Jamb Cultura Foto: Osmar Bustos Obra pertencente ao acervo da Pinacoteca da APM Este caderno é parte integrante do Jornal da Associação Médica Brasileira (AMB) – Coordenação: Hélio Barroso dos Reis Bimestral janeiro/fevereiro de 2011 – nº 7 Caciporé de Sá Continho da Lamare Torres (Araçatuba/SP, 1935). Escultor, desenhista e professor. Participou da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, frequentou ateliês de escultura de Marino Marini (1901-1980) e Alexander Calder (1898-1976). Em 1954, estudou história da arte na Sorbonne, Paris, período em que desenvolve obra de caráter abstracionista. Passa a construir formas maciças orgânicas e geométricas, utilizando peças metálicas de aparência industrial, como o aço, o bronze e o ferro. Muitas dessas esculturas são feitas em grandes dimensões e integram museus e espaços públicos de diversas cidades no Brasil e no exterior. Tem um extenso currículo, com exposições nas Bienais de São Paulo e de Veneza, bem como exposições em Roma, Suíça, Iraque, Venezuela, Estados Unidos, Austrália, entre outras. Suas esculturas são chocantes e intrigantes, com refinadíssimo senso estético. Autor: Caciporé Torres Título: Bastão de Esculápio Dimensões: 230 x 150 x 60 cm Técnica: Aço inox soldado Ano: 2009 Boa Leitura Q ue tal o ano novo começar com uma ótima notícia? Sim, é verdade. O Departamento Cultural da AMB está organizando um inesquecível passeio turístico à Grécia. Será uma viagem com enfoque na história da medicina, ou seja, uma visita para apreciar o país de Hipócrates e do santuário de Asklépios. Hipócrates nasceu na ilha de Cós (Kos) no ano de 460 a.C. Com aguçado senso clínico, imortalizou-se por seus aforismas e pelo sempre belo e atual juramento – o Juramento de Hipócrates. Por haver dedicado sua vida a curar enfermos, Hipócrates de Cós é mundialmente reconhecido como o “Pai da Medicina”. A medicina também tem um deus e esse se chama Asklépios (Esculápio). Filho de Apolo e da ninfa Coronis, Asklépios nasceu de uma cesariana e foi educado pelo centauro Quíron, figura mitológica com metade homem, metade animal. A ilha de Cós é a segunda maior ilha do Dodecaneso, arquipélago de doze ilhas gregas dispostas no mar Egeu. Nela, o turista visita a Praça do Plátano (Platanus orientalis), árvore sob cuja sombra, segundo reza a história, Hipócrates atendia às consultas de seus pacientes. Não muito distante dali, estão as ruínas do complexo de Asklépios, um magnífico santuário escalonado, consagrado ao deus da medicina. Como se não bastasse a ilha de Cós, a viagem também inclui um passeio pelas cidades de Corinto e Atenas, a capital da Grécia, com direito a uma subida à Acrópole e uma visita ao monumental Partenon, o lindíssimo templo dedicado à Atena, a deusa da sabedoria. Por fim, destaco o passeio à romântica ilha de Santorini, considerada, se não a mais bela do mundo, a mais charmosa ilha do mar Mediterrâneo. Essa é uma ilha vulcânica que chama a atenção por abrigar, na borda íngreme do que restou da cratera, muitos hotéis e casinhas todas brancas com reluzentes telhados azuis em forma de cúpula. O por do sol visto do alto da ilha é imperdível. O JAMB Cultural deseja-lhe uma boa viagem. Armando José China de Bezerra, Cirurgião Pediatra, Membro do Conselho Editorial do JAMB CULTURA, Brasília/DF J a m b C u l t u r a 2011; 1(7): 49-56 49 Jamb Cultura Crônica A Jamais Faça Promessa migos há anos, viajaram para São Paulo. Em Congonhas, com pouca bagagem, dirigiram-se a um dos bares para tomar cafezinho. Segundo um deles, “para fumar o último cigarro”, um dos grandes prazeres de sua vida. Depois de duas operações de ponte de safena, feitas com o intervalo de oito anos, contrariando recomendações médicas, sempre fumara. E se defendia, cheio de razão. - As inúmeras caminhadas que fiz na vida encheram meu coração de vasos colaterais. Um cigarro a mais ou a menos não me faz mal. De táxi, rumaram para o Instituto do Coração, o famoso INCOR. Sem nenhum percalço para internar, em poucos minutos chegaram ao apartamento reservado. Depois de examinado por médico residente, que completou o prontuário, soube estar com muita secreção pulmonar (ele vai dizer que é do cigarro, com certeza) e que esta constatação atrasaria a operação...talvez em uma semana (Não vou esperar este tempo todo). Era terça-feira. Enchendo-se de razão, procurou argumentar que se submeteria a qualquer tipo de tratamento pré-operatório para agilizar o ato cirúrgico. O jovem médico limitou-se a dizer: - No momento certo, o senhor será operado. Eu estava mesmo gripado antes de vir... agora sou obrigado a esperar... - Uma mulher! E eu nesta situação. O que a senhora (preciso manter o respeito) pretende fazer? - Senhorita. Tricotomia de corpo inteiro! - A senhora... senhorita, vai me raspar por inteiro? Tudo, mesmo? - É a rotina, doutor. - A lâmina é nova? O acompanhante, não querendo ser um expectador privilegiado daquela cena, deixou o apartamento e foi para o Morumbi. Na manhã seguinte, às 6 horas, ajudou a empurrar a maca do amigo até o centro cirúrgico, estimulando-o com palavras de carinho e apoio. Depois dirigiu-se ao vestiário. Quando se preparava para trocar de roupa, chegou o famoso cirurgião que realizaria a parte principal da operação, a quem cumprimentou efusivamente. Sem se trocar, foi convidado para ir a uma sala contígua. Nela, o cirurgião passou o filme, no qual se via a situação das coronárias. Após alguns comentários, o cirurgião perguntou de maneira incisiva: Às 10 da noite, o acompanhante se despediu e foi se hospedar na casa de um grande amigo, no Morumbi. - Doutor, o senhor acha que vale a pena operar o seu amigo? Será que valerá o nosso esforço...da equipe toda...e dele próprio? Durante o resto da semana, sempre com a presença do amigo, o paciente recebeu a visita de vários médicos e foi submetido a exames e a procedimentos para acabar com a secreção pulmonar. - Veja bem! Ele já fez duas operações nas coronárias e continuou fumando. Acho que será mais um sofrimento para ele e um trabalho infrutífero para nós. No domingo, à tarde, soube que a operação seria realizada na manhã seguinte, segunda-feira. Passou o dia com revelada ansiedade. À noite, recebeu a visita de uma anestesista. Com o prontuário na mão, a jovem médica iniciou o interrogatório habitual e foi aprofundando a pesquisa. Tudo ia bem, até o momento em que, como rotina, ela perguntou: - O senhor fuma? - Não! - Já fumou? - Sim! - Quando parou de fumar? - Na última terça-feira! A médica, mostrando-se irritada, fechou o prontuário, fulminou o paciente com olhar incrédulo, balançou a cabeça e sumiu. 50 Em seguida, apareceu uma simpática técnica-deenfermagem, dizendo ter recebido ordem para fazer a tricotomia. - Desculpe, mas não estou entendendo! - Não, professor, não... desta vez eu garanto. Ele está consciente. Eu prometo que ele jamais colocará um cigarro na boca. A operação foi realizada com sucesso. Depois de um pós-operatório prolongado, obteve alta e voltou para casa. Passados alguns meses, numa manhã de sextafeira, chegou ao hospital onde trabalha, sorrindo, com um cigarro na boca e o maço no bolso. O amigo acompanhante, ao mesmo tempo triste e puto da vida com a inesperada apresentação, levantou-se e recordou ao “delinquente”. - E a promessa, pombas? - A promessa foi tua, não minha! Murillo Ronald Capella, Cirurgião Pediatra Florianópolis/SC J a m b C u l t u r a 2011; 1(7): 49-56 E Diacuí Desta maneira, o presidente da República Getúlio Vargas autorizou a “Marcha para o Oeste”, com a aventura entitulada “Expedição Rocador-Xingu”. Havia também um interesse militar no auge da Segunda Guerra, facilitando o eixo Nova York, Manaus e Rio de Janeiro. De forma epopéica, trilhas foram abertas a corte de facão em direção ao Norte. Floresta densa, malária, acidentes e mortes foram obstáculos previsíveis. E índios, muitos índios nativos que nunca haviam entrado em contato com o homem branco. Apesar de inúmeros ataques de Xavantes, o grupo tinha um lema herdado da “Comissão Rondon” : Morrer, se for preciso, matar, nunca! Meses se passaram. A marcha continuava avançando até que em 1946, três anos do início dos sertanistas partirem do Rio Janeiro, 23 jovens, fortes e animados, haviam explorado 250 kilômetros de matas virgens. Em outubro do mesmo ano o grupo foi abordado por inúmeros selvagens nus e pintados de vermelho. Kalapalos. Por sorte, índios amigos. Não tardou para a confiança tomar conta do receio e o cacique dos Kalapalos ordenar a festa. Troca de mimos entre guerreiros selvagens e homens brancos. Entre os homens brancos, Ayres Câmara Cunha, apaixonado pela floresta e pelo estilo de vida do sertanejo; entre os índios, Diacuí, uma adolescente virginal, inocente e de uma pureza ambiental. Nasce um amor incontrolável entre os dois e a vontade de se construir uma nova família. Entre branco e índia. O que poderia parecer algo simples e natural se transformou num evento nacional. Darcy Ribeiro e Eduardo Galvão, etnólogos do governo, foram enviados para convencer Ayres a desistir do absurdo casamento, mesmo porque o Conselho Nacional de Proteção aos Índios jamais permitiria tal investida. Com certeza não havia amor, mas sim interesse em terras e ouro por parte do sertanejo. O presidente da República, ministros e toda a imprensa nacional acabaram envolvidos no caso de amor. Não importa! O cacique havia autorizado e não haveria lei que impedisse esse amor. J a m b C u l t u r a 2011; 1(7): 49-56 Ilustração: Vanderlei Zalochi m 6 de agosto de 1943, partia do Rio de Janeiro uma expedição ao ponto extremo da civilização brasileira, o sertão do Araguaia. Era ali que o país litorâneo terminava. A missão dos sertanejos era chegar a Manaus, através de picadas na mata, e ao longo do percurso instalar pistas de pouso para pequenos aviões. Assim, a colonização em direção ao interior do país se tornaria uma realidade. Além disso, a exploração mineral era alvo de atenção. Em 14 de novembro de 1952, os noivos e parte da tribo desembarcaram no Rio de Janeiro, onde uma recepção digna de reis, os esperavam. Nunca se viu tanta gente no Aeroporto Santos Dumont. Aplausos, flashes e uma multidão incontrolada para conhecer os noivos. O “casa-não-casa” virou polêmica nacional. Revistas, jornais e rádios falavam continuamente sobre o assunto. O Conselho votou por seis votos contra um pelo não casamento, mas a pressão social e as leis falaram mais alto. E na tarde de 29 de novembro de 1952, nada menos que o senhor Assis Chateaubriand, um dos abraçadores da causa, entra na Igreja da Candelária conduzindo Diacuí pelo braço em direção ao altar. A Praça Pio X estava lotada de curiosos e apoiadores do evento. Com certeza, nenhuma donzela da high society do Brasil, até então, havia vivido um casamento tão glamouroso. Acabadas as badalações do evento, os noivos retornam à tribo. A floresta era o local escolhido para se viver. Logo no primeiro ano, Diacuí engravida e seu ventre cresce a cada mês. Ayres continua trabalhando para o governo e apesar do parto se aproximar, ele é convocado para uma breve viagem de trabalho, que duraria alguns dias. Neste período o bebê nasce. Uma menina, Diacuizinha. No quarto dia após o nascimento, o pai regressou da viagem, quando finalmente conheceu a filha. - E a Diacuí? Onde ela está? – Ayres, perguntou assustado. Diacuí morrera no parto e fora enterrada com honras indígenas, enrolada na própria rede e colocada numa cova ao lado dos caciques da tribo, no centro da aldeia. Pelo homem branco foi colocada apenas uma cruz de madeira onde se lê: “Diacuí - 10-8-1953”. Sabe-se que a Diacuizinha foi criada pela mãe do sertanista na cidade de Uruguaina no Rio Grande do Sul, e, se estiver viva, terá hoje 58 anos. Gilson Barreto, Cirurgião Geral Campinas/SP 51 Stock Photo Jamb Cultura As Musas de Londres Londres, Nova York e Paris são, talvez, as cidades que mais atraem turistas. Só que em Londres eles parecem mais numerosos. Chegam de todas as partes do mundo, falam as mais variadas línguas e, à exceção dos povos islâmicos e de alguns países da África, usam roupas comuns; todos se parecem no seu modo de trajar ao se misturarem com os londrinos. Porém, de quando em vez, elas surgem: mulheres jovens, lindas, cabelo alinhado, maquiagem suave, caminhar elegante, roupas bem talhadas. Geralmente usam saltos de médio a alto e seus calçados fogem da monotonia simplória dos turistas. O local mais corriqueiro de encontrá-las é nas estações centrais de trem. E a minha preferida é a Victoria Station. Quem são elas? É difícil dizer, pois não falam; apenas desfilam. O olhar é enigmático, impessoal, mergulhado num mundo diferente e só delas. Podem ser inglesas, francesas, italianas ou indianas. Podem ser requintadas turistas ou apenas pessoas morando e trabalhando em Londres, como a loura esbelta, com um coque provocante, vestindo casaco longo e 52 arrastando uma pequena mala de viagem, que bem poderia ser turista ou, então, alguma secretária executiva de passagem pela cidade; alguém diferente, que se sobressai ao burburinho de pessoas mecanizadas, indo e vindo, numa mesmice cansativa. Sentar na estação de trem, sorvendo um café expresso, observando pessoas... Lembrei-me do Vinicius de Morais, com a sua Garota de Ipanema, ao me deparar com uma jovem de feições saxônias, mas pele cor de cuia, certamente uma mixagem de DNAs, com um dos pés na África. Trajava vestido longo estampado, colado ao corpo escultural, envolta por um belo xale, deixando a vista somente o rosto perfeito e os pés com sandálias de couro. Tive vontade de pará-la e fotografá-la. Mas, contive o impulso e deixei-a seguir seu caminho solitário, registrando a imagem na galeria das musas de Londres, guardada, apenas, na memória. José Antonio Grings, Cardiologista Alegrete/RS J a m b C u l t u r a 2011; 1(7): 49-56 A O que é a Abrames? Academia Brasileira de Médicos Escritores (Abrames) é o único silogeu literário formado exclusivamente por médicos que se conhece no mundo, entidade essa, infelizmente, desconhecida pela maioria de seus pares. Idealizada por Mateus Vasconcelos, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (Sobrames), foi fundada por Marco Aurélio Caldas Barbosa no anfiteatro Miguel Couto do Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia, na cidade do Rio de Janeiro, propositadamente, no dia 17 de novembro de 1987 – dia e mês de nascimento de seu patrono – Manuel Antônio de Almeida (1831-1861), médico, jornalista, cronista, romancista, crítico literário e também patrono da cadeira número 28 da Academia Brasileira de Letras. A instalação do sodalício ocorreu na memorável noite de 26 de maio de 1989, em sessão de gala no Palácio da Cultura Gustavo Capanema, igualmente na cidade do Rio de Janeiro, efeméride essa documentada, resgatada e regravada em DVD. A Abrames compõe-se de 50 cadeiras, em que se predomina o princípio da vitaliciedade modificado, admitindo, desde o seu primeiro Estatuto, em 1987, a condição de membro emérito, quando, sob certas circunstâncias, ocorre a vacância da cadeira sem que o titular perca a sua condição de acadêmico. Os patronímicos das 50 cadeiras da Abrames foram ilustres médicos escritores brasileiros, sendo que 23 deles pertenceram à vetusta Academia Nacional de Medicina; 16 tiveram seus nomes ligados à glamorosa Academia Brasileira de Letras; e, outros, vínculos com igualmente notáveis entidades, tais como Academia Brasiliense de Letras, Academia Carioca de Letras, Academia Caxambuense de Letras, Academia Cearense de Letras, Academia Cristã de Letras, Academia de Medicina de Buenos Aires, Academia de Medicina de Nova York, Academia de Medicina de Paris, Academia de Medicina de São Paulo, Academia das Ciências de Lisboa, Academia Fluminense de Letras, Academia Fluminense de Medicina, Academia Paulista de Letras, Academia Luso-Brasileira de Letras, Academia Mato-Grossense de Letras, Academia Mineira de Letras, Academia Petropolitana de Letras, Academia Pontifícia das Ciências, dentre diversas outras. Há uma só patronesse, Francisca Praguer Fróes, patronímica da cadeira número 24. Transcorridos 23 anos de existência da Abrames, encontram-se ainda entre nós apenas 18 de seus 50 membros fundadores. Nesse período, houve 11 mandatos de dois anos cada, sendo seus presidentes, em ordem cronológica: Marco Aurélio Caldas Barbosa, Tito de Abreu Fialho, Júlio Arantes Sanderson de Queiroz, Jorge Picanço Siqueira, Zilda Cormack, Abilio Kac, Daniel Pinheiro Hernandez e Juçara Regina Viégas Valverde. Ademais, dentre tantos fatos e curiosidades, têmse que apenas três acadêmicos até agora tiveram a honra de ser oradores oficiais; que o acadêmico Luiz Gondim de Araújo Lins esteve presente em todas as diretorias, ocupando em seis gestões a vice-presidência; e que os mais jovens membros a adentrarem na imortalidade da Abrames foram: Helio Begliomini (34 anos), Josyanne Rita de Arruda Franco (37 anos) e Janine Cynamon Ajzman (39 anos). Helio Begliomini, Urologista São Paulo/SP Literatura O livro “Jamais Faça Promessa”, da Editora Unisul, escrito pelo médico e professor Murillo Capella recebeu prêmio pela melhor publicação do ano de 2010 na categoria crônica, segundo a Acadêmica Catarinense de Letras. Anualmente, são concedidos prêmios a obras em primeira edição de autores catarinenses, acadêmicos ou não, nas categorias ensaio, história, romance, conto, crônica e poesia – além do Othon Gama d’Eça, para o conjunto da obra de escritores do Estado. Em “Jamais Faça Promessa”, Capella escreve histórias a respeito da sua profissão, do esporte, dos boêmios e das famílias. Com um estilo bem-humorado e cativante, o escritor faz parte hoje do grupo dos melhores cronistas de Santa Catarina. A crônica que dá nome ao livro está publicada nesta edição do JAMB CULTURA, pág. 50. J a m b C u l t u r a 2011; 1(7): 49-56 53 Jamb Cultura Espaço poético Acróstico Juntando arte e ciência, Apoiando os talentos. Médicos, com sapiência, Brincando com os pensamentos. Corporativo e erudito, Universo escultural. Lirismo bom e bonito. Temática cultural. Um espaço literário, Remédio ao nosso fadário, Alma leve e inspiração. A bandeira é a saúde, Mas seu time de virtude. Brilha com brio e emoção!!! Acróstico em forma de soneto, com versos de 7 sílabas métricas (em redondilho maior), para o JAMB CULTURA 54 Libertas Quae Sera Tamen Força que pulsa e flui, Arrebenta as cadeias, Rompe as amarras. Liberta-te espírito, Livra-te da limitação. Antes te contraías, Agora, desenvolve, Destrói a noite escura, Expande na luz! A tua musculatura te conduz. Segue a respiração, Parte para a ação, E cala-te. Teu pensamento não auxilia, Atrapalha. O pulsátil presente é maior que qualquer discurso, Força e luz em ondas a ele vem. No corpo, a palpitação emocional que retorce, No corpo, a vibração que arregaça. A cura para teus males aqui está, É a criança em teu ventre, É a força que nasce em tua vida. Este mundo já segue seu curso próprio, Entrega-te a ele, pois é dor tudo querer saber. Toscas, pobres são as palavras diante da vida. Escuta! Em silêncio, escuta... Fica quieto, e presta atenção! Nova dança se inicia, segue seu rumo, Deixe a vida te levar e terás prazer. E presta atenção na dança do momento, E toda a dor poderás então esquecer. Arnóbio Moreira Félix, Ortopedistra e Traumatologista Paulo André Machado Borges, Psiquiatra e Psicanalista Belo Horizonte/MG Campo Grande/MS J a m b C u l t u r a 2011; 1(7): 49-56 Espaço poético Memória Quando de ti me recordo Sinto que levaste parte de mim Quando a lembrança me acodem os pedaços pela vida afora espraiados É de ti que me recordo Já que, também tú, levaste um fragmento de mim. Quando revejo rios, planícies, quartos, uma mobília, um vaso de gerânios, um jardim, uma aurora, um poente, uma luz mortiça que se filtra pela janela ao nascer do sol. Recordo que são esvoaçantes pedaços do que fui quando em ti me perdi. Uruguaiana, 28 de dezembro de 1986 Ageu Tenório Costa, Ginecologista e Obstetra I Concurso Nacional de Contos e Crônicas da AMB Já estão abertas as inscrições para o I Concurso Nacional de Contos e Crônicas. Os interessados deverão enviar os trabalhos até o dia 30 de abril de 2011 para a sede da AMB, na rua São Carlos do Pinhal, 324, em São Paulo – SP, CEP 01333-903, aos cuidados do Departamento Cultural. A participação é gratuita, restrita aos associados da Associação Médica Brasileira, que poderão inscrever somente um trabalho por modalidade, com tema livre e inédito, assinado obrigatoriamente por pseudônimo. Os textos devem ser de no máximo duas páginas digitadas, enviados em cinco cópias em envelope único, legível, também identificado por pseudônimo. Outras informações sobre as inscrições, regras do concurso e premiação poderão ser obtidas pelo e-mail [email protected] ou pelo site www. amb.org.br. Sapucaia do Sul/RS I CONCURSO NACIONAL DE CONTOS E CRÔNICAS DA AMB FICHA DE INSCRIÇÃO Atenção: Esta ficha deve ser preenchida em letra de forma. NOME COMPLETO:.............................................................................................................................................................................................................................................................. SEXO:................................................................................................................................................ DATA DE NASCIMENTO:....................................................................................... Nº CRM:........................................................................................................................................... ESPECIALIDADE:...................................................................................................... ENDEREÇO COMPLETO:.................................................................................................................................................................................................................................................... CEP:............................................................................... CIDADE:.....................................................................................................ESTADO:................................................................... TELEFONE RES.: ( ).................................................................................................. CELULAR: ( )............................................................................................................................... PSEUDÔNIMO:....................................................................................................................................................................................................................................................................... NOME DO TRABALHO: . .................................................................................................................................................................................................................................................... CATEGORIA: .......................................................................................................................................................................................................................................................................... Estou ciente do regulamento e autorização a publicação do trabalho, por tempo indeterminado, sem ônus para a Associação Médica Brasileira. Assinatura do Escritor Associação Médica Brasileira – Rua São Carlos do Pinhal, 324 – CEP: 01333-903 – São Paulo – SP – Brasil | A/c Departamento Cultural –Contatos: [email protected] / (11) 6535.1002 J a m b C u l t u r a 2011; 1(7): 49-56 55 Jamb Cultura Dicas Culturais Viagem cultural à Grécia O roteiro inclui passagem, três noites em Atenas, com passeio noturno, show folclórico, sítios arqueológicos e city tour em Acrópole de Atenas, Teatro de Dionísio, Parlamento Grego, Túmulo do Soldado Desconhecido, Universidade de Atenas, Biblioteca Nacional e Academia de Atenas, Arco de Adriano e Canal de Corinto; e mais duas noites na Ilha de Santorini e outras duas na Ilha de Kos. Esta última, a segunda maior ilha do Dodecaneso, é conhecida por ser o berço do pai da Medicina, Hipócrates, nascido naquele local. Durante o passeio, serão conhecidas as ruínas do complexo de Asklepion, construído após a sua morte, ruínas helênicas e romanas, e a famosa Praça do Plátano, sob a sombra do qual Hipócrates lecionava medicina. A viagem foi planejada para aproveitar o feriado da Semana Santa, com saída em 15 de abril e retorno no dia 24, guiada por especialistas em história grega. Mais informações sobre o roteiro, tarifas e hospedagem nos telefones (11) 3337-6991 ramal 22, (11) 9904.3736 ou pelo e-mail: [email protected]. Colaboração O JAMB Cultura é um espaço aberto que estimula a literatura e valoriza as manifestações culturais do Brasil. Para isso, convidamos os médicos a enviar artigos, crônicas, poesias, textos sobre cultura e história da Medicina para o Conselho Editorial. A/C Hélio Barroso dos Reis (Diretor Cultural): Rua São Carlos do Pinhal, 324 – Bela Vista – São Paulo/SP CEP: 01333-903 - ou pelo e-mail: [email protected] Participe e colecione! Normas para publicação de artigo no Jamb Cultura 1) ser médico(a) associado da Associação Médica Brasileira, através da Federada de sua região. 2) texto de aproximadamente 1 lauda, em arial 12. 3) se houver fotografias, favor identificá-las, colocar o crédito e enviar em 300 dpi, anexadas fora do texto (JPG). 4) o material será apreciado pelos membros do Conselho Editorial antes de sua publicação. 5) ao enviar ao Conselho, informar autorização de publicação. 6) Assinar o artigo com: nome, especialidade, cidade, estado e endereço para correspondência. JAMB CULTURA Edição Bimestral | janeiro e fevereiro de 2011 www.amb.org.br | [email protected] Presidente: José Luiz Gomes do Amaral Coordenador e Diretor Cultural: Hélio Barroso dos Reis Diretor de Comunicações: Elias Fernando Miziara Conselho Editorial (2010-2011): Armando José China Bezerra (Brasília/DF - região Centro-Oeste) Carlos David Araújo Bichara (Belém/PA - região Norte) Foto: Wikipédia Gilson Barreto (São Paulo/Campinas – região Sudeste) Giovanni Guido Cerri (São Paulo/SP – região Sudeste) Guido Arturo Palomba (São Paulo/SP – região Sudeste) Hélio Barroso dos Reis (Vitória/ES – região Sudeste) José Luiz Gomes do Amaral (São Paulo/SP – região Sudeste) Acrópole com o Partenon no topo, em Atenas Murillo Ronald Capella (Florianópolis/SC – região Sul) Roque Andrade (Salvador/BA – região Nordeste) Erramos Na edição anterior, nº 6, pág. 43, as grafias corretas de duas palavras são: grassa em lugar de graça e vesânia em lugar de vezânia. Quando o autor, Dr. Guido A. Palomba, alertou a redação para as correções, o Jamb já estava em processo de impressão. Pedimos desculpas ao autor e aos nossos leitores. 56 Yvonne Capuano (São Paulo/SP – região Sudeste) Apoio cultural: Departamento de Comunicações da AMB Assessoria em Comunicação e Cultura: Flávia Negrão Projeto Editorial: Sollo Comunicação Revisão: Natália Cesana O Jamb Cultura somente publica matérias assinadas, as quais não são de responsabilidade da Associação Médica Brasileira J a m b C u l t u r a 2011; 1(7): 49-56