Câmbio (R$) Dólar / BC Compra Venda Paralelo 1,73 1,86 Comercial 1,728 1,73 Turismo 1,633 1,837 Euro / BC 2,382 2,385 Ouro (R$) Grama Variação 100,000 + 1,21% Blue Chips BMF Bovespa Bradesco Gerdau Itaú Unibanco Petrobras Sid Nacional Vale ON PN PN PN PN PN PNA % + 2,07 + 1,53 +2 + 1,91 + 0,49 + 4,19 + 0,66 Economia A Boa Vista Serviços, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), anunciou que o número de títulos protestados de pessoas jurídicas aumentou 7,3% de janeiro a agosto deste ano em todo o País, na comparação com igual período de 2010. | PÁGINA 3 | Economia Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo, elogiou o “renovado e firme comprometimento da Grécia” com seu programa de austeridade, mas afirmou que a decisão sobre a liberação da próxima parcela do pacote de resgate será tomada apenas em outubro. | PÁGINA 4 | País Blindado pelo governo na cerimônia de posse, o novo ministro do Turismo, Gastão Vieira (PMDB), confessou nesta sexta-feira estar “assustadíssimo” com a tarefa e pediu ajuda da presidente Dilma Rousseff na indicação do secretárioexecutivo. | PÁGINA 6 | Fabio Andrade Análise Financeira Como forma de repreender tal movimento, autoridades dedicaram especial atenção à legislação com foco específico nas reestruturações fora do País indesejadas e/ou na maior fiscalização de tais reorganizações. | PÁGINA 5 | 2ª FASE ANO II EDIÇÃO Nº 437 1ª FASE 1875 A 1942 WWW.JGN.COM.BR SÁBADO, 17, DOMINGO, 18, E SEGUNDA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO DE 2011 R$ 1,00 $OWDGR,3,VREUHYHtFXORV LPSRUWDGRVJHUDSROrPLFD Abeiva critica decisão anunciada quinta-feira pelo governo e afirma que entrará na Justiça Enquanto a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e representantes de sindicatos de trabalhadores consideram a medida bem-vinda, a Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) criticou decisão do governo, anunciada na quinta-feira à noite, de aumentar o IPI sobre veículos importados, e informou que entrará na Justiça. A chinesa JAC Motors, que planejava uma fábrica para 2014 no Brasil, com investimentos de US$ 600 milhões, considera agora o projeto inviável diante da alta do IPI. “Do jeito que está escrito o decreto hoje, o projeto de construção da fábrica é inviável”, disse nesta sexta-feira Sergio Habib, presidente da JAC Motors, a marca chinesa que nos últimos meses tem tirado o sono das montadoras brasileiras no segmento de carros populares. Logo em seguida, no entanto, o executivo acrescentou que acredita que o governo vai mudar de ideia em relação ao aumento do IPI. O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Miguel Jorge disse que as medidas são estranhas e desnecessárias. Na avaliação dele, a decisão pode afastar as montadoras que planejavam investir e construir novas fábricas no País. “Acredito que a indústria brasileira não precisa disso. A parcela dos veículos importados nas vendas no País é pequena”, afirmou Miguel Jorge. | PÁGINA 2 | Fabio Rodrigues Pozzebom / ABr Miguel Jorge: “A parcela dos veículos importados nas vendas no País é pequena” &REUDQoDGR,2) QRVGHULYDWLYRV VRIUHDOWHUDomR Roberto Stuckert Filho / PR O governo mudou a forma de cobrança do IOF nos negócios no mercado de derivativos cambiais. Originalmente, a BM&FBovespa e a Cetip teriam que cobrar e repassar os recursos ao governo, mas elas alegaram que isso seria tecnicamente inviável. Decreto publicado nesta sexta-feira transfere a responsabilidade para os investidores. Esse foi um ajuste de caráter apenas operacional.Além disso, a data do primeiro recolhimento foi adiada de 5 de outubro para 31 de dezembro. | PÁGINA 3 | %&YDLUHYLVDU DSURMHomRGH DXPHQWRGR3,% Em palestra no Sindicato da Habitação (Secovi), em São Paulo, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta sexta-feira que as medidas adotadas pelo governo desde o final do ano passado estão dando resultados, levando a um ajuste das condições da demanda à oferta. Segundo Tombini, já há sinais mais nítidos de moderação do nível de atividade. “A projeção de crescimento para 2011 está em 4%, mas vamos revisá-la para baixo”. | PÁGINA 2 | A presidente Dilma Rousseff e Pelé durante a visita às obras do estádio do Mineirão $PLOGLDVGD&RSDGH SUHVLGHQWHYLVLWD0LQHLUmR A presidente Dilma Rousseff e Pelé, embaixador honorário do Brasil no Mundial, estiveram nesta sexta-feira em Belo Horizonte para conhecer de perto as obras de revitalização do Mineirão - uma das intervenções em estádios que estão mais adiantadas. A visita marcou a contagem regressiva dos mil dias para o início da Copa de 2014. Concebida pelas autoridades mineiras, que trabalham para que a capital de Minas Gerais seja escolhida como sede da abertura do Mundial, a visita de Dilma e Pelé, porém, foi ofuscada pela paralisação dos operários que trabalham na reforma do estádio. O ministro do Esporte, Orlando Silva, admitiu que a ocorrência de greves será uma constante no período que resta até o início da Copa. | PÁGINA 10 | 2 Sábado, 17, domingo, 18, e segunda-feira, 19 de setembro de 2011 ECONOMIA 9(Ë&8/26 Marcelo Casal Jr. / ABr $EHLYDYDLj-XVWLoD FRQWUDDXPHQWRGR,3, Chinesa JAC Motors considera inviável projeto de abrir fábrica no País em 2014 A Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) vai entrar na Justiça contra a alta do IPI sobre os carros importados. A chinesa JAC Motors, que planejava uma fábrica para 2014 com investimentos de US$ 600 milhões, considera o projeto inviável diante da alta do IPI. “Do jeito que está escrito o decreto hoje, o projeto de construção da fábrica é inviável”, disse neste sexta-feira Sergio Habib, presidente da JAC Motors, a marca chinesa que nos últimos meses tem tirado o sono das montadoras brasileiras no segmento de carros populares. Logo em seguida, no entanto, o executivo acrescentou que acredita que o governo vai mudar de ideia em relação à alta do IPI. O alvo do governo de aumentar o IPI para os carros importados por empresas que não usarem 65% de peças fabricadas no Mercosul são as marcas chinesas e coreanas, que não têm fábrica no País e que responderam por quase 25% das importações de veículos de janeiro a agosto, segundo dados da Abeiva. Na análise da especialista do setor automotivo do Insper, Letícia Costa, o segmento mais afetado será do importado popular porque o consumidor que compra esse veículo é mais sensível a aumento de preço. Com a nova tributação, o IPI sobre os carros 1.0 salta de 7% para 37%. Já as montadoras instaladas no País, que compram carros do Mercosul e México e são responsáveis por 75% das importações de janeiro a gosto, escaparam da medida. De acordo com a Anfavea, que reúne as montadoras, as importações da Argentina estão equilibradas com as exportações. Isto é, de janeiro a julho foram importados da Argentina 216 mil veículos e exportados 219 mil carros. Isso garante a geração de empregos na indústria brasileira, um dos motivos alegados pelo governo para ampliar a taxação sobre os carros importados. Em relação ao México, porém, os números não são tão favoráveis: até julho foram importados 52 mil veículos do México e exportados para aquele país 30 mil. A decisão do governo deve provocar também uma batalha jurídica internacional. Diplomatas da China, Coreia do Sul, Europa, Japão e Estados Unidos avaliam as medidas tomadas e podem fazer uma denúncia coletiva contra o Brasil, se ficar provado que suas indústrias serão afetadas. O aumento dos tributos sobre os importados provocou ontem uma verdadeira corrida dos consumidores às revendas de carros importados, tanto populares como os veículos de luxo. Na rede Caltabiano, que vende marcas como Land Rover, Volvo, 110 carros tinham sido vendidos até o fim da tarde desta sexta-feira, ante 20 negócios fechados numa sexta normal. Na noite de quinta-feira, o governo anunciou aumento de 30 pontos porcentuais no IPI dos automóveis e caminhões que não cumprirem uma série de exigências A medida vale até dezembro de 2012 e deve atingir principalmente os veículos importados de montadoras que não têm fábricas no Brasil. Segundo a medida, as montadoras que se enquadrarem nas exigências terão um desconto no IPI no mesmo patamar, ou seja, não serão afetadas pelo aumento do imposto. Entre as exigências mais importantes estão o uso de 65% de conteúdo nacional ou regional em 80% dos veículos produzidos no País, investimento equivalente a 0,5% da receita bruta descontada de impostos em pesquisa e desenvolvimento e o cumprimento de pelo menos seis etapas de produção no País (como estamparia e pintura, por exemplo). Carros importados do Mercosul e do México, regiões com as quais o Brasil mantém acordo de livre comércio, não estão incluídos nas medidas, já que são trazidos ao Brasil por montadoras que têm fábricas aqui. ([PLQLVWUR0LJXHO-RUJHFULWLFDPHGLGDV sobre o processo de produção das fabricantes de veículos. “Se a intenção era aumentar o conteúdo local, o melhor seria fazer contratos com as novas montadoras com um compromisso de aumento bastante rápido de conteúdo local, com prazos definidos”, afirmou. “O governo teve a melhor das intenções, mas precisaria de mais informações sobre o método de produção de veículos e um aprofundamento das discussões, inclusive envolvendo os trabalhadores, o que não aconteceu.” Miguel Jorge também criticou a manutenção do sistema de cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a partir das cilindradas. Quando ainda era ministro, ele encomendou ao Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) um estudo para desenvolver um programa de certificação e identificar os modelos de carros que consumiam menos combustível e emitiam menos poluentes. A ideia, segundo Miguel Jorge, era que a nova política industrial incluísse uma mudança sobre a tributação do IPI, que hoje incide sobre as cilindradas. OMC - Para o ex-ministro, as medidas podem ser questionadas na Justiça e na Organização Mundial do Comércio (OMC). “É muito difícil e complicado para o governo, com a quantidade de modelos que existem hoje no mercado, calcular o conteúdo local de cada um”, afirmou. “Eu, se fosse um dos atingidos, contestaria as medidas na OMC.” Na avaliação dele, porém, as medidas não devem resultar em um atraso tecnológico dos carros produzidos no País. “Hoje podemos importar todos os processos tecnológicos. Fazemos carros de alta qualidade e isso não vai mudar.” /XSLGHVWDFDSURWHomRDRHPSUHJR &REUDQoD GRDXPHQWR FRPHoRX QHVWDVH[WD Anne Warth Da Agência Estado O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Miguel Jorge disse nesta sexta-feira que as medidas anunciadas pelo governo que beneficiam a produção nacional de veículos são estranhas e desnecessárias. Na avaliação dele, a decisão pode afastar as montadoras que planejavam investir e construir novas fábricas no País. “Acredito que a indústria brasileira não precisa disso. A parcela dos veículos importados nas vendas no País é pequena”, afirmou, ressaltando que a maioria dos veículos importados vendidos no País vem do Mercosul e do México, com os quais o Brasil possui acordos. “Isso vai desestimular a entrada de novas fábricas no Brasil. Eu, se fosse pre- Célia Froufe Da Agência Estado O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, comemorou a decisão do governo de adotar medidas para proteger a indústria nacional de produção de automóveis. “A decisão foi acertada, pois está privilegiando emprego e renda no Brasil”, avaliou o ministro, segundo informou sua assessoria. Na opinião de Lupi, a melhor forma de se evitar o contágio da crise internacional no Brasil é por meio da proteção ao mercado interno. Quinta-feira à noite, o minis- sidente de uma montadora que estava para entrar no País, reveria minha posição”, acrescentou. Conteúdo local - De acordo com o ex-ministro, é difícil para uma montadora recém-instalada no País iniciar a produção local com alto conteúdo local de peças. “É absolutamente natural que as fábricas novas iniciem a produção com baixo conteúdo local. Desenvolver fornecedores e peças é uma tarefa que leva tempo.” O ex-ministro, que também foi vice-presidente de Assuntos Corporativos e Recursos Humanos da Volkswagen do Brasil por dez anos, disse que há peças que são comuns a todos os veículos, como bateria, pneu e radiador, mas que as mais importantes, como motor e câmbio, são mais difíceis para desenvolver. Na avaliação de Miguel Jorge, faltou conhecimento do governo tro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que aumentará a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 30 pontos porcentuais. Assim, o imposto que incidia sobre a produção de um veículo, de 7%, por exemplo, passará a ser de 37%. Para fugir do aumento da taxa, as montadoras terão de investir em pesquisa e desenvolvimento, ter 65% da produção com conteúdo nacional e ainda atender a seis itens de uma lista de 11 fornecida pelo Ministério da Fazenda. Na prática, a medida pega em cheio os carros importados da Ásia, já que o Brasil tem acordos com os países do Mercosul e o México Para garantir o quadro de trabalhadores nas montadoras nacionais, Lupi já havia defendido, na quarta-feira, o aumento do Imposto de Importação para veículos estrangeiros. “Como tivemos um crescimento das importações muito grande, tem que subir o imposto e, se for o caso, baixar o IPI”, argumentou, na ocasião. “O governo tem que analisar com carinho a redução de IPI, pois não temos capacidade de concorrer em condições iguais com o mercado internacional”, continuou. )LHVSFRQVLGHUDDOWDEHPYLQGD Daniel Mello Da Agência Brasil A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) considerou “bem-vinda” a decisão do governo de aumentar em 30 pontos percentuais o IPI de veículos que não tenham 65% de componentes nacionais. A medida também exige das montadoras investimentos em inovação. “O anúncio do governo federal demonstra a preocupação das autoridades com o grave momento www.jgn.com.br enfrentado pela indústria brasileira diante do cenário macroeconômico desfavorável, com o real sobrevalorizado, os juros elevados e a consequente perda de competitividade do setor produtivo nacional”, opinou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, por meio de nota. Ele defende que sejam adotadas mais ações para aumentar a competitividade do setor industrial brasileiro, como a desoneração da folha de pagamento da indústria e o combate à guerra fiscal, “que também rouba empregos dos trabalhadores brasileiros”. Sindicatos - As novas regras do IPI que incide sobre os automóveis também agradou aos sindicatos. O presidente da agremiação que representa os metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, Miguel Torres, considera a decisão corajosa” e “muito positiva”. O secretário-geral da CUT, Quintino Severo, também aprovou as mudanças, mas gostaria que fossem acompanhadas de contrapartidas sociais. O aumento de 30 pontos percentuais do IPI para carros não fabricados no Mercosul começou a ser cobrado nesta sexta-feira. A informação consta do Decreto 7.567, publicado no Diário Oficial da União. Para os modelos fabricados no País, o prazo para eventual início da cobrança do aumento é de 45 dias, e não 60, como foi informado na quinta-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Esse é o prazo no qual o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior vai verificar se a montadora cumpre os requisitos exigidos pelo governo para livrá-las do aumento. Para obter a habilitação definitiva e escapar da elevação do IPI, a montadora terá de fabricar veículos com, no mínimo, 65% de conteúdo regional médio; investir pelo menos 0,5% da receita bruta total de venda de bens e serviços em atividades de inovação, de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico de produto no País; e desenvolver 6 de 11 etapas em pelo menos 80% de sua produção de veículos no Brasil. Tombini: “Até o mercado de trabalho já perde velocidade” 02'(5$d2 %&UHEDL[DUi SURMHomRGH SDUDR3,% Ricardo Leopoldo Da Agência Estado O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta sexta-feira, em São Paulo, que as medidas adotadas pelo governo desde o final do ano passado estão dando resultados, levando a um ajuste das condições da demanda à oferta. “Há sinais mais nítidos de moderação do nível de atividade”, comentou, em palestra no Sindicato da Habitação (Secovi). “Até o mercado de trabalho já perde velocidade”, destacou. “A projeção de crescimento do Brasil para 2011 está em 4%, mas vamos revisá-la para baixo”, completou. Segundo Tombini, a política monetária levou à moderação do nível de atividade, graças a várias ações oficiais, entre elas a elevação dos juros de 1,25 ponto percentual entre janeiro e julho deste ano. “A inflação até abril de 2012 deve cair dois pontos percentuais”, destacou. “O objetivo é trazer a inflação à meta em dezembro de 2012. Vamos trabalhar nesse sentido”, disse. Commodities - Para Tombini, o menor crescimento mundial nos próximos 16 meses deve conter o ímpeto das commodities, o que será positivo para o processo de controle da inflação oficial (IPCA). “Apesar de a inflação estar no pico, estamos tirando pressão dos preços”, afirmou. Segundo ele, a alta pontual de alimentos, como a carne, observa fatores sazonais que, por definição, são temporários. Para Tombini, os choques atuais de preços de alimentos devem ter curta duração. “Será diferente do que foi registrado no segundo semestre de 2010”, garantiu. O presidente do Banco Central ressaltou que a força do consumo interno é um dos principais fatores que fortalecem o Brasil para enfrentar os efeitos da crise econômica internacional. “O mercado doméstico está maior, pois registrou um ingresso de 35 Publicação da empresa JGN Editora Ltda. Comercial: PABX (21) 3553-5353 [email protected] Impressão: Gráfica Monitor Mercantil Rua Marcílio Dias, 26 - Centro - RJ Diagramação: Felipe Ribeiro [email protected] Departamento Comercial e Administração Rua Debret, 23 Sobreloja 116 e 117 Centro - Rio de Janeiro CEP 20030-080 Conselho Editorial: Des. José Geraldo da Fonseca Des. José Lisboa da Gama Malcher Mônica de Cavalcanti Gusmão Editor- chefe: Jorge Chaves [email protected] Rodrigo Gurski [email protected] Redação: (21) 2233-5823 [email protected] Subeditora: Rafaela Pereira [email protected] Diretora Geral Elizabeth Campos Roitman [email protected] Projeto Gráfico:dtiriba design gráfico Artigos & Colunas: [email protected] Filiado à milhões de pessoas nos últimos oito anos, e é a mola propulsora do crescimento”, afirmou. De acordo com Tombini, as medidas adotadas pelo governo no mercado de derivativos de dólar “recompuseram o ingresso de fluxos” de capitais para o País. Ele citou que antes de tais ações oficiais, havia apostas contra o dólar de US$ 17 bilhões. Sem a intervenção do governo, o valor poderia, segundo ele, ter chegado hoje a US$ 30 bilhões ou US$ 40 bilhões. “Com este volume, uma mudança súbita da posição cambial poderia trazer efeitos negativos substanciais para empresas com passivos atrelados ao dólar”. Ajuste no câmbio - Tombini explicou que o agravamento da crise internacional trouxe um ajuste do câmbio. A cotação chegou na quinta-feira a R$ 1,72, o que representa uma alta de 7,5% em setembro. Ele ressaltou, no entanto, que a economia possui condições favoráveis, o que pode ser comprovado por várias características Uma delas é a boa saúde do sistema financeiro. “Os bancos são sólidos e estão bem provisionados para perdas”, comentou. Para Tombini, as boas condições da economia fazem com que o País tenha abundância de capitais. “Somos destino atrativo para estrangeiros”, afirmou. Segundo ele, o Brasil dispõe de ‘colchões de liquidez’ que poderão ser usados no futuro próximo, caso ocorra uma piora da crise. O presidente do BC não deu detalhes sobre estes recursos. Mas ressaltou que os depósitos compulsórios dos bancos no BC estão em R$ 420 bilhões e as reservas cambiais estão US$ 150 bilhões acima do que era registrado na crise financeira de 2008. “65% dos recursos que ingressaram no País de janeiro a agosto deste ano são de longo prazo”, disse Tombini. Mais Banco Central na página 5 Preços de Assinatura Trimestral ..................R$ 60,00 Semestral ................R$ 110,00 Anual ........................R$ 210,00 [email protected] Serviço Noticioso Agências Brasil e Estado As matérias e artigos são de responsabilidade dos autores e não representam, necessariamente, a opinião deste jornal ECONOMIA &Æ0%,2 Sábado, 17, domingo, 18, e segunda-feira, 19 de setembro de 2011 3 63& *RYHUQRPXGDFREUDQoD7RWDOGHWtWXORV SURWHVWDGRVVREH GR,2)QRVGHULYDWLYRV DWpDJRVWR Além de ajuste de caráter operacional, data do primeiro recolhimento é adiada Adriana Fernandes e Renata Veríssimo Wilson Dias / ABr Da Agência Estado Dificuldades operacionais levaram o governo a mudar a forma de cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos negócios no mercado de derivativos cambiais. Originalmente, a BM&FBovespa e a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip) teriam que cobrar e repassar os recursos ao governo, mas elas alegaram que isso seria tecnicamente inviável. Decreto publicado nesta sexta-feira transfere a responsabilidade para os investidores. Além disso, a data do primeiro recolhimento foi adiada de 5 de outubro para 31 de dezembro. Esse foi um ajuste de caráter apenas operacional. Havia, porém, forte pressão para o governo voltar atrás na cobrança do tributo Desde 27 de julho, o governo passou a taxar com alíquota de 1% as operações com contratos de derivativos cambiais que apostam na valorização do real. De acordo com o Ministério da Fazenda, a exposição cambial de estrangeiros de aposta na direção de alta do real em contratos de derivativos cambiais no mercado futuro caiu à metade Guido Mantega ao chegar ao Ministério da Fazenda - de US$ 22,7 bilhões, em 26 de julho, para R$ 11,4 bilhões em 15 de setembro. A publicação da medida gerou nervosismo na abertura do mercado de câmbio porque a primeira interpretação do texto pelos operadores era a de que o governo estava ampliando o alcance da cobrança de tributo. O estresse levou a uma pressão de alta da moeda norte-americana que só diminuiu depois das explicações de técnicos do Ministério da Fazenda no início da tarde. A nova taxação anunciada no final de julho foi bastante criti- cada pela BM&FBovespa e Cetip que cobravam um recuo do governo. O mercado esperava que o governo desistisse, pelo menos, do recolhimento de IOF retroativo a 27 de julho. No entanto, o decreto de ontem jogou um balde de água fria nas expectativas. Ele evita apenas que a bolsa tenha custos na construção de sistemas para fazer a cobrança, o que também demandaria mais tempo para o governo iniciar a cobrança de IOF. “Como eles (BM&FBovespa e Cetip) têm dificuldade para montar o sistema que faria o pagamento, iremos prorrogar mais uma vez. Isso não significa que não vão pagar. Eles estão pagando desde o dia que saiu o primeiro decreto, apenas vão pagar a posteriori”, destacou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O secretário executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, disse que o governo entendeu ser mais seguro deixar o recolhimento do IOF sobre as operações de derivativos sob a responsabilidade do investidor. “Não há nenhuma flexibilização nas regras da medida. A regra é o conjunto de operações que ela afeta. O que há, do ponto de vista operacional, é que buscamos o que fosse mais eficiente”, afirmou Oliveira. O secretário informou que o governo estuda mecanismos para compensar o custo dos exportadores que, com as medidas adotadas pela equipe econômica, passarão a pagar IOF nos contratos de proteção cambial (hedge). Segundo Oliveira, até dezembro, o governo vai divulgar a forma de compensação, que poderá ser por meio do Reintegra, o programa lançado na política industrial que vai devolver aos exportadores até 3% do valor das vendas externas de produtos manufaturados. 'HFUHWRUHJXODPHQWDIyUPXODGHFiOFXOR O novo decreto que altera a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre derivativos cambiais, divulgado hoje pelo Diário Oficial da União, regulamenta a fórmula da base de cálculo do tributo. O decreto especifica o que poderá ser deduzido dessa base de cálculo apurada diariamente e define qual o entendimento da Receita Federal para os seguintes itens: Valor nocional ajustado de exposição cambial vendida, exposição cambial comprada, exposição cambial líquida vendida, exposição cambial líquida comprada, exposição cambial líquida comprada ajustada e contrato de derivativo financeiro e a data de aquisição, venda ou vencimento do contrato. O documento também determina em que condições a alíquota do IOF será reduzida a zero nas operações com derivativos financeiros, além de especificar a forma de cobrança do tributo pelas instituições. O decreto que altera novamente a cobrança do IOF referente a operações com deri- COMÉRCIO &20%867Ë9(,6 9HQGDVD SUD]RVREHP HP63 As vendas a prazo na cidade de São Paulo subiram 3,7% na primeira quinzena deste mês na comparação com igual período de 2010, que teve o mesmo número de dias úteis. O crescimento foi menor, de 1,4%, na comparação com a primeira quinzena de agosto, que teve um dia útil a menos. O dado foi divulgado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), com base nas consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que mede as vendas a prazo. De acordo com a ACSP, o aumento em setembro mostra uma recuperação das vendas a prazo por causa de promoções e de um “efeito psicológico” da redução de 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juros da economia, a Selic. As vendas à vista tiveram aumento de 5% em setembro ante o mesmo período de 2010. Já na comparação com a primeira quinzena de agosto último a ACSP registrou uma queda de 18,8%. Perspectivas - A baixa, segundo a ACSP, foi provocada pelo dia útil a menos em setembro, a alta base de comparação anterior (Dia dos Pais) e o clima frio para a época, que não estimulou a venda de roupas da coleção primavera-verão. “Considerando a nova sinalização de queda da taxa Selic, a expectativa é de que as vendas no varejo possam apresentar alguma aceleração nos próximos meses”, disse o presidente da ACSP, Rogério Amato, em nota divulgada à imprensa. A inadimplência segue em patamar alto em setembro. Os registros de devedores recebidos subiram 13,8% ante a primeira quinzena de setembro de 2010. vativos também acrescenta a incidência do tributo à alíquota de 1% levando em consideração também a redução da posição comprada de câmbio. O novo decreto inclui que “o IOF será cobrado à alíquota de 1% sobre o valor nocional ajustado, na aquisição, venda ou vencimento de contrato de derivativo financeiro celebrado no País que, individualmente, resulte em aumento da exposição cambial vendida ou redução da exposição cambial comprada”. No anterior, que está sendo alterado, havia regulamentação de que “o IOF será cobrado à alíquota de 1%, sobre o valor nocional ajustado, na aquisição, venda ou vencimento de contratos de derivativos financeiros cujo valor de liquidação seja afetado pela variação da taxa de câmbio e que resultem em aumento da exposição líquida vendida em relação à apurada ao final do dia útil anterior, no âmbito da mesma instituição autorizada a registrar contratos de derivativos”. O número de títulos protestados de pessoas jurídicas aumentou 7,3% de janeiro a agosto em todo o País, na comparação com o igual período de 2010. Em agosto, houve queda de 1,7% ante julho e alta de 17,4% em relação ao igual mês de 2010. Os dados foram divulgados pela Boa Vista Serviços, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Na região Sudeste, nos oito primeiros meses de 2011, o total de títulos protestados aumentou 5,9%, na comparação com o igual período do ano passado. Em agosto, houve queda de 7,4% ante julho e crescimento de 13,4% sobre igual mês de 2010. O aumento de 7,3% na média nacional foi influenciado, principalmente, pela Região Nordeste, que apresentou variação positiva de 16,7% no acumulado do ano. O Centro-Oeste também apresentou números acima da média nacional: 8,8% no acumulado de 2011. Segundo a empresa administradora do SCPC, o valor médio dos títulos protestados em agosto foi de R$ 2.350 no País e de R$ 2 400 no Sudeste. “As incertezas no cenário externo devem continuar a influenciar as perspectivas de crescimento da economia brasileira, afetando a capacidade de pagamento e captação de recursos das empresas e podendo trazer efeitos sobre o protesto de títulos no País”, afirma nota da Boa Vista. (1(5*,$ 6DQWDQGHUWHP DYDOGD)D]HQGD Célia Froufe Da Agência Estado A Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda recomendou ontem ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a aprovação, sem restrições, do investimento feito pelo Banco Santander na Santos Energia Participações. O objetivo da operação é o de o banco deter a totalidade de ações ou quotas do capital social de três Sociedades de Propósito Específico (SPE) localizadas no Ceará: as centrais eólicas São Jorge, São Cristóvão e Santo Antônio de Pádua. O parecer da Seae salienta que o principal foco de atividade do Santander é o de operações do mercado financeiro, mas que o conglomerado também inclui empresas que prestam serviço público de transmissão de energia elétrica e que constroem infraestrutura para garantir a viabilidade dos projetos de transmissão no Brasil. As em- presas ligadas ao conglomerado no País também prestam serviço de operação e manutenção das linhas de transmissão. “Verifica-se sobreposição horizontal entre as atividades do Grupo Santander e aquelas a serem desenvolvidas pelas SPEs dos projetos que se referem à geração de energia elétrica por matriz eólica”, consideraram os técnicos da Seae no documento. A secretaria destacou, porém, que os parques eólicos citados não são empreendimentos em operação, pois ainda estão em fase de projeto. “Trata-se, portanto, de investimento na criação de uma nova capacidade nesse segmento, iniciativa esta incapaz, em princípio, de gerar efeitos anticompetitivos”, declararam os técnicos. O parecer será encaminhado à Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, que tende a acompanhar a avaliação da Seae. Apenas depois é enviado ao Cade. (WDQROpFRPSHWLWLYR HPDSHQDVHVWDGRV 2EDPDDVVLQDQRYD (8$ Eduardo Magossi Da Agência Estado O etanol segue competitivo em relação a gasolina apenas nos postos de combustíveis dos Estados do São Paulo e Mato Grosso durante a semana terminada em 10 de setembro, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), compilados pelo AE-Taxas. Desde a semana passada, a gasolina voltou a ser mais competitiva no estado de São Paulo, responsável pela maior fatia de consumo de etanol do País. Em Tocantins, é indiferente utilizar gasolina ou etanol no tanque. Em 23 estados e no Distrito Fe- deral, a gasolina está competitiva no bolso no consumidor. O preço médio da gasolina no estado de São Paulo está em R$ 2,683 por litro, o que torna o etanol hidratado competitivo na região até R$ 1,8781. Na média da ANP, o preço do etanol em São Paulo ficou em R$ 1,901 por litro, 1,20% acima do ponto de equilíbrio entre gasolina e etanol, o que confere maior competitividade à gasolina. Na semana, os preços do etanol subiram 0,95% nos postos no estado de São Paulo, aumentando 5,73% no período de um mês. A vantagem do etanol é calculada considerando que o poder calorífico do motor a álcool é de 70% do poder nos motores à gasolina. No cálculo, são utilizados valores médios coletados em postos em todos os estados e no Distrito Federal. Quando a relação aponta um valor entre 70,00% e 70,50%, é considerada indiferente a utilização de etanol ou de gasolina no tanque de combustível. Segundo o levantamento, em São Paulo, o preço do etanol está em 70,85% do preço da gasolina (até 70% o etanol é competitivo). Em Goiás, a relação é de 66,05% e em Mato Grosso de 68,23%. Em Tocantins, a relação é de 70,03%. A gasolina está mais vantajosa principalmente em Roraima (preço do etanol é 88,74% do valor da gasolina) e no Piauí (+87,76%). 92/.6:$*(1 0DQLQYHVWLUi86PL RSHUDo}HVQR0p[LFR A Man Latin America, dona da marca Volkswagen para caminhões e ônibus, anunciou nesta sexta-feira investimento nas operações no México. A partir de 2012, a montadora ampliará sua atuação naquele país com a introdução dos caminhões Volkswagen Constellation e do chassi de ônibus rodoviário Volksbus. O investimento na montagem dos produtos e sua comercialização será de US$ 15 milhões. O presidente da Man Latin America, Roberto Cortes, afirmou que a empresa deve iniciar planos de expansão de produção no Brasil nos próximos anos. Sem mencionar valores ou quando se dará o anúncio de novos investimentos, Cortes informou que os recursos devem contemplar expansão de capacidade de produção. “Sabemos que nossa capacidade atual não é suficiente para atender o potencial de aumento de vendas no Brasil”, afirmou. De acordo com o executivo, o Brasil tem apresentado potencial de crescimento de vendas ano após ano devido ao aumento nos investimentos em infraestrutura. Cortes acrescentou que, no mercado brasileiro, de janeiro a agosto, 30,3% dos caminhões vendidos foram da marca Volkswagen. Segundo o executivo, em vendas totais no Brasil, a Man Latin America deve superar a marca de 70 mil unidades este ano. Em 2010, a venda total da marca foi de 65.630. OHLVREUHSDWHQWHV O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, elogiou o Congresso nesta sexta-feira por ter lhe enviado um projeto de lei que reorganiza o sistema de patentes. Obama disse, logo antes de sancionar a lei, que ela ajudará a lançar produtos inovadores no mercado mundial e a criar empregos. Ao falar em uma escola na Virgínia com executivos-chefes da Eli Lilly & Co. e da DuPont, Obama disse que a Lei de Inventos Americanos ajudará a reduzir o atraso na aplicação das patentes e poderá ajudar os empreendedores a descobrirem os produtos do futuro. “Estes são empregos e empresas do futuro apenas esperando para serem criados”, disse Obama antes de assinar o projeto em lei. A Lei de Inventos Americanos, aprovada pelo Congresso neste mês, muda a política de patentes ao garantir a posse das patentes aos que foram os primeiros a registrarem suas invenções no Escritório de Registro de Patentes dos EUA. Atualmente, o escritório dá a patente à primeira pessoa que inventa um produto e não a quem o registra. Investimentos - “A Lei irá acelerar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, no desenvolvimento de novos produtos e na criação de empregos”, disse a executiva chefe da DuPont, Ellen Kullman, em comunicado. “Isso também alinhará o sistema de patentes americano com os sistemas dos nossos parceiros comerciais globais”, afirmou ela. Obama também disse que o projeto de lei mostra que o Congresso e a Casa Branca, podem trabalhar juntos. Ele apelou ao Congresso para que chegue a um acordo no projeto que foi elaborado para criar empregos. 9$5$ &Ë9(/ (',7$/'(&,7$d2 &RP R SUD]R GH YLQWH GLDV 2 00 -XL] GH 'LUHLWR 'UD *XVWDYR 4XLQWDQLOKD7HOOHV GH 0HQH]HV -XL] HP ([HUFtFLRGR&DUWyULRGD9DUD&tYHOGD&RPDUFDGD&DSLWDO5-)$=6$%(5 DRVTXHRSUHVHQWHHGLWDOFRPRSUD]RGHYLQWHGLDVYLUHPRXGHOHFRQKHFLPHQWR WLYHUHP H LQWHUHVVDU SRVVD TXH SRU HVWH -Xt]R TXH IXQFLRQD D (UDVPR %UDJD VDOD%&(3&DVWHOR5LRGH-DQHLUR5-7HO HPDLO FDSYFLY#WMUMMXVEU WUDPLWDP RV DXWRV GD &ODVVH$VVXQWR 8VXFDSLmR 8VXFDSLmR2UGLQiULD$UW&yGLJR&LYLOGHQ PRYLGD SRU$5,(/ 0$==(//$ 0$*$//$1(6 HP IDFH GH 5,&+$5' ./(,1 +(15,48( %5212: ),/+2 H $1721,$ 5,1$/', %5212: REMHWLYDQGR$VVLP SHOR SUHVHQWH HGLWDO &,7$ RV UpXV +(15,48( %5212:),/+2H$1721,$5,1$/',%5212:TXHVHHQFRQWUDPHPOXJDU LQFHUWR H GHVFRQKHFLGR SDUD QR SUD]R GH TXLQ]H GLDV RIHUHFHUHP FRQWHVWDomR DR SHGLGR LQLFLDO TXHUHQGR ILFDQGR FLHQWHV GH TXH SUHVXPLUVHmR DFHLWRV FRPR YHUGDGHLURV RV IDWRV DOHJDGRV FDVR QmR RIHUHoDP FRQWHVWDomR 'DGR H SDVVDGR QHVWD FLGDGH GH 5LR GH -DQHLUR YLQWH H FLQFR GH DJRVWR GH GRLV PLOH RQ]H(X/DXUD/~FLD3HUHLUD)HUUDUH]7pFQLFRGH$WLYLGDGH-XGLFLiULD0DWU GLJLWHL ( HX (GXDUGR$UD~MR 1HWR 5HVSRQViYHO SHOR ([SHGLHQWH 0DWU R VXEVFUHYR 4 Sábado, 17, domingo, 18, e segunda-feira, 19 de setembro de 2011 ECONOMIA &5,6(1$(8523$ /LEHUDomRGHUHFXUVRV SDUDD*UpFLDpLQFHUWD Problemas orçamentários atrasam pagamento de segunda parcela de recursos 3(75Ï/(2 3HWUREUDVTXHU YHQGHUDWLYRVQR *ROIRGR0p[LFR Glauber Gonçalves Da Agência Estado Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo, que reúne os ministros de Finanças da zona do euro, elogiou nesta sexta-feira o “renovado e firme comprometimento da Grécia” com seu programa de austeridade, mas afirmou que a decisão sobre a liberação da próxima parcela do pacote de resgate para os gregos será tomada apenas em outubro. Segundo o plano de resgate, a Grécia deveria receber em setembro uma parcela de 5,8 bilhões de euros da zona do euro e 2,2 bilhões de euros do Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas os problemas orçamentários do país atrasaram o pagamento. E os líderes europeus já disseram que os gregos não receberão a tranche se as metas não forem atingidas. “A concretização de todas as metas que foram determinadas é essencial”, disse nesta sexta-feira o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet. Além disso, a implementação de um segundo pacote de auxílio para a Grécia, aprovado pela cúpula da zona do euro em 21 de julho, ainda é nebulosa. A Finlândia insiste em exigir dos gregos um colateral pela sua participação no plano, o que é criticado por outros membros do bloco. Juncker comentou que os governos da zona do euro concordam que aqueles que estão exigindo garantias devem pagar “um preço apropriado” por isso, mas disse que as negociações ainda estão em andamento. Juncker também afirmou nesta sexta-feira que os governos do bloco não podem aprovar outro pacote de estímulos econômicos, apesar da acentuada desaceleração no crescimento, que deve continuar nos próximos meses. Falando a repórteres após uma reunião do Eurogrupo, da qual participou o secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, Juncker disse que os problemas orçamentários da zona do euro tornam a adoção de mais estímulos impossível. Os governos “não veem nenhum espaço para manobra dentro da área do euro que nos permita lançar novos estímulos”. Esse assunto é um dos vários pontos de discordância entre as autoridades europeias e os americanos. Na semana passada, o presidente dos EUA, Barack Obama, propôs um plano para impulsionar a geração de emprego. Enquanto isso, os líderes europeus parecem estar determinados a prosseguir com planos de cortes no orçamento. )XQFLRQiULRVIDUmR JUHYHGLDGHRXWXEUR Funcionários públicos da Grécia disseram nesta sextafeira que realizarão uma greve de 24 horas em 6 de agosto, em oposição às abrangentes reformas do governo do setor público prometidas em troca de dois pacotes de ajuda financeira. “O objetivo é que haja uma mudança no governo”, disse Ilias Iliopoulos, secretário-geral da principal central sindical do funcionalismo público, a ADEDY, que representa 400 mil pessoas. A paralisação ocorre em meio a cortes sem precedentes no setor público e de benefícios do funcionalismo, para o governo conseguir atingir suas metas de redução de déficit em um momento de contração na economia. Os planos para reduzir benefícios e direitos que suplementam os salários dos 750 mil funcionários públicos da Grécia e para cortar até 100 mil vagas no setor público - demitindo os funcionários ou colocando-os em uma reserva com salários reduzidos por até um ano - irritaram os funcionários públicos, que podem ser apoiados em seu dia de protestos por trabalhadores do setor privado. A central sindical do setor privado grego, GSEE, informou que se reunirá na próxima semana para decidir se realiza uma greve geral de 24 horas contra cortes nas empresas estatais. Em geral, as duas centrais que representam 3 milhões de trabalhadores coordenam seus protestos. A pressão se elevou sobre a Grécia após conversas com inspetores internacionais em visita serem abruptamente suspensas mais cedo neste mês, após a descoberta de que o país iria superar o limite estabelecido para seu déficit orçamentário este ano. Os inspetores exigem que Atenas cubra essa diferença, antes de aprovarem uma parcela de 8 bilhões de euros no programa de ajuda ao país fechado no ano passado. $OHPDQKDDGLDGLVFXVVmRVREUHIXQGR A coalizão de governo da Alemanha, enfrentando uma divisão em suas fileiras, adiou a discussão sobre o Mecanismo de Estabilidade Europeia (ESM, na sigla em inglês) no gabinete, o que significa que a legislação sobre o fundo permanente de ajuda da zona do euro provavelmente não estará em vigor até o fim do ano, como o esperado. O governo planejava abrir discussão sobre o ESM numa reunião do gabinete na próxima quarta-feira, no procedimento usual antes do envio da legislação ao Parlamento. Embora o governo não tenha fixado uma data específica para aprovar a legislação, autoridades do governo disseram que esperavam passar o projeto até o fim do ano. Isso agora parece improvável. Não foi fixada uma data alternativa para o gabinete discutir o ESM. “É fato que o texto do ESM provavelmente não será apresentado no gabinete na próxima quar- ta-feira”, disse Steffen Seibert, porta-voz do governo, acrescentando que não sabe quando o projeto será discutido no gabinete. “Mas eu acredito que é preciso lembrar que o ESM não sucederá o EFSF até meados de 2013. E temos muito tempo até lá”, afirmou Seibert, referindose ao fundo temporário de ajuda da zona do euro, a Linha de Estabilidade Financeira Europeia. Apesar do anúncio de Seibert, membros do Partido Democrata %DQFRVHXURSHXVSUHFLVDUmRGH UHVJDWHFRPRQRV(VWDGRV8QLGRV Daniela Milanese Da Agência estado Cresce a percepção de que os bancos da Europa precisarão de socorro da mesma forma que as instituições financeiras dos Estados Unidos no pós-Lehman Brothers. Analistas consultados pela Agência Estado veem chances da criação de um mecanismo europeu equivalente ao Programa de Alívio de Ativos Problemáticos (Tarp, na sigla em inglês), que permitiu suporte governamental de US$ 700 bilhões ao JPMorgan, Bank of America e Citigroup, entre outros. Há inclusive receio de que seja necessária nacionalização na França, também como ocorreu no Reino Unido no auge da crise. A turbulência de 2008 trouxe à tona o lixo tóxico das hipotecas escondido nos balanços dos bancos. Agora, a preocupação é com as perdas referentes à exposição aos títulos dos países problemáticos da periferia da zona do euro. Diante desse receio, as instituições da Europa enfrentam dificuldades para tomar recursos em dólares, o que levou cinco grandes bancos centrais a anunciarem ontem uma ação coordenada para oferecer liquidez. A medida é vista como alívio de curto prazo, já que não resolve a raiz do problema dos fundamentos dos bancos. “O medo é que a crise soberana cause perdas que ameacem a solvência”, disse Henrik Arnt, analista de crédito do Danske Bank. “O esforço dos bancos centrais trata os sintomas e não as causas da crise”, afirmou Jane Foley, estrategista-chefe de câmbio do Rabobank. Outras medias - No longo prazo, outras medidas devem ser necessárias, acredita Ivo Pezzuto, professor do Swiss Management Center University, de Zurique. Para ele, será preciso isolar a indústria bancária para evitar o contágio de um potencial default da Grécia e criar um mecanismo europeu de resgate como o americano Tarf, além de outras ações coordenadas. “Isso mostra que os testes de estresse realizados pelos bancos não são muito confiáveis”, disse Pezzuto, referindo-se aos resultados favoráveis obtidos nas provadas feitas neste ano. “Há cada vez mais comentários sobre um Tarf para os bancos europeus”, afirmou Chris Turner, estrategista-chefe de câmbio do ING. Nesse caso, as instituições poderiam ser obrigadas a realizar injeções de capital, de forma a reduzir os receios no caso de um default mais profundo da Grécia. Ele acredita que os bancos estão em processo de desalavancagem neste momento, o que traz efeitos negativos para a atividade econômica. Também existem receios de que o governo da França tenha de entrar para socorrer diretamente os bancos do país, que são os mais expostos à dívida da periferia. Essa possibilidade foi considerada pela Moody’s ao rebaixar os ratings do Société Générale e do Crédit Agricole nesta semana - a nota do BNP Paribas, que foi alvo de rumores recentemente, continua em revisão. “A perspectiva de nacionalização dos bancos franceses está crescendo, à medida que a confiança dos mercados afunda”, avalia Lee Hardman, estrategista do Bank of Tokyo-Mitsubishi. Corrida - Como resultado da crise do Lehman Brothers, o Rei- no Unido teve de nacionalizar diversos bancos, como o Northern Rock, que inclusive protagonizou a primeira corrida bancária em um século no país, o Lloyds e o Royal Bank of Scotland. As instituições europeias já começaram a contabilizar em seus balanços as perdas com os títulos da periferia da zona do euro que possuem em carteira. Entretanto, o processo está cercado de polêmica. Recentemente, o Conselho de Padrões de Contabilidade Internacional (IASB, na sigla em inglês) reclamou da forma como os bancos da Europa estavam tratando o tema, em carta enviada à Autoridade Europeia de Valores Mobiliários e Mercados (Esma). Conforme o Iasb, não foram registradas baixas contábeis adequadas. “Os bancos terão de contabilizar novas perdas com os títulos, conforme as regras internacionais do IFRS”, disse Pezzuto. “Isso levará à necessidade de recapitalização, pois esses títulos não devem recuperar o valor de face.” Nesse cenário, existe desconfiança entre as instituições, tanto que volume de depósitos no Banco Central Europeu atingiu recentemente o pico, diante da falta de disposição para empréstimos. Os analistas estão acompanhando atentamente as condições de liquidez do sistema financeiro na Europa. Turner, do ING, também nota forte queda no volume de commercial papers em dólar, de US$ 74 bilhões desde o final de junho, numa mostra de que instituições norte-americanas estão reticentes em emprestar recursos às europeias. Esse foi um mercado que secou após o colapso do Lehman Brothers. Cristão (CDU), da chanceler Angela Merkel, sugeriram no Parlamento que o ESM ainda pode ser aprovado este ano. “Nas próximas semanas, os grupos parlamentares vão discutir como isso impacta a agenda para debate no Parlamento”, disse Ulrich Scharlack, portavoz do CDU no Parlamento. Oponentes de um mecanismo permanente de ajuda estão tanto no CDU, de Merkel, quando no Partido Livre Democrático, parceiro da coalizão de centro direita. A Petrobras estuda vender participações minoritárias em blocos do Golfo do México para cumprir a meta de desinvestimento de US$ 13,6 bilhões anunciada em julho no Plano de Negócios da empresa. Segundo o gerente executivo da companhia para Estados Unidos, África, Europa e Ásia, Fernando José Cunha, a empresa ainda não tem uma lista dos ativos que devem ser colocados à venda. Uma definição deve sair no “curto prazo”, disse, sem dar detalhes. Cunha ressaltou, no entanto, que estão fora desse grupo os campos de Cascade e Chinook, que a Petrobras opera na região e quer manter. “Não temos uma lista para vender. Estamos olhando todos os ativos”, disse, após participar do 6º encontro de negócios BrasilPortugal, no Rio. “(O levantamento de ativos) foi uma encomenda do presidente Gabrielli. Neste momento, estamos estudando todo o nosso portfólio, e vendo, dentro do plano de investimento da companhia, o que poderia ser”, explicou. O executivo disse que as informações sobre ativos têm sido repassadas à gerência de novos negócios da presidência da Petrobras, que está tocando esse planejamento. Sobre as operações da empresa no exterior, ele afirmou que a empresa não está considerando sair da Nigéria. “Estamos firmes lá e continuaremos”, afirmou, lembrando que a companhia produz óleo de “excelente qualidade” no país. A empresa trabalha com a Chevron e a Total, que são as operadoras. Cunha também afirmou que a operação em Portugal é interessante para a companhia. “Estamos lá com sete blocos, vamos perfurar. Portugal deve estar consumindo hoje uns 300 mil barris por dia. Eles importam tudo”, afirmou. Sobre Angola, Venda é para cumprir a meta de desinvestimento de US$ 13,6 bi prevista no Plano de Negócios Cunha declarou que trata-se d uma província importante par a Petrobras. A empresa detém bloco 26 e deve furar um poço n pré-sal angolano no ano que vem Galp - Cunha disse que nã vê possibilidade de aquisição d participação do governo portu guês na Galp pela companhi A venda da fatia estatal na Gal integra um conjunto de privat zações que Portugal deve imple mentar como parte do plano d ajuste para enfrentar a crise. “Eu não vejo essa possibilid de hoje em função do plano d negócios da Petrobras. Esse pl no de US$ 224 bilhões (até 2015 já está totalmente comprometid com nossa carteira de projetos declarou Cunha. Ele ressalto que as prioridades da Petrobra são o pré-sal, a construção das r finarias no Brasil e compromisso assumidos no exterior. “Temos que furar poço na Tan zânia, em Angola, em Portuga Não sou do conselho (de admini tração), mas não vejo espaço n plano de negócios para fazer um aquisição”, disse. Cunha acre centou, porém, que o conselh não dá sinais de que haja a inten ção de entrada no capital da Gal No começo do ano, a Petro bras desistiu de adquirir a part cipação acionária da italiana En na Galp. Na época, o ministro d ministro de Minas e Energi Edison Lobão, justificou a desi tência dizendo que a compra nã era vantajosa para a Petrobras. 2*;LQLFLDWHVWHV ,,)SURS}H QD%DFLDGH&DPSRV A OGX, empresa de petróleo A instalação dos equipamen TXH%ULFV e gás do grupo do empresário tos é a última etapa do proce Eike Batista, iniciou a instala- so rumo à produção, segundo DSRLHP ção dos equipamentos submari- diretor-geral e de exploração d e do sistema de ancoragem OGX, Paulo Mendonça, em not para o Teste de Longa Duração O navio-plataforma FPSO OSXSODQRJUHJR nos (TLD) em Waimea, da Bacia de terá seu sistema de ancoragem O Instituto para as Finanças Internacionais (IIF, em inglês), que está representando os bancos nas negociações sobre a dívida da Grécia, pediu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e às principais economias emergentes para apoiarem um plano que permitiria ao governo grego recomprar¼20 bilhões (US$ 27,6 bilhões) de sua dívida. A ideia é que países como Brasil, Rússia, Índia e China - grupo conhecido como Bric - enviem recursos a uma nova conta no FMI. O dinheiro dessa conta seria emprestado à Grécia para permitir que o governo recompre os bônus da dívida soberana grega que estão nas mãos de credores privados. Somada aos programas de troca e rolagem de dívida, a proposta do IIF poderia reduzir a relação entre dívida e Produto Interno Bruto (PIB) da Grécia para 91% até 2020, ou para 82% caso o crescimento econômico seja mais forte do que o esperado. Chances de default - Participantes do mercado e até mesmo alguns representantes do FMI acreditam que a dívida da Grécia não é sustentável e veem cada vez mais chances de um default do país. Se os gregos conseguirem diminuir o nível de endividamento, no entanto, também reduziriam as preocupações com a possibilidade de uma moratória, o que por sua vez ajudaria a baixar o custo dos empréstimos tanto para a Grécia quanto para outros países europeus com grande volume de dívidas, como Itália, Espanha e Portugal. O IIF já apresentou o plano à diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, e a alguns representantes dos países emergentes. Campos. A medida é colocada em prática após a concessão da licença de instalação e desenvolvimento da produção pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). instalado por meio do barc Aker Wayfarer. Waimea está em águas rasas no bloco BM-C-4 no qual a OGX detém 100% d participação. O poço horizonta OGX-26HP está pronto para teste, como informa a empresa. +57LQIRUPDLQGtFLRV GHKLFURFDUERQHWRV A HRT Participações em Petróleo informa que sua subsidiária HRT O&G Exploração e Produção de Petróleo Ltda. encaminhou, nesta sexta-feira, à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), notificação de descoberta de indícios de hidrocarbonetos gasosos e líquidos no poço 1-HRT-3-AM, situado no Bloco SOL-T-168, na Bacia Sedimentar do Solimões. Conforme o fato relevante divulgado, o poço posiciona-se a 7,5 quilômetros a Noroeste do Município de Carauarí, no Estado do Amazonas, e foi perfurado pela sonda QG IX (Queiroz Galvão). Ainda segundo o comunicado, a perfuração alcançou a profundidade final de 2.680 metros, atingindo o embasamento cristalino. No momento o poço está em fase de avaliação, tendo sido finalizados os perfis elétricos e iniciados os testes de pressão, ressonância magnética e amostragem lateral de rochas e fluidos. Com base nos resultados dessa avaliação, o poço será revestido para a realização de testes de formação, visando caracterizar os tipos de fluido e o potencial de produção dos reservatórios. “É importante salientar qu embora não se tenha verificad durante a perfuração do poço, presença de óleo nas amostra de calha, a aplicação da técnic de GC-MS para análise do gá indicou a presença de hidroca bonetos líquidos tanto na Form ção Juruá (idade Carbonífera quanto na Formação Uerê (idad Devoniana)”, diz a HRT, no fat relevante. “Este resultado, ali do à presença de anomalias d gases úmidos, confirma o model geológico para acumulações d hidrocarbonetos idealizado pel HRT O&G, o qual preconiza existência de óleo e gases úm dos na porção oeste das áreas so concessão na Bacia Sedimenta do Solimões”, acrescenta. A empresa ressalta que est foi a terceira perfuração anun ciada pela HRT, iniciada no di 29 de junho de 2011. A HRT O& possui 55% de participação em 21 blocos exploratórios na Baci Sedimentar do Solimões, ocu pando uma área de aproximada mente 48,5 mil quilômetros qua drados, onde foram mapeados certificados 52 prospectos e 1 descobertas foram classificada como recursos contingentes. ECONOMIA Fabio Andrade Análise Financeira [email protected] 2GHEDWHVREUHD 7ULEXWDomR,QWHUQDFLRQDO SHORPXQGRDIRUD os dias 11 a 15 de setembro ocorreu em Paris, na França, o 65º Congresso Anual da Associação Fiscal Internacional (IFA), no qual especialistas de todo o mundo discutiram os principais temas referentes à Tributação Internacional. Os dois temas centrais que foram examinados no plenário repleto foram: “A reestruturação de negócios transnacionais” e “Questões práticas importantes para eliminar a dupla tributação do rendimento do negócio”. Participamos do evento e atestamos, novamente, a qualidade dos temas e a seriedade dos palestrantes que discutiram e levantaram as questões necessárias ao debate. Acerca do primeiro tema, cabe registrar que, desde a década de 90, a reestruturação dos negócios além-fronteiras se tornou uma preocupação para as autoridades fiscais do mundo todo. Como forma de repreender tal movimento, as autoridades fiscais dedicaram especial atenção à legislação com foco específico nas reestruturações fora do país indesejadas e/ou na maior fiscalização (de modo sistemático) de tais reorganizações. O painel discutiu, com base em estudos de casos, (I) a questão central sobre o maior preço de transferência / alocação de lucros pelas reestruturações de negócio no exterior, (II) os instrumentos disponíveis para que as autoridades fiscais possam fiscalizar tais reorganizações, como o desempenho de diferentes fiscalizações no âmbito de várias jurisdições; e (III) a conveniência dos procedimentos de acordo mútuo para resolver potenciais casos de dupla tributação. O segundo tema partiu de exemplos reais de dupla tributação para examinar: a) a extensão de até onde os governos devem se preocupar com tal fenômeno; b) a efetividade de vários sistemas para aliviá-la; e c) se há questões subjacentes que resultam na falha sistemática da referida eliminação. Aqui, inclui-se o tratamento inconsistente de como, quando e se o rendimento tributável é reconhecido, Como forma de a alocação adequada das despesas, a proibição para repreender tal dedução doméstica dos prejuízos no exterior, a movimento, autoridades complexidade das regras fiscais dedicaram que limitam o uso de crédito tributário no exterior atenção à legislação e variações de classificação da entidade. com foco específico nas Dentre os dez seminários com assuntos atuais e reestruturações fora do relevantes, destacaram-se os seguintes. O seminário País indesejadas e/ou na sobre a base de cálculo maior fiscalização de tais do tributo sobre as sociedades (“corporate tax”), reorganizações no qual foram examinadas as suas principais bases alternativas e suas conseqüências internacionais, dedicando-se a explicar que atualmente um número considerável de países tem rompido a base de cálculo do rendimento ou até mesmo aplicado técnicas simplificadas de contabilidade para chegar à base tributável. Afinal, é cada vez mais necessário simplificar procedimentos tributários, contraposto à contínua necessidade de preencher os inúmeros formulários relacionados à tributação. Nesse cenário, foram consideradas as novas fontes de tributação usadas pelos países, algumas bases específicas que servem como alternativas, bem como a natureza dos tributos envolvidos. Objetivou-se avaliar os impactos financeiros alcançados. Em complemento ao segundo tema central, em seminário específico discutiram-se as diferenças entre a aplicação dos critérios de crédito e de isenção. O painel focou especificamente recentes reformas promovidas ou seus projetos em trâmite em países como o Reino Unido, o Japão e os Estados Unidos da América do Norte, e as correspondentes motivações políticas de cada um, como as perdas de receita, a erosão da base de cálculo tributável e a elisão fiscal, dentre outros. Como todo ano acontece, houve a pontuação dos principais aspectos referentes às recentes atividades da IFA e da União Européia, especialmente no tocante à dupla tributação e ao direito comunitário. Além disso, cuidouse também, como todo ano ocorre, dos recentes desenvolvimentos no âmbito da IFA e da OCDE na temática da Tributação Internacional. Ademais, cabe registrar o seminário específico acerca do papel das decisões fiscais (“tax rulings”) no cenário internacional. Aqui, o foco dedicou-se às suas aplicações a partir do ponto de vista de outros países. Depois de compatibilizar a sua prática com as recomendações de transparência constantes no Relatório OCDE de 1998 que tratou do tema, o exame recaiu sobre se as autoridades fiscais podem questionar a produção dos de tais decisões (“rulings”) internacionais diretamente dos seus contribuintes ou através do método de troca de informações e, nesse caso, sob quais condições. Por fim, cabe registrar o crescente sucesso da renovação da IFA que vem sendo promovida pela YIN (“Young IFA Network”). Para quem tiver interesse sobre o tema da Tributação Internacional e não conhece a IFA e, no Brasil, a sua filial, a ABDF, recomendamos que acesse a seção de links do seguinte website: www.netinternacional.org. N Fábio Martins de Andrade é doutor em Direito Público pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), mestre em Direito pela Universidade Cândido Mendes (UCAM), pós-graduado e com especialização em Direito Processual Constitucional na Universidad de Buenos Aires (UBA) e na UERJ, membro de diversas associações e institutos, autor de diversos artigos sobre temas jurídicos, autor do livro “Modulação em Matéria Tributária: O argumento pragmático ou consequencialista de cunho econômico e as decisões do STF” (Ed. Quartier Latin, 2011) e sócio do escritório Andrade Advogados Associados. Sábado, 17, domingo, 18, e segunda-feira, 19 de setembro de 2011 5 0(5&$'2 %RYHVSDVREHH YROWDDRVPLOSRQWRV Ações da Vale ajudam a sustentar os ganhos com apoio de siderúrgicas Claudia Violante, Alessandra Taraborelli e Márcio Rodrigues Da Agência Estado Depois de um pouco de volatilidade no período matutino, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) passou a tarde desta sexta-feira em águas calmas, com giro fraco, mas com movimento de compras que levou o índice de volta aos 57 mil pontos. As ações da Vale continuam na liderança do giro e ajudaram a sustentar os ganhos com o apoio das siderúrgicas. O Ibovespa terminou o pregão com ganho de 1,47%, aos 57.210,11 pontos, na máxima pontuação do dia. Na mínima, registrou 56.257 pontos (-0,22%). Na semana, acumulou ganho de 2,56%, e, no mês, a alta atinge 1,27%. No ano, entretanto, o índice recua 17,45%. O giro financeiro totalizou R$ 5,283 bilhões. EUA - O exercício nos Estados Unidos - nesta sexta-feira ocorreu o “quadruple witching” (vencimento dos contratos futuros de índices de ações, de opções de índices de ações, de opções de ações e de futuros de ações individuais) - e no Brasil (opções sobre ações) na próxima segundafeira movimentou os negócios no período matutino. À tarde, houve um período de marasmo, favorecido pelo noticiário fraco, substituído por um pouco de agito a minutos do fim do pregão. As bolsas norte-americanas A cotação do dólar no balcão encerrou esta sexta-feira na máxima do dia, a R$ 1,733, com alta de 1,29%. A moeda norte-americana registrou ganho de 2,91% na semana e acumula valorização de 8,53% no mês e de 3,97% no ano terminaram com altas comedidas. O Dow Jones avançou 0,66%, aos 11.509,09 pontos, o S&P subiu 0,57%, aos 1.216,01 pontos, e o Nasdaq terminou com elevação de 0,58%, aos 2.622,31 pontos. Agradou aos investidores o índice preliminar do sentimento do consumidor norte-americano, medido pela Universidade de Michigan, que subiu para 57,8 em setembro, de 55,7 em agosto. A previsão era de avanço para 57. Na Europa, os mercados acionários subiram, mas reduziram os ganhos após a notícia de que a coalizão de governo da Alemanha adiou a discussão sobre o Mecanismo de Estabilidade Europeia no gabinete, o que significa que a legislação sobre o fundo permanente de ajuda da zona do euro provavelmente não estará em vigor até o fim do ano, como o esperado. Londres subiu 0,58%, Paris fechou em baixa de 0,48%, e Frankfurt avançou 1,18%. No Brasil, Vale ON subiu 0,52% e a PNA, +0,66%, esta última com giro de R$ 652,262 milhões. No setor siderúrgico, Gerdau PN, +2,01%, Metalúrgica Gerdau PN, +3,84%, Usiminas PNA, +1,24%, e CSN ON, +4,19%. Petrobras ON recuou 0,09%, mas a PN subiu 0,49%. Na Nymex, o contrato do petróleo para outubro recuou 1,44%, a US$ 87,96 o barril. Câmbio - O dólar no balcão (comercial) encerrou na máxima, com preço de US$ 1,733 (venda), alta de 1,29% Na mínima, a moeda norte-americana atingiu R$ 1,707. A divisa acumula ganho de 2,91% na semana, de 8,53% no mês e de 3,97% no ano. Na BM&F, o dólar pronto fechou também na máxima, a R$ 1,7255 com valorização de 0,84%. Na mínima, a moeda atingiu R$ 1,709. O dólar na BM&F exibe alta acumulada de 2,7% na semana, de 8,45% no mês e de 2,76% no ano. O giro total à vista até 16h20 na clearing de câmbio era de US$ 1,461 bilhão, dos quais US$ 1,026 bi- lhão em D+2. No mercado futuro, no mesmo horário, o dólar outubro de 2011 avançava 1,11%, a R$ 1,733 , com giro financeiro de US$ 14,709 bilhões, de um total de US$ 14,888 bilhões, com quatro vencimentos negociados, sendo dois em alta e dois em queda. Logo cedo, o mercado foi surpreendido com a publicação, no Diário Oficial, do decreto de número 7.536 que se refere à cobrança de IOF sobre derivativos cambiais. Mas, segundo os técnicos da Fazenda, que concederam entrevista no início da tarde para esclarecer a medida, não houve mudança na abrangência da tributação e as alterações foram um “ajuste da linguagem” em relação à decisão anterior. Eles explicaram que esse acerto foi determinado após negociação com o próprio mercado: BM&FBovespa, Cetip, Febraban e Andima. Juros - Ao término da negociação normal na BM&F, o DI para janeiro de 2012 (78.670 contratos) marcava 11,33%, de 11,34% no ajuste. O DI janeiro de 2013 (191.875 contratos) indicava 10,63%, de 10,72% no ajuste, e o janeiro de 2014 (127.460 contratos) sinalizava 10,97%, de 11,02% no ajuste. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (29.550 contratos) projetava 11,42%, de 11,4%, e o janeiro de 2021 (1.525 contratos) estava em 11,45%, de 11,4% no ajuste. %$1&2&(17$/ 5HJUDVDXPHQWDPWUDQVSDUrQFLD QDVRSHUDo}HVGHFRQVyUFLRV O Banco Central editou novas regras com o objetivo de aumentar a transparência nas operações de consórcio. As novidades estão presentes na circular 3.558, publicada nesta sextafeira no sistema de informações eletrônicas (Sisbacen). Em nota, o BC informa que as medidas facilitarão a comparação de custos e de outras condições nas operações de consórcios. A ideia é garantir ao consumidor informações que permitam realizar a comparação de custos e de outras condições, auxiliando no momento de escolha entre as opções de consórcios. Conforme explica o BC, as ad- ministradoras de consórcio ficam obrigadas a divulgar os custos da participação em grupos de consórcios em taxa porcentual, calculada sobre o valor do crédito. Quanto à essa regra, o BC destaca que é preciso contemplar, no mínimo, a taxa de administração, a taxa de fundo de reserva, constituído para cobrir despesas de responsabilidade do grupo de consórcio, se houver, e o percentual correspondente ao seguro contra inadimplência, se houver. O BC argumenta que haverá uma padronização das informações sobre os custos de participação em grupos de consórcio. A administradora, ao prestar AÇO E CIMENTO $*5,&8/785$ A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou nesta sextafeira, em comunicado ao mercado, que rescindiu o contrato de aquisição de empresas de aços longos e cimento do Grupo AG, localizadas na Espanha e na Alemanha, por “descumprimentos contratuais”. A subsidiária CSN Steel, sediada na Espanha, havia firmado em maio deste ano com o Grupo Alfonso Gallardo um contrato para aquisição das empresas Cementos Balboa (cimento e clínquer), Corrugados Azpeitia, Corrugados Lasao (ambas de aços longos), Stahlwerk Thüringen GmbH (também de aços longos, na Alemanha) e Gallardo Sections (distribuidora). “A rescisão se deu com fundamento nos termos e condições previstos no próprio contrato e a CSN Steel vem tomando as medidas adequadas para preservar seus direitos”, afirma o diretor executivo de Relações com Investidores, David Moise. As exportações do agronegócio brasileiro bateram recorde em valor no acumulado de 12 meses (setembro de 2010 a agosto de 2011), atingindo a cifra de US$ 88,3 bilhões. O resultado significou crescimento de 24,8% em relação ao igual período do ano anterior, de acordo com informações do Ministério de Agricultura divulgadas nesta sexta-feira. Em nota, o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto, afirmou que os recordes de exportação devem ser mantidos até o fim do ano. O resultado positivo levou ao aumento do superávit comercial, que chegou a US$ 71,9 bilhões no acumulado dos últimos 12 meses. Agosto - Em agosto, a receita gerada pelas exportações do agronegócio umentou 34,7% em agosto, para US$ 9,83 bilhões, na comparação com US$ 7,3 bilhões &61GHVLVWH GHFRPSUDU HPSUHVDV informações ao cliente sobre os custos do consórcio, não poderá realizar comparação entre taxas e valores cobrados nas operações de consórcio com as taxas e valores das operações de crédito e de arrendamento mercantil financeiro. O BC ressalta que são operações com características distintas. Também fica proibido cobrar tarifa pela emissão de boletos de cobrança, carnês e assemelhados para pagamento de obrigações financeiras decorrentes de operações de consórcio. Além disso, será exigido “o uso de redação clara, objetiva e adequada nos contratos de participação em grupos de consórcios, bem como em informativos e demais documentos emitidos pelas administradoras de consórcios”. Dessa forma, o BC quer garantir o entendimento do conteúdo e a identificação de prazos, valores, encargos, multas, datas, locais e demais condições dos grupos de consórcios. A nova circular estabelece, ainda, que as administradoras ficam obrigadas a fornecer contratos, recibos e comprovantes relativos às operações de consórcio. Além disso, os consorciados terão o direito de receber das administradoras informações sobre os deveres e responsabilidades associados à participação em grupos de consórcios. $JURQHJyFLRUHJLVWUD UHFRUGHQDH[SRUWDomR obtidos em agosto do ano passado. No acumulado entre janeiro e agosto, o comércio agrícola rendeu US$ 61,48 bilhões, 23,9% mais que os US$ 49,6 bilhões do mesmo intervalo em 2010. Descontadas as importações do setor, o agronegócio gerou superávit comercial de US$ 8,3 bilhões em agosto (ante US$ 6,2 bilhões em agosto de 2010) e de US$ 50,18 bilhões no acumulado do ano (ante US$ 41,25 bilhões de janeiro a agosto de 2010) Destino - Em relação aos principais destinos das exportações brasileiras, a China apresenta importância crescente. O país asiático foi o destino de 15,3% de todas as exportações do agronegócio brasileiro no acumulado dos últimos 12 meses (US$ 13,5 bilhões). Também tiveram crescimento positivo o Japão (50,1%), a Arábia Saudita (41,3%) e a Espanha (41,1%). A Ásia permanece como destaque em relação aos blocos econômicos para onde se destinam as exportações brasileiras, com participação de 29,9% no último ano. A União Europeia ficou em segundo lugar, com 26,7%, e o Oriente Médio, em terceiro, com 9,8%. Os produtos mais exportados no período foram o complexo soja, com exportações totais de US$ 21,5 bilhões, e o complexo sucroalcooleiro, com vendas de US$ 15,6 bilhões e uma variação positiva de 28,2% quando comparados com os números do ano anterior. As carnes aparecem na terceira posição, com o valor exportado de US$ 14,8 bilhões e um crescimento de 12,1% no último ano. O café (63,1%), os cereais, as farinhas e preparações (127,7%) e os sucos de fruta (41,1%) também tiveram resultados expressivos de exportações no acumulado dos últimos 12 meses. 6 Sábado, 17, domingo, 18, e segunda-feira, 19 de setembro de 2011 PAÍS TURISMO REQUERIMENTO Gastão Vieira é blindado Deputados assinaram CPI em cerimônia de posse da Corrupção Novo ministro pede ajuda da presidente na indicação do secretário-executivo Valter Campanato / ABr Vera Rosa Da Agência Estado Blindado pelo governo na cerimônia de posse, que não pôde ser acompanhada pela imprensa, o novo ministro do Turismo, Gastão Vieira (PMDB), confessou nesta sexta-feira estar “assustadíssimo” com a tarefa e, para evitar novos problemas, pediu ajuda da presidente Dilma Rousseff na indicação do secretário-executivo. Na tentativa de criar uma “rede de proteção”, Vieira quer naquela cadeira, com fama de “elétrica”, um técnico da Fazenda ou do Planejamento. A preocupação do novo ministro não é à toa. No mês passado, a Operação Voucher da Polícia Federal desmantelou um esquema de corrupção no Ministério do Turismo, que resultou na prisão de 38 pessoas, entre elas o secretário executivo, Frederico Costa. Sucessor de Pedro Novais - o ministro que caiu na última quarta, alvejado por denúncias envolvendo uso de dinheiro público para fins particulares -, Vieira assumiu agora a retórica do “choque de gestão”. Afilhado do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Dilma Rousseff e Gastão Vieira durante a posse e no comando de um ministério que virou reduto da fisiologia, ele admite, em conversas reservadas, que pode enfrentar problemas com o seu próprio partido, o PMDB, contrariando interesses. Ao menos no discurso, porém, promete mudanças. “Sarney nunca me impôs nada e eu vou agir conforme a minha cabeça”, afirmou. Vieira já telefonou para o chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, e solicitou um técnico para preencher a assessoria especial de Controle Interno do Turismo. Assumindo uma espécie de “terreno minado”, ele disse a Hage que quer a CGU no Ministério para olhar os convênios com lupa. “É uma opção inteligente para evitar irregularidades”, observou o presidente da Embratur, Flávio Dino. Pente fino - Por recomendação da própria CGU, todos os convênios de capacitação de mão de obra, firmados pelo Turismo, estão suspensos por um período Andre Jubé Vianna Da Agência Estado de 60 dias, desde o mês passado. A decisão foi tomada depois que a Operação Voucher descobriu o desvio de R$ 3 milhões em emendas parlamentares ao Orçamento. Com receio de novas irregularidades, Vieira diz estar disposto a revisar todos os convênios e até a cancelar os que julgar fora de esquadro, mesmo que tenha de enfrentar ações na Justiça. Amigo do ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), Vieira também já marcou uma conversa com ele. Motivo: quer adotar o mesmo sistema online, usado na pasta dirigida por Haddad, para acompanhar a execução de emendas e de obras. Embora o chefe da Controladoria-Geral da União pregue o fim das emendas como forma de coibir o mau uso do dinheiro público,Vieira disse que não vai “demonizar” esse expediente. Para o novo ministro, tudo é uma questão de fiscalizar melhor. Reportagem do Estado publicada ontem mostrou que, ao propor emendas para infraestrutura de Turismo no Maranhão, Vieira deu prioridade a quatro pequenas cidades, nas quais foi o candidato mais votado a deputado federal. Cinco deputados do PMDB assinaram o requerimento de abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar os escândalos de corrupção no governo da presidente Dilma Rousseff. As adesões são dos deputados Nelson Bornier (RJ), Raul Henry (PE), Valdir Colatto (SC), André Zacharow (PR) e Almeida Lima (SE). As assinaturas deles aparecem no Blog da CPI da Corrupção (cpidacorrupcao blogspot.com) criado pela oposição para estimular a sociedade civil a pressionar os parlamentares a apoiarem a investigação. O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), não liberou a bancada para assinar o requerimento de CPI e vem trabalhando, nos bastidores, para tentar retirar as assinaturas. O vice-líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), minimizou o apoio dos dissidentes à investigação. “São apenas cinco”, justificou. Cunha disse, ainda, que os peemedebistas que assinaram a CPI são ligados ao PSDB. Bornier, da bancada fluminense, pediu votos para José Serra na campanha presidencial do ano passado. Segundo Cunha, a mesma explicação aplica-se a Raul Henry e Valdir Colatto. Henry será candidato à Prefeitura de Recife no ano que vem com apoio do PSDB, DEM e PPS. O deputado Almeida Lima está de mudança para a oposição, anunciou que vai para o PPS. E Zacharow teve o nome envolvido nas investigações de desvios no Ministério do Turismo. O paranaense favoreceu com emendas, relativas ao Plano Nacional do Turismo, a Sociedade Evangélica Beneficente, entidade que ele presidiu. Fabio Rodrigues Pozzebom / ABr Dilma rebate críticas à nomeação Andrea Jubé Vianna Da Agência Estado Na solenidade de posse do novo ministro do Turismo, Gastão Vieira, a presidente Dilma Rousseff rebateu, de forma indireta, as críticas a nomeações de ministros escolhidos por meio de indicações de políticos aliados. Dirigindo-se a Vieira, Dilma afirmou que “as escolhas políticas não desmerecem nenhum governo”. Ela acrescentou ser com a ajuda de “partidos, técnicos e especialistas que se governa”. E concluiu: “A política bem exercida é nobre e imprescindível à sociedade democrática”. Ainda respondendo às críticas ao novo ministro, que vem da área de Educação, e não do Turismo, Dilma afirmou que as duas áreas são “contíguas, vizinhas e, portanto, muito próximas” e que essa proximidade vai trazer “uma agregação de valor ao poder”. Segundo a presidente, tanto a Educação quanto o Turismo são “setores de prestação de serviços”, que têm os cidadãos como consumidores. “A qualidade dessa oferta e a formação dessas pessoas faz toda a diferença”, alegou. Dilma agradeceu, em uma frase, o antecessor de Vieira: “Agradeço a colaboração do exministro Pedro Novais que esteve conosco até aqui”. Novais deixou o governo sob uma enxurrada de denúncias, que foram da Operação Voucher da Polícia Federal até o pagamento de funcionários particulares com dinheiro público, da verba parlamentar. Gastão Vieira - assim como Pedro Novais - é uma indicação política do PMDB. Ambos os nomes foram apadrinhados pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDBAP). As escolhas políticas dos ministros vêm sendo alvos de críticas da oposição, de setores da sociedade civil e da mídia em geral, diante da sucessão de denúncias de corrupção e irregularidades no ministério de Dilma. Novais é o quinto ministro a ser substituído em nove meses de governo. Dilma afirmou que Vieira enfrentará o desafio de “estrutu- rar uma indústria” para a qual não se havia dado importância, mas que movimenta bilhões de dólares por ano. Também lembrou que o turismo é um grande desafio, por duas razões: pelos três grandes eventos internacionais que vai sediar - a Copa das Confederações, a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. Em segundo lugar, pela elevada taxa de crescimento dos voos domésticos. “Vamos cumprir nossas obrigações na área do turismo, provendo estrutura e serviços adequados aos brasileiros e aos nossos visitantes estrangeiros”, afirmou. Mais Dilma na página 10 Novais reassume mandato de deputado Denise Madueño Da Agência Estado O ex-ministro do Turismo Pedro Novais (PMDB-MA), que deixou o cargo na quarta-feira, reassumiu na manhã desta sexta-feira o mandato de deputado federal. Em um curto ofício, Novais comunicou à secretaria da Mesa da Câmara que reassumia o mandato conforme “exoneração a pedido” do Ministério de Turismo. Novais responderá a processo na Corregedoria da Câmara por mau uso do dinheiro público. Mesmo no cargo de ministro ele usava um funcionário da Câmara como motorista particular de sua mulher. Como o deputado tomou posse em uma das vagas destinadas ao Maranhão no dia 1º de fevereiro, as regras da Câmara dispensam maiores formalidades. Basta, como fez o ex-ministro, encaminhar o documento informando sua volta à Casa. A retomada do mandato de Novais não vai alterar o quadro par- DENÚNCIA DO DEM PSD: assinaturas em troca de cestas básicas Eduardo Bresciani Da Agência Estado O DEM anexou ao processo em tramitação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a criação do PSD vídeos com depoimentos de eleitores que assinaram a lista de apoio para o novo partido em troca de cestas básicas. O jornal O Estado de S. Paulo revelou na quinta-feira o uso deste expediente na cidade de São Salvador do Tocantins. No vídeo entregue pelo DEM há ainda depoimento de eleitores de Crixás (TO) confirmando a utilização do mesmo método. A gravação foi encaminhada para a ministra Nancy Andrigui com a solicitação de envio para o Ministério Público Eleitoral. Na quinta, a subprocuradora eleitoral, Sandra Cureau, defendeu a realização de diligências para investigar as suspeitas de irregularidades na coleta de assinaturas e ameaçou dar parecer contrário à criação do PSD. A aposentada Floripe de Souza Póvoa, que mora em São Salvador do Tocantins, aparece no vídeo contando que diversas pessoas na cidade receberam as cestas básicas e tiveram que assinar um documento. “Aqui foi todo mundo, minhas três filhas todas receberam e assinaram”. Em entrevista ao jornal, Floripe disse desconhecer que o documento era de apoiamento ao PSD. Segundo ela, foi informado aos moradores se tratar de um cadastro do governo do estado. Também moradora de São Salvador do Tocantins, Ronilda Bispo de Souza Silva aparece no vídeo dizendo ter recebido a cesta básica do vereador Washington Milhomen (PR), conhecido na cidade como Pezão. Ela afirma que as cestas teriam sido mandadas para a cidade por Kátia Abreu, senadora que é uma das fundadoras do PSD O pedreiro Marcelio Lima da Silva, de Crixás, afirma que as cestas básicas foram distribuídas na cidade de forma semelhante ao que o Estadão revelou ter acontecido no outro município do interior do Tocantins. “Entregaram as fichas na rua para não bagunçar. Entregava a ficha e pegava a cesta”. Ele também diz ter assinado uma ficha que seria para comprovar o recebimento do alimento. Silva disse não saber que a lista era para o apoiamento do PSD. Outra eleitora, Maria Osalisse Ribeiro Dourado disse não ter sido explicado porque era necessário assinar algum documento para receber a cesta básica. O PSD nega envolvimento com a distribuição de cestas básicas e diz defender a punição de eventuais culpados. Kátia Abrey também diz não “compactuar” com o uso da troca de alimentos por assinaturas e defendeu punição severa se confirmadas as denúncias. O vereador Pezão nega vinculação entre a distribuição das cestas e a coleta de assinaturas, enquanto o governo do estado diz ter enviado as cestas básicas para associações de moradores. tidário na Casa nem desalojar o terceiro suplente, deputado Costa Ferreira (PSC-MA), que ocupava a vaga do titular. A nomeação do deputado Gastão Vieira (PMDB-MA), que é do mesmo partido e coligação de Novais, para o Ministério do Turismo, abriu a vaga de suplente que seria fechada com a volta de Novais à Câmara dos Deputados. SUL 7 mil homens para vigiar fronteira O Brasil vai colocar 7 mil homens no patrulhamento dos seus 3,5 mil quilômetros de fronteira com o Uruguai, Argentina e Paraguai durante a Operação Ágata 2. A movimentação começou discretamente e, nesta sexta-feira, tornou-se ostensiva. Por motivos estratégicos, a operação não tem data para acabar. O objetivo é combater o crime na região. “Hoje, a fronteira do Brasil, do Chuí (RS) a Corumbá (MS), está fechada”, afirmou o general Carlos Bolivar Goellner, comandante militar do Sul, ao apresentar a operação à imprensa, em Porto Alegre (RS). Logo depois, ele explicou que usou o termo “fechada” para informar que foram instalados postos de controle e fiscalização em toda a faixa abrangida pela operação. “As vias principais, os pontos focados pela inteligência, aqueles locais mais previsíveis estarão sendo monitorados”, destacou. “E onde não tivermos tropas serão monitorados pela inteligência.” Sarney e Collor: defesa do sigilo eterno de documentos VOTAÇÃO Governo atropela e derruba manobra Rosa Costa Da Agência Estado Assessores garantem O governo atropelou nesta sexta-feira a manobra dos presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Comissão de Relações Exteriores (CREA), senador Fernando Collor, para adiar por tempo indeterminado a votação do projeto de lei que trata do acesso a informações. A reação se deu pelo envio ao Senado, num prazo recorde, dos dados solicitados pelo requerimento de Collor O Regimento da Casa interrompe a tramitação de matéria enquanto aguarda respostas a ela relacionadas. Foi com essa finalidade que, um ano e meio depois do projeto tramitar no Senado, Collor encaminhou oito perguntas ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general José Elito Carvalho Siqueira, sobre os documentos sigilosos do País. Ele fez isso no dia 5, mas Sarney só despachou o requerimento na última segunda-feira. O general teria o prazo de um mês para se manifestar. A presidente Dilma Rousseff, no entanto, teria interferido para apressar a votação, a tempo de sancionar a lei antes do dia 20 deste mês, quando participa na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, de um painel sobre governos abertos. O senador Walter Pinheiro (PT-BA) disse que, sem a aprovação do projeto, Dilma seria a única entre os nove chefes de Estado convidados que não disporia de uma lei específica de acesso a informações no País. Assinada pelo general, a resposta a Collor foi protocolada no Senado às 17h50 de sexta. São apenas duas páginas que, a grosso modo, repassam ao senador do PTB dados que ele poderia obter na internet ou que, se supõe, já devem ser de seu conhecimento. José Sarney enfrenta agora um dilema: o de atender a presidente Dilma ou a Fernando que a presidente Dilma enviou um recado a Sarney com relação à sua expectativa de sancionar o quanto antes a proposta Collor. Assessores do Planalto informam que a presidente teria mandado um recado ao presidente do Senado com relação à sua expectativa de sancionar o quanto antes a proposta O impasse com Sarney e Collor se deve ao fato deles defenderem o sigilo eterno para documentos ultrassecretos. O projeto aprovado na Câmara dos Deputados e em duas comissões do Senado - Ciência e Tecnologia (CCT) e Direitos Humanos (DH) - especificam o prazo de 25 anos renováveis pelo mesmo período para liberação desse tipo de documento. Na quinta-feira, o líder do PT, senador Humberto Costa (PE), antecipou que as respostas ao requerimento estariam no Senado no dia seguinte. Ele acredita que há tempo de votá-lo no plenário antes do evento na ONU. “Cumprida essa formalidade, temos todas as condições para que a votação aconteça na primeira brecha que surgir”, defendeu. Fernando Collor marcou duas audiências públicas na CRE. Mesmo que ele insista em mantêlas, o presidente do Senado tem competência de incluir a matéria na ordem do dia, uma vez que ela tramita em regime de urgência. Ele pode optar por essa iniciativa, apoiada pela maior parte dos senadores, inclusive os da oposição, ou ficar com Collor que acusa seus opositores de votar o projeto “de afogadilho”, após 18 meses de tramitação. JUSTIÇA Sábado, 17, domingo, 18, e segunda-feira, 19 de setembro de 2011 7 SANTA CATARINA Adoção acaba em devolução Irmãos biológicos foram adotados em 2004 e agora pais adotivos abrem mão do poder familiar sobre o mais velho Júlio Castro Da Agência Estado Os pais adotivos de um casal de irmãos biológicos foram condenados ao pagamento de R$ 80 mil por danos morais e ainda a perda do poder familiar concedido às crianças há seis anos. As crianças foram adotadas em 2004. Na época o menino estava com três anos e a menina com seis. A decisão da 1ª Câmara de Direito Civil do Tribunal de Justiça de Santa Catarina confirmou sentença da comarca de Gaspar, cidade do vale do rio Itajaí, onde reside o casal. A compensação de R$ 80 mil deverá ser dividida igualmente entre os dois irmãos, com depósito em caderneta de poupança, vinculada ao juízo, até completarem a maioridade. Segundo denúncia, seis anos depois de concluída a dupla adoção, em 2010, o casal procurou a assistente social para informar que havia dificuldades no relacionamento com o filho adotivo mais velho e que, por este motivo, gostaria de abrir mão do poder familiar sobre ele. A partir MPF/GO ‘Venda casada’ da Caixa é proibida O Ministério Público Federal (MPF), pela Procuradoria da República em Rio Verde (GO), recorreu da decisão da Justiça Federal que negou pedido de liminar em ação civil pública ajuizada contra a Caixa Econômica Federal, por prática de “venda casada”. O objetivo da ação do MPF é impedir abusos praticados pelo banco nos contratos de financiamento imobiliário que condiciona o empréstimo à contratação de outros serviços e produtos (art. 39, inciso I, do CDC). Em sua decisão, o juiz federal Francisco Renato Codevila Pinheiro Filho justificou o indeferimento da liminar argumentando que “analisando a documentação acostada, pelo menos em análise apressada, importa salientar a ausência, nos contratos de financiamento imobiliário, de cláusula que obrigue o cliente fiduciante a adquirir serviços e produtos que não o pró- prio crédito habitacional junto à Caixa Econômica Federal”. Para a procuradora da República Sabrina Menegário, autora da ação, realmente não há nos contratos cláusula expressa que obrigue os consumidores a adquirirem outros serviços e/ou produtos que não seja o próprio crédito habitacional junto à Caixa Econômica Federal. A venda casada, no caso, concretiza-se de maneira sutil, subliminar, em forma de ameaça velada. Ou seja, em determinado momento da contratação do financiamento, os funcionários da instituição financeira deixam claro aos consumidores, verbalmente, que caso não adquiram outros serviços e/ou produtos – além do crédito habitacional – seu financiamento não será aprovado pelo Comitê de Avaliação de Negócios e Renegociação da agência Rio Verde. DANOS MORAIS BB pagará R$ 4 mil a ex-correntista O Banco do Brasil terá que pagar R$ 4 mil de indenização por danos morais a uma ex-correntista. Jacqueline de Andrade tinha uma conta destinada a recebimento de salário e, mesmo com a conta inativa, o banco continuou efetuando a cobrança da tarifa, chegando a inscrever a correntista nos cadastros restritivos de crédito. A decisão é do desembargador Nagib Slaib, da 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio. A autora afirmou que solicitou abertura de conta para recebimento de salário, mas que nunca houve movimentação da mesma, já que nunca recebeu cartão, talão ou quaisquer extratos e que C U foi surpreendida ao tentar efetuar uma compra e ter seu crédito negado, em virtude de um aponte em cadastro restritivo de crédito, por dívida com o banco réu. O Banco do Brasil alegou que o contrato firmado entre as partes consiste em uma conta corrente onerosa com adesão a produtos e serviços bancários e que as cobranças seriam de tarifas regulares e que não teria havido solicitação de encerramento da conta. Para o desembargador, se nem a consumidora usou os serviços do banco e nem o banco cumpriu com sua parte, eis que sequer mandou os extratos de conta, não há que se pagar pelos serviços não prestados. R T A Turma Recursal confirma condenação de site de compras coletivas A Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis do Rio confirmou, nesta quinta-feira, a decisão que condena o site de compras coletivas Groupon a pagar R$ 5 mil a um consumidor que não conseguiu utilizar seu cupom de oferta. Alexandre de Freitas comprou uma promoção que vendia uma pizza grande de R$ 30,00 por R$ 15,00 no restaurante La Mesoun, na Avenida Atlântica, em Copacabana, mas, ao apresentar o código da promoção no local, o mesmo foi recusado. do pedido, uma equipe multidisciplinar debruçou-se sobre o caso para analisar o que ocorria. Segundo os autos do processo, um relatório, assinado por uma assistente social, concluiu que os pais adotivos mantinham atitudes discriminatórias em relação ao menino, deixando de lhe assegurar os direitos previstos no Estatuto da Criança e Adolescente, diferentemente da forma como agiam com a irmã, também adotada, e com o filho biológico. Enquanto o filho biológico estudava em escola particular, os adotivos cursavam escola pública. Os vizinhos, enfáticos, testemunharam que o casal, principalmente a mãe, agredia verbalmente as crianças, principalmente o menino, e o discriminava perante os outros. O menino relatou à psicóloga que “lhe faltava amor” e que, além de ser ofendido costumeiramente, era obrigado a lavar os lençóis que usava, pois urinava na cama. Uma psicóloga que acompanhou o processo considerou o casal despreparado para assumir a maternidade/paternidade adotiva por não possuir ambiente favorável ao crescimento saudável dos filhos. O casal apelou ao TJ considerando o interesse de manter os menores como seus filhos e que nem todas as possibilidade de reinserção familiar das crianças haviam se esgotado. O relator da matéria, desembargador Joel Dias Júnior não levou o pedido em consideração e proferiu seu voto acrescentando que “o prejuízo causado pelo casal desponta no fato de terem assumido o pedido de adoção do menino quando desde sempre sabiam que não o queriam. Fizeram, tão somente, para garantir a realização de seu desejo de ter a adoção da irmã”. O magistrado firmou ainda que “a falta de afetividade atribuída ao menino, mais do que comprovada nos autos, demonstra a prática de ato ilícito pelas ações e omissões do casal”. Desde a decisão em primeiro grau em 2010 as crianças permanecem em um abrigo para menores na região. Ali ficarão até que se esgotem todas as possibilidades de recursos da parte interessada, o casal. Após estarem esgotados todos os recursos, eles serão colocados novamente para adoção. ENGENHO Administrador é condenado por trabalho escravo O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco obteve, na Justiça Federal, a condenação de João Gouveia da Silva Filho, administrador de engenho situado no município de Amaraji, a cerca de 150 km do Recife (PE), por submeter 35 trabalhadores rurais a condições de trabalho análogas às de escravo. João Gouveia foi condenado à pena de sete anos e seis meses de reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime fechado. O réu poderá apelar em liberdade. A ação penal ajuizada em 2009 foi resultado de fiscalização promovida pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho e Emprego e com a participação do Ministério Público Federal e Ministério Público do Trabalho. Condições degradantes - Os empregados do engenho trabalhavam no trato de animais rurais e na exploração agrícola de banana e cana-de-açúcar, além de desempenharem atividades de motorista, tratorista e capataz. Dentre as condições de trabalho degradantes verificadas pelo MPF/PE, estão a inexistência de férias e de descanso semanal remunerado, além do não pagamento do 13º salário. Os trabalhadores não tinham registro nas carteiras de trabalho e sequer recebiam um salário mínimo por mês - a média salarial ficava em torno de R$ 273,30. O administrador do engenho não fornecia alimentação e os empregados tinham de providenciar as próprias marmitas, além de fazerem as refeições no chão. Faltavam também equipamentos mínimos de proteção individual - como luvas e botas -, instalações sanitárias, treinamento para o manejo de agrotóxicos e assistência médica, dentre outras irregularidades. O MPF/PE ainda verificou que o réu limitava os dias a serem trabalhados semanalmente, como forma de economizar no pagamento dos trabalhadores. Conforme consta da ação pe- ORÇAMENTO 2012 BRASÍLIA A briga pelo aumento salarial dos servidores do Poder Judiciário voltou ao Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte será responsável por julgar um mandado de segurança ajuizado pelo Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário e do Ministério Público da União no Distrito Federal, que pede a inclusão dos reajustes do Judiciário em 2012. De acordo com o sindicato, o governo desrespeitou a autonomia dos Poderes ao excluir a proposta orçamentária encaminhada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com declarações recentes da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, não há espaço no Orçamento da União do ano que vem. O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF/DF) realizou nesta quinta-feira reunião que visa garantir o cumprimento de termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado, em 2007, para minimizar e reparar os danos ambientais causados pela construção do hipermercado Atacadão, no Setor Terminal Norte, em Brasília. Com o acordo, o hipermercado e a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) se comprometeram a pagar indenização de R$ 250 mil pelos danos causados - valor a ser investido em projeto ou pesquisa científica indicada pelo MPF e pelo Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Reajuste salarial volta ao Supremo Os 35 empregados do engenho trabalhavam no trato de animais rurais e na exploração agrícola de banana e cana-de-açúcar. Eles não tinham registro em carteira de trabalho, não tiravam férias e nem tinham direito ao descanso semanal remunerado nal, essa atitude reduzia muitos deles a um completo estado de miséria. A denúncia do MPF/PE também abordou as precárias condições das moradias disponibilizadas pelo administrador do engenho. Os empregados viviam em casas com rachaduras e goteiras, sem quaisquer instalações sanitárias e com instalações elétricas precárias. Na sentença proferida pelo juiz federal Cesar Arthur Cavalcanti de Carvalho, foi declarado que “dos documentos colacionados, das fotos estampadas nos autos e, sobretudo, das conclusões tecidas no relatório de fiscalização que teve por objeto as duas propriedades do denunciado, tornou-se evidente a situação degradante à qual os trabalhadores dos dois engenhos fiscalizados eram submetidos”. O juiz concluiu também que “da situação constatada nos engenhos fiscalizados e das condições às quais os trabalhadores estavam submetidos, tornou-se evidente que eles não eram tratados como fim em si mesmo, tampouco respeitados minimamente em sua individualidade. Ao reverso, eram tratados como ‘meio’, como meras ‘ferramentas’ de trabalho manipuladas pelas mãos do denunciado, que os utilizava sem zelo e sem cautela, única e exclusivamente como fonte de renda, ainda que em absoluta desarmonia com a integridade física e psíquica inerente a todo ser humano”. Para o procurador da República Paulo Roberto Olegário de Sousa, que ofereceu a denúncia à Justiça Federal, “a condenação significa um avanço no sentido de concretizar o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, além de sinalizar para a necessidade de uma postura mais proativa dos empregadores rurais com o objetivo de garantir essa dignidade, sob pena de responsabilização criminal.” João Gouveia da Silva Filho também foi condenado ao pagamento de multa no valor de 250 salários-mínimos. Investimento para a proteção de animais A reunião serviu para consolidar o cumprimento do TAC. O Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) da Universidade de Brasília (UnB) foi o projeto indicado para receber o investimento, que será depositado em conta da União - R$ 150 mil pelo Atacadão e R$ 100 mil pela Terracap. O professor da Faculdade de Medicina Veterinária da UnB Rafael Veríssimo Monteiro é o coordenador do Cetas. Entusiasmado, ele explica como o recurso ajudará o projeto. “O valor repassado será investido na construção de um laboratório para a pesquisa e na compra de materiais necessários ao trabalho da equipe, além de proporcionar a ida dos pesquisadores a campo”. Resultados esperados - O projeto de ação do Cetas tem duração de três anos. Nesse período, os pesquisadores pretendem analisar duas mil aves e reintroduzir à fauna 1,5 mil. Também está no projeto, o desenvolvimento de uma dissertação de mestrado sobre técnicas de soltura de animais silvestres. Para o procurador da República Peterson de Paula Pereira, o cumprimento do acordo aponta que a atuação extrajudicial do Ministério Público pode ser, em alguns casos, mais eficiente e satisfatória para as partes envolvidas e para toda a sociedade. 8 Sábado, 17, domingo, 18, e segunda-feira, 19 de setembro de 2011 RIO COOPERAÇÃO TÉCNICA MANGUINHOS faz operários Ajuda na revitalização dos Medo das obras do PAC bonde de Santa Teresa pedirem demissão Carris, empresa de Lisboa, começa a trabalhar em conjunto já nesta 2ª feira Felipe Werneck Da Agência Estado O governador Sérgio Cabral anunciou que a empresa Carris, de Lisboa, que administra o transporte de bondes no país, firmará um acordo de cooperação técnica com o governo do Estado. O objetivo é aplicar o knowhow português na revitalização do bondinho de Santa Teresa. O anúncio foi feito depois de uma reunião com o ministro adjunto de Assuntos Parlamentares de Portugal, Miguel Relvas, o vice-governador e coordenador executivo de Projetos e Obras do Estado, Luiz Fernando Pezão, e o prefeito Eduardo Paes. Em seguida, eles participaram da abertura do 6º Encontro Empresarial Brasil-Portugal, no Hotel Marriot, em Copacabana. “O ministro nos colocará em contato ainda hoje (sexta-feira) com o presidente da Carris para firmarmos o acordo. O bonde de Santa Teresa transporta menos de 2% dos moradores do bairro, mas é um patrimônio e temos a obrigação de retomar o serviço com mais qualidade e dignidade, não só para a população local, mas para os turistas. Ele voltará modernizado, contando com a tecnologia dos elétricos de Lisboa – disse o governador. O estreitamento das relações entre os países também foi defendida por Relvas, que vê o convênio como um sinal de confiança no trabalho realizado pelos portugueses. “Nossa história tem estado sempre interligada ao Brasil, em particular ao Rio de Janeiro. O país sempre esteve na nossa rota de apostas e queremos que os brasileiros vejam Portugal como uma porta de entrada na Europa. As relações culturais estabelecidas podem criar condições para novos investimentos em ambos os países, melhorando a qualidade de vida dos povos. A partir de segunda-feira, a Carris trabalhará em conjunto com o governo do Estado para, o mais rápido possível, por o bondinho no lugar onde deve estar, já que é também um cartão postal desta bela cidade”, disse o ministro-adjunto. Cabral destacou a relação histórica entre os dois países, que vem ampliando sua capacidade de negócios de maneira eficaz e compromissada. “Hoje, há empresas portuguesas fortemente envolvidas no setor financeiro, óleo e gás, telecomunicações e empresas brasileiras inseridas na economia portuguesa. Temos que reforçar esses laços. Nossa obrigação neste encontro é buscar o aprofundamento das relações políticas, institucionais e de outros nichos que são tão caros à cultura e ao patrimônio das nossas cidades”, analisa Cabral. Na visão de Eduardo Paes, o Brasil configura um ambiente seguro para investimentos em meio à crise financeira europeia. “Cumprimos nosso dever nos últimos anos. Hoje, temos um cenário favorável para os negócios e a cidade do Rio de Janeiro criou uma atmosfera amigável para negócios, que anseia por novos empreendedores e está disponível a recebê-los”, afirmou o prefeito. CADASTUR 7XULV5LRLQWHQVL¿FDFDGDVWUR de empresas hoteleiras A TurisRio – Cia. de Turismo do estado do Rio de Janeiro, empresa vinculada à Secretaria de Estado de Turismo, está intensificando o trabalho do Cadastur. O sistema, que tem como objetivo o cadastro de pessoas físicas e jurídicas que atuam na cadeia produtiva do turismo, é executado pelo Ministério do Turismo em parceria com os órgãos oficiais de turismo das unidades da federação. No Rio de Janeiro, a TurisRio escolheu como município piloto a cidade de Paraty. No início de junho foram enviadas 80 cartas-convite para todos os hotéis que estão trabalhando de forma ilegal. Desse total, 16 estabelecimentos atenderam o chamado e regularizaram a situação. Numa segunda ação, a TurisRio enviou uma nova correspondência notificando os empreendimentos que continuam na ilegalidade. Desta vez, foram marcadas duas datas para que os responsáveis pelos hotéis possam entrar no sistema: 27/09 e 4/10. Segundo o diretor de Operações da TurisRio, Marco Aurélio Paes, os funcionários responsáveis pelo Cadastur no Rio de Janeiro serão persistentes, a fim de que o estado possa aumentar consideravelmente o número de prestadores de serviços turísticos regularizados. “Queremos que o estado do Rio de Janeiro seja, em um período muito breve, referência em número de estabelecimentos hoteleiros cadastrados. O trabalho será incessante, não só na capital, como também em todos os municípios do interior. A nossa intenção é promover o ordenamento, a formalização e a legalização dos prestadores de serviços turísticos no Rio de Janeiro, o mais rápido possível”, disse. É importante lembrar que o cadastro é gratuito e feito pela internet no site do Ministério do Turismo. Com a situação regularizada, os hotéis passam a ELETRONUCLEAR constar do site do MTur, importante fonte de consulta do mercado turístico brasileiro. Além disso, os estabelecimentos passam a ter acesso a linhas de financiamento específicas para o turismo, por meio de bancos oficiais, e participação em programas de qualificação promovidos e apoiados pelo MTur. Cabe ressaltar ainda que, a partir da Lei do Turismo, o cadastro no Ministério do Turismo passou a ser obrigatório para empresas e profissionais de turismo. Os próximos municípios a serem trabalhados de forma incisiva pela TurisRio serão Resende e Itatiaia. SIGA ao $QJUDpGHVFRQHFWDGD Adesão sistema de FRPSUDV para manutenção Glauber Gonçalves Da Agência Estado A usina nuclear Angra 1 será desconectada neste sábado do Sistema Interligado Nacional (SIN) para fazer reabastecimento de combustível. Em nota, a Eletronuclear informou que cerca de um terço do combustível nuclear será substituído. A empresa prevê o retorno para 17 de outubro. A parada foi programada em acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS). De acordo com a companhia, também serão realizadas atividades de inspeção e manutenção. Foram contratadas empresas nacionais e estrangeiras que vão atuar com 1,075 profissionais, dos quais 85 são de fora do País. Eles darão suporte aos técnicos da Eletronuclear. No total, estão previstas 3.900 tarefas. As principais são revisão do mancal superior e ultra-som do eixo dos motores das bombas de refrigeração do reator; substituição, energização e teste do transformador auxiliar de emergência; e revisão do conjunto turbo-gerador. Também será feita a inspeção de válvulas moto-operadas; inspeção e teste do regulador de tensão do gerador principal; inspeção visual da tampa do vaso do reator; inspeção das bombas de água de circulação e suas válvulas de descarga; inspeção dos condensadores; e substituição dos transmissores de pressão da contenção; entre outras tarefas. APA Ilha Grande terá área de proteção marinha O secretário do Ambiente, Carlos Minc, anunciou nesta sexta-feira que até o fim do ano a Baía da Ilha Grande, no Sul Fluminense, vai ganhar área de proteção marinha. Segundo Minc, a expectativa é realizar, já no próximo mês, uma audiência pública para apresentar à população proposta de criação da Área de Proteção Ambiental (APA) Marinha da Ilha Grande. Com 180 quilômetros quadrados, a APA vai abranger trecho entre Mangaratiba e Paraty. “O objetivo é proteger, neste trecho, a pesca, ameaçada pela circulação de embarcações, que é cada vez maior. A ideia não é fechar a porteira aos navios, mas ordenar”, acrescentou Minc, destacando que, após a realização da audiência pública, a proposta de criação da APA será encaminhada ao governador Sérgio Cabral. Um relatório elaborado por técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) mostra que todas as atividades marítimas, com finalidades turísticas ou ligadas à exploração de petróleo, ocorrem desordenadamente na Baía de Ilha Grande e que a criação da APA é a forma mais adequada de compatibilizar “a conservação da natureza e o uso sustentável de seus recursos naturais”. A criação da APA Marinha da Ilha Grande vai preservar o porto com maior desembarque de sardinha da costa brasileira. Em um único mês, foram capturadas cerca de 12 mil toneladas de sardinha, superando o Estado de Santa Catarina. A criação dessa área protegida está inserida no plano de gestão integrada da Ilha Grande, projeto do Inea em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). O secretário voltou a afirmar que vai intensificar, com apoio da Capitania dos Portos, as ações de fiscalização para reprimir o despejo irregular de esgoto na região. Quanto ao saneamento, Minc disse que conseguiu a liberação de R$ 14 milhões, do Fecam, para obras das estações de tratamento em três praias da Ilha Grande: Araçatiba, Saco do Céu e Provetá. “Contamos com recursos do Prodetur de aproximadamente R$ 20 milhões, para serem investidos na área ambiental, nclusive no saneamento de Abraão”, destacou. Todas as secretarias e órgãos do Governo do Estado do Rio terão que aderir ao Sistema Integrado de Gestão de Aquisições (Siga) até o ano de 2012. A regulamentação que estabelece o uso obrigatório do sistema para todas as compras do Estado foi publicada na quinta-feira no Diário Oficial. A resolução, assinada pelos secretários de Planejamento e Gestão e Fazenda dispõe ainda sobre o cronograma de adesão que terá início no dia 1º de outubro e seguirá até janeiro de 2012. Na última segunda-feira, o governador Sérgio Cabral anunciou a medida, em reunião fechada realizada no Prédio Anexo do Palácio Guanabara. Todos os secretários e dirigentes de órgãos estaduais participaram do encontro. A ferramenta, criada em 2009 pela Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), já é utilizada desde janeiro de 2010 por 65 órgãos estaduais. “Desde que assumimos o governo temos implantado um processo de gestão intenso. Onde não há gestão, não há qualidade de serviços. O que o secretário de Planejamento e Gestão expôs é um marco no sistema de compras. Muitas secretarias e órgãos já aderiram, mas agora a ordem do governo é 100% de adesão. Este é um sistema que unifica preços, faz comparações, porque o estado é um grande comprador. Esta é uma forma absolutamente transparente, moderna e facilitadora para a gestão”, disse o governador. Com o objetivo de permitir que o Estado tenha maior controle sobre os gastos públicos, o Siga é considerado um sistema inovador ao garantir a eficiência da gestão das despesas públicas. Nos últimos três meses, pelo menos 88 operários que trabalhavam nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Manguinhos, pediram demissão. A média é de um por dia. O canteiro de obras, que reúne cerca de 900 funcionários, é cercado por uma cracolândia. Na semana passada, um tiroteio paralisou as obras, prometidas para abril de 2012. O número de operários que pediram demissão foi informado pelo engenheiro Paulo Cabral, diretor da empreiteira EIT (Empresa Industrial Técnica) no Rio, responsável pelo PAC na região. Na Avenida Leopoldo Bulhões, em Manguinhos, a cena é cotidiana: operários do PAC trabalham e dependentes de crack perambulam em busca da droga. Funcionários da empreiteira ouvidos pela reportagem relataram preocupação e medo em relação à proximidade com a cracolândia. O diretor não soube dizer se a insegurança no local foi o motivo que levou o grupo de operários a deixar o emprego. “Teria que ouvir cada um. Não vou arriscar.” A Empresa de Obras Públicas (Emop), do governo do Estado, divulgou nota nesta sexta-feira informando que “gerencia e fiscaliza as obras para que elas sejam entregues na qualidade desejada e dentro do prazo previsto” e que “relações de emprego, entre elas pedidos de demissão, são de responsabilidade das empresas executoras dos serviços, e os fiscais da Emop não aferem motivos de saída de funcionários”. A Secretaria de Segurança não comentou o caso. O PAC de Manguinhos é um projeto de R$ 567 milhões e deverá ser inaugurado em abril, segundo a previsão do governo. O projeto que corta a cracolândia é a construção do Parque Metropolitano, com a elevação da linha férrea, que deve integrar duas comunidades antes separadas. O leito ferroviário será modernizado, com a construção de um terminal intermodal e a instalação de vários quiosques de serviços públicos, de acordo com o projeto. A Estação Intermodal Manguinhos terá três pavimentos. Estão previstas uma ciclovia, quadras, pista de skate e parque infantil no local. Rogério Santana / Governo do Estado Neves: “É a integração do plano para a inclusão do idoso” ESPORTE Projeto para idosos será implementado O secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Rodrigo Neves, assinou, nesta sexta-feira, um convênio para implementar o projeto Viver Melhor no estado. O acordo oferecerá atividades esportivas e culturais para pessoas acima dos 55 anos de idade e com renda de até três salários mínimos. Segundo o secretário, o programa tem as funções sociais de revitalizar clubes em toda a parte do estado e garantir ao idoso a possibilidade de desenvolver atividades físicas, socioesportivas e de integração social. “A terceira idade é uma das melhores fases da vida, pois é a etapa de experiência e de transmitir às gerações mais jovens toda uma trajetória de luta de pessoas que contribuíram para o bem comum da sociedade. Este programa se integra ao plano e às estratégias do nosso governo para a inclusão e a integração do idoso”, explicou Rodrigo. O projeto será desenvolvido em parceria com a Federação de Clubes e Associações do Estado do Rio de Janeiro (FCAERJ) em mais de 30 clubes espalhados por todo o estado. A meta do programa é atender cerca de 10 mil idosos em 2012. O presidente da FCAERJ, Francisco Vilanova, falou sobre a importância da parceria com o governo do estado. C U “Esta parceria acontece desde a primeira gestão do governador Sérgio Cabral. Estamos ampliando este projeto para o interior do estado. Esta iniciativa revitalizará os clubes, pois eles passam por dificuldade. Além disto, os idosos precisam envelhecer de uma maneira saudável”, disse Vilanova. Nos clubes, os idosos vão poder praticar hidroginástica, alongamento e caminhadas, participar de campanhas de combate a hipertensão e diabetes e ainda escolher atividades extras, como dança de salão, tai chi chuan, ioga, coral, oficina da Memória e artesanato. Cada clube tem uma meta definida e pode atender entre 150 e 350 idosos. Idosos comemoram - Para o advogado aposentado José Pinto, de 67 anos, as atividades físicas mudaram completamente o seu condicionamento físico. “Vou praticar dança de salão, pois li em uma reportagem que assim podemos combater o mal de Alzheimer”, revelou. Aos 82 anos, Rita Santos pratica ginástica há 15 e diz que a atividade diminuiu as dores que sentia por todo corpo. “Pratico caminhada. Além de acabar com as minhas dores na coluna e melhorar a minha osteoporose, esqueço de todos os meus problemas”, salientou. R T A Secretaria de Saúde lança a campanha ‘10 Minutos contra a Dengue’ A Secretaria de Estado de Saúde promove entre segunda e quarta-feira o seminário Rio Contra Dengue – 2011/2012 e lança a campanha 10 Minutos Contra a Dengue. Para o evento, foram convidados prefeitos e secretários municipais de Saúde dos 92 municípios do estado. O governador Sérgio Cabral, o vice-governador Luiz Fernando Pezão e o secretário de Estado de Saúde, Sérgio Côrtes, participam da cerimônia de abertura e do lançamento da campanha, idealizada e proposta pelos especialistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/ Fiocruz). MUNDO Sábado, 17, domingo, 18, e segunda-feira, 19 de setembro de 2011 ENERGIA NUCLEAR Coreias do Sul e do Norte planejam mais negociações Negociadores norte e sul-coreanos vão se reunir nesta semana para uma segunda rodada de negociações com o objetivo de retomar as negociações nucleares, informou a chancelaria sulcoreana nesta sexta-feira. O negociador-chefe de assuntos nucleares Wi Sung-lac e seu colega norte-coreano Ri Yong Ho devem se reunir em Pequim, informou o Ministério de Relações Exteriores sul-coreano. “Os dois lados concordaram em realizar uma segunda rodada de conversações entre negociadores nucleares do Sul e do Norte em Pequim no meio da próxima semana”, disse, separadamente, um diplomata de Seul à agência de notícias Yonhap. Os dois enviados negociaram em julho na ilha indonésia de Bali, a primeira reunião sobre questões nucleares envolvendo apenas as duas Coreias. A reunião ocorreu após um encontro entre Estados Unidos e Coreia do Norte em Nova York com o objetivo de retomar as negociações envolvendo também China, Japão, Estados Unidos e a Rússia. Pyongyang abandonou as negociações envolvendo as seis partes em abril de 2009 e realizou um segundo teste nuclear um mês mais tarde. Mas os esforços diplomáticos para a retomada do diálogo foram retomados neste ano. O líder norte-coreano Kim Jong Il disse ao presidente russo Dmitry Medvedev, durante sua visita à Rússia no mês passado, que Pyongyang estava pronta para a retomada do diálogo. Kim demonstrou prontidão para impor uma moratória sem precondições ao enriquecimento de urânio e aos testes nucleares, assim que o diálogo for retomado, informou o Kremlin. Porém, tanto os Estados Unidos quanto a Coreia do Sul consideraram a proposta antiga e Seul pediu que Pyongyang aja antes que as discussões sejam retomadas. Além de seu programa que envolve plutônio, que teria produzido material suficiente para a fabricação entre seis e oito bombas, em novembro a Coreia do Norte divulgou que também tinha um programa de enriquecimento de urânio. Pyongyang afirma que o projeto tem como objetivo a produção de energia, mas especialistas dizem que ele pode ser facilmente configurado para resultar na fabricação de armas atômicas. EGITO Israel convoca embaixador O Ministério de Relações Exteriores de Israel convocou nesta sexta-feira seu embaixador do Egito. O motivo da convocação foram as declarações do primeiro-ministro egípcio Essam Sharaf, que afirmou que o tratado de paz entre os dois países “não é sagrado”, informou o site israelense Ynet. O diretor-geral do Ministério de Relações Exteriores Rafi Barak convocou o embaixador Yasser Reda para expressar a “irritação israelense sobre as declarações correntes de graduadas autoridades egípcias sobre a necessidade de modificação no tratado de paz”, informou o Ynet. Durante os 30 minutos de reunião na sede do Ministério de Relações Exteriores em Jerusalém, Barak disse a Reda que “da perspectiva de Israel, não há qualquer intenção de reabrir o tratado de paz e esse passo não pode ser tomado unilateralmente” Na quinta-feira, Sharaf disse em entrevista à televisão turca que o tratado de paz de 1979 com Israel “não é sagrado”. “O tratado de Camp David está sempre aberto a discussões e modificações se isso for benéfico para a região ou para uma paz justa. O tratado de paz não é algo sagrado”, disse Sharaf. ESCÂNDALO Promotoria divulga conversas telefônicas Um empresário italiano, Giampaolo Tarantini, recrutou e pagou mais de 30 mulheres para participarem das festas dadas pelo primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, nas suas mansões. Algumas delas foram pagas para fazer sexo com o premier, informou nesta sexta-feira a promotoria de Nápoles, que divulgou parte do conteúdo das gravações das conversas telefônicas entre Berlusconi e Tarantini. Segundo a promotoria, entre setembro de 2008 e maio de 2009 Tarantini recrutou mulheres “jovens e de boa aparência” e as instruiu sobre como deviam se vestir e comportar nas festas de Berlusconi. No documento que conclui as investigações da promotoria, os promotores acusam Tarantini de ter pago as mulheres. Em troca, ele recebia de Berlusconi favores como empregos em estatais. Berlusconi não é investigado no caso. Mas as revelações se mostram constrangedoras para o político de 74 anos, o qual já enfrenta fortes críticas por causa da crise financeira da Itália e por outros escândalos sexuais e de corrupção. “A Itália merece algo melhor”, disse em editorial, nesta sexta-feira, o jornal La Stampa de Turim. “Ter um primeiro-ministro que passa horas com seus advogados para montar estratégias de defesa, sem dúvida prejudica a nação, uma vez que esse tempo é roubado de atividades institucionais, como os assuntos externos ou as finanças públicas”, escreveu La Stampa. Berlusconi já está em julgamento em três casos em Milão, um por evasão fiscal, outro por corrupção e em um terceiro por ter feito sexo com uma menor de idade, a marroquina Karima el-Marough, a “Ruby”, que tinha 17 anos quando frequentou as festas de Berlusconi na mansão do premier em Arcore, na periferia de Milão. Berlusconi sempre negou ter pago por sexo e afirma que é perseguido por “magistrados comunistas”. Tarantini, que chegou a receber € 500 mil de Berlusconi como “ajuda” afirma que Berlusconi nunca pagou as mulheres que frequentavam as festas e não sabia que ele pagava. Tarantini está sob investigação por favorecer e explorar a prostituição, o que é crime na Itália. Entre as mulheres que frequentaram as festas de Berlusconi está Patrizia D’Addario, cujas revelações sobre as noites com Berlusconi, há dois anos, levaram ao escândalo atual. O “caso Tarantini” levou a oposição italiana a pedir novamente a renúncia de Berlusconi. O premiê, contudo, afirma que não renunciará e que cumprirá seu mandato até 2013. 9 LÍBIA 3DUWLGiULRVGH.DGD¿ rechaçam ataques Rebeldes tentam tomar Sirta, mas perdem 11 de seus homens em explosões Partidários de Muamar Kadafi resistiram de maneira forte nesta sexta-feira às tentativas da oposição líbia de invadir as cidades de Bani Walid e Sirta, forçando os revolucionários a fugirem para as montanhas perto de Bani Walid e combatendo os rebeldes com francoatiradores em Sirta. Na cidade natal de Kadafi, Sirta, os rebeldes líbios perderam cinco homens e 20 ficaram feridos, disse o médico Ihab Agha. Os dois assaltos pareceram uma tentativa coordenada de esmagar alguns dos últimos partidários de Kadafi em armas, mais de três semanas após a captura de Tripoli pelos rebeldes. Também nesta sexta-feira, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) votou e aprovou por unanimidade uma resolução para retirar as sanções econômicas e militares contra a Líbia. A resolução também determina a formação de uma missão civil das Nações Unidas para ajudar os ex-rebeldes líbios a reconstruírem o país magrebino. As medidas contra Kadafi, sua família e seus colaboradores foram mantidas. Kadafi permanece foragido. Na quinta-feira, os revolucionários tentaram tomar Sirta, mas perderam 11 homens em apenas um incidente, quando o ônibus onde estavam foi atingido por uma bomba. O número de baixas entre os partidários de Kadafi é desconhecido. Os revolucionários disseram que prenderam 40 partidários de Kadafi na quinta-feira. Caças britânicos bombardearam na quinta-feira a cidade de Sabha, também leal a Kadafi, que fica no deserto e longe da costa. Os soldados do Conselho Nacional de Transição (CNT), apoiados por tanques, lançaram o ataque no final da manhã de sexta contra Sirta, que fica a 360 quilômetros de Trípoli, após um primeiro ataque no dia anterior também ter sido repelido por homens de Kadafi. Um repórter da agência France Presse testemunhou os pesados confrontos no aeroporto e a dois quilômetros do centro da cidade As forças do CNT usavam canhões antiaéreos e canhões pesados nos limites da cidade e as forças de Kadafi responderam com francoatiradores e foguetes. O comandante militar Salem Jear, que também é integrante do Conselho Militar de Misurata, disse que as forças do CNT se aproximavam do centro de Sirta. “Estamos avançando pelo oeste e pelo sul na direção do centro da cidade”, disse ele por telefone. “Nossas forças se retiraram estrategicamente durante a noite, mas agora estamos avançando na direção do centro e alguns já chegaram ao local.” O comandante de campo Hadi Saleq, da brigada Karama, que tem 160 homens sob seu comando e também é nascido em Sirta, relatou a ocorrência de confrontos em três frentes. “Os confrontos estão concentrados na rua 1º de setembro, na zona residencial 2 no centro e ao redor do aeroporto”, disse ele. O comandante de campo Saleq disse esperar que até o final do dia a cidade esteja completamente tomada pelos rebeldes. “Vamos renomear a rua 1º de setembro como a rua 17 de fevereiro”, em homenagem à data do início da revolução, quase sete meses atrás, disse Saleq. ONU concede assento da Líbia aos rebeldes A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou em votação nesta sexta-feira a concessão do assento da Líbia para o Conselho Nacional de Transição (CNT), que liderou os rebeldes que derrubaram o coronel Muamar Kadafi. A resolução foi aprovada por 114 votos a 17, com 15 abstenções, revelando as divisões na África e na América Latina a respeito de quem deve representar a Líbia. A Venezuela acusou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de realizar “ataques aéreos criminosos para instalar um governo fantoche”. Um principal bloco regional do sul da África se opôs à concessão das credenciais ao CNT, mas não conseguiu adiar a votação. O comitê de credenciais da Assembleia Geral havia recomendado por unanimidade que os rebeldes fossem reconhecidos. O resultado significa que o CNT poderá falar em nome da Líbia na reunião ministerial da Assembleia Geral da ONU na semana que vem. Segundo diplomatas, a medida é um importante passo do CNT na busca por legitimidade internacional – o conselho é reconhecido, unilateralmente, por 60 países como o governo legítimo da Líbia. A delegação do Brasil votou nesta sexta, na Organização das Nações Unidas (ONU), favoravelmente ao reconhecimento do Conselho Nacional de Transição (CNT) como representante da Líbia na 66ª Assembleia Geral da ONU. No entanto, o Ministério das Relações Exteriores informou que o apoio para que o CNT tenha assento nas sessões da ONU não significa que o governo brasileiro o reconhece como o único órgão legítimo na Líbia para conduzir o futuro governo de transição no país. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que o governo do Brasil não “tem por costume” adotar medidas unilaterais. O chanceler acrescentou que em geral o Brasil costuma aguardar as decisões da ONU para tomar uma posição. No entanto, por determinação da presidente Dilma Rousseff e de Patriota, o Brasil mantém o embaixador Cesário Melantonio Neto como interlocutor permanente com o conselho. Dilma viaja neste sábado para Nova York, onde abrirá a Assembleia Geral da ONU. Soldados sírios matam 17 pessoas As forças de segurança da Síria mataram pelo menos 17 pessoas, durante os mais recentes ataques contra protestos da oposição pelo país. O grupo sediado em Londres Observatório Sírio pelos Direitos Humanos afirmou que dois manifestantes foram mortos em Homs, no centro do país, quando as forças de segurança começaram a disparar contra manifestantes que foram protestar após as preces da sextafeira. Enquanto a repressão prossegue na Síria, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, atacou o presidente sírio Bashar Assad, seu ex-aliado, alertando o governante que “a era dos ditadores já acabou”. O grupo sírio em Londres também informou que ataques mais cedo nesta sexta-feira mataram cinco pessoas na província de Hama, na Síria central, e oito pessoas na região noroeste de Jabal al-Zawiya. Os Comitês de Coordenação Local, uma rede de ativistas, também afirmaram que no total morreram 17 pessoas. O ativista Mustafa Osso, que vive na Síria, disse que milhares de pessoas foram às ruas em cidades de maioria curda do nordeste do país, como Qamishli, Amouda, e Derbasiyeh. A TV estatal síria afirmou que um policial foi morto e quatro ficaram feridos na sexta-feira, quando eles foram atacados na vila de Busra Hariri, na província de Deraa, onde os protestos começaram há seis meses. O levante popular começou na Síria em meados de março, em meio a uma onda de protestos contra o governo no mundo árabe que já derrubou autocra- EUA EMBAIXADA EUA Aproveitando a viagem da presidente Dilma Rousseff a Nova York para a Assembleia-Geral da ONU, os funcionários locais de consulados e embaixadas do Brasil ao redor do mundo enviaram uma carta à secretária de Estado americana, Hillary Clinton, reclamando das condições de trabalho nas missões brasileiras, classificadas por eles como “desumanas” “Há décadas não conseguimos reajuste salarial. Aos nossos salários, que já configuram nível de pobreza nos EUA, tampouco incorrem reajustes anuais”, diz a carta, que teve uma cópia enviada ao jornal O Estado de S. Paulo. O piso desses funcionários é de US$ 2.200, apenas 10% acima do valor de 1996. Um dos principais problemas se refere à previdência social. Por lei, os funcionários brasileiros não podem contribuir nos EUA. A saída é se aposentar pelo Brasil, com ganhos bem inferiores aos existentes entre os americanos. A embaixada norte-americana na Argélia emitiu um alerta para alvos potenciais sobre uma ameaça da Al-Qaeda, que lançaria um ataque com mísseis contra aviões fretados por empregas estrangeiras de petróleo no norte da África. O alerta foi dado no momento em que autoridades dos Estados Unidos expressam temores sobre o destino de milhares de lançadores de mísseis na vizinha Líbia, onde o coronel Muamar Kadafi foi derrubado no mês passado por um movimento rebelde. “A embaixada dos Estados Unidos na Argélia recebeu informações ameaçadoras”, disse o Departamento de Estado quando perguntado sobre uma matéria de jornal que dizia que a Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI) planejava realizar ataques com mísseis contra aviões com trabalhadores de petroleiras. “Nós continuamos a enfrentar ameaça terrorista significa- Queixas de servidores brasileiros tas na Tunísia, no Egito e na Líbia. O presidente Bashar Assad reagiu com uma repressão violenta, que já deixou 2.600 mortos segundo as Nações Unidas. A Síria diz que o regime enfrenta terroristas e baderneiros, não reformistas. Na segunda-feira, uma alta assessora do presidente Assad, Buthaina Shaaban, disse que o número de mortos era de 1.400, sendo a metade das forças de segurança e a outra metade da oposição. Erdogan ataca Assad - O primeiro-ministro turco Erdogan atacou nesta sexta-feira Assad, dizendo a ele que a era dos ditadores opressores acabou. Erdogan, que está em Trípoli para a última parte da sua viagem pelos países da “primavera árabe”, saudou o advento da democracia na Líbia e a “memória dos mártires que se sacrificaram por seu país e sua religião”. “Vocês provaram aos olhos do mundo que nenhum regime pode ir contra o desejo de seu povo. É isso que os que oprimem o povo da Síria deveriam perceber”, disse Erdogan. Na quinta-feira, 140 ativistas sírios montaram em Istambul o Conselho Nacional Sírio, que pretende articular a partir da Turquia os vários grupos da oposição síria contra Assad. “Este tipo de líder deveria entender que seu tempo acabou, porque a era de regimes repressivos chegou ao fim”, afirmou Erdogan. A Turquia expressou sua frustração com Assad e seu regime de mão de ferro por não terem ouvido o povo, que quase diariamente realiza manifestações por democracia que são duramente reprimidas. Argélia lança alerta de ameaça da Al-Qaeda tiva da Al-Qaeda, suas afiliadas e adeptos”, disse a chancelaria dos Estados Unidos. Tanto a embaixada quanto o Conselho Consultivo de Segurança no Exterior, do Departamento de Estado, “agiram rapidamente para alertar sobre alvos potenciais”. Mark Toner, porta-voz do Departamento de Estado, disse mais tarde que era de seu “conhecimento” que a ameaça envolvia ataques com mísseis da Al-Qaeda contra aviões fretados por empresas de petróleo estrangeiras. O jornal argelino El Khabar publicou que embaixadas nas regiões do Sahel e do norte da África receberam mensagens eletrônicas de serviços de segurança norte-americanos informando que a AQMI se preparava para realizar os ataques. O jornal fez referência à informação de que a AQIM possui um “grande número” de mísseis Sam 5 e Sam 7 que pretende usar para atacar aviões que levam funcionário de empresas estrangeiras, “particularmente britânicos e norte-americanos”. O Departamento de Estado não disse que essas empresas eram o alvo, mas indicou que os Estados Unidos continuam a trabalhar “de perto com seus principais parceiros sobre a ameaça de terrorismo internacional, incluindo o papel que a Al-Qaeda continua a desempenhar”. “Informações são rotineiramente compartilhadas entre os Estados Unidos e seus parceiros, com o objetivo de atrapalhar projetos terroristas, identificar e realizar ações contra agentes, e fortalecer nossas defesas contra ameaças potenciais”, informou o Departamento de Estado. “O governo da Argélia é há tempos um de nossos parceiros mais fortes nesta luta.” 10 Sábado, 17, domingo, 18, e segunda-feira, 19 de setembro de 2011 ARTES Divulgação João Marcos Cavalcanti MPB & outras histórias João Marcos Cavalcanti de Albuquerque é advogado formado pela PUC, ex-secretário chefe do gabinete de Cesar Maia, escritor bissexto e estudioso da MPB. [email protected] A velhice liberta P A banda ‘Móveis Coloniais de Acaju’, um dos novos nomes da MPB, se apresentará no palco Sunset CIDADE DO ROCK De volta, Rock in Rio já atrai outros países Depois de nove edições, seis na Europa, festival tem público estimado em 5 milhões Roberta Pennafort Da Agência Estado Antes de 1985, se um cabeludo qualquer apostasse que um festival de rock nos cafundós da zona oeste do Rio, à época ainda rural, levaria 1,3 milhão de pessoas a chafurdar na lama, e que elas ainda sairiam dali dizendo que aquela havia sido a melhor noite de suas vidas, ninguém lhe daria crédito. Nove edições depois - seis na Europa - e um público total calculado em 5 milhões de pessoas, a Cidade do Rock está de volta à cidade do samba nos dias 23, 24, 25, 29 e 30 de setembro e 01 e 02 de outubro. O Rock in Rio é sobretudo amparado pela prefeitura, que mira nos ganhos que um festival que se autoproclama o maior do mun- do é capaz de trazer. O saldo com turismo está estimado em US$ 400 milhões. O Parque Olímpico Cidade do Rock, o antigo matagal de 150 mil m² em frente à antiga Cidade, de 1985 e de 2001, recebeu um investimento de R$ 37 milhões em dinheiro público, para ser utilizado também em 2016 durante os Jogos Olímpicos. A venda-relâmpago de quase 700 mil ingressos, a taxa de ocupação de hotéis, as mobilizações nas redes sociais (inclusive de arrependidos, que diante do anúncio de atrações já vistas por aqui chegaram a endossar a campanha “Eu Não Vou”), tudo parece reafirmar o propalado apelo que vem junto com a marca. Novos nomes - Vindos de São Paulo, de Brasília e do Nor- ESPORTES deste, eles nunca pisaram na grama do Rock in Rio, nem têm, em sua maioria, DNA propriamente roqueiro. Como fãs, estão mais para Stevie Wonder do que para Guns N’Roses. Alguns têm quase a idade do festival: 26 anos. Todos vibram desde que receberam o convite para tomar parte nos encontros musicais do palco Sunset. Das 14h40 da sexta de abertura à noite do domingo final, apresentam-se Móveis Coloniais de Acaju, Mariana Aydar, Karina Buhr, Tulipa Ruiz, Marcelo Jeneci, Tiê - que compartilharam sua expectativa com a reportagem esta semana. Cibelle, Amora Pêra, Curumin, Céu, Emicida e Cidadão Instigado completam a categoria Possivelmente, eles vão tocar para um público recorde em suas trajetórias. “A gente tem uma geração muito rica, e precisa desse espaço, que não é superbombado”, diz Mariana, que abre o Sunset com Letieres Leite e sua orquestra Rumpilezz e os Móveis. “O festival tem todo um simbolismo. Pra gente, é incrível”, conta André Gonzales, vocalista dos Móveis. Pelo mundo - Os pedidos de países que querem sediar o festival servem de termômetro. Coreia, Sérvia, China, Grécia, Inglaterra, Austrália e México podem enviar “olheiros”. “Recebemos muitos pedidos, mas não é qualquer mercado que suporta os investimentos”, diz Roberta Medina, a vicepresidente, referindo-se à cifra de R$ 95 milhões investida por patrocinadores e pelo próprio festival. Espanha e França conquistam vaga olímpica no Campeonato Europeu Masculino de Basquete ode até parecer desculpa de quem já envelheceu mas não é. Eu hoje, por todos esses anos já vividos, não trocaria meus amigos, nem minha família e nem mesmo um corpo mais jovem, por todos os meus cabelos brancos. Acreditem. A velhice traz muitas vantagens. Fui descobrindo isso a medida que minha cabeça ia embranquecendo. Tornei-me mais amigo de mim mesmo. Passei a ser menos crítico de minhas ações, desisti de ser perfeito em tudo que faço e não me censuro mais quando descuido do peso ou quando perco a hora e chego atrasado a um compromisso. Tenho sempre a desculpa de ser velho. Depois que vi vários amigos queridos deixarem essa vida cedo demais, percebi que ao envelhecer adquiri alguns direitos. Posso ir a praia de “shortão”, carregando um corpo decadente, barrigudo e rir daqueles mais jovens que, C U com seus olhares de desdém, pensam: Quando eu envelhecer não vou me prestar a esse papel ridículo. Ledo engano, vão sim. Porque, se derem sorte de chegar a idade que cheguei, o tempo ensinarlhes-á que a velhice não é doença, é saúde. É vida. Descobri também que com o passar dos anos é muito mais fácil não se incomodar com que os outros pensam de você. Nessa altura os leitores mais jovens devem estar se perguntando: Será que ele gosta de ser velho? Acertaram aqueles que disseram sim. Gosto de ser velho, embora não me sinta envelhecido, pois a velhice libertou-me. Posso afirmar, que sei que não vou viver para sempre, mas enquanto estiver por aqui não vou lamentar o que poderia ter acontecido. O que eu poderia ter sido, e nem tão pouco vou importar-me com o que irá acontecer. Vou apenas viver porque amo a vida. R T A Première Brasil do Festival do Rio terá nove longas de ficção Embora o Festival do Rio ainda não tenha divulgado sua extensa programação, só o anúncio dos concorrentes da Première Brasil já deixa o sabor de água na boca. A competição de ficções terá nove títulos, alguns já circularam por festivais nacionais e internacionais. Outros são 100% inéditos, como os de Beto Brant e Renato Ciasca. Rogério Ceni, goleiro do São Paulo, reforça críticas a Neymar dizendo que ele ‘rola muito no chão’ A um mês do retorno para o Corinthians, Adriano revela que precisa perder de 3 a 4 quilos PREPARAÇÃO ATLETISMO faz 1000 dias para a Copa no Brasil Bolt o melhor tempo Dilma Rousseff e Pelé visitaram o Mineirão, uma das obras do País mais adiantadas para 2014 Roberto Stuckert Filho / PR Eduardo Kattah e Aline Reskalla Da Agência Brasil Na simbólica data que marcou a contagem regressiva dos mil dias para o início da Copa de 2014, a presidente Dilma Rousseff e Pelé, embaixador honorário do Brasil no Mundial, desembarcaram nesta sexta-feira em Belo Horizonte para conhecer de perto as obras de revitalização do Mineirão - uma das intervenções em estádios que estão mais adiantadas, conforme o cronograma elaborado. Concebida pelas autoridades mineiras, que trabalham para que a capital de Minas Gerais seja escolhida como sede da abertura do Mundial, a visita de Dilma e Pelé, porém, foi ofuscada pela paralisação dos operários que trabalham na reforma do estádio. O ministro do Esporte, Orlando Silva, admitiu que a ocorrência de greves será uma constante no período que resta até o início da Copa. A nova paralisação - a primeira, em junho, durou cinco dias - no canteiro de obras do Mineirão foi iniciada na última quinta-feira. Nesta sexta, centenas de traba- Pelé, Dilma Rousseff e Orlando Silva entre os operários do Mineirão lhadores permaneciam de braços cruzados e promoveram um ato em frente ao estádio. “A greve no Mineirão, a greve no Maracanã, a greve em Salvador, elas não foram as primeiras e seguramente não serão as últimas greves. São reivindicações dos trabalhadores. O que nós não podemos perder é o canal de diálogo, é o prazo de execução das obras”, disse o ministro do Esporte, destacando que o País irá “se mostrar para o mundo como ele é”. “O Brasil é uma democracia “ Dilma destacou que as obras de infraestrutura para a Copa estimulam o país a manter o ritmo de crescimento. “Continuar investindo de forma pesada em obras de infraestrutura é parte da nossa estratégia para garantir que o Brasil mantenha o desenvolvimento em ritmo adequado, de dizer não à crise internacional”, disse no discurso. Manifestação - Dilma e sua comitiva (além de Pelé, ministros e parlamentares), entraram no estádio pelo lado oposto ao que operários em greve promoviam a manifestação com direito a carro de som. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Osmir Venuto, garantiu que a paralisação atingia quase 100% dos cerca de mil trabalhadores da obra. Ele negou que o ato tenha sido deflagrado em função da visita da presidente. “Não temos nada com a Dilma. Essa greve aqui é contra a Arena (o consórcio Minas Arena, responsável pela obra). Nós nem sabíamos que a presidente vinha aqui”, disse o sindicalista. Os trabalhadores cobram equiparação do piso salarial com São Paulo, reajuste no tíquete refeição e melhorias na infraestrutura do canteiro de obras. Ricardo Barra, presidente do consórcio Minas Arena, classificou a greve como “oportunista” “Acho que é uma greve oportunista em função do evento. Só posso entender dessa forma, uma vez que está tudo sendo rigorosamente cumprido”, afirmou. Na visita ao Mineirão, Dilma cumprimentou alguns poucos funcionários que estavam em uma área reservada. Entre eles, apenas cinco vestiam o uniforme amarelo de operário. A presidente recebeu uma camisa do Atlético Mineiro, clube para o qual torce, e posou para os fotógrafos ao lado de Pelé segurando uma camisa da seleção brasileira com a inscrição “1.000 dias”. Operários do Maracanã devem voltar ao trabalho O Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRTRJ) considerou, em audiência realizada nesta sexta-feira, que a greve dos funcionários das obras de reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014 é abusiva e exigiu a retomada dos trabalhos até esta segunda. Com isso, o consórcio que administra a obra não precisará atender às novas exigências dos funcionários, que estão parados há 17 dias. A audiência teve grande presença dos trabalhadores, que precisaram ser controlados e acalmados quando o veredicto foi proferido. Eles alegam má qualidade da alimentação e a ausência de médicos no turno da madrugada e querem novo reajuste na cesta básica de R$ 160 para R$ 180. O Tribunal considerou que vistorias foram feitas pela vigilância sanitária para verificar a qualidade dos alimentos e a limpeza da obra. Além disso, o acordo revisto em 22 de agosto só pode ser contestado a partir de 5 de outubro, quinto dia útil do mês seguinte à validação do novo contrato. As paralisações das obras no Maracanã ameaçam o cro- nograma previsto pela Empresa de Obras Públicas do Rio (Emop), segundo o qual o estádio será entregue em dezembro do ano que vem. O presidente de Emop, Ícaro Moreno, garante, porém, que há meios de se acelerar os trabalhos e que não há risco de o Maracanã não receber jogos da Copa das Confederações, em 2013. “Temos um planejamento de algumas folgas, que foram diminuídas, pelos dias parados. Nós vamos ter Copa das Confederações aqui no Maracanã. A greve dificultou, mas nós temos a tecnologia e estamos avançando”, explicou Moreno, ressalvando que o uso de tal tecnologia pode, no entanto, aumentar um pouco o custo da reforma do estádio carioca. do ano O velocista Usain Bolt cumpriu o objetivo de vencer a prova dos 100 metros na etapa de Bruxelas da Diamond League com a melhor marca da temporada na distância e confirmou a condição de homem mais rápido do mundo. Nesta sexta-feira, o jamaicano venceu a disputa na Bélgica com o tempo de 9s76 graças a um final de prova impressionante. A marca de Bolt foi apenas 2 centésimos mais rápida do que o melhor tempo da temporada até então nos 100 metros, que era do compatriota Asafa Powell, com 9s78. Também nesta semana, na terça, Bolt havia vencido a prova no Meeting de Zagreb, na Croácia, com 9s85. A marca era a sua melhor no ano, mas agora ele conseguiu superá-la e também a de Powell, que havia sido obtida na etapa de Lausanne da Diamond League, em junho. Recordista mundial, com 9s58, e campeão olímpico dos 100 metros, Bolt conseguiu, assim, superar em parte a decepção por ter sido eliminado na prova no Mundial de Atletismo de Daegu, na Coreia do Sul. O jamaicano era o favorito para faturar a medalha de ouro na distância, mas queimou a largada na final e foi excluído da disputa. Nesta sexta, Bolt largou mal na prova em Bruxelas e, por conta disso, fez disputa acirrada com o também jamaicano Nesta Carter. Porém, com uma velocidade impressionante, disparou nos metros finais para registrar o tempo de 9s76. Carter terminou a prova na segunda colocação, com 9s89, seguido por Lerone Clarke, também jamaicano, com 10s05.