AS DIVERSAS TERRITORIALIDADES DA PRAÇA DOS CARREIROS
NA CIDADE DE RONDONÓPOLIS – MT
Licenciado Pleno em Geografia Maria Regina Ritter Moreira
[email protected]
Professor Doutor Jorge Luiz Gomes Monteiro
[email protected]
Departamento de Geografia (DEGEO)
Campus Universitário de Rondonópolis (CUR)
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
RESUMO
A Praça dos Carreiros, objeto de estudo dessa pesquisa, está localizada no quadrilátero central
da cidade de Rondonópolis com uma área de aproximadamente 10.000 m². O espaço perdeu
sua identidade e não tem mais a importância que já teve em outros tempos, o coreto serve
para abrigar moradores de rua e drogados, e o carro de boi que é um dos símbolos principais
da época, está em estado precário. Os dados obtidos por meio dos questionários, associado às
informações adquiridas da bibliografia e de outras formas de informação foram analisados
qualitativamente, tendo por as referências teóricas e conceitos utilizados. Também se
incorporou à analise uma abordagem de sintaxe espacial para demonstrar como o desenho
urbano pode condicionar determinadas situações de natureza social. A praça transformou-se
no território do medo e da repulsa dos moradores, assim podemos ver que o controle, a
produção e a forma do espaço também influem no caráter público, na sua gestão. As
territorializações e a territorialidade representam para o espaço público uma forma de
interferência no desenvolvimento de uma cidade.
Palavras chaves: Moradores de Rua, Territorialidade, Praça dos Carreiros, Sintaxe Espacial.
RESUMEN
La Plaza de Carreiros, objeto de estudio de esta investigación, se encuentra en la ciudad
central quad Rondonópolis con una superficie aproximada de 10.000 m². El espacio ha perdido
su identidad y tiene la importancia que ha tenido en otras ocasiones, mirador sirve para alojar a
los indigentes y drogadictos, y el carro de bueyes que es uno de los principales símbolos de la
estación, se encuentra en un estado precario. Los datos obtenidos mediante los cuestionarios,
junto con la información obtenida de la literatura y otras formas de información se analizaron
cualitativamente, con las referencias teóricas y conceptos utilizados. También se incorpora un
enfoque para el análisis de la sintaxis del espacio para demostrar cómo el diseño urbano puede
condicionar en ciertas situaciones de carácter social. La plaza - mou procesado en el territorio
de miedo y disgusto de los lugareños, por lo que podemos ver que el control, la producción y la
forma del espacio también influyen en el carácter público de su gestión. La territorialización
territorialidad y representar al espacio público una forma de injerencia en el desarrollo de una
ciudad.
Palabras clave: Falta de vivienda, la territorialidad, la plaza Carreiros, Sintaxis Espacial.
Eixo Temático: Geografia Urbana
ISBN: 978-85-99907-05-4
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Introdução
O espaço urbano nos últimos anos constitui-se em um ambiente onde a
atuação do capital, do poder público e de diversos grupos sociais organizados ou não,
impuseram controle sobre determinadas porções espaciais que determinam novos
usos às frações da cidade. Em Rondonópolis esse fato se manifesta em uma série de
lugares, sobressaindo-se dentre eles na área central a Praça dos Carreiros.
A Praça dos Carreiros, objeto de estudo dessa pesquisa, está localizada no
quadrilátero central da cidade de Rondonópolis com uma área de aproximadamente
10.000 m².
Demamman (2011, p.59) salienta que a praça nasceu de “uma propriedade
particular” e transformou-se em um ponto de encontro de pessoas, principalmente nos
finais de semana, que vinham comprar produtos frescos que eram trazidos das
pequenas roças dos agricultores e sitiantes. O trabalho parte de pesquisas em fontes
bibliográficas que fornecem referências teóricas – conceituais para o trabalho
proposto, que busca analisar a territorialidade na Praça dos Carreiros, aprofundando
estudos que relacionam a forma urbana e a sua apropriação. O processo de
degradação da praça é o resultado do abandono por parte da prefeitura e do descaso
da população, devido o atual estado da praça impregnada de buracos, mato e lixo por
toda a parte. Hoje a praça não passa de um ponto isolado pela população que tem
medo dos riscos de atos de violência ao adentrar aos seus limites. O espaço perdeu
sua identidade e não tem mais a importância que já teve em outros tempos, como
exemplo o coreto serve para abrigar moradores de rua e drogados, até mesmo o carro
de boi que é um dos símbolos principais da época em que a praça abrigava os
carreiros na sombra de suas árvores, está atualmente abandonado na praça perdendo
os pedaços da história.
Robaina (2012, p.9) argumenta que “as transformações da sociedade e,
consequentemente, dos espaços públicos, principalmente a partir da desvalorização e
do abandono pela população, de um modo geral, fizeram destes espaços a última (ou
única) opção de moradia e sobrevivência para a população de rua”. E assim, por conta
de uma série de acontecimentos estruturais que fogem aos seus desejos e controle os
moradores de ruas, articulam-se, criam estratégias vitais e administram circunstâncias
negativas no cotidiano através de processos de territorializações e territorialidade.
A sintaxe espacial pode ser aplicada em diversos estudos no meio urbano
entre eles: acessibilidade, coesão e exclusão social, segurança e áreas comerciais. A
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sintaxe espacial é uma analise que surgiu na arquitetura, mas que podemos estar
usando para fazer uma analise da co-presença, da interatividade social a partir dos
objetos construídos pelo homem.
Objetivos
Objetivo Geral
Compreender as diversas territorialidades em um espaço público urbano
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Objetivo Específico
Enumerar as diversas territorialidades da praça;
Observar o estado atual de conservação e infraestrutura da Praça dos
Carreiros. (poder Público);
Analisar como a população (grupos sociais) utiliza esse espaço público;
Conhecer o cotidiano em torno da Praça dos Carreiros;
Verificar os diversos tipos de uso do espaço na Praça dos Carreiros.
FUNDAMENTAÇÃO TEÒRICA
Para desenvolver a pesquisa exposta neste trabalho foi necessário conhecer
alguns conceitos e obras de alguns autores que nos fornecem referenciais teóricos
para o trabalho proposto. O trabalho busca analisar a territorialidade da Praça dos
Carreiros aprofundando os estudos da forma urbana e de sua apropriação pública.
Buscou-se base de apoio nas obras de GOMES (2006) que nos dá noção sobre os
espaços públicos.
DE ANGELLIS, ROBBA e MACEDO conceitos sobre ‘praças’, ainda contamos
com as definições aplicadas por RAFFESTIN (1993), HAESBAERT (2004), nos
esclarecendo as diferentes formas de território, territorialidade e territorialização, assim
se pode entender “enquanto a territorialização firma-se como resultado da expansão
do território a territorialidade nada mais é que as manifestações sociais dentro do
território”.
Ainda podemos contar com a teoria de sintaxe espacial citada por
MONTEIRO (2013) e KOHLSDORF (1996). Onde podemos entender que a sintaxe
espacial pode ser aplicada em diversos estudos no meio urbano entre eles:
acessibilidade, coesão e exclusão social, segurança e áreas comerciais.
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PROCEDIMENTOS METODOLÒGICOS
A metodologia usada no trabalho constituiu-se de pesquisas bibliográficas,
realização de visita em campo, utilização de imagens e fotografias, questionários e
entrevista com moradores do entorno e frequentadores da praça.
Mesmo não sendo obrigatória, a ida ao campo é a grande ferramenta do
geógrafo. O contato direto com a realidade fornece informações que nenhum outro
instrumento de análise possibilita.
Deste modo fez-se diversas idas a campo na
tentativa de buscar e levantar informações. No primeiro trabalho de observação, a
Praça foi percorrida ao longo de todo espaço, em um sábado após o período do
almoço, com o intuito de verificar se a dinâmica de circulação das pessoas e de
frequentadores se modificava conforme o período de funcionamento do comércio.
Além das observações fez-se o registro fotográfico dos aspectos mais importantes
levantados.
Em um segundo momento analisou-se a interatividade social no interior da
praça em dia de semana, em horário comercial, e, no período noturno, com o objetivo
de observar as mudanças no comportamento das pessoas e dos grupos sociais.
Paralelamente foi efetuado o levantamento bibliográfico, compreendendo
obras que versavam do ponto de vista teórico sobre os conceitos de território e
territorialização, e também referências em livros, dissertações, teses e monografias
voltadas para o estudo do espaço rondonopolitano.
O uso de fontes eletrônicas
também constituiu em um excelente banco de informações.
A TERRITORIALIZAÇÃO NOS ESPAÇOS URBANOS
Nas grandes cidades, existem principalmente nos espaços públicos,
diferentes formas de apropriação do espaço- temporal, seja por pessoa em busca de
lazer, ou por grupos marginalizados em busca de abrigo, com isso nos deparamos
com territorializações em lugares que ficam abandonados, sejam eles casas parques
ou praças. Essas formas de territorialização se materializam de maneira precária, na
Praça dos Carreiros foi possível constatar esse tipo de poder.
Assim, se percebe que ao longo processos de urbanização das cidades,
alguns locais públicos, sofrem com a falta de estrutura, manutenção e limpeza dessas
áreas, proporcionando com isso lugares para as populações de ruas, principalmente
as praças, o que para muitos seriam áreas de lazer, para eles, é a sua casa.
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Assim, os espaços públicos para as populações de rua funcionam
como o ‘local de sua territorialização, de sua casa. Ele escolhe
lugares específicos para realizar seus desejos e “organizar” suas
vidas’ e o transformam em um lar, mesmo que também seja marcado
pela precariedade, vulnerabilidade e instabilidades espaçostemporais (LEITE, 1998 apud ROBAÍNA 2010, p.69).
A territorialização nos espaços urbanos não se dá só pelos grupos
marginalizados, ela acontece também por meio do comércio informal e como
percebemos a Praça dos Carreiros se tornou pública e privada, perdeu sua função. É
importante frisar que as territorialidades dos diferentes grupos sociais que estão
inseridos nas laterais ou até mesmo dentro da Praça, também de certa forma fazem
parte da Praça dos Carreiros que são eles: O moto taxista – na Rua Dom Pedro II, O
ponto de taxi – na Rua rio Branco, O trailer na Avenida Amazonas, os pontos de venda
de revistas na Rio Branco e Marechal Rondon, O ponto de ônibus na Marechal Rondon,
hoje estão voltando os vendedores ambulantes para o interior da Praça e também o
estacionamento nas Rua Dom Pedro II e Avenida Amazonas.
O que caracteriza, portanto esses territórios, na verdade, não são o que neles
existem de concreto, mas sim toda a dinâmica de uma junção entre o físico e a
presença do homem como peça transformadora desse espaço. Assim enquanto o
homem estiver presente, essa é uma forma de territorialidade.
O domínio do espaço resulta da agregação e do relacionamento de vários
elementos hierarquicamente inferiores que pelo domínio do capital se veem obrigados a
emergir de um lado para o outro, desse modo as desigualdade sociais se refletem no
espaço e se expressam na riqueza de uns e pobrezas de outros, o que sem dúvida são
provocados pelo modo da organização espacial. Enquanto os mais privilegiados pelo
capital se tornam mais privilegiados, os menos dinâmicos continuam marginalizados,
desse modo Carlos (1989, p.46) define que “a urbanização capitalista produz uma
transformação radical na vida do indivíduo.” A mesma autora acrescenta que “à medida
que o processo de urbanização no sistema capitalista ocorre paralelamente à
industrialização produz uma nova sociedade” (p.19).
As cidades são visivelmente marcadas pelos movimentos sociais e pelas
transformações que nelas ocorrem dentro do seu cotidiano. A imprevisibilidade das
ocorrências e dos encontros são marcas características da produção social do urbano.
Circulação, territorializações, territorialidades e redes, são produções individuais e
coletivas, não existindo espaços que não tenham significados ou que não se construam
representações por cada um daqueles que habitam a cidade.
A cidade é um espaço dinâmico por excelência principalmente se assume
papel de relevância no âmbito da região. Rondonópolis está inserida em uma parcela
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do Estado de Mato Grosso onde o agronegócio foi estruturado na década de 70 e a
partir do sul do Mato Grosso ramificou-se para outros pontos do estado.
Isso impulsionou o crescimento da região e principalmente da cidade, fazendoa atingir elevadas taxas de crescimento urbano nas décadas de 1970 e 1980. Nas
décadas posteriores as taxas de crescimento anuais da população diminuíram o ritmo,
mas, em contrapartida, houve a consolidação do agronegócio voltado, sobretudo para o
setor industrial e de serviços.
Sendo assim, novas atividades são geradas contribuindo para atrair cada vez
mais mão-de-obra, agora especializada e voltada para atender a flexibilidade que a
reestruturação produtiva impõe. A cidade integrada ao mundo globalizado passa
também a ser o espaço da manobra, das imposições por diferentes atores.
Assim, criam-se espaços de poder que tanto podem ser estabelecidos pelo
Estado, como pelo capital, quanto por grupos sociais marginalizados ou não. Em
Rondonópolis não foi diferente do problema manifestado em outras cidades e a
proporção de domínio territorial está na razão direta da pouca presença do Estado em
determinados pontos, enquanto gestor do espaço urbano. Diante do crescimento de
certas áreas da cidade, voltada a atender as novas demandas da burguesia urbana, em
parte atrelada ao agronegócio, porções territoriais na área central da cidade são
relegadas a segundo plano, principalmente pelo capital, entrando em decadência e
suscitando a ocupação por parte de grupos sociais marginalizados, quer no período
noturno, quer ao longo do dia.
Em Rondonópolis diversos locais das áreas centrais tem passado por essa
situação, sendo emblemáticas a área da antiga rodoviária interestadual, as
proximidades do Ginásio Marechal Rondon, as cercanias do Casario e do Parque das
Águas e a Praça dos Carreiros, onde o tráfico de drogas e a população de rua impõem
regras a esses espaços.
A PRAÇA DOS CARREIROS: A GÊNESE DE UM PROBLEMA.
Os séculos XIX e XX foram decisivos na história da evolução das praças,
considerando que a antiga praça passou a ser ajardinada, equipada, pavimentada e
tratada com esmero, de modo a abrigar todas as novas modalidades de vida urbana
que são então estruturadas.
Apesar de na atualidade quase todo espaço público urbano nascer de um
projeto, de um planejamento, inicialmente a área onde está situada a Praça dos
Carreiros foi o local dos encontros de viajantes e mascates, segundo relatos de Rego
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(2006, p.86) “a praça nasceu como um local de trocas, vendas e encontros de
negócios”.
Além do descanso, o terreno oferecia sombra para os viajantes, que chegavam
a cavalo ou de mula, ali eles podiam soltar os animais, visto que nos anos de 1950 a
praça era só um terreno com muitas arvores. Segundo Nardes (2010) “a praça era uma
propriedade particular” por ter localização estratégica e condições favoráveis, tornou-se
um grande espaço público, vindo à década de 1970, a ser o local da primeira feira livre
de Rondonópolis.
Como observado, o espaço da praça tinha uma função nos anos 1950 e 1960
de congregar não só a população da cidade, mas a população de toda a região, à
época caracterizada pela existência de inúmeras áreas de colonização. Era esse
espaço um fator de agregação social da região e do espaço urbano. Segundo Caldeira
(2007, p.13) “As praças são espaços permanentes no desenvolvimento das cidades.
Sua função e morfologia, porém, estão atreladas aos processos de formação politica,
social e econômica próprios da gênese urbana” (CALDEIRA. 2007, p.13).
Já nos anos 1970 o espaço da praça foi usado para feira livre, onde os
feirantes espalhavam suas mercadorias e as famílias aproveitavam para se deliciarem
com as guloseimas na praça, os pastéis fritos, a compra de alimentos de que
precisavam além de aproveitarem o comércio local já existente no entorno da praça.
A Praça da Bandeira, (atual Praça dos Carreiros) segundo Carmo (2005, p.
172) “levou esse nome em razão da convergência ali dos carros de boi que chegavam à
cidade” e foi inaugurada em homenagem aos carreiros no ano de 1982 na gestão do
prefeito Valter de Souza Ulisséia, a praça por estar em um ponto central se tornou um
dos mais belos lugares da cidade, por sua beleza paisagística possuía espelho d’água,
local destinado ao asteamento da bandeira, além de diversas espécies vegetais.
No ano de 1980, o quadrilátero da praça, após projeto do poder municipal,
passou a assumir novas funções, como ponto terminal do transporte coletivo local, e
adequação aos modelos de praças comumente encontrados pelo país, após a
conversão do terreno baldio em um espaço urbanizado.
Os elementos fixos, fixados em cada lugar, permitem ações que
modificam o próprio lugar, fluxos novos ou renovados que recriam as
condições ambientais e as condições sociais e redefinem cada lugar.
(SANTOS. 1996 apud RIBEIRO; OLIVEIRA, 2011, p.132).
Deste modo pode-se inferir que cada momento histórico é representado por
novas formas de uso, assumindo assim o espaço novos papéis. De acordo com De
Angelis (2005, p.3)
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Além de seu significado social, vamos ver a praça como espaço da
memória histórica que forneceu tanto a moldura quando o fundo para
discursos políticos e culturais sobre a cidade como local de
identidade, de tradição, de saber, de autenticidade, de continuidade e
estabilidade.
PRAÇA DOS CARREIROS: DA DEGRADAÇÃO DO AMBIENTE ÀS NOVAS
TERRITORIALIZAÇÕES DOS GRUPOS MARGINALIZADOS
Qualquer espaço público quando não tem a atenção devida do poder público
se deteriora e, esse fato, é motivo de afastamento por grande parte da população e,
em consequência, passa o espaço por um processo de invasão e, posterior,
segregação, passando ao domínio de grupos marginalizados constituído por
moradores de rua e viciados em droga. Então esses grupos buscam uma identificação,
e esse território passa a assumir outros valores e ter outra delimitação simbólica do
espaço, como nos salienta Campo (2000, apud RIBEIRO; OLIVEIRA. 2011 p.91).
[...] a identificação simbólica refere-se aos diferentes significados e
valores que o espaço assume para os diversos grupos sociais na
busca da identificação; esta relação simbólica está muito diretamente
associada às representações sociais. Essas representações são
formadas de uma trama complexa de diferentes significados que vão
influenciar, motivar e mesmo justificar atitudes de resistência, defesa,
animosidade de grupos sociais em relação ao meio onde se
encontram, do mesmo modo, as representações, construídas social e
especialmente, podem promover distinções de atratibilidade.
A Praça dos Carreiros também se caracteriza pela falta de planejamento, e
pelo aspecto social é possível constatar que a praça não possui espaços próprios para
o lazer e que dependendo da posição que se toma diante da praça, quando se quer
observar o seu interior, a visão fica impedida por causa das muretas que possuem
uma altura aproximadamente de 60 cm, tal fato ocorre quando sentamos dispostos
para as ruas Dom Pedro, Rio Branco e Avenida. Amazonas, visto que estes bancos
estão voltados para frente das ruas e não para o interior da praça como seria o
normal, impossibilitando assim de se ver o que acontece dentro dela. Ainda o que se
pode identificar na praça é que a mesma não possibilita segurança aos seus usuários
a começar pelas barreiras (muretas) que se transformaram em labirintos.
Podemos perceber que a praça possui um desenho tradicional, com um
modelo construído com banquinhos escondidos, que nas épocas passadas eram
locais para namorar, marcar encontros, ler um livro, ficar em contato com a natureza,
infelizmente isso hoje não acontece mais, e a praça também já não oferece esse
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sossego, pois vive cercada por moradores de ruas e andarilhos, e a população já não
tem e não vê com bons olhos o acesso entre eles. Tenorio (2009, p. 6) salienta que:
Uma praça necessita ser permeável. Seus limites não podem ser
barreiras físicas ou visuais: devem possuir portas e janelas voltadas
para ela. Eles devem delimitar e configurar sem isolar, deve permitir o
entrar e o sair, o passar através, o ver e ser visto o encontrar. Uma
praça não pode ser um lugar composto de espaços cegos (aqueles
para os quais nenhuma portas não se abre), sob a pena de vir a ser
inútil.
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A própria praça dificulta a apropriação e o uso por parte da população,
canalizando o fluxo de pedestres, que muitas vezes levam à formação de labirintos, o
que faz com que esse espaço seja controlado pela população de rua. A praça se
divide em dois lados que não tem conecção entre si, o que obriga às pessoas a
fazerem um percurso com um ângulo de 90º graus, o que não é bem visto pelas
pessoas que normalmente preferem andar em diagonal e em linha reta. Assim, “os
lugares podem oferecer informações relativas a uma serie de aspectos de sua
arquitetura, correspondente a aspirações situadas diferentemente em cada um desses
aspectos” (KOHLSDORF, 1996, p.27).
No entorno da Praça dos Carreiros, num raio de 50 a 100m, estão situadas
várias lojas de móveis de Rondonópolis, provavelmente em razão do ponto de ônibus
que existe na praça, o que faz com que o comércio local se estabeleça nas cercanias.
Quando da reforma da Praça dos Carreiros o espaço da parada de ônibus foi pensado
como um local terminal das linhas de transporte coletivo urbano, ou seja, um ponto de
ônibus para onde convergem todas as linhas. Mesmo com a mudança do sistema de
ônibus da cidade, motivada pela implantação do bilhete único, e posterior eliminação
de um terminal na zona central, o ponto da praça e os demais implantados no seu
entorno congregam todas as linhas em circulação na cidade, tornando o local um
espaço de atração.
As principais vias de acesso passam na praça, e todas as linhas de ônibus
têm parada obrigatória na Praça dos Carreiros, ou ao lado na Rua Dom Pedro. A
praça tem todo esse movimento no seu entorno, mas no seu interior é uma praça
“vazia”, a não ser pelos moradores de rua que nela estão instalados. O que se pode
perceber é que a praça deixou de cumprir o seu papel social e que a área mais
utilizada da praça é o seu entorno, onde a pessoas circulam para irem às lojas ou para
utilizam os transportes para casa.
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Além da degradação física e social a praça sofre ainda com o descaso do
poder público e da própria população, que adota como postura uma indiferença em
relação a esse local fazendo com que o mesmo permaneça ou mesmo piore a sua
condição.
Esses são alguns pontos encontrados do descaso do poder público com a
sociedade rondonopolitana. A Praça dos Carreiros só é limpa, tem suas árvores
podadas e pintadas de cal, quando acontece a Exposição Agropecuária que é quando
a cidade recebe muitos visitantes; depois que o evento se realiza, já não se tem mais
interesse em mantê-la limpa e organizada. Outro descaso encontrado são os
remendos grosseiros feitos no calçamento (feito com pedra portuguesa e por mãos de
profissionais “calceteiros”), que faz com que o local perca mais o seu brilho e sua
identidade. Durante o trabalho de campo realizado na praça, foi possível observar a
conduta da população de rua, de como eles usam e se apropriam desse espaço.
Isso mostra uma forma de territorialidade, quando o recanto vira a sua casa,
ou seja, eles exercem ali certo poder sobre o local, uma apropriação que começa no
coreto, onde eles têm colchonetes, papelões, roupas. O coreto que um dia teve a
função destinada a eventos culturais, hoje se tornou refúgio dos moradores de rua e
serve como dormitório para acolhê-los à noite e abrigo para os dias de chuva. A
presença populacional desses sujeitos marginalizados, além de revelar as
desigualdades sociais, acaba fazendo emergir inúmeros conflitos, de medo e de
tensão. Suas imagens deterioradas, configuradas por vestes sujas, pertences
espalhados pelo chão, mostra a formas de sobrevivência, de um modo geral,
exprimem uma representação de miséria.
O morador de rua adapta seu corpo a essa geografia compressora;
vai se reconfigurando na medida em que o espaço o limita e molda de
forma contingente o extravasamento de suas emoções – raiva,
angústia, euforia, medo, solidão, dor, alegria – na própria mobilidade.
Essa corporalidade pode ser traduzida ora na imobilidade e na
retenção de movimentos, a evitar conflito com transeuntes e caber
nos lugares mínimos para os quais são expulsos, ora ao externar
explosivamente seus gestos, sua fala, sua agressividade, seus
desejos (ROBAÍNA, 2010, p.64).
Esse conjunto de elementos produz uma visão oposta daquilo que o poder
público almeja na disposição paisagística de suas praças, parques, ruas e outros
espaços das áreas centrais das grandes metrópoles. Se as características físicas do
local funcionam com condicionantes, pior ainda quando o poder público dá a sua
parcela de contribuição, o que associado ao comportamento da sociedade gera um
espaço “órfão”, sem proteção e protetor.
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O coreto é uma espécie de ilha (cercado), ou seja, uma ilha diferente é um
espaço de poder de onde eles controlam quem chega e quem sai. De cima o campo
de visão deles é bem amplo, e em torno dessa ilha existe uma dificuldade de acesso,
assim é um ambiente protegido, seguro, ou seja, essa parte da ilha tem pouca
conectividade com o outro lado da rua, o lado esquerdo que está voltado para a Rua
Rio Branco, onde há uma área bem ampla e mais aberta.
A praça tornou-se sim um local onde a marginalização, sujeira e abandono
estão por toda a parte. É importante salientar que a praça é um território consolidado e
é palco de múltiplas territorialidades, e que precisam de cuidados diários, pois são
lugares de passagem voltados para o embelezamento e o ordenamento urbano são
espaços essenciais ao cotidiano das pessoas. Nesse ponto é onde começamos a
introduzir a sintaxe espacial urbano.
A sintaxe urbana forma de análise gestada no campo da arquitetura permite
compreender em parte o processo que ocorre na Praça dos Carreiros. Todo o
arcabouço teórico relativo à territorialidade enfoca muito mais o espaço em relação ao
controle social. Na sintaxe espacial é observado o efeito das características físicas
desse espaço favorecendo ou não um sistema de co-presença, ou seja, o físico
favorecendo ao relacionamento social. Assim essas características levam a mudanças
no comportamento social.
Um espaço impregnado de obstáculos que dificulta o deslocamento e
permanência das pessoas não favorece a interatividade social, muito pelo contrário
favorece o controle territorial por parte de grupos sociais que tentam impor a sua
vontade nesses locais, transformando-o em um lugar, fazendo aqui referência ao
conceito de Yfu-Tuan.
Um exemplo característico desta situação é o controle do espaço por parte de
traficantes de drogas nas favelas do Rio de Janeiro. Qual o porquê de sua instalação
nas favelas, e não de forma extensiva em outros locais. Primeira apresenta-se o
problema de natureza topográfica, que se constitui um empecilho para a maior parte
das pessoas. Segundo é o processo de crescimento e expansão dessas comunidades
ao longo do tempo, criando um emaranhado de vielas e escadarias tortuosas, que
conjuntamente com becos criam ambientes propícios a emboscadas, critérios
utilizados desde os primórdios da sociedade para evitar uma invasão territorial. Os
cânions e fundos de vale sempre se prestaram para esta situação.
No caso da Praça dos Carreiros, a despeito de ser um projeto moderno,
pensado para que a praça exercesse seu papel de um espaço de interatividade, o
próprio modelo urbanístico a converteu em um ambiente que, ao invés de levar a esta
interatividade, permitiu não o controle da sociedade sobre o local, mas sim de grupos
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sociais marginalizados, que viram nos obstáculos físicos uma forma de barreira,
permitindo o controle do espaço.
É lógico ainda afirmar que mudanças culturais e comportamentais da
atualidade, tiraram também da sociedade aquela relação mantida por esta com o
espaço público e a praça em especial, principalmente em praças na região central das
cidades, cujo espaço não é apropriado da mesma forma do que uma praça situada,
por exemplo, em um bairro dormitório ou em um conjunto habitacional, onde as
crianças constituem-se nos indivíduos primordiais no uso desse espaço.
O centro de Rondonópolis a cada ano segrega a residência dessa porção
urbana e, portanto, praticamente inexiste o indivíduo criança, ficando o uso do espaço
cada vez mais restrito. Na Praça dos Carreiros predomina outro tipo de uso, com
predominância quando muito do espaço de passagem para a população como um
todo, ao percorrer o espaço interno à praça para acessar outros locais das quadras
lindeiras, compreendidas pelas avenidas Pedro II, Marechal Rondon, Amazonas e rua
Rio Branco.
A ausência de um deslocamento em diagonal, ligando os vértices da praça,
conforme ocorre na Praça Brasil, permitindo reduzir distâncias, pois a menor distância
entre dois pontos é uma reta, por si só já é um elemento diferencial.
As muretas contornando os canteiros, o calçamento entre as muretas, constituindo-se
em "currais" sem espaço de fuga nas laterais, os espaços de encontro em alguns
pontos da praça acessados através de labirintos, em muito contribuíram para a reação
da sociedade em se utilizar desse espaço. Assim o sistema de co-presença não se
realiza, desfavorecendo a forma de uso para a qual foi à praça projetada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A territorialização da praça aqui é trabalhada num processo sócio espacial,
onde a área da mesma apresenta uma precariedade em seu próprio desenho urbano,
dificultando o acesso devido aos degraus e as muretas dispostas nos canteiros tendo
com isso resultado na invasão dos moradores de rua. A Praça dos Carreiros que se
consolidou como um símbolo para a cidade de Rondonópolis, hoje também é motivo
de preocupação para a população, quando as pessoas procuram não transitar por ela,
nem mesmo sentar em seus bancos, seja para descansar ou apreciar a paisagem
urbana.
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A praça transformou-se no território do medo e da repulsa dos moradores,
assim podemos ver que o controle, a produção e a forma do espaço também influem
no caráter público, na sua gestão.
Portanto, estas territorializações e territorialidades representam, para os
grupos promotores das ações de contenção territorial nos espaços públicos, uma
forma de interferência no desenvolvimento desejado e projetado de cidade idealizada
e “perfeita”.
Contudo, o “deslocar” dessas populações pelos espaços públicos das
grandes metrópoles, de maneira consciente e intencional, reconhecendo os riscos de
períodos e lugares, assim como das potencialidades, cria redes e territórios, é o mais
comprobatório instrumento de quão alta é a capacidade humana frente à condição de
sobrevivência no seu limite.
Estabelecer critérios e variáveis definidoras é uma tarefa árdua e, muitas
vezes, definir o que é ou não população de rua pode inclusive proporcionar uma
verdadeira prisão teórica e analítica. O que podemos ver e sentir em relação à Praça
dos Carreiros é que devido ao seu estado de abandono a praça se encontra hoje
nessas péssimas condições, e os moradores de rua que se encontram hoje na praça
só o fazem por não terem um lugar onde morar.
A utilização de pressupostos básicos de sintaxe urbana à análise foi uma
primeira aproximação de integração da teoria relativa ao território e territorialidade na
análise do espaço urbano, sobretudo quando se busca compreender a dinâmica do
espaço da cidade e o controle territorial exercido por determinados grupos sociais.
Novos estudos devem ser empreendidos e aprofundados para conhecer a totalidade
da problemática existente, não apenas na Praça dos Carreiros, mas nas diversas
porções territoriais do espaço urbano.
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