere ao índice de sensibilidade ao estresse hídrico (ky), serão utilizados os
valores recomendados para a cultura do sorgo (Doorenbos e Kassan, 1994), variáveis
em função da fase fenológica da cultura (Tabela 2).
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
Tabela 2. Valores de coeficiente de sensibilidade à seca (ky).
Fase fenológica
Ky
Estabelecimento
0,2
Des. Vegetativo
0,6
Florescimento
0,7
Frutificação
0,6
Maturação
0,2
O valor de ETm será obtido pelo produto ETo.kc, onde o valor de kc será aquele
sugerido por Costa et al. (1994). A evapotranspiração de referência será determinada
para cada localidade com base na série de dados, utilizando-se o modelo de
Thornthwaite (1948), em função dos elementos meteorológicos disponíveis.
O parâmetro ETr será estimado em escala decendial para cada localidade através do
balanço hídrico climatológico. Para tanto, será utilizada a metodologia proposta por
Thornthwaite e Mather (1955) com as seguintes modificações: a) em substituição à
evapotranspiração de referência (ETo), será utilizada a evapotranspiração máxima da
cultura (ETm); b) O déficit hídrico será definido por DEF = ETm - ETr, sendo ETr a
evapotranspiração real da cultura e; c) a equação de armazenamento hídrico do solo
utilizada no modelo original de Thornthwaite e Mather (1955) será modificada de
acordo com o proposto por Dourado Neto e van Lier (1993). Neste caso, considerar-se-á
que a variação do armazenamento (ARM) desde o valor correspondente à capacidade de
água disponível (CAD) até aquele referente ao esgotamento da fração p é linearmente
relacionada aos valores do negativo acumulado (NEG AC) e de P-ETm, onde P é a
precipitação. Assim, duas situações poderão ser encontradas:
1) Se NEG AC < p.CAD, ter-se-á:
ARM = CAD - NEG AC
2) Se NEG AC > p.CAD, ter-se-á:
Nos casos em que o valor absoluto do negativo acumulado for maior que zero e o
armazenamento menor que a CAD, duas situações poderão ocorrer:
a) Se 0 ≤ ARM < CAD.(1-p):
b) Se ARM > CAD.(1-p)
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
Serão adotados valores de CAD conforme citação de Marin et al. (2006), variáveis em
função da fase fenológica da cultura do sorgo (Tabela 3). O balanço hídrico será
iniciado concomitante à semeadura.
Tabela 3. Valores de capacidade de água disponível (CAD).
Fase fenológica
CAD
(mm)
Estabelecimento
20
Des. Vegetativo
60
Florescimento
80
Frutificação
80
Maturação
80
Estimativa da quebra relativa de rendimento da cultura
A quebra relativa de rendimento informa o quanto da produtividade máxima possível de
se obter em cada localidade estudada, e em cada data de semeadura idealizada foi
perdida. Ela será obtida pela relação:
Em que: Q é a quebra relativa de rendimento (%).
Os valores de quebra relativa de rendimentos serão convertidos para freqüência
relativa como se segue:
Em que: Frt é a freqüência de quebra relativa de rendimento na t-ésima faixa de quebra
relativa de rendimento [sendo t = 1 (para 0% ≤ Q < 11%), t = 2 (para 11% ≤ Q < 21%), t
= 3 (para 21% ≤ Q < 31%), t = 4 (para 31% ≤ Q < 41%), t = 5 (para 41% ≤ Q < 51%) e t
= 6 (Q ≥ 51%)]; NLt é o número de locais na t-ésima faixa de quebra relativa de
rendimento (adimensional); NT é o número total de locais avaliados (adimensional).
Para cada localidade (Uberlândia e Uberaba) será simulada a semeadura no
primeiro, no décimo e no vigésimo dia de cada mês, o que dará um total de trinta e seis
simulações para cada município.
Para a realização de todos os cálculos será elaborada uma rotina em planilha
eletrônica, semelhante a idealizada por Rolim et al. (1998), para a estimativa simultânea
da evapotranspiração de referência, do balanço hídrico da cultura, da produtividade
potencial final, da produtividade real, da quebra relativa de rendimento e da freqüência
de quebra relativa de rendimento, levando em conta a variação no tempo do coeficiente
de cultivo e do coeficiente de sensibilidade à seca.
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No presente momento o projeto esta em execução e ainda não é possível a obtenção de
quaisquer resultados.
CONCLUSÃO
Não é possível concluir em afirmativas, pois o projeto encontra-se em
execução.
REFERÊNCIAS
ARKIN, G.F.; VANDERLIP, R.L.; RITCHIE, J.T. A dynamic grain sorghum growth
model. Transaction of the ASAE, St. Joseph, v.19, p.622-630. 1976.
BRUNINI, O. et al. Temperatura-base para alface cultivar "White Boston", em um
sistema de unidades térmicas. Bragantia, Campinas, v.35, n.19, p. 213-219, 1976.
Brunini, O.; et. al. Riscos climáticos para a cultura de milho no estado de São Paulo.
Revista Brasileira de Agrometeorologia, Passo Fundo, v.9, n.3, p.519-526, 2001.
COELHO, M.C. et al. Seja doutor do seu sorgo. Arquivo do Agrônomo nº 14 –
Encarte de informações agronômicas nº 100, Potafos, dezembro/2002.
COSTA, E.F. et al. Estimativa do consumo de água pela cultura do sorgo (Sorghum
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Revista Engenharia na Agricultura: Irrigação e Drenagem, Viçosa, v.3, p.1-11, 1994.
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DOORENBOS, J.; KASSAN, A.H. Efeito da água no rendimento das culturas. Estudos
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DOURADO NETO, D.; van LIER, Q. de J. Estimativa do armazenamento de água no
solo para realização de balanço hídrico. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 17,
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GADIOLI, J.L. et al. Temperatura do ar, rendimento de grãos de milho e caracterização
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Produção
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MARIN, F.R. et al. Perda de produtividade potencial da cultura do sorgo no Estado de
São Paulo. Bragantia, Campinas, v.65, n. 1, p. 157-162, 2006.
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ROLIM, G.S.; SENTELHAS, P.C.; BARBIERI, V. Planilhas no ambiente Excel para os
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Geography Review, v.38, p.55-94, 1948.
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
COMPARAÇÃO DE METODOLOGIA DE ANÁLISE E
RECOMENDAÇÃO DE CALAGEM PARA CULTURA DO
TOMATEIRO
GODINHO, N.C.A.¹; PEDROSO NETO, J.C.²; BRITO, L.F.³; SOUSA, B.C.M.4;
STECKER, M.E.5
1
Graduanda do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720,
Bairro do Tutunas, fone: (34) 3318 4188, e-mail: [email protected];
² Professor Doutor das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas, fone:
(34) 3318 4188; e-mail: [email protected];
³ Graduanda do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720,
Bairro do Tutunas, fone: (34) 3318 4188; e-mail: [email protected];
4
Graduando do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720,
Bairro do Tutunas, fone: (34) 3318 4188; e-mail: [email protected];
5
Graduando do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720,
Bairro do Tutunas, fone: (34) 3318 4188; e-mail: [email protected];
* Projeto aprovado como PIC – 2008/2 pelas Faculdades Associadas de Uberaba.
Resumo: O experimento foi realizado em ambiente protegido tendo como substrato um
Latossolo Vermelho Distrófico, de textura média, retirado da fazenda escola das
Faculdades Associadas de Uberaba, em Uberaba-MG. Foram comparadas as
metodologias de analise de solo e recomendação de calagem para a cultura do tomate,
avaliando as dosagens recomendadas pelos manuais do estado de São Paulo (Boletim
100) e Minas Gerais (5ª Aproximação) e suas respectivas ações sobre a química do solo,
desenvolvimento vegetativo, número de cachos/planta, número de frutos/cacho,
incidência de doenças e teores de Ca e MG nas folhas e solo. O delineamento
experimental utilizado foi inteiramente casualizado em esquema fatorial mais um
tratamento adicional (testemunha), e seis repetições, totalizando cinco tratamentos
(Testemunha, Analise com o método de Minas Gerais e recomendação de Minas Gerais,
Análise com o método de Minas Gerais e recomendação de São Paulo, Análise com o
método de São Paulo e recomendação de Minas Gerais e Análise com o método de São
Paulo e recomendação de São Paulo) e trinta parcelas. Após mensuradas as variáveis
serão analisadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade com o auxílio do programa
SISVAR. Espera-se com esse trabalho determinar a analise e recomendação de calagem
mais indicadas para cultura do tomateiro em nossa região.
Palavras-chave: doenças; deficiência; ambiente protegido.
INTRODUÇÃO
A olericultura brasileira é uma das mais importantes no mundo e a produção de
hortaliças atinge a mais de três dezenas de milhões de toneladas anualmente. São muitas
as espécies cultivadas e consumidas pelos brasileiros. Sem dúvida nenhuma, o tomate
tem um destaque todo especial.
90
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
A versatilidade do uso do tomate contribui para a sua importância no mundo.
Pode ser consumido cru ou processado na forma de suco, molho, pasta e desidratado.
Embora 95% seja água, o fruto é boa fonte de acido fólico, vitamina C e potássio.
O tomateiro (Lycopersicon esculentum, Mill) ocupa a posição de segunda
hortaliça em área cultivada no mundo e a principal em volume industrializado. No
Brasil a produção chega a mais de 3.000.000 t/ano em cerca de 56.000 ha.
O tomateiro é uma planta moderadamente tolerante a acidez, que se desenvolve
em solos com o pH variando 5,5 a 6,5 (KNOTT, 1957) porém a elevação pH pela
calagem, nem sempre da um resultado satisfatório devido a outros problemas que
podem surgir; levando-se o pH de 5,2 para 7,3, o rendimento da cultura cai em média
11,6% (de 6,5 a 21,7%) (ADANS; WINSOR, 1974). Isso se deve, possivelmente, as
deficiências de boro, chumbo, ferro, zinco e magnésio, induzida pela calagem e menor
desenvolvimento do sistema radicular.
Thorne (1944, apud MINAMI, 1979), observou que o crescimento do tomateiro
era bastante reduzido quando o solo estava com menos de 50% de saturação em cálcio,
o que comprovou a grande necessidade da cultura desse nutriente.
Lima et al. (1984) verificaram que a produtividade máxima e a incidência
mínima da podridão apical do tomate cultivado em solo de cerrado ocorreram com a
aplicação de calcário com uma relação 2,5 de Ca para 1,0 de Mg, na dose de 2 vezes a
necessidade de calagem. Mayfield et al. (2001) constataram que os diferentes tipos de
calcário proporcionaram pH do solo mais alto e um maior rendimento de frutos de
tomate, quando comparados com a testemunha e com o uso de gesso.
De acordo com Coleman e Thomas (1967, apud CARES et. al., 2004) a acidez
do solo limita a produção agrícola em consideráveis áreas do mundo, inclusive nas
zonas tropicais, em decorrência da toxidez causada por Al e Mn e da baixa saturação
por bases.
As primeiras análises sobre a natureza, causas e manejo de solos ácidos foram
descritos por Hans Jenny (1961, apud LACERDA; MENDES; CHAVES, 2006) e inclui
a calagem como prática de manejo desses solos. Em várias regiões agrícolas, a calagem
virou rotina e indispensável dentro dos sistemas de produção, tanto do convencional
como do conservacionista “plantio direto”, vários pesquisadores comprovaram
aumentos consideráveis na produção das culturas com a aplicação de calcário. No
entanto a aplicação em excesso de calcário pode levar os diversos problemas de
natureza química, como deficiência de micronutrientes, eletroquímica, dispersão de
argila, e de natureza física, influenciando na agregação das partículas do solo, alterando
o sistema poroso e influenciando no impedimento mecânico desencadeando a erosão.
Um manejo adequado de solos ácidos está relacionado com a quantidade de
corretivo a ser aplicado para diminuir a porcentagem de saturação de alumínio ou
aumento da saturação de bases para um nível satisfatório, proporcionando o
desenvolvimento e produtividade das culturas, garantindo ao agricultor os retornos
econômicos esperados em sua execução (ANGHINONI; VOLKWEISS, 1984).
O Quadro 1 descreve os principais programas interlaboratoriais de controle de
qualidade de análises de solos e suas respectivas metodologias empregadas. No Estado
de Minas Gerais a qualidade das análises é coordenada pela PROFERT e no Estado de
São Paulo pelo IAC, observa-se que são utilizadas metodologias diferentes na extração
dos elementos.
91
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
Quadro 1 – Métodos de análise de solo adotados pelos programas interlaboratoriais de
qualidade em operação no Brasil.
Fonte: Cantarella et. al., s/d.
No Brasil basicamente são utilizados três métodos de determinação da
necessidade de calagem, com pequenas variações regionais. No Estado de Minas Gerais
é utilizado método da neutralização do Al3+ e da elevação dos teores de Ca2+ e Mg2+
(ALVAREZ e RIBEIRO, 1999), aplicando a seguinte fórmula:
NC = Y x [ Al – (mt x t/100)] + [X – (Ca + Mg)]
Onde:
NC = quantidade de calcário a ser aplicado ( t ha-1)
Al, Ca e Mg, representam os teores trocáveis no solo de alumínio, cálcio e
magnésio, respectivamente;
Y = variável em função da capacidade tampão do solo, variando de 0 a 4;
Mt = porcentagem máxima de saturação por alumínio no solo tolerada pela
cultura;
X = teores de cálcio e magnésio mínimos no solo exigidos pela cultura.
92
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
No Estado de São Paulo utiliza-se o método de saturação por bases ( RAIJ et al,
1986) que se baseia na relação existente entre pH e saturação por bases e aplica a
seguinte equação:
NC = (Ve – Va) x T/100
Onde:
NC = quantidade de calcário a ser aplicado ( t ha-1)
Ve = porcentagem de saturação por base exigida pela cultura;
Va = porcentagem de saturação por bases atual do solo;
T= CTC do solo.
Em ambos os casos a quantidade efetiva de calcário a aplicar é calculada pela
formula:
Qa (t ha-1) = NC x SC/100 x PF/20 x 100/PRNT
Onde:
Qa = Quantidade de calcário a ser aplicada (t ha-1)
NC = necessidade de calagem calculada por um dos dois métodos;
SC = superfície coberta pelo calcário
PF = profundidade de incorporação do calcário (cm)
PRNT = poder relativo de neutralização do calcário (%)
Apesar da existência de diferentes métodos propostos para calcular a
necessidade de calagem ainda não existe um consenso de qual o método mais adequado
para cada tipo de solo. Em função desta situação torna-se importante estudar e
selecionar métodos, que possam determinar, com maior precisão, a quantidade de
calcário necessária para correção de acidez de acordo com o tipo de solo e o microclima
regional.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no ano agrícola 2009, na estufa da fazenda escola
das Faculdades Associadas de Uberaba. A posição geográfica é delimitada pelas
coordenadas 47º 57’ de latitude Sul e de 19º 44’ de longitude Oeste, com altitude média
de 700 m. O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo mesotérmico
com inverno seco (Aw), com precipitação média de 1.589,4 mm, evapotranspiração de
1.046 mm e temperatura média anual de 21,9 ºC, conforme INEMET-EPAMIG.
O solo utilizado como substrato trata-se de um Latossolo Vermelho distrófico de
textura média coletado de uma área com cultivo intermitente de banana. Feitas as
análises de solo, a necessidade e quantidade de calcário utilizado foi determinada de
acordo com os tratamentos posteriormente descritos.
A cultura teste foi o tomate, que foi transplantado em vasos de 5 kg, sendo duas
plantas por vaso e acondicionados em ambiente protegido em regime de irrigação
93
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
periódica. O tutoramento do tomateiro seguiu a metodologia recomendada por Figueira
(2008) deixando-se somente a haste principal de cada planta.
Foram testados dois métodos de análises de solos em combinação com dois
métodos de recomendação de calagem. O delineamento experimental empregado foi
inteiramente casualizado em esquema fatorial mais um tratamento adicional
(testemunha), e seis repetições, totalizando cinco tratamentos e trinta parcelas (2 X 2 +
1) X 6:
1.Testemunha sem nenhum tipo de calagem
2. Analise com o método de Minas Gerais e recomendação de Minas Gerais
3. Análise com o método de Minas Gerais e recomendação de São Paulo
4. Análise com o método de São Paulo e recomendação de Minas Gerais
5. Análise com o método de São Paulo e recomendação de São Paulo
A adubação de plantio foi determinada de acordo com a necessidade da cultura e
a adubação de cobertura dividida em seis parcelas aplicadas quinzenalmente. O controle
de doenças e pragas foi realizado preventivamente com aplicações de defensivos
indicados para as principais moléstias.
A mensuração da altura das plantas foi realizada com seis semanas de mudas
transplandas, sendo medida a altura do colo ao ultimo broto caulinar. A coleta de folhas
para análise foliar foi realizada de acordo com a metodologia descrita por MARTINEZ,
CARVALHO, SOUZA (1999), retirando-se o pecíolo e limbo foliar da folha oposta ao
3º cacho no seu período de florescimento. O número de cachos por planta e frutos por
cacho foram contados na 11ª semana após o transplantio das mudas e quantificados o
número de frutos com sintomas de deficiência de cálcio por cacho/planta também no
mesmo período. Depois de retiradas as plantas foram coletadas análises de solo de cada
vaso e determinadas as condições químicas de cada parcela pelas duas metodologias de
análise de solo utilizadas nos tratamentos.
Os resultados das análises serão submetidos à variância e as médias comparadas
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, através do programa estatístico SISVAR.
REFERÊNCIAS
ALVAREZ V., V. H. e RIBEIRO, A, C. Calagem. IN: Recomendações para o uso de
corretivos e fertilizantes em Minas Gerais- 5ª aproximação. RIBEIRO, A. C.,
GUIMARÃES, P. T. G e ALVAREZ V., V. H. Viçosa: CFSEMG, 1999, p 43-60.
ANGHINONI, L; VOLKWEISS, S J. Recomendações de uso de fertilizantes no Brasil.
In: SIMPÓSIO SOBRE FERTILIZANTES NA AGRICULTURA BRASILEIRA,.
1984, Brasília. Anais... Brasília: EMBRAPA/ DEP, 1984. p. 179-204.
CAIRES, E. F. et al . Alterações químicas do solo e resposta do milho à calagem e
aplicação de gesso. Rev. Bras. Ciênc. Solo , Viçosa , v. 28, n. 1, 2004 .
CASTELLANE, P.D. Constatação e interpretação fisiológica de diferenças de
susceptibilidade de cultivares de tomateiro (Lycopersicon esculentum, Mill) à
podridão apical. Viçosa: UFV, 1985. 183 p. (Tese doutorado).
CANTARELLA, H. et. al. Programas de avaliação de qualidade das análises de solo e
de planta no Brasil. Boletim Informativo: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, s/d.
FIGUEIRA, F. A. R. Novo Manual de Olericultura: Agrotecnologia Moderna na
Produção e Comercialização de Hortaliças. Viçosa: UFV, 3 ed., 2008.
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
LACERDA, R. D.; MENDES, J. da S.; CHAVES, L. H. G. Manejo de solos ácidos:
comparação de métodos para avaliar a necessidade de calcário dos solos do Estado da
Paraíba. Revista de Biologia e Ciências da Terra, vol.6., 2001. Disponível em:
http://eduep.uepb.edu.br/rbct/sumarios/pdf/solosacidos.pdf Acesso em: 27 out. 2008.
LIMA, J.A.; FERREIRA, P.E.; FONTES, R.R.; SOUZA, A.F. Relação cálcio e
magnésio na produção comercial de tomate. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 2, n.
2, p. 33-36, 1984.
MARTINEZ, H.E.P.; CARVALHO, J.G.; SOUZA, R.B. Diagnose Foliar. IN:
Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais- 5ª
aproximação. RIBEIRO, A. C., GUIMARÃES, P. T. G e ALVAREZ V., V. H. Viçosa:
CFSEMG, 1999
MAYFIELD, J.L.; SIMONNE, E.H.; MITCHELL, C.C.; SIBLEY, J.L.; EAKES, D.J.;
BOOZER, R.T.; VINSON, E.L. Effect of liming materials on soil available nutrientes,
yield, and grade distribution of double-cropped tomato and cucumber grown with
plasticulture. Journal of Plant Nutrition, New York, v. 24, n. 1, p. 87-99, 2001.
MINAMI, K.; HAAG, H.P. O tomateiro. Campinas: Fundação Cargill, 1979. 352p
RAIJ, B. V., CANTARTELLA, H., QUAGGIO, J. A. e FURLANI A. M .C.
Recomendação de adubação e calagem para o estado de São Paulo. Campinas,
1986. 285p. (boletim técnico, 100)
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE PODA PARA
RECUPERAÇÃO DO CAFEEIRO IRRIGADO POR
GOTEJAMENTO
GODINHO, N.C.A.¹; FERNANDES, A.L.T.²; LACA-BUENDIA, P.³; BARBOSA
NETTO, O.J.4; FELISBINO JUNIOR, E.5; RODRIGUES, L.S.6; CUNHA, J.P.A.7;
COELHO, L.F.S.8
1
Graduanda do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720,
Bairro do Tutunas, fone: (34) 3318 4188, e-mail: [email protected];
²,3 Professor das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas, fone: (34)
3318 4188;
4,5,6,7,8
Graduando do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720,
Bairro do Tutunas, fone: (34) 3318 4188;
* Projeto aprovado como PIC – 2009/1 pelas Faculdades Associadas de Uberaba.
Resumo: O experimento será instalado na Fazenda Escola das Faculdades Associadas
de Uberaba, em lavoura de café Catuaí 144, plantado em dezembro de 1998 no
espaçamento de 3,80 x 0,80m, na cidade de Uberaba, MG. O delineamento
experimental utilizado será o inteiramente ao acaso, com 8 tratamentos e 4 repetições,
totalizando 32 parcelas experimentais de 10m, com cerca de 12 pés de café, devendo ser
escolhidas ao acaso 05 plantas em cada parcela para as seguintes medidas: a) número
de ramos produtivos (a cada 3 meses, até a primeira produção); b) número de
internódios (a cada 3 meses, até a primeira produção); produção (anual). Para a
comparação entre as médias, será utilizado o Teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os
tipos de podas empregados foram recepa, decote, esqueletamento e desponte. Este
projeto de pesquisa tem como objetivo estudar diferentes tipos de poda para a
recuperação do cafeeiro arábica com e sem irrigação, na região de Uberaba/MG.
Palavras-chave: recepa; decote; esqueletamento; desponte; irrigação.
INTRODUÇÃO
O cafeeiro (Coffea arabica L.) é originado dos altiplanos da Etiópia, sendo uma
planta tropical de altitude, adaptada a clima úmido, de temperaturas amenas. Conta
atualmente com mais de 50 países produtores e exportadores, mas a maior parte dos
consumidores são de países industrializados como Estados Unidos e paises Europeus e
recentemente o Japão (SILVA; BERBET, 1999).
De acordo com a CONAB (2008), a área cultivada com café é estimada em
2.303,7 mil hectares cultivados na safra anterior, de 2007. Desse total 92,6 % (2.134,0
mil hectares) estão em produção e os 7,4% (169,7 mil hectares) restantes estão em
formação.
A produção mundial é crescente, mas não tem conseguido atender o consumo,
que tem aumentado em ritmo maior. As projeções indicam que a maior baixa de
estoques mundiais de café deverá ocorrer entre os anos de 2008 e 2009, a menos que
ocorra algum problema climático ou sanitário que prejudique significamente a produção
de um ou mais dos principais produtores, são eles Brasil, Vietnã e Colômbia
(BIERHALS; FERRONE, 2008).
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
Sendo a cultura do café de grande importância, o produtor deve manter sua
lavoura sempre produtiva, extraindo o máximo de produtividade e lucratividade,
contando com diversos tratos culturais como as podas.
De acordo com Matiello (1991), a atividade de podar os cafeeiros foi
introduzida no Brasil no final da década de 70, com a finalidade de corrigir problemas
de lavouras adensadas, enquanto que em outros países produtores de café, essa prática
tem tradição centenária.
As podas têm se tornado mais freqüente nos cafeeiros, sendo executadas para
atender a fins variados, quando, inicialmente a preocupação era restrita à questão de
produtividade, visando manter ou restabelecer a condição produtiva das plantas de café
(MATIELLO et al 2004).
Segundo Júnior (2000 citado por THOMAZIELLO et al, 2000), a poda do café
tem sido um item bastante controvertido em relação à cultura. O cafeicultor tem dúvida
quanto aos procedimentos a serem adotados, quanto ao melhor tipo de poda para cada
situação especial, seja ela de renovação, reforma ou decorrente de problemas com a
lavoura, como doenças, geadas, entre outras.
O tema poda, depende daquilo que se deseja da lavoura, das condições de
crescimento do cafeeiro e de quem a realizará. Qualquer que seja a posição, uma poda
mal feita pode ser catastrófica para a lavoura (RENA et al., 1998).
Dentro deste contexto, este projeto de pesquisa tem como objetivo estudar
diferentes tipos de poda para a recuperação do cafeeiro arábica com e sem irrigação, na
região de Uberaba/MG.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi instalado na Fazenda Escola das Faculdades Associadas de
Uberaba, em lavoura de café Catuaí 144, plantado em dezembro de 1998 no
espaçamento de 3,80 x 0,80m, na cidade de Uberaba, MG, cujas coordenadas
geográficas são: latitude de 19º44’13 “S, longitude 47º57’27” W e altitude de 850 m,
em um solo classificado como Latossolo Vermelho Amarelo, distrófico. O clima de
Uberaba é classificado pelo método de Köppen, como Aw, tropical quente e úmido,
com inverno frio e seco. A precipitação anual é de 1474 mm e a temperatura média
anual é de 22,6ºC.
O sistema de irrigação utilizado no experimento foi o de gotejamento, com
emissores Dripnet, vazão de 1,6 litros.hora-¹, espaçados de 3,80m entre linhas e 0,70m
entre plantas. Antes do início do experimento será feita a avaliação do sistema de
irrigação, para determinação de sua uniformidade de aplicação. A avaliação de um
sistema de irrigação é baseada na análise de medições de campo, sob condições usuais
de operação, incluindo também estudos de possíveis modificações operacionais, tais
como alteração na pressão de serviço dos emissores ou no tempo de aplicação. Serão
determinados os seguintes coeficientes: coeficiente de uniformidade de emissão e
coeficiente de uniformidade estatística. Após avaliação do sistema de irrigação, para
efeito de comparação, foram mantidas para os diferentes tratamentos as mesmas
dosagens de N, K2O e P2O5.
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente ao acaso, com 8
tratamentos e 4 repetições, totalizando 32 parcelas experimentais de 10m, com cerca de
12 plantas de café, devendo ser escolhidas ao acaso 05 plantas em cada parcela para as
seguintes medidas: a) número de ramos produtivos (a cada 3 meses, até a primeira
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
produção); b) número de internódios (a cada 3 meses, até a primeira produção);
produção (anual). Para a comparação entre as médias, será utilizado o Teste de Tukey.
Os tipos de podas empregados foram recepa, decote, esqueletamento e desponte.
A recepa é a poda mais drástica do cafeeiro, com eliminação de praticamente 100% da
parte aérea da planta, é a poda do tronco principal na altura entre 30 e 80 cm, esta exige
mais tempo para recuperação e é empregada para renovação da planta. O decote é um
tipo de poda alta, que resulta na eliminação da parte superior da copa do cafeeiro, o
decote pode ser alto ou baixo, que nada mais é do que adequar altura da poda à
necessidade da planta. O esqueletamento consiste no corte dos ramos laterais do
cafeeiro, que varia de 15 a 50cm do tronco principal, é uma poda vertical que elimina
praticamente toda a saia da planta, deixando apenas o “esqueleto” central, composto de
tronco e das bases do ramo de produção; é uma poda drástica, ocasionando inicialmente,
grande redução do sistema radicular sua principal característica é possibilitar a
recuperação total da planta em praticamente uma com perda de apenas uma safra. O
desponte é menos drástico, cortando-se apenas a extremidade dos ramos laterais, a poda
lateral é reduzida a uma distância a 50cm de comprimento do tronco. Os equipamentos
que foram necessários para o manejo dos diferentes tipos de podas do cafeeiro foram
moto-serra para as podas recepa e decote, trator com lâmina frontal, para a erradicação
das linhas de café, nos tratamentos correspondentes, e covadoras para, abertura das
covas para o novo plantio.
O controle da irrigação esta sendo realizado a partir de uma estação
agrometeorológica automática, marca Davis, modelo Vantage-Pro Plus, que
possibilitará a estimativa da evapotranspiração da cultura pelo Método de Penman
Monteith, segundo recomendações da FAO. A estação consiste de um coletor de dados
com um monitor de cristal líquido (LCD) para mostrar os valores registrados, um
protetor de radiação direta para impedir os sensores de temperatura e umidade relativa
de ficarem superaquecidos com a luz do sol incidindo diretamente, e uma conexão de
entrada com os seguintes sensores: temperatura e umidade relativa do ar; insolação,
precipitação, velocidade do vento e radiação solar global. Para avaliação da qualidade
final da bebida obtida com os diferentes tratamentos, serão retiradas amostras de café
beneficiado, que após a torra e moagem serão avaliadas por classificadores do
Ministério da Agricultura.
Os tratos fitossanitários serão semelhantes, sendo realizada mensalmente uma
avaliação da infestação de doenças e pragas, por repetição, sendo o controle realizado
de forma curativa quando o nível de dano econômico de infestação de ferrugem e bichominero for atingido. A colheita será realizada anualmente, sendo colhidas 05 plantas ao
acaso por parcela, em 4 repetições, por tipo de poda e sistema de irrigação. Os valores
de litros de café colhido por pé serão convertidos em sacas beneficiadas por hectare.
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Na Figura 1 consta o croqui do experimento, identificando cada tipo de poda e a
configuração das parcelas na área experimental.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXX PINUS
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
1.A 3.A 2.A 4.A 8.B 7.B 8.A 6.A 7.A 5.A
____I_____I_____I_____I_____I_____I____I____I_____I______
3.B
1.B
_____I_____
3.C 1.C 2.B
4.B
5.C 6.B 5.B 8.C 6.C
7.C
____I_____I_____I_____I_____I_____I____I____I_____I______
4.C
___________
4.D 2.C
3.D 1.D 7.D CONILON 5.D 8.D
6.D
____I_____I_____I_____I_____I__________I_____I_____I______
2.D
___________
I-------I
Corredor
Parcelas 10 metros lineares cada
TRATAMENTOS SEQUEIROS
T-1 Decote 1,80 m + esqueletamento 4 repetições
T-2 Recepa 0,30 m
4 repetições
T-3 Novo plantio
4 repetições
T-4 Livre crescimento
4 repetições
TRATAMENTO IRRIGADO
T-5 Decote 1,80 m + esqueletamento 4 repetições
T-6 Recepa 0,30 m
4 repetições
T-7 Novo plantio
4 repetições
T-8 Livre crescimento
4 repetições
Figura 1- Croqui da área experimental, Fazenda Escola da Fazu, Uberaba / MG
REFERÊNCIAS
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MATIELO, J. B. et al. Manejo da poda de decote em cafeeiro nas matas de minas.
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100
VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
PERFORMANCE PRODUTIVA DE CULTIVARES DE SOJA DE
DIFERENTES GRUPOS DE MATURAÇÃO EM UBERABA-MG
LIMA, P.C.¹; ESPÍNDOLA, S.M.C.G.²; CUNHA, F.G.³; CAVALCANTE, A.K4;
BIZINOTTO, F.F5.
¹ Graduando do curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro
do Tutuna, fone: (34) 3318 4188, email: [email protected];
² Professora das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas, fone: (34)
3318 4188, e-mail: [email protected];
³ Graduando do curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro
do Tutuna, fone: (34) 3318 4188, email: [email protected];
4
Mestrando em Genética e Melhoramento de Plantas UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de
Mesquita Filho" campus de Jaboticabal. Via de Acesso Prof.Paulo Donato Castellane s/n. Jaboticabal –
SP, email: [email protected];
5
Mestrando em Genética e Melhoramento de Plantas UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de
Mesquita Filho" campus de Jaboticabal. Via de Acesso Prof.Paulo Donato Castellane s/n. Jaboticabal –
SP, e-mail: [email protected].
*Projeto financiado por programa de iniciação científica – PIC/PIBIC disponibilizado pela Fundagri
(Fundação Educacional para o Desenvolvimento das Ciências Agrárias) com parceria ICIAG/UFU.
Resumo: A busca pela adaptação de cultivares de soja em todo território brasileiro, faz
com que as empresas de pesquisa instalem experimentos de produtividade e grupos
maturação, visando uma correta recomendação da região e da data de plantio das
cultivares desenvolvidas. Contudo nesses experimentos são coletados vários dados e
constata-se que a produtividade pode variar dependendo da região, época de plantio
bem como outras variáveis externas, inerentes ao genótipo daquela cultivar. O objetivo
deste trabalho é a avaliação desempenho produtivo de cultivares de soja de diferentes
ciclos de maturação durante a safra 2008/2009 no município de Uberaba-MG. O
delineamento experimental foi de blocos casualizados (DBC), com 2 repetições. As
parcelas experimentais constaram de 4 linhas espaçadas a 0,50m entre si e com 5,0m de
comprimento. As características avaliadas foram, número de dias para a
maturidade(NDM), definido como o período entre a data de semeadura e a data em que
aproximadamente 95% das vagens apresentarem-se maduras (estádio R8), produção de
grãos em Kg/há(PG), obtida fazendo-se a pesagem em cada parcela. A cultivar
Fundacep 54 RR teve o melhor desempenho produtivo com 3724 kg.ha-1 ficando
superior as demais testadas, mesmo não sendo recomendada para a região de UberabaMG. Já a cultivar CD212 recomendada para a região Sul do Brasil teve o menor
desempenho com 1866 kg.ha-1 , mostrando ser sensível a mudança de local de plantio.
Palavras- Chaves: cultivar; genótipo; maturação.
INTRODUÇÃO
A soja (Glycine max(L.) Merril) possui uma posição de destaque frente as outras
culturas mais plantadas no mundo, isso se deve as pesquisas e tecnologias
desenvolvidas para o cultivo desta oleaginosa e o crescimento da sua demanda.
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19 a 24 de outubro de 2009
Com a participação, em 2006/2007, de cerca de 60% do total de 385 milhões de
toneladas de grãos produzidos em nível global pelos principais grãos oleaginosos (soja,
girassol, canola, amendoim, algodão e mamona) a soja é o grão mais cultivado no
mundo (EMBRAPA, 2006).
Atualmente o Brasil ocupa a 2ª posição entre os países produtores de soja, sendo
que o maior produtor são os Estados Unidos da América. De acordo com dados da
CONAB (2008), o estado de Minas Gerais na última década teve um acréscimo na
produtividade de 14% passando de 2.040 kg.ha-1 na safra 1990/1991 para 2.350 kg.ha-1
na safra 1999/2000. Já na safra 2001/2002 a produtividade atingiu 2710 kg.ha-1, sendo
que para a safra 2007/2008 é esperado 2.828 kg.ha-1. O Estado do Mato Grosso é o
maior produtor de soja do pais, sendo esperado um ganho de produtividade de 6%
passando de 2.997 kg.ha-1 na safra 2006/2007 para 3.155 kg.ha-1 na safra de
2007/2008 (estimativa).
Uma cultivar de soja deve ter alta produtividade, estabilidade de produção e
ampla adaptabilidade aos mais variados ambientes existentes na região onde é
recomendada. A resistência genética às principais doenças e pragas e a tolerância aos
fatores limitantes edafoclimáticos, são garantias de estabilidade, para a produção e
retorno econômico que podem ser ofertadas com o uso de semente de cultivares
melhoradas (ALMEIDA et al.,1999).
Um dos principais objetivos considerados nos programas de melhoramento é o
aumento da produtividade. Uma cultivar altamente produtiva representa uma
combinação bem balanceada de genes. Uma vez atingido este equilíbrio, ganhos
adicionais de produtividade torna-se mais difíceis de serem conseguidos (KIIHL,1985
citado por ALMEIDA,KIIHL,1998). A expressão da produtividade é função dos
componentes genética e ambiental e da interação entre ambas. Por causa do componente
ambiental e da interação que as cultivares apresentam nos vários ambientes, a
produtividade
é
um
caráter
quantitativo
de
baixa
herdabilidade(ALMEIDA,KIIHL,1998).
Dentre os fatores que atuam diretamente na cultura, o fotoperíodo pode ser
limitante com respeito à introdução de novas seleções em diferentes latitudes e,
conforme Dutra (1986), muitas cultivares possuem uma faixa de época de plantio muito
restrita, em virtude da resposta ao fotoperíodo. Como esse fator varia também com a
latitude, a introdução de cultivares em determinada região deve levar em consideração o
grau de sensibilidade dessas cultivares. Tal sensibilidade é característica variável entre
cultivares, ou seja, cada uma possui seu fotoperíodo crítico, acima do qual o
florescimento é atrasado. Assim cultivares das regiões de grande latitude florescem
muito cedo quando cultivadas nas regiões de dia curto(VERNETTI, 1983).
Vello (1992) menciona ser a precocidade um dos principais caracteres
considerados no melhoramento de soja, em vista da grande demanda por cultivares de
ciclo curto para atender ao novo sistema agrícola de dois cultivos por ano.
A importância do agrupamento de genótipos dentro de ciclos de maturação em
soja, no Brasil, foi primeiramente relatada por Arantes (1979). Alliprandini et al. (1993)
confirmam tal importância, ao avaliar o comportamento de genótipos divididos em três
ciclos de maturação (precoce, semiprecoce e médio). A interação significativa para
ciclos de maturação x locais x anos obtida indica que, para determinada combinação
entre ano e local, existe um ciclo de maturação com maior produtividade.
A previsão de comportamento de cultivares de soja em um determinado local é
dificultada, visto que em latitudes semelhantes ocorrem disponibilidade térmicas
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
19 a 24 de outubro de 2009
diferentes, tornando-se necessário a realização de ensaios de campo para se conhecer a
fenologia das diferentes cultivares (VERNETTI, 1983).
O objetivo deste trabalho, portanto, é avaliar o desempenho agronômico de
genótipos de soja de diferentes grupos de maturação na safra 2008/2009, em UberabaMG.
MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento foi instalado durante a safra 2008/2009 na área experimental
localizada na Fazenda Escola das Faculdades Associadas de Uberaba - FAZUFUNDAGRI, em Uberaba, MG, a 780 m de altitude; 19° 44' de latitude Sul e 47º 57' de
longitude Oeste de Greenwich. O solo local é classificado como Latossolo Vermelho
2,5YR Distrófico(LVd). O mesmo experimento é parte de um rede nacional de ensaios
que envolve várias instituições de pesquisa públicas e privadas, visando a geração de
dados para uma nova classificação das cultivares testadas, quanto ao seu grupo de
maturação.
Foram avaliadas 13 cultivares de soja pertencentes aos ciclo de maturação
precoce, semi-precoce, médio e tardio. O delineamento experimental será do tipo blocos
ao acaso com 13 tratamentos (cultivares) e 2 repetições. As parcelas experimentais
constarão de 4 linhas espaçadas a 0,45m entre si e com 5,0m de comprimento, onde as
duas linhas centrais de cada parcela foram utilizadas para coleta de dados, descartando
meio metro de cada extremidade. A produtividade foi dada pelo valor de massa de grãos
obtidos em cada parcela útil correspondente a kg por 4m2 e serão transformados para
kg.ha-1 corrigidos a 13% de umidade.
Após a instalação do experimento, as parcelas de soja foram conduzidas de
acordo com os procedimentos técnicos necessários a fim de mantê-las livres da
interferência de plantas daninhas e pragas.
Para a avaliação do desempenho das cultivares foram avaliadas as seguintes
características agronômicas:
NDM: Número de dias para a maturidade, definido como o período entre a data
de semeadura e a data em que aproximadamente 95% das vagens apresentarem-se
maduras (estádio R8).
PG: produção de grãos, em Kg/ha, obtida fazendo-se a pesagem de cada parcela,
numa balança.
As análises estátíticas foram feitas pelo método de Tukey a 5% de propabilidade,
usando o programa estatístico Assistat.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Relacionados os genótipos testados, verificou-se que a produtividade média
ficou em 2656 Kg.ha-1 , resultado menor que a média do estado de Minas Gerais da
safra 2007/2008 que fechou em 2924 kg.ha-1 (CONAB,2008).
Ao analisar as médias de produtividade verificou-se que o desempenho das
cultivares que mais se destacaram, foram Fundacep 54 RR, NK7059, M-SOY7908,
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CD214 E NK7074 (Tabela 1) com produtividade de 2724 kg.ha-1 , 2747 kg.ha-1 ,
2966 kg.ha-1 , 2961 kg.ha-1 e 2961 kg.ha-1 respectivamente.
Tabela 1. Médias de produtividade ( kg.ha-1 ) e dias para maturação de genótipos comerciais de
soja plantados em Uberaba-Mg, safra 2008/2009.
Genótipo
NK7059
CD 212
CD 214
M-SOY7211
NK7074
FUNDACEP 59
FUNDACEP 54
EMGOPA316
M-SOY7908
TMG103
98Y51
M8527
TMG108
Média geral
CV%
Dias para maturação
Produtividade de grãos(kg/há)
124
110
111
141
121
129
121
126
123
120
137
141
140
126,5
5,43
2747 ab*
1866 b**
2961 ab*
2591 ab*
2960 ab*
2128 ab*
3724 a**
2897 ab*
2966 ab*
2249 ab*
2690 ab*
2628 ab*
2132 ab*
2656
17,29
( * ) As médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo
Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade .
(**) As médias seguidas por letras diferentes na coluna se diferem estatisticamente entre si
pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade .
A cultivar Fundacep 54 mostrou-se adaptada a região com uma produtividade
média de 3724 kg.ha-1 . Esse valor supera, inclusive, aquele relatado pela empresa
detentora, que é de 3551 kg.ha-1 na região sul, local ao qual ela é recomendada. Já a
cultivar CD 212 com a produtividade de 1866 kg.ha-1 , menor média do experimento,
mostra que ela não se adaptou bem a região de Uberaba, visto que para a região sul onde
ela também é recomendada, sua média é de 2926 kg.ha-1 (Tabela 1).
As cultivares que também se destacaram e que tem recomendação para a região
de Uberaba como NK7059 (2747 kg.ha-1), M-SOY7908 (2966 kg.ha-1 ), NK7074
(2960 kg.ha-1 ), mantiveram suas médias de produtividade, sendo elas 3076 kg.ha-1 ,
2791 kg.ha-1 e 3480 kg.ha-1 respectivamente, mostrando sua adaptabilidade e
estabilidade.
De acordo com Alliprandini et al.(2009) referente a maturidade, devem ser
somados vários fatores para designá-la, tais como variedade, data de plantio, chuvas,
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VIII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
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latitude e doenças. Todos esses fatores correlacionados, é que determinarão a
produtividade de uma cultivar em uma região.
CONCLUSÃO
As maioria das cultivares testadas apresentaram produtividades satisfatórias,
podendo ser recomendadas para o plantio na região de Uberaba. Contudo cultivares
como CD212, CD214, Fundacep 54 RR, Fundacep 59 RR, desenvolvidas para a região
sul do Brasil, devem seguir com certas restrições para recomendação de plantio para
região Sudeste e Centro-oeste.
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106
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