ANO X
–
Nº 128
–
OutubrO
DE
2012
XXIII Simpósio Nacional
dos Conselhos de Economia
Realizado em Belo
Horizonte, evento
discute as principais
questões econômicas
do país e gera
cinco propostas de
melhoria para a área
O
encontro que reuniu economistas, conselheiros regionais e federais, delegados e
representantes de conselhos de economia do país debateu diversos assuntos
relacionados à economia nacional e ao
sistema COFECON / CORECONs. Com
base no tema central “A Crise Internacional e seus Impactos sobre a Economia Brasileira”, a 23ª edição do SINCE
resultou em cinco propostas de grande
importância para a economia brasileira,
partindo das discussões realizadas nos
2
Premiação
Série de reportagens
publicada no jornal
O Tempo é a grande
premiada da segunda
edição do Prêmio
CORECON-MG
de Jornalismo.
três grupos temáticos que conduziram
os trabalhos. Paralelamente foram realizados outros dois eventos: o Encontro
dos Economistas de Língua Portuguesa
e a II Gincana Nacional de Economia. A
noite de abertura do evento contou com
a presença de convidados de instituições
governamentais e de órgãos representativos da categoria dos economistas.
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5
Gincana mineira
de economia
Quarta edição
da competição
teve final acirrada
e alunos da UFU
foram os grandes
vencedores.
prêmios
Prêmio CORECON-MG
de Jornalismo Econômico
Em sua segunda edição,
séries de reportagens
dos principais jornais
de Minas Gerais são
as grandes premiadas
A
entrega do II Prêmio CORECONMG de Jornalismo Econômico foi
realizada na noite de 12 de setembro, durante a solenidade de abertura do
XXIII SINCE, em Belo Horizonte. O Prêmio, com
edição anual, busca reconhecer e valorizar trabalhos de temáticas econômicas escritos por jornalistas profissionais e publicados em jornais
mineiros.
O Prêmio teve o patrocínio do Jornal
Hoje em Dia, do Centro Universitário UNA e
da Bella Vista Pousada, e apoio do Conselho
Federal de Economia (COFECON) e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas
Gerais (SJPMG).
OS PREMIADOS
Primeiro lugar: Joelmir Tavares de Rezende
e Cristiano Trad, com a série de reportagens
“Fora da Lei”, publicada no jornal O Tempo, no
período de 27 de maio a 1º de junho de 2012.
Segundo lugar: Zulmira Furbino dos Santos, com a série de reportagens “Riquezas
de Minas”, publicada pelo jornal Estado de
Minas, entre 28 de agosto a 17 de novembro
de 2011.
Terceiro lugar: Paulo Henrique Lobato,
Primeiro colocado, Cristiano Trad, recebe a premiação do
presidente do CORECON-MG, Cláudio Gontijo.
Marcos Avelar, Luiz Ribeiro e Paula Takahashi,
com a série de reportagens “Feliz Vida Nova”,
publicada no período de 26 de dezembro de
2011 a 1º de janeiro de 2012 pelo jornal Estado de Minas.
Menção Honrosa: Tatiana Silva Moraes,
com a série de reportagens “A Riqueza do
Queijo Minas Artesanal”, publicada no período
de 11 a 20 de setembro de 2011 pelo jornal
Hoje em Dia.
EXpEDiENTE
Presidente: Cláudio Gontijo I Vice-presidente: Fabrício Augusto de Oliveira I Conselheiros Efetivos: Alice Maria Souza Toscano, Antônio de Pádua Galvão, Antônio de Pádua Ubirajara e Silva, Cláudio Gontijo,
Daniela Almeida Raposo Torres, Fabrício Augusto de Oliveira, José Roberto de Lacerda Santos, Lourival Batista de Oliveira Júnior, Pedro Paulo Moreira Pettersen I Conselheiros Suplentes: Carlos Maurício de Carvalho Ferreira,
Cézar Manoel de Medeiros, Leonardo Pontes Guerra, Ronaldo Lamounier Locatelli, Róridan Penido Duarte, Silvânia Maria Carvalho de Araújo I Conselheiros Federais: José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho, Róridan Penido Duarte,
Wilson Benício Siqueira, Cândido Luiz de Lima Fernandes, José Roberto de Lacerda Santos e Lourival Batista de Oliveira Júnior I Delegados Regionais: Governador Valadares – Douglas dos Santos Barduzzi;
Itajubá – Maurílio Gomes de Magalhães; Itaúna – Ruperto Benjamin Cabanellas Vega; Juiz de Fora – Maria Isabel da Silva Alvim; Montes Claros – Aloysio Afonso Rocha Vieira; Poços de Caldas – David Rebelo Fiorito;
São João Del Rei – Luiz Eduardo de Vasconcelos Rocha; Sete Lagoas – Jason de Oliveira Duarte; Uberaba – Cássio Silveira da Silva; Uberlândia – Leonardo Baldez Augusto; Viçosa – Evonir Pontes de Oliveira.
AGENDA ECONÔMICA:
Comissão Editorial: Cláudio Gontijo, Daniela Almeida Raposo Torres e Fabrício Augusto de Oliveira
Jornalista Responsável: Emilson Corrêa – MTB-MG 13.240 JP — [email protected]
Diagramação: Roger Simões — [email protected] I Impressão: Work Print — [email protected]
Tiragem: 5.500 exemplares I Endereço para correspondência: Rua Paraíba, 777, Funcionários — CEP 30130-140
— Belo Horizonte — MG I Tel.: (31) 3261-5806 — Fax: (31) 3261-8127 — [email protected] — www.portaldoeconomista.org.br
ÓRGÃO INFORMATIVO DO CONSELHO REGIONAL DE ECONOMIA DE MINAS GERAIS
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AGENDA ECONÔMICA
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Contando com a parceria
do IPEA, COFECON premia
os melhores em cinco
categorias do PBE e
concede prêmio a renomado
economista brasileiro
D
urante a solenidade de abertura do XXIII Simpósio Nacional
dos Conselhos de Economia, o
Conselho Federal de Economia (COFECON) realizou a entrega do XVIII Prêmio Brasil de Economia. Promovido anualmente, em 2012 o PBE
contou com a participação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) que concedeu
bolsas de pesquisas, com duração de um ano,
aos melhores colocados de três das cinco categorias contempladas pelo Prêmio. Os vencedores foram os seguintes:
Prêmio Brasil
de Economia
e Personalidade
Econômica do Ano
LIVRO DE ECONOMIA
1º Lugar: Fernando Nogueira da Costa (CORECON-RJ). "Brasil dos Bancos".
2º Lugar: Luciano Luiz Manarin D'Agostini
(CORECON-PR). "Econometria Temporal Multivariada".
3º Lugar: José da Silveira Filho (CORECON-PR).
“Aquarela do Brasil: do Café ao Plano Real”.
TESE DE DOUTORADO
1º Lugar: Bruno Leonardo Barth Sobral (CORECON-RJ). "Ciclo de Investimentos e o Papel das
Estratégias de Grandes Agentes Econômicos: O
Caso da Periferia da Região Metropolitana do
Rio de Janeiro - 1995-2010".
2º Lugar: Luzia Maria Cavalcante de Melo (CORECON-AL). "Mobilidade Sócio-Ocupacional e
Mobilidade Espacial: Diferenciações entre Hierarquias Urbanas Para o Mercado de Trabalho
Formal, Brasil, 2000-2009".
3º Lugar: André Cutrim Carvalho (CORECONSP). "Expansão da Fronteira Agropecuária e a Dinâmica do Desmatamento Florestal na Amazônia
Paraense".
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
1º Lugar: Antônio Albano de Freitas (CORECON-RS). "Distribuição e Acumulação de Capital: A Economia Brasileira no Capitalismo
Contemporâneo".
2º Lugar: Elton Eduardo Freitas (CORECONCE). "Economias Externas, Atributos Urbanos e
Produtividade: Evidências a partir do Nível Salarial Industrial das Microrregiões Brasileiras,
2000-2010".
3º Lugar: Isaura Florisa Gottschall de Almeida
(CORECON-BA).
O vencedor da categoria
“Livro de Economia”
recebendo a premiação
da coordenadora do PBE,
Celina Martins Ramalho
"Desigualdades e Políticas Públicas de Habitação no Brasil".
ARTIGO TÉCNICO OU CIENTÍFICO
1º Lugar: Fernando de Aquino Fonseca Neto
(CORECON-PE) e Fábio José Ferreira de Silva
(CORECON-PE). "Inflação Pró-Pobre no Brasil do
Real: Uma Análise Regional.
2º Lugar: Janete Leige Lopes (CORECON-PR) e
Rosângela Maria Pontili (CORECON-PR). "Trabalho Infantil e Pobreza da População Feminina
Brasileira: Uma Discussão da Inter-Relação entre
estes dois fatores".
MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO
1º Lugar: George Felipe Rezendes Tada (CORECON-PR). "Crédito Bancário e Desenvolvimento
Regional no Período 2004 a 2009: O Enfoque PósKeynesiano da Não-Neutralidade da Moeda".
2º Lugar: Paulo Henrique Mendes Leandro Beserra (CORECON-DF). "A Relação entre Desigualdade de Renda e Crescimento Econômico no
Brasil".
3º Lugar: Luiz Felipe Bruzzi Curi (CORECONMG). "O Debate Simonsen-Gudin e as Ideias
Econômicas no Brasil".
PERSONALIDADE ECONÔMICA DO ANO
Entregue anualmente, desde 2004, o prêmio de
Personalidade Econômica do Ano 2012 foi concedido ao economista Paulo Nogueira Batista
Júnior. Natural do Rio de Janeiro, mestre em
História da Economia e tendo ocupado diversos cargos públicos e privados de grande relevância na área econômica, Batista Júnior,
atualmente, é diretor executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), na cidade de Washington, Estados Unidos.
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EVENTo NACioNAL
Mais de 200 participantes lotaram o auditório na abertura do evento
XXIII Simpósio Nacional
dos Conselhos de Economia
Em evento realizado em
Belo Horizonte, economistas
aprovam propostas de
melhoria para a categoria
e para a economia do país
P
romovido pelo Conselho Federal de
Economia (COFECON) e pelo Conselho Regional de Economia de
Minas Gerais – 10º Região (CORECON-MG), o XXIII Simpósio Nacional dos Conselhos de Economia (SINCE) foi realizado em
Belo Horizonte – MG, entre os dias 12 e 14 de
setembro. O evento buscou discutir os principais
problemas e desafios enfrentados pelo Sistema
COFECON/CORECONs e pelos profissionais de
economia do país, propondo soluções e planejando a melhoria de diversos aspectos relativos
à categoria profissional.
Tendo como tema central “A Crise Internacional e Seus Impactos Sobre a Economia Brasileira”, o XXIII SINCE foi aberto pelo presidente
do CORECON-MG, Cláudio Gontijo, e pelo presidente do COFECON, Ermes Tadeu Zapelini,
contando com a presença de economistas, con-
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AGENDA ECONÔMICA
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O presidente do CORECON-MG,
Cláudio Gontijo, ministrou a palestra
de abertura do XXIII SINCE.
selheiros, delegados regionais e convidados. Na
noite de abertura, houve apresentação do XX
Congresso Brasileiro de Economia, que será realizado em Manaus – AM, feita pelo coordenador
do evento Erivaldo Lopes do vale e pela conselheira federal Celina Martins Ramalho. Os presentes também assistiram à palestra ministrada
pelo presidente CORECON-MG, Cláudio Gontijo,
abordando o tema do Simpósio.
Nos dias seguintes, foram realizadas intensas discussões em três grupos de trabalhos
que visaram aprovar propostas de interesse da
categoria e da sociedade. Os grupos de trabalho estiveram divididos de acordo com os
temas: “Formação, Aperfeiçoamento e Mercado de Trabalho do Economista”; “Aperfeiçoamento do Sistema COFECON/CORECONs”;
e “Estrutura e Conjuntura Econômica, Política
e Social do Brasil”.
Após apresentação dos expositores e votação pelos delegados regionais, foram aprovadas cinco propostas: (1) Rever e flexibilizar o
modelo econômico atual, que limita a autonomia da política econômica para desenvolver
ações voltadas para o desenvolvimento econômico e social do país; (2) incorporar ao modelo o compromisso com a conservação da
biodiversidade; (3) reforçar a importância e o
papel do Estado na retomada do crescimento
econômico e resgatar a perspectiva do planejamento de longo prazo; (4) utilizar os instrumentos do Estado para apoiar e estimular o
crescimento econômico; (5) e apoiar mudanças e medidas para o fortalecimento da federação, considerando a importância dos estados
e municípios, tanto para a realização de investimentos públicos como para a oferta de bens
essenciais para a sociedade.
GiNCANA rEGioNAL
Gincana Mineira
de Economia tem
a participação de
14 duplas de alunos
Realizada no Centro Universitário UNA, em Belo Horizonte, competição foi
conquistada por alunos da UFU pela segunda vez consecutiva
C
ontando com a participação de 14 duplas de estudantes de
Ciências Econômicas de diversas instituições de ensino superior
do Estado, a quarta edição da Gincana Mineira de Economia
aconteceu, nos dias 30 e 31 de agosto, no Campus Aimorés do Centro Universitário UNA, em Belo Horizonte – MG.
Realizada anualmente pelo CORECON-MG, a Gincana promove a difusão
do conhecimento econômico por meio de uma competição entre duplas de estudantes e utiliza o Jogo da Economia Brasileira como plataforma, buscando
colocar em prática o aprendizado acadêmico. Este ano o evento teve patrocínio do Conselho Federal de Economia e da Qualicorp Soluções em Saúde, e
apoio do Cheverny Apart Hotel e do Centro Universitário UNA.
Após acirrada disputa na etapa final, os alunos Gustavo Chagas Goudard e Pedro Paulo Mansur Pagano Sampaio, da Universidade Federal de
Uberlândia, foram os vencedores e embolsaram o prêmio de R$ 2.000,00.
Em segundo lugar ficou a dupla representante do Centro Universitário UNA,
Fernando de Oliveira Linhares e Josiane Rafaella Faleiro, que receberam o
prêmio de R$ 1.200,00. O terceiro lugar, que pagou a premiação de R$
800,00, foi conquistado pelos estudantes Lucas Farias Lima e Raphael Molina Nogueira, do IBMEC. O CORECON-MG esteve representado pelo Conselheiro Federal Wilson Benício Siqueira e pelo Gerente Executivo Pedrilho Ferrari
Veras, e o Centro Universitário UNA pelo coordenador do Curso de Ciências
Econômicas Éderson Santos.
Alunos participantes da 4ª Gincana Mineira de Economia
AGENDA ECONÔMICA
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GiNCANA NACioNAL
II Gincana Nacional
de Economia
Durante a realização do XXIII SINCE, alunos de economia de diversos estados
participaram de evento universitário promovido pelo COFECON
A
II Gincana Nacional de Economia, realizada pelo Conselho Federal de Economia
(COFECON), aconteceu em Belo Horizonte,
nos dias 13 e 14 de setembro, durante o
XXIII Simpósio Nacional dos Conselhos de
Economia. O principal objetivo da Gincana é estimular a integração entre as
instituições de ensino de Ciências Econômicas e os alunos deste curso, desenvolvendo e aplicando conceitos, conciliando
a prática com a teoria. Além disso, proporciona o envolvimento dos estudantes
com as atividades dos Conselhos Regionais de Economia.
Na edição deste ano, a Gincana Nacional de Economia reuniu, em dois dias
de competição, estudantes representantes
de 19 instituições de diversos estados da
federação. No primeiro dia, as duplas participantes foram divididas em grupos, dentro dos quais todas se enfrentaram. Os
classificados avançaram para a fase eliminatória, sendo que os vencedores disputaram as quartas de final, semifinal e final.
O primeiro lugar foi conquistado pelos
alunos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Rodolfo José Galvão
Buscarini e Diego Aguiar Freitas Lúcio, que
embolsaram o prêmio de R$ 3.000,00. Em
segundo lugar ficaram os estudantes Caio
Oliveira Azevedo e Igor Ferreira de Oliveira, da Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro, e receberam o prêmio de
R$ 2.000,00. A dupla representante da
Facamp – Faculdades de Campinas, Mateus Martins da Silva e Elisabeth da Costa
Lima Pereira, ficou com o terceiro lugar e
com a premiação de R$ 1.000,00.
Os alunos representantes de Minas Gerais, pela Universidade Federal de Juiz de
Fora (UFJF), Priscila Medeiros de Oliveira e
Igor Lira Vieira Corrêa Netto, chegaram à semifinal e ficaram na quarta colocação, após
perderem a disputa pelo terceiro lugar.
ELEiÇÕEs
CORECON-MG convoca economistas
a participarem das Eleições 2012
No dia 26 de outubro de 2012, serão realizadas as eleições
para renovação o segundo terço de conselheiros regionais
(efetivos e suplentes) e delegado-eleitor, para os exercícios
de 2013, 2014 e 2015. Haverá também, no mesmo
procedimento, consulta para os cargos de presidente e vicepresidente, para o exercício de 2013.
AS ELEIÇÕES OCORRERÃO NO REGIME
MISTO (PRESENCIAL E POR CORRESPONDÊNCIA), DA
SEGUINTE FORMA:
Eleição presencial: será no dia 26 de outubro de 2012,
das 09 horas até 18 horas, exclusivamente na sede do
CORECON-MG, localizada à Rua Paraíba, nº 777,
Funcionários, Belo Horizonte – MG.
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AGENDA ECONÔMICA
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Eleição por correspondência: no voto
por correspondência, serão enviadas a cada
economista as cédulas. Os economistas que
votarem por correspondência devem fazê-lo
em envelope padronizado, sem identificação
(sobrecarta), e este, por sua vez, deverá ser
acondicionado no envelope carta-resposta
para devolução, já com etiqueta de
identificação do economista. Os envelopes
recebidos após as 18h (dezoito horas) do
dia 26 (vinte e seis) de outubro de 2012
não serão abertos, tampouco computados,
providenciando-se a sua destruição, porém
mantida a inviolabilidade.
FAbRíCIO AuGuSTO DE OLIVEIRA *
ArTiGo
Brasil: uma nova
política econômica?
A verdade é
que, enquanto
subsistirem
os principais
alicerces
do modelo
econômico
vigente, e não
forem realizadas
reformas
transformadoras
que resgatem
a indústria
do país, a
competitividade
da produção
nacional e os
instrumentos
do Estado
em favor de um
desenvolvimento
econômico
e social mais
equilibrado,
aquelas
dificilmente
conseguirão
fundar-se em
bases sólidas
A flexibilização dos componentes do tripé macroeconômico no governo atual, composto por
metas de inflação, de superávit primário e câmbio
flutuante, bem como a maior ênfase que vem sendo
dado, de um lado, à redução do custo-Brasil, com a
diminuição do preço da energia, o lançamento de
programas de infraestrutura econômica, e, de outro,
também ao fortalecimento do mercado interno, via
consumo, têm suscitado opiniões de diversos analistas que enxergam, nessas medidas, a construção
de um novo modelo de desenvolvimento.
Em favor dessa visão, é possível constatar ter
aumentado, de fato, a tolerância do governo com a
inflação, tendo-se substituído a obsessão com a
meta central de 4,5% por um nível superior contemplado neste regime, desde que este, contudo,
não ultrapasse o teto previsto de 6,5%. De outro, a
acomodação do câmbio e sua manutenção na faixa
de R$ 2,00/2,10. Por último, a flexibilização das
metas de superávit primário para acomodar gastos
governamentais necessários para sustentar a atividade econômica.
O fato, entretanto, é que por detrás destes movimentos, encontra-se uma crise mundial de
grande complexidade, cuja duração promete ser
longa, exigindo a implementação de políticas defensivas de sustentação da atividade produtiva, as
quais necessitam desta flexibilização. Além disso,
existem outras condições objetivas para este afrouxamento: juros reais negativos no mundo desenvolvido; avanço da queda da SELIC (de 12,5% em
agosto de 2011 para os atuais 7,5%), reduzindo o
déficit público nominal e a necessidade de geração de superávits primários tão elevados; efeitos
da crise sobre um comércio exterior em declínio,
com ameaça de retorno da vulnerabilidade externa, mais do que justificando a realização da
(modesta) desvalorização do câmbio.
Estes ajustes finos, realizados defensivamente
não parecem autorizar ilações feitas sobre o abandono do tripé para a construção de um novo modelo. Se isso estivesse, de fato, ocorrendo, o câmbio
estaria mais desvalorizado (mais competitivo),
assim como em andamento uma proposta de reforma tributária modernizadora; a SELIC mais reduzida; e os investimentos públicos mais
expressivos e em progressivo crescimento. Menos
que a construção de um novo modelo de desenvolvimento, parece ser a reação defensiva à crise
que tem respondido pela flexibilização dos componentes do tripé econômico.
É bem verdade que, como resultado da bonança econômica mundial da década de 2000, o
crescimento mais robusto acarretou um forte
aquecimento do mercado de trabalho, aumentando o emprego e o salário real dos trabalhadores, o que foi reforçado, com os expressivos
ganhos reais do salário mínimo e das transferências diretas de renda para as famílias (previdência social e bolsa-família, notadamente). E,
posteriormente, com a política anticíclica adotada
pelo governo, apoiada no consumo, em reação às
crises do subprime e da dívida soberana europeia,
por meio da expansão do crédito, de reduções de
alíquotas e desonerações de impostos e contribuições sociais de setores relevantes para a atividade econômica. Como decorrência, registrou-se
uma apreciável expansão do consumo, que se tornou o carro-chefe do crescimento.
Seus limites para continuar desempenhando
este papel de locomotiva são, no entanto, cada vez
mais evidentes, diante da reduzida taxa de desemprego, do crescente endividamento das famílias, dos elevados níveis de inadimplência e dos
baixos níveis de investimento do setor privado.
Neste quadro, os programas de investimentos em
infraestrutura – notadamente em rodovias e ferrovias -, repontam como alternativa importante para
garantir, ao seu lado, a sustentação de um nível
mínimo de atividade econômica. No entanto, além
de sua materialização depender fortemente do investimento do setor privado, envolto numa crise de
confiança e avesso a projetos de longa maturação,
ainda restam outros desafios a serem vencidos
para sua viabilização, como a definição do marco
regulatório dos setores neles contemplados, dos
modelos de parceria com o setor privado, garantias de rentabilidade e mecanismos confiáveis de
financiamento.
A verdade é que, enquanto subsistirem os principais alicerces do modelo econômico vigente, e
não forem realizadas reformas transformadoras que
resgatem a indústria do país, a competitividade da
produção nacional e os instrumentos do Estado em
favor de um desenvolvimento econômico e social
mais equilibrado, aquelas dificilmente conseguirão
fundar-se em bases sólidas.
*Doutor em economia pela UNICAMP, vice-presidente
do CORECON-MG, e autor, entre outros, do livro
“Política econômica, estagnação e crise mundial:
Brasil, 1980-2010”, editado pela Azougue editorial
em 2012.
AGENDA ECONÔMICA
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LiVro
Dívida pública do Estado de Minas
Gerais: a renegociação necessária
C
FECHAMENTO AUTORIZADO. PODE SER ABERTO PELA ECT
onsiderada na atualidade
“impagável”, a situação
crítica da dívida do estado
de Minas Gerais só veio à tona, de forma
transparente, a partir de um estudo realizado pelo Tribunal de Contas do Estado de
Minas Gerais (TCEMG), em 2011, no qual
se demonstrou que, caso não sejam revistas as condições do contrato da dívida com
a União, assinado em 1998, o governo se
defrontará com grandes dificuldade para
continuar garantindo a oferta de serviços
essenciais para a população, especialmente a partir de 2028.
Diante desta realidade, uniram-se em
torno de um movimento voltado para incentivar e apoiar esta renegociação, várias
organizações da sociedade civil, entre as
quais a Auditoria Cidadã da Dívida, juntamente com setores do judiciário e do Poder
Legislativo estadual, onde se formou, em
agosto de 2011, a Frente Parlamentar de
Renegociação da Dívida do Estado, que
tem como presidente o deputado Adelmo
Carneiro Leão (PT-MG). Os resultados obtidos com este movimento, até o momento,
indicam, apesar das resistências do governo federal a esta iniciativa, que alguns
frutos finalmente poderão ser colhidos
nesta questão, melhorando e fortalecendo
a capacidade de financiamento de gastos
do estado, essencial para descortinar melhores horizontes para a sociedade mineira.
É a história desta dívida, bem como
de suas consequências para a gestão financeira do estado e de suas implicações
para a sociedade mineira, diante das limitações que os seus encargos colocam
para o estado na provisão de bens públicos, que é contada no livro “Dívida Pública do Estado de Minas Gerais: a
renegociação necessária” dos economistas Fabrício Augusto de Oliveira e Cláudio
Gontijo, respectivamente vice-presidente
e presidente do Conselho Regional de
Economia de Minas Gerais, patrocinado
pelo Gabinete Parlamentar do deputado
Adelmo Leão, com o objetivo de subsidiar
e fundamentar as propostas para esta renegociação.
Organizado em quatro capítulos, o
livro analisa as condições de sua renegociação realizada no Governo Eduardo Azeredo (1994-1998), o qual conseguiu
transferir seu ônus para o seu sucessor,
assim como ocorreu com a dívida do Estado para com a CEMIG, acordada em
1995; as dificuldades enfrentadas pelo Governo Itamar Franco (1999-2002), que se
defrontou com um cenário macroeconômico adverso e decretou uma moratória
frustrada, em termos de ganhos financeiros
para o estado; e sua trajetória nos Governos Aécio Neves e Antônio Anastasia, em
que sua existência permaneceu praticamente encoberta pela cortina de fumaça
que foi lançada sobre as contas do governo de Minas para não comprometer a
ficção criada em torno de um suposto “déficit orçamentário zero”.
Sua conclusão é a de que sem uma revisão radical dos termos e condições contemplados nos atuais contratos da dívida
do Estado (tanto as dívidas com a União e
com a CEMIG), este deve continuar marchando em passo batido rumo ao desastre
financeiro. Por isso, a imperiosa necessidade de sua renegociação. Um livro que
merece ser lido por todos aqueles que se
preocupam com o presente e o futuro da
economia e da sociedade mineira.
Impresso
Especial
Rua Paraíba, 777 – Funcionários – CEP 30130-140 – Belo Horizonte - MG
9912208423/2008-dr/Mg
Conselho de Economia de
Minas Gerais - 10ª região
COrrEIOS
devolução
garantida
COrrEIOS
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AGENDA ECONÔMICA
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Nº 128 - 2012 - Outubro - CORECON-MG