ROCHAS E SOLOS
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AS ROCHAS
Agregado de um ou mais minerais, que é impossível de escavar
manualmente, que necessite de explosivo para o seu desmonte.
As rochas são de três tipos principais: ígneas, magmáticas (de magma) ou
primárias (de primeira geração), sedimentares (de sedimentos) ou
secundárias (de segunda geração) e metamórficas (de metamorfismo) ou
terceárias (de terceira geração).
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3
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ROCHAS ÍGNEAS, MAGMÁTICAS OU PRIMÁRIAS
A fusão do material do manto e da crosta terrestre dá origem a um líquido
denominado MAGMA. O resfriamento e a solidificação do magma formam as
rochas MÁGMÁTICAS.
Estas rochas mantêm as marcas das condições em que se formaram. Se, por
exemplo, elas têm todos os minerais bem cristalizados, do mesmo tamanho,
isto indica que o magma se consolidou no interior da Terra, dando tempo para
os minerais crescerem de modo uniforme.
As rochas ígneas que se consolidam no interior da Terra chamam-se
INTRUSIVAS ou PLUTÔNICAS. O granito é uma delas.
Quando os minerais encontrados na rocha são muito pequenos - nem chegam
a formar cristais – significa que o magma se resfriou subitamente. Isto
acontece, por exemplo, quando o magma extravasa no fundo do mar. Ele
resfria tão rapidamente que os cristais não têm tempo de crescer. As rochas
ígneas que se formam na superfície da Terra são chamadas EXTRUSIVAS ou
VULCÂNICAS. Um exemplo típico é o basalto (rocha encontrada em Campo
Grande (MS).
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ROCHAS SEDIMENTARES OU SECUNDÁRIAS
À medida que os sedimentos erodidos de outros tipos de rochas (partículas
sólidas que são carreadas pelos agentes geológicos - água corrente, as
geleiras, os ventos e os fluxos gravitacionais) vão se acumulando nas
depressões, chamadas de BACIAS SEDIMENTARES, eles vão se
compactando, transformando-se nas rochas SEDIMENTARES.
Elas se formam, geralmente, na superfície, a temperaturas e pressões muito
baixas. As rochas sedimentares podem indicar os ambientes nos quais elas
foram depositadas.
Assim, os arenitos (rochas encontradas em Campo Grande-MS) podem ser
indicativos, por exemplo, de desertos ou praias; os folhelhos– rochas
argilosas folheadas – de pântanos ou mares calmos e, os conglomerados, de
rios ou geleiras.Outros tipos de rochas sedimentares, principalmente os
calcários (encontrados na Serra da Bodoquena e Bonito-MS), são formados
pela precipitação de elementos químicos dissolvidos nas águas, ou por
conchas e esqueletos de organismos que se depositam uns sobre os outros.
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ROCHAS SEDIMENTARES OU SECUNDÁRIAS
INTEMPERISMO
SOLO RESIDUAL
ROCHA ÍGNEA
EROSÃO + TRANSPORTE + DEPOSIÇÃO
SEDIMENTO
SOLO RESIDUAL
SEDIMENTO
SEDIMENTAR
LITIFICAÇÃO
ROCHA
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AS ROCHAS METAMÓRFICAS
São formadas a partir de modificações de rochas ígneas, sedimentares ou
de outras rochas metamórficas, pelo aumento da temperatura e da pressão,
porém sem chegarem a se fundir.
Isso ocorre, por exemplo, em regiões de choque de placas, onde as rochas
são comprimidas ou em regiões em que massas de magma entram em
contato com outras rochas, transformando-se por aquecimento.
As rochas metamórficas mais comuns são os gnaisses, os xistos e os
quartzitos (Serra da Bodoquena-MS), cada uma delas, por suas próprias
características, pode indicar as condições de temperatura e pressão nas
quais se formaram.
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LEITURA COMPLEMENTAR: A MAGNITUDE DO TEMPO
GEOLÓGICO
A quantidade real de tempo geológico decorrido, visto que e tremendamente grande, significa pouco, sem
qualquer base de comparação. Para este fim, têm sido inventados numerosos esquemas nos quais, eventos
geológicos chaves são localizados proporcionalmente, em unidades de comprimento ou tempo atuais, de modo a
tornar o tempo geológico um tanto mais compreensível.
Uma forma de tornar compreensível o tempo geológico é comprimir todos os 4,5 bilhões de anos do tempo
geológico em um só ano.
Nesta escala, as rochas mais antigas reconhecidas datam de março. Os seres vivos apareceram inicialmente nos
mares em maio. As plantas e animais terrestres surgiram no final de novembro e os pântanos, amplamente
espalhados que formaram os depósitos de carvão, “floresceram” durante cerca de quatro dias no início de
dezembro. Os dinossauros dominaram nos meados de dezembro, mas desapareceram no dia 26, mais ou menos
na época que as montanhas rochosas se elevaram inicialmente. Criaturas humanóides apareceram em algum
momento da noite de 31 de dezembro (o homem só teria aparecido quando faltasse dois minutos para a meianoite do último dia do ano). Capas de gelo continentais começaram a regredir da área dos grandes lagos e do
norte da Europa a cerca de 1 minuto e 15 segundos antes da meia-noite do dia 31. Roma governou o mundo
ocidental por 5 segundos, das 23h: 59mim: 45s até às 23h: 59mim: 50s. Colombo descobriu a América 3
segundos antes da meia-noite, e a ciência da geologia nasceu com os escritos de James Hutton exatamente há
mais que 1 segundo antes do final de nosso movimentado ano dos anos.
Os especialistas interessados na idade total da Terra comumente consideram o princípio quando a Terra alcançou
sua presente massa. Provavelmente, este era o mesmo ponto em que a crosta sólida da Terra se formou de
início, mas não se tem rochas que datem deste tempo inicial. Na verdade, as evidências atualmente disponíveis
sugerem que nenhuma rocha permaneceu do primeiro bilhão de anos, mais ou menos, da história da Terra. Antes
do princípio, processos cósmicos desconhecidos estavam produzindo a matéria, como a conhecemos hoje, para
a Terra e para o nosso sistema solar. Este intervalo incluímos no tempo cósmico. É o tempo, desde o início da
Terra, que constitui propriamente o tempo geológico.
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A TRANSFORMAÇÃO DA ROCHA EM SOLO
AÇÃO FÍSICA
Decomposição - Dilatação térmica - Ação do gelo - Expansão coloidal
Efeitos secundários
• Redução das dimensões dos fragmentos e aumento da área das
superfícies de ataque;
• Permitem-se a composição química.
AÇÃO QUÍMICA
Oxidação – Carbonatação – Hidrólise – Hidratação – Dissolução Reconstituição química
Efeitos secundários
• Alteração quase completa das propriedades físicas e químicas com
aumento sensível de volume
BIOLÓGICO
Ação de cunha das raízes - Ação dos ácidos orgânicos - Ação de animais
Efeitos secundários
• Combinação de efeitos físicos e químicos
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PROCESSO BÁSICO DE ATUAÇÃO DA DECOMPOSIÇÃO
QUÍMICA
ÁGUA DA CHUVA - PRESENÇA DE CO2 (Gá s C arbônico)
DISSOLVIDO NA ÁGUA ORIGINA O ÁCIDO C ARBONICO (H2CO3)
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14
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Propriedades Físicas dos Solos
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Principais análises
1.
2.
3.
4.
Textura
Tamanho de Grão e Distribuição Granulométrica
Forma da Partícula
Análise Granulométrica
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Origem e Formação dos Solos
SOLO é o material que recobre a crosta terrestre, acima
ou abaixo do mar, resultante do intemperismo das
rochas podendo ou não conter matéria orgânica.
Classificação quanto a origem geológica
Solo Residual⇒que permanecem no local da
decomposição da rocha
Solo Transportado⇒que foram levados ao seu
local atual por alguns agentes de transporte.
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Perfil Geotécnico típico de Solo Residual
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Solos Orgânicos (não estão nos residuais)
• São aqueles que contem uma quantidade apreciável
de matéria orgânicadecorrente de decomposição de
origem vegetal ou animal, em vários estados de
decomposição.
• Cor escura e odor característico.
Solos Lateríticos
• Tem na sua constituição argilosminerais de caulinitae
apresentam elevada concentração de ferro e alumíniona
forma de óxidos e hidróxidos conferindo uma coloração
vermelha. São geralmente não saturados e com um elevado
índice de vazios.
• Quando compactados apresentam uma boa capacidade
suporte.
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Depósitos lateríticos – Minério de Ferro
21
22
23
Composição mineralógica das partículas
Solos Granulares: Provenientes do intemperismo físico.
•
São formados por minerais primários Silicatos (quartzo, feldspato, mica)
Solos Argilosos: Provenientes do intemperismo químico.
Obs: O conhecimento da composição mineralógica dos solos granulares é de
importância secundária para o Engenheiro Geotécnico. Nos solos granulares o
comportamento mecânico e hidráulico será definido pela densidade relativa.
•
São formados por minerais secundários.
Obs: O conhecimento da composição química dos argilos-minerais é
importante pois dele decorre as propriedades de plasticidade e
expansibilidade.
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Formas das Partículas
Arredondadas
ESFÉRICA
(areias)
Angulares
LAMELARES
(argilas)
Caulinita
FIBRILARES
(argilas)
Ilita
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Forma da Partícula
Solos
granulares
Arredondada
Subangular



Importante para solos granulares
Partículas angulares  maior atrito
Partículas arredondadas  menor atrito
Subarredondada
Angular
(Holtz and Kovacs, 1981)
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Formas das Partículas
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Textura dos solos
A textura de um solo é sua aparência ou “sensação ao
toque” e depende dos tamanhos relativos e formas das
partículas, bem como da faixa ou distribuição desses
tamanhos.
Solos granulares:
Solos finos:
Pedregulhos
Siltes
Areias
Argilas
0.075 mm (USCS)
USCS: Unified Soil Classification
0.06 mm (BS)
BS: British Standard
Peneiramento
Sedimentação
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Tamanho de Grão e Distribuição
Granulométrica
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Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/NBR
6502/95) – Terminologia - Rochas e Solos.
Bloco de rocha – Fragmentos de rocha com diâmetro superior a 1,0 m.
Matacão – Fragmentos de rocha com uma dimensão compreendida entre 20 cm e 1,0 m.
Pedregulho – Solos formados por minerais ou partículas de rocha, com diâmetro
compreendido entre 2,0 e 60,0 mm. Quando arredondados ou semi-arredondados, são
denominados cascalhos ou seixos.
Areia – Solo não coesivo e não plástico formado por minerais ou partículas de rochas com
diâmetros compreendidos entre 0,06 mm e 2,0 mm. As areias de acordo com o diâmetro
classificam-se em: areia fina (0,06 mm a 0,2 mm), areia média (0,2 mm a 0,6 mm) e areia
grossa (0,6 mm a 2,0 mm).
Silte – Solo que apresenta baixa ou nenhuma plasticidade, baixa resistência quando seco
ao ar. É formado por partículas com diâmetros compreendidos entre 0,002 mm e 0,06 mm.
Argila – Solo de graduação fina constituída por partículas com dimensões menores que
0,002 mm. Apresentam características marcantes de plasticidade; quando suficientemente
úmido, moldam-se facilmente em diferentes formas, quando secas apresenta coesão
suficiente para construir torrões dificilmente desagregáveis por pressão dos dedos.
Caracteriza-se pela sua plasticidade, textura e consistência em seu estado e umidade
naturais.
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Tamanho de Grão
USCS
BS
4.75
0.075
2.0
0.06
0.002
USCS: Unified Soil Classification
BS: British Standard
Unit: mm
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IDENTIFICAÇÃO DOS SOLOS - ENSAIOS
• Análise Granulométrica;
• Índice de Consistência.
Distribuição Granulométrica
A curva granulométrica é a representação gráfica das dimensões das
partículas que contém um determinado solo e das proporções em que se
encontra.
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DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA
•Ensaios
Solos granulares:
Solos finos:
Pedregulho
Silte
Areia
Argila
0.075 mm (USCS)
0.06 mm (BS) (Hong Kong)
(Head, 1992)
Peneiramento
Sedimentação
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CURVA GRANULOMÉTRICA
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GRADUAÇÃO DOS SOLOS
Um solo bem graduado apresenta uma distribuição proporcional do
tamanho de partículas, de forma que os espaços deixados pelas partículas
maiores sejam ocupados pelos menores. Neste caso os grãos menores
"cabem" exatamente dentro dos vazios formados pelos grãos maiores e,
portanto, são solos que quando bem compactados podem atingir massas
específicas muito altas e conseqüentemente elevadas resistências.
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CONSIDERAÇÕES GERAIS
• Por meio da análise granulométrica verificou-se que a maior parte
dos solos naturais contêm grãos representativos de duas ou mais frações,
• Solos uniformes grossos ou muito grossos são comuns, mas solos
uniformes muito finos ou coloidais são encontrados muito raramente.
• Todas as argilas contêm constituintes finos, muito finos e coloidais e
algumas argilas contêm mesmo partículas grossas;
• Os solos granulares são perfeitamente identificáveis por meio de suas
curvas granulométricas. Isto é, areias e pedregulhos de iguais curvas
granulométricas comportam-se, na prática, semelhantemente.
• Para os solos "finos” somente a curva granulométrica não é suficiente para
prever seu comportamento. Toma-se também necessário que se conheça a
forma das partículas, que por sua vez depende da constituição
mineralógica. Portanto, podem ser encontrados siltes, argilas e materiais
argilosos de mesma curva granulométrica cujos comportamentos não sejam
semelhantes.
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LIGAÇÕES ENTRE PARTÍCULAS GROSSEIRAS - ATRITO
Grãos Grosseiros (areias): ligação através do "atrito físico” e o "atrito
fictício" (falsa coesão) proveniente do entrosamento de suas partículas. Nos solos
não existe uma superfície nítida de contato e sim uma infinidade de contatos
pontuais.
Coesão Aparente ou falsa coesão: Efeito da pressão capilar na água intersticial,
quando o solo sofre um esforço de ruptura. Os grãos tendem a se moverem uns
em relação aos outros e, então, formam-se meniscos capilares entre seus pontos
de contato. Os grãos são atraídos uns contra os outros pelo efeito da tensão
superficial que age ao longo da linha de contato entre o grão sólido e o filme de
água.
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LIGAÇÕES ENTRE PARTÍCULAS FINAS
COESÃO VERDADEIRA
Grãos Finos (argilas): Ligação através da existência de um cimento
natural aglutinando os grãos de solo entre sí, ou ligação através da
coesão verdadeira. Ambas acontecem mesmo que sobre a estrutura de
solo não atua nenhuma pressão externa.
Coesão verdadeira: Eventual ligação entre os grãos exercidos pelo
potencial atrativo de natureza molecular ou coloidal que é responsável pela
formação da camada de água adsorvida (água adesiva) envolvendo os
grãos, (contribui para o aumento da ligação entre os grãos).
A água, em contato com a superfície de uma partícula adere a ela, com tal
força que se torna “sólida”, formando uma película com a mesma carga
eletrostática que ela. Essa força de adesão, nas menores partículas de
argila pode atingir a ordem de grandeza de vinte toneladas por centímetro
quadrado. Em contato com a água adesiva de outra partícula, passam a agir
forças intermoleculares e tensões de superfície, e as películas se “colam”
com força inversamente proporcional ao diâmetro das partículas e à
distancia entre seus pontos mais próximos (pontos de contato).
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LIGAÇÕES ENTRE PARTÍCULAS FINAS
COESÃO VERDADEIRA
A coesão é tanto maior quanto menores forem os diâmetros das
partículas e maior o seu grau de “achatamento”. Em linguagem popular, é o
“grudar” ou “colar” entre partículas. Observe que só existe coesão (entre
partículas muito pequenas) havendo água, que muita água diminui a coesão
e pouca água a aumenta.
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ESTADOS DE CONSISTÊNCIA – SOLOS ARGILOSOS
Todo solo argiloso dependendo do seu teor de umidade poderá
apresentar características iguais às de um líquido ou de um sólido. Entre
estes dois estados limites, o solo passará ainda por outros dois estados, o
plástico e semi-sólido. O conjunto destes estados, que depende do teor de
umidade, chama-se Estados de Consistência.
• Estado líquido – propriedades e aparência de uma suspensão;
• Estado plástico – propriedade de plasticidade;
• Estado semi-sólido – aparência de sólido, porém sofre variações de
volume quando secado;
• Estado sólido – não ocorre mais variação de volume pela secagem.
Segundo a consistência as argilas classificam-se:
Muito mole, se escorre entre os dedos, quando apertada nas mãos;
Mole, se pode ser facilmente moldada pelos dedos;
Média, se pode ser moldada pelos dedos;
Rija, se requer grande esforço para ser moldada pelos dedos;
Dura, se não pode ser moldada, e quando submetida à grande esforço os
torrões desagregam-se.
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PLASTICIDADE – SOLOS ARGILOSOS
É a propriedade de certos sólidos serem moldados sem variação de
volume. É um estado circunstancial. Nos solos, a forma lamelar de seus
grãos permite um deslocamento relativo das partículas, sem
necessidade de variação de volume. Depende do teor de umidade.
Alguns autores definem a plasticidade como a propriedade que um solo
tem de experimentar deformações rápidas, sem que ocorra variação
volumétrica apreciável e ruptura.
Quanto à Plasticidade as argilas
podem ser Gordas (muito plásticas) ou
Magras (pouco plásticas).
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ESTRUTURA DOS SOLOS
Nos solos formados por pedregulhos e areias as forças
intervenientes na formação de estruturas são muitas bem conhecidas,
visíveis à olho nu e seus efeitos são relativamente simples de qualificar.
Nos solos formados por siltes e argilas, as forças que intervém nos
processos de estruturação são de caráter muito mais complexo e as
estruturas resultantes só podem ser parcialmente verificadas por métodos
indiretos, relativamente complexos e ainda em pleno desenvolvimento.
Tradicionalmente se tem considerado como básicas para os solos reais
as estruturas:
SIMPLES;
ALVEOLAR;
FLOCULENTA.
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ESTRUTURA SIMPLES
Produzida por forças da gravidade, que influenciam claramente na
disposição das partículas.
Típicas de pedregulhos e areias, cujas partículas se dispõem
apoiando-se diretamente umas sobre as outras e cada partícula possuem
vários pontos de apoio.
O comportamento mecânico e hidráulico desse tipo de estrutura é definido
pela compacidade da camada e pela orientação das partículas.
A compacidade se refere ao grau de acomodação alcançada
pelas partículas do solo, deixando mais ou menos vazios entre elas.
Em solos muito compactos, as partículas sólidas tem um alto grau de
acomodação e a capacidade de deformação sob carga do conjunto será
pequena.
Em solos pouco compactos o grau de acomodação é menor e, por
conseqüência as capacidades de deformação, serão maiores.
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ESTRUTURA SIMPLES
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ESTRUTURA ALVEOLAR
Estrutura típica de grãos de pequeno tamanho ( diâmetro ≤ 0,02
mm), que se depositam em um meio contínuo, normalmente água e, algumas
vezes, ar.
Nestas partículas, a gravidade exerce um efeito que faz com que tendam a se
sedimentar, mas dada sua pequena massa a partícula, antes de chegar ao
fundo do depósito, toca a outra partícula já depositada; a força de aderência
desenvolvida entre ambas (coesão), pode neutralizar o peso, fazendo com
que a partícula seja detida antes de completar seu percurso.
Assim elas poderão chegar a formar uma tela, com quantidade importante de
vazios, a modo de um painel.
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ESTRUTURA ALVEOLAR
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ESTRUTURA FLOCULADA
Quando no processo de sedimentação, duas partículas de diâmetros
menores que 0,02 mm chegam a se tocar, se aderem com força e se
sedimentam juntas; outras partículas podem unir-se ao grupo, formando um
grumo, com estrutura similar a um painel de grandes dimensões, muito frágil
e solta, cujo volume sólido pode não representar mais de 5 a 10%.
A estrutura mencionada é denominada de floculenta, ou algumas vezes,
alveolar de ordem superior.
As partículas menores que 0,0002 mm já são consideradas colóides, que
podem permanecer em suspensão indefinidamente, pois nelas o peso exerce
pouca influência em comparação com as forças elétricas desenvolvidas entre
as partículas carregadas negativamente; quando duas destas partículas
tendem a se aproximar, suas cargas exercem uma repulsão que as afasta
novamente; as vibrações moleculares da água impedem que as partículas se
precipitem; o resultado é um movimento característico em rápido zig-zag,
conhecido como movimento browniano. Por esse mecanismo, as partículas
coloidais do solo em suspensão não se sedimentam jamais.
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ESTRUTURA FLOCULADA
As cargas elétricas das partículas coloidais podem neutralizar-se sob a
influência da adição de íons de carga positiva oposta.
Em um eletrólito, os ácidos clorídricos, quando se dissociam em água
originam íons positivos e negativos (Cl- e H+). Pelo efeito dos íons H+ em
solução, os colóides neutralizam suas cargas e chocam entre si, mantendo
unidos pelas forças de aderência que se desenvolvem.
Desta maneira podem começar a formar flocos de massa maior.
Os flocos se unem entre si para formar painéis, que se depositam
conjuntamente, formando novos painéis ao tocar o fundo
Na água do mar, os sais contidos atuam como eletrólito, gerando o
mecanismo descrito.
Nas águas naturais a dissociação normal de algumas moléculas (H+, OH-)
que sempre são geradas e as presenças de sais, levam ao mesmo efeito.
Conforme aumenta o peso devido a sedimentação contínua, as capas
inferiores expulsam a água aumentado a consolidação e resistência.
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ESTRUTURA FLOCULADA
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ESTRUTURAS COMPOSTAS
Considera-se que as estruturas anteriores raramente se apresentam
“puras” na natureza, pois a sedimentação compreende partículas de todos
os tamanhos e tipos.
.
Existem formações definidas por um esqueleto constituído por grãos
grossos e massas coloidais de flocos que proporcionam união entre elas e
fornecem condições que permitem a sedimentação de partículas grossas e
finas simultaneamente.
Isto ocorre freqüentemente na água do mar ou lagos, com conteúdo
apreciável de sais, donde o efeito floculante dos sais coexiste com o
arraste de ventos, correntes de água, etc.
O processo de acúmulo de sedimentos acima de um certo nível faz com
que as camadas inferiores se consolidem sob o peso das sobrejacentes; as
partículas mais grossas se aproximam fazendo com que a argila floculada
ao tocar o fundo diminua de volume, aumentando sua resistência.
50
ESTRUTURAS COMPOSTAS
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ESTRUTURA EM “CASTELO DE CARTAS”
”
Proposta de alguns investigadores (Goldschmidt e Lambe) tem
sugerido uma interpretação diferente sobre a gênese de uma estrutura
floculenta e a estrutura resultante entre si.
Segundo estas idéias a forma lamelar típica dos minerais de argila é
fundamental no resultado da estruturação dos solos finos.
Caulinitas, ilitas e montmorilonitas possuem comprimentos iguais das suas
larguras; suas espessuras variam de 1/100 destas dimensões.
Montmorilonitas, a 1/10 das dimensões.
Ilitas uma posição intermediária.
Com estes dados é possível estimar a superfície específica destas
partículas (metro quadrado de área superficial por grama de peso)
conduzem à dedução que a ação das forças superficiais é fator que
intervém na estruturação, chegando a ser determinante.
52
ESTRUTURA EM “CASTELO DE CARTAS”
Além disso, nas investigações de referência permitiu notar que,
embora a partícula do solo tenha carga negativa parece certo que nas
suas arestas exista uma concentração de carga positiva que faz com que
essa zona localizada se atraia com outra superfície qualquer de uma
partícula vizinha.
Tomando isto como consideração, os investigadores mencionados
propuseram para as argilas uma estrutura tal como a que mostra a figura
abaixo, na qual se denominou “castelo de cartas”.
53
ESTRUTURA DISPERSA
Algumas investigações posteriores têm indicado que uma hipótese
estrutural do tipo de “castelo de cartas”, na qual as partículas têm contatos
mútuos, talvez não seja a mais estável no que poderia se pensar.
Qualquer perturbação que possa existir, tende em geral a diminuir os ângulos
entre as diferentes lamelas do material, atuando entre as partículas pressões
osmóticas inversamente proporcional ao
espaçamento entre elas.
As pressões osmóticas tendem a fazer
com que as partículas se separem e
assumam uma posição tal como mostrado
na figura.
Em (a) e (b) desta figura mostra-se o
mecanismo pelo qual a pressão osmótica
tende a atuar, para chegar a uma condição
mais uniforme da separação das partículas
Mostra-se em (c) a estrutura na condição
final.
54
IDENTIFICAÇÃO VISUAL E TÁCTIL DO SOLO
A medida que um solo vai sendo coletado, ele passa por uma identificação
visual e táctil no campo que é ,eventualmente, repetida em laboratório visando
uma confirmação. Deve-se identificar e anotar:
1) Ocorrência, ou não, de material estranho ao solo (raízes, pequenas
conchas, matérias orgânicas, etc.);
2) A cor natural da amostra (obs: variegada=várias cores);
3) Teor de umidade;
4) em solos granulares, minerais reconhecíveis;
5) Odores estranhos;
6) Granulometria.
Com excessão da granulometria todas as outras observações são imediatas.
Além da necessidade de água corrente, a aparelhagem utilizada no ensaio é a
mais simples possível: bisnaga de borracha; proveta; recipiente de vidro;
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almofariz de porcelana e mão de borracha.
TESTES MANUAIS
1-) Teste visual e táctil
1.1) Areias: São àsperas ao tato, quando misturada com água. Quando
secas, suas partículas são visíveis a olho nu e permitem, muita vezes, o
reconhecimento de minerais.
1.2) Siltes: Quando secos são menos àsperos que a areia, mas perceptíveis
ao tato.
1.3) Argilas: Quando secas tem uma sensação de farinha ao tato. Com
água, tem a semelhança de uma pasta de sabão escorregadia.
2-) Teste de sujar as mãos
Esfregar uma pasta de solo com água na palma da mão, colocando-se em
seguida sob água corrente:
2.1) Areias: Lava-se facilmente.
2.2) Sltes: Leve fricção após tempo de fluxo de água superior ao anterior.
2.3) Argilas: Rigorosa fricção após longo tempo de fluxo de água.
56
TESTES MANUAIS
3-) Teste de desagregação do solo submerso
Colocar torrão em recipiente com água, sem deixar totalmente submerso:
3.1) Areias: Não formam torrões.
3.2) Siltes: Rápida desagregação.
3.3) Argilas: Lenta desagregação.
4-) Teste de resistência à seco
Apertar entre os dedos torrões de solo seco.
4.1) Areias: Nenhuma resistência.
4.2) Siltes: Média resistência.
4.3) Argilas: Grande resistência.
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TESTES MANUAIS
5-) Teste de dispersão em água
Solo desagregado em proveta com água, agitar o conjunto e observar o
tempo de deposição das partículas:
5.1) Areias: 15-30 segundos.
5.2) Siltes: 30-60 segundos.
5.3) Argilas: horas.
6-) Mobilidade da água intersticial (Shaking teste)
Misturar solo com água até a obtenção de uma bola, macia, mas não
pegajosa; colocar a amostra na palma da mão e sacudir com a outra mão,
através de batidas vigorosas; a água pode, ou não (reação negativa),
aparecer na superfície (que ficará úmida e brilhante); caso a reação seja
positiva, apertar a amostra entre os dedos:
6.1) Areias: Água desaparece rápidamente.
6.2) Argilas: Água desaparece lentamente.
58
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