.
FACULDADE FARIAS BRITO
CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
ELIDIANE MARTINS FREITAS
UMA ANÁLISE DOS MODELOS DE LICENÇAS DE
SOFTWARE VOLTADA À ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
Fortaleza, 2010
ELIDIANE MARTINS FREITAS
UMA ANÁLISE DOS MODELOS DE LICENÇAS DE SOFTWARE VOLTADA À
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Monografia apresentada ao Curso de
Graduação em Ciência da Computação
da Faculdade Farias Brito, como requisito
parcial para obtenção do Grau de Bacharel
em Ciência da Computação.
Orientador: Roberto de A. Façanha. Msc
Fortaleza, 2010
UMA ANÁLISE DOS MODELOS DE LICENÇAS DE SOFTWARE VOLTADA À
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Elidiane Martins Freitas
NOTA FINAL(0-10): _____
Aprovada em JUNHO de 2010
BANCA EXAMINADORA
Prof. Msc. Roberto de Almeida Façanha
Orientador
Prof. Msc. Sérgio Araújo Yunes
Examinador
Prof. Dr. Mateus Mosca Viana
Examinador
Fortaleza-Ce
2010
“Sempre que houver conflito entre direitos
humanos e direitos de propriedade, os
direitos humanos devem prevalecer."
- Abraham Lincoln
À Deus acima de tudo.
Agradecimentos
Ao meu professor e orientador, Msc. Roberto Façanha, pela paciência e apoio durante
esses últimos anos, desde a elaboração do TCC I até a conclusão deste trabalho.
À FUNCAP por financiar esta pesquisa.
À toda minha família, que me fornece todo o carinho necessário para que eu supere as
dificuldades que surgem: minha mãe, Luciene Lima; minhas irmãs, Elivândia, Elionete,
Ednete e Elidivânia; e meu irmão, Macole.
Aos meus amigos, pois constituem o elo para uma vida de sucesso; Vinicius Lima,
Godva Grace, Alyne Castro e Mauro Neres.
Aos colegas de trabalho da COETI, com os quais compartilho os mesmos interesses
profissionais; Lícia Viana, Regina Estela, Ana Lúcia, Ricardson Sampaio, Auri Freitas,
Pedro Ferreira, Thais Leite e Caroline Siqueira.
Ao professor Dr. Francisco Heron, pelo incentivo e apoio à minha formação pessoal
e profissional, durante o período em que trabalhamos juntos no Projeto de Software Livre
do Estado do Ceará.
E por fim, não menos importante, ao Thales Jones, por toda sua compreensão e
carinho dedicados à mim.
Resumo
Nos últimos anos, o conceito de compartilhamento de informações se tornou uma forma
de alcançar a melhoria de processos e soluções. Mais especificamente na área de
informática, é um meio de aumentar a oferta de soluções a baixo custo ou, até mesmo, a
custo zero. Partindo do conceito de compartilhamento, surgiram termos como Software
Livre, Open Source e Software Público. Este último, que é reflexo direto das necessidades
da Administração Pública, não está vinculado a ideologias ou restrições orçamentárias,
mas aos aspectos de eficiência, publicidade, moralidade, impessoalidade e legitimidade
– princípios administrativos constitucionais fundamentais da Administração Pública no
Brasil. Neste trabalho são analisados os termos das principais licenças de software, com
ênfase nos modelos de software livre, e sua adequação aos princípios constitucionais
administrativos, tendo em vista a perspectiva de implantação de uma Política de Software
Público para o Estado do Ceará.
Abstract
In the past few years, information sharing represented a way to achieve process and
solutions improvements. In informatics, it represents a way to increase the number
of computer solutions with low cost or with no cost at all. Based on the ideia that
sharing means improvements, terms like free, open, public software became reality. The
term "Public Software"reflects the Public Administration needs about computer software
solutions and is not binded to any political ideology ou budget restrictions. The key
aspects in this fields are the five Brazilian constitucional principles: Eficiency, Publicity,
Morality, Impersonality and Legitimacy. In this work, we analyse the most relevant
models of software licences, emphasizing the free models, and their adherence to the
the Brazilian constitucional principles in order to elaborate the Public Software Policy of
the state of Ceará.
Sumário
Lista de Tabelas
ix
1
Referencial Teórico
6
1.1
Software Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6
1.1.1
Histórico do Software Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
7
1.1.2
As liberdades do Software Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
Código Aberto (Open Source) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
11
1.2.1
História do Open Source . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
12
1.2.2
A Open Source Initiative . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
13
Software Público . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
15
1.3.1
O Software Público Brasileiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
15
1.4
A Lei do Software Brasileira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
18
1.5
Resumo do Capítulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
20
1.2
1.3
2
Licenças de Software Livre
21
2.1
General Public License . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
23
2.1.1
General Public License Versão 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . .
24
2.1.2
General Public License Versão 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . .
26
2.1.3
General Public License Versão 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . .
28
Lesser General Public License . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
31
2.2.1
Lesser General Public License Versão 2.1 . . . . . . . . . . . . .
32
2.2.2
Lesser General Public License Versão 3 . . . . . . . . . . . . . .
35
BSD License . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
36
2.2
2.3
vi
3
2.4
MIT License . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
37
2.5
Apache License Versão 2.0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
38
2.6
Resumo do Capítulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
40
Seleção dos Princípios Constitucionais
42
3.1
Detalhamento dos Princípios Constitucionais . . . . . . . . . . . . . . .
43
3.1.1
O Princípio da Legalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
43
3.1.2
O Princípio da Impessoalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
44
3.1.3
O Princípio da Moralidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
45
3.1.4
O Princípio da Publicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
45
3.1.5
O Princípio da Eficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
46
Resumo do Capítulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
47
3.2
4
Resultados Alcançados
48
4.1
Características dos Princípios Constitucionais . . . . . . . . . . . . . . .
48
4.2
Métrica: Aderência aos Princípios Constitucionais (APC) . . . . . . . . .
50
4.3
Análise dos modelos de licenças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
52
4.3.1
GPL Versão 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
52
4.3.1.1
Legalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
52
4.3.1.2
Impessoalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
52
4.3.1.3
Moralidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
53
4.3.1.4
Publicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
53
4.3.1.5
Eficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
53
4.3.2
Lesser General Public License 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . .
54
4.3.3
BSD License . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
54
4.3.3.1
Legalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
54
4.3.3.2
Impessoalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
54
4.3.3.3
Moralidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
54
4.3.3.4
Publicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
55
4.3.3.5
Eficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
55
MIT License . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
55
4.3.4
vii
4.3.4.1
Legalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
55
4.3.4.2
Impessoalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
56
4.3.4.3
Moralidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
56
4.3.4.4
Publicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
56
4.3.4.5
Eficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
57
Apache License Versão 2.0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
57
4.3.5.1
Legalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
57
4.3.5.2
Impessoalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
58
4.3.5.3
Moralidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
58
4.3.5.4
Publicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
58
4.3.5.5
Eficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
59
4.4
Resumo do Capítulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
59
4.5
Resumo do Capítulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
60
4.3.5
5
Conclusões e Trabalhos Futuros
61
5.1
Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
62
5.2
Trabalhos Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
63
Anexo A General Public License versão 1
67
Anexo B General Public License versão 2
74
Anexo C General Public License versão 3
82
Anexo D Gnu Lesser General Public License versão 2.1
97
Anexo E Gnu Lesser General Public License versão 3
108
Anexo F BSD License
112
Anexo G MIT License
114
Anexo H Apache License versão 2
115
viii
Lista de Tabelas
2.1
Tabela das licenças selecionadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
23
4.1
Tabela com os valores de APC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
50
4.2
Definição das variáveis e funções da métrica APC. . . . . . . . . . . . .
51
4.3
Tabela de síntese da análise das licenças . . . . . . . . . . . . . . . . . .
59
4.4
Tabela de síntese da métrica APC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
60
ix
Introdução
O avanço tecnológico nas últimas décadas permitiu a criação de
ferramentas, tais como, a Internet, que favorecem a disseminação do conhecimento
através de uma abordagem de construção colaborativa e participativa. Neste cenário a
produção do conhecimento é descentralizada entre indivíduos e comunidades que passam
a ser capazes de produzir bens intangíveis, como a informação, o conhecimento e até
mesmo o próprio software (FREITAS; MEFFE, 2008). A definição de um bem intangível,
bem como a sua principal característica, é a inexistência da propriedade física, cujo valor
é delineado pelos benefícios futuros conferidos ao proprietário do bem (HENDRIKSEN;
BREDA, 2007).
Embora o software seja considerado um bem intangível, é importante
ressaltar a forte característica rentável provocada por modelos de licenças que
ocasionam restrições de acessos e uso do código fonte, marcando-o como um ativo
tangível (FREITAS; MEFFE, 2008), o que compromete, significativamente, a sua
evolução colaborativa. A utilização de licenças livres em softwares evidencia a
característica principal do bem intangível, estimula seu crescimento e desenvolvimento
colaborativo, além de desenvolver o domínio tecnológico e proporcionar a
interoperabilidade (FREITAS; MEFFE, 2008).
Tendo em vista essa perspectiva, o Governo Federal tem incentivado o
uso do Software Livre para soluções de Tecnologias da Informação e Comunicação
(TIC) nos órgãos da federação, o qual gerou o projeto do Software Público Brasileiro
(SPB), cujo propósito é apoiar o compartilhamento de programas de computadores com
o objetivo de prover oportunidades para que toda a sociedade possa se beneficiar dos
bens públicos (FREITAS; MEFFE, 2008), neste caso, o software.
Ao implantar políticas de Software Público, a administração pública
participa ativamente no apoio à economia de bens intangíveis, e incentiva a produção
colaborativa do conhecimento (MEFFE, 2008). Essa análise é constitucionalmente
justificada. Embora a constituição não tenha definições quanto sua adequação a modelos
de desenvolvimento de sistemas, toda estatal é vinculada à princípios constitucionais,
que indicam os fins e meios para suas ações, tais como, o Princípio da Legalidade,
Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência, que, conforme resultado deste
trabalho, são, em sua essência, compatíveis com as quatro liberdades do Software
Livre (FALCAO; LEMOS; FERRAZ, 2007).
Motivações e Perspectivas
Alinhado ao ideal de contribuição e compartilhamento de soluções de
software e estimulado pelos resultados da campanha de Software Livre desenvolvida na
Federação, o Governo do Estado do Ceará, no ano de 2008, decretou o uso prioritário
de soluções livres para a área da Tecnologia da Informação e Comunicação nos órgãos e
entidades que compõem o Poder Executivo Estadual.
Além do Decreto Estadual, o projeto de software livre está alinhado às
metas da Resolução 02/2008, que definem o percentual de migração para tecnologias
livres nas estações de trabalho, nos servidores e sistemas legados dos órgãos e
entidades do Governo do Estado, dentre outras atividades que justificam o projeto, como
a capacitação dos técnicos e usuários, e ações sociais de inclusão digital (CEARA, 1998) .
O Projeto de Software Livre é coordenado pela Secretaria do Planejamento
e Gestão do Estado do Ceará (SEPLAG), por meio da Coordenadoria de Estratégias de
Tecnologia da Informação e Comunicação (COETI) e apoiado pelo Decreto Estadual No
29.255, o qual prioriza o uso do Software Livre nos órgãos / entidades do Governo.
No ano de 2008 foi realizado o I Seminário de Planejamento do Projeto,
cujo objetivo foi a elaboração do Plano de Ação, que foi publicado na Resolução
No 02/2008 do Conselho Superior de Tecnologia da Informação e Comunicação CSTIC (CEARA, 1998).
Para o desenvolvimento e implantação do projeto foram adotadas ações
2
básicas, tais como, a formação do Grupo de Trabalho (GT), com o objetivo de definir as
diretrizes de Software Livre; a publicação do Decreto Estadual que institui as políticas
de Software Livre; a implementação do Comitê Gestor de Software Livre do Estado do
Ceará (CGSL), o qual apoia a implementação do projeto; e a elaboração e publicação de
normas, metas, procedimentos e orientações técnicas para homologação e padronização
de software.
No início do ano de 2010 foi realizado, na SEPLAG, o II Seminário
de Planejamento do projeto, que teve como objetivo reavaliar as metas antigas e
propor mudanças e melhorias para suas realizações. Dentre as metas analisadas,
foram classificadas como prioritárias para 2010: a elaboração e execução do Plano de
Comunicação do Projeto, que desenvolverá a cultura de Software Livre; a Criação da
Comunidade de Software Livre, que tem o objetivo de integrar os órgãos, contribuindo
para o trabalho coletivo; a conclusão da migração dos sistemas operacionais das estações
de trabalho e dos sistemas legados; a elaboração das políticas de Software Público,
cujo foco é apoiar e incentivar o uso do Software Público em prol do benefício de toda
a sociedade; e a capacitação dos usuários finais pelo sistema de Ensino à Distância (EAD).
Para garantir a realização e acompanhamento das metas, anualmente é
reformulado pela equipe de Software Livre do Governo do Estado, o documento do Plano
de Ação do Projeto, que contém as atividades a serem desenvolvidas durante o ano.
Conforme o Plano de Ação do ano de 2010, faz-se necessária a formulação de Políticas
de Software Público com objetivo de fortalecer e incentivar o uso de Software Livre na
sociedade cearense. Essa prática não é incipiente, o Governo Federal já tem implantado
um projeto nesse nicho, o Software Público Brasileiro (MEFFE, 2008).
Objetivos
Objetivo Geral
Esta pesquisa, desenvolvida com o apoio da Secretaria do Planejamento
e Gestão (SEPLAG) do Estado do Ceará, por meio da Coordenadoria de Estratégias
de Tecnologia da Informação e Comunicação (COETI), tem o objetivo de analisar a
adequação das principais licenças de software livre quanto aos Princípios Constitucionais
Admnistrativos. O resultado obtido subsidiará as definições de licenças de Software
3
Livre a serem analisadas pelo Grupo de Trabalho que elaborará as Políticas de Software
Público para o Projeto de Software Livre do Estado do Ceará, conforme metas do Plano
de Ação para o segundo semestre de 2010.
Objetivos Específicos
Este trabalho possui os seguintes objetivos específicos:
• Conceituar e diferenciar os termos Software Livre, Open Source e Software Público;
• Identificar as principais licenças de Software Livre e de código aberto existentes
atualmente;
• Selecionar, dentre as licenças identificadas, aquelas adequadas ao uso pela
administração pública, tendo como referencial os princípios administrativos
constitucionais.
Metodologia
Neste trabalho será realizada uma análise da adequação das principais
licenças de software livre aos Princípios Constitucionais Administrativos. A seleção
das licenças ocorrerão através de critérios de seleção que foram definidos conforme
Free Software Foundation e Open Source Iniciative. O estudo inicia com uma revisão
bibliográfica focada nas diferenças entre os conceitos de software livre, software aberto e
software público, além do estudo dos termos da Lei 9.609, Lei do Software Brasileira.
Em seguida será realizado o estudo dos termos de cada licença selecionada,
conforme consulta realizada no sítio da Open Source Iniciative. Os Princípios
Constitucionais serão estudados posteriormente, momento em que serão identificadas as
características de cada princípio.
Após os estudos, serão criadas métricas que definirão o nível de adequação
das licenças aos Princípios Constitucionais. As métricas serão aplicadas conforme a
adequação dos termos das licenças de software analisadas com as características de cada
princípio.
4
Na sequência, os resultados serão sintetizados em uma tabela, objetivando
facilitar sua visualização.
Organização da Monografia
O presente trabalho se encontra organizado como segue. No capítulo 1
são apresentados os Objetivos Geral e os Específicos. No capítulo 2 desenvolve-se o
referencial teórico de suporte à pesquisa. As licenças de Software Livre são discutidas no
capítulo 3. Os princípios constitucionais relacionados, são apresentados e discutidos no
capítulo 4. No capítulo 5 são abordados os resultados alcançados no trabalho. O capítulo
6 encontram-se as conclusões e os trabalhos futuros.
5
Capítulo 1
Referencial Teórico
Este capítulo aborda a pesquisa bibliográfica que constitui a
fundamentação teórica do projeto.
Para seu desenvolvimento, foram realizadas
consultas às obras de autores, cuja contribuição na literatura é relevante, além das
consultas às comunidades de Software Livre e à Constituição Federal.
O capítulo está dividido sequencialmente numa introdução ao conceito,
características e principais diferenças do Software Livre (Seção 2.1), Open Source (Seção
2.2), Software Público (Seção 2.3). Na Seção 2.4 encontra-se o estudo aos termos da Lei
do Software Brasileira e, finalmente, na Seção 2.5 um breve resumo do capítulo.
1.1
Software Livre
Denomina-se Software um conjunto de dados, código-fonte,
documentações e configurações necessárias para que um programa de computador
possa operar corretamente, ou seja, todo o conhecimento necessário envolvido no
projeto, análise e desenvolvimento de programas de computadores (SOMMERVILLE,
2007). O Software Livre, embora detenha esse conjunto de atributos, desenvolve outras
propriedades no âmbito intelectual, que incentivam o compartilhamento e a disseminação
do conhecimento, conforme pode ser visto na seção 1.1.2 (SILVA, 2004).
Sérgio Amadeu (2004) compara o Software Livre a um objeto, o qual
se pode emprestar, vender ou doar de tal forma que esse não deixe de lhe pertencer.
Assim sendo, o referido “objeto” poderá ser usado quantas vezes forem necessárias para
propósitos distintos. Análoga a uma epidemia, a ideia do software livre é disseminar
o conhecimento de forma massiva, em que cada usuário possa evoluir e repassá-lo
continuamente. Isso é o que pode ser chamado de ciclo evolutivo do conhecimento.
1.1.1
Histórico do Software Livre
Na década de 50 os softwares eram produtos que não tinham perspectivas
de grandes lucros, pois eram vendidos acoplados ao hardware, o qual detinha uma
porção rentável bem maior que os sistemas que os acompanhavam. Baseado nesse
modelo de venda, ao adquirir uma solução de software, o usuário poderia adaptá-la de
forma a usufruir do melhor desempenho do hardware sem que houvessem limites para
isso (CAMPEBELL-KELLY, 2008).
A partir de 1970, fundamentada no conceito de que tal compartilhamento
não era justo e prejudicaria a qualidade dos sistemas fornecidos aos usuários finais,
essa ideia adquiriu uma nova perspectiva para a indústria de software, o que deu início
a era do software fechado ou proprietário, bem como suas restrições e limitações de
uso (CAMPEBELL-KELLY, 2008).
A exemplo dessa perspectiva, pode-se observar o contexto da
empresa American Telephone and Telegraph (AT&T), grande empreendedora de
telecomunicações nos Estados Unidos da América, que possuía limitações legais, as
quais impossibilitavam-na de fabricar seus próprios computadores. Portanto, era preciso
adquirir computadores dos mais variados fabricantes para o gerenciamento das suas redes
de telefonia. Essa situação era desconfortável, uma vez que computadores de fabricantes
diferentes não se comunicavam.
Existia pouca ou nenhuma interoperabilidade.
Reinava o caos.
Identificando essa dificuldade, a AT&T escreveu seu próprio sistema operacional,
que seria desenvolvido uma única vez, podendo ser traduzido conforme a necessidade
dos padrões utilizados. Consequentemente, este sistema operaria em vários computadores
diferentes (FALCAO; LEMOS; FERRAZ, 2007).
7
Nascia o projeto UNIX. Estando a AT&T impossibilitada de vendê-lo
devido a restrições legais, começou distribuí-lo livremente. Não havia necessidade
de solicitar qualquer permissão a AT&T para obter os fontes do sistema, estudá-los e
alterá-los. O UNIX teve grande aceitação nas universidades, as quais aperfeiçoavam e
evoluíam o programa conforme as necessidades de uso.
Devido a um processo de reestruturação, em 1984 a AT&T foi
desmembrada em empresas menores. Tal fato a tornou livre das restrições legais
que possuía e contribuiu para seu ingresso no setor computacional. Uma das primeiras
decisões da AT&T, após sua reestruturação, foi controlar o UNIX, ou seja, torná-lo
fechado. Qualquer pessoa ou empresa que se interessasse em utilizar o sistema deveria
obter a permissão através de uma licença de uso cedida pela AT&T (FALCAO; LEMOS;
FERRAZ, 2007). Em resumo, pode-se afirmar que nos primórdios da computação
estavam presentes as características do software livre, tais como a interoperabilidade e o
desenvolvimento colaborativo (FSF, 2010).
Em resposta a essa nova perspectiva adotada pela indústria de software,
Richard Stallman, até então pesquisador do laboratório de inteligência artificial do
Massachusets Institute of Technology (MIT), deu início em 1983 a um marco na história
da tecnologia e do software livre.
Stallman trabalhava no MIT com computadores ligados em rede que
compartilhavam uma impressora. A equipe do MIT desenvolveu um programa para
controle da fila de impressão e o utilizava até o início de 1984, momento em que o
programa fora substituído pelo software do fabricante da impressora. Identificando
algumas melhorias para a evolução do código do novo programa, a fim de que
atendessem às necessidades de uso do MIT, Stallman solicitou à empresa que o
desenvolveu, o código-fonte para que fosse aperfeiçoado.
No entanto, a empresa não atendeu a solicitação do Richard, recusando-se
a ceder-lhe o código. Essa atitude foi recebida como forma de uma grave ofensa moral
aos usuários, desenvolvedores e todos, que de qualquer forma, fariam uso do sistema
desenvolvido pela fabricante de impressoras, visto que todo o conhecimento envolvido
para o desenvolvimento do software era produto de esforços coletivos (STALLMAN,
2002).
8
Assim sendo, em 1983, Stallman se desliga do emprego no MIT e dá
início ao projeto GNU (uma sigla recursiva para Gnu is Not Unix, ou seja, GNU não
é UNIX), ganhando apoio dos programadores e pesquisadores que contribuíam com o
UNIX, após a ação do fechamento do seu código, em 1984 pela AT&T.
O projeto GNU considerou como princípios básicos para a sua
elaboração o compartilhamento e desenvolvimento colaborativo (STALLMAN, 2002).
Qualquer pessoa, usuário ou desenvolvedor, poderia contribuir ou utilizar os softwares
desenvolvidos no projeto.
Richard iniciou o projeto implementando uma série de aplicativos, para
que pudesse usufruir de um computador sem precisar usar programas proprietários.
Com a consolidação do GNU, outros softwares foram sendo acoplados ao projeto com
o objetivo de atender às necessidades de uso dos seus participantes. Esse processo foi
significativo para a evolução do sistema.
Em 1991, Linus Torvalds, um estudante finlandês, desenvolveu um
componente que estava faltando no GNU, o kernel, uma espécie de camada que integra o
hardware ao sistema operacional, passando a ser conhecido como GNU/Linux, que desde
então vem se fortificando. O GNU/Linux é considerado um dos sistemas operacionais
mais usado no mundo, sendo mantido e atualizado pela comunidade de software livre em
conjunto com diversas empresas, tendo inclusive, várias e diferentes versões do sistema
implementadas (STALLMAN, 2002).
1.1.2
As liberdades do Software Livre
Em 1985, após iniciar o projeto GNU, Stallman fundou a Free Software
Foundation (FSF), Fundação do Software Livre, uma organização sem fins lucrativos,
cujo principal objetivo é incentivar o desenvolvimento de software livre, promover a
liberdade e garantir os direitos de todos os usuários e desenvolvedores de software
livre (FSF, 2010).
Em 1989, surge a necessidade de instituir medidas jurídicas que visassem
9
a garantia de que os softwares, desenvolvidos sob os ideais defendidos pela FSF,
fossem mantidos obedecendo a essas regras fundamentais. Essas medidas resultaram
em um contrato jurídico chamado de GNU GPL (GNU General Public License ou
Licença Pública Geral do GNU), a licença de software livre mais aceita e difundida no
mundo (FSF, 2010).
Nos termos da GNU GPL foram estabelecidas quatro liberdades básicas
que definem um software livre conforme a FSF. Essas liberdades, que formam os pilares
de todo o conceito que existe dentro do modelo de compartilhamento do Software
Livre (STALLMAN, 2002), são:
0. A liberdade que permite a execução do programa com qualquer finalidade;
1. A liberdade que permite o estudo das funcionalidades do programa. Para o exercício
dessa liberdade é necessário o acesso ao código-fonte;
2. A liberdade que permite a livre distribuição de cópias, com o objetivo de que outras
pessoas se beneficiem, e;
3. A liberdade que permite aperfeiçoar o programa e distribuir essa evolução. Essa
liberdade requer o acesso ao código-fonte do programa.
A partir dessas liberdades observa-se que o Software Livre, mesmo
não sendo um termo recente, visto que seu projeto existe há mais de 20 anos, é um
fenômeno na tecnologia da informação. A evolução do conceito Software Livre vem
impactando não somente a indústria do software, como também todas as esferas culturais
e sociais (GNU, 2010).
Tudo que envolve compartilhamento, distribuição, contribuição e
colaboração pode ser classificado como princípios de uma cultura livre, que tem em sua
essência os ideais traçados pela FSF. São as liberdades de copiar, reproduzir, distribuir
e evoluir que tornam o projeto acessível para comunidades de desenvolvedores em todo
o mundo. A participação desses desenvolvedores é intensa a ponto de gerar grandes
comunidades distribuídas em todo o planeta, socializando o conhecimento e suas práticas.
Os pilares do Software Livre são fundamentados nas premissas básicas
da liberdade de expressão, do acesso à informação e do caráter coletivo e distribuído
10
do conhecimento (CASTRO, 2005). Apoiado por essas premissas, Silva (2004)
afirma que o conceito do Software Livre é saudável, pois torna-se socialmente correto,
economicamente praticável e tecnologicamente sustentável.
1.2
Código Aberto (Open Source)
A resistência em aceitar as liberdades do Software Livre por parte dos
pequenos, médios e grandes empresários da indústria do software tornou-se comum
durante toda sua ascensão. A ideia de distribuir “gratuitamente” todo o conhecimento
investido em um determinado produto de software é vista como prejudicial à saúde
econômica da empresa (SABINO; KON, 2009). Além disso, a indústria desenvolveu uma
espécie de competitividade tecnológica, uma disputa pelo primeiro lugar em inovação. E,
consequentemente, o primeiro lugar na preferência dos seus consumidores.
Tornar livre todo o conhecimento existente em seus produtos é uma das
maiores inseguranças que as empresas possuem, pois receiam que esse conhecimento
seja usado pela concorrência. Sabe-se porém, que essa insegurança prejudica a evolução
do conhecimento humano na esfera tecnológica. Tal afirmação é justificada ao longo de
toda a história da humanidade nas mais diversas áreas sociais (STALLMAN, 2002).
Sem o compartilhamento das informações, o conhecimento estaria
no passado e certamente a evolução de qualquer que sejam suas variantes, estaria
prejudicada (STALLMAN, 2002). A exemplo disso, cita-se o caso dos Violoncelos
Stradivarius, os melhores violoncelos já produzidos no mundo. Atualmente existem
apenas 60 unidades, pois todo o conhecimento necessário para a produção dos
instrumentos findou-se com o seu criador, Antônio Stradivarius, no século XVI. Até hoje
toda a comunidade de músicos lamenta que as técnicas de produção de violoncelos do
Stradivarius não existam mais (FABER, 2006).
Objetivando evitar a perda do conhecimento por causa da insegurança que
a indústria de software tem em compartilhar os seus legados, surge em 1998 o conceito
Open Source, traduzido para português como Código Aberto (SABINO; KON, 2009).
As próximas subseções têm a finalidade de contextualizá-lo a partir do seu histórico e
princípios, evidenciando suas finalidades e diferenças em relação ao Software Livre.
11
1.2.1
História do Open Source
A história do Open-Source é precedida por toda a história do Unix,
Internet, Software Livre e cultura de compartilhamento existente. A partir desses fatos
isolados e depois de uma série de outros eventos surgia o Código Aberto (OSI, 2010).
Em 1997, Eric Raymond, forte contribuinte do projeto GNU e adepto aos
ideais do Software Livre, lança o livro “A Catedral e o Bazar”. O livro de Raymond
obteve uma repercussão positiva, esclarecendo o ideal do compartilhamento de forma
lucrativa e viável para a indústria do software (RAYMOND, 1998).
Raymond exemplificou por meio do seu livro as formas de
desenvolvimento colaborativo, evidenciando suas diferenças e vantagens, usando como
exemplo o modelo de desenvolvimento da evolução do kernel do Linux, classificado
como o modelo Bazar por ser totalmente aberto à comunidade (RAYMOND, 1998).
Esse livro foi uma forte contribuição para a Netscape Communications
Corporation abrir o código-fonte do Netscape Communicator, aplicativo de navegação
web. Considerando a pressão que vinha sofrendo ao perder parcelas significativas no
mercado devido ao apoio que o Internet Explorer, seu maior concorrente, recebia da
Microsoft, a qual o acoplou ao seu produto, o sistema operacional Windows.
A Netscape sentiu-se obrigada a adotar o Open Source como forma
estratégica, com o objetivo de recuperar os usuários do seu navegador que estavam
migrando para o Internet Explorer (RAYMOND, 1998). Poucas horas após a liberação
do código do Netscape Communicator, o projeto já havia recebido vários reparos de erros
e sugestões de evolução (OSI, 2010).
No dia 3 de Fevereiro de 1998, em Palo Alto – Califórnia, Estados
Unidos, foi realizada uma reunião entre Eric Raymond, Todd Anderson, Chris Peterson,
John “maddog” Hall, Larry Augustin, Sam Ockman e Michael Tiemann, membros
contribuintes da comunidade de Software Livre, com o objetivo de analisar a decisão da
Netscape em tornar aberto o seu navegador, viabilizar um planejamento para a publicação
12
do código e mensurar perspectivas futuras.
Os presentes na reunião perceberam que a ocasião era ideal para apresentar
ao mundo corporativo as vantagens da iniciativa de desenvolvimento de Software Aberto
fora dos pilares do Software Livre, que difunde uma posição anti-comércio, a qual
causava insegurança e resistência na indústria de software. Surge portanto, o termo Open
Source a fim de diferenciar do termo Software Livre, sugerido na ocasião por Chris
Peterson (OSI, 2010).
1.2.2
A Open Source Initiative
A ideia do anticapitalismo é descartada pelos que defendem o projeto
Open Source. Afirma-se porém que, trata-se de uma alternativa ao desenvolvimento de
software, aplicada ao negócio da indústria. O modelo colaborativo e compartilhado de
produção intelectual.
Durante a reunião de Palo Alto, firmou-se a Open Source Iniciative (OSI),
que significa a Iniciativa do Código Aberto, organização sem fins lucrativos que tem
como objetivo conscientizar e sensibilizar o uso do código aberto, fundamentada por 10
pilares que o definem. A relação abaixo apresenta os princípios do Open Source. São
termos que devem existir nas licenças dos softwares que se declaram código aberto (OSI,
2010).
1. Livre distribuição: A licença inclusa no software não deve restringir sua venda ou
distribuição, como componente de outro programa ou não;
2. Código-fonte: O código-fonte deve estar incluso no programa, ou deve-se
possibilitar sua obtenção livremente, sendo legível por qualquer pessoa;
3. Trabalhos Derivados: A licença deve permitir modificações e trabalhos derivados,
e que sejam distribuídos sobre termos da licença original;
4. Integridade do autor do código-fonte: A licença pode restringir o código-fonte
de ser distribuído em uma forma modificada. Caso contrário, deve permitir
a distribuição do programa a partir do código-fonte modificado e requerer que
programas derivados tenham identificadores diferentes do original;
13
5. Não discriminação contra pessoas ou grupos: A licença não pode fazer
discriminação de pessoa ou grupo de pessoas;
6. Não discriminação contra áreas de atuação: A licença não deve restringir o uso
do programa a um domínio tecnológico, tal como, empresa ou universidade;
7. Distribuição da Licença: Todos que recebem o programa detém os direitos
aplicáveis a esse, sem a necessidade de uma licença para isso;
8. Licença não específica a um produto: Os direitos de um programa não dependem
de suas partes;
9. Licença não restrinje outros programas: A licença não pode especificar que
outros programas distribuídos na mesma unidade de armazenamento estejam sob
a mesma licença;
10. Licença neutra em relação à tecnologia: A licença não pode estabelecer vínculo
a uma tecnologia.
Observa-se que o Código Aberto, também conhecido como Open Source,
traz em sua essência parte dos fundamentos do Software Livre, vistos na seção anterior. É
comum encontrar na literatura autores que afirmam que o Software Livre é Open Source,
porém é possível que sistemas baseados em código aberto não sejam livres, ou seja, não
atendam as quatro liberdades que formam os pilares do Software Livre (SABINO; KON,
2009).
Da mesma forma, é comum encontrar na literatura softwares que são
distribuídos gratuitamente e que por sua vez não são livres, e nem possuem o código
aberto, são conhecidos como Softwares Gratuitos (SILVA, 2004). Esses softwares
são assim distribuídos como forma de atrair usuários. São também conhecidos como
softwares demonstrativos, que trazem parte ou todas as funcionalidades do software, são
geralmente liberados para uso por tempo pré-definido. Após esse tempo o usuário deve
adquirir a licença do software para usá-lo. Devido a essas divergências de conceitos,
entre livre, gratuito e aberto, a FSF chama o software livre de Free Open Source (FOS),
ou seja, Código Aberto Livre (STALLMAN, 2002).
O Open Source e o Software Livre são alinhados com o mesmo objetivo
de compartilhamento e de preservação do conhecimento. As diferenças entre esses
14
dois termos estão em suas abordagens práticas. Enquanto o Software Livre aborda
o compartilhamento do conhecimento de forma ideológica, o Open Source o aborda
de forma comercial, evidenciando a vantagem rentável que existe no modelo de
desenvolvimento distribuído e colaborativo. De certa forma, ambos os termos tratam o
conhecimento como um legado humano, que deve ser amplamente difundido, garantindo
sua persistência e evolução.
1.3
Software Público
Nas seções 1 e 2 deste capítulo foram abordados temas que tratam de
compartilhamento e colaboração distribuída. Naquela, foram evidenciados os contextos
ideológicos e sociais que existem na essência do compartilhamento. Na outra, a essência
do compartilhamento foi abordada em uma versão comercial e lucrativa para o mundo
corporativo. Quando se trata de Software Público, entende-se que esses temas convergem
de forma abrangente, relacionando o compartilhamento à Administração Pública,
favorecendo a comunidade, as corporações e a sociedade como um todo (FREITAS;
MEFFE, 2008).
1.3.1
O Software Público Brasileiro
As instituições do setor público tentam compartilhar softwares desde
1995, encontrando alguns obstáculos para efetivar essa atividade. Um desses obstáculos é
a legalização do software com um modelo de licenciamento capaz de suprir a necessidade
de cada envolvido. Além disso, outras razões de ordem administrativas e técnicas
impediam o compartilhamento dos softwares (MEFFE, 2007).
Tecnicamente a inviabilidade se dava devido à intensa dependência do
hardware nos ambientes tecnológicos e à arquitetura centralizada no desenvolvimento de
sistemas. No sentido administrativo, a razão era a lentidão dos processos e acordos das
parcerias para o compartilhamento de sistemas. Sendo que os acordos proporcionavam
mais direitos ao cedente do sistema e não solucionavam as questões de licenciamento,
pois caso houvesse quebra de acordo, os envolvidos poderiam ser proibidos de prosseguir
com o desenvolvimento (MEFFE, 2007).
15
A evolução tecnológica da arquitetura computacional do ambiente de
grande porte para os microcomputadores e sua democratização, influenciaram na
independência dos hardwares, tornando os sistemas desenvolvidos compatíveis entre
parceiros. Ressalta-se que essa democratização fi consequência da atitude da International
Business Machines (IBM) em tornar público, e disponível, o projeto IBM-PC, com
o sistema operacional DOS da Microsoft Corporation. Apesar desse avanço, ainda
existiam grandes dificuldades para o compartilhamento de sistemas, pois os modelos de
licenciamento de software mantinham fortes restrições de uso e distribuição (BRANCO,
2004).
Com o crescimento do acesso à internet e às redes sociais, o sentimento
de colaboração e compartilhamento invadiu as organizações governamentais e privadas.
Esse sentimento iniciou um novo modelo de produção de software: a rede de colaboração.
Assim, a Internet e o Software Livre indicaram para o setor público um novo momento
de produção compartilhada de software. Neste momento, os entraves da administração
pública passam a ser mais de ordem jurídica do que tecnológica (FREITAS; MEFFE,
2008).
Em 2001, a Empresa de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul
(PROCERGS) disponibilizou a ferramenta de groupware, denominada Direto, tornando
a primeira tentativa de disponibilização com menores considerações nos acordos formais
e maior reforço na licença. Foi utilizada para a disponibilização do software Direto, a
licença GPL versão 1. Mudanças na diretoria da instituição iniciaram embates jurídicos,
que refletiram de forma negativa para a iniciativa tomada, pois estabeleceu incerteza
quanto ao avanço do compartilhamento de sistemas pelo setor público (BALINSK, 2002).
No ano de 2005, foi licenciado sob a segunda versão da GPL em
português, pelo Governo Federal, a primeira solução de Software Livre. Era uma solução
de inventário de hardware e software, o CACIC, desenvolvida pela Dataprev (Empresa
de Tecnologia e Informações da Previdência Social), tornando-se posteriormente um
exemplo bem sucedido do Software Público Brasileiro. Atualmente, o CACIC tem
a maior comunidade de colaboradores cadastrada no Portal do Software Público,
com mais de 20.000 usuários que assumiram papéis dinâmicos para a evolução da
solução (BRANCO, 2004).
16
Conforme legislação corrente, verifica-se que o software desenvolvido por
entidades de direito público é tratado por natureza como um bem público. Essa premissa
estabeleceu a primeira base para fundamentar o conceito de Software Público, cujo
principal objetivo é o interesse público por determinada solução (FALCAO; LEMOS;
FERRAZ, 2007).
Como toda cadeia de produção, o Software Público precisa de recursos
para ser produzido. Esse recurso pode vir de um órgão governamental, empresas ou
parceiros na sociedade com interesses comuns. Nesse sentido, observa-se que o bem
software produzido é tratado como um produto de acesso ao público em geral, que
precisará utilizar um espaço de produção colaborativa cujo resultado fica disponível para
toda a sociedade.
Um dos primeiros passos do projeto para sua materialização foi
disponibilizar um ambiente que permitisse o compartilhamento das soluções. Portanto,
no ano de 2007, foi lançado o Portal do Software Público Brasileiro, cujo objetivo é
prover um ambiente no qual vários atores sociais pudessem compartilhar suas soluções
e da mesma forma usar as soluções compartilhadas. O portal desenvolve uma economia
que tem como base a colaboração, em que a oferta e a procura compartilham o mesmo
espaço virtual, destinados não somente aos que estabelecem relações comerciais, mas
também à toda sociedade. O Portal já oferece à sociedade mais de 20 soluções de
softwares em áreas variadas, tais como, educação, geoprocessamento, administração,
saúde, dentre outras (MEFFE, 2007).
Atualmente, o portal conta com mais de 29.000 usuários e um número
crescente de prestadores de serviços que se beneficiam com os softwares disponibilizados.
A ideia do software produzido por entidades publicas ser tratado como bem público
vem sendo disseminada e aceita por diversos países. O Brasil tornou-se exemplo com o
sucesso do Portal do Software Público (www.softwarepublico.gov.br), exportando esse
conceito para países vizinhos (MEFFE, 2007).
O conceito do Software Público Brasileiro é ainda incipiente, mas têm
revelado resultados promissores para todos os envolvidos. Isso é justificado por meio
dos indícios que surgem do forte crescimento do acervo de soluções compartilhadas,
da disseminação do uso dos softwares compartilhados no Portal, ou seja do alto índice
17
de download desses softwares, da participação da sociedade na evolução colaborativa
e da chegada de inúmeros outros interessados em fortalecer a iniciativa. O Portal é
considerado como um ambiente seguro para o compartilhamento de soluções no setor
público, no qual toda a sociedade é diretamente favorecida, sendo referência para o que
se conhece na economia como bens intangíveis públicos.
1.4
A Lei do Software Brasileira
No território brasileiro o uso e comercialização do software são regidos
pela Lei 9.609/98 e está submetido à legislação de Direitos Autorais. O registro de
software é efetuado junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e possui
validade internacional (BRASIL, 1998).
O registro de software é um meio eficiente para a prova da autoria do
programa. O prazo de proteção para quem cria um programa e comprova ser o legítimo
autor é de 50 anos a partir de 1o de janeiro do ano subsequente à data da sua criação. O
registro é essencial para a proteção do software. Além dele, existem outros instrumentos
que são utilizados com a mesma finalidade, tais como, as licenças de uso do programa.
Por lei, o contrato pelo qual é disponibilizado o software, é conhecido como Contrato de
Licença. As licenças não são padronizadas, por isso essas existem em grande variedade.
Em 19 de Fevereiro de 1998, foi promulgada a Lei 9.609, que tem como
objetivo proteger a propriedade intelectual de programa de computador, bem como
sua comercialização no país. Dentre as temáticas tratadas na Lei estão a garantia ao
software, as condições de comercialização, a proteção aos direitos do autor e as infrações
e penalidades.
Quanto à garantia, a Lei é clara, para qualquer que seja o produto de
software comercializado em território nacional, o distribuidor deve fornecer a garantia
para os usuários / clientes, referente ao bom funcionamento do programa, sendo essa
cláusula obrigatória. A obrigação persistirá caso o programa seja retirado de circulação
comercial durante o prazo de validade.
Para as condições de comercialização, a Lei define que o uso dos
18
programas de computadores se dará por meio de contrato de licença, que devem
conter os tributos e encargos exigíveis, a responsabilidade pelos pagamentos e a
remuneração do titular dos direitos de programa de computador. A norma reguladora não
reconhece as licenças que limitam a produção, a distribuição ou a comercialização, em
violação às disposições normativas em vigor, e também, as licenças que dispensam as
responsabilidades por quaisquer ações de terceiros, decorrentes de defeitos ou violação
de direitos de autorais. Para o repasse de tecnologia a Lei obriga a entrega, por parte
do fornecedor, da documentação completa, do código-fonte comentado, especificações,
diagramas, fluxogramas e quaisquer outros dados técnicos necessários à absorção da
tecnologia.
Quanto à proteção aos direitos autorais, a Lei determina que a propriedade
intelectual de programa de computador tem o mesmo regime que as obras literárias, além
daquelas do disposto na lei. A tutela dos programas de computador estará resguardada
pelo prazo de 50 anos. Fica determinado na Lei que os programas de computador
podem ser registrados por órgão ou entidade do Poder Executivo. Os direitos quanto as
derivações de programa de computador, inclusive sua exploração econômica, pertencerão
à pessoa autorizada, exceto para os casos contrários explícitos nos termos do contrato.
Finalizando, a Lei informa que, os que violarem os direitos do autor,
estarão sujeitos a detenção de seis meses a dois anos ou multa. Caso essa violação seja a
reprodução do todo ou parte do programa para uso comercial, conhecido como pirataria,
o infrator receberá uma pena de um a quatro anos de reclusão e pagará multa.
Com a promulgação da Lei do Software definiu-se que o software
recebe o regime jurídico do Direito Autoral para proteção dos interesses dos seus
respectivos autores. Para tanto o autor deverá comprovar a autoria do seu trabalho, sendo
consideravelmente importante o registro no INPI. O prazo de validade dos direitos é de
50 anos e as penalidades referentes as infrações aos direitos autorais podem chegar a
quatro anos de reclusão. Um programa de computador tem seu uso legalizado por meio
de seu objeto de licença. No próximo capítulo serão estudadas as principais licenças de
software livre existentes no mundo.
19
1.5
Resumo do Capítulo
Neste capítulo foi possível verificar a diferença entre os termos software
livre, open source e software público. Ressalta-se que, embora esses termos possuam o
mesmo objetivo, que é compartilhar conhecimento, trazem abordagens distintas quanto
as suas definições.
Quanto à abordagem do software livre, vista na seção 1, o
compartilhamento do conhecimento é tratado de forma ideológica, visando o benefício
social. Por sua vez, o open source tem em sua abordagem o ganho comercial que
o compartilhamento pode fornecer para a indústria e para o comércio do software.
Já o software público traz um conceito de compartilhamento no âmbito administrativo
público. Nesse último foram verificadas as vantagens sociais que existem em compartilhar
conhecimento por órgãos públicos. O contexto da participação da administração pública
na democratização do conhecimento foi abordado na seção 3, de forma exemplificada,
por meio do projeto de Software Público do Governo Federal.
O capítulo da revisão bibliográfica foi finalizado com uma análise à Lei do
Software Brasileira. Na seção 4 foram verificados os principais artigos da referida norma,
observando os direitos e deveres dos usuários e comerciantes de produtos de software no
território nacional.
20
Capítulo 2
Licenças de Software Livre
No dia 19 de Fevereiro de 1998, a fim de proteger a propriedade intelectual
dos programas de computadores, foi promulgada a Lei do Software Brasileira de número
9.609/98, que trata dos conceitos técnicos de programas de computadores, de suas
definições, da proteção e criação do programa de computador, dos direitos de titularidade
sobre autoria de software e da garantia legal da utilização na forma de licença de
uso (BRASIL, 1998).
Portanto, entende-se que a Lei em pauta visa o controle e a proteção dos
direitos do autor do programa de computador e define as punições àqueles que violá-los.
Entendendo a importância da legalização de uso dos softwares e dos direitos autorais,
foi visto no capítulo anterior que as organizações defensoras do compartilhamento de
conhecimento, Free Software Foundation e Open Source Iniciative, através de termos
legais, conhecidos como licenças de uso, buscam garantir os direitos autorais sem
prejudicar o compartilhamento do conhecimento e a construção colaborativa de sistemas
de software.
Existem diversas licenças de software disponibilizadas para a comunidade.
Adicionalmente, qualquer pessoa pode confeccionar sua própria licença, embora isso não
seja recomendado, devido ao risco de não aceitação da mesma. O mais apropriado é que
sejam utilizadas as licenças existentes (GNU, 2010). No entanto, caso o desenvolvedor
deseje disponibilizar seu programa sob os termos de uma licença definida por ele próprio,
não existem impedimentos. Contudo, a OSI e a FSF disponibilizam as licenças de
software (livre ou de código aberto) que são submetidas às suas análises.
A exemplo da aplicação de uso de uma licença de software livre, ao
disponibilizar o código fonte de um programa no Portal do Software Público Brasileiro,
o usuário estará registrando o seu programa sob a versão 2 da licença GPL (SPB, 2010).
O uso das licenças de Software Aberto é uma forma de proteger os direitos
do autor, além de garantir o repasse de conhecimento. Por essa razão os portais de
compartilhamento de conhecimento estão atentos ao fato de que as obras publicadas em
seus ambientes devam conter a licença apropriada para tal publicação (GNU, 2010).
Em função do número elevado de licenças disponíveis é inviável
analisá-las exaustivamente. Por este motivo, consideram-se os seguintes critérios como
filtros para redução deste número:
1. São consideradas as licenças mais utilizadas (entenda-se populares), segundo a
Open Source Iniciative (OSI, 2010), e;
2. Selecionam-se as licenças de código livre e compatíveis com a GPL, conforme Free
Software Foundation (FSF, 2010).
Pelo primeiro critério, reduz-se o número de licenças disponíveis,
atualmente superior a 50 (cinqüenta), para apenas 8 (oito), a saber:
• Apache License 2.0 - (Apache)
• New and Simplified BSD licenses - (BSD)
• GNU General Public License - (GPL)
• GNU Library or "Lesser"General Public License - (LGPL)
• MIT license - (MIT)
• Mozilla Public License 1.1 - (MPL)
• Common Development and Distribution License
• Eclipse Public License - (EPL)
22
Sobre conjunto resultante do primeiro critério de seleção, aplica-se então o
segundo filtro, isto é, selecionam-se as licenças compatíveis com a GPL, critério este
sugerido pela FSF. Deste modo, o conjunto de licenças a ser analisado é novamente
reduzido a apenas 5 (cinco), relacionadas abaixo:
• GNU General Public License - (GPL)
• GNU Library or Lesser General Public License LGPL - (LGPL)
• BSD Licenses - (BSD)
• MIT Licenses - (MIT)
• Apache License 2.0 - (Apache)
Destaca-se que somente as versões mais recentes destas licenças são
consideradas na análise, isto porque estas mantém todos os termos das versões anteriores
e ainda acrescenta novos. A tabela 2.1 apresenta uma síntese da seleção de licenças
descritas.
Critério 1
Apache v2
BSD
GPL
LGPL
MIT
MPL
CDDL
EPL
Critério 2
Apache v2
BSD
A GPL
LGPL
MIT
Análise
Apache v2
BSD
GPLv3
GPL v2.1
MIT
Tabela 2.1: Tabela das licenças selecionadas
2.1
General Public License
A necessidade de que os direitos do autor fossem preservados e que os
Softwares Livres continuassem livres mesmo quando disponibilizados na comunidade,
surgiu quando Richard Stallman, fundador da Free Software Foundation, ainda enquanto
trabalhava no MIT, desenvolveu um código para um interpretador de LISP.
Na mesma época a empresa Symbolics, que funcionava dentro do
laboratório no qual Richard trabalhava, teve acesso ao código desenvolvido por Stallman,
23
que concordou em liberar uma versão do código para o domínio público. Posteriormente,
a empresa Symbolics estendeu e melhorou o programa que foi disponibilizado.
Stallman solicitou que essa melhoria fosse repassada, porém a empresa
se negou em atender sua solicitação. A partir desse fato, Stallman percebeu que
seria importante proteger os direitos de quem desenvolve e compartilha programas de
computadores (STALLMAN, 2002). Para isso seria necessário se apoiar na legislação e
não somente mudar o pensamento dos desenvolvedores para a abordagem colaborativa.
Surgia o termo copyleft, que foi proposto por um amigo de Richard, Don Hopkins,
quando ao lhe escrever uma carta adicionou o termo, “Copyleft – all rights reversed”, ou
seja, “Copyleft – todos os direitos revertidos” (STALLMAN, 2002).
O nome copyleft tornou-se uma provocação com o nome da lei de
copyright, a lei internacional que trata do direito de cópia. Para disponibilizar um
trabalho como copyleft, primeiramente registra-se o copyright do trabalho e em seguida
são adicionados os termos de distribuição, que garantem os direitos de usar, alterar e
distribuir o programa ou qualquer que sejam suas derivações (GNU, 2010). Segundo
Stallman, o termo copyleft é apenas um conceito, sendo que os termos específicos de
distribuição do programa devem estar contidos em sua licença de uso. Portanto, em 1989,
a FSF lança a primeira versão da General Public License – GPLv1, baseada nos termos
do copyleft (FSF, 2010). Atualmente a GPL está em sua terceira versão como poderá ser
visto nas próximas subseções.
2.1.1
General Public License Versão 1
Em primeiro de fevereiro de 1989, a Free Software Foundation publicara
a primeira versão da GNU General Public License, trazendo em seus termos as quatro
liberdades do software livre que implicam no direito de usar, estudar, evoluir e distribuir
qualquer software que esteja sob sua proteção. A GPL surgiu como uma necessidade
à proteção dos direitos de quem desenvolve software livre e para a garantia de que
o software, após sua disponibilização à comunidade, continuasse a manter as quatro
liberdades defendidas pela Fundação do Software Livre, mesmo quando utilizado como
parte de outros projetos de softwares (FSF, 2010).
A primeira versão da GPL é constituída de duas seções sendo que a
24
primeira é formada por onze termos, de zero à dez, que tratam respectivamente: do
direito de cópia, distribuição, modificação e da garantia de uso; e a segunda seção é um
apêndice que exemplifica como devem ser aplicados os termos da primeira seção aos
novos programas. Esse apêndice é também utilizado nas outras versões da licença.
A primeira seção inicia no termo de número 0, o qual trata a aplicação da
licença, ou seja, a quem se aplicam os direitos e deveres dos programas, trabalhos ou suas
derivações o qual estará sob os termos da licença. Os termos de número 1, 2 e 3 tratam
dos direitos e condições à cópia e distribuição. Conforme esses termos, a licença permite
a cópia e a distribuição sem perda de informações, isto é, o programa ou trabalho deve
permitir que qualquer pessoa copie e distribua todo ou parte do trabalho licenciado. Para
isso é condição obrigatória que o código fonte do trabalho esteja disponível e no formato
editável.
Os termos de número 4 e 6, da primeira seção, vetam a cópia e distribuição
de trabalhos publicados sob a GPLv1 cuja derivação não esteja sob a proteção da referida
licença. Ressalta-se que devido a esses termos, a GPLv1 adquire uma característica
“viral”, assim sendo, qualquer que seja a obra derivada de uma original que esteja
licenciada com a GPL, essa deve permitir os termos 1, 2 e 3 supracitados relacionados à
cópia e distribuição.
O termo de número 5 deixa claro que todo aquele que copia, distribui e
modifica um programa baseado nessa licença estará automaticamente aceitando esses
termos. Por sua vez considera-se conforme o termo de número 7, que podem ser incluídas
melhorias dos termos nas futuras versões da licença.
O termo de número 8 abre uma exceção para os que tem interesse em não
disponibilizar as alterações realizadas no trabalho cujo original use a licença GPL. Para
tanto, a GPLv1 ratifica que é necessário entrar em contato com o autor solicitando a
permissão para essa ação.
Os termos de número 9 e 10 identificam respectivamente os responsáveis
por falhas e riscos de manipulação do programa como sendo o próprio usuário, retirando
qualquer responsabilidade dos autores por danos causados pelo uso do sistema, inclusive
as perdas de dados, mesmo que o usuário tenha sido informado de tal possibilidade. Essa
25
prerrogativa é válida exceto se for exigido pela legislação ou acordado por escrito.
Além da versão de número 1, encontram-se disponíveis no sítio do Projeto
GNU as versões de número 2 e 3, que possuem em sua essência os termos dessa versão
com algumas diferenças que serão tratadas nas próximas subseções.
2.1.2
General Public License Versão 2
A segunda versão da General Public License foi publicada em junho de
1991, adicionou dois termos em relação à primeira. Esta versão é formada por treze
termos, de zero à doze, que abordam os critérios que permitem a cópia e distribuição
livre, preocupando-se com os registros de patentes, visto que qualquer programa livre é
facilmente ameaçado por patentes de software.
Além do termo de número 0 definir a quem se aplica a licença, foi
considerado que qualquer outra atividade diferente de cópia, distribuição e modificação
não serão cobertas pela licença. A execução do programa não é um ato restrito, visto que
a saída do programa é protegida por essa licença apenas se seu conteúdo constituir um
trabalho baseado no Programa. Essa observação não existia na primeira versão da GPL.
No termo de número 1 são mantidos os direitos à cópia e distribuição do
código em qualquer meio, desde que sejam mantidos intactos os termos da licença do
programa. Foi respeitada a possibilidade da cobrança de taxa mediante o ato físico de
distribuição de uma cópia. Além disso, esta versão considerou a possibilidade da oferta
de venda da garantia e do suporte para o programa.
O termo de número 3 ratifica o que foi determinado no termo anterior.
Considerando que deve ser respeitado o direito de alteração e evolução, e a replicação
da licença mesmo que seja usado somente uma parte do programa. Foi adicionada a
possibilidade de controlar a distribuição de trabalhos derivados ou coletivos baseados no
Programa.
Assim como na versão anterior, nos termos de número 4 e 6 estão os
direitos de copiar, modificar, sublicenciar ou distribuir o programa, conforme estabelecido
26
nos termos da licença, desde que esses termos se mantenham em total conformidade e
sejam retransferidos para o usuário que receberá a nova versão do programa.
Diferente da primeira versão, o termo de número 5 deixa livre a aceitação
da Licença, desde que o usuário não a tenha assinado. Contudo, o usuário perderá os
direitos de modificar ou distribuir o programa ou seus trabalhos derivados.
O termo de número 7 aborda as questões relacionadas a patentes, tendo
como objetivo proteger a integridade do processo de distribuição de software livre, que é
implementado pelas práticas de licenças livres. Essa abordagem não foi formalizada na
primeira versão da GPL. Considera-se que muitas pessoas têm contribuído amplamente
com o software livre. Portanto, cabe ao autor decidir se está disposto a distribuir seu
programa utilizando outro tipo de licença. Ressaltando que essa escolha não pode ser
feita por um licenciado.
Outra consideração que não constava na primeira versão está no termo
de número 8, o qual aborda a restrição de utilização e distribuição de programas em
certos países, ou para determinados domínios, podendo ser acrescentado nos termos da
licença uma limitação geográfica de distribuição explícita, por exemplo. Desse modo a
distribuição passa a ser permitida apenas dentro do escopo declarado.
O termo de número 9 desta versão é similar ao termo de número 7 da
versão 1, que trata da possibilidade de publicação de futuras versões da licença com o
objetivo de atender futuras demandas de permissões que possam surgir. Dessa mesma
forma, o termo de número 10 da segunda versão equivale ao termo de número 8 da
primeira, o qual aborda a importância de contatar com o autor original caso haja o
interesse de algum licenciado em alterar os termos da licença das evoluções do programa.
Por fim, os termos 10 e 11 abordam a garantia e a responsabilidade
dos riscos de qualidade e performance que o uso da licença GPL institui para os
desenvolvedores e usuários. Assim sendo, observa-se que a licença GPLv2 isenta seu
autor de qualquer responsabilidade quanto a garantia. No entanto, considera que esses
termos estão sujeitos à legislação aplicável ou à acordos por escrito.
27
2.1.3
General Public License Versão 3
A mais nova versão da General Public License foi lançada em 29 de junho
de 2007 com o objetivo de evitar que mesmo estando registrado sob os termos das versões
anteriores, programas desenvolvidos para determinados hardwares e que são evoluídos
pela comunidade possam ser utilizados nesse mesmo hardware. A exemplo dessa
situação, a Free Software Foundation cita o TiVo, um gravador digital que inclui código
licenciado sob a GPLv2, disponível para a comunidade, pode ser alterado e redistribuído,
mas não pode ser utilizado no aparelho, visto que o TiVo tem uma tecnologia que barra a
execução de códigos não permitidos pelo fabricante (GNU, 2010).
Além dessa situação, a FSF preocupou-se, durante a elaboração da GPLv3,
com o mecanismo de Digital Rights Management (DRM), que são tecnologias usadas
em produtos digitais com o objetivo de controlar a criação de cópias não autorizadas, a
utilização de arquivos e limitar suas execuções. Isso é bastante comum em produtos de
música e vídeo.
Sabe-se que a FSF é contra o uso de DRM, visto que essa tecnologia impõe
limite de uso, cópia e alteração por parte dos usuários. Ressalta-se que a intenção da
inclusão de termos que aderem ao mecanismo de DRM é não limitar que fossem usadas
tecnologias livres para seu desenvolvimento, como forma de garantir a liberdade dos
usuários que desejam desenvolver programas para esse mecanismo. É sempre importante
ressaltar que a GNU GPL não restringe o que os usuários fazem com o software, mas
apenas os impede de restringir outros usuários (FSF, 2010).
A GPLv3 possui 18 termos. Observa-se que no primeiro termo os autores
preferiram trabalhar com as definições, ou seja, a terminologia utilizada na licença.
Assim sendo, entende-se como sendo “Esta Licença” a GPLv3. Modificar uma obra é
o mesmo que copiar ou adaptar parte ou a obra completa. A definição de “programa” é
qualquer obra intelectual licenciada sob esta versão.
O termo de número 1 tem como foco o código fonte, ou seja, o produto
editável do programa; trata das suas definições dentro do contexto da GPLv3. Já o termo
de número 2 aborda as permissões básicas definidas, que é o direito de executar, copiar, e
redistribuir. É importante ressaltar que embora a GPLv3 possua essas permissões básicas,
28
o sublicenciamento não é permitido conforme será visto no termo de número 10.
A proteção jurídica dos direitos dos usuários é tratada no termo de número
3, o qual define que ao cobrir uma obra com os termos dessa licença, o autor renuncia
qualquer poder legal para proibir a evasão de medidas tecnológicas, negando qualquer
intenção de limitar a execução ou modificação do funcionamento da obra.
O termo de número 4 aborda o ato de fornecer cópias. A licença é
totalmente a favor dessa prática desde que sejam mantidos os direitos dos usuários
tratados nos demais termos. Ressalta-se que a licença permite que seja cobrada quantia
em dinheiro pelo ato físico do fornecimento de cópias, mas não pelo fato de usar o
programa.
A distribuição das modificações do código fonte é tratada de forma similar
as versões anteriores desta licença. Percebe-se que além de atender ao termo de número
4, durante o processo de distribuição devem ser respeitados os critérios do termo de
número 5, que são a garantia de que toda modificação seja disponibilizada com avisos
de que trata-se de uma versão modificada. Além disso, as modificações devem ser
licenciadas sob os termos dessa mesma versão.
As obras licenciadas em forma de código objeto são tratadas no termo
de número 6, que podem ser licenciadas na forma de fornecimento do código dentro de
um produto físico, permitindo o intercâmbio de código, alterações e evolução sem que o
código deixe de funcionar no produto. Para tanto, faz-se necessário fornecer o código,
deixá-lo disponível para que seja acessado em outras meios de transmissão e não somente
dentro do produto. Não sendo permitido limitar as formas do uso do código-fonte por
parte do usuário. Ainda neste termo é mencionado a importância do fornecimento das
informações quanto a instalação em formato de documento público que não requeira
senhas especiais para serem desempacotados. O termo 6 finaliza informando que o
fornecedor não será obrigado a incluir garantias de versões alteradas por usuários.
O termo de número 7 aborda algumas permissões adicionais que podem
ser aplicadas a toda licença ou só parte dela. Sendo que para o segundo caso, a parte
que recebe a aplicação dos termos adicionais não restringe a aplicação da licença em
todo o programa. Assim sendo, quem receber uma cópia de uma obra sob a GPLv3 pode
29
remover qualquer um dos termos adicionais, da mesma forma o usuário pode inserir
permissões adicionais. A GPLv3 traz, no termo de número 7, algumas desas permissões,
tais como: a possibilidade de negar a garantia do produto; exigir especificações de
autoria do objeto licenciado; e até mesmo, limitar o uso do objeto para fins publicitários.
Ressaltando que essas permissões podem ser removidas da licença, inclusive adicionadas
outras desde que não contradiga o que está estabelecido nos termos da licença.
O termo de número 8 trata a questão da rescisão da licença. Ao rescindir
a licença GPLv3 em uma determinado versão de um produto, não serão encerradas as
licenças das versões anteriores cobertas pela GPLv3. Portanto, a rescisão é feita em uma
nova versão. Versões que já estejam licenciadas, permanecerão licenciadas.
Para executar uma cópia do programa não existe a necessidade de aceitar
os termos da licença, porém para ter o direito de copiar e distribuir qualquer obra
registrada sobre a GPLv3 é necessário aceitar os termos da licença. Isso está escrito no
termo de número 9. O termo de número 10 informa que esse licenciamento é automático.
Ou seja, cada vez que o usuário recebe um programa sob os termos dessa licença, o
evolui e o repassa, automaticamente a licença será aplicada a versão alterada.
As questões relacionadas a patentes, que foi um dos principais motivos
para a elaboração dessa versão, estão contidas no termo de número 11, o qual proíbe que
organizações distribuam trabalhos cobertos pela licença e institui dentre outros termos
que os colaboradores que desenvolvem sob as condições dessa licença concedam uma
licença mundial irrevogável totalmente livre de patentes.
O termo de número 12 preocupa-se com a liberdade de terceiros. Mesmo
que o usuário tenha imposições judiciais que contradigam as condições desta Licença,
ele não estará livre dessas condições. Portanto, se o usuário não pode fornecer seu
código sob essa licença, de modo que satisfaça suas obrigações diante a legislação, é
recomendado que desista completamente da transmissão do programa.
A licença permite a interação da GPLv3 com a GNU Affero General
Public License. Conforme termo de número 13, arquivos fontes ou módulos separados
podem ter sua licença combinada com a AGPL. A GNU Affero é uma licença escrita
pela FSF que é recomendada para desenvolvedores que tem seus projetos executados em
30
rede (GNU, 2010).
Assim como nas versões anteriores da GPL, esta versão ressalta que
podem existir versões futuras com objetivo de abordar novos problemas em relação a
distribuição e compartilhamento de código fonte. Essa questão é tratada no termo de
número 14 da GPLv3.
Os termos 15, 16 e 17 tratam das garantias e responsabilidades que a
licença fornece. Como nas versões anteriores, a GPLv3 não prevê a garantia do código
fonte, bem como seus resultados de execução, salvo pelos limites da lei e garantias
implícitas de comercialização ou finalidades particulares que o próprio usuário queira
assumir.
Embora a licença GPLv3 receba algumas críticas da comunidade de
software livre por permitir a interação com desenvolvimento de mecanismos de DRM, e
visto que a própria FSF não concorda com esses mecanismos, considera-se uma licença
madura que busca em seus termos a liberdade dos seus usuários.
2.2
Lesser General Public License
A GNU Lesser General Public License - LGPL é uma licença homologada
pela Free software Foundation que aborda os direitos de cópia e de distribuição de código
de bibliotecas de programa como parte do programa e não como um todo. Dessa forma, a
LGPL é compatível com programas mistos cuja cópia e distribuição são aplicadas a essas
partes do código e não a todo o fonte do programa.
A Free Software Foundation não incentiva o uso desta licença, visto que
permite que códigos livres sejam usados em projetos não livres. Porém é necessária uma
licença para pessoas que não estão dispostos a abrir todo o programa, tendo em vista que
a GPL tem característica viral, ou seja, se parte do programa utiliza licença GPL todo o
programa deve usá-la, o que não é a intenção de alguns desenvolvedores de software.
A LGPL possui atualmente 2 versões. A versão 2.1 é compatível com
a GPLv2 e substituiu a GNU Library Public License versão 2, por isso sua primeira
31
versão foi numerada como 2.1. A GNU Library Public License foi a primeira tentativa
de elaboração de uma licença para bibliotecas de software. É importante ressaltar que a
Library foi substituída pela Lesser pela própria Free Software Foundation, portanto não
fará parte do escopo desta pesquisa. A versão 3 da LGPL é compatível com a terceira
versão da GPL.
2.2.1
Lesser General Public License Versão 2.1
Essa versão é compatível com a GPLv2, portanto preocupa-se com o
contexto de patentes de bibliotecas de software, da mesma forma que a GPLv2 ressalta
a importância de proteção dos autores referentes a quebra de patentes. O objetivo de
usar uma licença que cobre somente uma biblioteca de um programa é permitir que seja
possível ligar bibliotecas livres a programas proprietários. A LGPL v2 é formada por
17 termos que condicionam a cópia, distribuição e modificação bem como definem a
garantia de uso de bibliotecas baseadas nessa licença.
O primeiro termo da LGPL, o termo de número 0 é relativamente parecido
com o termo 0 das versões da GPL, o que diferencia é que além de atribuir a quem
se aplica a licença, esse termo defini biblioteca de software como sendo uma coleção
de funções de software de forma que se ligam a programas de aplicação para formar
programas executáveis.
O termo de número 1 relaciona o direito de cópia e distribuição do código
fonte completo da biblioteca, é em sua essência bastante parecido com o termo de número
1 da GPLv2.
A modificação e distribuição de partes ou toda a biblioteca são tratadas
na seção de número 2, que institui cláusulas para condicionar essas modificações à
biblioteca de software. Uma dessas cláusulas é a exclusão de qualquer possibilidade de
modificação do software sem que seja a biblioteca protegida por esses termos. Outra
clausula é o de reconhecimento da evolução dos arquivos, ou seja, todo e qualquer
usuário que evolua a biblioteca registrada sobre a LGPL deve identificar essa evolução.
O termo de número 3 preocupa-se com a aplicação da GPLv2 para uma
32
determinada cópia da biblioteca. Caso o usuário deseje registrar sua biblioteca sob
os termos da GPLv2, deve atentar ao fato de que os avisos dessa licença devem ser
mantidos. O mesmo ocorre para versões posteriores a GPLv2. É importante ressaltar que
essa alteração é irreversível para a cópia que teve sua licença alterada, sendo aplicável a
GPLv2 a todas as cópias subsequentes e trabalhos derivados feitos com base na cópia.
A cópia e distribuição do código da biblioteca devem ser feitas em meios
acessíveis, e devem estar completos acompanhados com os requisitos de execução. Essa
cláusula corresponde ao termo de número 4.
Está fora do escopo desta licença qualquer programa que não derive de
uma biblioteca registrada sob esses termos, incluindo os programas que apenas utilizam
a biblioteca para sua execução. Ressaltando que programas que fazem uso da biblioteca
para a sua execução gera um executável derivado da biblioteca que é abrangido pelos
termos desta licença. A não ser que a execução do programa possa ser realizada sem a
biblioteca. Essas questões são tratadas no termo de número 5.
O termo de número 6 trata da evolução e combinação da biblioteca
com outros programas. São definidas cláusulas para a cópia e distribuição, tais como,
a disponibilização do fonte, a especificação da alteração da versão licenciada, a
disponibilização da biblioteca através de um mecanismo adequado. Ressalta-se que
mesmo que o programa apenas use a biblioteca, esse deve estar disponível com a
biblioteca, dessa forma evita-se que seja utilizado no mesmo programa bibliotecas
proprietárias e livres.
O termo de número 7 define que dispositivos da biblioteca licenciada sob
a LGPLv2 podem ser combinados com outros dispositivos de outra biblioteca que não
esteja sob a LGPLv2, desde que respeitem as cláusulas do termo de número 6, forneça
cópia da obra sem a combinação das bibliotecas e informe onde essa combinação pode
ser encontrada.
Conforme termo de número 8, qualquer tipo de cópia, modificação, bem
como o sublicenciamento ou distribuição da Biblioteca é proibido, exceto conforme
estabelecido nesta licença, podendo o usuário ter seus direitos recendidos. Contudo,
terceiros que tenham recebido cópias da biblioteca e tenham mantido os termos da
33
licença não terão sua licença recendida.
O termo de número 9 trata da liberdade de aceitação da licença. O
usuário não é obrigado a aceitar os termos desta licença, desde que não a tenha assinado.
Ressaltando que as permissões para modificar ou distribuir a biblioteca ou suas obras
derivadas são, sumariamente, canceladas. Sendo que o ato de distribuir e modificar a
biblioteca ou trabalhos baseados nela implica na automática aceitação dos termos da
LGPLv2. Esse direito é transferido para todo o usuário que recebe o programa, conforme
termo de número 10.
Conforme o termo de número 11, para os casos em que por motivos
de restrições judiciais ou infração de patentes, os termos dessa licença não podem ser
cumpridos, é recomendável que o usuário desista da distribuição da biblioteca.
A limitação da distribuição da biblioteca por regiões geográficas pode
ser inclusa como termo da licença, conforme mencionado no termo de número 12.
Isso devido as restrições que alguns países possuem para distribuição das bibliotecas
conforme regiões pré-definidas.
Assim como nas outras licenças elaboradas pela FSF, a LGPL pode sofrer
evoluções em seus termos nas versões futuras que diferem entre si pelo número da versão.
A licença prevê essa evolução no termo de número 13.
O termo de número 14 define que a incorporação de parte da biblioteca
em programas livres incompatíveis com essa licença deve ser feita mediante autorização
do autor
Os dois últimos termos desta licença, de número 14 e 15, abordam a
garantia e limitações de uso. Sendo que, conforme LGPLv2 nenhum usuário que registra
sua biblioteca sob essa versão é obrigado a fornecer garantias, exceto se solicitado
pela legislação local. Qualquer usuário que redistribua a biblioteca não poderá ser
responsabilizado por danos que essa venha a causar decorrentes de sua utilização.
A LGPL é aplicável às bibliotecas de softwares com o objetivo de
34
garantir o direito a liberdade de desenvolvedores que tenham interesse em desenvolver e
disponibilizar somente parte do programa. Para isso, a LGPL faz restrições que impedem
a limitação ou cancelamento desses direitos, que são traduzidas em responsabilidades
para os usuários que distribuem cópias da biblioteca ou as modificam.
2.2.2
Lesser General Public License Versão 3
A terceira versão da LGPL incorpora os termos e condições da versão 3 da
GNU General Public License, complementada pelas permissões adicionais dos termos
descritos na LGPLv3. Essa versão foi lançada oficialmente no dia 29 de junho de 2007 e
é formada por sete termos, sendo a versão mais recente da Lesser General Public License.
O termo de número 0 introduz as definições das palavras que serão
utilizadas nos demais termos da licença, tais como: “GNU GPL”, que é referente a
versão 3 da GPL; a palavra “Biblioteca”, que representa uma obra coberta pela licença,
exceto aplicações ou obras combinadas; e “aplicação”, que é um trabalho que faz uso da
biblioteca.
O próximo termo, número 1, ressalta que a obra pode ser coberta pela
licença sem que esteja vinculada ao terceiro termo da GPLv3. A distribuição da versão
modificada de uma cópia da biblioteca é condicionada a dois itens do termo de número
2. Os itens impõe que sejam usados os termos dessa licença para a versão modificada
ou sob os termos da GNU GPL, nesse segundo caso devem ser ignoradas as permissões
adicionais.
Para a distribuição de biblioteca com softwares que tenham códigos
incorporados ou obras combinadas, os termos 3 e 4 determinam alguns critérios a
serem seguidos. Na incorporação de códigos devem ser considerados dois critérios;
fornecer um aviso em cada cópia do código e o código do programa deve estar sob os
termos da GNU GPLv3 e da LGPLv3. As obras combinadas podem ser retransmitidas
desde que não restrinja a modificação da biblioteca. Além disso são critérios para essa
retransmissão: fornecer aviso prévio dessa combinação, o trabalho combinado deve ser
fornecido com uma cópia da GPLv3 e desta licença; fornecer os fontes que estão cobertos
por essa licença; e fornecer informações de instalação para os casos em que exista a
obrigatoriedade, conforme a seção 6 da GPLv3.
35
Além da combinação da biblioteca com outros programas, a licença
aborda os casos em que a biblioteca é combinada com outras bibliotecas no termo de
número 5. Nesses casos a biblioteca combinada deve incluir cópia da biblioteca que está
sob os termos dessa licença, sem a combinação. Além disso deve ser fornecido aviso da
combinação da biblioteca.
No último termo da licença são tratadas as futuras versões revisadas que
podem ser publicadas pela Free Software Foundation, considerando que essas versões
serão similares ao escopo da versão atual sendo numeradas de forma distinta.
A LGPLv3 é uma licença livre compatível com a GNU GPL, podendo
ser associada a versão 3 da GPL. Seu escopo foi desenvolvidos para cobrir trabalhos
conhecidos como bibliotecas de software. Essas bibliotecas são consideradas como
componentes, partes de softwares, desconsiderando o programa como todo. Observa-se
com a elaboração dessa licença que a Free Software Foundation está empenhada em
desenvolver produtos de licenças que garantam a liberdade de todos os desenvolvedores
que compartilham com os ideais do software livre.
2.3
BSD License
A BSD License foi uma das primeiras licenças de software livre escrita.
Desenvolvida originalmente pela Universidade de Berkeley, logo após a restrição que a
AT&T impôs ao sistema operacional UNIX, que até então era utilizado na universidade.
Com as restrições impostas, a universidade desenvolveu seu próprio sistema operacional,
o Berkeley Software Distribution, que por sua vez foi disponibilizado sob os termos da
licença desenvolvida para ele (GNU, 2010). Os termos da BSD podem ser alterados, pois
a licença não define estrições para isso.
Atualmente a licença BSD possui 3 cláusulas, sendo que em sua versão
anterior contava-se com uma cláusula a mais. A cláusula que foi retirada exigia que todo
software distribuído sob a licença BSD deveria informar que possuía código desenvolvido
na Universidade de Berkeley. Essa situação tornou-se inconveniente, visto que durante
a agregação de outros componentes ao software, eram inseridos os nomes dos seus
36
respectivos desenvolvedores (GNU, 2010). Tornou-se juridicamente inviável, pois era
difícil definir a autoria do programa, além de que, para projetos que integravam diversos
componentes, havia uma longa lista de nomes na licença. Essa cláusula foi retirada da
licença em 1999 (OSI, 2010).
As três primeiras cláusulas da licença são precedidas pelo aviso de
copyright o qual determina que o binário e o fonte do software podem ser distribuídos
desde que obedeçam três cláusulas básicas: a redistribuição do código fonte deve conter
o aviso de direitos autorais, que identifica o titular; a lista de condições, formada pelas
três cláusulas; e o aviso de isenção de garantias, que subsegue a lista de cláusula. Já a
redistribuição na forma binária, é condicionada na segunda cláusula ao aviso de direitos
autorais, as condições da licença e ao termo da não garantia na documentação e/ou
qualquer outro material fornecido com a distribuição.
A terceira cláusula institui que o nome da organização ou o dos
contribuidores não podem ser utilizados para apoiar ou favorecer os produtos derivados
do software, exceto os casos em que exista autorização prévia para isso.
A licença finaliza com os avisos sobre garantias e responsabilidades. A
licença isenta os detentores dos direitos autorais e contribuintes a serem responsabilizados
por quaisquer danos causados por qualquer motivo, incluindo a isenção de qualquer
responsabilidade por insatisfações do uso do software, incluindo mas não se limitando as
garantias implícitas de comercialização e adequação para propósitos particulares.
A licença BSD é simples e compatível com a GPL. Nota-se que devido a
simplicidade e flexibilidade que seus termos possui, a BSD é considerada juridicamente
vaga. Contudo, os softwares cobertos pela BSD possuem uma licença de software
livre objetiva e que tem direitos próximos aos softwares disponibilizados no domínio
público (GNU, 2010).
2.4
MIT License
A licença MIT é também conhecida como X11, por ter sido desenvolvida
para o X Window System, que é o gerenciador gráfico utilizado no sistema operacional
37
Gnu/Linux. A licença foi originalmente desenvolvida pelo Massachusetts Institute of
Technology em 1987, é simples e pequena, possui apenas três parágrafos. Existem outras
versões da licença, visto que não há restrição quanto a inserção de novos termos na
licença (GNU, 2010).
O primeiro parágrafo da licença MIT institui os direitos à cópia,
distribuição, alteração do software sem que haja limite. Esses direitos são aplicados para
qualquer usuário que receba um software com essa licença. A MIT prevê a condição
de que esses direitos só serão respeitados para os casos em que sejam mantidos o aviso
de copyright e a licença seja anexada a todas as partes do software. Essa condição está
prevista no segundo parágrafo da licença.
A garantia e responsabilidades são temas tratados no terceiro e último
parágrafo. Nesse fica instituído que o software é fornecido sem qualquer tipo de garantia,
sendo que os danos causados não podem ser atribuídos ao autor do software. Ressalta-se
que esse termo é aplicável inclusive, mas não se limitando, aos casos em que o software
seja utilizado comercialmente por terceiros, a garantia pode ser fornecida, porém em
nenhum momento os detentores dos direitos autorais serão os responsáveis. Esse
parágrafo protege os autores de processos judiciais, visto que isenta a responsabilidades
para os casos em que o software seja usado de forma ilícita por terceiros.
A Licença MIT embora simples, é clara e bem definida. É uma licença
de software livre compatível com a GPL, pois garante o direito a execução, cópia e
modificação sem que haja restrições para isso. É por sua vez bastante utilizada, visto que
existem diferentes versões dessa licença devido a possibilidade de inclusão de termos
adicionais, pois não existe restrição quanto a alteração e inclusão dos seus termos. Além
disso, a MIT não restringe que softwares cobertos por seus termos não sejam utilizados
em porções de código fechado, nem ao menos impede o sublicenciamento. Devido a isso,
é justificável a grande adesão dos desenvolvedores por esse tipo de licença (OSI, 2010).
2.5
Apache License Versão 2.0
Em janeiro de 2004 a Apache Software Foundation (ASF) lança a versão
2.0 da licença Apache com o objetivo de que os softwares desenvolvidos fora da
38
fundação pudessem adotá-la e aumentar a compatibilidade com a GPL. Considerando
que as versões anteriores não possuíam compatibilidade com a GPL, essas não são
instrumentos de pesquisa deste trabalho devido ao critério número 2 de seleção das
licenças o qual define que devem ser livres e compatíveis com a GPL (ASF, 2010).
A licença apache possui 9 termos que tratam as condições de uso e
distribuição do software. No termo de número 1 são expostas algumas palavras e
suas respectivas definições que serão utilizadas na licença, dentre estas, a palavra
“Licença” significa os termos de 1 a 9; “Licenciante” é o detentor dos direitos autorais; e
"Contribuinte"é um licenciante beneficiário de um trabalho que incorpora contribuições
ao mesmo.
O termo de número 2 define a concessão de licença de copyright
introduzida na Apachev2. Assim sendo, os termos e condições da licença institui que
cada contribuinte cede ao usuário um produto com uma licença irrevogável que concede
o direito de reproduzir, elaborar trabalhos derivados, inclusive sublicenciar e distribuir
o trabalho. Por sua vez, no termo de número 3 a ASF inseriu a concessão de licença de
patentes a qual institui que cada contribuinte concede ao usuário uma licença perpétua
sem cobrar patentes, de forma irrevogável, não podendo questionar patentes do software
distribuído.
Os critérios de distribuição são definidos no termo de número 4 da licença.
Portanto, é permitido distribuir cópias do software ou de softwares derivados, desde que
os termos da licença sejam repassados. Além disso, as modificações devem conter avisos
que as identifiquem e os avisos que existem no trabalho original devem estar contidos nos
derivados, sendo permitido que qualquer contribuinte adicione seus respectivos avisos,
esses por sua vez não podem modificar a licença.
As condições de contribuições são definidas no termo de número 5, o qual
trata que essas devem usar a licença apache como padrão, salvo os casos em que sejam
definidos explicitamente o contrário pelo contribuinte. Ressaltando que para esses casos,
os termos e condições da licença não podem ser alterados.
O uso de nomes comerciais e/ou marcas registradas é vetado conforme o
termo de número 6. Esse termo concede exceção aos casos em que deva ser descrita a
39
origem do trabalho e sua reprodução nos avisos.
O termo de número 7, 8 e 9 institui as condições de renúncia e aceitação
da garantia e os limites de responsabilidade. A licença institui que o usuário é o único
responsável pelo uso ou redistribuição do Trabalho, assumindo todos os riscos. Além
disso, nenhum contribuinte pode ser responsabilizado por danos de natureza qualquer
causados pelo trabalho sob os termos da licença Apache. Outras entidades não podem
prover garantias sobre o trabalho coberto por essa licença, salvo os casos em que a
entidade declara que está agindo por conta própria. Ressalta-se que esse termo é legal a
menos que exigido o contrário por leis locais.
Observa-se que a licença Apache possui seus termos precisamente
definidos o que facilita o entendimento e evita conflitos de interesses com os envolvidos.
Tornando-se, a partir da segunda versão, uma licença madura e amplamente utilizada.
2.6
Resumo do Capítulo
Analisou-se neste capítulo os termos das licenças de software livre mais
utilizadas no mundo, cujos termos são compatíveis aos termos da General Public License,
conforme classificadas nos sítios da Open Source Iniciative e Free Software Foundation.
Embora o software livre seja fundamentado nos direitos ao uso, cópia,
modificação e distribuição, observou-se conforme análise, que algumas licenças podem
ser mais permissivas que outras. A exemplo, cita-se a BSD, que é totalmente permissiva,
em relação a GPL.
Observou-se ainda, que a razão para existir versões diferentes da mesma
licença é a necessidade em adequar seus termos às problemáticas relacionadas ao direito
do autor e à liberdade dos usuários que surgem corriqueiramente.
Finalmente, este estudo mostrou que as licenças de software livre estão
evoluindo para que possam manter as liberdades de uso, cópia e distribuição sempre
que surgir problemáticas jurídicas, ou não, que possam prejudicar os direitos dos que
compartilham com os ideais do software livre.
40
41
Capítulo 3
Seleção dos Princípios Constitucionais
A Administração Pública (AP) tem a execução dos seus atos regida
pela Constituição Federal. Mais especificamente, o Art. 37 define os Princípios
Constitucionais Fundamentais dos atos Administrativos. A importância da identificação
das características dos princípios constitucionais, para esta pesquisa, dar-se ao fato de
que este trabalho é produto de estudo para a implantação de Políticas de Software Público
no Poder Executivo do Estado do Ceará. Sendo que tal implementação trata-se de um ato
público, deve-se analisar sua conformidade aos princípios que norteiam a execução dos
atos Administrativos.
Os princípios constitucionais administrativos, que estão no Art. 37 da
constituição, formam a base de toda a Administração Pública. Esses princípios tem como
objetivo orientar os atos administrativos, garantindo a boa administração, que reflete na
gestão dos negócios públicos e na aplicabilidade dos seus recursos para o interesse da
coletividade (SILVA, 2005). São esses:
• O Princípio da Legalidade;
• O Princípio da Impessoalidade;
• O Princípio da Moralidade;
• O Princípio da Publicidade;
• O Princípio da Eficiência.
O cumprimento desses princípios, por parte da Administração Pública,
é por sua vez obrigatório. Qualquer que seja a transgressão a esses, equivale a uma
ofensa a todo o sistema constitucional administrativo. Ressalta-se a inexistência de
hierarquia quanto aos cinco princípios supracitados. Cada princípio tem a sua relevância
constitucional, e, portanto, não é corretor afirmar que um princípio prevalece em relação
a outro (SILVA, 2005). Observa-se que outros princípios são extraídos dos incisos e
parágrafos do Art. 37. Esses não estarão presentes no escopo deste estudo, pois são
implícitos aos cinco princípios aqui estudados.
Este capítulo tem por objetivo contextualizar os cinco Princípios
Constitucionais Administrativos, procurando identificar as principais características
conforme suas definições.
3.1
3.1.1
Detalhamento dos Princípios Constitucionais
O Princípio da Legalidade
Para que os atos públicos sejam considerados legais é necessário que
estejam fundamentados em leis vigente à esses, ou seja, o administrador público não
pode promover ações que não sejam regulamentadas por lei. Conforme Meirelles (2007),
o princípio da legalidade coloca as atividades do administrador sob os mandamentos da
lei, em virtude do bem comum. A negligência a esse princípio por parte do administrador
público, resultará em práticas inválidas, podendo ser penalizado civil e criminalmente.
Ainda sobre a legalidade, é possível afirmar que nos atos administrativos
particulares, toda atividade não proibida é permitida. Observa-se porém, que para os atos
administrativos públicos regidos pelo princípio da legalidade, toda a atividade que não
está permitida por lei é proibida (CARVALHO, 2003).
Conforme Art. 9 da Lei de número 9.609 de 1998, também conhecida
como a Lei do Software Brasileira, entende-se que a licença de software é objeto para o
uso de programas de computadores dentro do território nacional. Portanto, observa-se
que as licenças analisadas neste trabalho estão de acordo com o referido Artigo,
prescrevendo à Lei, visto que essas possuem termos que permitem o uso de programas de
computadores, tratados como licença de software livre.
43
Alinhando-se ao Art. 9, o uso de programas de código livre pela
Administração Pública deve ocorrer por meio das licenças de software livre, atendendo
portanto, o princípio da legalidade, pois estão em conformidade com o que prescreve em
Lei. Ressalta-se que os termos do Contrato de Uso devem estar de acordo com o que
definido nos termos da Lei 9.609. Serão consideradas como características inerentes a
este princípio a Legitimidade e a Licitude.
3.1.2
O Princípio da Impessoalidade
A impessoalidade estabelece que as decisões da AP não podem ser
definidas por atos pessoais do administrador. Assim sendo, a conduta do administrador
público não deve ser regida por seus interesses pessoais. Práticas como favoritismos ou
perseguições devem ser excluídas de sua conduta (MEIRELLES, 2007).
A impessoalidade está diretamente relacionada ao princípio da isonomia,
em que todos são iguais perante a lei. E se todos são iguais perante a lei, tendo em
vista que a Administração Pública tem seus atos geridos pela lei, então todos são iguais
perante a Administração (SILVA, 2005).
Entende-se, a partir das análises dos parágrafos acima, que o uso de
licença de software livre e a liberdade dentro dos seus conceitos, torna igual o usuário
e o desenvolvedor, conforme os termos das suas licenças. Portanto, pode-se aceitar que
o uso de licenças de software livre na Administração Pública está alinhado ao princípio
da impessoalidade, visto que para o software livre e para a administração pública, neste
contexto, todos são iguais perante a lei.
Além disso, o uso do software livre promove o igual direito à informação
e ao conhecimento, não faz acepção de pessoas ou grupos de pessoas. Como
características inerentes a este princípio, cita-se a inexistência de interesse pessoal nos
atos administrativos, ou seja, o sentimento de coletividade e o tratamento igualitário para
com os administrados (SILVA, 2005).
44
3.1.3
O Princípio da Moralidade
O princípio da moralidade institui a formação do ato administrativo
em acordo com a ética moral. Enquanto que o princípio da legalidade alinha o ato
administrativo à lei, a moralidade tem um foco mais amplo. Isto porque, além da
legalidade do ato, esse princípio envolve a conformação do mesmo com a ética e a
moral (SILVA, 2005).
O fato é que podem existir atos administrativos que, embora sejam legais,
não são, entretanto, morais. A noção da moral administrativa tratada nesse princípio
não está vinculada apenas às convicções do agente público, mas sim à noção de atos
adequados à ética existente no grupo social (CARVALHO, 2003). A ética e a honestidade
podem ser características desse princípio.
Ainda sobre a ética moral, pode-se afirmar que os atos morais são ações
desenvolvidas pelo administrador que contemplam a sociedade como um todo e não
somente para si. O administrador público com os direitos que lhe conferem é responsável
por agir em favor da coletividade. O ato de compartilhar o conhecimento é ético e
honesto, pois torna-se um ato democrático que favorece a ampliação do conhecimento
em dispor da sociedade. Assim, o incentivo ao uso do software livre por parte da AP é
um ato legal, conforme o principio da moralidade, visto que o compartilhamento é para o
bem de um todo e não somente do administrador.
3.1.4
O Princípio da Publicidade
O princípio da publicidade instala a necessidade de que a Administração
Pública seja acessível, aberta e transparente. Sendo excluída a ideia de que os assuntos
da Administração Pública são reservados ou sigilosos. A publicidade é vista como
regra geral, podendo ser sigilo apenas em circunstâncias excepcionais, previstas na
legislação (CARVALHO, 2003).
A publicidade é tida como um princípio administrativo, pois entende-se
que o Poder Público, por ser público, deve ser transparente. Pode ser feita por publicação
no jornal oficial ou edital afixados no ambiente de divulgação dos atos públicos, para que
toda a sociedade tenha acesso e conhecimento do ato pulicado (SILVA, 2005).
45
O conceito de compartilhamento existente no uso do software livre é,
por si, um ato público. O acesso aos fontes de um programa, bem como a toda sua
documentação, de forma a entender sua execução é alinhado ao princípio da publicidade.
A administração pública, ao compartilhar os códigos fontes de programas,
estará por sua vez condizendo com a publicidade desse executável. Tornar público o
que é público é a ideia disseminada pelo princípio da publicidade. A transparência e a
acessibilidade são características essenciais para a realização deste princípio.
3.1.5
O Princípio da Eficiência
Conforme Silva (2005), a eficiência não é classificada como um termo
jurídico, mas econômico. Tratando-se de forma geral, que o eficiente é a realização
racional dos atos administrativos, o que gera a possibilidade de medir o custo da
satisfação dos atos em relação ao seu grau de utilidade, visto que o princípio da eficiência
administrativa tem como conteúdo a relação meio e resultados.
A eficiência é imposta a todo o agente público. Ao alinhar-se a esse
princípio os atos da AP não são avaliados apenas como legais e morais, mas são vistos
em sentido amplo que atingem os aspectos quantitativos e qualitativos do rendimento
efetivo, do custo operacional e da real utilidade que os serviços públicos têm para o
Administrador e os administrados (MEIRELLES, 2007).
Entende-se que a eficiência da qual a Constituição Federal fala não se
resume apenas à racionalização dos meios para a realização dos fins administrativos, mas
também ao ato de eleger fins adequados. Em outras palavras, quando o administrador
escolhe os melhores resultados possíveis, mesmo que sejam sobressaltados os custos
administrativos, ainda assim são atos considerados eficientes. Embora as características
inerentes a este princípio sejam os menores custos e maiores benefícios, é importante
que o administrador observe o grau de benefícios que seus atos geram para todos os
administrados (FALCAO; LEMOS; FERRAZ, 2007).
O uso do Software Livre na administração pública além de estar
46
relacionado com demanda de informatização nas atividades cotidianas da gestão,
atende às diretrizes da Constituição Federal estabelecidas no artigo 218, que trata do
incentivo à pesquisa e capacitação tecnológica, e ao artigo 219, o qual institui o incentivo
ao mercado interno, constituído como patrimônio nacional, através da autonomia
tecnológica (FALCAO; LEMOS; FERRAZ, 2007).
A relação custo / benefício existente na utilização do software livre, vai
além do conceito econômico que esses termos possuem. Conforme análise dos parágrafos
anteriores, o domínio tecnológico e a independência que o uso de tecnologias abertas
viabilizam podem ser consideradas eficientes para a Administração Pública. O baixo
custo de tecnologias livres é apenas um optativo, visto que o diferencial é a liberdade e
autonomia tecnológica que esta modalidade de software promove. É correto afirmar que
o incentivo ao uso de tecnologias livres na Administração Pública é condizente com o
princípio da eficiência, pois tem como relação as melhores práticas fins / meios para o
agente público e a sociedade civil.
3.2
Resumo do Capítulo
Os atos administrativos são norteados pelos cinco Princípios
Constitucionais Administrativos, sendo esses; Legalidade, Impessoalidade, Moralidade,
Publicidade e Eficiência.
Neste capítulo foram contextualizados os Princípios
Administrativos, relacionando-os às características existentes no conceito de Software
Livre.
Para cada princípio foram eleitas duas características que o identificasse.
Assim sendo, para o Princípio da Legalidade identificou-se a Legitimidade e Licitude. Por
sua vez, o Princípio da Impessoalidade foi identificado pelas características de Igualdade
e Coletividade. Para o Princípio da Moralidade, foram citadas como características a
Honestidade e a Ética. Já no Princípio da Publicidade, identificaram-se a Transparência
e Acessibilidade, e para o Princípio da Eficiência, foram eleitos os Melhores Custos e
Altos Benefícios como características.
A definição de cada característica deu-se conforme a compreensão do autor
em relação aos estudos dos princípios, concordando com os autores referenciados neste
estudo.
47
Capítulo 4
Resultados Alcançados
Neste capítulo os resultados do trabalho são apresentados e discutidos. O
conteúdo deste capítulo está organizado como segue: as características pertinentes a cada
um dos princípios constitucionais são discutidas na seção 4.1. Em seguida, define-se
a métrica Aderência aos Princípios Constitucionais (APC), utilizada para a avaliação
dos modelos de licenças de software livre, na seção 4.2. Na seção 4.3 a análise alvo do
presente trabalho é apresentada e, finalmente na seção 4.4, são apresentados os quadros
resumo que sintetizam os resultados do trabalho.
4.1
Características dos Princípios Constitucionais
Foram considerados como atributos válidos as características dos
Princípios Constitucionais Administrativos, conforme citadas no capítulo de número
3. Para cada princípio, foram eleitas duas características. A lista abaixo relaciona os
princípios e suas características:
1. Princípio da Legalidade
(a) Licitude: O contexto explorado está relacionado a adequação dos termos de
cada licença à Lei do Software brasileira. Portanto, declara-se lícita a licença
que respeitar as condições de garantia, comercialização e aos direitos do autor
conforme a referida Lei.
(b) Legitimidade: O contexto de legitimidade está relacionado às licenças que
prescrevem o Art. 9 da Lei 9.609, o qual define que o uso do programa
de computadores no território nacional dar-se-á mediante a contrato, ou seja,
mediante licença de uso.
2. Princípio da Impessoalidade
(a) Igualdade: Entende-se que a licença está totalmente alinhada a essa
característica quando trata de forma igualitária, usuários e desenvolvedores.
Atribuindo-lhes o direito ao uso, cópia, modificação e distribuição. Sem que
haja discriminação para isso.
(b) Coletividade: Será classificada com total alinhamento a essa característica a
licença que em seus termos privilegia o compartilhamento do conhecimento
em favor dos usuários e desenvolvedores.
3. Princípio da Moralidade
(a) Honestidade: Para essa característica serão considerados as licenças que
favorecem o acesso ao conhecimento. Portanto, considera-se que restringir
o direito ao conhecimento é um ato desonesto.
(b) Ética: Essa característica, dentro dos termos das licenças, será abordada nesta
análise, como sendo um ato em prol da coletividade, do bem comum tendo
como referência o interesse público.
4. Princípio da Publicidade
(a) Transparência:
Serão consideradas totalmente conforme a essa
característica, as licenças que não restringem o direito de acesso ao
código fonte.
(b) Acessibilidade: Para essa característica, serão consideradas totalmente
conforme, as licenças que permitem a alteração e distribuição do código fonte
de programas de computadores.
5. Princípio da Eficiência
(a) Melhores custos: Consideram-se alinhadas a essa característica, as licenças
que em seus termos não obrigam a cobrança de taxas para que o usuário /
desenvolvedor tenha acesso ao programa.
(b) Altos Benefícios: Será considerado como alto benefício a independência
tecnológica que a licença provê em seus termos, conforme o direito de acesso
ao conhecimento utilizado para o desenvolvimento do programa, por meio do
código fonte.
49
4.2
Métrica: Aderência aos Princípios Constitucionais
(APC)
Para cada um dos princípios constitucionais, foram estabelecidos atributos,
os quais estão associados às características destes mesmos Princípios Constitucionais
Administrativos citados no capítulo anterior. Assim, no Processo de Análise das
Licenças, é verificado em que grau esses atributos são atendidos por cada licença
analisada.
Assim sendo, verifica-se se uma determinada licença atende aos atributos
daquele princípio, de modo que estas possam assumir um de três possíveis valores,
conforme Tabela 4.1.
Valor
Não Conforme
Parcialmente Conforme
Totalmente Conforme
Significado
A licença atende a nenhuma característica
Parcialmente Conforme
A licença atende todas as características
Tabela 4.1: Tabela com os valores de APC
Na formulação matemática da métrica são considerados os elementos,
variáveis e função, conforme Tabela 4.2.
Assim sendo, define-se a métrica Aderência aos Princípios Constitucionais
(APC) conforme abaixo:
5
APC = {ML j |max
∑
!
NC ML j , PCi }
i, j=1
A métrica APC definida na equação 1 representa o conjunto formado pelos modelos de
licenças que atendem ao maior número de características dos princípios constitucionais.
Teoricamente os valores possíveis para a métrica APC variam desde
um mínimo de 0 (zero), situação em que nenhuma característica dos princípios
constitucionais é atendida por um determinado modelo de licença, a um máximo de 10
(dez), situação em que todas as características são atendidas.
No entanto, na análise realizada neste trabalho, constata-se que todos os
50
Elemento
PCi
Tipo
Variável
ML j
Variável
NC(PCi ,
ML j )
Função
Significado
Princípio Constitucional. O subscrito assume valores i =
1, ..., 5, conforme o princípio constitucional. O princípio
da Legalidade corresponde ao valor 1 (um), os demais
princípios correspondem aos valores numéricos inteiros
seguintes até o valor máximo de 5 (cinco), que corresponde
ao princípio da Eficiência, conforme seqüência indicada no
início do capítulo 3.
Modelo de Licença de Software Livre. O subscrito
assume valores j = 1, ..., 5, conforme o modelo de licença.
O modelo GPL versão 3 corresponde ao valor 1 (um),
as demais correspondem aos valores numéricos inteiros
seguintes até o valor 5 (cinco), que corresponde ao modelo
Apache License versão 2, conforme seqüência indicada na
seção 4.3.
Indica o Nível de Conformidade de um Modelo de Licença
ML j ao Princípio Constitucional PCi . Os subscritos i e
j assumem os valores descritos nos itens anteriores, ou
seja, valores entre 1 (um) e 5 (cinco), inclusive. Para cada
permutação envolvendo um princípio constitucional e um
modelo de licença, a função indicará um valor numérico
conforme abaixo:
• 0 (zero): Nenhuma das características do princípio
constitucional PCi é atendida no modelo de licença
ML j , significando que este é Não Conforme ;
• 1 (um): Apenas uma das características do princípio
constitucional PCi é atendida no modelo de licença
ML j , significando que este é Parcialmente Conforme;
ou
• 2 (dois): Ambas as características do princípio
constitucional PCi são atendidas no modelo de
licença ML j , significando que este é conforme.
Tabela 4.2: Definição das variáveis e funções da métrica APC.
51
modelos de licenças analisados atendem a pelos menos uma das características dos cinco
princípios constitucionais considerados. Em outras palavras, nenhum modelo de licença
foi considerado Não Conforme.
4.3
Análise dos modelos de licenças
Após a definição dos atributos e métricas, apresenta-se a análise das
licenças conforme estudo realizado no capítulo 2. Para tanto, são consideradas as versões
mais recentes de cada licença analisada, visto que, conforme estudado, as versões mais
recentes são uma evolução das versões anteriores.
4.3.1
GPL Versão 3
4.3.1.1
Legalidade
Quanto ao princípio da Legalidade, a versão 3 da Gnu General Public
License foi classificada com a métrica totalmente conforme. Para tanto, verifica-se:
• Legitimidade: Atende completamente, por ser um objeto de licença que permite o
uso de programas de computadores.
• Licitude: Atende completamente, por respeitar as condições de uso e
comercialização dos termos da Lei 9.609.
4.3.1.2
Impessoalidade
Quanto ao princípio da Impessoalidade, a versão 3 da Gnu General Public
License foi classificada com a métrica totalmente conforme. Para tanto, verifica-se:
• Igualdade: Atende completamente, por abordar de forma igualitária os usuários
e desenvolvedores de programas de computadores registrados sob os termos da
licença.
• Coletividade: Atende completamente, pois prevê o compartilhamento dos
programas registrados sob seus termos, disponibilizando-os para o acesso de todos
que tenha interesse em usá-lo.
52
4.3.1.3
Moralidade
Quanto ao princípio da Moralidade, a versão 3 da Gnu General Public
License foi classificada com a métrica totalmente conforme. Para tanto, verifica-se:
• Honestidade: Atende completamente. O ato de registrar programas sob os termos
da licença, favorece o acesso ao conhecimento.
• Ética: Atende completamente, pois prevê o compartilhamento do programa,
favorecendo o esforço coletivo do desenvolvimento para os programas
disponibilizados sob seus termos.
4.3.1.4
Publicidade
Quanto ao princípio da Publicidade, a versão 3 da Gnu General Public
License foi classificada com a métrica totalmente conforme. Para tanto, verifica-se:
• Transparência: Atende completamente. Para que seja concreto o ato de
compartilhamento faz-se necessário o acesso ao código fonte do sistema, e isso
está disposto nos termos de número 3 e 4 da licença.
• Acessibilidade: Atende completamente, visto que nos termos de número 5 e 6, que
tratam as condições de fornecimento do código fonte para acesso de terceiro, são
definidos os critérios de cópia e distribuição.
4.3.1.5
Eficiência
Quanto ao princípio da Eficiência, a versão 3 da Gnu General Public
License foi classificada com a métrica totalmente conforme. Para tanto, verifica-se:
• Menores custos: Atende completamente. A GPLv3 considera a possibilidade de
cobrança em dinheiro pelo ato físico da transferência de cópias do programa, mas
não pelo direito ao uso do mesmo. Essa possibilidade pode gerar redução de custos
ao optar pelo uso de uma solução livre.
• Maiores benefícios: Atende completamente, pois institui livre acesso ao código
fonte, possibilitando seu aperfeiçoamento descritos nos termos de número 1 e 2 da
licença GPL, o que pode garantir domínio e autonomia tecnológica, .
53
4.3.2
Lesser General Public License 3
Conforme visto no capítulo 2, a LGPL v3 incorpora os termos da
terceira versão da GNU General Public License, e portanto, o resultado da análise
da LGPL foi equivalente ao resultado da análise da GPLv3. Para os princípios da
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência, o resultado foi a total
conformidade da licença.
4.3.3
BSD License
4.3.3.1
Legalidade
Quanto ao princípio da Legalidade, a licença BSD foi classificada com a
métrica parcialmente conforme. Para tanto, verifica-se:
• Legitimidade: Atende completamente, por ser um objeto de licença que permite o
uso de programas de computadores, e portanto, está prescrito em Lei.
• Licitude: Não atende, por desrespeitar as condições da exigência da garantia, para
os casos de comercialização do programa, referentes aos termos da Lei 9.609.
4.3.3.2
Impessoalidade
Quanto ao princípio da Impessoalidade, a licença BSD foi classificada com
a métrica parcialmente conforme. Para tanto, verifica-se:
• Igualdade: Não atende, visto que embora os direitos ao uso, cópia e distribuição
sejam aplicados a usuários e desenvolvedores, seus termos não deixam claro a
igualdade entre esses sem que haja distinção de grupos.
• Coletividade: Atende completamente, pois prevê o compartilhamento dos
programas, códigos e documentações registrados sob seus termos, conforme
descrito nas três primeiras cláusulas da licença.
4.3.3.3
Moralidade
Quanto ao princípio da Moralidade, a licença BSD foi classificada com a
métrica totalmente conforme. Para tanto, verifica-se:
54
• Honestidade: Atende completamente. Pois conforme estudo da licença no capítulo
2, o registro dos programas sob seus termos garante o acesso ao conhecimento.
• Ética: Atende completamente, visto que as condições de copyright dessa licença
institui o compartilhamento do programa que está sob seus termos, favorecendo a
coletividade e a disseminação de conhecimento.
4.3.3.4
Publicidade
Quanto ao princípio da Publicidade, a licença BSD foi classificada com a
métrica totalmente conforme. Para tanto, verifica-se:
• Transparência: Atende completamente, visto que o acesso ao código fonte do
sistema resulta na transparência para o usuário que por sua vez poderá conhecer
quais funções o programa executará para emitir o resultado esperado.
• Acessibilidade: Atende completamente, visto que essa característica é tão forte
quanto a acessibilidade de softwares registrados em domínio público, devido as
poucas exigências que a BSD faz para que usuários e desenvolvedores tenham
acesso ao programa, executável e fontes.
4.3.3.5
Eficiência
Quanto ao princípio da Eficiência, a licença BSD foi classificada com a
métrica totalmente conforme. Para tanto, verifica-se:
• Menores custos: Atende completamente, embora os termos da BSD não restrinja
o uso comercial dos programas registrados, essa possibilidade pode gerar redução
de custos, quando se dá a preferência ao uso de uma solução livre.
• Maiores benefícios: Atende completamente, visto que é notável o benefício do
acesso ao código fonte e a possibilidade de aperfeiçoá-lo descritos nas cláusulas da
licença, o que implica no domínio e na autonomia tecnológica.
4.3.4
MIT License
4.3.4.1
Legalidade
Quanto ao princípio da Legalidade, a licença MIT foi classificada com a
métrica parcialmente conforme. Para tanto, verifica-se:
55
• Legitimidade: Atende completamente, por ser um objeto de licença que permite o
uso de programas de computadores, e portanto, está prescrito em Lei.
• Licitude: Não atende, por desrespeitar as condições da exigência da garantia, para
os casos de comercialização do programa, referentes ao Art. 7 da Lei 9.609.
4.3.4.2
Impessoalidade
Quanto ao princípio da Impessoalidade, a licença MIT foi classificada com
a métrica totalmente conforme. Para tanto, verifica-se:
• Igualdade: Atende completamente, visto que no primeiro parágrafo da licença
MIT, o qual determina que a permissão de uso, cópia e distribuição é concedida
a qualquer pessoa, sem que haja discriminação para isso. Dessa forma, todos são
iguais perante os termos desta licença.
• Coletividade: Atende completamente, pois concede as permissões de uso, cópia,
distribuição, sublicenciamento e até mesmo, vender o programa licenciado sob
seus termos, atos que incentivam a coletividade. Essas permissões são observadas
conforme o primeiro parágrafo da licença MIT.
4.3.4.3
Moralidade
Quanto ao princípio da Moralidade, a licença MIT foi classificada com a
métrica totalmente conforme. Para tanto, verifica-se:
• Honestidade: Atende completamente.
Pois conforme suas condições de
acessibilidade, instituídas em seu primeiro parágrafo, o registro dos programas sob
seus termos garante o acesso ao conhecimento.
• Ética: Atende completamente, visto que suas condições de compartilhamento,
favorecem a coletividade e a disseminação de conhecimento.
4.3.4.4
Publicidade
Quanto ao princípio da Publicidade, a licença MIT foi classificada com a
métrica totalmente conforme. Para tanto, verifica-se:
56
• Transparência: Atende completamente, visto que no primeiro parágrafo da
licença, ao instituir o fornecimento dos fontes e documentos de um programa, a
característica da transparência está presente, pois permite ao usuário conhecer as
funções básicas para as saídas do programa.
• Acessibilidade: Atende completamente, conforme primeiro parágrafo, o qual
institui que devem ser concedidos, para os programas licenciados sob seus termos,
os softwares e os arquivos de documentações associados a esse, sem limites de
uso, modificação e distribuição, tonando acessível o conhecimento existente no
programa.
4.3.4.5
Eficiência
Quanto ao princípio da Eficiência, a licença MIT foi classificada com a
métrica totalmente conforme. Para tanto, verifica-se:
• Menores custos: Atende completamente, embora bão sejam observadas restrições
quanto ao uso comercial de programas nos termos da MIT, existe a possibilidade
de redução de custos, quando se dá a preferência ao uso de uma solução livre
registrada sob a licença MIT, visto que é livre o uso dessas soluções, devendo estar
disponibilizadas para acesso e redistribuição.
• Maiores benefícios: Atende completamente, visto que todo o conhecimento
envolvido no desenvolvimento do programa, além do código fonte, deve ser
disponibilizado, de acordo com o primeiro parágrafo da licença, implicando no
domínio e na autonomia tecnológica.
4.3.5
Apache License Versão 2.0
4.3.5.1
Legalidade
Quanto ao princípio da Legalidade, a versão 2 da licença Apache foi
classificada com a métrica totalmente conforme. Para tanto, verifica-se:
• Legitimidade: Atende completamente, por ser um objeto de licença que permite o
uso de programas de computadores, prescrito em Lei.
• Licitude: Atende completamente, por respeitar as condições de uso e
comercialização dos termos da Lei 9.609, referentes a garantia, conforme termos
de número 7, 8 e 9 da licença.
57
4.3.5.2
Impessoalidade
Quanto ao princípio da Impessoalidade, a versão 2 da Licença Apache foi
classificada com a métrica totalmente conforme. Para tanto, verifica-se:
• Igualdade: Atende completamente, por abordar de forma igualitária os usuários
e desenvolvedores de programas de computadores registrados sob os termos da
licença, intitulados como Contribuintes e Licenciantes.
• Coletividade: Atende completamente, conforme previsto nos termos de número
4 e 5 da licença, são evidenciadas as características de compartilhamento do
conhecimento, favorecendo a acessibilidade à informação e o desenvolvimento
coletivo.
4.3.5.3
Moralidade
Quanto ao princípio da Moralidade, a versão 2 da Licença Apache foi
classificada com a métrica totalmente conforme. Para tanto, verifica-se:
• Honestidade: Atende completamente. O ato de registrar programas sob os termos
da licença favorece o acesso ao conhecimento devido aos termos que instituem o
uso, modificação e distribuição das soluções de softwares registradas.
• Ética: Atende completamente, pois prevê o compartilhamento do programa,
favorecendo o esforço coletivo do desenvolvimento para os programas
disponibilizados sob seus termos.
4.3.5.4
Publicidade
Quanto ao princípio da Publicidade, a versão 2 da Licença Apache foi
classificada com a métrica totalmente conforme. Para tanto, verifica-se:
• Transparência: Atende completamente, visto que ao fornecer os fontes e
documentos de um programa, o fornecedor possibilita que o usuário conheça as
funções as quais o programa executará.
• Acessibilidade: Atende completamente, é instituído para os programas registrados
sob seus termos, a disponibilidade dos documentos e fontes do programa, de forma
que fiquem acessíveis para outros desenvolvedores e usuários.
58
4.3.5.5
Eficiência
Quanto ao princípio da Eficiência, a versão 2 da Licença Apache foi
classificada com a métrica totalmente conforme. Para tanto, verifica-se:
• Menores custos: Atende completamente. Embora o último termo da licença
Apache permita a cobrança de taxas por terceiros para fornecimento de suportes
ou garantias aos softwares registrados sob seus termos, os programas licenciados
devem ser disponibilizados, respeitando as condições de uso e distribuição do termo
de número 4 da licença.
• Maiores benefícios: Atende completamente, pois institui o livre acesso ao código
fonte, o que pode garantir domínio e autonomia tecnológica.
4.4
Resumo do Capítulo
A Tabela 4.3 sintetiza toda a análise apresentada na seção 4.3 apresentado,
para cada modelo de licença, o grau de conformidade em relação aos princípios
constitucionais.
GPLv3
LGPLv3
BSD
MIT
Apache
Legalidade
Totalmente
Conforme
Totalmente
Conforme
Parcialmente
Conforme
Parcialmente
Conforme
Totalmente
Conforme
Impessoalidade
Totalmente
Conforme
Totalmente
Conforme
Parcialmente
Conforme
Totalmente
Conforme
Totalmente
Conforme
Moralidade
Totalmente
Conforme
Totalmente
Conforme
Totalmente
Conforme
Totalmente
Conforme
Totalmente
Conforme
Publicidade
Totalmente
Conforme
Totalmente
Conforme
Totalmente
Conforme
Totalmente
Conforme
Totalmente
Conforme
Eficiência
Totalmente
Conforme
Totalmente
Conforme
Totalmente
Conforme
Totalmente
Conforme
Totalmente
Conforme
Tabela 4.3: Tabela de síntese da análise das licenças
A Tabela 4.4 sintetiza o resultado da métrica aplicado aos modelos de
licenças e princípios constitucionais. Apesar da métrica APC definir um conjunto de
possíveis licenças, na coluna rotulada por sua sigla são apresentados os valores numéricos
referentes ao somatório dos níveis de conformidade dos modelos de licença em relação
aos princípios constitucionais.
59
Com isso, observa-se que o conjunto de modelos de licença definido pela
métrica APC é composto pela GPLv3, LGPLv3 e Apache.
GPLv3
LGPLv3
BSD
MIT
Apache
Legalidade
2
2
1
1
2
Impessoalidade
2
2
1
2
2
Moralidade
2
2
2
2
2
Publicidade
2
2
2
2
2
Eficiência
2
2
2
2
2
APC
10
10
8
9
10
Tabela 4.4: Tabela de síntese da métrica APC
4.5
Resumo do Capítulo
Neste capítulo foi possível analisar a aderencia das principais licenças de
software livre quanto aos princípios constitucionais administrativos. Para essa análise
foram consideradas as cinco licenças de Software Livre mais utilizadas no mundo e que
são compatíveis com a GNU GPL conforme definido pela Free Software Foundations e
Open Source Iniciative.
Foi considerada como métrica para a análise, a Aderência aos Princípios
Constitucionais (APC), mensurada conforme atendimento das características de
cada princípio constitucional, sendo esses; Legalidade, Impessoalidade, Moralidade,
Publicidades e Eficiência.
Como resultado, verificou-se a existência de três licenças de software livre
que são totalmente compatíveis com os cinco princípios constitucionais administrativos.
60
Capítulo 5
Conclusões e Trabalhos Futuros
Quando o termo Software Livre é tratado na Administração Pública (AP)
é importante ressaltar as prerrogativas dos direitos de executar, copiar, modificar e
redistribuir que esse termo detém e que, por consequência, a AP passa a possuir. Nesse
sentido, a AP representa um duplo papel na sociedade, tornando-se, ao mesmo tempo,
paciente e agente no processo de evolução e produção do conhecimento.
São os direitos de executar e copiar que permitem à AP tornar-se um
usuário de uma determinada solução livre, e, por sua vez, os direitos a redistribuição
e modificação permitem à AP assumir uma posição relevante no processo de difusão
do conhecimento tecnológico, que reflete na acessibilidade e descentralização desse
conhecimento.
A Administração Pública não segue regras específicas quanto ao
desenvolvimento de soluções de software, bem como seu compartilhamento ou
distribuição. Porém, como visto anteriormente, toda decisão governamental está
vinculada aos princípios constitucionais. Nesse sentido, foram selecionados aqueles que
regem a AP e que se encontram descritos no Art. 37 da Constituição Federal para análise
da adequação das licenças de software livre mais utilizadas no mundo.
As questões desenvolvidas nesta pesquisa têm o objetivo de relacionar os
Princípios Constitucionais Administrativos com as principais licenças de Software Livre,
evidenciando sua adequação aos atos administrativos que, por sua vez, são norteados por
esses princípios. Dessa forma, são enumerados aspectos bastante relevantes, a saber:
1. Existe uma diferença sutil nos conceitos de software livre, aberto e público. O
software público é mais abrangente que os modelos de software livre e aberto, que
por sua vez são incorporados pela AP, no momento em que essa passa a utilizar de
uma política de compartilhamento de soluções de software;
2. Quando o desenvolvimento de software na AP é alinhado aos princípios de um
software livre, essa passa a exercer duas funções distintas: a de usuário e a de
contribuinte;
3. Para que a Administração Pública exerça o papel de contribuinte no uso do
software livre, é necessário alinhar essa execução aos Princípios Constitucionais
Administrativos, mas não limitando-se a eles, visto que os atos do Administrador
Público são geridos por esses princípios;
4. O uso de software não só pela Administração Pública, como também por toda a
pessoa física ou jurídica no território nacional, dar-se-á por meio de uma Licença
de Uso, que por sua vez, deve respeitar os termos da Lei do Software Brasileira;
5. A análise das cinco principais licenças de software livre, mais utilizadas no mundo,
revelou um forte alinhamento aos Princípios Constitucionais Administrativos;
6. A General Public License, Lesser General Public License, tal como a Apache
License, foram as licenças que tiveram uma melhor adequação aos Princípios
Constitucionais Administrativos.
5.1
Conclusões
Conforme os pontos a cima, observa-se que são sadios, para os atos
administrativos, a implantação e o incentivo ao uso do software público, o qual incorpora
o conceito de software livre, visto que existem pelo menos três licenças de software livre
que são totalmente compatíveis com os princípios constitucionais administrativos, que
regem os atos públicos.
Uma Política de Software Público na AP implica em uma mudança do
paradigma de meros usuários da tecnologia, passando a desenvolvê-la e usá-la para o
bem de todos. O Estado do Ceará, particularmente a Administração Pública, precisa
62
dirimir a dependência tecnológica e desenvolver tecnologia, ao invés de continuar refém
de produtos e modelos de negócios abusivos, que na maioria das vezes são impostos no
mercado nacional pela indústria de software internacional, tratando essa ação como uma
diretriz estratégica dentro da AP.
A estruturação de uma Política de Software Público para o Estado do
Ceará pode beneficiar a indústria local de software, bem como pequenos empresários,
além de fortalecer o desenvolvimento colaborativo, a redução de custos com aquisições
de licenças de software e a implementação de projetos sociais com foco em inclusão
digital.
Além disso, observa-se que são razões para a implantação da Política de
Software Público no Poder Executivo Estadual:
• Usar o software para qualquer finalidade;
• Acessar o código fonte, permitindo a evolução e modificação, sem restrições;
• Copiar e Executar o software sem que haja limite para isso;
• Poder distribuir o programa entre entidades da esfera municipal, estadual e federal,
sem violar, é claro, essas liberdades que todos têm direito;
• Ter software de qualidade a um custo baixo ou nulo;
• Estar livre das imposições das licenças de softwares proprietários;
• Ser independente de novas versões com valores abusivos que apresentam
incompatibilidade com versões anteriores do mesmo software;
• Dirimir ou extinguir a pirataria dentro dos órgão/entidades governamentais;
• Apoiar e incentivar o desenvolvimento de tecnologia local, e;
• Interagir e compartilhar soluções com comunidades físicas ou virtuais;
5.2
Trabalhos Futuros
O desenvolvimento deste trabalho será utilizado pelo Grupo de Trabalho
de Política de Software Público, coordenado pela Secretaria do Planejamento e Gestão
63
por meio da Coordenadoria de Estratégias da Tecnologia da Informação e Comunicação,
que tem o objetivo de elaborar a Política de Software Público no Poder Executivo do
Estado do Ceará.
Espera-se, para o segundo semestre do ano de 2010, a realização de um
plano de trabalho para o Grupo de Política de Software Público, uma análise detalhada
da adequação do uso de software público na AP, vislumbrando não somente o Art 37 da
Constituição Nacional, como também outros artigos de direito.
Após o resultado deste estudo, o GT iniciará uma pesquisa dos casos de
sucesso de implementação de políticas de software público, com a finalidade de elaborar
uma perspectiva do projeto no Estado do Ceará e posteriormente definirá as diretrizes
que devem gerir a política de software público para o Estado.
Vale ressaltar que o resultado desta pesquisa será analisado junto ao GT de
Software Público com o objetivo de definir o modelo de licença a ser utilizado para os
programas desenvolvidos dentro dos órgãos / entidades estaduais. Essa definição caberá
ao GT, que contará com a participação de representantes das assessorias jurídicas dos
órgãos governamentais. Após a análise do trabalho, é possível que o Estado aprecie a
ideia de elaboração de uma licença de software livre própria ou adote uma das licenças
estudas. Essas decisões serão de responsabilidade do GT de Políticas de Software Público
do Estado do Ceará.
64
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<http://www.apache.org/licenses/>. Acesso em: Maio de 2010.
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CEARA. Decreto no 29.225, de 11 de abril 2008. dispõe sobre a instituição do uso de
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FALCAO, J.; LEMOS, R.; FERRAZ, T. S. Direito do Software Livre e a Administração
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65
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SOMMERVILLE, I. Engenharia de Software. São Paulo: Pearson Addison, 2007.
STALLMAN, R. M. Free Software, Free Society: Selected essays of richard m. stallman.
Boston, MA, USA: Free Software Foundation, 2002.
66
Anexo A
General Public License versão 1
c 1989 Free Software Foundation, Inc.
Copyright 51 Franklin St, Fifth Floor, Boston, MA 02110-1301, USA
Everyone is permitted to copy and distribute verbatim copies of this license document,
but changing it is not allowed.
Preamble
The license agreements of most software companies try to keep users at the mercy of
those companies. By contrast, our General Public License is intended to guarantee your
freedom to share and change free software–to make sure the software is free for all its
users. The General Public License applies to the Free Software Foundation’s software
and to any other program whose authors commit to using it. You can use it for your
programs, too.
When we speak of free software, we are referring to freedom, not price. Specifically, the
General Public License is designed to make sure that you have the freedom to give away
or sell copies of free software, that you receive source code or can get it if you want it,
that you can change the software or use pieces of it in new free programs; and that you
know you can do these things.
To protect your rights, we need to make restrictions that forbid anyone to deny you
these rights or to ask you to surrender the rights. These restrictions translate to certain
responsibilities for you if you distribute copies of the software, or if you modify it. For
67
example, if you distribute copies of a such a program, whether gratis or for a fee, you
must give the recipients all the rights that you have. You must make sure that they, too,
receive or can get the source code. And you must tell them their rights.
We protect your rights with two steps: (1) copyright the software, and (2) offer you this
license which gives you legal permission to copy, distribute and/or modify the software.
Also, for each author’s protection and ours, we want to make certain that everyone
understands that there is no warranty for this free software. If the software is modified by
someone else and passed on, we want its recipients to know that what they have is not the
original, so that any problems introduced by others will not reflect on the original authors’
reputations.
The precise terms and conditions for copying, distribution and modification follow.
G NU G ENERAL P UBLIC L ICENSE T ERMS AND
C ONDITIONS FOR C OPYING , D ISTRIBUTTION AND
M ODIFICATION
0.This License Agreement applies to any program or other work which contains a
notice placed by the copyright holder saying it may be distributed under the terms
of this General Public License. The "Program", below, refers to any such program
or work, and a "work based on the Program"means either the Program or any work
containing the Program or a portion of it, either verbatim or with modifications.
Each licensee is addressed as "you".
1.You may copy and distribute verbatim copies of the Program’s source code as
you receive it, in any medium, provided that you conspicuously and appropriately
publish on each copy an appropriate copyright notice and disclaimer of warranty;
keep intact all the notices that refer to this General Public License and to the absence
of any warranty; and give any other recipients of the Program a copy of this General
Public License along with the Program. You may charge a fee for the physical act
of transferring a copy.
2.You may modify your copy or copies of the Program or any portion of it, and copy
and distribute such modifications under the terms of Paragraph 1 above, provided
that you also do the following:
(a)cause the modified files to carry prominent notices stating that you changed
the files and the date of any change; and
68
(b)cause the whole of any work that you distribute or publish, that in whole
or in part contains the Program or any part thereof, either with or without
modifications, to be licensed at no charge to all third parties under the terms
of this General Public License (except that you may choose to grant warranty
protection to some or all third parties, at your option).
(c)If the modified program normally reads commands interactively when run,
you must cause it, when started running for such interactive use in the
simplest and most usual way, to print or display an announcement including
an appropriate copyright notice and a notice that there is no warranty (or
else, saying that you provide a warranty) and that users may redistribute the
program under these conditions, and telling the user how to view a copy of
this General Public License.
(d)You may charge a fee for the physical act of transferring a copy, and you may
at your option offer warranty protection in exchange for a fee.
Mere aggregation of another independent work with the Program (or its derivative)
on a volume of a storage or distribution medium does not bring the other work under
the scope of these terms.
3.You may copy and distribute the Program (or a portion or derivative of it, under
Paragraph 2) in object code or executable form under the terms of Paragraphs 1 and
2 above provided that you also do one of the following:
(a)accompany it with the complete corresponding machine-readable source code,
which must be distributed under the terms of Paragraphs 1 and 2 above; or,
(b)accompany it with a written offer, valid for at least three years, to give any
third party free (except for a nominal charge for the cost of distribution)
a complete machine-readable copy of the corresponding source code, to be
distributed under the terms of Paragraphs 1 and 2 above; or,
(c)accompany it with the information you received as to where the corresponding
source code may be obtained. (This alternative is allowed only for
noncommercial distribution and only if you received the program in object
code or executable form alone.)
Source code for a work means the preferred form of the work for making
modifications to it. For an executable file, complete source code means all the
source code for all modules it contains; but, as a special exception, it need not
69
include source code for modules which are standard libraries that accompany the
operating system on which the executable file runs, or for standard header files or
definitions files that accompany that operating system.
4.You may not copy, modify, sublicense, distribute or transfer the Program except
as expressly provided under this General Public License. Any attempt otherwise
to copy, modify, sublicense, distribute or transfer the Program is void, and
will automatically terminate your rights to use the Program under this License.
However, parties who have received copies, or rights to use copies, from you under
this General Public License will not have their licenses terminated so long as such
parties remain in full compliance.
5.By copying, distributing or modifying the Program (or any work based on the
Program) you indicate your acceptance of this license to do so, and all its terms
and conditions.
6.Each time you redistribute the Program (or any work based on the Program),
the recipient automatically receives a license from the original licensor to copy,
distribute or modify the Program subject to these terms and conditions. You may
not impose any further restrictions on the recipients’ exercise of the rights granted
herein.
7.The Free Software Foundation may publish revised and/or new versions of the
General Public License from time to time. Such new versions will be similar in
spirit to the present version, but may differ in detail to address new problems or
concerns.
Each version is given a distinguishing version number. If the Program specifies a
version number of the license which applies to it and "any later version", you have
the option of following the terms and conditions either of that version or of any
later version published by the Free Software Foundation. If the Program does not
specify a version number of the license, you may choose any version ever published
by the Free Software Foundation.
8.If you wish to incorporate parts of the Program into other free programs whose
distribution conditions are different, write to the author to ask for permission. For
software which is copyrighted by the Free Software Foundation, write to the Free
Software Foundation; we sometimes make exceptions for this. Our decision will be
guided by the two goals of preserving the free status of all derivatives of our free
software and of promoting the sharing and reuse of software generally.
70
N O WARRANTY
9.B ECAUSE
THE PROGRAM IS LICENSED FREE OF CHARGE , THERE IS NO
WARRANTY FOR THE PROGRAM , TO THE EXTENT PERMITTED BY APPLICABLE
LAW.
E XCEPT WHEN OTERWISE STATED IN WRITING THE COPYRIGHT HOLDERS
AND / OR OTHER PARTIES PROVIDE THE PROGRAM “AS IS ” WITHOUT WARRANTY
OF ANY KIND , EITHER EXPRESSED OR IMPLIED , INCLUDING , BUT NOT LIMITED
TO , THE IMPLIED WARRANTIES OF MERCHANTABILITY AND FITNESS FOR
A PARTICULAR PURPOSE .
T HE ENTIRE RISK AS TO THE QUALITY AND
PERFORMANCE OF THE PROGRAM IS WITH YOU . S HOLD THE PROGRAM PROVE
DEFECTIVE , YOU ASSUME THE COST OF ALL NECESSARY SERVICING , REPAIR
OR CORRECTION .
10.I N
NO EVENT UNLESS REQUIRED BY APPLICABLE LAW OR AGREED TO IN
WRITTING WILL ANY COPYRIGHT HOLDER , OR ANY OTHER PARTY WHO
MAY MODIFY AND / OR REDISTRIBUTE THE PROGRAM AS PERMITTED ABOVE ,
BE LIABLE TO YOU FOR DAMAGES , INCLUDING ANY GENERAL , SPECIAL ,
INCIDENTAL OR CONSEQUENTIAL DAMAGES ARIGING OUT OF THE USE OR
INABILITY TO USE THE PROGRAM
(I NCLUDING
BUT NOT LIMITED TO LOSS
OF DATA OR DATA BEING RENDERED INACCURATE OR LOSSES SUSTAINED BY
YOU OR THIRD PARTIES OR A FAILURE OF THE PROGRAM TO OPERATE WITH
ANY OTHER PROGRAMS ), EVEN IF SUCH HOLDER OR OTHER PARTY HAS BEEN
ADVISED OF THE POSSIBILITY OF SUCH DAMAGES .
E ND OF T ERMS AND C ONDITIONS
Appendix: How to Apply These Terms to Your New
Programs
If you develop a new program, and you want it to be of the greatest possible use to
humanity, the best way to achieve this is to make it free software which everyone can
redistribute and change under these terms.
To do so, attach the following notices to the program. It is safest to attach them to the
start of each source file to most effectively convey the exclusion of warranty; and each file
should have at least the "copyright"line and a pointer to where the full notice is found.
71
one line to give the program’s name and a brief idea of what it does.
Copyright (C) 19yy name of author
This program is free software; you can redistribute it and/or modify it under
the terms of the GNU General Public License as published by the Free
Software Foundation; either version 1, or (at your option) any later version.
This program is distributed in the hope that it will be useful, but
WITHOUT ANY WARRANTY; without even the implied warranty of
MERCHANTABILITY or FITNESS FOR A PARTICULAR PURPOSE. See
the GNU General Public License for more details.
You should have received a copy of the GNU General Public License along
with this program; if not, write to the Free Software Foundation, Inc., 51
Franklin Street, Fifth Floor, Boston MA 02110-1301 USA
Also add information on how to contact you by electronic and paper mail.
If the program is interactive, make it output a short notice like this when it
starts in an interactive mode:
Gnomovision version 69, Copyright (C) 19xx name of author
Gnomovision comes with ABSOLUTELY NO WARRANTY; for details type
‘show w’.
This is free software, and you are welcome to redistribute it under certain
conditions; type ‘show c’ for details.
The hypothetical commands show w and show c should show the appropriate parts of the
General Public License. Of course, the commands you use may be called something other
than show w and show c; they could even be mouse-clicks or menu items–whatever suits
your program.
You should also get your employer (if you work as a programmer) or your school, if any,
to sign a "copyright disclaimer"for the program, if necessary. Here a sample; alter the
names:
Yoyodyne, Inc., hereby disclaims all copyright interest in the program
‘Gnomovision’ (a program to direct compilers to make passes at assemblers)
written by James Hacker.
72
<signature of Ty Coon>, 1 April 1989
Ty Coon, President of Vice
That’s all there is to it!
73
Anexo B
General Public License versão 2
c 1989, 1991 Free Software Foundation, Inc.
Copyright 51 Franklin Street, Fifth Floor, Boston, MA 02110-1301, USA
Everyone is permitted to copy and distribute verbatim copies of this license document,
but changing it is not allowed.
Preamble
The licenses for most software are designed to take away your freedom to share and
change it. By contrast, the GNU General Public License is intended to guarantee your
freedom to share and change free software—to make sure the software is free for all its
users. This General Public License applies to most of the Free Software Foundation’s
software and to any other program whose authors commit to using it. (Some other Free
Software Foundation software is covered by the GNU Library General Public License
instead.) You can apply it to your programs, too.
When we speak of free software, we are referring to freedom, not price. Our General
Public Licenses are designed to make sure that you have the freedom to distribute copies
of free software (and charge for this service if you wish), that you receive source code or
can get it if you want it, that you can change the software or use pieces of it in new free
programs; and that you know you can do these things.
To protect your rights, we need to make restrictions that forbid anyone to deny you
these rights or to ask you to surrender the rights. These restrictions translate to certain
responsibilities for you if you distribute copies of the software, or if you modify it.
74
For example, if you distribute copies of such a program, whether gratis or for a fee, you
must give the recipients all the rights that you have. You must make sure that they, too,
receive or can get the source code. And you must show them these terms so they know
their rights.
We protect your rights with two steps: (1) copyright the software, and (2) offer you this
license which gives you legal permission to copy, distribute and/or modify the software.
Also, for each author’s protection and ours, we want to make certain that everyone
understands that there is no warranty for this free software. If the software is modified by
someone else and passed on, we want its recipients to know that what they have is not the
original, so that any problems introduced by others will not reflect on the original authors’
reputations.
Finally, any free program is threatened constantly by software patents. We wish to avoid
the danger that redistributors of a free program will individually obtain patent licenses,
in effect making the program proprietary. To prevent this, we have made it clear that any
patent must be licensed for everyone’s free use or not licensed at all.
The precise terms and conditions for copying, distribution and modification follow.
T ERMS AND C ONDITIONS F OR C OPYING , D ISTRIBUTION
AND M ODIFICATION
0.This License applies to any program or other work which contains a notice placed
by the copyright holder saying it may be distributed under the terms of this General
Public License. The “Program”, below, refers to any such program or work, and
a “work based on the Program” means either the Program or any derivative work
under copyright law: that is to say, a work containing the Program or a portion
of it, either verbatim or with modifications and/or translated into another language.
(Hereinafter, translation is included without limitation in the term “modification”.)
Each licensee is addressed as “you”.
Activities other than copying, distribution and modification are not covered by this
License; they are outside its scope. The act of running the Program is not restricted,
and the output from the Program is covered only if its contents constitute a work
based on the Program (independent of having been made by running the Program).
Whether that is true depends on what the Program does.
1.You may copy and distribute verbatim copies of the Program’s source code as
you receive it, in any medium, provided that you conspicuously and appropriately
75
publish on each copy an appropriate copyright notice and disclaimer of warranty;
keep intact all the notices that refer to this License and to the absence of any
warranty; and give any other recipients of the Program a copy of this License along
with the Program.
You may charge a fee for the physical act of transferring a copy, and you may at
your option offer warranty protection in exchange for a fee.
2.You may modify your copy or copies of the Program or any portion of it, thus
forming a work based on the Program, and copy and distribute such modifications
or work under the terms of Section 1 above, provided that you also meet all of these
conditions:
(a)You must cause the modified files to carry prominent notices stating that you
changed the files and the date of any change.
(b)You must cause any work that you distribute or publish, that in whole or in part
contains or is derived from the Program or any part thereof, to be licensed as a
whole at no charge to all third parties under the terms of this License.
(c)If the modified program normally reads commands interactively when run, you
must cause it, when started running for such interactive use in the most ordinary
way, to print or display an announcement including an appropriate copyright
notice and a notice that there is no warranty (or else, saying that you provide a
warranty) and that users may redistribute the program under these conditions,
and telling the user how to view a copy of this License. (Exception: if the
Program itself is interactive but does not normally print such an announcement,
your work based on the Program is not required to print an announcement.)
These requirements apply to the modified work as a whole. If identifiable sections
of that work are not derived from the Program, and can be reasonably considered
independent and separate works in themselves, then this License, and its terms, do
not apply to those sections when you distribute them as separate works. But when
you distribute the same sections as part of a whole which is a work based on the
Program, the distribution of the whole must be on the terms of this License, whose
permissions for other licensees extend to the entire whole, and thus to each and every
part regardless of who wrote it.
Thus, it is not the intent of this section to claim rights or contest your rights to
work written entirely by you; rather, the intent is to exercise the right to control the
distribution of derivative or collective works based on the Program.
In addition, mere aggregation of another work not based on the Program with
76
the Program (or with a work based on the Program) on a volume of a storage or
distribution medium does not bring the other work under the scope of this License.
3.You may copy and distribute the Program (or a work based on it, under Section 2) in
object code or executable form under the terms of Sections 1 and 2 above provided
that you also do one of the following:
(a)Accompany it with the complete corresponding machine-readable source code,
which must be distributed under the terms of Sections 1 and 2 above on a
medium customarily used for software interchange; or,
(b)Accompany it with a written offer, valid for at least three years, to give any
third party, for a charge no more than your cost of physically performing source
distribution, a complete machine-readable copy of the corresponding source
code, to be distributed under the terms of Sections 1 and 2 above on a medium
customarily used for software interchange; or,
(c)Accompany it with the information you received as to the offer to distribute
corresponding source code. (This alternative is allowed only for noncommercial
distribution and only if you received the program in object code or executable
form with such an offer, in accord with Subsection b above.)
The source code for a work means the preferred form of the work for making
modifications to it. For an executable work, complete source code means all the
source code for all modules it contains, plus any associated interface definition
files, plus the scripts used to control compilation and installation of the executable.
However, as a special exception, the source code distributed need not include
anything that is normally distributed (in either source or binary form) with the major
components (compiler, kernel, and so on) of the operating system on which the
executable runs, unless that component itself accompanies the executable.
If distribution of executable or object code is made by offering access to copy from
a designated place, then offering equivalent access to copy the source code from the
same place counts as distribution of the source code, even though third parties are
not compelled to copy the source along with the object code.
4.You may not copy, modify, sublicense, or distribute the Program except as expressly
provided under this License. Any attempt otherwise to copy, modify, sublicense or
distribute the Program is void, and will automatically terminate your rights under
this License. However, parties who have received copies, or rights, from you under
this License will not have their licenses terminated so long as such parties remain in
full compliance.
77
5.You are not required to accept this License, since you have not signed it. However,
nothing else grants you permission to modify or distribute the Program or its
derivative works. These actions are prohibited by law if you do not accept this
License. Therefore, by modifying or distributing the Program (or any work based
on the Program), you indicate your acceptance of this License to do so, and all its
terms and conditions for copying, distributing or modifying the Program or works
based on it.
6.Each time you redistribute the Program (or any work based on the Program),
the recipient automatically receives a license from the original licensor to copy,
distribute or modify the Program subject to these terms and conditions. You may
not impose any further restrictions on the recipients’ exercise of the rights granted
herein. You are not responsible for enforcing compliance by third parties to this
License.
7.If, as a consequence of a court judgment or allegation of patent infringement or
for any other reason (not limited to patent issues), conditions are imposed on you
(whether by court order, agreement or otherwise) that contradict the conditions of
this License, they do not excuse you from the conditions of this License. If you
cannot distribute so as to satisfy simultaneously your obligations under this License
and any other pertinent obligations, then as a consequence you may not distribute
the Program at all. For example, if a patent license would not permit royalty-free
redistribution of the Program by all those who receive copies directly or indirectly
through you, then the only way you could satisfy both it and this License would be
to refrain entirely from distribution of the Program.
If any portion of this section is held invalid or unenforceable under any particular
circumstance, the balance of the section is intended to apply and the section as a
whole is intended to apply in other circumstances.
It is not the purpose of this section to induce you to infringe any patents or other
property right claims or to contest validity of any such claims; this section has
the sole purpose of protecting the integrity of the free software distribution system,
which is implemented by public license practices. Many people have made generous
contributions to the wide range of software distributed through that system in
reliance on consistent application of that system; it is up to the author/donor to
decide if he or she is willing to distribute software through any other system and a
licensee cannot impose that choice.
This section is intended to make thoroughly clear what is believed to be a
consequence of the rest of this License.
78
8.If the distribution and/or use of the Program is restricted in certain countries
either by patents or by copyrighted interfaces, the original copyright holder who
places the Program under this License may add an explicit geographical distribution
limitation excluding those countries, so that distribution is permitted only in or
among countries not thus excluded. In such case, this License incorporates the
limitation as if written in the body of this License.
9.The Free Software Foundation may publish revised and/or new versions of the
General Public License from time to time. Such new versions will be similar in
spirit to the present version, but may differ in detail to address new problems or
concerns.
Each version is given a distinguishing version number. If the Program specifies a
version number of this License which applies to it and “any later version”, you have
the option of following the terms and conditions either of that version or of any later
version published by the Free Software Foundation. If the Program does not specify
a version number of this License, you may choose any version ever published by the
Free Software Foundation.
10.If you wish to incorporate parts of the Program into other free programs whose
distribution conditions are different, write to the author to ask for permission. For
software which is copyrighted by the Free Software Foundation, write to the Free
Software Foundation; we sometimes make exceptions for this. Our decision will be
guided by the two goals of preserving the free status of all derivatives of our free
software and of promoting the sharing and reuse of software generally.
N O WARRANTY
11.B ECAUSE
THE PROGRAM IS LICENSED FREE OF CHARGE , THERE IS NO
WARRANTY FOR THE PROGRAM , TO THE EXTENT PERMITTED BY APPLICABLE
LAW.
E XCEPT WHEN OTHERWISE STATED IN WRITING THE COPYRIGHT
HOLDERS AND / OR OTHER PARTIES PROVIDE THE PROGRAM “AS IS ” WITHOUT
WARRANTY OF ANY KIND , EITHER EXPRESSED OR IMPLIED , INCLUDING , BUT
NOT LIMITED TO , THE IMPLIED WARRANTIES OF MERCHANTABILITY AND
FITNESS FOR A PARTICULAR PURPOSE . T HE ENTIRE RISK AS TO THE QUALITY
AND PERFORMANCE OF THE PROGRAM IS WITH YOU . S HOULD THE PROGRAM
PROVE DEFECTIVE , YOU ASSUME THE COST OF ALL NECESSARY SERVICING ,
REPAIR OR CORRECTION .
12.I N
NO EVENT UNLESS REQUIRED BY APPLICABLE LAW OR AGREED TO
IN WRITING WILL ANY COPYRIGHT HOLDER , OR ANY OTHER PARTY WHO
79
MAY MODIFY AND / OR REDISTRIBUTE THE PROGRAM AS PERMITTED ABOVE ,
BE LIABLE TO YOU FOR DAMAGES , INCLUDING ANY GENERAL , SPECIAL ,
INCIDENTAL OR CONSEQUENTIAL DAMAGES ARISING OUT OF THE USE OR
INABILITY TO USE THE PROGRAM
( INCLUDING
BUT NOT LIMITED TO LOSS
OF DATA OR DATA BEING RENDERED INACCURATE OR LOSSES SUSTAINED BY
YOU OR THIRD PARTIES OR A FAILURE OF THE PROGRAM TO OPERATE WITH
ANY OTHER PROGRAMS ), EVEN IF SUCH HOLDER OR OTHER PARTY HAS BEEN
ADVISED OF THE POSSIBILITY OF SUCH DAMAGES .
E ND OF T ERMS AND C ONDITIONS
Appendix: How to Apply These Terms to Your New
Programs
If you develop a new program, and you want it to be of the greatest possible use to
the public, the best way to achieve this is to make it free software which everyone can
redistribute and change under these terms.
To do so, attach the following notices to the program. It is safest to attach them to the
start of each source file to most effectively convey the exclusion of warranty; and each file
should have at least the “copyright” line and a pointer to where the full notice is found.
one line to give the program’s name and a brief idea of what it does.
Copyright (C) yyyy name of author
This program is free software; you can redistribute it and/or modify it under the
terms of the GNU General Public License as published by the Free Software
Foundation; either version 2 of the License, or (at your option) any later
version.
This program is distributed in the hope that it will be useful, but
WITHOUT ANY WARRANTY; without even the implied warranty of
MERCHANTABILITY or FITNESS FOR A PARTICULAR PURPOSE. See
the GNU General Public License for more details.
You should have received a copy of the GNU General Public License along
with this program; if not, write to the Free Software Foundation, Inc., 51
Franklin Street, Fifth Floor, Boston, MA 02110-1301, USA.
80
Also add information on how to contact you by electronic and paper mail.
If the program is interactive, make it output a short notice like this when it starts in an
interactive mode:
Gnomovision version 69, Copyright (C) yyyy name of author
Gnomovision comes with ABSOLUTELY NO WARRANTY; for details type
‘show w’.
This is free software, and you are welcome to redistribute it under certain
conditions; type ‘show c’ for details.
The hypothetical commands show w and show c should show the appropriate parts of the
General Public License. Of course, the commands you use may be called something other
than show w and show c; they could even be mouse-clicks or menu items—whatever suits
your program.
You should also get your employer (if you work as a programmer) or your school, if any,
to sign a “copyright disclaimer” for the program, if necessary. Here is a sample; alter the
names:
Yoyodyne, Inc., hereby disclaims all copyright interest in the program
‘Gnomovision’ (which makes passes at compilers) written by James Hacker.
signature of Ty Coon, 1 April 1989
Ty Coon, President of Vice
This General Public License does not permit incorporating your program into proprietary
programs. If your program is a subroutine library, you may consider it more useful to
permit linking proprietary applications with the library. If this is what you want to do, use
the GNU Library General Public License instead of this License.
81
Anexo C
General Public License versão 3
c 2007 Free Software Foundation, Inc. http://fsf.org/
Copyright Everyone is permitted to copy and distribute verbatim copies of this
license document, but changing it is not allowed.
The GNU General Public License is a free, copyleft license for software and other kinds
of works.
The licenses for most software and other practical works are designed to take away your
freedom to share and change the works. By contrast, the GNU General Public License
is intended to guarantee your freedom to share and change all versions of a program–to
make sure it remains free software for all its users. We, the Free Software Foundation,
use the GNU General Public License for most of our software; it applies also to any other
work released this way by its authors. You can apply it to your programs, too.
When we speak of free software, we are referring to freedom, not price. Our General
Public Licenses are designed to make sure that you have the freedom to distribute copies
of free software (and charge for them if you wish), that you receive source code or can get
it if you want it, that you can change the software or use pieces of it in new free programs,
and that you know you can do these things.
To protect your rights, we need to prevent others from denying you these rights or asking
you to surrender the rights. Therefore, you have certain responsibilities if you distribute
copies of the software, or if you modify it: responsibilities to respect the freedom of
others.
For example, if you distribute copies of such a program, whether gratis or for a fee, you
must pass on to the recipients the same freedoms that you received. You must make sure
that they, too, receive or can get the source code. And you must show them these terms
so they know their rights.
Developers that use the GNU GPL protect your rights with two steps: (1) assert copyright
on the software, and (2) offer you this License giving you legal permission to copy,
distribute and/or modify it.
For the developers’ and authors’ protection, the GPL clearly explains that there is no
warranty for this free software. For both users’ and authors’ sake, the GPL requires that
modified versions be marked as changed, so that their problems will not be attributed
erroneously to authors of previous versions.
Some devices are designed to deny users access to install or run modified versions of
the software inside them, although the manufacturer can do so. This is fundamentally
incompatible with the aim of protecting users’ freedom to change the software. The
systematic pattern of such abuse occurs in the area of products for individuals to use,
which is precisely where it is most unacceptable. Therefore, we have designed this version
of the GPL to prohibit the practice for those products. If such problems arise substantially
in other domains, we stand ready to extend this provision to those domains in future
versions of the GPL, as needed to protect the freedom of users.
Finally, every program is threatened constantly by software patents. States should not
allow patents to restrict development and use of software on general-purpose computers,
but in those that do, we wish to avoid the special danger that patents applied to a free
program could make it effectively proprietary. To prevent this, the GPL assures that
patents cannot be used to render the program non-free.
The precise terms and conditions for copying, distribution and modification follow.
T ERMS AND C ONDITIONS
0.Definitions.
“This License” refers to version 3 of the GNU General Public License.
“Copyright” also means copyright-like laws that apply to other kinds of works, such
as semiconductor masks.
“The Program” refers to any copyrightable work licensed under this License. Each
licensee is addressed as “you”. “Licensees” and “recipients” may be individuals or
organizations.
83
To “modify” a work means to copy from or adapt all or part of the work in a
fashion requiring copyright permission, other than the making of an exact copy. The
resulting work is called a “modified version” of the earlier work or a work “based
on” the earlier work.
A “covered work” means either the unmodified Program or a work based on the
Program.
To “propagate” a work means to do anything with it that, without permission, would
make you directly or secondarily liable for infringement under applicable copyright
law, except executing it on a computer or modifying a private copy. Propagation
includes copying, distribution (with or without modification), making available to
the public, and in some countries other activities as well.
To “convey” a work means any kind of propagation that enables other parties to
make or receive copies. Mere interaction with a user through a computer network,
with no transfer of a copy, is not conveying.
An interactive user interface displays “Appropriate Legal Notices” to the extent
that it includes a convenient and prominently visible feature that (1) displays an
appropriate copyright notice, and (2) tells the user that there is no warranty for the
work (except to the extent that warranties are provided), that licensees may convey
the work under this License, and how to view a copy of this License. If the interface
presents a list of user commands or options, such as a menu, a prominent item in the
list meets this criterion.
1.Source Code.
The “source code” for a work means the preferred form of the work for making
modifications to it. “Object code” means any non-source form of a work.
A “Standard Interface” means an interface that either is an official standard defined
by a recognized standards body, or, in the case of interfaces specified for a particular
programming language, one that is widely used among developers working in that
language.
The “System Libraries” of an executable work include anything, other than the work
as a whole, that (a) is included in the normal form of packaging a Major Component,
but which is not part of that Major Component, and (b) serves only to enable use
of the work with that Major Component, or to implement a Standard Interface for
which an implementation is available to the public in source code form. A “Major
Component”, in this context, means a major essential component (kernel, window
system, and so on) of the specific operating system (if any) on which the executable
work runs, or a compiler used to produce the work, or an object code interpreter
84
used to run it.
The “Corresponding Source” for a work in object code form means all the source
code needed to generate, install, and (for an executable work) run the object code and
to modify the work, including scripts to control those activities. However, it does not
include the work’s System Libraries, or general-purpose tools or generally available
free programs which are used unmodified in performing those activities but which
are not part of the work. For example, Corresponding Source includes interface
definition files associated with source files for the work, and the source code for
shared libraries and dynamically linked subprograms that the work is specifically
designed to require, such as by intimate data communication or control flow between
those subprograms and other parts of the work.
The Corresponding Source need not include anything that users can regenerate
automatically from other parts of the Corresponding Source.
The Corresponding Source for a work in source code form is that same work.
2.Basic Permissions.
All rights granted under this License are granted for the term of copyright on the
Program, and are irrevocable provided the stated conditions are met. This License
explicitly affirms your unlimited permission to run the unmodified Program. The
output from running a covered work is covered by this License only if the output,
given its content, constitutes a covered work. This License acknowledges your rights
of fair use or other equivalent, as provided by copyright law.
You may make, run and propagate covered works that you do not convey, without
conditions so long as your license otherwise remains in force. You may convey
covered works to others for the sole purpose of having them make modifications
exclusively for you, or provide you with facilities for running those works, provided
that you comply with the terms of this License in conveying all material for which
you do not control copyright. Those thus making or running the covered works
for you must do so exclusively on your behalf, under your direction and control,
on terms that prohibit them from making any copies of your copyrighted material
outside their relationship with you.
Conveying under any other circumstances is permitted solely under the conditions
stated below. Sublicensing is not allowed; section 10 makes it unnecessary.
3.Protecting Users’ Legal Rights From Anti-Circumvention Law.
No covered work shall be deemed part of an effective technological measure under
any applicable law fulfilling obligations under article 11 of the WIPO copyright
85
treaty adopted on 20 December 1996, or similar laws prohibiting or restricting
circumvention of such measures.
When you convey a covered work, you waive any legal power to forbid
circumvention of technological measures to the extent such circumvention is
effected by exercising rights under this License with respect to the covered work,
and you disclaim any intention to limit operation or modification of the work as a
means of enforcing, against the work’s users, your or third parties’ legal rights to
forbid circumvention of technological measures.
4.Conveying Verbatim Copies.
You may convey verbatim copies of the Program’s source code as you receive it,
in any medium, provided that you conspicuously and appropriately publish on each
copy an appropriate copyright notice; keep intact all notices stating that this License
and any non-permissive terms added in accord with section 7 apply to the code; keep
intact all notices of the absence of any warranty; and give all recipients a copy of
this License along with the Program.
You may charge any price or no price for each copy that you convey, and you may
offer support or warranty protection for a fee.
5.Conveying Modified Source Versions.
You may convey a work based on the Program, or the modifications to produce it
from the Program, in the form of source code under the terms of section 4, provided
that you also meet all of these conditions:
(a)The work must carry prominent notices stating that you modified it, and giving
a relevant date.
(b)The work must carry prominent notices stating that it is released under this
License and any conditions added under section 7. This requirement modifies
the requirement in section 4 to “keep intact all notices”.
(c)You must license the entire work, as a whole, under this License to anyone who
comes into possession of a copy. This License will therefore apply, along with
any applicable section 7 additional terms, to the whole of the work, and all its
parts, regardless of how they are packaged. This License gives no permission
to license the work in any other way, but it does not invalidate such permission
if you have separately received it.
(d)If the work has interactive user interfaces, each must display Appropriate Legal
Notices; however, if the Program has interactive interfaces that do not display
Appropriate Legal Notices, your work need not make them do so.
86
A compilation of a covered work with other separate and independent works, which
are not by their nature extensions of the covered work, and which are not combined
with it such as to form a larger program, in or on a volume of a storage or distribution
medium, is called an “aggregate” if the compilation and its resulting copyright are
not used to limit the access or legal rights of the compilation’s users beyond what
the individual works permit. Inclusion of a covered work in an aggregate does not
cause this License to apply to the other parts of the aggregate.
6.Conveying Non-Source Forms.
You may convey a covered work in object code form under the terms of sections 4
and 5, provided that you also convey the machine-readable Corresponding Source
under the terms of this License, in one of these ways:
(a)Convey the object code in, or embodied in, a physical product (including a
physical distribution medium), accompanied by the Corresponding Source fixed
on a durable physical medium customarily used for software interchange.
(b)Convey the object code in, or embodied in, a physical product (including a
physical distribution medium), accompanied by a written offer, valid for at least
three years and valid for as long as you offer spare parts or customer support
for that product model, to give anyone who possesses the object code either
(1) a copy of the Corresponding Source for all the software in the product
that is covered by this License, on a durable physical medium customarily
used for software interchange, for a price no more than your reasonable cost
of physically performing this conveying of source, or (2) access to copy the
Corresponding Source from a network server at no charge.
(c)Convey individual copies of the object code with a copy of the written
offer to provide the Corresponding Source. This alternative is allowed only
occasionally and noncommercially, and only if you received the object code
with such an offer, in accord with subsection 6b.
(d)Convey the object code by offering access from a designated place (gratis or
for a charge), and offer equivalent access to the Corresponding Source in the
same way through the same place at no further charge. You need not require
recipients to copy the Corresponding Source along with the object code. If the
place to copy the object code is a network server, the Corresponding Source
may be on a different server (operated by you or a third party) that supports
equivalent copying facilities, provided you maintain clear directions next to the
object code saying where to find the Corresponding Source. Regardless of what
server hosts the Corresponding Source, you remain obligated to ensure that it is
87
available for as long as needed to satisfy these requirements.
(e)Convey the object code using peer-to-peer transmission, provided you inform
other peers where the object code and Corresponding Source of the work are
being offered to the general public at no charge under subsection 6d.
A separable portion of the object code, whose source code is excluded from the
Corresponding Source as a System Library, need not be included in conveying the
object code work.
A “User Product” is either (1) a “consumer product”, which means any tangible
personal property which is normally used for personal, family, or household
purposes, or (2) anything designed or sold for incorporation into a dwelling. In
determining whether a product is a consumer product, doubtful cases shall be
resolved in favor of coverage. For a particular product received by a particular
user, “normally used” refers to a typical or common use of that class of product,
regardless of the status of the particular user or of the way in which the particular
user actually uses, or expects or is expected to use, the product. A product is a
consumer product regardless of whether the product has substantial commercial,
industrial or non-consumer uses, unless such uses represent the only significant
mode of use of the product.
“Installation Information” for a User Product means any methods, procedures,
authorization keys, or other information required to install and execute modified
versions of a covered work in that User Product from a modified version of its
Corresponding Source. The information must suffice to ensure that the continued
functioning of the modified object code is in no case prevented or interfered with
solely because modification has been made.
If you convey an object code work under this section in, or with, or specifically for
use in, a User Product, and the conveying occurs as part of a transaction in which
the right of possession and use of the User Product is transferred to the recipient in
perpetuity or for a fixed term (regardless of how the transaction is characterized),
the Corresponding Source conveyed under this section must be accompanied by the
Installation Information. But this requirement does not apply if neither you nor any
third party retains the ability to install modified object code on the User Product (for
example, the work has been installed in ROM).
The requirement to provide Installation Information does not include a requirement
to continue to provide support service, warranty, or updates for a work that has been
modified or installed by the recipient, or for the User Product in which it has been
modified or installed. Access to a network may be denied when the modification
88
itself materially and adversely affects the operation of the network or violates the
rules and protocols for communication across the network.
Corresponding Source conveyed, and Installation Information provided, in accord
with this section must be in a format that is publicly documented (and with an
implementation available to the public in source code form), and must require no
special password or key for unpacking, reading or copying.
7.Additional Terms.
“Additional permissions” are terms that supplement the terms of this License by
making exceptions from one or more of its conditions. Additional permissions that
are applicable to the entire Program shall be treated as though they were included
in this License, to the extent that they are valid under applicable law. If additional
permissions apply only to part of the Program, that part may be used separately
under those permissions, but the entire Program remains governed by this License
without regard to the additional permissions.
When you convey a copy of a covered work, you may at your option remove
any additional permissions from that copy, or from any part of it. (Additional
permissions may be written to require their own removal in certain cases when you
modify the work.) You may place additional permissions on material, added by you
to a covered work, for which you have or can give appropriate copyright permission.
Notwithstanding any other provision of this License, for material you add to a
covered work, you may (if authorized by the copyright holders of that material)
supplement the terms of this License with terms:
(a)Disclaiming warranty or limiting liability differently from the terms of sections
15 and 16 of this License; or
(b)Requiring preservation of specified reasonable legal notices or author
attributions in that material or in the Appropriate Legal Notices displayed by
works containing it; or
(c)Prohibiting misrepresentation of the origin of that material, or requiring that
modified versions of such material be marked in reasonable ways as different
from the original version; or
(d)Limiting the use for publicity purposes of names of licensors or authors of the
material; or
(e)Declining to grant rights under trademark law for use of some trade names,
trademarks, or service marks; or
(f)Requiring indemnification of licensors and authors of that material by anyone
89
who conveys the material (or modified versions of it) with contractual
assumptions of liability to the recipient, for any liability that these contractual
assumptions directly impose on those licensors and authors.
All other non-permissive additional terms are considered “further restrictions”
within the meaning of section 10. If the Program as you received it, or any part of
it, contains a notice stating that it is governed by this License along with a term that
is a further restriction, you may remove that term. If a license document contains
a further restriction but permits relicensing or conveying under this License, you
may add to a covered work material governed by the terms of that license document,
provided that the further restriction does not survive such relicensing or conveying.
If you add terms to a covered work in accord with this section, you must place, in
the relevant source files, a statement of the additional terms that apply to those files,
or a notice indicating where to find the applicable terms.
Additional terms, permissive or non-permissive, may be stated in the form of a
separately written license, or stated as exceptions; the above requirements apply
either way.
8.Termination.
You may not propagate or modify a covered work except as expressly provided
under this License. Any attempt otherwise to propagate or modify it is void, and
will automatically terminate your rights under this License (including any patent
licenses granted under the third paragraph of section 11).
However, if you cease all violation of this License, then your license from a
particular copyright holder is reinstated (a) provisionally, unless and until the
copyright holder explicitly and finally terminates your license, and (b) permanently,
if the copyright holder fails to notify you of the violation by some reasonable means
prior to 60 days after the cessation.
Moreover, your license from a particular copyright holder is reinstated permanently
if the copyright holder notifies you of the violation by some reasonable means, this
is the first time you have received notice of violation of this License (for any work)
from that copyright holder, and you cure the violation prior to 30 days after your
receipt of the notice.
Termination of your rights under this section does not terminate the licenses of
parties who have received copies or rights from you under this License. If your
rights have been terminated and not permanently reinstated, you do not qualify to
receive new licenses for the same material under section 10.
9.Acceptance Not Required for Having Copies.
90
You are not required to accept this License in order to receive or run a copy
of the Program. Ancillary propagation of a covered work occurring solely as a
consequence of using peer-to-peer transmission to receive a copy likewise does not
require acceptance. However, nothing other than this License grants you permission
to propagate or modify any covered work. These actions infringe copyright if you
do not accept this License. Therefore, by modifying or propagating a covered work,
you indicate your acceptance of this License to do so.
10.Automatic Licensing of Downstream Recipients.
Each time you convey a covered work, the recipient automatically receives a license
from the original licensors, to run, modify and propagate that work, subject to this
License. You are not responsible for enforcing compliance by third parties with this
License.
An “entity transaction” is a transaction transferring control of an organization,
or substantially all assets of one, or subdividing an organization, or merging
organizations. If propagation of a covered work results from an entity transaction,
each party to that transaction who receives a copy of the work also receives whatever
licenses to the work the party’s predecessor in interest had or could give under the
previous paragraph, plus a right to possession of the Corresponding Source of the
work from the predecessor in interest, if the predecessor has it or can get it with
reasonable efforts.
You may not impose any further restrictions on the exercise of the rights granted
or affirmed under this License. For example, you may not impose a license fee,
royalty, or other charge for exercise of rights granted under this License, and you
may not initiate litigation (including a cross-claim or counterclaim in a lawsuit)
alleging that any patent claim is infringed by making, using, selling, offering for
sale, or importing the Program or any portion of it.
11.Patents.
A “contributor” is a copyright holder who authorizes use under this License of the
Program or a work on which the Program is based. The work thus licensed is called
the contributor’s “contributor version”.
A contributor’s “essential patent claims” are all patent claims owned or controlled
by the contributor, whether already acquired or hereafter acquired, that would be
infringed by some manner, permitted by this License, of making, using, or selling
its contributor version, but do not include claims that would be infringed only as
a consequence of further modification of the contributor version. For purposes of
this definition, “control” includes the right to grant patent sublicenses in a manner
91
consistent with the requirements of this License.
Each contributor grants you a non-exclusive, worldwide, royalty-free patent license
under the contributor’s essential patent claims, to make, use, sell, offer for sale,
import and otherwise run, modify and propagate the contents of its contributor
version.
In the following three paragraphs, a “patent license” is any express agreement or
commitment, however denominated, not to enforce a patent (such as an express
permission to practice a patent or covenant not to sue for patent infringement).
To “grant” such a patent license to a party means to make such an agreement or
commitment not to enforce a patent against the party.
If you convey a covered work, knowingly relying on a patent license, and the
Corresponding Source of the work is not available for anyone to copy, free of charge
and under the terms of this License, through a publicly available network server or
other readily accessible means, then you must either (1) cause the Corresponding
Source to be so available, or (2) arrange to deprive yourself of the benefit of the
patent license for this particular work, or (3) arrange, in a manner consistent with the
requirements of this License, to extend the patent license to downstream recipients.
“Knowingly relying” means you have actual knowledge that, but for the patent
license, your conveying the covered work in a country, or your recipient’s use of
the covered work in a country, would infringe one or more identifiable patents in
that country that you have reason to believe are valid.
If, pursuant to or in connection with a single transaction or arrangement, you convey,
or propagate by procuring conveyance of, a covered work, and grant a patent license
to some of the parties receiving the covered work authorizing them to use, propagate,
modify or convey a specific copy of the covered work, then the patent license you
grant is automatically extended to all recipients of the covered work and works based
on it.
A patent license is “discriminatory” if it does not include within the scope of its
coverage, prohibits the exercise of, or is conditioned on the non-exercise of one or
more of the rights that are specifically granted under this License. You may not
convey a covered work if you are a party to an arrangement with a third party that
is in the business of distributing software, under which you make payment to the
third party based on the extent of your activity of conveying the work, and under
which the third party grants, to any of the parties who would receive the covered
work from you, a discriminatory patent license (a) in connection with copies of the
covered work conveyed by you (or copies made from those copies), or (b) primarily
92
for and in connection with specific products or compilations that contain the covered
work, unless you entered into that arrangement, or that patent license was granted,
prior to 28 March 2007.
Nothing in this License shall be construed as excluding or limiting any implied
license or other defenses to infringement that may otherwise be available to you
under applicable patent law.
12.No Surrender of Others’ Freedom.
If conditions are imposed on you (whether by court order, agreement or otherwise)
that contradict the conditions of this License, they do not excuse you from the
conditions of this License. If you cannot convey a covered work so as to
satisfy simultaneously your obligations under this License and any other pertinent
obligations, then as a consequence you may not convey it at all. For example, if you
agree to terms that obligate you to collect a royalty for further conveying from those
to whom you convey the Program, the only way you could satisfy both those terms
and this License would be to refrain entirely from conveying the Program.
13.Use with the GNU Affero General Public License.
Notwithstanding any other provision of this License, you have permission to link
or combine any covered work with a work licensed under version 3 of the GNU
Affero General Public License into a single combined work, and to convey the
resulting work. The terms of this License will continue to apply to the part which is
the covered work, but the special requirements of the GNU Affero General Public
License, section 13, concerning interaction through a network will apply to the
combination as such.
14.Revised Versions of this License.
The Free Software Foundation may publish revised and/or new versions of the GNU
General Public License from time to time. Such new versions will be similar in spirit
to the present version, but may differ in detail to address new problems or concerns.
Each version is given a distinguishing version number. If the Program specifies that a
certain numbered version of the GNU General Public License “or any later version”
applies to it, you have the option of following the terms and conditions either
of that numbered version or of any later version published by the Free Software
Foundation. If the Program does not specify a version number of the GNU General
Public License, you may choose any version ever published by the Free Software
Foundation.
If the Program specifies that a proxy can decide which future versions of the GNU
93
General Public License can be used, that proxy’s public statement of acceptance of
a version permanently authorizes you to choose that version for the Program.
Later license versions may give you additional or different permissions. However,
no additional obligations are imposed on any author or copyright holder as a result
of your choosing to follow a later version.
15.Disclaimer of Warranty.
THERE IS NO WARRANTY FOR THE PROGRAM, TO THE EXTENT
PERMITTED BY APPLICABLE LAW. EXCEPT WHEN OTHERWISE STATED
IN WRITING THE COPYRIGHT HOLDERS AND/OR OTHER PARTIES
PROVIDE THE PROGRAM “AS IS” WITHOUT WARRANTY OF ANY KIND,
EITHER EXPRESSED OR IMPLIED, INCLUDING, BUT NOT LIMITED TO,
THE IMPLIED WARRANTIES OF MERCHANTABILITY AND FITNESS FOR
A PARTICULAR PURPOSE. THE ENTIRE RISK AS TO THE QUALITY
AND PERFORMANCE OF THE PROGRAM IS WITH YOU. SHOULD THE
PROGRAM PROVE DEFECTIVE, YOU ASSUME THE COST OF ALL
NECESSARY SERVICING, REPAIR OR CORRECTION.
16.Limitation of Liability.
IN NO EVENT UNLESS REQUIRED BY APPLICABLE LAW OR AGREED TO
IN WRITING WILL ANY COPYRIGHT HOLDER, OR ANY OTHER PARTY
WHO MODIFIES AND/OR CONVEYS THE PROGRAM AS PERMITTED
ABOVE, BE LIABLE TO YOU FOR DAMAGES, INCLUDING ANY GENERAL,
SPECIAL, INCIDENTAL OR CONSEQUENTIAL DAMAGES ARISING OUT
OF THE USE OR INABILITY TO USE THE PROGRAM (INCLUDING
BUT NOT LIMITED TO LOSS OF DATA OR DATA BEING RENDERED
INACCURATE OR LOSSES SUSTAINED BY YOU OR THIRD PARTIES
OR A FAILURE OF THE PROGRAM TO OPERATE WITH ANY OTHER
PROGRAMS), EVEN IF SUCH HOLDER OR OTHER PARTY HAS BEEN
ADVISED OF THE POSSIBILITY OF SUCH DAMAGES.
17.Interpretation of Sections 15 and 16.
If the disclaimer of warranty and limitation of liability provided above cannot
be given local legal effect according to their terms, reviewing courts shall apply
local law that most closely approximates an absolute waiver of all civil liability
in connection with the Program, unless a warranty or assumption of liability
accompanies a copy of the Program in return for a fee.
E ND OF T ERMS AND C ONDITIONS
94
How to Apply These Terms to Your New Programs
If you develop a new program, and you want it to be of the greatest possible use to
the public, the best way to achieve this is to make it free software which everyone
can redistribute and change under these terms.
To do so, attach the following notices to the program. It is safest to attach them to
the start of each source file to most effectively state the exclusion of warranty; and
each file should have at least the “copyright” line and a pointer to where the full
notice is found.
<one line to give the program’s name and a brief idea of what it does.>
Copyright (C) <textyear>
<name of author>
This program is free software: you can redistribute it and/or modify
it under the terms of the GNU General Public License as published by
the Free Software Foundation, either version 3 of the License, or
(at your option) any later version.
This program is distributed in the hope that it will be useful,
but WITHOUT ANY WARRANTY; without even the implied warranty of
MERCHANTABILITY or FITNESS FOR A PARTICULAR PURPOSE. See the
GNU General Public License for more details.
You should have received a copy of the GNU General Public License
along with this program. If not, see <http://www.gnu.org/licenses/>.
Also add information on how to contact you by electronic and paper mail.
If the program does terminal interaction, make it output a short notice like this when
it starts in an interactive mode:
<program>
Copyright (C) <year>
<name of author>
This program comes with ABSOLUTELY NO WARRANTY; for details type ‘show w’.
This is free software, and you are welcome to redistribute it
under certain conditions; type ‘show c’ for details.
The hypothetical commands show w and show c should show the appropriate parts
of the General Public License. Of course, your program’s commands might be
different; for a GUI interface, you would use an “about box”.
You should also get your employer (if you work as a programmer) or school,
if any, to sign a “copyright disclaimer” for the program, if necessary. For
95
more information on this, and how to apply and follow the GNU GPL, see
http://www.gnu.org/licenses/.
The GNU General Public License does not permit incorporating your program into
proprietary programs. If your program is a subroutine library, you may consider it
more useful to permit linking proprietary applications with the library. If this is what
you want to do, use the GNU Lesser General Public License instead of this License.
But first, please read http://www.gnu.org/philosophy/why-not-lgpl.html.
96
Anexo D
Gnu Lesser General Public License
versão 2.1
c 1991, 1999 Free Software Foundation, Inc. 51 Franklin Street, Fifth Floor,
Copyright Boston, MA 02110-1301 USA
Everyone is permitted to copy and distribute verbatim copies of this license document,
but changing it is not allowed.
[This is the first released version of the Lesser GPL. It also counts as the successor of the
GNU Library Public License, version 2, hence the version number 2.1.]
The licenses for most software are designed to take away your freedom to share and
change it. By contrast, the GNU General Public Licenses are intended to guarantee your
freedom to share and change free software–to make sure the software is free for all its
users.
This license, the Lesser General Public License, applies to some specially designated
software packages–typically libraries–of the Free Software Foundation and other authors
who decide to use it. You can use it too, but we suggest you first think carefully about
whether this license or the ordinary General Public License is the better strategy to use in
any particular case, based on the explanations below.
When we speak of free software, we are referring to freedom of use, not price. Our
General Public Licenses are designed to make sure that you have the freedom to distribute
copies of free software (and charge for this service if you wish); that you receive source
code or can get it if you want it; that you can change the software and use pieces of it in
new free programs; and that you are informed that you can do these things.
To protect your rights, we need to make restrictions that forbid distributors to deny you
these rights or to ask you to surrender these rights. These restrictions translate to certain
responsibilities for you if you distribute copies of the library or if you modify it.
For example, if you distribute copies of the library, whether gratis or for a fee, you must
give the recipients all the rights that we gave you. You must make sure that they, too,
receive or can get the source code. If you link other code with the library, you must
provide complete object files to the recipients, so that they can relink them with the library
after making changes to the library and recompiling it. And you must show them these
terms so they know their rights.
We protect your rights with a two-step method: (1) we copyright the library, and (2) we
offer you this license, which gives you legal permission to copy, distribute and/or modify
the library.
To protect each distributor, we want to make it very clear that there is no warranty for the
free library. Also, if the library is modified by someone else and passed on, the recipients
should know that what they have is not the original version, so that the original author’s
reputation will not be affected by problems that might be introduced by others.
Finally, software patents pose a constant threat to the existence of any free program. We
wish to make sure that a company cannot effectively restrict the users of a free program
by obtaining a restrictive license from a patent holder. Therefore, we insist that any patent
license obtained for a version of the library must be consistent with the full freedom of
use specified in this license.
Most GNU software, including some libraries, is covered by the ordinary GNU General
Public License. This license, the GNU Lesser General Public License, applies to certain
designated libraries, and is quite different from the ordinary General Public License. We
use this license for certain libraries in order to permit linking those libraries into non-free
programs.
When a program is linked with a library, whether statically or using a shared library, the
combination of the two is legally speaking a combined work, a derivative of the original
library. The ordinary General Public License therefore permits such linking only if the
entire combination fits its criteria of freedom. The Lesser General Public License permits
more lax criteria for linking other code with the library.
We call this license the "Lesser"General Public License because it does Less to protect
98
the user’s freedom than the ordinary General Public License. It also provides other
free software developers Less of an advantage over competing non-free programs.
These disadvantages are the reason we use the ordinary General Public License for
many libraries. However, the Lesser license provides advantages in certain special
circumstances.
For example, on rare occasions, there may be a special need to encourage the widest
possible use of a certain library, so that it becomes a de-facto standard. To achieve this,
non-free programs must be allowed to use the library. A more frequent case is that a free
library does the same job as widely used non-free libraries. In this case, there is little to
gain by limiting the free library to free software only, so we use the Lesser General Public
License.
In other cases, permission to use a particular library in non-free programs enables a greater
number of people to use a large body of free software. For example, permission to use the
GNU C Library in non-free programs enables many more people to use the whole GNU
operating system, as well as its variant, the GNU/Linux operating system.
Although the Lesser General Public License is Less protective of the users’ freedom, it
does ensure that the user of a program that is linked with the Library has the freedom and
the wherewithal to run that program using a modified version of the Library.
The precise terms and conditions for copying, distribution and modification follow. Pay
close attention to the difference between a "work based on the library"and a "work that
uses the library". The former contains code derived from the library, whereas the latter
must be combined with the library in order to run.
G NU L ESSER G ENERAL P UBLIC L ICENSE T ERMS AND
C ONDITIONS FOR COPYING , DISTRIBUTION AND
MODIFICATION
0.This License Agreement applies to any software library or other program which
contains a notice placed by the copyright holder or other authorized party saying it
may be distributed under the terms of this Lesser General Public License (also called
"this License"). Each licensee is addressed as "you".
A "library"means a collection of software functions and/or data prepared so as to be
conveniently linked with application programs (which use some of those functions
and data) to form executables.
The "Library", below, refers to any such software library or work which has
99
been distributed under these terms. A "work based on the Library"means either
the Library or any derivative work under copyright law: that is to say, a work
containing the Library or a portion of it, either verbatim or with modifications
and/or translated straightforwardly into another language. (Hereinafter, translation
is included without limitation in the term "modification".)
"Source code"for a work means the preferred form of the work for making
modifications to it. For a library, complete source code means all the source code for
all modules it contains, plus any associated interface definition files, plus the scripts
used to control compilation and installation of the library.
Activities other than copying, distribution and modification are not covered by this
License; they are outside its scope. The act of running a program using the Library
is not restricted, and output from such a program is covered only if its contents
constitute a work based on the Library (independent of the use of the Library in a
tool for writing it). Whether that is true depends on what the Library does and what
the program that uses the Library does.
1.You may copy and distribute verbatim copies of the Library’s complete source code
as you receive it, in any medium, provided that you conspicuously and appropriately
publish on each copy an appropriate copyright notice and disclaimer of warranty;
keep intact all the notices that refer to this License and to the absence of any
warranty; and distribute a copy of this License along with the Library.
You may charge a fee for the physical act of transferring a copy, and you may at
your option offer warranty protection in exchange for a fee.
2.You may modify your copy or copies of the Library or any portion of it, thus
forming a work based on the Library, and copy and distribute such modifications
or work under the terms of Section 1 above, provided that you also meet all of these
conditions:
(a)The modified work must itself be a software library.
(b)You must cause the files modified to carry prominent notices stating that you
changed the files and the date of any change.
(c)You must cause the whole of the work to be licensed at no charge to all third
parties under the terms of this License.
(d)If a facility in the modified Library refers to a function or a table of data to
be supplied by an application program that uses the facility, other than as an
argument passed when the facility is invoked, then you must make a good faith
effort to ensure that, in the event an application does not supply such function
100
or table, the facility still operates, and performs whatever part of its purpose
remains meaningful.
(For example, a function in a library to compute square roots has a purpose that
is entirely well-defined independent of the application. Therefore, Subsection
2d requires that any application-supplied function or table used by this function
must be optional: if the application does not supply it, the square root function
must still compute square roots.)
These requirements apply to the modified work as a whole. If identifiable sections
of that work are not derived from the Library, and can be reasonably considered
independent and separate works in themselves, then this License, and its terms, do
not apply to those sections when you distribute them as separate works. But when
you distribute the same sections as part of a whole which is a work based on the
Library, the distribution of the whole must be on the terms of this License, whose
permissions for other licensees extend to the entire whole, and thus to each and every
part regardless of who wrote it.
Thus, it is not the intent of this section to claim rights or contest your rights to
work written entirely by you; rather, the intent is to exercise the right to control the
distribution of derivative or collective works based on the Library.
In addition, mere aggregation of another work not based on the Library with the
Library (or with a work based on the Library) on a volume of a storage or distribution
medium does not bring the other work under the scope of this License.
3.You may opt to apply the terms of the ordinary GNU General Public License instead
of this License to a given copy of the Library. To do this, you must alter all the
notices that refer to this License, so that they refer to the ordinary GNU General
Public License, version 2, instead of to this License. (If a newer version than version
2 of the ordinary GNU General Public License has appeared, then you can specify
that version instead if you wish.) Do not make any other change in these notices.
Once this change is made in a given copy, it is irreversible for that copy, so
the ordinary GNU General Public License applies to all subsequent copies and
derivative works made from that copy.
This option is useful when you wish to copy part of the code of the Library into a
program that is not a library.
4.You may copy and distribute the Library (or a portion or derivative of it, under
Section 2) in object code or executable form under the terms of Sections 1
and 2 above provided that you accompany it with the complete corresponding
101
machine-readable source code, which must be distributed under the terms of
Sections 1 and 2 above on a medium customarily used for software interchange.
If distribution of object code is made by offering access to copy from a designated
place, then offering equivalent access to copy the source code from the same place
satisfies the requirement to distribute the source code, even though third parties are
not compelled to copy the source along with the object code.
5.A program that contains no derivative of any portion of the Library, but is designed
to work with the Library by being compiled or linked with it, is called a "work that
uses the Library". Such a work, in isolation, is not a derivative work of the Library,
and therefore falls outside the scope of this License.
However, linking a "work that uses the Library"with the Library creates an
executable that is a derivative of the Library (because it contains portions of the
Library), rather than a "work that uses the library". The executable is therefore
covered by this License. Section 6 states terms for distribution of such executables.
When a "work that uses the Library"uses material from a header file that is part of
the Library, the object code for the work may be a derivative work of the Library
even though the source code is not. Whether this is true is especially significant if
the work can be linked without the Library, or if the work is itself a library. The
threshold for this to be true is not precisely defined by law.
If such an object file uses only numerical parameters, data structure layouts and
accessors, and small macros and small inline functions (ten lines or less in length),
then the use of the object file is unrestricted, regardless of whether it is legally
a derivative work. (Executables containing this object code plus portions of the
Library will still fall under Section 6.)
Otherwise, if the work is a derivative of the Library, you may distribute the object
code for the work under the terms of Section 6. Any executables containing that
work also fall under Section 6, whether or not they are linked directly with the
Library itself.
6.As an exception to the Sections above, you may also combine or link a "work that
uses the Library"with the Library to produce a work containing portions of the
Library, and distribute that work under terms of your choice, provided that the terms
permit modification of the work for the customer’s own use and reverse engineering
for debugging such modifications.
You must give prominent notice with each copy of the work that the Library is used
in it and that the Library and its use are covered by this License. You must supply
a copy of this License. If the work during execution displays copyright notices, you
102
must include the copyright notice for the Library among them, as well as a reference
directing the user to the copy of this License. Also, you must do one of these things:
(a)Accompany the work with the complete corresponding machine-readable
source code for the Library including whatever changes were used in the work
(which must be distributed under Sections 1 and 2 above); and, if the work is an
executable linked with the Library, with the complete machine-readable "work
that uses the Library", as object code and/or source code, so that the user can
modify the Library and then relink to produce a modified executable containing
the modified Library. (It is understood that the user who changes the contents
of definitions files in the Library will not necessarily be able to recompile the
application to use the modified definitions.)
(b)Use a suitable shared library mechanism for linking with the Library. A suitable
mechanism is one that (1) uses at run time a copy of the library already present
on the user’s computer system, rather than copying library functions into the
executable, and (2) will operate properly with a modified version of the library,
if the user installs one, as long as the modified version is interface-compatible
with the version that the work was made with.
(c)Accompany the work with a written offer, valid for at least three years, to give
the same user the materials specified in Subsection 6a, above, for a charge no
more than the cost of performing this distribution.
(d)If distribution of the work is made by offering access to copy from a designated
place, offer equivalent access to copy the above specified materials from the
same place.
(e)Verify that the user has already received a copy of these materials or that you
have already sent this user a copy.
For an executable, the required form of the "work that uses the Library"must
include any data and utility programs needed for reproducing the executable from
it. However, as a special exception, the materials to be distributed need not include
anything that is normally distributed (in either source or binary form) with the major
components (compiler, kernel, and so on) of the operating system on which the
executable runs, unless that component itself accompanies the executable.
It may happen that this requirement contradicts the license restrictions of other
proprietary libraries that do not normally accompany the operating system. Such
a contradiction means you cannot use both them and the Library together in an
executable that you distribute.
103
7.You may place library facilities that are a work based on the Library side-by-side
in a single library together with other library facilities not covered by this License,
and distribute such a combined library, provided that the separate distribution of the
work based on the Library and of the other library facilities is otherwise permitted,
and provided that you do these two things:
(a)Accompany the combined library with a copy of the same work based on the
Library, uncombined with any other library facilities. This must be distributed
under the terms of the Sections above.
(b)Give prominent notice with the combined library of the fact that part of it is
a work based on the Library, and explaining where to find the accompanying
uncombined form of the same work.
8.You may not copy, modify, sublicense, link with, or distribute the Library except
as expressly provided under this License. Any attempt otherwise to copy, modify,
sublicense, link with, or distribute the Library is void, and will automatically
terminate your rights under this License. However, parties who have received copies,
or rights, from you under this License will not have their licenses terminated so long
as such parties remain in full compliance.
9.You are not required to accept this License, since you have not signed it. However,
nothing else grants you permission to modify or distribute the Library or its
derivative works. These actions are prohibited by law if you do not accept this
License. Therefore, by modifying or distributing the Library (or any work based on
the Library), you indicate your acceptance of this License to do so, and all its terms
and conditions for copying, distributing or modifying the Library or works based on
it.
10.Each time you redistribute the Library (or any work based on the Library),
the recipient automatically receives a license from the original licensor to copy,
distribute, link with or modify the Library subject to these terms and conditions.
You may not impose any further restrictions on the recipients’ exercise of the rights
granted herein. You are not responsible for enforcing compliance by third parties
with this License.
11.If, as a consequence of a court judgment or allegation of patent infringement or
for any other reason (not limited to patent issues), conditions are imposed on you
(whether by court order, agreement or otherwise) that contradict the conditions of
this License, they do not excuse you from the conditions of this License. If you
cannot distribute so as to satisfy simultaneously your obligations under this License
104
and any other pertinent obligations, then as a consequence you may not distribute
the Library at all. For example, if a patent license would not permit royalty-free
redistribution of the Library by all those who receive copies directly or indirectly
through you, then the only way you could satisfy both it and this License would be
to refrain entirely from distribution of the Library.
If any portion of this section is held invalid or unenforceable under any particular
circumstance, the balance of the section is intended to apply, and the section as a
whole is intended to apply in other circumstances.
It is not the purpose of this section to induce you to infringe any patents or other
property right claims or to contest validity of any such claims; this section has
the sole purpose of protecting the integrity of the free software distribution system
which is implemented by public license practices. Many people have made generous
contributions to the wide range of software distributed through that system in
reliance on consistent application of that system; it is up to the author/donor to
decide if he or she is willing to distribute software through any other system and a
licensee cannot impose that choice.
This section is intended to make thoroughly clear what is believed to be a
consequence of the rest of this License.
12.If the distribution and/or use of the Library is restricted in certain countries either
by patents or by copyrighted interfaces, the original copyright holder who places the
Library under this License may add an explicit geographical distribution limitation
excluding those countries, so that distribution is permitted only in or among
countries not thus excluded. In such case, this License incorporates the limitation as
if written in the body of this License.
13.The Free Software Foundation may publish revised and/or new versions of the
Lesser General Public License from time to time. Such new versions will be similar
in spirit to the present version, but may differ in detail to address new problems or
concerns.
Each version is given a distinguishing version number. If the Library specifies a
version number of this License which applies to it and "any later version", you have
the option of following the terms and conditions either of that version or of any later
version published by the Free Software Foundation. If the Library does not specify
a license version number, you may choose any version ever published by the Free
Software Foundation.
14.If you wish to incorporate parts of the Library into other free programs whose
distribution conditions are incompatible with these, write to the author to ask for
105
permission. For software which is copyrighted by the Free Software Foundation,
write to the Free Software Foundation; we sometimes make exceptions for this.
Our decision will be guided by the two goals of preserving the free status of all
derivatives of our free software and of promoting the sharing and reuse of software
generally.
15.B ECAUSE
THE LIBRARY IS LICENSED FREE OF CHARGE ,
THERE IS NO
WARRANTY FOR THE LIBRARY, TO THE EXTENT PERMITED BY APPLICABLE
LAW.
E XCEPT WHEN OTHERWISE STATED IN WRITING THE COPYRIGHT
HOLDERS AND / OR OTHER PARTIES PROVIDE THE LIBRARY “AS IS ” WITHOUT
WARRANTY OF ANY KIND , EITHER EXPRESSED OR IMPLIED , INCLUDING ,
BUT NOT LIMITED TO , THE IMPLIED WARRANTIES OS MERCHATABILITY AND
FITNESS FOR A PARTICULAR PURPOSE . T HE ENTIRE RISK AS TO THE QUALITY
AND PERFORMANCE OF THE LIBRARY IS WITH YOU . S HOULD THE LIBRARY
PROVE DEFECTIVE , YOU ASSUME THE COST OF ALL NECESSARY SERVICING ,
REPAIR OR CORRECTION .
16.I N
NO EVENT UNLESS REQUIRED BY APPLICABLE LAW OR AGREED TO
IN WRITING WILL ANY COPYRIGHT HOLDER , OR ANY OTHER PARTY WHO
MAY MODIFY AND / OR REDISTRIBUTE THE LIBRARY AS PERMITTED ABOVE ,
BE LIABLE TO YOU FOR DAMAGES , INCLUDING ANY GENERAL , SPECIAL ,
INCIDENTAL OR CONSEQUENTIAL DAMAGES ARISING OUT OF THE USE OR
INABILITY TO USE THE LIBRARY
(I NCLUDING
BUT NOT LIMITED TO LOSS
OF DATA BEING RENDERED INACCURATE OR LOSSES SUSTAINED BY YOU OR
THIRD PARTIES OR A FAILURE OF THE LIBRARY TO OPERATE WITH ANY OTHER
SOFTWARE ), EVEN IF SUCH HOLDER OR OTHER PARTY HAS BEEN ADVISED OF
THE POSSIBILITY OF SUCH DAMAGES
E ND OF T ERMS AND C ONDITIONS
How to Apply These Terms to Your New Libraries
If you develop a new library, and you want it to be of the greatest possible use to
the public, we recommend making it free software that everyone can redistribute
and change. You can do so by permitting redistribution under these terms (or,
alternatively, under the terms of the ordinary General Public License).
To apply these terms, attach the following notices to the library. It is safest to attach
them to the start of each source file to most effectively convey the exclusion of
warranty; and each file should have at least the “copyright” line and a pointer to
where the full notice is found.
106
<one line to give the library’s name and a brief idea of what it does.>
Copyright (C) <textyear>
<name of author>
This library is free software; you can redistribute it and/or
modify it under the terms of the GNU Lesser General Public
License as published by the Free Software Foundation; either
version 2.1 of the License, or (at your option) any later version.
This library is distributed in the hope that it will be useful,
but WITHOUT ANY WARRANTY; without even the implied warranty of
MERCHANTABILITY or FITNESS FOR A PARTICULAR PURPOSE. See the GNU
Lesser General Public License for more details.
You should have received a copy of the GNU Lesser General Public
License along with this library; if not, write to the Free Software
Foundation, Inc., 51 Franklin Street, Fifth Floor, Boston, MA 02110-1301
Also add information on how to contact you by electronic and paper mail.
You should also get your employer (if you work as a programmer) or your school,
if any, to sign a "copyright disclaimer"for the library, if necessary. Here is a sample;
alter the names:
Yoyodyne, Inc., hereby disclaims all copyright interest in the
library ‘Frob’ (a library for tweaking knobs) written by James Random Hacker.
<signature of Ty Coon>, 1 April 1990
Ty Coon, President of Vice
That’s all there is to it!
107
USA
Anexo E
Gnu Lesser General Public License
versão 3
c 2007 Free Software Foundation, Inc. http://fsf.org/
Copyright Everyone is permitted to copy and distribute verbatim copies of this license document,
but changing it is not allowed.
This version of the GNU Lesser General Public License incorporates the terms and
conditions of version 3 of the GNU General Public License, supplemented by the
additional permissions listed below.
0.Additional Definitions.
As used herein, "this License"refers to version 3 of the GNU Lesser General Public
License, and the "GNU GPL"refers to version 3 of the GNU General Public License.
"The Library"refers to a covered work governed by this License, other than an
Application or a Combined Work as defined below.
An "Application"is any work that makes use of an interface provided by the Library,
but which is not otherwise based on the Library. Defining a subclass of a class
defined by the Library is deemed a mode of using an interface provided by the
Library.
A "Combined Work"is a work produced by combining or linking an Application
with the Library. The particular version of the Library with which the Combined
Work was made is also called the "Linked Version".
The "Minimal Corresponding Source"for a Combined Work means the
Corresponding Source for the Combined Work, excluding any source code for
portions of the Combined Work that, considered in isolation, are based on the
Application, and not on the Linked Version.
The "Corresponding Application Code"for a Combined Work means the object code
and/or source code for the Application, including any data and utility programs
needed for reproducing the Combined Work from the Application, but excluding
the System Libraries of the Combined Work.
1.Exception to Section 3 of the GNU GPL.
You may convey a covered work under sections 3 and 4 of this License without being
bound by section 3 of the GNU GPL.
2.Conveying Modified Versions.
If you modify a copy of the Library, and, in your modifications, a facility refers to
a function or data to be supplied by an Application that uses the facility (other than
as an argument passed when the facility is invoked), then you may convey a copy of
the modified version:
(a)under this License, provided that you make a good faith effort to ensure that, in
the event an Application does not supply the function or data, the facility still
operates, and performs whatever part of its purpose remains meaningful, or
(b)under the GNU GPL, with none of the additional permissions of this License
applicable to that copy.
3.Object Code Incorporating Material from Library Header Files.
The object code form of an Application may incorporate material from a header
file that is part of the Library. You may convey such object code under terms of
your choice, provided that, if the incorporated material is not limited to numerical
parameters, data structure layouts and accessors, or small macros, inline functions
and templates (ten or fewer lines in length), you do both of the following:
(a)Give prominent notice with each copy of the object code that the Library is used
in it and that the Library and its use are covered by this License.
(b)Accompany the object code with a copy of the GNU GPL and this license
document.
4.Combined Works.
You may convey a Combined Work under terms of your choice that, taken together,
effectively do not restrict modification of the portions of the Library contained in the
109
Combined Work and reverse engineering for debugging such modifications, if you
also do each of the following:
(a)Give prominent notice with each copy of the Combined Work that the Library
is used in it and that the Library and its use are covered by this License.
(b)Accompany the Combined Work with a copy of the GNU GPL and this license
document.
(c)For a Combined Work that displays copyright notices during execution, include
the copyright notice for the Library among these notices, as well as a reference
directing the user to the copies of the GNU GPL and this license document.
(d)Do one of the following:
i.Convey the Minimal Corresponding Source under the terms of this License,
and the Corresponding Application Code in a form suitable for, and under
terms that permit, the user to recombine or relink the Application with a
modified version of the Linked Version to produce a modified Combined
Work, in the manner specified by section 6 of the GNU GPL for conveying
Corresponding Source.
ii.Use a suitable shared library mechanism for linking with the Library. A
suitable mechanism is one that (a) uses at run time a copy of the Library
already present on the user’s computer system, and (b) will operate properly
with a modified version of the Library that is interface-compatible with the
Linked Version.
(e)Provide Installation Information, but only if you would otherwise be required
to provide such information under section 6 of the GNU GPL, and only to
the extent that such information is necessary to install and execute a modified
version of the Combined Work produced by recombining or relinking the
Application with a modified version of the Linked Version. (If you use option
4d0, the Installation Information must accompany the Minimal Corresponding
Source and Corresponding Application Code. If you use option 4d1, you must
provide the Installation Information in the manner specified by section 6 of the
GNU GPL for conveying Corresponding Source.)
5.Combined Libraries.
You may place library facilities that are a work based on the Library side by side
in a single library together with other library facilities that are not Applications and
are not covered by this License, and convey such a combined library under terms of
your choice, if you do both of the following:
110
(a)Accompany the combined library with a copy of the same work based on the
Library, uncombined with any other library facilities, conveyed under the terms
of this License.
(b)Give prominent notice with the combined library that part of it is a work based
on the Library, and explaining where to find the accompanying uncombined
form of the same work.
6.Revised Versions of the GNU Lesser General Public License.
The Free Software Foundation may publish revised and/or new versions of the GNU
Lesser General Public License from time to time. Such new versions will be similar
in spirit to the present version, but may differ in detail to address new problems or
concerns.
Each version is given a distinguishing version number. If the Library as you received
it specifies that a certain numbered version of the GNU Lesser General Public
License "or any later version"applies to it, you have the option of following the terms
and conditions either of that published version or of any later version published by
the Free Software Foundation. If the Library as you received it does not specify
a version number of the GNU Lesser General Public License, you may choose
any version of the GNU Lesser General Public License ever published by the Free
Software Foundation.
If the Library as you received it specifies that a proxy can decide whether future
versions of the GNU Lesser General Public License shall apply, that proxy’s public
statement of acceptance of any version is permanent authorization for you to choose
that version for the Library.
111
Anexo F
BSD License
Copyright (c) <year>, <copyright holder>
All rights reserved.
Redistribution and use in source and binary forms, with or without modification, are
permitted provided that the following conditions are met:
•Redistributions of source code must retain the above copyright notice, this list of
conditions and the following disclaimer.
•Redistributions in binary form must reproduce the above copyright notice, this list of
conditions and the following disclaimer in the documentation and/or other materials
provided with the distribution.
•Neither the name of the <organization> nor the names of its contributors may be
used to endorse or promote products derived from this software without specific
prior written permission.
T HIS SOFTWARE IS PROVIDED BY THE COPYRIGHT HOLDERS AND CONTRIBUTORS
“AS IS ” AND ANY EXPRESS OR IMPLIED WARRANTIES , INCLUDDING , BUT NOT
LIMITED TO , THE IMPLIED WARRANTIES OF MERCHANTABILITY AND FITNESS FOR
A PARTICULAR PURPOSE ARE DISCLAIMED . I N NO EVENT SHALL <C OPYRIGHT
H OLDER > BE LIABLE FOR ANY DIRECT, INDIRECT, INCIDENTAL , SPECIAL ,
EXEMPLARY, OR CONSEQUENTIAL DAMAGES (I NCLUDING , BUT NOT LIMITED TO ,
PROCUREMENT OF SUBSTITUTE GOODS OR SERVICES ; LOSS OF USE , DATA , OR
PROFITS ; OR BUSINESS INTERRUPTION ) HOWEVER CAUSED AND ON ANY THEORY
OF LIABILITY, WHETHER IN CONTRACT, STRICT LIABILITY, OR TORT (I NCLUDING
NEGLIGENCER OR OTHERWISE ) ARISING IN ANY WAY OUT OF THE USE OF THIS
SOFTWARE , EVEN IF ADVISED OF THE POSSIBILITY OF SUCH DAMAGE .
113
Anexo G
MIT License
Copyright (c) <year> <copyright holders>
Permission is hereby granted, free of charge, to any person obtaining a copy of this
software and associated documentation files (the "Software"), to deal in the Software
without restriction, including without limitation the rights to use, copy, modify, merge,
publish, distribute, sublicense, and/or sell copies of the Software, and to permit persons
to whom the Software is furnished to do so, subject to the following conditions:
The above copyright notice and this permission notice shall be included in all copies or
substantial portions of the Software.
T HE
SOFTWARE IS PROVIDED
“AS
IS ”, WITHOUT WARRANTY OF ANY KIND ,
EXPRESS OR IMPLIED , INCLUDING BUT NOT LIMITED TO THE WARRANTIES OF
MERCHANTABILITY, FITNESS FOR A PARTICULAR PURPOSE AND NONINFRINGEMENT.
IN
NO EVENT SHALL THE AUTHORS OR COPYRIGHT HOLDERS BE LIABLE FOR ANY
CLAIM , DAMAGES OR OTHER LIABILITY, WHETHER IN AN ACTION OF CONTRACT,
TORT OR OTHERWISE , ARISING FROM , OUT OF OR IN CONNECTION WITH THE
SOFTWARE OR THE USE OR OTHER DEALINGS IN THE SOFTWARE .
Anexo H
Apache License versão 2
Apache License
Version 2.0, January 2004
http://www.apache.org/licenses/
T ERMS AND CONDITIONS FOR USE ,
REPRODUCTION , AND DISTRIBUTION
0.Definitions.
"License"shall mean the terms and conditions for use, reproduction, and distribution
as defined by Sections 1 through 9 of this document.
"Licensor"shall mean the copyright owner or entity authorized by the copyright
owner that is granting the License.
"Legal Entity"shall mean the union of the acting entity and all other entities that
control, are controlled by, or are under common control with that entity. For the
purposes of this definition, "control"means (i) the power, direct or indirect, to cause
the direction or management of such entity, whether by contract or otherwise, or (ii)
ownership of fifty percent (50%) or more of the outstanding shares, or (iii) beneficial
ownership of such entity.
"You"(or "Your") shall mean an individual or Legal Entity exercising permissions
granted by this License.
"Source"form shall mean the preferred form for making modifications, including but
not limited to software source code, documentation source, and configuration files.
"Object"form shall mean any form resulting from mechanical transformation or
translation of a Source form, including but not limited to compiled object code,
generated documentation, and conversions to other media types.
"Work"shall mean the work of authorship, whether in Source or Object form, made
available under the License, as indicated by a copyright notice that is included in or
attached to the work (an example is provided in the Appendix below).
"Derivative Works"shall mean any work, whether in Source or Object form, that
is based on (or derived from) the Work and for which the editorial revisions,
annotations, elaborations, or other modifications represent, as a whole, an original
work of authorship. For the purposes of this License, Derivative Works shall not
include works that remain separable from, or merely link (or bind by name) to the
interfaces of, the Work and Derivative Works thereof.
"Contribution"shall mean any work of authorship, including the original version
of the Work and any modifications or additions to that Work or Derivative Works
thereof, that is intentionally submitted to Licensor for inclusion in the Work by
the copyright owner or by an individual or Legal Entity authorized to submit on
behalf of the copyright owner. For the purposes of this definition, "submitted"means
any form of electronic, verbal, or written communication sent to the Licensor or its
representatives, including but not limited to communication on electronic mailing
lists, source code control systems, and issue tracking systems that are managed by,
or on behalf of, the Licensor for the purpose of discussing and improving the Work,
but excluding communication that is conspicuously marked or otherwise designated
in writing by the copyright owner as "Not a Contribution."
"Contributor"shall mean Licensor and any individual or Legal Entity on behalf of
whom a Contribution has been received by Licensor and subsequently incorporated
within the Work.
1.Grant of Copyright License. Subject to the terms and conditions of this License, each
Contributor hereby grants to You a perpetual, worldwide, non-exclusive, no-charge,
royalty-free, irrevocable copyright license to reproduce, prepare Derivative Works
of, publicly display, publicly perform, sublicense, and distribute the Work and such
Derivative Works in Source or Object form.
2.Grant of Patent License. Subject to the terms and conditions of this License, each
Contributor hereby grants to You a perpetual, worldwide, non-exclusive, no-charge,
royalty-free, irrevocable (except as stated in this section) patent license to make,
have made, use, offer to sell, sell, import, and otherwise transfer the Work, where
such license applies only to those patent claims licensable by such Contributor that
are necessarily infringed by their Contribution(s) alone or by combination of their
Contribution(s) with the Work to which such Contribution(s) was submitted. If You
116
institute patent litigation against any entity (including a cross-claim or counterclaim
in a lawsuit) alleging that the Work or a Contribution incorporated within the
Work constitutes direct or contributory patent infringement, then any patent licenses
granted to You under this License for that Work shall terminate as of the date such
litigation is filed.
3.Redistribution. You may reproduce and distribute copies of the Work or Derivative
Works thereof in any medium, with or without modifications, and in Source or
Object form, provided that You meet the following conditions:
(a)You must give any other recipients of the Work or Derivative Works a copy of
this License; and
(b)You must cause any modified files to carry prominent notices stating that You
changed the files; and
(c)You must retain, in the Source form of any Derivative Works that You distribute,
all copyright, patent, trademark, and attribution notices from the Source form
of the Work, excluding those notices that do not pertain to any part of the
Derivative Works; and
4.If the Work includes a "NOTICE"text file as part of its distribution, then any
Derivative Works that You distribute must include a readable copy of the attribution
notices contained within such NOTICE file, excluding those notices that do not
pertain to any part of the Derivative Works, in at least one of the following places:
within a NOTICE text file distributed as part of the Derivative Works; within the
Source form or documentation, if provided along with the Derivative Works; or,
within a display generated by the Derivative Works, if and wherever such third-party
notices normally appear. The contents of the NOTICE file are for informational
purposes only and do not modify the License. You may add Your own attribution
notices within Derivative Works that You distribute, alongside or as an addendum
to the NOTICE text from the Work, provided that such additional attribution notices
cannot be construed as modifying the License.
You may add Your own copyright statement to Your modifications and may
provide additional or different license terms and conditions for use, reproduction,
or distribution of Your modifications, or for any such Derivative Works as a whole,
provided Your use, reproduction, and distribution of the Work otherwise complies
with the conditions stated in this License.
5.Submission of Contributions.
Unless You explicitly state otherwise, any
Contribution intentionally submitted for inclusion in the Work by You to the
117
Licensor shall be under the terms and conditions of this License, without any
additional terms or conditions. Notwithstanding the above, nothing herein shall
supersede or modify the terms of any separate license agreement you may have
executed with Licensor regarding such Contributions.
6.Trademarks. This License does not grant permission to use the trade names,
trademarks, service marks, or product names of the Licensor, except as required for
reasonable and customary use in describing the origin of the Work and reproducing
the content of the NOTICE file.
7.Disclaimer of Warranty. Unless required by applicable law or agreed to in writing,
Licensor provides the Work (and each Contributor provides its Contributions) on an
"AS IS"BASIS, WITHOUT WARRANTIES OR CONDITIONS OF ANY KIND,
either express or implied, including, without limitation, any warranties or conditions
of TITLE, NON-INFRINGEMENT, MERCHANTABILITY, or FITNESS FOR
A PARTICULAR PURPOSE. You are solely responsible for determining the
appropriateness of using or redistributing the Work and assume any risks associated
with Your exercise of permissions under this License.
8.Limitation of Liability. In no event and under no legal theory, whether in tort
(including negligence), contract, or otherwise, unless required by applicable law
(such as deliberate and grossly negligent acts) or agreed to in writing, shall any
Contributor be liable to You for damages, including any direct, indirect, special,
incidental, or consequential damages of any character arising as a result of this
License or out of the use or inability to use the Work (including but not limited
to damages for loss of goodwill, work stoppage, computer failure or malfunction, or
any and all other commercial damages or losses), even if such Contributor has been
advised of the possibility of such damages.
9.Accepting Warranty or Additional Liability. While redistributing the Work or
Derivative Works thereof, You may choose to offer, and charge a fee for, acceptance
of support, warranty, indemnity, or other liability obligations and/or rights consistent
with this License. However, in accepting such obligations, You may act only on Your
own behalf and on Your sole responsibility, not on behalf of any other Contributor,
and only if You agree to indemnify, defend, and hold each Contributor harmless for
any liability incurred by, or claims asserted against, such Contributor by reason of
your accepting any such warranty or additional liability.
E ND OF T ERMS AND C ONDITIONS
118
Appendix: How to apply the Apache License to your work
To apply the Apache License to your work, attach the following boilerplate notice, with
the fields enclosed by brackets "[]"replaced with your own identifying information.
(Don’t include the brackets!) The text should be enclosed in the appropriate comment
syntax for the file format. We also recommend that a file or class name and description
of purpose be included on the same "printed page"as the copyright notice for easier
identification within third-party archives.
Copyright [yyyy] [name of copyright owner]
Licensed under the Apache License, Version 2.0 (the "License");
you may not use this file except in compliance with the License.
You may obtain a copy of the License at
http://www.apache.org/licenses/LICENSE-2.0
Unless required by applicable law or agreed to in writing,
software distributed under the License is distributed on an
"AS IS" BASIS, WITHOUT WARRANTIES OR CONDITIONS OF ANY KIND,
either express or implied. See the License for the specific
language governing permissions and limitations under the License.
119
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