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Política
Panorama
político
O Estado do Maranhão - São Luís, 21 de junho de 2015 - domingo
Ilimar Franco
O Brasil do futuro
E
specialistas em política e economia estão tensos. Dizem que
quem for eleito em 2018 não herdará o país do Real, como
FH, nem de boom internacional, como Lula. Vai pegar um
país mergulhado na crise econômica e no arrivismo político. Precisará ter condições de pacificar o país, depois da guerra em curso. E, trabalhar pelo crescimento, mesmo com setores competitivos da economia arrasados.
O protagonismo do PMDB
A sucessão da presidente Dilma está longe, mas o PSDB
não é o único que se movimenta. O maior partido do país,
o PMDB, também está à procura de um nome capaz de
galvanizar os eleitores. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, é
uma citação obrigatória. Mas os seus dizem que ele está
de olho no governo do Rio. Além dele e mesmo que negue,
a bancada federal do PMDB acredita que o presidente da
Câmara, Eduardo Cunha, avalia essa alternativa. Especulam que não é à toa que mantém distância do Planalto e
adotou uma agenda conservadora e que tem algum apelo
popular. Seu último gesto nesse sentido foi a reunião com
os defensores do impeachment.
“A maioria das mudanças de
partido será em função de
problemas políticos locais.
Haverá casos circunstanciais
e internos da Câmara”
Leonardo Picciani, líder do PMDB na Câmara, sobre a janela para
troca de partido
Borocoxôs
Os ministros das áreas fins e que tinham grandes planos
não escondem a desilusão. Um deles, quando perguntado
sobre seu trabalho em sua pasta, comentou quase sussurrando: “Sabe como é, estamos em fase de contenção”.
A sangria
Miguel Filho/27/10/2014
O PT decidiu
fazer uma operação em defesa da
sigla. Presidida
por Rui Falcão, a
legenda teme nova redução de sua
bancada na Câmara em 2018. Ela
era de 91, em
2002, na primeira
eleição de Lula.
Caiu para 83, em
2006; e 78, em
2010; sob efeito do
mensalão. Foi reduzida a 66 no ano
passado. E caminha para cair aos
50 na próxima.
Linha de segurança
Um deputado petista comentou que a situação é tão delicada que todos resolveram baixar a bola no Congresso do
PT. E para quem o colocava em dúvida, repetia: comparem
o texto da Carta de Salvador, com as teses das tendências.
Esforço fiscal
Representantes das empresas de telefonia estiveram com
o ministro Ricardo Berzoini (Comunicações). Foram protestar contra o aumento da taxa do Fistel, em estudo pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda). E previram aumento do desemprego e do preço dos serviços ao consumidor. O governo quer arrecadar mais.
O fator na Justiça
A Força Sindical planeja entrar com uma Adin, no STF,
contra a MP do fator previdenciário. Alega que a matéria não
é urgente, e que não se justifica o uso de MP. Os sindicalistas
reclamam que deveria ter sido enviado um projeto de lei.
Debruçado na janela
O líder do PHS na Câmara, Marcelo Aro (MG), está procurando deputados insatisfeitos com a seguinte proposta: “Enquanto você é só mais um nas grandes legendas, pode ser estrela nos pequenos”. O PHS tem 5 deputados. Quer pelo menos dobrar.
zzz
A UNE assegurou, no STF, o direito de assistir à votação
da redução da maioridade penal nas galerias da Câmara. Vão
fazer pressão contra.
Com Juliana Braga, sucursais e correspondentes
[email protected]
PT, Dilma e Lula mostram
preocupação com rumos
da Operação Lava Jato
Ex-presidente acha que o objetivo é chegar a ele, criando situações para
desmoralizá-lo; prisões de empresários repercutem no Palácio do Planalto
Divulgação
B
RASÍLIA - A cúpula do
Partido dos Trabalhadores, a presidente Dilma
Rpousseff e o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva estão em estado de prontidão, neste fim de
semana, após a prisão de diretores das empreiteiras Andrade
Gutierrez e Odebrecht. Para os
petistas, está claro que o objetivo é chegar às lideranças do partido. Lula, inclusive, já comentou com aliados que acha ser ele
o próprio alvo do juiz Sérgio Moro, responsável pela investigação
da Lava Jato.
A Polícia Federal prendeu os
presidentes das maiores empreiteiras do país sob a acusação de
participarem de esquemas de
desvio de dinheiro da Petrobras.
Marcelo Bahia Odebrecht, da
Construtora Norberto Odebrecht (CNO), e Otávio Azevedo,
da Andrade Gutierrez (AG), foram para cadeia com outras 10
pessoas na 14ª fase da Operação
Lava Jato, apelidada de Erga Omnes, que significa "uma medida
vale para tudo".
"A ideia é trazer um recado
claro de que a lei vale efetivamente para todos", afirmou o
delegado regional de Combate
ao Crime Organizado da PF no
Paraná, Igor Romário de Paula.
"Não importa o tamanho da sua
empresa, seu destaque na sociedade, sua capacidade de influência, seu poder econômico. Isso
jamais vai poder ser prerrogativa para permitir a essas pessoas
e empresas a praticar crimes de
forma impune", disse.
Doações - As declarações dos
delegados a respeito da operação levam a cúpula do PT a imaginar que existam uma orquestração para atingir o ex-presidente Lula. Eles citam, inclusive, reportagens da revista Veja, desde
março, que apontam neste sentido - e que mostram que a prisão dos donos da Odecrecht empresa que doou ao Instituto
Lula e contatou a empresa de
palestras do ex-presidente - seria o último passo antes de chegar ao líder do PT.
O procurador regional da República Carlos Fernando dos
Santos Lima criticou as "tentativas de blindagem" das grandes
empreiteiras, que, segundo ele,
negam as acusações, mas não
fazem investigações internas por
estarem "intensamente envolvidas" no esquema de desvios
de dinheiro na Petrobras. "O
próprio governo diz: 'Devemos
punir os executivos e salvar as
empresas'", lembrou. "O Ministério Público, a PF e a Receita Federal dizem: 'Devemos punir todos os responsáveis de acordo
com sua responsabilidade, seja
civil, improbidade e penal'. Devemos punir todos, isso aqui é
uma República. A lei deve valer
para todos ou não devia valer
para ninguém."
O juiz da 13ª Vara Federal de
Curitiba, Sérgio Fernando Moro,
determinou o bloqueio de R$ 20
milhões nas contas bancárias de
10 dos investigados.
Dilma Rousseff e Lula têm conversado com a cúpula do PT já temendo articulações da PF contra eles
“
A ideia é
trazer um
recado de
que a lei vale
para todos.
Não importa o
tamanho da
sua empresa,
seu destaque
na sociedade.
Igor Romário de Paula,
delegado Federal em Curitiba
Mais
As investigações que resultaram na décima quarta fase da Operação
Lava Jato revelam que as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez lideravam o cartel de empreiteiras que superfaturavam contratos
da Petrobras. Os presidentes das duas construtoras, Marcelo Odebrecht
e Otávio Marques Azevedo, foram presos, assim como vários executivos em vários estados. Eles realizaram exames de corpo de delito e
vão ficar presos por um período de cinco dias, prorrogáveis.
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PT, Dilma e Lula mostram preocupação com rumos