UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A INFORMÁTICA COMO
FERRAMENTA NA CONSTRUÇÃO
DO CONHECIMENTO
Por: Ludmilla Pinto da Cruz de Oliveira
Orientador
Profª: Ana Cristina Guimarães
Rio de Janeiro
2004
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A INFORMÁTICA COMO
FERRAMENTA NA CONSTRUÇÃO
DO CONHECIMENTO
Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes
como condição prévia para a conclusão do Curso de PósGraduação “Lato Sensu” em Docência do Ensino Superior.
Por: Ludmilla Pinto da Cruz de Oliveira
AGRADECIMENTOS
Meus sinceros agradecimentos aos meus pais, que
foram meus grandes amigos e incentivadores durante
toda esta longa jornada de estudos.
Aos meus amigos e professores que se tornaram
grandes aliados, e que em muito me apoiaram e
colaboraram para que este trabalho acontecesse.
DEDICATÓRIA
Ao meu marido Anderson, e a minha filha
Daniella, pela inspiração, força e paciência durante
toda a trajetória que tenho percorrido, e construído,
nesta incessante busca pelo conhecimento.
Os conceitos físicos são livres criações do intelecto
humano. Não são, como se poderia pensar,
determinados exclusivamente pelo mundo exterior. No
esforço de entendermos a realidade, muito nos
parecemos com o indivíduo que tenta compreender o
mecanismo de um relógio fechado (...) Se for
engenhoso, poderá formar uma imagem do mecanismo
que poderia ser responsável por tudo quanto observa,
mas jamais poderá estar totalmente certo de que tal
imagem é a única capaz de explicar suas observações.
Jamais poderá confrontar sua imagem com o
mecanismo real.
Albert Einstein
RESUMO
O processo de aprendizagem se dá a partir da prática do livre pensamento. O pensamento
livre de paradigmas do passado, livre de instruções absolutas, livre para ser criativo. O papel
do professor é orientar o caminho a ser percorrido por aquele que deseja aprender. O
verdadeiro mestre é aquele que ilumina o caminho e não aquele que carrega no colo.
O dilema da atualidade é a adaptação da força de trabalho (professores) existente à nova
realidade. A capacidade de adaptação e de se atualizar é inerente ao profissional capacitado a
atender as expectativas de toda natureza de alunos, sejam eles de altíssimo nível sócio-cultural
ou não.
O ensino e a aprendizagem que ocorram partindo desses pressupostos certamente terão seu
foco no processo e nas ferramentas que possam vir a possibilitar o desempenho. Por isso,
quando se estabelece esta base sólida de compreensão do processo, passa a ser possível
abordarmos com mais tranqüilidade e coerência o tema do ensino se modernizando e
utilizando as ferramentas que se lhe apresentam nos dias atuais.
A Informática é apenas um dos meios para que se chegue a finalidade, e a análise crítica
desse meio nos leva à observação de inúmeras vantagens no que diz respeito ao aprendizado
mais apropriado por parte dos aprendizes.
METODOLOGIA
A metodologia baseou-se em pesquisas bibliográficas que trataram do tema em estudo.
As diversas visões bibliográficas favoreceram uma abordagem mais ampla no que se refere à
Informática no processo ensino-aprendizagem, proporcionando compreender e favorecer os
meios mais adequados para utilizá-la dentro de um contexto educativo.
SUMÁRIO
Pág
INTRODUÇÃO......................................................................................................................
9
CAPÍTULO I - As Novas Tecnologias................................................................................... 12
CAPÍTULO II – A Informática na Educação.......................................................................... 20
CAPÍTULO III – O Papel do Professor Diante das Novas Tecnologias................................. 29
CONCLUSÃO........................................................................................................................ 38
REFERÊNCIAS....................................................................................................................... 40
ÍNDICE.................................................................................................................................... 42
FOLHA DE AVALIAÇÃO..................................................................................................... 43
INTRODUÇÃO
Hoje, com a emergência do espaço cibernético, podemos imaginar a
emergência da imaginação e das inteligências das pessoas de uma
outra forma, em que as pessoas não vão estar separadas entre si e
ligadas todas em relação a um centro, mas onde serão multiplicas
as conexões transversais entre elas.
(Pierre Lévy, 1994)
O emprego de novas tecnologias na Educação é recebido, muitas vezes, com alguma
reserva. A preocupação se fundamenta no receio de que o uso da tecnologia esteja
descompromissada com os objetivos pedagógicos da Escola, apresentando-se como uma
solução capaz de resolver todos os problemas da Educação.
Lévy (1994) enfatiza que "é preciso deslocar a ênfase do objeto (o computador, o
programa, este ou aquele módulo técnico) para o projeto (o ambiente cognitivo e a rede de
relações humanas que se quer instruir)". Os objetivos maiores de um projeto pedagógico não
podem, portanto, perder lugar para as técnicas empregadas.
Tal como defende Moran (1996), a tecnologia permite um novo encantamento com a
escola, ao abrir suas paredes e possibilitar que os alunos e professores compartilhem seus
conhecimentos. Assim, acredita-se que a tecnologia pode fornecer os instrumentos
necessários para aprimorar o trabalho colaborativo do grupo social presente em sala de aula,
maximizando a interação dos conhecimentos e a transferência das diversas experiências
individuais. Para que o aluno tenha uma completa compreensão do mundo à sua volta, tais
conhecimentos e experiências não devem ser vistos compartimentadamente, é necessário
integrá-los dentro de um contexto sócio-histórico. A partir da visão sócio-histórica da
Informática, como um novo recurso a serviço da Educação, os impactos da entrada da nova
tecnologia no contexto escolar inevitavelmente serão discutidos.
Com esta visão, o trabalho analisa a contribuição do computador, a Informática, como
auxiliar didático de um processo de ensino-aprendizagem apropriado, investiga o emprego das
mais atuais tecnologias no suporte à Educação. O trabalho procurou estar adequado à
realidade e à demanda mundial da virada do século, mas não se descuidará em distinguir os
fins de uma proposta educacional de seus meios.
A partir do tema "A Informática no cotidiano escolar do Ensino Fundamental" a
problematização se pautou na seguinte indagação: Como a Informática pode auxiliar no
processo ensino-aprendizagem do Ensino Fundamental?
O uso da Informática na Educação não se limita hoje às discussões conceituais e começa a
se tornar realidade em diversos ambientes, seja no Ensino Público, seja no Ensino Privado.
Os recursos tecnológicos vêm ocupando espaços variados na escola, ainda que, na maioria
das vezes, de maneira pouco conhecida.
Os projetos em desenvolvimento tiveram início na década de 80 e têm-se
concentrado em identificar como aplicar os recursos da Informática como apoio aos
objetivos educacionais. Estes projetos, entretanto, têm tomado como ponto de
partida as escolas de Ensino Fundamental, como, por exemplo, o PROINFO
(Programa Nacional de Informática na Educação) do Governo Federal. A base
tecnológica do PROINFO nos estados é o Núcleo de Tecnologia Educacional – NTE
que é uma estrutura descentralizada de apoio ao processo de informatização das
escolas, auxiliando tanto no processo de incorporação e planejamento da nova
tecnologia, quanto no suporte técnico e capacitação dos professores e das equipes
administrativas das escolas. A proposta da informática educativa é uma forma de
aproximar a cultura escolar dos avanços que a sociedade vem desfrutando com a
utilização das redes técnicas de armazenamento, transformação, produção e
transmissão de informações.
O Ensino Fundamental tem características próprias e pode constituir-se na etapa inicial
do aprimoramento dos conhecimentos formais e culturais do cidadão. Pode, ainda, endereçar
seus alunos para as funções de investigação científica, produção e difusão do conhecimento.
Em ambos os casos, o aluno está submetido a um mundo de profundas transformações, cada
vez mais aceleradas e bruscas.
As nossas Escolas não estão alheias à nova demanda provocada pela chegada dos
computadores. O computador, entretanto, não é o primeiro instrumento tecnológico a entrar
ou tentar entrar na sala de aula. É um recurso a mais que se apresenta, tal como o livro
didático, a televisão, o videocassete ou os diversos laboratórios especializados.
Pierre Lévy (1994) defende esta idéia:
A informática é considerada como um instrumento; como se fosse novas
'lunetas' através das quais se vê o mundo de maneira diferente. Porém, é
antes de mais nada um novo modo de reflexão, de informação, através da
qual nossa visão do mundo é radicalmente transformada.. (p.54)
O trabalho, portanto, tem como objetivos principais:
Caracterizar a contribuição da Informática na construção do conhecimento no Ensino
Fundamental;
Apontar os recursos oferecidos pela Informática e sua utilização neste processo;
Identificar o papel do professor neste processo.
Para que tais objetivos fossem alcançados, no Capítulo I foi feito um levantamento
sobre em que se constitui as Novas Tecnologias, a introdução das Novas Tecnologias no
campo da Educação, e, a contribuição da mesma do desenvolvimento do pensamento.
O Capítulo II trata da Informática de forma mais específica, fazendo uma abordagem
sobre alguns aspectos que vieram a motivar o nascimento da Informática Educativa no Brasil.
Finalmente, no Capítulo III, encontra-se uma pesquisa que corrobora a importância do
professor como mediador e agente da aprendizagem, que entende a idéia do aprendiz e sabe
como atuar no processo de construção do conhecimento para intervir apropriadamente na
situação de modo a auxiliá-lo no processo.
CAPÍTULO I
AS NOVAS TECNOLOGIAS
As novas tecnologias... Não saíram do nada, repentinamente, com o sinistro objetivo de dominar o mundo.
Foram chamadas pela evolução geral da sociedade, pertencendo à lógica geral de nossa época.
(Chesneaux, 1995)
Conceitua-se “As novas tecnologias” por inovações no campo da Ciência e da
Tecnologia. No entanto, pode-se encontrar outras definições para elas. Kawamura (1986,
p.17) conceitua a tecnologia como “o saber cientificamente fundamentado que se expressa na
dinâmica do processo produtivo”. Porém, aos olhos dos Teóricos Críticos, como Schaff
(1993) e Chesneaux (1995), essas técnicas representam um domínio de precedentes do
homem sobre o universo, em seus aspectos genéticos, microeletrônicos e energéticos, com
repercussões na vida social, econômica, política e cultural dos povos.
Independente do conceito que seja levado em conta sabe-se que “As novas
tecnologias” conquistaram um grande espaço, e entre elas a informática aparece como uma
tecnologia que em muito influenciou e mudou o modo de viver, pensar, trabalhar, ensinar e
aprender de toda a humanidade. A informática introduz uma linguagem mundial, uma rede
mundial, um mercado mundial e normas mundiais.
Os satélites espaciais são capazes de controlar toda a Terra, a Biologia Genética supera
todas as expectativas, e infelizmente (como não se pode deixar de ressaltar) sua influência se
faz presente principalmente na luta pelo poder. Afinal, “o átomo, o computador, os satélites,
servem antes de tudo para fazer a guerra” (Chesneaux, 1995, p.111).
A tecnologia é parte do acervo cultural de um povo, sendo um elemento de controle
social, capaz de ser formadora de opinião, utilizando, por exemplo, dentre outros, a internet,
como um meio de comunicação virtual transnacionalizado, interconectada, o qual possibilita
uma heterogeneidade e multiplicação de identidades. Esta complexidade, e ao mesmo tempo
facilidade de relações, os alunos tem acesso no seu ambiente educacional, e se faz necessário
diagnosticar a amplitude que estas contribuições trazem para o processo ensinoaprendizagem.
Logo, entende-se que assim como a escola não é neutra a tecnologia também não é. A
tecnologia não é algo independente da sociedade. Pelo contrário, a técnica produzida pelas
ciências transforma a sociedade (Morin, 1990, p.16), e por seu lado, a sociedade
tecnologizada modifica a ciência e assim, se mantém um ciclo contínuo e cada vez mais
complexo e acelerado. A sociedade de hoje está distante da de ontem e estará distante da de
amanhã.
A sociedade tem utilizado as novas tecnologias em larga escala, em todos os níveis,
causando mudanças profundas na comunidade. Estas mudanças têm, por um lado,
proporcionado facilidades e progressos, principalmente no que se refere às novas tecnologias
de informação.
Um dos aspectos destacados pela acentuada evolução tecnológica dos últimos anos é o
fato da informação (e do conhecimento), matéria prima fundamental no trato de recursos
informatizados, ter características especiais, como "um bem virtual”, isto é, um bem que não
se desgasta com o consumo, e que pode ser compartilhado: "um bem cujo consumo é não
destrutivo e cuja posse é não exclusiva", como afirma Pierre Lévy (1996, p. 55).
Pode-se dispor a vontade de um conjunto de informações, utilizá-las, transmití-las, e
continuar de posse deste conjunto. Sabe-se que as informações estarão lá, inalteradas. Porém,
para que tenham algum significado, precisam ser interpretadas, ocorrendo desta forma um
processo de atualização.
E onde se encontra a escola neste processo de atualização e de mudança?
Como afirma Lévy (1996, p.23): “Os espaços se metarmofoseiam e se bifurcam a
nossos pés, forçando-nos à heterogênese”.
A escola deve participar destes processos, repensando diversas questões provocadas
pelo uso do computador: se as novas tecnologias trazem novas formas de ler, de escrever, de
agir e pensar, a escola necessita discutir e entender o significado e as conseqüências desses
fatos novos.
Não se trata de informatizar a escola, mas de repensar o processo educacional, dos
seus fundamentos à prática cotidiana.
1.1 NOVAS TECNOLOGIAS E EDUCAÇÃO
Educar é colaborar para que professores e alunos – nas escolas e
organizações – transformem suas vidas em processos permanentes de
aprendizagem. É ajudar os alunos na construção da sua identidade, do
seu caminho pessoal e profissional – do seu projeto de vida, no
desenvolvimento das habilidades de compreensão, emoção e
comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais,
sociais e de trabalho e tornar-se cidadãos realizados e produtivos.
(MORAN, 1993)
A tecnologia sempre afetou o homem desde as primeiras ferramentas, por vezes
consideradas como extensões do corpo, e à máquina a vapor, que mudou hábitos e
instituições, ao computador que trouxe novas e profundas mudanças sociais e culturais. E esta
forma de interferência da tecnologia em no cotidiano, caracteriza uma contribuição que ocorre
naturalmente, mesmo que não se esteja dando conta disso. É um processo interessante, pois
está mudando, entre outras coisas, o ensino.
Anteriormente, outras tecnologias foram introduzidas na educação. A primeira
revolução tecnológica no aprendizado foi provocada por Comenius (1592-1670), quando
transformou o livro impresso em ferramenta de ensino e de aprendizagem. Sua idéia era
utilizar esses instrumentos para viabilização do ensino. Hoje, apesar de supor que atingimos
um ensino universalizado quanto ao acesso, o mesmo não se pode afirmar quanto à
democratização do conhecimento.
No século XVIII com a revolução industrial, um pequeno grupo de homens dominava
o conhecimento, mas estes já pensavam nas escolas como meio de construção deste
conhecimento para todos a partir da aprendizagem individualizada, devido às diferenças de
absorção do ensinamento.
Voltados para este pensamento, no início deste século, o indivíduo como aluno é visto
no centro do processo de ensino onde as experiências na aprendizagem são relacionadas a
seus próprios interesses.
O crescimento dos conhecimentos científicos e técnicos tem se tornado cada vez mais
ágeis não pertencendo mais apenas a pequenos grupos, pois a construção e desenvolvimento
dos mesmos é realizada através da troca e da interação entre os indivíduos.
Diante da entrada dos novos meios de tecnologia no cotidiano, a educação não poderia
caminhar longe deste contexto, pois se aproveitando destes mecanismos, ela abrange cada vez
mais pessoas, em diferentes locais e com perspectivas variadas daquilo que receberão,
influenciando muitas vezes, na facilidade e prazer do indivíduo em aprender.
O conceito de ensino vem através do auxílio das tecnologias, passar por uma
transformação constante complementando e aperfeiçoando a presença aluno x professor na
sala de aula.
Porém, este clima de euforia em relação à utilização das tecnologias em todos os ramos
da atividade humana coincide com um momento de questionamento da inconsistência do
sistema educacional. Embora a tecnologia informática não seja autônoma para provocar
transformações, o uso de computadores em educação coloca novas questões ao sistema e
explicita inúmeras inconsistências.
A Escola desempenha um papel fundamental em todo o processo de formação de
cidadãos aptos para enfrentar uma sociedade em constante mutação. A rápida evolução
tecnológica exige de cada um, capacidade de adaptação a novas situações e a mudanças de
profissão ao longo da vida.
A sociedade de Informação coloca expectativas novas, mas também receios
fundamentados, com a possibilidade de novos excluídos. A Escola terá que se adaptar e dar
respostas quer em termos organizativos, quer em ofertas de formação diversificadas aos
alunos Precisam inserir-se crítica e criativamente no mundo real, devendo para tal adquirir as
competências, as aptidões, as atitudes e os valores necessários a uma adequada intervenção na
sociedade tecnológica.
A educação tem, imperiosamente, que se adaptar às necessidades das sociedades que
serve. O grande desafio atual é o de se adaptar às grandes mutações sociais, culturais e
econômicas criadas pela eclosão das novas tecnologias. Nesse sentido, a adaptação é
indispensável, e urgente, mas não se trata de adaptar a educação às tecnologias.
Um dos maiores desafios na atualidade é discutir e analisar a utilização e os efeitos que
tais mudanças vem gerando e, acima de tudo, acrescentando no sistema educacional. De
acordo com José Manuel Moran, a educação acontece de verdade quando se aprende com
cada coisa, pessoa ou idéia que se vê, ouve, sente, toca, vivencia, lê, compartilha e sonha;
quando se aprende em todos os espaços em que se vive – na família, na escola, no trabalho, no
lazer, etc. Educa-se aprendendo a integrar em novas sínteses o real e o imaginário; o presente
e o passado olhando para o futuro; ciência, arte e técnica; razão e emoção.
De tudo, de qualquer situação, leitura ou pessoa podem ser extraídas informações,
experiências que ajudam a ampliar o conhecimento, seja para confirmar o que já se sabe, seja
para rejeitar determinadas visões de mundo.
1.2 A CONTRIBUIÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO
Aprender é reorganizar as estruturas do conhecimento, interagindo os estilos de pensamento e o saber
realizar, que ocorre em um processo de diálogo das pessoas para com os outros, consigo mesmas e com o
universo em que se encontram inseridas, fazendo parte de um contexto.
Rosângela F. Caldas
As vertiginosas evoluções socio-culturais e tecnológicas do mundo atual geram incessantes
mudanças nas organizações e no pensamento humano e revelam um novo universo no
cotidiano das pessoas. Isso exige independência, criatividade e autocrítica na obtenção e na
seleção de informações, assim como na construção do conhecimento.
Através de diversas pesquisas realizadas sobre este assunto, pode-se constatar que o
emprego da tecnologia computacional promove a aquisição do conhecimento, o
desenvolvimento de diferentes modos de representação e de compreensão do pensamento.
Os computadores possibilitam representar idéias ou hipóteses, uma vez que na execução
de um programa há a possibilidade de descobrir várias formas, vários caminhos para se chegar
ao mesmo resultado final. Diante de um impasse, surge a necessidade da busca de possíveis
soluções, desenvolvendo a criatividade.
Além disso, o uso do computador expressa-se em um contexto de contínua interação.
Nesse sentido, o computador não é apenas um instrumento que prolonga nossos poderes de
comunicação ou de processar informação, realiza operações e interpreta informações de modo
correspondente ao nosso. Com isso, possibilita uma qualidade de interação. Interação esta,
que de acordo com as idéias de Piaget são fundamentais para o desenvolvimento do
conhecimento.
Para Piaget (1972), o conhecimento não é transmitido. Ele é construído progressivamente
por meio de ações e coordenações de ações, que são interiorizadas e se transformam. “A
inteligência surge de um processo evolutivo no qual muitos fatores devem ter tempo para
encontrar seu equilíbrio” (PIAGET, 1972, p.14).
Sendo assim, a aprendizagem se dá pela interação sujeito-objeto. Na epistemologia de
Piaget, o ser humano está fadado ao conhecimento, pois as estruturas cognitivas são
desenvolvidas levando o sujeito a uma nova consciência. É nesta interação que o sujeito se
desenvolve, passando de uma estrutura simples para uma mais complexa.
Cabe, portanto, aos professores proporcionarem condições para que o aluno
desenvolva todos os seus esquemas cognitivos visando a desenvolver cada vez mais o seu
pensamento.
Para Vygotski (1984), o desenvolvimento se baseia na concepção de um organismo
ativo, cujo pensamento é construído paulatinamente, num ambiente que é histórico e, em
essência, social. Assim, as possibilidades que o indivíduo dispõe são proporcionadas a partir
do ambiente em que vive e dizem respeito ao acesso que o ser humano tem a "instrumentos"
físicos (como a enxada, faca, mesa...) e simbólicos (como a cultura, valores, crenças,
costumes, tradições, conhecimento...) desenvolvidos em gerações anteriores.
Desta forma, desenvolvimento e aprendizagem são processos independentes que
interagem, afetando-se mutuamente: aprendizagem causa desenvolvimento e vice-versa.
Surge então, a idéia da "zona de desenvolvimento proximal", termo que Vigotsky (1987, p.97)
descreve: “Vygotski aponta o papel da capacidade humana de entender e utilizar a linguagem.
A inteligência é tida como a habilidade para aprender, desprezando, assim, teorias que
caracterizam a inteligência como resultante de aprendizagens prévias, já realizadas”.
Portanto, de acordo com Davis e Oliveira (1994, p.20) a aprendizagem se faz com:
(...) a interação entre organismo e meio, e vê a aquisição do conhecimento como um processo constituído pelo
indivíduo durante toda a sua vida... Experiências anteriores servem de base para novas construções que dependem,
todavia, também da relação que o indivíduo estabelece com o ambiente numa situação determinada.
É muito importante, pois, se ter uma visão crítica dos objetos e materiais de ensino que
se utiliza como referência para nosso trabalho na escola. Essas considerações, obviamente,
aplicam-se ao uso do computador na sala de aula. É importante selecionar os programas
(jogos, cursos de línguas, problemas matemáticos, exercícios, processador de textos, correio
eletrônico, etc), avaliar sua qualidade pedagógica, julgar a concepção que, implícita ou
explicitamente, têm de criança de ciências.
O importante não é o comportamento, mas o que ele favorece ou otimiza, pela
qualidade de sua interação, na criança.
Não se pode continuar produzindo uma educação onde as pessoas sejam incapazes de
construir seu conhecimento. Na nova escola, o conhecimento é produto de uma constante
construção, das interações e de enriquecimentos mútuos de alunos e professores.
CAPÍTULO II
A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
Não há transição que não implique um ponto de partida,
um processo e um ponto de chegada. Todo amanhã se cria
ontem, através de um hoje. De modo que o nosso futuro
baseia-se no passado e se corporifica no presente. Temos de
saber o que fomos e o que somos, para saber o que seremos.
(Paulo Freire, 1997)
A Informática tornou-se uma necessidade no mundo, e a escola, na missão de prepara o
indivíduo para a vida, com criticidade e aptos a exercer funções necessárias ao
desenvolvimento da sociedade, sente a responsabilidade de não fechar os olhos para essa
realidade.
Além do mais, nos dias de hoje as crianças já nascem inseridas num mundo tecnológico
onde também vivem seus interesses e padrões de pensamento.
O termo "Informática na Educação" tem assumido diversos significados dependendo da
visão educacional e da condição pedagógica em que o computador é utilizado. Alguns
pesquisadores têm atuado segundo uma abordagem de uso do computador na educação onde o
termo "Informática na Educação" significa a inserção do computador no processo de
aprendizagem dos conteúdos curriculares de todos os níveis e modalidades de educação.
A Informática na Educação que enfatiza o fato de o professor da disciplina curricular ter
conhecimento sobre os potenciais educacionais do computador e ser capaz de alternar
adequadamente atividades tradicionais de ensino-aprendizagem e atividades que usam o
computador. No entanto, a atividade de uso do computador pode ser feita tanto para continuar
transmitindo a informação para o aluno e, portanto, para reforçar o processo instrucionista,
quanto para criar condições para o aluno construir seu conhecimento por meio da criação de
ambientes de aprendizagem que incorporem o uso do computador.
A abordagem que usa o computador como meio para transmitir a informação ao aluno
mantém a prática pedagógica vigente. Na verdade, o computador está sendo usado para
informatizar os processos de ensino que já existem. Isso tem facilitado a implantação do
computador na escola pois não quebra a dinâmica por ela adotada. Além disso, não exige
muito investimento na formação do professor. Para ser capaz de usar o computador nessa
abordagem basta ser treinado nas técnicas de uso de cada software. No entanto, os resultados
em termos da adequação dessa abordagem no preparo de cidadãos capazes de enfrentar as
mudanças que a sociedade está passando são questionáveis. Tanto o ensino tradicional quanto
sua informatização preparam um profissional obsoleto.
Por outro lado, o uso do computador na criação de ambientes de aprendizagem que
enfatizam a construção do conhecimento apresenta enormes desafios. Primeiro, implica em
entender o computador como uma nova maneira de representar o conhecimento provocando
um redimensionamento dos conceitos já conhecidos e possibilitando a busca e compreensão
de novas idéias e valores. Usar o computador com essa finalidade requer a análise cuidadosa
do que significa ensinar e aprender bem como demanda rever o papel do professor nesse
contexto. Segundo, a formação desse professor envolve muito mais do que prover o professor
com conhecimento sobre computadores. O preparo do professor não pode ser uma simples
oportunidade para passar informações mas deve propiciar a vivência de uma experiência. É o
contexto da escola, a prática dos professores e a presença dos seus alunos que determinam o
que deve ser abordado nos cursos de formação. Assim, o processo de formação deve oferecer
condições para o professor construir conhecimento sobre as técnicas computacionais e
entender por que e como integrar o computador na sua prática pedagógica.
2.1 O NASCIMENTO DA INFORMÁTICA NA ESCOLA
Motivada pelo desenvolvimento dos recursos tecnológicos, a discussão da utilização do
computador no processo educacional tem ocupado lugar de destaque nas preocupações de
professores e dos especialistas em tecnologia educacional, desde os primeiros anos da década
de 80.
Nestes 20 anos que a Informática Educativa vem conquistando espaço no Brasil, os
principais precursores da investigação a respeito do uso de computadores na Educação, em
nosso País, encontram-se na UFRJ, UNICAMP e UFRGS.
Inicialmente, enfatizava-se o “aprender a programar”, e a discussão se reduzia à utilização de
linguagens de programação, particularmente entre o BASIC ( Beginners All purpose Simbolic
Instructuon Code), e a linguagem Logo.
A linguagem Logo, por ser especialmente construída para facilitar a aprendizagem de
crianças, a partir de fundamentos construtivistas que fazem do Logo, ainda hoje um
instrumento fundamental no trabalho em informática educacional, veio modificar os rumos da
discussão: procurava-se então não apenas "programar a máquina", mas o ato de programar,
sendo associado ao processo de resolução de problemas, trouxe a discussão para a questão da
aprendizagem: do "aprender a programar", passou-se ao "programar para aprender", e daí às
questões mais propriamente voltadas ao processo educacional: como se aprende usando um
computador?
Posteriormente, a ênfase recaiu em "programar para aprender", quando as idéias de
programação passaram a ser colocadas sempre em função do que deveria ser ensinado e
aprendido, caracterizando as possíveis aplicações da informática às diversas disciplinas.No
final da década de setenta, experiências1 feitas apoiadas nas teorias de Jean Piaget (1972) e
nos estudos de Papert (1994), apontaram para o uso do computador utilizando a linguagem
1
Essas experiências foram desenvolvidas, prioritariamente, com crianças de escola pública que apresentavam dificuldades de aprendizagem
de leitura, de escrita e de cálculo (UFRGS)
LOGO, onde se procurava conhecer e compreender o raciocínio lógico- matemático das
crianças e a possibilidade de intervenção, utilizando uma metodologia de pesquisa que
integrava o método clínico piagetiano, como forma de promover a aprendizagem autônoma
dessas crianças.
Porém, a escola de hoje ainda possui um forte traço de sua origem, se configurando na
condição da estabilidade, conservação e reprodução. Dewey no seu tempo questionou a escola
apontando a reprodução dos mesmos métodos e conteúdos no passar dos anos, como se o que
tivesse sido bom para uma geração seria para outra, a seguinte.
O que se espera da escola é que ela seja contemporânea da sociedade, Freire (1997)
enfatizou isso. Parece até que ela acompanha o cenário social e político da sua época, até por
uma questão da sua sobrevivência, mas às vezes, sofre o descompasso. Não vemos com
simplicidade a incorporação do ritmo das mudanças da sociedade pela escola, e nem
acreditamos que ela deixe de ser o que é para tornar-se outra. Nela subsistem o velho e o
novo, o estático e o dinâmico.
A escola pode ser lida na sua complexidade e diversidade, não descartando a existência
das várias faces. Uma multiplicidade de forma que historicamente foram se constituindo no
tempo através do ser e fazer educacional.
A Informática Educativa aparece nas escolas no momento em que se passa por um
importante processo de inovação, como meio de atualizar alunos e professores.No momento,
vários projetos governamentais de Informática são desenvolvidos para a implantação
crescente na rede pública de ensino. Algumas experiências acadêmicas surgiram a partir do
interesse de determinado membro ou grupo da própria instituição, querendo desenvolver
projetos envolvendo a Informática Educativa.
Conclui-se então, que, a Informática Educativa é um processo que coloca o
computador e sua tecnologia rigorosamente a serviço da Educação. Isto significa que todas as
variáveis e os aspectos envolvidos neste processo deverão estar subordinados a consideração
de que a I.E. é uma questão de natureza essencialmente pedagógica. As aplicações mais úteis
da Informática na Educação são aquelas voltadas para buscar a melhoria dos processos de
ensino-aprendizagem dos alunos.
A interação adequada com o computador na escola, contribui significativamente para a
formação de alunos e professores na leitura crítica e consciente da formação, tornando-os
aptos para discernir sobre a realidade e atuar sobre ela.
A Informática Educativa aponta o uso do computador na transformação da escola, e
como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem, onde o professor tem a
responsabilidade de estimular os alunos para que possam desenvolver seu potencial de forma
ativa e crítica, fazendo suas próprias descobertas.
2.2 AS DUAS GRANDES VERTENTES NA INFORMÁTICA DA
EDUCAÇÃO
"As vantagens de se transferir conhecimento adquirido de uma
área para outra parecem óbvias. Por que, então, as pessoas não
fazem isso com mais freqüência?”
Roger Von Oech
O computador pode ser usado na educação como máquina de ensinar ou como máquina
para ser ensinada. O uso do computador como máquina de ensinar consiste na informatização
dos métodos de ensino tradicionais. Do ponto de vista pedagógico esse é o paradigma
instrucionista. Alguém implementa no computador uma série de informações e essas
informações são passadas ao aluno na forma de um tutorial, exercício-e-prática ou jogo. Além
disso, esses sistemas podem fazer perguntas e receber respostas no sentido de verificar se a
informação foi retida. Essas características são bastante desejadas em um sistema de ensino
instrucionista já que a tarefa de administrar o processo de ensino pode ser executado pelo
computador, livrando o professor da tarefa de correção de provas e exercícios. O esquema
abaixo ilustra a abordagem instrucionista de uso do computador na educação.
Embora, nesse caso o paradigma pedagógico ainda seja o instrucionista, esse uso do
computador tem sido caracterizado, erroneamente, como construtivista, no sentido piagetiano,
ou seja, para propiciar a construção do conhecimento na "cabeça" do aluno.
Com o objetivo de evitar essa noção errônea sobre o uso do computador na educação,
Papert denominou de construcionista a abordagem pela qual o aprendiz constrói, por
intermédio do computador, o seu próprio conhecimento. Ele usou esse termo para mostrar um
outro nível de construção do conhecimento: a construção do conhecimento que acontece
quando o aluno constrói um objeto de seu interesse, como uma obra de arte, um relato de
experiência ou um programa de computador. Na noção de construcionismo de Papert existem
duas idéias que contribuem para que esse tipo de construção do conhecimento seja diferente
do construtivismo de Piaget (1972). Primeiro, o aprendiz constrói alguma coisa, ou seja, é o
aprendizado por meio do fazer, do "colocar a mão na massa". Segundo, o fato de o aprendiz
estar construindo algo do seu interesse e para o qual ele está bastante motivado. O
envolvimento afetivo torna a aprendizagem mais significativa.
Entretanto, o que contribui para a diferença entre essas duas maneiras de construir o
conhecimento é a presença do computador -- o fato de o aprendiz estar construindo algo
usando o computador (computador como máquina para ser ensinada). Nesse caso, o
computador requer certas ações que são bastante efetivas no processo de construção do
conhecimento (Valente, 1993).
Quando o aluno usa o Logo gráfico para resolver um problema, sua interação com o
computador é mediada pela linguagem Logo, mais precisamente, por procedimentos definidos
usando a linguagem Logo de programação. Essa interação é uma atividade que consiste de
uma ação de programar o computador ou de "ensinar" a Tartaruga a como produzir um
gráfico na tela. O desenvolvimento do programa (procedimentos) se inicia com uma idéia de
como resolver o problema ou seja, como produzir um determinado gráfico na tela. Essa idéia
é passada para a Tartaruga na forma de uma seqüência de comandos do Logo. Essa atividade
pode ser vista como o aluno agindo sobre o objeto "computador". Entretanto, essa ação
implica na descrição da solução do problema usando comandos do Logo (procedimentos
Logo).
O computador, por sua vez, realiza a execução desses procedimentos. A Tartaruga age
de acordo com cada comando, apresentando na tela um resultado na forma de um gráfico. O
aluno olha para a figura que está sendo construída na tela e para o produto final e faz uma
reflexão sobre essas informações.
Esse processo de reflexão pode produzir diversos níveis de abstração, os quais, de
acordo com Piaget, provocará alterações na estrutura mental do aluno. O nível de abstração
mais simples é a abstração empírica, que permite ao aluno extrair informações do objeto ou
das ações sobre o objeto, tais como a cor e a forma do objeto. A abstração pseudo-empírica
permite ao aprendiz deduzir algum conhecimento da sua ação ou do objeto. A abstração
reflexiva permite a projeção daquilo que é extraído de um nível mais baixo para um nível
cognitivo mais elevado ou a reorganização desse conhecimento em termos de conhecimento
prévio (abstração sobre as próprias idéias do aluno).
O processo de refletir sobre o resultado de um programa de computador pode acarretar
uma das seguintes ações alternativas: ou o aluno não modifica o programa porque as suas
idéias iniciais sobre a resolução daquele problema correspondem aos resultados apresentados
pelo computador, e, então, o problema está resolvido; ou depura o programa quando o
resultado é diferente da sua intenção original. A depuração pode ser em termos de alguma
convenção da linguagem Logo, sobre um conceito envolvido no problema em questão (o
aluno não sabe sobre ângulo), ou ainda sobre estratégias (o aluno não sabe como usar técnicas
de resolução de problemas).
A atividade de depuração é facilitada pela existência do programa do computador. Esse
programa é a descrição das idéias do aluno em termos de uma linguagem simples, precisa e
formal. Os comandos do Logo gráfico são fáceis de serem assimilados, pois são similares aos
termos que são usados no dia-a-dia. Isso minimiza a arbitrariedade das convenções da
linguagem e a dificuldade na expressão das idéias em termos dos comandos da linguagem.
O fato de a atividade de programação em Logo propiciar a descrição das idéias como
subproduto do processo de resolver um problema, não é encontrada em nenhuma outra
atividade que realizamos. No caso da interação com o computador, à medida que o aluno age
sobre o objeto, ele tem, como subproduto, a descrição das idéias que suportam suas ações.
Além disso, existe uma correspondência direta entre cada comando e o comportamento da
Tartaruga. Essas características disponíveis no processo de programação facilitam a análise do
programa de modo que o aluno possa achar seus erros.
O processo de achar e corrigir o erro constitui uma oportunidade única para o aluno
aprender sobre um determinado conceito envolvido na solução do problema ou sobre
estratégias de resolução de problemas. O aluno pode também usar seu programa para
relacionar com seu pensamento em um nível metacognitivo. Ele pode analisar seu programa
em termos de efetividade das idéias, estratégias e estilo de resolução de problema. Nesse caso,
o aluno começa a pensar sobre suas próprias idéias (abstração reflexiva).
Entretanto, o processo de descrever, refletir e depurar não acontece simplesmente
colocando o aluno em frente ao computador. A interação aluno-computador precisa ser
mediada por um profissional que conhece Logo, tanto do ponto de vista computacional,
quanto do pedagógico e do psicológico. Esse é o papel do mediador no ambiente Logo. Além
disso, o aluno como um ser social, está inserido em um ambiente social que é constituído,
localmente, pelo seus colegas, e globalmente, pelos pais, amigos e mesmo a sua comunidade.
O aluno pode usar todos esses elementos sociais como fonte de idéias, de conhecimento ou de
problemas a serem resolvidos através do uso do computador.
CAPÍTULO III
O PAPEL DO PROFESSOR DIANTE DA NOVA TECNOLOGIA
O processo de ensino e aprendizagem deve ser visto como uma
produção compartilhada entre o professor e o aluno. Ambos,
juntamente com o conteúdo, são responsáveis por tal processo. Isso
não significa que deva haver uma simetria entre eles; na interação
educativa, o professor e o aluno desempenham papéis distintos,
mesmo que igualmente imprescindíveis e totalmente interconectados.
(Bettina Steren, 2000)
Acredita-se que a tecnologia sozinha não é solução mágica, nem a única condutora do
processo de construção do conhecimento. Identificar e usufruir os benefícios da Internet
requer, antes de tudo, a formação e a mudança de comportamento de professores, bem como
novos projetos curriculares.
A interação aluno-computador precisa ser mediada por um profissional, agente da
aprendizagem, que tenha significado no processo do aprender por intermédio da construção
do conhecimento. Ele necessita entender as idéias do aprendiz e como atuar no processo de
construção do conhecimento para intervir apropriadamente na situação de modo a auxiliá-lo
no processo.
O professor deve utilizar a Informática não como máquina para ensinar ou aprender,
mas como ferramenta pedagógica para propiciar ao aluno, diante de uma situação problema,
investigar, levantar hipóteses testá-las e refinar suas idéias iniciais, construindo assim seu
próprio conhecimento.
Neste processo de mudança, o professor é levado a deixar de ser controlador da
informação e detentor exclusivo do conhecimento. Ele fará o papel de “guia do universo
virtual”, ele passará a ser orientador, coordenador e incentivador do aprimoramento das
funções de pensamento, tendo como objetivo, orientar e estimular os alunos a navegar pelo
conhecimento e a realizar suas próprias descobertas. Com isso, o campo de atuação se abre
para o professor, e o maior desafio passa a ser como aprender a lidar com as novas
tecnologias e integrá-las ao desenvolvimento pleno do ser humano. Assim, mais do que
transmitir conteúdos, o professor vai orientar o aluno de modo a estimulá-lo a pensar por
conta própria.
Diante deste novo modelo educacional, as pesquisadoras Marilene Santos Garcia e
Yolanda Cortelazzo, da Escola do Futuro da Universidade de São Paulo, elaboraram um
quadro que compara a educação tradicional diante das novas tecnologias.
TABELA 1
A sala de aula antes e depois da Informática
Na Educação Tradicional
Com a nova tecnologia
O Professor
um especialista
um facilitador
O Aluno
um receptor passivo
um colaborador ativo
A ênfase educacional
memorização de fatos
pensamento crítico
A avaliação
do que foi retido
da interpretação
O método de ensino
repetição
interação
O acesso ao conhecimento
limitado ao conteúdo
sem limites
Fonte: Revista Nova Escola, Ano XIII, N° 110, Março de 1998.
As implicações deste novo paradigma dentro de um contexto educativo na vida do
professor precisam ser cuidadosamente observadas no sentido de possibilitar um novo
redirecionamento de seu papel. O modelo de Educação diante de novas tecnologias, de
acordo com este novo referencial, pressupõe continuidade e visão do processo. Não
buscando um produto completamente acabado e pronto, mas um movimento permanente
de “vir a ser”, assim como o movimento das marés, ondas que se desdobram em ações e
que se dobram e se concretizam em processos de reflexão. É um movimento de reflexão na
ação e de reflexão sobre a ação.
Inovar, atuando pedagogicamente requer uma mudança profunda de mentalidade. É
necessário abandonar a proposta pedagógica tradicional, já que a mesma enfatiza a
transmissão, a linguagem e a cópia da cópia. Nela os conteúdos e informações são passados
de forma aleatória e reprodutiva. A implementação de uma nova prática educacional deve
enfatizar a construção realizada pelo indivíduo, através de uma pedagogia ativa, criativa,
dinâmica e encorajadora se apoiando na descoberta, investigação, diálogo e principalmente no
intercâmbio entre o professor e o aluno.
No paradigma tradicional, o professor tem um compromisso com regras do passado, com
as coisas que não podem ser esquecidas. Diante das novas tecnologias, o professor tem
compromisso com o futuro, no presente da sala de aula. Devemos construir uma nova
relação, recíproca, dialética e verdadeira, na qual o professor além de ensinar, aprende e o
educando além de aprender, ensina. Segundo o pensamento de Paulo Freire (1997, p.25),
“não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças
que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende
ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”.
Nesse processo de construção coletiva e troca de informações o professor deverá
promover situações nas quais possa estar frente a frente com seus aprendizes, expondo,
intercambiando, aprendendo, observando, proporcionando assim, um maior crescimento do
aprendizado a partir dessa interação. A troca de informações entre os indivíduos do grupo
possibilita um trabalho conjunto, sinérgico e cooperativo tendo como foco as diferenças
individuais.
Mediante a implementação de tais práticas, teremos como resultante o aumento
gradual da demanda por novas informações, o que apesar de salutar irá aumentar o volume de
trabalho e atividade tanto para o professor quanto para o aluno. A melhor maneira de abraçar
essa nova crença metodológica é confiar na capacidade de aprimoramento do aluno a partir de
seus próprios esforços. Ou seja, o aluno passa cada vez mais a ser orientado e não mais
instruído, agindo de forma autônoma e pensando por si só.
Segundo Papert (1994), o professor que confere tanta autonomia aos seus alunos está,
por meio disso, declarando sua crença numa teoria de conhecimento radicalmente diferente da
tradicional, que requer muito mais trabalho tanto para ele como para seus alunos.
Em vez de enfatizar conteúdos, resultados, quantidade de noções,
informações e conceitos a serem memorizados, repetidos e copiados, os
professores reconhecem a importância de uma metodologia voltada para a
qualidades do processo de aprendizagem que valoriza a pesquisa e os trabalhos em
grupo.
Este fato é revelado pelas respostas dadas às entrevistas feitas a três
professores do Ensino Fundamental, todos com formação universitária.
3.1
FORMAÇÃO TECNOLÓGICA DO PROFESSOR
A mudança da função do computador como meio educacional
acontece juntamente com um questionamento da função da escola e
do papel do professor. A verdadeira função do aparato educacional
não deve ser a de ensinar, mas sim a de criar condições de
aprendizagem. Isso significa que o professor precisa deixar de ser o
repassador de conhecimento-o computador pode fazer isso e o faz
muito mais eficientemente do que o professor-e passar a ser o criador
de ambientes de aprendizagem e o facilitador do processo de
desenvolvimento intelectual do aluno.
(Valente, 1993)
A adequada preparação do professor é o componente fundamental para o uso
do computador em educação, segundo uma perspectiva crítico-reflexiva.
Porém, o que se observa em relação à inserção da informática na educação é
uma preocupação excessiva com a aquisição de equipamentos e uma proliferação
de programas de computadores para a educação (software educativo), como se isso
pudesse garantir uma utilização eficaz do computador nos diferentes níveis e
modalidades de ensino. A preparação dos professores para tais utilizações não tem
tomado parte nas prioridades educacionais na mesma proporção, deixando
transparecer a idéia equivocada de que o computador e o software resolverão os
problemas educativos.
Para confirmar isto basta lançar um olhar sobre a forma como vem ocorrendo a
inserção de computadores em escolas privadas. A preparação propiciada aos
professores freqüentemente ocorre através de rápidos treinamentos. Outras vezes, a
instituição contrata instrutores para ministrar aulas de informática aos alunos, sem
preocupação com a integração do computador ao processo pedagógico e deixando
os professores alheios ao processo.
No ensino público existem projetos que enveredam por práticas mais ousadas .
No entanto, muitos desses projetos são abandonados por mudanças políticas ou de
gestores públicos (prefeitos, secretários de educação, ministros etc.) e, quando
conseguem alcançar algum sucesso são desprezados pela mídia que não os leva ao
conhecimento da sociedade.
Percebe-se a necessidade de repensar sobre a formação dos professores. E
ao se repensar sobre o professor e a sua formação O pensar sobre o professor e a
sua formação necessita considerar todo o volume de modificações que se
transfiguram na sociedade e como ele pode apropriar-se delas sem perder sua
identidade enquanto educador.
Refletir sobre a formação do professor na efervescência atual e o no que está
apontando para ser. Tomar o presente e também, projetar-se para um futuro
próximo, assim como, dar-se conta da dimensão espacial que ultrapassa os limites
das paredes da escola, considerando a dinâmica de relações entre espaço e tempo,
conectada com a sociedade, escola e indivíduo que estão sendo e que estão para
ser.
A formação pode ser expressa como um processo virtual que se atualiza na
medida em que ocorre, coerente com o lugar e tempo, atenta às mudanças no
diversos âmbitos da sociedade, apropriando-se delas. Colocando a formação em
constante reformulação e construção, gestadas no conflito entre o velho e o novo, o
instituído e o instituinte.
A concepção de formação de professor não fica delimitada pelo espaço físico
da escola, mas sim conquistando outros locais de ação de direta, como os
veiculados pelas tecnologias e mídias eletrônicas, implicando no domínio destes
recursos possíveis de uso na ação educativa. Analisando essas ferramentas e seus
usos, para intervir através de uma reflexão teórica e prática da sua adequação e
riqueza para o processo de formação educacional.
Levar o professor a depurar sua leitura e seu olhar no reconhecimento dos
modelos de aprendizagens subjacentes à sua prática e a de outrem, assim como,
nos recursos tecnológicos em uso. Na exploração dos computadores como recursos
de aprendizagem, observar nos softwares as concepções pedagógicas que
carregam. Ao perceber e reconhecer ele pode refazer e reconstruir em uma nova
abordagem, inventando outros ambientes de aprendizagem atualizados com as
modificações sociais e culturais.
A formação do professor deve abarcar as novas ferramentas e os novos locais
que emergem como possíveis de exploração do conhecimento e na nova
configuração de escola. Isso implica numa preparação do indivíduo com e para os
recursos tecnológicos disponíveis, não só o instrumentalizando, mas fazendo com
que se aproprie do processo de utilização: o pensar sobre o recurso e o pensar
sobre o fazer com ele, explorando o melhor que cada um pode oferecer e criando
ambientes propícios para o aprender. Mas isso não é possível quando a imersão do
indivíduo é só no fora de si, mas quando também abarca o dentro de si.
Dar-se conta dos conflitos e intensidades que permeam seu pensamento e seu
agir, que influenciam a sua ação pedagógica. Conhecer seus próprios limites e
encontrar o passo equivalente a sua possibilidade de caminhar na direção da sua
transformação e a que pode propiciar ao outro. Viabilizar através da reflexão teórica
um melhor entendimento e depuração da própria prática, para que o educador possa
resignificá-la e reconstruí-la, implicando num aprofundamento que possibilite a
tomada de consciência do seu pensar e agir na educação. Apropriar-se da sua ação
de uma maneira mais integrada, navegando no seu mundo interior para descobrir
melhor o exterior. A elaboração de um conhecimento externo pressupõe um
conhecimento interno.
E não se trata apenas de conhecimento, mas também de compreensão, acordo
entre os próprios meios e fins e pulsões, o que implica possibilidade de exercitar um
certo domínio sobre as próprias inclinações e ações, a fim de que elas nos controlem
e dirijam mas não nos coíbam ou sufoquem. (Calvino, 1994)
O educador precisa saber lidar com as diferenças que existem no outro,
observando-os fora de si, e também dar-se conta do diverso que existe e pode
coexistir em si, não necessariamente excludentes. Dando espaço para que o diverso
no pensar e no ser transborde escapando do comportamento linear e esperado,
vivendo com e a partir do diferente que existe no seu próprio ser. O adormecido
pode aflorar e o indivíduo se experimentar diferente diante de um mesmo objeto ou
de uma mesma situação, propiciando a mudança. Assim, possibilita-se uma
verdadeira transformação que deixa de ser só discurso para ser também ação. A
mudança efetiva na formação do professor implica em vivenciar o diferente no outro
e em si próprio e refletir sobre eles, gerando modificações no meio educacional.
A formação precisa considerar a necessidade de preparar um indivíduo que
saiba lidar com a instabilidade, pois não é viável usar a mesma prática para as
novas situações. O lidar com o novo, diferente e o movimento, exige uma ação
reflexiva que questiona o estabelecido, reformula o problema, construindo e testando
novas abordagens. Essa reflexão não acontece só e nem se esgota na formação,
mas se estende na prática profissional como uma necessidade contínua de
alimentação com o conhecimento, não se fazendo na solidão, mas na parceria e
troca com teóricos, colegas e alunos. Desenvolver a reflexão da (sobre) ação e na
(durante) ação, em outras palavras, um olhar analítico sobre a ação, antes (na
perspectiva do que poderá ser), durante e depois.
Observar as dificuldades que o professor enfrenta, instigado-o a olhar para
dentro de si para não se deixar levar pela pressão de fora ou aceitando a imposição
de um modismo, sabendo refletir e agir em cada momento de acordo com sua
singularidade.
Neste caso, globalizar não significa pulverizar e nem homogeneizar, mas
aproximar o contato com as diferenças para que delas possam surgir novas
diversidades que atendam às necessidades e singularidades do indivíduo. Sem
negar a realidade e enclausurar-se num mundo a parte, como resistência às
mudanças e transformações, e nem submetendo-se totalmente a elas.
Mais que formação e menos que conformação, criar um espaço de discussão e
investigação das questões educacionais experimentadas na prática, abrindo um
canal de diálogo com as dificuldades de ser professor num contexto social em veloz
transformação.
3.2
DIRETRIZES
PROFESSORES
DO
PROCESSO
DE
FORMAÇÃO
PARA INFORMÁTICA EDUCATIVA
DE
É preciso criar pessoas que se atrevam a sair das trilhas
aprendidas, com coragem de explorar novos caminhos. Pois a
ciência construiu-se pela ousadia dos que sonham e o conhecimento
é a aventura pelo desconhecido em busca da terra sonhada.
(Rubem Alves,2000)
São visíveis as transformações na sociedade, mal se consegue acomodar
uma transformação, já surge outra gerando a desestabilização. “Certamente nunca
antes as mudanças das técnicas, da economia e dos costumes foram tão rápidas e
desestabilizantes”.(LEVY, 1996, p.11)
E em se tratando de mudanças, na educação, o professor é um dos principais
agentes responsáveis pela dinamização do currículo escolar em termos motivadores
e facilitadores da aprendizagem e do desenvolvimento. Numa era de revolução
científica e tecnológica, as novas tecnologias da informação e comunicação
desempenham um papel determinante na concretização do sucesso educativo.
Logo é de grande importância tratar de sua “formação tecnológica” bem
atenta e cuidadosamente. A idéia não é formar especialistas em conteúdos
específicos, dicotomizados em relação às outras áreas do conhecimento. É, em vez
disso, despertar nos professores o interesse pelo “aprender a aprender”.
É fundamental antes de realizar o processo de formação, promover um
encontro onde haja a participação dos coordenadores e professores, a fim de
discutir objetivos e perspectivas; realçar a importância do desenvolvimento de
projetos interdisciplinares sob o enfoque reflexivo em diferentes atividades; analisar
e viabilizar a concretização das possíveis conexões entre as disciplinas e a
integração entre conteúdos, domínio do computador e prática pedagógica.
Faz-se necessário considerar, dentro da programação do processo de
formação, os novos recursos informáticos e incluir como conteúdo a análise sobre as
potencialidades pedagógicas de tais recursos.
De certo, muitos profissionais sem formação em educação atuam nessa área
e que precisam compreender e transformar a sua prática. A conscientização de tais
profissionais também precisa ser levada em conta, podendo constituir assim um
grupo heterogêneo, formado de participantes graduados em quaisquer áreas de
formação ou outros profissionais que atuem em educação.
CONCLUSÃO
As novas tecnologias “invadiram” a sociedade, causando diversas mudanças
na vida cotidiana e nos hábitos das pessoas nela vivem.
Logo, a escola como um dos agentes de transformação desta sociedade não
ficou de fora tais mudanças. Ao contrário, ela pode ser observada como um corpo
vivo ao dimensionar o processo de centralização descentralização que acontece por
efeito da inovação tecnológica no seu ambiente. Ela pode ser considerada como um
centro de agregação do coletivo humano para a sistematização do conhecimento,
através de ações estruturadas de educação.
As informações e os conhecimentos apresentam-se em diversos formatos e
de diversas maneiras, o que enriquece as possibilidades de um aprender mais
interativo e com o jeito da sociedade e do indivíduo de hoje.
Porém, o aprendiz e o professor precisam estar preparados para ter
condições favoráveis de domínio operacional e educacional, para aproveitar a
navegação na via da informação.
Ser professor-educador com um amadurecimento intelectual, emocional e
comunicacional que facilite todo o processo de organização da aprendizagem é
muito importante. “A experiência não é nem formadora nem produtora. É a reflexão
que pode provocar a produção do saber e a formação” (NÓVOA, 1996, p. 93).
Realizar este trabalho trouxe grandes contribuições quanto ao enriquecimento pedagógico
enquanto educadora. Além de identificar uma nova prática educativa frente às novas
tecnologias, ressaltamos o despertar crítico profissional do educador, conscientizando-o de
que o educando constrói seu conhecimento junto a outros que fazem parte de sua vida.
O educador Paulo Freire propôs em sua trajetória na educação, que o professor não deverá
ser o mero transmissor do conhecimento e que sua meta primordial não deverá delegar-se
somente a fazer com que os educandos sejam exímios repetidores do saber. O educador
compromissado com o ensino deverá assumir o papel de facilitador deste processo
educando-os em cidadania. O conhecimento deverá ser socializado e não individualizado e
desta forma, professor e alunos deverão estar em constante interação.
A interação aluno-computador precisa ser mediada por um profissional do ensino que irá
nortear os esforços daquele que deseja evoluir. Esse profissional, dentro de seu perfil
flexível deve reunir qualidades que o permitam orientar, transmitir conhecimento da forma
mais isenta possível, e ensinar. Não apenas ensinar o conteúdo, mas ensinar a pensar. Não
impor uma lógica pré-determinada, mas sim orientar o aluno na confecção de sua própria
lógica.
Acredito que este trabalho desperte a curiosidade, ousadia e o desejo dos educadores em
utilizar as novas tecnologias como ferramenta na construção do conhecimento, ainda que
haja obstáculos, criando um espaço de transformação do saber e desta forma, conscientizar
a sociedade das mudanças advindas das novas tecnologias.
REFERÊNCIAS
ALVES, R. A Alegria de ensinar. 1. ed. São Paulo: Papirus,
2000. 93 p. ISBN: 85-3080-590-9
CALDAS, R. F. Novas Tecnologias para uma Nova
Educação.
Disponível
em:
http://sites.uol.com.br/cdchaves/novas_tecnologias.htm Acesso
em: 07. Nov.2003
CALVINO, Ítalo. Palomar. 2. ed. Trad. Ivo Barroso. São Paulo:
Companhia das Letras, 1994. 112 p. ISBN: 85-7164-409-8
CHESNEAUX, J. Modernidade-mundo. 1. ed. Petrópolis: Ed.
Vozes, 1995. 228 p. ISBN: 85-3261-313-6
DAVIS, C. & OLIVEIRA, Z. Psicologia na Educação. 2. ed.
São Paulo: Cortez Editora, 1994. 125 p. ISBN: 85-2490-273-6
FREIRE, P. Educação e Mudança. 21. ed. São Paulo: Paz e
Terra, 1997. 80 p. ISBN: 85-2190-014-7
_________. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários
à prática educativa. 14. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 165
p. ISBN: 85-2190-243-3
KAWAMURA, L. K. Tecnologia e política na sociedade:
engenheiros,
reivindicação
e
poder. 1. ed. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1986. 80 p. ISBN: 850803-606-5
LÉVY, P. O que é o virtual? 1. ed. São Paulo: 34 LTDA., 1996. 160 p. ISBN: 85-7326-
0361
MORAN, J. M. Mudar a forma de ensinar e de aprender
com
tecnologias.
Disponível
http://www.eca.usp.br/prof/moran/textos.htm>
10.out.2003
em:<
Acesso
em:
MORIN, E. Ciência com Consciência. 7. ed. São Paulo:
Bertrand, 2003. 344 p. ISBN: 85-2860-579-5
NÓVOA, A. Os professores e sua formação. Lisboa: Dom
Quixote, 1992. ISBN: 97-2201-008-5
PAPERT, S. A Máquina das Crianças: Repensando a Escola na Era da
Informática. 1. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. 210 p. ISBN: 85-7307-007-2
PIAGET, Jean. A epistemologia genética. 1. ed. Petrópolis:
Ed. Vozes, 1972. 116 p. ISBN: 85-3361-226-5
VALENTE,
J.
A.
Computadores
e
Conhecimento:
repensando a educação. Campinas: Gráfica da UNICAMP,
1993.
VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 5. ed. São
Paulo: Martins Fontes, 1984. 192 p. ISBN: 85-3360-818-7
ÍNDICE
FOLHA
DE
ROSTO................................................................................................................. 2
AGRADECIMENTO
S............................................................................................................. 3
DEDICATÓRIA....................................................................................................................... 4
EPÍGRAFE................................................................................................................................ 5
RESUMO.................................................................................................................................. 6
METODOLOGIA...................................................................................................................... 7
SUMÁRIO................................................................................................................................. 8
INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 9
CAPÍTULO I
As Novas Tecnologias............................................................................................................ 12
1.1 - Novas Tecnologias e Educação...................................................................................... 14
1.2 – A Contribuição no Desenvolvimento do Pensamento................................................... 17
CAPÍTULO II
A Informática na Educação .................................................................................................... 20
2.1 - O Nascimento da Informática na Escola ........................................................................ 22
2.2 – As Duas Grandes Vertentes na Informática da Educação............................................... 24
CAPÍTULO III
O Papel do Professor Diante das Novas Tecnologias.............................................................. 29
3.1 - Formação Tecnológica do Professor............................................................................... 32
3.2 – Diretrizes do Processo de Formação de Professores para a Informática Educativa...... 36
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 38
REFERÊNCIAS....................................................................................................................... 40
ÍNDICE.................................................................................................................................... 42
FOLHA DE AVALIAÇÃO..................................................................................................... 43
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
Título da Monografia: A INFORMÁTICA COMO FERRAMENTA NA CONSTRUÇÃO
DO CONHECIMENTO
Autor: LUDMILLA PINTO DA CRUZ DE OLIVEIRA
Data da entrega: 05/07/2004
Avaliado por:
Conceito:
Avaliado por:
Conceito:
Avaliado por:
Conceito:
Conceito Final:
Download

a informática como ferramenta na construção do conhecimento