Jamb Cultura
Foto: Osmar Bustos
Obra pertencente ao acervo da Pinacoteca da APM
Este caderno é parte integrante do Jornal da Associação Médica Brasileira (AMB) – Coordenação: Hélio Barroso dos Reis
Bimestral janeiro/fevereiro de 2011 – nº 7
Caciporé de Sá Continho da Lamare Torres (Araçatuba/SP, 1935). Escultor,
desenhista e professor. Participou da 1ª Bienal Internacional de São Paulo,
frequentou ateliês de escultura de Marino Marini (1901-1980) e Alexander
Calder (1898-1976). Em 1954, estudou história da arte na Sorbonne, Paris,
período em que desenvolve obra de caráter abstracionista. Passa a construir formas maciças orgânicas e geométricas, utilizando peças metálicas
de aparência industrial, como o aço, o bronze e o ferro. Muitas dessas
esculturas são feitas em grandes dimensões e integram museus e espaços
públicos de diversas cidades no Brasil e no exterior. Tem um extenso currículo, com exposições nas Bienais de São Paulo e de Veneza, bem como
exposições em Roma, Suíça, Iraque, Venezuela, Estados Unidos, Austrália,
entre outras. Suas esculturas são chocantes e intrigantes, com refinadíssimo senso estético.
Autor: Caciporé Torres
Título: Bastão de Esculápio
Dimensões: 230 x 150 x 60 cm
Técnica: Aço inox soldado
Ano: 2009
Boa Leitura
Q
ue tal o ano novo começar com uma ótima
notícia?
Sim, é verdade. O Departamento Cultural da
AMB está organizando um inesquecível passeio turístico à Grécia. Será uma viagem com enfoque na história
da medicina, ou seja, uma visita para apreciar o país de
Hipócrates e do santuário de Asklépios.
Hipócrates nasceu na ilha de Cós (Kos) no ano de 460
a.C. Com aguçado senso clínico, imortalizou-se por seus
aforismas e pelo sempre belo e atual juramento – o Juramento de Hipócrates. Por haver dedicado sua vida a curar
enfermos, Hipócrates de Cós é mundialmente reconhecido como o “Pai da Medicina”.
A medicina também tem um deus e esse se chama Asklépios (Esculápio). Filho de Apolo e da ninfa Coronis, Asklépios
nasceu de uma cesariana e foi educado pelo centauro Quíron,
figura mitológica com metade homem, metade animal.
A ilha de Cós é a segunda maior ilha do Dodecaneso,
arquipélago de doze ilhas gregas dispostas no mar Egeu.
Nela, o turista visita a Praça do Plátano (Platanus orientalis), árvore sob cuja sombra, segundo reza a história,
Hipócrates atendia às consultas de seus pacientes.
Não muito distante dali, estão as ruínas do complexo
de Asklépios, um magnífico santuário escalonado, consagrado ao deus da medicina.
Como se não bastasse a ilha de Cós, a viagem também
inclui um passeio pelas cidades de Corinto e Atenas, a
capital da Grécia, com direito a uma subida à Acrópole e
uma visita ao monumental Partenon, o lindíssimo templo
dedicado à Atena, a deusa da sabedoria.
Por fim, destaco o passeio à romântica ilha de Santorini, considerada, se não a mais bela do mundo, a mais
charmosa ilha do mar Mediterrâneo. Essa é uma ilha
vulcânica que chama a atenção por abrigar, na borda
íngreme do que restou da cratera, muitos hotéis e casinhas
todas brancas com reluzentes telhados azuis em forma de
cúpula. O por do sol visto do alto da ilha é imperdível.
O JAMB Cultural deseja-lhe uma boa viagem.
Armando José China de Bezerra, Cirurgião Pediatra, Membro do Conselho Editorial do JAMB CULTURA, Brasília/DF
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Jamb Cultura
Crônica
A
Jamais Faça Promessa
migos há anos, viajaram para São Paulo. Em
Congonhas, com pouca bagagem, dirigiram-se
a um dos bares para tomar cafezinho. Segundo
um deles, “para fumar o último cigarro”, um dos grandes prazeres de sua vida. Depois de duas operações de
ponte de safena, feitas com o intervalo de oito anos,
contrariando recomendações médicas, sempre fumara.
E se defendia, cheio de razão.
- As inúmeras caminhadas que fiz na vida encheram
meu coração de vasos colaterais. Um cigarro a mais ou a
menos não me faz mal.
De táxi, rumaram para o Instituto do Coração, o
famoso INCOR. Sem nenhum percalço para internar, em
poucos minutos chegaram ao apartamento reservado.
Depois de examinado por médico residente, que
completou o prontuário, soube estar com muita secreção pulmonar (ele vai dizer que é do cigarro, com certeza) e que esta constatação atrasaria a operação...talvez
em uma semana (Não vou esperar este tempo todo).
Era terça-feira. Enchendo-se de razão, procurou argumentar que se submeteria a qualquer tipo de tratamento
pré-operatório para agilizar o ato cirúrgico. O jovem
médico limitou-se a dizer:
- No momento certo, o senhor será operado.
Eu estava mesmo gripado antes de vir... agora sou
obrigado a esperar...
- Uma mulher! E eu nesta situação. O que a senhora
(preciso manter o respeito) pretende fazer?
- Senhorita. Tricotomia de corpo inteiro!
- A senhora... senhorita, vai me raspar por inteiro?
Tudo, mesmo?
- É a rotina, doutor.
- A lâmina é nova?
O acompanhante, não querendo ser um expectador
privilegiado daquela cena, deixou o apartamento e foi
para o Morumbi.
Na manhã seguinte, às 6 horas, ajudou a empurrar
a maca do amigo até o centro cirúrgico, estimulando-o
com palavras de carinho e apoio. Depois dirigiu-se ao
vestiário. Quando se preparava para trocar de roupa,
chegou o famoso cirurgião que realizaria a parte principal da operação, a quem cumprimentou efusivamente.
Sem se trocar, foi convidado para ir a uma sala contígua.
Nela, o cirurgião passou o filme, no qual se via a situação das coronárias. Após alguns comentários, o cirurgião perguntou de maneira incisiva:
Às 10 da noite, o acompanhante se despediu e foi se
hospedar na casa de um grande amigo, no Morumbi.
- Doutor, o senhor acha que vale a pena operar o
seu amigo? Será que valerá o nosso esforço...da equipe
toda...e dele próprio?
Durante o resto da semana, sempre com a presença
do amigo, o paciente recebeu a visita de vários médicos e foi submetido a exames e a procedimentos para
acabar com a secreção pulmonar.
- Veja bem! Ele já fez duas operações nas coronárias
e continuou fumando. Acho que será mais um sofrimento para ele e um trabalho infrutífero para nós.
No domingo, à tarde, soube que a operação seria
realizada na manhã seguinte, segunda-feira. Passou o
dia com revelada ansiedade. À noite, recebeu a visita
de uma anestesista. Com o prontuário na mão, a jovem
médica iniciou o interrogatório habitual e foi aprofundando a pesquisa. Tudo ia bem, até o momento em que,
como rotina, ela perguntou:
- O senhor fuma?
- Não!
- Já fumou?
- Sim!
- Quando parou de fumar?
- Na última terça-feira!
A médica, mostrando-se irritada, fechou o prontuário, fulminou o paciente com olhar incrédulo, balançou
a cabeça e sumiu.
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Em seguida, apareceu uma simpática técnica-deenfermagem, dizendo ter recebido ordem para fazer a
tricotomia.
- Desculpe, mas não estou entendendo!
- Não, professor, não... desta vez eu garanto. Ele está
consciente. Eu prometo que ele jamais colocará um
cigarro na boca.
A operação foi realizada com sucesso. Depois de um
pós-operatório prolongado, obteve alta e voltou para
casa. Passados alguns meses, numa manhã de sextafeira, chegou ao hospital onde trabalha, sorrindo, com
um cigarro na boca e o maço no bolso. O amigo acompanhante, ao mesmo tempo triste e puto da vida com
a inesperada apresentação, levantou-se e recordou ao
“delinquente”.
- E a promessa, pombas?
- A promessa foi tua, não minha!
Murillo Ronald Capella, Cirurgião Pediatra
Florianópolis/SC
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E
Diacuí
Desta maneira, o presidente da República Getúlio Vargas autorizou a “Marcha para o Oeste”, com
a aventura entitulada “Expedição Rocador-Xingu”.
Havia também um interesse militar no auge da Segunda Guerra, facilitando o eixo Nova York, Manaus e
Rio de Janeiro.
De forma epopéica, trilhas foram abertas a corte
de facão em direção ao Norte. Floresta densa, malária, acidentes e mortes foram obstáculos previsíveis.
E índios, muitos índios nativos que nunca haviam
entrado em contato com o homem branco. Apesar
de inúmeros ataques de Xavantes, o grupo tinha um
lema herdado da “Comissão Rondon” : Morrer, se for
preciso, matar, nunca!
Meses se passaram. A marcha continuava avançando até que em 1946, três anos do início dos sertanistas
partirem do Rio Janeiro, 23 jovens, fortes e animados,
haviam explorado 250 kilômetros de matas virgens.
Em outubro do mesmo ano o grupo foi abordado por inúmeros selvagens nus e pintados de vermelho. Kalapalos. Por sorte, índios amigos. Não tardou
para a confiança tomar conta do receio e o cacique
dos Kalapalos ordenar a festa. Troca de mimos entre
guerreiros selvagens e homens brancos.
Entre os homens brancos, Ayres Câmara Cunha,
apaixonado pela floresta e pelo estilo de vida do sertanejo; entre os índios, Diacuí, uma adolescente virginal, inocente e de uma pureza ambiental. Nasce um
amor incontrolável entre os dois e a vontade de se
construir uma nova família. Entre branco e índia.
O que poderia parecer algo simples e natural se
transformou num evento nacional. Darcy Ribeiro e
Eduardo Galvão, etnólogos do governo, foram enviados para convencer Ayres a desistir do absurdo casamento, mesmo porque o Conselho Nacional de Proteção aos Índios jamais permitiria tal investida. Com
certeza não havia amor, mas sim interesse em terras e
ouro por parte do sertanejo.
O presidente da República, ministros e toda a
imprensa nacional acabaram envolvidos no caso
de amor.
Não importa! O cacique havia autorizado e não
haveria lei que impedisse esse amor.
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Ilustração: Vanderlei Zalochi
m 6 de agosto de 1943, partia do Rio de Janeiro
uma expedição ao ponto extremo da civilização brasileira, o sertão do Araguaia. Era ali que
o país litorâneo terminava. A missão dos sertanejos
era chegar a Manaus, através de picadas na mata, e
ao longo do percurso instalar pistas de pouso para
pequenos aviões. Assim, a colonização em direção
ao interior do país se tornaria uma realidade. Além
disso, a exploração mineral era alvo de atenção.
Em 14 de novembro de 1952, os noivos e parte da
tribo desembarcaram no Rio de Janeiro, onde uma
recepção digna de reis, os esperavam. Nunca se viu
tanta gente no Aeroporto Santos Dumont. Aplausos,
flashes e uma multidão incontrolada para conhecer
os noivos. O “casa-não-casa” virou polêmica nacional. Revistas, jornais e rádios falavam continuamente
sobre o assunto.
O Conselho votou por seis votos contra um pelo
não casamento, mas a pressão social e as leis falaram
mais alto. E na tarde de 29 de novembro de 1952, nada
menos que o senhor Assis Chateaubriand, um dos
abraçadores da causa, entra na Igreja da Candelária
conduzindo Diacuí pelo braço em direção ao altar. A
Praça Pio X estava lotada de curiosos e apoiadores do
evento. Com certeza, nenhuma donzela da high society do Brasil, até então, havia vivido um casamento tão
glamouroso.
Acabadas as badalações do evento, os noivos
retornam à tribo. A floresta era o local escolhido para
se viver. Logo no primeiro ano, Diacuí engravida e
seu ventre cresce a cada mês.
Ayres continua trabalhando para o governo e
apesar do parto se aproximar, ele é convocado para
uma breve viagem de trabalho, que duraria alguns
dias. Neste período o bebê nasce. Uma menina,
Diacuizinha. No quarto dia após o nascimento,
o pai regressou da viagem, quando finalmente
conheceu a filha.
- E a Diacuí? Onde ela está? – Ayres, perguntou
assustado.
Diacuí morrera no parto e fora enterrada com
honras indígenas, enrolada na própria rede e colocada
numa cova ao lado dos caciques da tribo, no centro da
aldeia. Pelo homem branco foi colocada apenas uma
cruz de madeira onde se lê: “Diacuí - 10-8-1953”.
Sabe-se que a Diacuizinha foi criada pela mãe do
sertanista na cidade de Uruguaina no Rio Grande do
Sul, e, se estiver viva, terá hoje 58 anos.
Gilson Barreto, Cirurgião Geral
Campinas/SP
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Stock Photo
Jamb Cultura
As Musas de Londres
Londres, Nova York e Paris são, talvez, as cidades que mais atraem turistas. Só que em Londres eles
parecem mais numerosos. Chegam de todas as partes
do mundo, falam as mais variadas línguas e, à exceção dos povos islâmicos e de alguns países da África,
usam roupas comuns; todos se parecem no seu modo
de trajar ao se misturarem com os londrinos.
Porém, de quando em vez, elas surgem: mulheres
jovens, lindas, cabelo alinhado, maquiagem suave,
caminhar elegante, roupas bem talhadas. Geralmente
usam saltos de médio a alto e seus calçados fogem da
monotonia simplória dos turistas. O local mais corriqueiro de encontrá-las é nas estações centrais de trem.
E a minha preferida é a Victoria Station.
Quem são elas? É difícil dizer, pois não falam;
apenas desfilam. O olhar é enigmático, impessoal,
mergulhado num mundo diferente e só delas. Podem
ser inglesas, francesas, italianas ou indianas. Podem
ser requintadas turistas ou apenas pessoas morando e trabalhando em Londres, como a loura esbelta,
com um coque provocante, vestindo casaco longo e
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arrastando uma pequena mala de viagem, que bem
poderia ser turista ou, então, alguma secretária executiva de passagem pela cidade; alguém diferente, que se
sobressai ao burburinho de pessoas mecanizadas, indo
e vindo, numa mesmice cansativa.
Sentar na estação de trem, sorvendo um café
expresso, observando pessoas...
Lembrei-me do Vinicius de Morais, com a sua Garota
de Ipanema, ao me deparar com uma jovem de feições
saxônias, mas pele cor de cuia, certamente uma mixagem de DNAs, com um dos pés na África. Trajava vestido
longo estampado, colado ao corpo escultural, envolta por
um belo xale, deixando a vista somente o rosto perfeito e
os pés com sandálias de couro. Tive vontade de pará-la e
fotografá-la. Mas, contive o impulso e deixei-a seguir seu
caminho solitário, registrando a imagem na galeria das
musas de Londres, guardada, apenas, na memória.
José Antonio Grings, Cardiologista
Alegrete/RS
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A
O que é a Abrames?
Academia Brasileira de Médicos Escritores (Abrames) é o único silogeu
literário formado exclusivamente por
médicos que se conhece no mundo, entidade
essa, infelizmente, desconhecida pela maioria
de seus pares.
Idealizada por Mateus Vasconcelos,
ex-presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (Sobrames),
foi fundada por Marco Aurélio Caldas
Barbosa no anfiteatro Miguel Couto do
Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia, na cidade do Rio de Janeiro, propositadamente, no dia 17 de novembro de 1987 – dia e mês
de nascimento de seu patrono – Manuel Antônio de
Almeida (1831-1861), médico, jornalista, cronista,
romancista, crítico literário e também patrono da
cadeira número 28 da Academia Brasileira de Letras.
A instalação do sodalício ocorreu na memorável
noite de 26 de maio de 1989, em sessão de gala no
Palácio da Cultura Gustavo Capanema, igualmente
na cidade do Rio de Janeiro, efeméride essa documentada, resgatada e regravada em DVD.
A Abrames compõe-se de 50 cadeiras, em que se
predomina o princípio da vitaliciedade modificado,
admitindo, desde o seu primeiro Estatuto, em 1987,
a condição de membro emérito, quando, sob certas
circunstâncias, ocorre a vacância da cadeira sem que
o titular perca a sua condição de acadêmico.
Os patronímicos das 50 cadeiras da Abrames
foram ilustres médicos escritores brasileiros, sendo
que 23 deles pertenceram à vetusta Academia Nacional de Medicina; 16 tiveram seus nomes ligados à
glamorosa Academia Brasileira de Letras; e, outros,
vínculos com igualmente notáveis entidades, tais
como Academia Brasiliense de Letras, Academia
Carioca de Letras, Academia Caxambuense de
Letras, Academia Cearense de Letras, Academia Cristã de Letras, Academia de Medicina de Buenos Aires, Academia de Medicina de Nova York, Academia de Medicina
de Paris, Academia de Medicina de São
Paulo, Academia das Ciências de Lisboa,
Academia Fluminense de Letras, Academia Fluminense de Medicina, Academia
Paulista de Letras, Academia Luso-Brasileira de Letras, Academia Mato-Grossense de Letras, Academia Mineira de Letras,
Academia Petropolitana de Letras, Academia
Pontifícia das Ciências, dentre diversas outras.
Há uma só patronesse, Francisca Praguer Fróes,
patronímica da cadeira número 24.
Transcorridos 23 anos de existência da Abrames, encontram-se ainda entre nós apenas 18
de seus 50 membros fundadores. Nesse período,
houve 11 mandatos de dois anos cada, sendo seus
presidentes, em ordem cronológica: Marco Aurélio
Caldas Barbosa, Tito de Abreu Fialho, Júlio Arantes
Sanderson de Queiroz, Jorge Picanço Siqueira, Zilda
Cormack, Abilio Kac, Daniel Pinheiro Hernandez e
Juçara Regina Viégas Valverde.
Ademais, dentre tantos fatos e curiosidades, têmse que apenas três acadêmicos até agora tiveram a
honra de ser oradores oficiais; que o acadêmico Luiz
Gondim de Araújo Lins esteve presente em todas as
diretorias, ocupando em seis gestões a vice-presidência; e que os mais jovens membros a adentrarem
na imortalidade da Abrames foram: Helio Begliomini (34 anos), Josyanne Rita de Arruda Franco (37
anos) e Janine Cynamon Ajzman (39 anos).
Helio Begliomini, Urologista
São Paulo/SP
Literatura
O livro “Jamais Faça Promessa”, da Editora Unisul, escrito pelo médico e professor Murillo Capella recebeu prêmio
pela melhor publicação do ano de 2010 na categoria crônica, segundo a Acadêmica Catarinense de Letras. Anualmente, são
concedidos prêmios a obras em primeira edição de autores catarinenses, acadêmicos ou não, nas categorias ensaio, história,
romance, conto, crônica e poesia – além do Othon Gama d’Eça, para o conjunto da obra de escritores do Estado. Em “Jamais
Faça Promessa”, Capella escreve histórias a respeito da sua profissão, do esporte, dos boêmios e das famílias. Com um estilo
bem-humorado e cativante, o escritor faz parte hoje do grupo dos melhores cronistas de Santa Catarina. A crônica que dá
nome ao livro está publicada nesta edição do JAMB CULTURA, pág. 50.
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Jamb Cultura
Espaço poético
Acróstico
Juntando arte e ciência,
Apoiando os talentos.
Médicos, com sapiência,
Brincando com os pensamentos.
Corporativo e erudito,
Universo escultural.
Lirismo bom e bonito.
Temática cultural.
Um espaço literário,
Remédio ao nosso fadário,
Alma leve e inspiração.
A bandeira é a saúde,
Mas seu time de virtude.
Brilha com brio e emoção!!!
Acróstico em forma de soneto, com versos de 7 sílabas
métricas (em redondilho maior), para o JAMB CULTURA
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Libertas Quae
Sera Tamen
Força que pulsa e flui,
Arrebenta as cadeias,
Rompe as amarras.
Liberta-te espírito,
Livra-te da limitação.
Antes te contraías,
Agora, desenvolve,
Destrói a noite escura,
Expande na luz!
A tua musculatura te conduz.
Segue a respiração,
Parte para a ação,
E cala-te.
Teu pensamento não auxilia,
Atrapalha.
O pulsátil presente é maior que qualquer discurso,
Força e luz em ondas a ele vem.
No corpo, a palpitação emocional que retorce,
No corpo, a vibração que arregaça.
A cura para teus males aqui está,
É a criança em teu ventre,
É a força que nasce em tua vida.
Este mundo já segue seu curso próprio,
Entrega-te a ele, pois é dor tudo querer saber.
Toscas, pobres são as palavras diante da vida.
Escuta! Em silêncio, escuta...
Fica quieto, e presta atenção!
Nova dança se inicia, segue seu rumo,
Deixe a vida te levar e terás prazer.
E presta atenção na dança do momento,
E toda a dor poderás então esquecer.
Arnóbio Moreira Félix, Ortopedistra e Traumatologista
Paulo André Machado Borges, Psiquiatra e Psicanalista
Belo Horizonte/MG
Campo Grande/MS
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Espaço poético
Memória
Quando de ti me recordo
Sinto que levaste parte de mim
Quando a lembrança
me acodem os pedaços
pela vida afora espraiados
É de ti que me recordo
Já que, também tú,
levaste um fragmento de mim.
Quando revejo
rios, planícies, quartos,
uma mobília, um vaso de gerânios,
um jardim, uma aurora,
um poente,
uma luz mortiça que se filtra
pela janela ao nascer do sol.
Recordo que são
esvoaçantes pedaços
do que fui quando em ti me perdi.
Uruguaiana, 28 de dezembro de 1986
Ageu Tenório Costa, Ginecologista e Obstetra
I Concurso
Nacional de Contos e
Crônicas da AMB
Já estão abertas as inscrições para o I Concurso Nacional de Contos e Crônicas. Os interessados
deverão enviar os trabalhos até o dia 30 de abril
de 2011 para a sede da AMB, na rua São Carlos do
Pinhal, 324, em São Paulo – SP, CEP 01333-903,
aos cuidados do Departamento Cultural.
A participação é gratuita, restrita aos associados da Associação Médica Brasileira, que poderão
inscrever somente um trabalho por modalidade,
com tema livre e inédito, assinado obrigatoriamente por pseudônimo. Os textos devem ser de
no máximo duas páginas digitadas, enviados em
cinco cópias em envelope único, legível, também
identificado por pseudônimo.
Outras informações sobre as inscrições, regras
do concurso e premiação poderão ser obtidas pelo
e-mail [email protected] ou pelo site www.
amb.org.br.
Sapucaia do Sul/RS
I CONCURSO NACIONAL DE CONTOS E CRÔNICAS DA AMB
FICHA DE INSCRIÇÃO
Atenção: Esta ficha deve ser preenchida em letra de forma.
NOME COMPLETO:..............................................................................................................................................................................................................................................................
SEXO:................................................................................................................................................ DATA DE NASCIMENTO:.......................................................................................
Nº CRM:........................................................................................................................................... ESPECIALIDADE:......................................................................................................
ENDEREÇO COMPLETO:....................................................................................................................................................................................................................................................
CEP:............................................................................... CIDADE:.....................................................................................................ESTADO:...................................................................
TELEFONE RES.: ( ).................................................................................................. CELULAR: ( )...............................................................................................................................
PSEUDÔNIMO:.......................................................................................................................................................................................................................................................................
NOME DO TRABALHO: . ....................................................................................................................................................................................................................................................
CATEGORIA: ..........................................................................................................................................................................................................................................................................
Estou ciente do regulamento e autorização a publicação do trabalho, por tempo indeterminado, sem ônus para a Associação Médica Brasileira.
Assinatura do Escritor
Associação Médica Brasileira – Rua São Carlos do Pinhal, 324 – CEP: 01333-903 – São Paulo – SP – Brasil | A/c Departamento Cultural –Contatos: [email protected] / (11) 6535.1002
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Jamb Cultura
Dicas Culturais
Viagem cultural à
Grécia
O roteiro inclui passagem, três noites em Atenas, com
passeio noturno, show folclórico, sítios arqueológicos e
city tour em Acrópole de Atenas, Teatro de Dionísio,
Parlamento Grego, Túmulo do Soldado Desconhecido,
Universidade de Atenas, Biblioteca Nacional e Academia de Atenas, Arco de Adriano e Canal de Corinto; e
mais duas noites na Ilha de Santorini e outras duas na
Ilha de Kos. Esta última, a segunda maior ilha do Dodecaneso, é conhecida por ser o berço do pai da Medicina,
Hipócrates, nascido naquele local. Durante o passeio,
serão conhecidas as ruínas do complexo de Asklepion,
construído após a sua morte, ruínas helênicas e romanas, e a famosa Praça do Plátano, sob a sombra do qual
Hipócrates lecionava medicina.
A viagem foi planejada para aproveitar o feriado da
Semana Santa, com saída em 15 de abril e retorno no
dia 24, guiada por especialistas em história grega. Mais
informações sobre o roteiro, tarifas e hospedagem nos
telefones (11) 3337-6991 ramal 22, (11) 9904.3736 ou
pelo e-mail: [email protected].
Colaboração
O JAMB Cultura é um espaço aberto que estimula
a literatura e valoriza as manifestações culturais do
Brasil. Para isso, convidamos os médicos a enviar artigos,
crônicas, poesias, textos sobre cultura e história da
Medicina para o Conselho Editorial.
A/C Hélio Barroso dos Reis (Diretor Cultural): Rua São
Carlos do Pinhal, 324 – Bela Vista – São Paulo/SP CEP: 01333-903 - ou pelo e-mail: [email protected]
Participe e colecione!
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4) o material será apreciado pelos membros do Conselho
Editorial antes de sua publicação.
5) ao enviar ao Conselho, informar autorização de
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6) Assinar o artigo com: nome, especialidade, cidade,
estado e endereço para correspondência.
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Edição Bimestral | janeiro e fevereiro de 2011
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Coordenador e Diretor Cultural: Hélio Barroso dos Reis
Diretor de Comunicações: Elias Fernando Miziara
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Carlos David Araújo Bichara (Belém/PA - região Norte)
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Giovanni Guido Cerri (São Paulo/SP – região Sudeste)
Guido Arturo Palomba (São Paulo/SP – região Sudeste)
Hélio Barroso dos Reis (Vitória/ES – região Sudeste)
José Luiz Gomes do Amaral (São Paulo/SP – região Sudeste)
Acrópole com o Partenon no topo, em Atenas
Murillo Ronald Capella (Florianópolis/SC – região Sul)
Roque Andrade (Salvador/BA – região Nordeste)
Erramos
Na edição anterior, nº 6, pág. 43, as grafias corretas de duas palavras são: grassa em lugar de graça e
vesânia em lugar de vezânia. Quando o autor, Dr.
Guido A. Palomba, alertou a redação para as correções, o Jamb já estava em processo de impressão.
Pedimos desculpas ao autor e aos nossos leitores.
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Yvonne Capuano (São Paulo/SP – região Sudeste)
Apoio cultural: Departamento de Comunicações da AMB
Assessoria em Comunicação e Cultura: Flávia Negrão
Projeto Editorial: Sollo Comunicação
Revisão: Natália Cesana
O Jamb Cultura somente publica matérias assinadas, as quais não são de responsabilidade
da Associação Médica Brasileira
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